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DESENVOLVER PROJETOS E ORGANIZAR EVENTOS NA ESCOLA: uma oportunidade para
                     pesquisar e compartilhar conhecimentos

                          Marcílio Hubner de Miranda Neto Rafael Bruno Neto Ana Lúcia Crisostimo



INTRODUÇÃO
“Quando o desejo humano de compreender o mundo está organizado de forma criteriosa para coletar, testar
e partilhar, temos o que chamamos de ciência”. (Harlan e Rivkin, 2002)

Quando se fala em ciência no ambiente escolar ocorre uma imediata associação com as questões que
envolvem a biologia, a física e a química, raramente as ciências sociais são lembradas. Talvez seja por isto
que sempre que a escola organiza uma “feira de ciências” as humanidades são deixadas de lado e as questões
sociais contemporâneas não são discutidas, apesar de influenciarem o fazer científico e de serem fortemente
influenciadas pela introdução dos aparatos tecnológicos na sociedade. Verifica-se uma carência de
aproximação entre as ciências sociais e as ciências naturais, entre o fazer científico e a vida. Nesse sentido
chama a atenção Boaventura de Souza santos (1995) ao argumentar que o conhecimento científico deve
ensinar a viver e traduzir-se num saber prático, derivando daí uma característica da ciência pós-moderna: todo
conhecimento científico visa constituir-se em senso comum sem carregar consigo o caráter pejorativo que o
termo possui, pois estaria ligado a socialização do saber. Mas não é somente nas feiras de ciências que as
ciências sociais são desconsideradas como alerta Siqueira (2005) nos programas de televisão voltados ao
público infantil o modelo de cientistas apresentado é aquele dos laboratórios, das experiências tubos de
ensaio, pipetas e equipamentos eletrônicos. Nunca aparece um sociólogo, antropólogo, psicólogo ou cientista
político. Ressalta que no universo do desenho e das animações, esses não parecem ser reconhecidos como
profissionais das ciências. Agora eu indago a você que está lendo este texto: no universo de nossas escolas e
de nossas feiras de ciências quem é reconhecido como cientista? Quais os tipos de pesquisas são ou podem ser
desenvolvidas? Será que as Escolas de Ensino Básico podem realizar pesquisas que gerem novos
conhecimentos? Quais os tipos de trabalhos apresentados nas feiras de ciências que organizamos e como eles
contribuem para a construção da cidadania? Há necessidade de separar feiras de ciências de feiras culturais?
Qual o percurso a ser percorrido pelos alunos, pelos professores e pelas escolas no desenvolvimento dos
projetos e na organização das feiras de ciências? Frente a estes questionamentos elaboramos o presente
trabalho que tem por objetivo promover reflexões sobre a temática, bem como reunir informações da
literatura que colaborem para a compreensão da importância de tais eventos.

