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*Clube dos Amigos e Defensores do Património-Cultural e Natural de Santa Maria


  Parecer sobre a petição nº7/2011 – “Contra a
 construção do campo de golfe de Santa Maria”
prevendo-se até que faculte a possibilidade do birdwacting no local
O anúncio da construção do Campo de golge de Santa Maria (CG-SMA), inicialmente
nos deixou algumas reservas e renitências, porquanto havia algumas questões
ambientais a ter em conta, e não defendemos o desenvolvimento a qualquer preço, não
nos colando ao “sim” ou ao “não”, sem uma cabal informação, e garantia da
salvaguarda dos valores ecológicos e patrimoniais envolvidos.

Agindo na senda do nosso ideário e das responsabilidades públicas assumidas na defesa
do património cultural e natural da ilha, tendo como apanágio a gestão sustentável do
mesmo, na defesa do bem estar coletivo presente, sem fazer perigar a satisfação das
futuras gerações, tomámos uma posição de exigência de esclarecimentos e do
cumprimento de imperativos ambientais atinentes a projetos desta natureza,
nomeadamente a questão da rega, da fertilização de solos, cobertos vegetais, erosões,
conflito com áreas protegidas, perturbação de corredores ecológicos, destruição de
espécies endémicas e degradação paisagística.

Estas nossas preocupações e exigências foram trasmitidas e discutidas com a tutela do
ambiente, apresentadas à empresa SGS a trabalhar para as Ilhas de Valor, no estudo de
incidências ambientais, e argumentadas no âmbito da participação pública e da
Comissão Mista de Coordenação do PROTA (Plano Regional do Ordenamento do
Território dos Açores).

Debruçando-nos particularmente sobre a Petição, que nos foi solicitado
pronunciar, sobre o seu teor expressamos o seguinte:

1 – “O CG-SMA não apresenta um EIA, exigido por lei”

É uma afirmação falsa, pois após a decisão governamental da construção do CG-SMA,
hpuve o anúncio público da sua eleboração e fomos chamados a participar na
apresentação/discussão dos Estudos de Incidências Ambientais preliminares e, depois
no EIA propriamnente dito, já tendo, nesta data, sido concluido, e disponibilizado.

2- “A rega do Campo de Golfe de Santa Maria vai retirar água do abastecimento
público”.

Sobre a questão da água, que era a nossa preocupação de fundo, assim como a
contaminação dos solos, o CADEP-CN, no âmbito da Comissão Mista de Coordenação
do PROTA defendeu que a rega do campo de golfe fosse efetuada maioritariamente
através do armazenamento da água das chuvas, com adjuvância minoritária de
fontes (furos) independentes dos existentes para abastecimento público, tendo a nossa


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exigência de não interferência com outros aquíferos e de gestão sustentável do recurso,
sido tomada em conta, no dito Documento, obrigando o Governo a “a assegurar: i) o
uso eficiente da água, minimizando os consumos e garantindo a manutenção dos
parâmetros quantitativos e qualitativos das massas de água adjacentes”.
Sobre a fertilização dos solos, propusemos com aceitação geral e inscrição também no
PROTA, a obrigatoriedade do Governo “assegurar ii) o cumprimento das regras
estabelecidas no Código das Boas Práticas Agrícolas e Ambientais”, assim como “iii)
a redução ao mínimo, da aplicação de fertilizantes químicos”.

A corroboração do cumprimento do preceituado no PROTA, e da satisfação do que
sempre exigimos como imperativo está comtemplado no projeto e vem expresso, no
documento do Estudo de Impacto Ambiental do CG-SMA, nos seguintes termos:

“O volume necessário para a rega será fornecido por três fontes:

- Sistema de drenagem do campo (por intermédio dos lagos e charcas/reservatório);
- Sistema de drenagem pluvial do Clubhouse e Academia (por intermédio do sistema de
drenagem do campo/reservatório);
- Três furos (GMS 1, 4 e 5), localizados dentro ou ao lado da área do campo de golfe.

