1. Leigos Dehonianos
Província BSP - Dehonianos
MEDITAÇÃO DE PADRE DEHON Abril / 2012
O Ano com o Sagrado Coração de Jesus
O TESTAMENTO DO SAGRADO CORAÇÃO: O MANDAMENTO NOVO
Evangelho de João (13,34): Dou-vos um mandamento novo, que vos ameis uns aos outros, co-
mo eu vos amei. Nisto conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros
Primeiro Prelúdio: Os discursos de Nosso Senhor no Cenáculo e depois da Ceia são como o
testamento ditado pelo seu divino Coração. É preciso meditá-los, quer antes quer depois da res-
surreição.
Segundo Prelúdio: Senhor, dignai-vos dar-me a graça de amar o meu próximo a vosso exem-
plo, até ao sacrifício, até à morte, se for preciso.
PRIMEIRO PONTO: O mandamento novo: o espírito de caridade.
Um dos frutos mais brilhantes do Pentecostes foi a caridade mútua dos discípulos do Salvador.
A sua união edificava aqueles que a testemunhavam, Nosso Senhor tinha-os preparado para
este dom na sua última conversa antes da sua morte. «Meus filhos bem-amados, dizia-lhes, já
tenho pouco tempo para passar convosco, mas antes de vos deixar, tenho uma última recomen-
dação a fazer-vos. Depois de ter instituído o sacramento do amor, pelo qual, de algum modo,
vós todos fazeis um só corpo comigo, dou-vos, para uma aliança nova, um mandamento novo:
Amai-vos uns aos outros, como eu vos amei. Amai-vos, não só como as criaturas de um mesmo
Deus, ou como descendentes de Abraão, vosso pai comum; mas amai-vos como irmãos, como
filhos da Igreja, como membros do mesmo corpo, do qual eu sou o chefe. Amai-vos como eu
mesmo vos amei, até ao sacrifício de vós mesmos, até dardes a vossa vida para salvar a causa
dos vossos irmãos. Eis como vos hão-de reconhecer como meus discípulos».
Mas o preceito novo pedia um espírito novo, uma força nova e isto devia ser o fruto do Espírito
Santo».
SEGUNDO PONTO: A graça do Espírito Santo ajuda-nos a cumprir o preceito novo da caridade
evangélica.
É um preceito novo,
1º - por causa da extensão que Nosso Senhor lhe dá. Vai até ao sacrifício de si mesmo pelos ou-
tros
2. 2º - por causa da importância que Nosso Senhor lhe atribui. Faz dele o preceito fundamental da
lei nova e o sinal distintivo pelo qual hão-de reconhecer os seus discípulos;
3º - por causa dos novos motivos que devem excitar este amor nos nossos corações, a saber: o
exemplo de Nosso Senhor, a união com ele, nosso chefe espiritual, e a participação no seu amor
por aqueles que lhe são queridos e que são os seus amigos, os seus irmãos, os seus filhos bem-
amados;
4º - sobretudo por causa da graça do Espírito Santo, o qual nos dá a força que nos leva a amá-
lo até ao sacrifício.
Poderíamos nós resistir a este mandamento que Nosso Senhor nos dá, quando nós o vemos ele
mesmo a praticá-lo na sua vida de um modo tão perfeito e a nele colocar o último selo ao mor-
rer por nós? E como se o seu exemplo não bastasse, coloca nos nossos corações pelo seu Espírito
a atração desta caridade.
TERCEIRO PONTO: Os frutos maravilhosos do reino da caridade.
«O meu Pai e eu, diz o Senhor, somos assim glorificados». É, de fato, o amor divino pelos ho-
mens que é imitado e continuado. A nossa união fraterna faz a alegria de Deus nosso Pai. Ela
faz também a nossa força e a nossa consolação. As obras da caridade fraterna são também um
poderoso meio de apostolado e o instrumento da conversão dos povos. O mundo vê que nos a-
mamos e fica emocionado.
Esta caridade tem tido os seus inumeráveis mártires, que têm fecundado a Igreja e enchido o
céu. Todos aqueles que sacrificaram a sua vida nos trabalhos e nos perigos do apostolado sob
todas as suas formas são mártires da caridade. Enfrentaram as fadigas, as doenças, as dificul-
dades do clima, a hostilidade dos infiéis para irem em socorro dos que sofrem ou que estão nas
trevas da idolatria. Era o espírito da caridade que os conduzia.
Dando-nos o seu preceito novo, Nosso Senhor dá-nos, no Espírito Santo, a graça de o cumprir-
mos.
Se correspondermos a este espírito de caridade, havemos de praticar entre nós a doçura, a paci-
ência, a benevolência. As obras de misericórdia ser-nos-ão caras e fáceis. Teremos gosto em to-
mar conta dos pequenos, dos pobres, dos ignorantes, daqueles que sofrem. Havemos de nos re-
cordar da palavra do bom Mestre: «O que fazeis aos pequenos e aos deserdados, tenho como fei-
to por mim».
Se tivermos uma caridade ardente e abundante, levá-la-emos até ao sacrifício. Despojar-nos-
emos, afadigar-nos-emos para socorrer o nosso próximo, e, se for preciso, daremos a nossa vida
por ele como Nosso Senhor a deu por nós.
Resoluções. – Ó meu Salvador, quero daqui em diante praticar a caridade segundo o vosso e-
xemplo e segundo o espírito do vosso divino Coração. Serei doce, paciente, benevolente para
com os meus irmãos; não julgarei, não criticarei. Aplicar-me-ei com ardor às obras de zelo para
vos ganhar almas. Perdoai-me as minhas faltas tão numerosas à caridade. Renovai em mim o
vosso espírito. Obras Espirituais
Pe. João Leão Dehon
Edições Noviciado Sagrado Coração de Jesus
Barretos – SP
Colóquio com o Salvador. Março/ 2009
p. 04-06