DESENVOLVIMENTO

Segundo Mancuso (2000) “As Feiras de Ciências são eventos realizados nas escolas ou na comunidade com a
intenção de, durante a exposição dos trabalhos, oportunizar um diálogo com os visitantes, constituindo- se na
oportunidade de discussão dos conhecimentos, das metodologias de pesquisa e da criatividade dos alunos.”
Vejam que no conceito não existem restrições as metodologias das ciências sociais, então porque não
estimular os alunos para que surjam cada vez mais trabalhos que mostram o universo das ciências sociais e
suas relações com as ciências naturais, com as tradições humanas e com as artes? Conforme é destacado nos
Parâmetros Curriculares Nacionais (Brasil, 1997), a manifestação artística tem em comum com o
conhecimento científico, técnico ou filosófico o seu caráter de criação e inovação. Essencialmente, o ato
criador, em qualquer dessas formas de conhecimento, estrutura e organiza o mundo, respondendo aos desafios
que dele emanam, num constante processo de transformação do homem e da realidade circundante. Tanto a
ciência quanto a arte respondem a essa necessidade mediante a construção de objetos de conhecimento que,
juntamente com as relações sociais, políticas e econômicas, sistemas filosóficos e éticos, formam o conjunto
de manifestações simbólicas de uma determinada cultura. Ciência e arte são, assim, produtos que expressam
as representações imaginárias das distintas culturas, que se renovam através dos tempos, construindo o
percurso da história humana.
Em que pesem as críticas ao reducionismo com que muitas vezes são tratadas as feiras de ciências elas
representam uma excelente oportunidade dos alunos deixarem de ocupar uma posição passiva no processo de
aprendizagem e de serem estimulados a realizar pesquisas que fundamentem os projetos que irão desenvolver
e tornar público quando da realização do evento.
A realização das feiras de ciências, mostras culturais e outros eventos similares geram um grande movimento
na escola, pois colocam os alunos na condição de pesquisadores, e os professores devem assumir o papel de
orientadores. Esses novos papéis causam uma tensão positiva que desperta nos alunos e nos professores a
necessidade de rever seus aprendizados anteriores e aprofundar conhecimentos, pois estão cientes que no
momento da apresentação do trabalho para a comunidade muitos questionamentos irão surgir e os alunos
apresentadores só darão conta de realizar a transposição didática se estiverem seguros do conhecimento que
fundamenta sua ação enquanto mediadores no processo ensino/aprendizagem. Desta maneira quanto maior a
fundamentação teórica e o envolvimento nas atividades práticas que resultaram na produção do trabalho,
melhor será a capacidade de interlocução do aluno no momento da socialização dos resultados do seu trabalho
com a comunidade escolar e extra-escolar.
Essa busca por conhecimentos possibilita aos alunos conhecerem diferentes fontes de informações que vão
desde a pesquisa em livros, artigos de jornais e revistas, “sites” e, muitas vezes, centros de ciências, museus
de divulgação científica e tecnológica, universidades entre outras. Portanto, o aprendizado ocorrido no
desenvolvimento de um projeto, vai muito além do mero conhecimento de um conteúdo, pois amplia a
capacidade do aluno para buscar informações, reuni-las, sintetizá-las e estabelecer suas próprias
conclusões.Este contexto contribui para a construção de uma visão da ciência como uma interpretação do
mundo, e não como um conjunto de respostas prontas e definidas (Campus e Nigro, 1999).
O processo de aprendizagem obedece algumas etapas que se sucedem e que permitem graus variados de
aprofundamento do raciocínio. O “simplesmente ler” implica em um nível de complexidade; o “ler
escrevendo”, outro nível de complexidade; executando uma atividade, outro nível mais profundo de
complexidade de mobilização cerebral. Ao elaborar uma atividade com o nível de exigência de um trabalho
científico, de qualquer complexidade, ou simplicidade, conforme o esperado em uma feira de ciências do
ensino fundamental ou médio, tem-se o máximo de mobilização das funções cognitivas, de memória,
aprendizagem e de criação que se pode exigir de um indivíduo. Dessa forma, as feiras de ciências, enquanto
extensões da escola tornam-se instrumento de construção da linguagem e de sistematização do pensamento,
do raciocínio e do trabalho. Apresentam-se também como oportunidade para abrir as janelas: da curiosidade e
interesse do aluno, da criatividade e mobilização do professor, da vida e sentido social da Escola.
Do ponto de vista metodológico, segundo Pavão (2005) as feiras de ciências são utilizadas para repetição de
experiências realizadas em sala de aula; montagem de exposições com fins demonstrativos; como estímulo
para aprofundar estudos e busca de novos conhecimentos; oportunidade de proximidade com a comunidade
científica; espaço para iniciação científica; desenvolvimento do espírito criativo; discussão de problemas
sociais e integração escola-sociedade.

A produção estudantil apresentada em feiras de ciências de acordo com Mancuso (2000) pode ser resumida
em três modalidades:
1- Trabalhos de montagem de aparelhos e artefatos demonstrativos. Ex: maquetes, vulcões, eletroímãs, etc.
2-Trabalhos informativos com demonstração de conhecimentos acadêmicos/alertas/denúncias. Ex: Destilação
de cana de açúcar, formação da chuva...AIDS, câncer de mama, tabagismo, etc.
3- Trabalhos investigatórios desenvolvidos a partir de projetos onde costuma ocorrer produção de
conhecimentos com ênfase em temas referentes à saúde pública (ex: aditivos – o perigo nos alimentos...),
educação ambiental (ex: restauração ecológica no aterro...), temas didático-pedagógicos (ex: uso de
brinquedos no ensino de...), interesse comunitários (ex: relação salário mínimo X cesta básica...), saber
popular/investigações do cotidiano (ex: remédios caseiros para piolhos...), interesse econômico/produtividade
(ex: que marca de arroz dendê mais?...), pesquisa de opinião, investigação descritiva/classificatória (Ex; ciclo
de vida do coleóptero do amendoim...), funcionamento do corpo humano (ex: cafezinho X ritmo cardíaco...),
ativismo tecnicista (ex: efeito de vinagre/álcool/leite/água no crescimento do alface,...), assuntos não usuais
(ex: o poder das pirâmides na conservação da maçã...).