O sistema de rega recorrerá preferencialmente à água recolhida pelo sistema de
drenagem e só em segundo lugar aos furos. O projeto do campo de golfe contempla,
assim, a construção de dois lagos integrados nas áreas de jogo, a construção de um
reservatório localizado no limite da área do campo de golfe (pedreira) e a manutenção e
preservação de uma série de charcas existentes no terreno.

Para além das medidas de sustentabilidade da rega do CG-SMA, acima descritas, ainda
para reduzir consumos descreve o EIA que “O Sistema de Rega estará associado a um
sistema de gestão, baseado na estação meteorológica e sensores de humidade do solo,
e implementado por meio do sistema central de constrolo do sistema de rega”.

3- “Atentado Ambiental a um conjunto de terrenos férteis da ilha, recurso ques erá
destruido de forma irreversível para a agricultura”, “degradação de solos por
fertizantes químicos...”.

Se quisermos ser realistas e verdadeiros, esses ditos “terrenos férteis para a agricultura”,
nos últimos quarenta de anos, para a agricultura não serviram absolutamente nada,
tendo-lhes só sido dado o mesmo uso das comuns pastagens da ilha, sendo esse destino
de “monocultura da erva”, que continuaria a ter nas próximas décadas caso, não fosse
por diante o campo de golfe. Como se pode constatar os terrenos do Tremoçal, não
obstante essa diferença de fertilidade agrícola apregoada, está a servir para “mais do
mesmo”, a par da utilização dos restantes solos da ilha, não sendo de todo um espaço de
diversificação agrícola e muito menos de diversificação económica.

Ainda sobre a questão da degradação do solos e malefícios dos fertizantes, com a
construção do CG-SMA expressa o EIA, que “Em quase todos os casos observados a
estrutura do solo estava danificada pelo uso corrente – pastorícia”; “As principais
fontes de poluição do solo na envolvente e área de implantaçao do campo de golfe
prendem-se essencialmente com a atividade agropecuária (contaminação com
pesticidas, herbicidas, nitratos e fosfatos), vincando mesmo o documento que “A


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manutenção do uso atual do solo, associado à não aplicação de práticas agrícolas e
pecuárias adequadas, preconiza um processo evolutivo pouco favorável para o local.
Na ausência de implementação do projeto a contaminaçao dos solos continuará a
verificar-se (...)”

Um terceiro ponto, a enfocar é que, se porventura daqui a muitos anos anos, por força
de uma necessidade de força maior ou de surgimento de um projeto de agricultura que
seja, comprovadamente, mais rentável do que o campo de golfe, os terrenos podem
sempre retornar ao seu uso anterior.


4 – Refere ainda um dos e textos que acompanha a Petição que a construção do
CG-SMA vai ser uma “Exploração errada da natureza” daquele lugar e que as
mudanças não se coadunam com o desenvolvimento sustentável.

Pelo que já expusemos substanciadamente acima, com a corroboração plena do EIA, a
construção do CG-SMA viabiliza a melhoria ambiental do espaço da sua
implementação, face à sua utilizaçao atual, portanto, logo         aumentará a sua
sustentabilidade e contribuirá para uma “exploração da natureza menos errada” do que
tem vindo a ser feita.

Para além da assunção da regra autónona e maioritariamente adveniente da captação da
água das chuvas; da minimização dos impactes dos fertilizantes em relação ao uso
atual, ainda foi determinante na nossa posiçao favorável ao CG-SMA outros
aditivos/beneficios patrimoniais e ecológicos, que a sua implementação
associará/adicionará ao espaço em causa, os quais sempre defendemos desde o início
nomeadamente:

1- Melhoria da Paisagem e do Património:
a) Existem dentro da área de implantação do projeto “áreas de degradação paisagística e
de fortes agressões à paisagem, correspondentes a uma instalação industrial abandonada
e uma pedreira”. Conforme exigimos, Estas instalações serão extintas com a
concretizaçao do projeto, como consta do Documento.

b) Será protegido e valorizado um Forno de Cal, apresentado no Inventário do
Património Imóvel dos Açores, assim como antigos “currais de pedra” que se manterão
na maioria, tendo-nos até sido avançado o comprometimento da recuparação daqueles
mais deradados.

