1. Professor: Leonardo Aucar
Gabriela Caesar
A obra de arte na época de sua reprodutividade técnica
Enquanto Adorno recusa as novas formas de arte (odeia tudo que é moderno),
Benjamin vê valor na arte moderna – obras têm potencial de revolução – só não
concorda que você idolatre esses tipos de arte. Ao mesmo tempo, Benjamin diz
que a arte se tornou comum, ou seja, perdeu o elemento de aura. Temos de olhar
a arte como algo mais comum, que pode ser produzir por todos, e não idolatrar
alguns poucos – que é o que a indústria cultural faz.
Critica a indústria cultural: Benjamin diz que a arte se tornou algo comum. Ao
mesmo tempo, a indústria cultural elege uns poucos que devem ser cultuados.
Esses poucos, no entanto, não têm o valor que a indústria cultural diz que têm. A
indústria cultural não tem a aura – alma, “a mais” da coisa – da arte.
Mudança da função social: antigamente, a arte era algo para você ascender, algo
espiritual, encontrar o nível superior. Hoje, a arte assume função política, está
ligada mais ao mundo que à alma.
Técnicas mecânicas de reprodução da arte: hoje, você não tem mais objeto
artístico único. Os objetos são produzidos em grande quantidade.
Diferença entre arte aurática e arte moderna: a aurática tem as qualidades da
aura, é reproduzível, é a primeira, a original, você não transfere isso. A moderna
você produz aos milhares, você não tem uma única, você tem 1 milhão.
Rio, 7 de novembro
Estudo dirigido Benjamin
A partir do pensamento de Walter Benjamin, defina o conceito de aura e explique
as razões apontadas pelo autor para ela estar em declínio no século XIX.
Destaque, ainda, qual a opinião de Benjamin sobre este declínio.
1) por não poder se reproduzido, ele tinha o “algo a mais”. A partir do momento
em que você consegue reproduzir, ele passa a ser algo comum. Monalisa em
20 mil sites, ela não tem mais mesmo valor, aura em declínio. Benjamin não
acha nem ruim nem bom, porque vê como processo de mudança - a arte
passa de aurática para política. Exemplo do afroreggae. Nem deles eh gênio
musical, mas eles tem oportunidade ali. Ganha (conhece Monalisa,
acessibilidade), mas perde (não mais rara).
Qual a relação entre as transformações no campo da arte e as
transformações sociais?
2) Com a produção em serie, devido às novas técnicas, você dessacralizou a arte,
ela passou a ser algo comum.
2. O que Benjamin entender por “função ritual” da arte? O que ele entende por
“função politica” da arte? Qual a relação entre essas duas funções e as técnicas de
produção artística?
3)
função ritual: função aurática, de contemplação, de culto, de raro, de
único. A arte antigamente fazia parte da vida comunitária – não era
separada da vida social (hoje, você vai a lugar especifico a ver arte e
passou a vendê-la). Função politica: papel, dever a cumprir, comum,
reproduzida muitas vezes. A mudança na técnica de reprodução da arte:
antes era lento, gradual, único (tipografia), enquanto hoje é em escalada
industrial, algo que torna a arte comum.
Que transformações a fotografia traz ao campo da produção artística?
Como ela modifica as obras de arte que a antecederam, como a pintura,
por exemplo?
4) Câmera permite que o homem aborde a realidade de maneira que antes era
impossível. A câmera amplia a nossa possibilidade de ver.
A fotografia era a primeira forma que arte que permite a sua reprodutividade
técnica infinita. Com negativo, você pode tirar quantas copias você quiser. Já com
o quadro, você pode copiar outro quadro, mas poderá dizer qual é o autentico.
Na fotografia, não. A arte não buscara mais buscar ser autentica. Sai da função
ritual; aurática e vai para a política.
Que mudanças o cinema trouxe na relação entre espectador e obra de arte? Qual
sua relação com a nova forma de percepção da realidade típica do século XX?
5) Agora, por causa de tamanhos estímulos, como no cinema, a obra de arte
acaba não sendo tão contemplada quanto deveria. O cinema deixa as pessoas
impacientes. Porque hoje as pessoas vivem correndo contra o tempo, não têm
tempo para nada, não param. Não param também, portanto, para contemplar.
Ou seja, transitoriedade. Já na repetição, há a rejeição do diferente (a pessoa
passa a querer ver as novelas, com as mesmas histórias, todos os dias).
Qual a diferença proposta entre o ator de teatro e o interprete cinematográfico,
para Benjamin?
6) O ator apresenta sua própria produção artística; intérprete
cinematográfico, exige a mediação de todo um mecanismo (câmera,
diretor, fotografia). A atuação do interprete é submetida a uma serie de
testes óticos. O intérprete, ainda, não tem a possibilidade de adaptar sua
representação. Enquanto o ator pode entrar na pele do personagem que
representa, o intérprete cinematográfico dificilmente poderá ter a mesma
atitude. O cinema constrói artificialmente a “personalidade” do ator.