Etapas de organização de uma feira de ciências:
1- Definição no planejamento anual da escola do período de realização da feira, que poderá ser da
       própria escola ou em parceria com outros órgãos;
    2- Escolha de um tema geral;
           a. Esse tema deverá estar em sincronia com o currículo e representar uma forma de ampliar a
                aquisição de conhecimentos, bem como de socializá-los com a comunidade em que a escola
                está inserida;
    3- Elaboração do regulamento para apresentação de trabalhos;
    4- Estabelecimento de critérios de avaliação;
    5- Planejamento das turmas que desenvolverão projetos para apresentação na feira;
    6- Definição dos temas que serão pesquisados por cada equipe;
    7- Elaboração do projeto de cada equipe.

Elaborando o projeto de cada equipe:

As feiras de ciências representam um grande estímulo para que crianças e jovens também construam
conhecimentos científicos, rompendo com o mito de que pesquisa é privilégio de professores universitários e
de pesquisadores ligados a institutos de pesquisa que só vivem na imaginação do jovem. Entretanto é preciso
que esse jovem “cientista” seja orientado a sistematizar os conhecimentos que irá adquirir/construir, ou
reconstruir, pois o fazer científico implica, necessariamente, em observar, elaborar e sistematizar.
Ao se fazer o projeto, é importante definir onde se quer chegar com ele (é importante não querer salvar o
mundo com um único projeto). A complexidade dos projetos deve respeitar o nível de conhecimento que os
alunos já possuem e a capacidade para adquirir novos conhecimentos, dessa forma, projetos do ensino
fundamental serão mais simples que projetos do ensino médio. Pois mais importante do que o resultado é a
possibilidade de conhecer o processo. É fundamental que os temas sejam de interesse dos alunos, e que o
professor tenha atitudes contagiantes, demonstre interesse autêntico em realizar o projeto, pois assim irá atrair
o interesse emocional e intelectual dos alunos, e tornar essa experiência uma oportunidade de construir
compreensões válidas da ciência, fazendo com que a pesquisa deixe de ser uma obrigação para se tornar uma
atividade prazerosa.
O percurso abaixo sugerido pode colaborar para que alunos de ensino fundamental e médio possam
desenvolver seus projetos e compreender as fases de uma pesquisa.