Refere o EIA, que “O projeto constitui uma oportunidade para a requalificação e
valorização paisagística e ambiental, promovendo a recuperação de áreas
ambientalmente degradadas com vegetação potencial natural, o que resultará num
efeito positivo”.

2 – Aumento da Biodiversidade:
A zona de implantação do CG-SMA na situação atual é bastante pobre ambientalmente:
É maioritariamente constituida por terrenos pastagens resvestidos por gramíneas; na



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quase na totalidade do espaço não existe árvores; não contém quaisquer espécies
endémicas; e as suas charcas encontram-se assoriadas e eutrofizadas.

Tal como sobejamente pugnamos, estão comprometidas no projeto as seguintes
intervenções/ações, elencadas no EIA:

a) A proteção do CG-SMA, nalguns casos será feita com a instalação de barreiras de
vegetação natural autóctone, conforme definidas no Projeto de Integração Paisagístico
específico;

b) Construção de dois lagos artificiais e recuperação/requalificação das charcas
existentes para rega;

c) Criação de corredores verdes contínuos, ao longo dos limites da área de intervenção e
das de jogo do CG, com maciços arbóreos constantes de uma lista de espécies
caracerísticas da região, que serão distribuidas no terreno com um critério de
uniformidade, sob o ponto de vista paisagístico;

d) Plantação de vegetação autóctone ribeirinha junto aos lagos e charcas, que serão
muito importantes quer para refúgio e chamada ao local de espécies faunísticas,
sobretudo de avifauna, quer para as águas de escorrência, funcionando como biofiltros,
contribindo para a emlhoria da qualidade ambiental do local.

Para além do aumento da biodiversidade, estes elementos vegetais acrescentados,
revestem-se de suma importância, para conferir um ambiente natural mais húmido e
proteção de ventos, permitindo uma redução das necessidades de rega e de trabalhos de
manutenção, mas também para aumentar a diversidade não só biológica mas visual.

SINTESE CONCLUSIVA
Perante o exposto, não somos contra a construção do CG-SMA, - objeto da dita petição
- porquanto as intervenções atinentes à sua implementação, que nos foram garantidas
nas reuniões e confirmadas nos documentos centrais, se revestem de melhorias e
aditivos paisagístico-ambientais para a zona em causa, e são balizadas por princípios
razoáveis de sustentabilidade.

No fiel cumprimento do que sempre exigimos, na utilização e gestão sustentável de
recursos, nomeadamente da água; na minimização do uso de fertilizantes (melhora a
situação existente); na criação de zonas húmidas, na arborização com espécies
autóctones, na promoção da diversidade biológica, na recuperação de zonas
degradadas; e eliminação de resíduos do local a análise global que fazemos da
intervenção, assume no seu todo um efeito ambiental global positivo”.

Para além da oferta turística da infra-estrutura do CG-SMA, ambientalmente
sustentável nos termos acima aludidos, o comprometimento da construção das duas
lagoas artificiais e recuperação das charcas do local, assim como a plantação de
endémicas, poderá ainda ser rentabilizado noutras frentes ecoturístcas como a
interpretação ambiental e zona de birdwacting pela atração de aves residentes e
migratórias às zonas húmidas.



                                                                                      4
Respondendo a uma afirmação expressa na Petição, vincamos que “preocupante” seria
se um grupo de jvens defensores do ambiente e do património, fosse contra uma
intervenção num local, que em toda a linha, assegura a adição de melhorias claras
àqueles desideratos da sua ação cívica, não sendo incongruente também na aceitação de
mais uma infra-estrututa desportiva de qualidade para a ilha e as mais valias que trará
para o emprego jovem e animação/ocupação sadia da juventude mariense.

Se a salvaguarda/inclusão dos aspectos acima relevados, sempre exigidos pelo
CADEP-CN como imperativos, foram determinantes para concordarmos com a
construçao do CG-SMA também não obstamos ao seu avanço, porque aceitamos e
e agimos no preceituado de uma linha de desenvolvimento sustentável que,
priorizando as questões ecológicas, incorpora concomitantemente as mais-valias
sociais e económicas.