Qual diferença entre a pratica do pintor e do cinegrafista?
7) O cinegrafista tem o poder de manusear o material, de modificar a
realidade, editar, enquanto o pintor não.
3. Como Benjamin vê o uso feito pelo capitalismo das novas técnicas de
produção artística? Qual o uso feito pelo socialismo?
8) Cinema será revolucionário quando todos poderem fazer cinema,
como no socialismo, quando colocavam pessoas que não eram atores
para atuar. Técnicas sejam usadas pela população. Já no capitalismo,
as técnicas são usadas para manter as coisas sob controle, não deixa-
as serem usadas pela população, escolhem poucos (sebastiao salgado:
não tem o porque de ser cultuado se qualquer fotografo pode fazer
aquilo, que pode ser reproduzido aos montes) a serem cultuados.
Explique o uso que, segundo Benjamin, o fascismo fez das técnicas
mecânicas de produção artística.
9) Culto exacerbado de uma pessoa para convencer as pessoas, a fazer
com que elas pensem de determinado jeito. Impressora, cinema,
fotografia etc são potenciais de convencimento.
O que Benjamin entende por recepção tátil e recepção ótica?
10) Recepção tátil: fazer as coisas ficarem mais próximas, vontade de
possuir o objeto. Tentativa de superar o caráter único de todos os
fatos através de sua reprodutividade técnica.
Recepção ótica: contemplação do objeto.
Estudo dirigido – Marshall Mcluhan e Pierre Levy
1) O que Mcluhan entende por “extensões”? Como elas transformam a
cultura e o homem? Por que? De exemplos.
Quando você tem um copo, você aumenta o seu potencial. Copo facilita que você
beba mais rápido e mais. Algo que potencializa e agiliza a extensão do homem; o
homem incorpora ele ao corpo. Cada extensão e tecnologia vão ter relações
próprias que vai interferir as relações sociais, como a forma que você vai se
relacionar com a cultura
Mais importante que o conteúdo, eh o meio pelo qual você absorvendo ele.
Absorvendo cultura pelo computador ou pelo museu?
2) Por que a teoria de Mcluhan é nomeada de teoria sensorialista dos
meios de comunicação?
Cada fase esta focada com cada um dos nossos sentidos; valoriza os sentidos de
cada uma das fases. Na fase da oralidade, todos os sentidos são focados para
poder decorar. Para aprender, tudo tinha que decorar, então precisava de um
ritual todo completa (dança, escuta musica, se pinta, canta, prova alimento). Com
a fase escrita, você começou a focar só o visual, mas o visual com a leitura da
audiovisual. Já tem visual, agora também tem o áudio. Na era eletrônica, volta a
estimular todos esses sentidos.
4. 3) O que Mcluhan quer dizer com a expressão “o meio eh a mensagem”?
As características do meio são mais importantes que a mensagem. O meio, a
tecnologia é mais importante que a mensagem. O conteúdo não é tão importante.
A TV é mais importante que o Programa do Faustão. Vale mais estudar, analisar a
TV que o Programa do Faustão. A internet, o meio – algo rápido, dinâmico, curto -
, pedia algo como o Twitter.
4) Qual a mensagem da palavra oral? (quais características da cultura
geradas por esse meio de comunicação? Ou seja: qual a concepção
espaço-tempo construída?; qual eh o tipo de conhecimento
produzido?; qual a relação individuo-grupo estabelecida?; como o
poder eh estruturado?) Em sua resposta, parta das características do
processo comunicativo típico desse meio de comunicação.
O emissor e o receptor estão próximos. Ênfase na audição articulada e no
conjunto de sentidos.
Experiência de tempo cíclico (de você reviver o que os seus antepassados
viveram; segue tradição; tem ideia do que a sua avo viveu eh igual ao que você
vive). Você não pode se comunicar a distancia, suas relações se dão dentro de
aldeia fechada. Território local.
Conhecimento mítico (de historia, de mito. Por exemplo, Deus criou o mundo
desta forma).
O coletivo eh mais forma do que o individuo. Ele submete o individuo a
interpretações estabelecidas.
Centralização de poder, autocracia (uma pessoa com poder).
5) Qual a mensagem da palavra escrita? E da tipografia? (Uma boa
referencia para pensar na diferença entre a cultura produzida por
esses dois meios eh o filme O nome da rosa).
Relação distante e próxima entre emissor e receptor. Não necessariamente o
emissor e o receptor no mesmo local, no mesmo território. Mesmo que você
tenha a carta, você precisa estar no mesmo tempo, porque você depende de um
intermediário (um padre, por exemplo, para explicar). A quantidade de texto era
pequena. A copia era à mão, então a quantidade de texto era pequena, na mão de
um grupo pequeno. Audição: liam muito para você. E visão linear: visão da linha.