    1- Escolha do tema - Cada equipe vai escolher um tema que contemple o tema geral da feira. Essa
       escolha deve ser feita, preferencialmente, no início do ano letivo para que os alunos possam
       pesquisar e elaborar um projeto com característica permanente.
    2- Lendo e compreendendo textos técnico-científicos - O professor orientador da equipe deverá
       solicitar-lhes que, periodicamente, tragam um texto referente ao tema escolhido e manifestem-se em
       sala de aula. É importante que o professor oriente os alunos sobre a forma correta de se ler e
       compreender um texto técnico científico. Isso, de acordo com Silva, (2004) poderá ser facilitado se o
       aluno obedecer como roteiro a busca de respostas às cinco perguntas que se seguem:
            a. Do que o texto trata (tema)?
            b. Qual o problema a ser solucionado (problema)?
            c. Que idéia defende e o que se quer demonstrar (idéia central ou tese)?
            d. Como o autor demonstra sua tese (argumentação)?
            e. O que é proposto como superação do problema (conclusão)?
       Todos irão perceber que, na verdade, essas mesmas perguntas deverão ser respondidas pelos alunos
       ao longo do processo de preparação dos seus próprios temas para a feira de ciências. Essa leitura lhes
       permitirá entender o percurso mental feito pelo autor/pesquisador/cientista para desenvolver a ação
       (pesquisa) que resultou nos subsídios para a construção do texto científico.
3- Pesquisando sobre o tema para montar o projeto – Pesquisa vem do latim perquiro que significa
         “procurar; buscar com cuidado; procurar por toda a parte; informar-se; inquirir; perguntar; indagar
         bem, aprofundar na busca”. Conforme alerta Bagno (1998), nada tem a ver com trabalhos
         superficiais feitos só para “dar nota”. Nesta fase, os alunos devem procurar informações na Internet,
         na biblioteca, em jornais e também, quando possível, através de conversas e entrevistas com
         autoridades no assunto (que em termos de relato como referência é chamada de comunicação
         pessoal);
    4- Papéis do professor -Agora que os alunos já sabem como montar seu projeto e qual tema irão
         abordar é hora de muita leitura, troca de informações e discussões. Nesta fase os alunos devem ser
         estimulados a se perguntarem o que gostariam de descobrir e transmitir para os outros e a recordarem
         o que já sabem sobre o tema. O professor desempenha o papel de catalisador que de acordo com
         Harlan e Rivkin (2002), auxilia os alunos a organizarem suas idéias e a perceberem–se como sujeitos
         que pensam e resolvem problemas, resistindo a tentação de mostrar-se como grande conhecedor,
         estabelece o diálogo com alunos e uma relação de companheirismo onde todos compartilhem o
         prazer de ensinar e aprender.
Na seqüência o professor assume o papel de consultor, observando, ouvindo, oferecendo dicas para os
alunos. Deve também fazer algumas perguntas à equipe que a auxilie a focalizar o que é relevante para o seu
projeto. É fundamental que os alunos tenham tempo para encontrar as respostas. Deve também atuar como
Modelo deixando os alunos perceberem que ele reúne as qualidades necessárias ao sucesso na aprendizagem:
curiosidade, persistência e criatividade. È importante que ele conte para os alunos sobre dificuldades que
encontrou ou está encontrando e as tentativas sucessivas que fez ou vem fazendo até ter sucesso no
desenvolvimento de um projeto.

     5- Itens que compõe o projeto – Título; objetivo; justificativa; metodologia; resultado esperado ou
         produto final; fontes de consulta ou bibliografia; cronograma.
Título: Inicialmente pode ser adotado um título provisório que contemple o tema, assim o projeto já terá um
nome, posteriormente ao final do trabalho um novo título mais criativo ou mais representativo poderá ser
escolhido é sempre bom lembrar que o título é o menor resumo do trabalho.
Vamos imaginar uma equipe de uma escola de Maringá que estabeleceu como tema estudar os fatores que
levam a ocorrência de dengue no ambiente urbano e à partir de suas pesquisas elaborar texto, cartazes e uma
exposição para a feira de ciência;
Os título provisórios poderá ser:
Investigação dos fatores que facilitam a proliferação de dengue no município de Maringá.

Objetivos:
Para estabelecer os objetivos é fundamental que todos se perguntem: qual a contribuição que queremos dar
para ampliação, sistematização e socialização do conhecimento já produzido sobre o tema escolhido?
O objetivo jamais pode ser fazer um trabalho para o professor dar nota ou fazer um trabalho para apresentar
na feira de ciências isto é obvio. No exemplo que adotamos os objetivos podem ser:
1-compreender as causas da proliferação do mosquito da dengue em Maringá;
2-investigar as contribuições oferecidas pela população para a proliferação ou para a eliminação do
mosquito.

Justificativa:

Neste capítulo devemos deixar claro porque optamos por pesquisar um tema. Algumas perguntas devem ser
respondidas: é importante para as pessoas da comunidade de nossa escola e de nosso município saber mais
sobre o tema? Os conhecimentos reunidos quando compartilhados com os colegas da escola e com os
freqüentadores da feira de ciências contribuirão para que haja um crescimento cultural, pessoal ou social?
Contribuirão para resolver algum problema que vivenciamos? Contribuirão para que as pessoas adotem uma
nova conduta? Estimulará a criatividade na busca de alternativas científicas e tecnológicas no
desenvolvimento de produtos acessíveis a toda população? Resumindo elaborar uma justificativa é mostrar a
importância e defender seu projeto. É aconselhável que você leia sobre o tema pois nos textos consultados
você poderá encontrar fundamentação teórica que reforça a sua defesa do projeto.