Vila do Porto, 30 de janeiro de 2012

CADEP-CN, Sta Maria

José Andrade Melo




                                                                                     5

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Defesa do Campo de Golfe de Santa Maria

  • 1. *Clube dos Amigos e Defensores do Património-Cultural e Natural de Santa Maria Parecer sobre a petição nº7/2011 – “Contra a construção do campo de golfe de Santa Maria” prevendo-se até que faculte a possibilidade do birdwacting no local O anúncio da construção do Campo de golge de Santa Maria (CG-SMA), inicialmente nos deixou algumas reservas e renitências, porquanto havia algumas questões ambientais a ter em conta, e não defendemos o desenvolvimento a qualquer preço, não nos colando ao “sim” ou ao “não”, sem uma cabal informação, e garantia da salvaguarda dos valores ecológicos e patrimoniais envolvidos. Agindo na senda do nosso ideário e das responsabilidades públicas assumidas na defesa do património cultural e natural da ilha, tendo como apanágio a gestão sustentável do mesmo, na defesa do bem estar coletivo presente, sem fazer perigar a satisfação das futuras gerações, tomámos uma posição de exigência de esclarecimentos e do cumprimento de imperativos ambientais atinentes a projetos desta natureza, nomeadamente a questão da rega, da fertilização de solos, cobertos vegetais, erosões, conflito com áreas protegidas, perturbação de corredores ecológicos, destruição de espécies endémicas e degradação paisagística. Estas nossas preocupações e exigências foram trasmitidas e discutidas com a tutela do ambiente, apresentadas à empresa SGS a trabalhar para as Ilhas de Valor, no estudo de incidências ambientais, e argumentadas no âmbito da participação pública e da Comissão Mista de Coordenação do PROTA (Plano Regional do Ordenamento do Território dos Açores). Debruçando-nos particularmente sobre a Petição, que nos foi solicitado pronunciar, sobre o seu teor expressamos o seguinte: 1 – “O CG-SMA não apresenta um EIA, exigido por lei” É uma afirmação falsa, pois após a decisão governamental da construção do CG-SMA, hpuve o anúncio público da sua eleboração e fomos chamados a participar na apresentação/discussão dos Estudos de Incidências Ambientais preliminares e, depois no EIA propriamnente dito, já tendo, nesta data, sido concluido, e disponibilizado. 2- “A rega do Campo de Golfe de Santa Maria vai retirar água do abastecimento público”. Sobre a questão da água, que era a nossa preocupação de fundo, assim como a contaminação dos solos, o CADEP-CN, no âmbito da Comissão Mista de Coordenação do PROTA defendeu que a rega do campo de golfe fosse efetuada maioritariamente através do armazenamento da água das chuvas, com adjuvância minoritária de fontes (furos) independentes dos existentes para abastecimento público, tendo a nossa 1
  • 2. exigência de não interferência com outros aquíferos e de gestão sustentável do recurso, sido tomada em conta, no dito Documento, obrigando o Governo a “a assegurar: i) o uso eficiente da água, minimizando os consumos e garantindo a manutenção dos parâmetros quantitativos e qualitativos das massas de água adjacentes”. Sobre a fertilização dos solos, propusemos com aceitação geral e inscrição também no PROTA, a obrigatoriedade do Governo “assegurar ii) o cumprimento das regras estabelecidas no Código das Boas Práticas Agrícolas e Ambientais”, assim como “iii) a redução ao mínimo, da aplicação de fertilizantes químicos”. A corroboração do cumprimento do preceituado no PROTA, e da satisfação do que sempre exigimos como imperativo está comtemplado no projeto e vem expresso, no documento do Estudo de Impacto Ambiental do CG-SMA, nos seguintes termos: “O volume necessário para a rega será fornecido por três fontes: - Sistema de drenagem do campo (por intermédio dos lagos e charcas/reservatório); - Sistema de drenagem pluvial do Clubhouse e Academia (por intermédio do sistema de drenagem do campo/reservatório); - Três furos (GMS 1, 4 e 5), localizados dentro ou ao lado da área do campo de golfe. O sistema de rega recorrerá preferencialmente à água recolhida pelo sistema de