3. • Nascido em 1931 no Rio de Janeiro.
• Gradua-se em Ciências Sociais na Universidade de São Paulo em 1952.
• Durante a graduação lecionou História Econômica da Europa na Faculdade de
Economia da USP.
• Em 1952 transfere-se para Cátedra de Sociologia I da USP, sob direção do professor
egresso da missão francesa Roger Bastide.
• Em 1953 concluiu seu mestrado, orientado por Florestan Fernandes.
• Em 1954, Florestan Fernandes assume a Cátedra de Sociologia I, organizando um
grupo de pesquisadores, que ficaram conhecidos como a “Escola de Sociologia da
USP”.
• Paralelamente é constituído um grupo de estudos dedicado a análise da obra, O
Capital de Karl Marx.
História Acadêmica
4. • No período de 1955 a 1960, estuda a sociedade escravocrata brasileira e as
relações raciais no Brasil.
• No período de 1961 a 1963, busca a reflexão sobre o desenvolvimentismo
brasileiro.
• Em 1962 apresenta sua tese de doutorado, onde analisa o sistema escravista no
Rio Grande do Sul.
• Entre 1964 a 1967, auto exilou-se no Chile, onde trabalhou na CEPAL.
• No período de 1965 a 1972, analisou a dependência estrutural da sociedade
brasileira no contexto da dependência latino-americana.
• Leciona na França em 1967 e 1968.
• Retorna ao Brasil assumindo a Cátedra de Ciência Política na Universidade de São
Paulo.
História Acadêmica
5. • Em 1969 é aposentado compulsoriamente da USP, devido a promulgação do Ato
Institucional nº 5.
• No mesmo ano participa da fundação do Centro Brasileiro de Análise e
Planejamento, o CEBRAP.
• A partir de 1971, debruça-se sobre as questões pertinentes ao modelo político
autoritário brasileiro e as possibilidades e tarefas da redemocratização.
• Ingressa na vida político-partidária em 1978, sendo eleito suplente de senador
pelo Movimento Democrático Brasileiro.
Fonte: LIEDKE FILHO, Enno D. A Sociologia no Brasil: história, teorias e desafios.
Sociologias. Porto Alegre. Ano 7, n. 14, 2005.
História Acadêmica
6. Dependência e desenvolvimento na América Latina
Análise integrada do processo de desenvolvimento nacional consiste em
determinar as vinculações econômicas e político-sociais que se dão no âmbito da
nação. Objetiva-se apreender o verdadeiro caráter da dependência – um tipo
específico de relação entre as classes e grupos que implica uma situação de
domínio que mantém estruturalmente a vinculação econômica com o exterior.
(1973;31)
Conceitos Importantes
7. Dependência e alianças de classe
As alianças dos grupos e forças sociais internas estão afetadas pelo tipo e
intensidade das mudanças, e estas dependem, em parte, do modo de vinculação
das economias nacionais ao mercado mundial; a articulação dos grupos
econômicos nacionais com os grupos e forças externos realiza-se distintamente e
com consequências diferentes, antes e depois de começar um processo de
desenvolvimento. O sistema interno de alianças políticas altera-se, além disso,
muitas vezes em consequência das alianças existentes no plano internacional.
(1973;29)
Conceitos Importantes
8. Dependência:
A noção de dependência alude diretamente as condições de existência e funciona-
mento do sistema econômico e do sistema político, mostrando as vinculações
entre ambos, tanto no que se refere ao plano interno dos países como o externo.
Subdesenvolvimento:
As noções de subdesenvolvimento caracteriza um estado ou grau de diferenciação
do sistema produtivo, apesar de que isso implique algumas consequências sociais
sem acentuar os pontos de controle das decisões de produção e consumo, seja
internamente (capitalismo, socialismo, etc..) ou externamente (colonialismo,
periferia de mercado mundial, etc..)
Conceitos Importantes
9. “Centro” e “Periferia”
As noções de “centro” e “periferia” por seu lado, destacam as funções que cabem
as economias subdesenvolvidas no mercado mundial sem levar em conta os
fatores político-sociais implicado na situação de dependência.
Fonte: Cardoso, Fernando H. e Faletto, Enzo. Desenvolvimento na América Latina, Rio
de Janeiro, Zahar, Ed. 1973.
Conceitos Importantes
10. “TEORIA DA DEPENDÊNCIA” OU ANÁLISES CONCRETAS DE SITUAÇÕES DE
DEPENDÊNCIA.