Equipe 1 - justificativa: Com certa freqüência ouvimos nos noticiários e lemos nos jornais sobre a ocorrência
de casos de dengue em Maringá ou em cidades vizinhas, também em nossas escolas o tema é abordado nas
aulas de ciências e biologia. Com freqüência são feitas campanhas de combate ao mosquito transmissor
desta doença. Entretanto muitas pessoas não sabem reconhecer o mosquito e também não tomam as medidas
necessárias para combater a sua proliferação. De acordo com Milaneze e Miranda Neto (2002) A dengue e a
malária são doenças transmitidas por mosquitos que se reproduzem em águas limpas e paradas. No meio
urbano, grande preocupação tem sido demonstrada com objetos que acumulam água como pneus, latas,
caixas d’ água, pratos que suportam vasos com plantas, etc. Alertam também que há uma crescente utilização
de diferentes tipos de bromélias na jardinagem pública e doméstica e aparentemente a população não
relaciona a água armazenada nos “copos” destas plantas com a proliferação de mosquitos transmissores de
doenças.

Metodologia:
A metodologia indica o caminho a ser percorrido e a forma utilizada para realizar o trabalho. Deve possibilitar
o alcance dos objetivos estabelecidos e ser compatível com os resultados esperados.

Vamos supor que nosso objetivo fosse apenas escrever um texto e elaborar cartazes à partir daquilo
que encontrarmos em jornais, revistas e livros. Neste caso a metodologia para as duas equipes consistiria
em:
1-reunir e ler textos; 2- fichar os textos lidos; 3- redigir o texto próprio da equipe; 3- elaborar cartazes
explicativos para expor na feira de ciências.

Outra possibilidade: equipe 1 - escrever um texto e elaborar cartazes com informações obtidas em jornais,
revistas e livros e com dados obtidos por meio da observação dos jardins e terrenos baldios de Maringá, bem
como montar uma exposição reproduzindo o ambiente que o mosquito da dengue prolifera. Neste caso a
metodologia consistiria em:
 1-reunir e ler textos; 2- fichar os textos lidos; 3- observação e registro de jardins e terrenos baldios onde
existam situações de risco para a proliferação do mosquito da dengue; 4-redação do trabalho; 5- elaboração
de cartazes explicativos para expor na feira de ciências; 6- montagem de uma exposição para feira de
ciências.

Produto Final:
O produto final será um trabalho para apresentação na feira de ciências, desta forma os alunos poderão
compartilhar com muitas pessoas aquilo que aprenderam. É interessante que as feiras de ciências produzam
um livro de resumos onde os alunos deixarão registrado o trabalho que realizaram e ao mesmo tempo terão a
oportunidade de atuar como autores de um trabalho publicado. Atualmente o livro de resumos também
denominado de anais, não precisa ser impresso, a escola pode criar uma página na internet o livro de resumos
pode ficar disponível na página com isto ocorre uma redução de custos e os resumos podem ser lidos por
internautas de todo o mundo.

Bibliografia:
É importante dar crédito aos autores consultados e citados no texto incluindo-os na bibliografia.

Após a feira de ciências:
Tomando como base os escritos de Gasparin (2005) ao propor uma didática para a pedagogia histórico crítica
entendemos que este é o momento do professor resgatar com os alunos o que representou para eles
desenvolver o projeto, como era a sua atitude enquanto cidadão antes de desenvolver o trabalho e como é sua
atitude agora. Mudou alguma coisa?