drenagem e só em segundo lugar aos furos. O projeto do campo de golfe contempla, assim, a construção de dois lagos integrados nas áreas de jogo, a construção de um reservatório localizado no limite da área do campo de golfe (pedreira) e a manutenção e preservação de uma série de charcas existentes no terreno. Para além das medidas de sustentabilidade da rega do CG-SMA, acima descritas, ainda para reduzir consumos descreve o EIA que “O Sistema de Rega estará associado a um sistema de gestão, baseado na estação meteorológica e sensores de humidade do solo, e implementado por meio do sistema central de constrolo do sistema de rega”. 3- “Atentado Ambiental a um conjunto de terrenos férteis da ilha, recurso ques erá destruido de forma irreversível para a agricultura”, “degradação de solos por fertizantes químicos...”. Se quisermos ser realistas e verdadeiros, esses ditos “terrenos férteis para a agricultura”, nos últimos quarenta de anos, para a agricultura não serviram absolutamente nada, tendo-lhes só sido dado o mesmo uso das comuns pastagens da ilha, sendo esse destino de “monocultura da erva”, que continuaria a ter nas próximas décadas caso, não fosse por diante o campo de golfe. Como se pode constatar os terrenos do Tremoçal, não obstante essa diferença de fertilidade agrícola apregoada, está a servir para “mais do mesmo”, a par da utilização dos restantes solos da ilha, não sendo de todo um espaço de diversificação agrícola e muito menos de diversificação económica. Ainda sobre a questão da degradação do solos e malefícios dos fertizantes, com a construção do CG-SMA expressa o EIA, que “Em quase todos os casos observados a estrutura do solo estava danificada pelo uso corrente – pastorícia”; “As principais fontes de poluição do solo na envolvente e área de implantaçao do campo de golfe prendem-se essencialmente com a atividade agropecuária (contaminação com pesticidas, herbicidas, nitratos e fosfatos), vincando mesmo o documento que “A 2
  • 3. manutenção do uso atual do solo, associado à não aplicação de práticas agrícolas e pecuárias adequadas, preconiza um processo evolutivo pouco favorável para o local. Na ausência de implementação do projeto a contaminaçao dos solos continuará a verificar-se (...)” Um terceiro ponto, a enfocar é que, se porventura daqui a muitos anos anos, por força de uma necessidade de força maior ou de surgimento de um projeto de agricultura que seja, comprovadamente, mais rentável do que o campo de golfe, os terrenos podem sempre retornar ao seu uso anterior. 4 – Refere ainda um dos e textos que acompanha a Petição que a construção do CG-SMA vai ser uma “Exploração errada da natureza” daquele lugar e que as mudanças não se coadunam com o desenvolvimento sustentável. Pelo que já expusemos substanciadamente acima, com a corroboração plena do EIA, a construção do CG-SMA viabiliza a melhoria ambiental do espaço da sua implementação, face à sua utilizaçao atual, portanto, logo aumentará a sua sustentabilidade e contribuirá para uma “exploração da natureza menos errada” do que tem vindo a ser feita. Para além da assunção da regra autónona e maioritariamente adveniente da captação da água das chuvas; da minimização dos impactes dos fertilizantes em relação ao uso atual, ainda foi determinante na nossa posiçao favorável ao CG-SMA outros aditivos/beneficios patrimoniais e ecológicos, que a sua implementação associará/adicionará ao espaço em causa, os quais sempre defendemos desde o início nomeadamente: 1- Melhoria da Paisagem e do Património: a) Existem dentro da área de implantação do projeto “áreas de degradação paisagística e de fortes agressões à paisagem, correspondentes a uma instalação industrial abandonada e uma pedreira”. Conforme exigimos, Estas instalações serão extintas com a concretizaçao do projeto, como consta do Documento. b) Será protegido e valorizado um Forno de Cal, apresentado no Inventário do Património Imóvel dos Açores, assim como antigos “currais de pedra” que se manterão na maioria, tendo-nos até sido avançado o comprometimento da recuparação daqueles mais deradados. Refere o EIA, que “O projeto constitui uma oportunidade para a requalificação e valorização paisagística e ambiental, promovendo a recuperação de áreas ambientalmente degradadas com vegetação potencial natural, o que resultará num efeito positivo”. 2 – Aumento da Biodiversidade: A zona de implantação do CG-SMA na situação atual é bastante pobre ambientalmente: É maioritariamente constituida por terrenos pastagens resvestidos por gramíneas; na 3
