O documento descreve a história milenar da ventilação mecânica, desde as primeiras teorias sobre respiração na antiguidade até os avanços modernos. Destaca eventos-chave como a descrição da intubação traqueal por Hipócrates, o desenvolvimento dos primeiros ventiladores artificiais no século 20 e a epidemia de poliomielite na Escandinávia que impulsionou novos princípios de ventilação mecânica invasiva.
2. 1000 Anos de História
• ‘The lungs are the center of the
universe and the seat of the soul’ -
Unknown philosopher - Kotur :
Editorial : Mech. Vent. Past, Present And
Future
• Egípcios, gregos, chineses – todos
tinham suas teorias sobre a
respiração
3. 1000 Anos de História
• Bíblia, Reis 4:34-35 – o Profeta Eliseu
“Depois, deitou-se sobre o corpo do menino,
pondo a boca na dele, encostando os olhos
mesmo aos dele e colando as mãos às da
criança. O corpo da criança começou a
aquecer de novo. Então desceu, e andou
pela casa, de um lado para o outro, algum
tempo; tornando a subir, estendeu-se
novamente sobre a criança. Desta vez ela
espirrou sete vezes e abriu os olhos.”
Ventilação boca a boca
4. 1000 Anos de História
• Hipócrates (460-375 AC) – Tratado do Ar
“Pode-se introduzir uma cânula na traqueia
através da mandíbula para que o ar seja
levado aos pulmões.”
Primeira referencia a intubação traqueal
• Galeno (130-217 DC) – “Com a perfuração
da pleura todo o processo da respiração é
destruído”
Anatomia torácica, disseção e vivissecção
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6. 1000 Anos de História
• Vesalius (1514-1564) – descobriu uma
maneira efetiva de manter um animal
experimental vivo com tórax aberto –
“uma abertura na traqueia deve ser feita,
onde um tubo de junco ou cana deve ser
posto; deve-se então soprar o ar. De fato,
com uma ventilação suave o pulmão irá
abrir completamente, e o coração exibirá
movimento. Fazendo isso em intervalos
regulares o coração não parará”
Traqueostomia e ventilação controlada
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8. 1000 Anos de História
• Johm Hunter (1728-1793) – tratamento de
afogados com “duas bolsas” através de
uma traqueostomia
Manejo de via aérea e ventilação com bolsa
valvulada
• Drager Pulmotor (1911) – equipamento de
ventilação usado por bombeiros e policiais
Ventilador artificial com fonte de oxigênio
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11. 1000 Anos de História
• 1800 a 1900 – ventilação com pressão
negativa – utilizando diversos sistemas
em volta do tórax ou todo o corpo para
simular a ventilação natural – com todos
os inconvenientes desta técnica...
• Dois modelos ficaram famosos:
Pulmão de aço
Cinta torácica – pacientes com doenças
neuromusculares crônicas chegaram a ser
ventilados assim por 30 anos!!!
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14. 1000 Anos de História
• Epidemia escandinava de poliomielite – 1952
– 2722 pacientes com pólio tratados, dos quais
315 demandavam ventilação mecânica:
Muitos princípios da VMI foram
desenvolvidos, como uso de tubos com cuff,
desmame progressivo por redução de
assistência, etc
Primeiros ventiladores de pressão positiva
com uso clínico foram desenvolvidos!
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16. 1000 Anos de História
• Forrest Bird (1921-2015) – piloto de caça e
médico americano, aplicou os princípios dos
ventiladores de voo em alta velocidade com
pressão positiva e criou o BIRD MARK 7
28. Ventilação Mecânica
• Manutenção da oxigenação e da ventilação em
pacientes portadores de insuficiência
respiratória aguda, de maneira artificial até
que seja possível autonomia ventilatória
• Ventilação mecânica (VM) ou suporte
ventilatório, é um método de suporte para o
tratamento de pacientes com insuficiência
respiratória aguda ou crônica agudizada
• A IRPA é a principal causa de internação em
UTI, e as causas mais frequentes são
pneumonia, ICC, DPOC, SDRA, coma ou
doenças neuromusculares
29. Objetivos
• Reduzir o trabalho da musculatura
respiratória
• Reverter ou evitar a fadiga da musculatura
respiratória
• Diminuir o consumo de oxigênio e reduzir o
desconforto respiratório
• Manutenção das trocas gasosas – correção da
hipoxemia e da acidose respiratória associada
à hipercapnia
• Permitir a aplicação de terapêuticas
específicas
30. Indicações
• Na insuficiência respiratória aguda ou crônica
agudizada para:
Melhora das trocas gasosas
Redução do trabalho respiratório
• Pode ser utilizada de forma não-invasiva
(máscara facial) ou invasiva (tubo
endotraqueal ou cânula de traqueostomia)
• Incapacidade de ventilar espontaneamente
definida por:
Volume minuto < 4 lpm
PaCO2 > 50 mmHg ou PaO2 < 60 mmHg
pH < 7,25
38. Modos Ventilatórios
Convencionais
• VCV – assisto controlado limitado a volume
Mantém volume minuto mais estável
Pressões de pico e platô variáveis e
dependentes da mecânica pulmonar do
paciente
Pode ser disparado a tempo, pressão e fluxo
e limita-se ao volume pré-determinado
Demanda monitorização das pressões e
regulagem dos alarmes
Permite o cálculo das pressões (Ppico, Pplat,
complacência pulmonar (Cdyn e Cstat) e
resistência das vias aéreas (Raw)
39.