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BAGNO,M. Pesquisa na escola. São Paulo: Edições Loyola, 1998.
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: arte. Brasília:
MEC/SEF, 1997. 130p.
GASPARIN, J.L. Uma didática para a pedagogia histórico-crítica.Campinas: Autores Associados, 2005.
HARLAN,J.D.; RIVKIN, M.S. Ciências na educação infantil: uma abordagem integrada, 7.ed. Porto Alegre:
artmed,2002.
MANCUSO, R. Feiras de ciências: produção estudantil, avaliação, conseqüências. Contexto Educativo.
Revista digital de Educacion y nuevas Tecnologias n. 6, abril, 2000. Disponível em: http://contexto-
educativo.com.ar/2000/4/nota-7.htm. Acesso em 24/09/2005
MILANEZE, M.; MIRANDA NETO,M.H. O cultivo de bromélias e suas relações com a dengue e a malária.
Arq. Apadec, ¨6(1):jan. jun., 2002.
PAVÃO,        A.C.       Feiras     de    Ciências:      revolução       pedagógica.       Disponível    em
http://www.espaçociência.pe.gov/?artigo=30. Acesso em 24/09/2005.
SANTOS, B.S. Um discurso sobre as ciências. &.ed. Porto: afrontamento, 1995.
SILVA,E.R. Contribuições à construção de uma prática de leitura de textos técnico-científicos. In:
SIQUEIRA, D.C.O. Superpoderosos, submissos: os cientistas na animação televisiva. In: Massarani,L. O
pequeno cientista amador: a divulgação científica e o público infantil. Rio de Janeiro: Vieira & Lent: UFRJ,
Casa da Ciência: Fiocruz, 2005.
TRINDADE,D.F.; TRINDADE, L.S.P. Temas especiais de Educação e Ciência. São Paulo: Madras, 2004.
CAMPOS, M.C.C.; NIGRO, R.G. Didática de Ciências: o ensino aprendizagem como investigação. São
Paulo:FTD, 1999.

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Desenvolver projetos e_organizar