  • 4. quase na totalidade do espaço não existe árvores; não contém quaisquer espécies endémicas; e as suas charcas encontram-se assoriadas e eutrofizadas. Tal como sobejamente pugnamos, estão comprometidas no projeto as seguintes intervenções/ações, elencadas no EIA: a) A proteção do CG-SMA, nalguns casos será feita com a instalação de barreiras de vegetação natural autóctone, conforme definidas no Projeto de Integração Paisagístico específico; b) Construção de dois lagos artificiais e recuperação/requalificação das charcas existentes para rega; c) Criação de corredores verdes contínuos, ao longo dos limites da área de intervenção e das de jogo do CG, com maciços arbóreos constantes de uma lista de espécies caracerísticas da região, que serão distribuidas no terreno com um critério de uniformidade, sob o ponto de vista paisagístico; d) Plantação de vegetação autóctone ribeirinha junto aos lagos e charcas, que serão muito importantes quer para refúgio e chamada ao local de espécies faunísticas, sobretudo de avifauna, quer para as águas de escorrência, funcionando como biofiltros, contribindo para a emlhoria da qualidade ambiental do local. Para além do aumento da biodiversidade, estes elementos vegetais acrescentados, revestem-se de suma importância, para conferir um ambiente natural mais húmido e proteção de ventos, permitindo uma redução das necessidades de rega e de trabalhos de manutenção, mas também para aumentar a diversidade não só biológica mas visual. SINTESE CONCLUSIVA Perante o exposto, não somos contra a construção do CG-SMA, - objeto da dita petição - porquanto as intervenções atinentes à sua implementação, que nos foram garantidas nas reuniões e confirmadas nos documentos centrais, se revestem de melhorias e aditivos paisagístico-ambientais para a zona em causa, e são balizadas por princípios razoáveis de sustentabilidade. No fiel cumprimento do que sempre exigimos, na utilização e gestão sustentável de recursos, nomeadamente da água; na minimização do uso de fertilizantes (melhora a situação existente); na criação de zonas húmidas, na arborização com espécies autóctones, na promoção da diversidade biológica, na recuperação de zonas degradadas; e eliminação de resíduos do local a análise global que fazemos da intervenção, assume no seu todo um efeito ambiental global positivo”. Para além da oferta turística da infra-estrutura do CG-SMA, ambientalmente sustentável nos termos acima aludidos, o comprometimento da construção das duas lagoas artificiais e recuperação das charcas do local, assim como a plantação de endémicas, poderá ainda ser rentabilizado noutras frentes ecoturístcas como a interpretação ambiental e zona de birdwacting pela atração de aves residentes e migratórias às zonas húmidas. 4
  • 5. Respondendo a uma afirmação expressa na Petição, vincamos que “preocupante” seria se um grupo de jvens defensores do ambiente e do património, fosse contra uma intervenção num local, que em toda a linha, assegura a adição de melhorias claras àqueles desideratos da sua ação cívica, não sendo incongruente também na aceitação de mais uma infra-estrututa desportiva de qualidade para a ilha e as mais valias que trará para o emprego jovem e animação/ocupação sadia da juventude mariense. Se a salvaguarda/inclusão dos aspectos acima relevados, sempre exigidos pelo CADEP-CN como imperativos, foram determinantes para concordarmos com a construçao do CG-SMA também não obstamos ao seu avanço, porque aceitamos e e agimos no preceituado de uma linha de desenvolvimento sustentável que, priorizando as questões ecológicas, incorpora concomitantemente as mais-valias sociais e económicas. Vila do Porto, 30 de janeiro de 2012 CADEP-CN, Sta Maria José Andrade Melo 5