EMENTA
Texto apresentado no 2º seminário Latino-americano para o
Desenvolvimento (1970, Chile) para comentar as críticas de Francisco C.
Weffort. “Notas sobre a teoria da dependência: teoria de classe ou
ideologia nacional?”
Capítulo VI
11. Transformação da noção de dependência num conceito totalizante:
Segundo Weffort: “ em dadas condições sociais e políticas internas (que só podem ser
resolvidas por uma análise de classe), os grupos que detêm a hegemonia, ou seja,
que dão conteúdo a idéia de nação, podem usar a autonomia política para a
integração econômica. Noutras palavras, não creio que estejamos autorizados, por
uma referência a nação, a precisar a dependência como conceito totalizante que nos
daria a principio do entendimento da sociedade como conjunto”
Fonte: WEFFORT, F.C- notas sobre a “teoria da dependência: teoria de classes ou
ideologia nacional?” p.10
Crítica de Weffort
12. Fernando Henrique Cardoso reforça que a noção de dependência não pode fazer
mais do que ele assinalou*. A noção de dependência tal como foi caracterizada,
não é mais do que a expressão política, na periferia, do modo de produção
capitalista quando este é levado à expansão internacional.
F. H. C diz “até por entendimento semântico, quem depende, depende de algo:
está condicionado, não é condicionante. Pretender elevar a noção de dependência
à categoria de conceito totalizante é um non sens. E rigorosamente não é possível
pensar numa “teoria de dependência”.
*explicação na folha de acompanhamento.
13. Ambigüidade do conceito de dependência:
Segundo Weffort: “ ele oscila irremediavelmente do ponto de vista teórico, entre um
approach nacional e um approach de classe. No primeiro, o conceito de nação opera
como uma premissa de toda a analise posterior das classes e relações de produção;
ou seja, a atribuição de um caráter nacional (real, possível e desejável) a economia e
a estrutura de classe joga um papel decisivo na análise. No segundo, pretende-se
que a dinâmica das relações de produção e das relações de classe determine, em
última instância, o caráter (real) do problema nacional”
Fonte: WEFFORT, F.C- notas sobre a “teoria da dependência: teoria de classes ou
ideologia nacional?” p.7
Crítica de Weffort
14. No âmago da crítica está a ideia de que a ambigüidade do conceito de
dependência que ora se refere à “dependência externa”, ora à relação estrutural
externo-interno.
F. H. C diz “ Por isto insistimos em que a contradição entre as classes nas situações
de dependência inclui contradições especificas entre a nação (O Estado), e o
imperialismo e entre os interesses locais da classe dominante e seu caráter
internacionalizante. Não se reproduz um problema no conceito, mas se constitui o
conceito de dependência saturado historicamente das contradições particulares
que lhe dão sentido, em relação com as contradições gerais (isto é, com as que
derivam da expansão do modo de produção capitalista internacional) numa
combinação determinada concreta.
15. Questão do imperialismo.
Segundo Weffort: “O imperialismo não se define (para Lênine) a partir de uma
premissa política (a Nação) mas como uma fase particular do desenvolvimento
capitalista, ou seja, a partir das relações de produção, com o aparecimento dos
monopólio e a fusão do capital bancário com o industrial”.
Fonte: WEFFORT, F.C- notas sobre a “teoria da dependência: teoria de classes ou
ideologia nacional?” p.19
Crítica de Weffort
16. A questão não é saber a que teoria do imperialismo se liga a idéia de
dependência, mas sim a de reelaborar a teoria do imperialismo, de modo a mostrar
como se dá a acumulação de capitais quando se industrializa a periferia do sistema
capitalista internacional.
As situações de dependência decorrem da existência de algum tipo de expansão
de capitalismo.
A teoria Leninista do imperialismo é insuficiente para explicar o que ocorre nas
situações contemporâneas de dependência que se dão em países cuja
industrialização se faz sob controle do capital financeiro internacional.
17. F. H. C chama a crítica feita por Weffort de crítica com conotação ideológica.
A crítica pouco acrescentou as discussões das análises concretas de situações de
dependência.
Frase final: A crítica mais legível ao esforço feito e para ele deve caminhar quem estiver
interessado, não em fazer “uma teoria socialista” da revolução, mas em elaborar uma
teoria que permita orientar a prática, se for o caso, de uma revolução socialista, ou
que permita mostrar as situações nas quais tal tipo de revolução se transforma mais
num anseio enraizado em ideologias do que num caminho socialmente viável.
Crítica para Weffort