40. Modos Ventilatórios
Convencionais
• PCV – assisto controlado limitado a pressão
Permite melhor controle das pressões (Ppico)
Pressão limitada durante toda a fase
inspiratória
Ciclado a tempo, fixado em segundos, fluxo
livre e desacelerado
VC variável, depende do delta de pressão /
pressão diferencial (Pd) e da mecânica
ventilatória
Monitorizar volume expirado e regular
alarme de volume minuto
Pode-se modificar o fluxo inspiratório
(rampa) para ajustar melhor VC. Cuidado
com overshoot (pico de fluxo excessivo)
41.
42. Modos Ventilatórios
Convencionais
• PSV – ventilação a pressão de suporte
Modo assistido ou espontâneo
Disparado exclusivamente pelo paciente –
pressão ou fluxo
Pressão limitada durante toda a fase
inspiratória, ciclado quando o fluxo cai a
25% do pico de fluxo inspiratório. Este
critério de ciclagem (% do fluxo) pode ser
modificado para reduzir o tempo inspiratório
O rise time (rampa) também pode ser
ajustado para reduzir o Tins e aumento do
VC
43.
44. Modos Ventilatórios
Convencionais
• Observações:
O uso de ventiladores ciclados a pressão pode
ser feito quando não houver outros disponíveis.
Pode ser disparado a pressão ou tempo, com
fluxo fixo, com VC não conhecido. Recomenda-
se nesse caso o uso de ventilômetro de Wright
para avaliar VC. Avaliar com gasometria após
20 min para checar PCO2 – BIRD MARK 7
SIMV – modo sincronizado intermitente
mandatório. Associado a maior tempo de
ventilação mecânica.
A recomendação forte é NÃO
USAR SIMV
45. Regulagem Inicial do
Ventilador
• Parâmetros ajustáveis:
Fração inspirada de O2 – FiO2
Volume corrente – VC
Modo – assisto-controlado, assistida, volume,
pressão
Frequência respiratória – FR, e relação I:E
Tipo de disparo – tempo, fluxo, estimulo neural
Sensibilidade
Pressão positiva ao final da expiração – PEEP
Alarmes do aparelho
Fluxo
47. Monitorização da VMI
• Monitorização da troca gasosa:
Gasometria arterial: o mais rápido possível antes
de iniciar VMI para estabelecer raciocínio clínico.
Repetir após 20 min de VMI para reajustar os
parâmetros e diariamente enquanto durar a fase
aguda, e a cada mudança no quadro clínico
Registrar na coleta FIO2, VC, FR, PEEP, SpO2 e
PETCO2 (se em capnografia), se em posição
prona, se recrutamento alveolar e modo
ventilatório
Oximetria de pulso: utilizar em todo paciente que
recebe suplementação de O2, VMI, VNI e IRPA
Capnografia: usar em pacientes neurológicos sob
VMI, para confirmação de posição de TOT e em
todas as situações de retenção de CO2
48. Monitorização da VMI
• Efeitos da PEEP
Mecanismos de melhora da oxigenação:
Capacidade residual funcional (CRF)
Redistribuição da água intralveolar para o
espaço intersticial
Melhora da complacência pulmonar
Redução do Shunt pulmonar
Mecanismos de melhora da CRF:
Distensão dos alvéolos normais
Prevenção do colapso alveolar
Recrutamento ou reabertura dos alvéolos
colapsados
49.
50. Monitorização da VMI
• Monitorização da hemodinâmica
Pressão arterial invasiva
PVC
Variação da pressão de pulso
Pletismografia da onda da oximetria de
pulso
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52.
53. Complicações e Problemas
Associados a VMI
• Trauma – intubação, tempo de permanência
• Aspiração
• Infecções – PAV, sinusites
• Barotrauma e volutrauma
• Assincronias – disparo, fluxo e ciclagem
• Fome de ar
• Auto PEEP
• Vazamento e escape