O coletivo ainda submete o grupo, dependência. A teoria, a razão eh o tipo de
conhecimento. A memoria deixa de estar so nas pessoas e passa a estar também
nos textos. Você passa a ter uma concepção de tempo linear (passado, presente e
futuro), em vez de cíclica (repete passado). O domínio das tribos se expande e
você passa a ter cidades. O poder se flexibiliza um pouco, não está tão
centralizado, ate porque não tem só um cara que detém o conhecimento e vai
passá-lo a todos.
Na tipográfica, a relação emissor e receptor eh distante. A visão, também linear,
eh estimulada. Relação indivíduo-grupo individualista. Você tem o livro e você
sozinho pode ler. O conhecimento continua sendo o das teorias. Memoria social
esta nos textos, tem de ler textos. Experiência de tempo mantém linear historia.
5. De tribo (era tribal, era da oralidade) foi para cidade (era da escrita), e de cidade
agora é Estado-Nação (era da tipografia). Democracia.
6) Por que a era eletrônica provoca o ressurgimento de algumas
características da era da oralidade? Em que as duas eras se
diferenciam?
Porque aproxima receptor e emissor e volta a dar valor a outros sentidos
(“percepção integral”). De visão (era tipografia), ela vai dar atenção a audição e
visão (era eletrônica e era da oralidade). Na eletrônica, ha a volta dos mitos, mas
como narrativas-mitos.
Elas se diferenciam porque, na oralidade, as pessoas estavam no mesmo
ambiente, e, na era eletrônica, as pessoas não estão no mesmo ambiente
necessariamente (“desterritorializadas”). Não é mais território local, mas aldeia
global. De poder centrado, ele fica fragmentado. De cíclico, a experiência de
tempo agora eh presente.
7) Que transformações sociais a tecnologia elétrica/eletrônica impôs à
cultura? Por que a era eletrônica eh a “era da angustia”?
A passagem do individualismo para comunidade desterritorializada, porque você
deixou de ser o único receptor e agora quem recebe eh toda a comunidade,
simultaneamente. As pessoas passam a consumir aquilo que lhes interessa em
termo de cultura ao redor do mundo. Cada tribo pode produzir e consumir a
cultura que lhe interessar. A gente acaba tendo tanto acesso e tantos estímulos
diferentes que a gente se sente pressionado a responder a todos esses estímulos.
8) Explique os processos de explosão e implosão que ocorrem na cultura
ocidental?
Explosão eh a expansão do mundo, com longas distancias. A caravela, por
exemplo, mostra que o mundo eh maior, expandiu o planeta, mostrou lugares
que você não conhecia. Já a implosão é a integração, diminui a distancia. O avião,
por exemplo, aproxima as pessoas. Você pode fazer em 10 horas o que podia
fazer em três meses.
Perguntas especificas para a entrevista de Pierre Levy ao programa As
formas de saber. Questão principal: pensar a dinâmica dos processos
evolutivos humanos.
1) Para Levy, qual o motor dos processos de transformação dos
grupos humanos?
São os próprios seres humanos e como eles criam tecnologias que ajudam a
potencializar essas mudanças.
6. 2) Qual a relação entre tecnologia e construção do conhecimento?
Qual a relação da tecnologia com nossa inteligência, com nossa
capacidade de produção do conhecimento? (quais habilidades
humanas estão em jogo na produção do conhecimento?). Citar
exemplos dados por Levy; outros exemplos.
Faz a conta mais rápido (calculadora), guarda a informação (livro) e comunica
melhor (telefone). A tecnologia amplia a nossa capacidade mental; de memoria e
agiliza e potencializa o nosso processo de criação. A criação do Linux, plataforma
criada em conjunto pelo grupo de pessoas em conjunto por meio da internet.
Com a tecnologia, a gente amplia a nossa capacidade de lembrar, pensar, trocar
ideias, o que resulta em mais conhecimento. A criatividade, a memoria, o
raciocínio.
3) Relacione transformação social, tecnologia e politica. Citar
exemplos.
A transformação tecnológica traz transformação social – e de certa forma, ela é
transformação social -, que traz transformação politica. A tecnologia fornece
meios para as transformações sociais e politicas. A imprensa, uma transformação
tecnológica, modificou a sociedade que criou panfletos; jornais cuja ideias
culminaram na Revolução Francesa. Revolução Industrial idem, com maquinas.
4) Qual a relação entre tecnologia e cultura, ou entre tecnologia e
homem?
5) Por que Levy afirma que a tecnologia provoca medo?
Tecnologia traz mudanças e é desconhecida. As pessoas tem medo de mudanças.
As pessoas têm medo de a tecnologia mudar o que elas são, o que elas entendem
como o ser humano.
6) Qual a relação entre tecnologia e democracia? Cite os exemplos
dados por Levy.
Estão estreitamente relacionadas. Não há democracia sem comunicação livre.
Democracia exige liberdade e facilidade de comunicação. A independência
americana, por exemplo, só existiu porque havia tecnologia para transmitir
livremente pensamentos. Democracia na Grécia veio depois da invenção da
escrita.