  • 1. DESENVOLVER PROJETOS E ORGANIZAR EVENTOS NA ESCOLA: uma oportunidade para pesquisar e compartilhar conhecimentos Marcílio Hubner de Miranda Neto Rafael Bruno Neto Ana Lúcia Crisostimo INTRODUÇÃO “Quando o desejo humano de compreender o mundo está organizado de forma criteriosa para coletar, testar e partilhar, temos o que chamamos de ciência”. (Harlan e Rivkin, 2002) Quando se fala em ciência no ambiente escolar ocorre uma imediata associação com as questões que envolvem a biologia, a física e a química, raramente as ciências sociais são lembradas. Talvez seja por isto que sempre que a escola organiza uma “feira de ciências” as humanidades são deixadas de lado e as questões sociais contemporâneas não são discutidas, apesar de influenciarem o fazer científico e de serem fortemente influenciadas pela introdução dos aparatos tecnológicos na sociedade. Verifica-se uma carência de aproximação entre as ciências sociais e as ciências naturais, entre o fazer científico e a vida. Nesse sentido chama a atenção Boaventura de Souza santos (1995) ao argumentar que o conhecimento científico deve ensinar a viver e traduzir-se num saber prático, derivando daí uma característica da ciência pós-moderna: todo conhecimento científico visa constituir-se em senso comum sem carregar consigo o caráter pejorativo que o termo possui, pois estaria ligado a socialização do saber. Mas não é somente nas feiras de ciências que as ciências sociais são desconsideradas como alerta Siqueira (2005) nos programas de televisão voltados ao público infantil o modelo de cientistas apresentado é aquele dos laboratórios, das experiências tubos de ensaio, pipetas e equipamentos eletrônicos. Nunca aparece um sociólogo, antropólogo, psicólogo ou cientista político. Ressalta que no universo do desenho e das animações, esses não parecem ser reconhecidos como profissionais das ciências. Agora eu indago a você que está lendo este texto: no universo de nossas escolas e de nossas feiras de ciências quem é reconhecido como cientista? Quais os tipos de pesquisas são ou podem ser desenvolvidas? Será que as Escolas de Ensino Básico podem realizar pesquisas que gerem novos conhecimentos? Quais os tipos de trabalhos apresentados nas feiras de ciências que organizamos e como eles contribuem para a construção da cidadania? Há necessidade de separar feiras de ciências de feiras culturais? Qual o percurso a ser percorrido pelos alunos, pelos professores e pelas escolas no desenvolvimento dos projetos e na organização das feiras de ciências? Frente a estes questionamentos elaboramos o presente trabalho que tem por objetivo promover reflexões sobre a temática, bem como reunir informações da literatura que colaborem para a compreensão da importância de tais eventos. DESENVOLVIMENTO Segundo Mancuso (2000) “As Feiras de Ciências são eventos realizados nas escolas ou na comunidade com a intenção de, durante a exposição dos trabalhos, oportunizar um diálogo com os visitantes, constituindo- se na oportunidade de discussão dos conhecimentos, das metodologias de pesquisa e da criatividade dos alunos.” Vejam que no conceito não existem restrições as metodologias das ciências sociais, então porque não estimular os alunos para que surjam cada vez mais trabalhos que mostram o universo das ciências sociais e suas relações com as ciências naturais, com as tradições humanas e com as artes? Conforme é destacado nos Parâmetros Curriculares Nacionais (Brasil, 1997), a manifestação artística tem em comum com o conhecimento científico, técnico ou filosófico o seu caráter de criação e inovação. Essencialmente, o ato criador, em qualquer dessas formas de conhecimento, estrutura e organiza o mundo, respondendo aos desafios que dele emanam, num constante processo de transformação do homem e da realidade circundante. Tanto a ciência quanto a arte respondem a essa necessidade mediante a construção de objetos de conhecimento que, juntamente com as relações sociais, políticas e econômicas, sistemas filosóficos e éticos, formam o conjunto de manifestações simbólicas de uma determinada cultura. Ciência e arte são, assim, produtos que expressam as representações imaginárias das distintas culturas, que se renovam através dos tempos, construindo o percurso da história humana.
  • 2. Em que pesem as críticas ao reducionismo com que muitas vezes são tratadas as feiras de ciências elas representam uma excelente oportunidade dos alunos deixarem de ocupar uma posição passiva no processo de aprendizagem e de serem estimulados a realizar pesquisas que fundamentem os projetos que irão desenvolver e tornar público quando da realização do evento. A realização das feiras de ciências, mostras culturais e outros eventos similares geram um grande movimento na escola, pois colocam os alunos na condição de pesquisadores, e os professores devem assumir o papel de orientadores. Esses novos papéis causam uma tensão positiva que desperta nos alunos e nos professores a necessidade de rever seus aprendizados anteriores e aprofundar conhecimentos, pois estão cientes que no momento da apresentação do trabalho para a comunidade muitos questionamentos irão surgir e os alunos apresentadores só darão conta de realizar a transposição didática se estiverem seguros do conhecimento que fundamenta sua ação enquanto mediadores no processo ensino/aprendizagem. Desta maneira quanto maior a fundamentação teórica e o envolvimento nas atividades práticas que resultaram na produção do trabalho, melhor será a capacidade de interlocução do aluno no momento da socialização dos resultados do seu trabalho com a comunidade escolar e extra-escolar. Essa busca por conhecimentos possibilita aos alunos conhecerem diferentes fontes de informações que vão desde a pesquisa em livros, artigos de jornais e revistas, “sites” e, muitas vezes, centros de ciências, museus de divulgação científica e tecnológica, universidades entre outras. Portanto, o aprendizado ocorrido no desenvolvimento de um projeto, vai muito além do mero conhecimento de um conteúdo, pois amplia a capacidade do aluno para buscar informações, reuni-las, sintetizá-las e estabelecer suas próprias conclusões.Este contexto contribui para a construção de uma visão da ciência como uma interpretação do mundo, e não como um conjunto de respostas prontas e definidas (Campus e Nigro, 1999). O processo de aprendizagem obedece algumas etapas que se sucedem e que permitem graus variados de aprofundamento do raciocínio. O “simplesmente ler” implica em um nível de complexidade; o “ler escrevendo”, outro nível de complexidade; executando uma atividade, outro nível mais profundo de complexidade de mobilização cerebral. Ao elaborar uma atividade com o nível de exigência de um trabalho científico, de qualquer complexidade, ou simplicidade, conforme o esperado em uma feira de ciências do ensino fundamental ou médio, tem-se o máximo de mobilização das funções cognitivas, de memória, aprendizagem e de criação que se pode exigir de um indivíduo. Dessa forma, as feiras de ciências, enquanto extensões da escola tornam-se instrumento de construção da linguagem e de sistematização do pensamento, do raciocínio e do trabalho. Apresentam-se também como oportunidade para abrir as janelas: da curiosidade e interesse do aluno, da criatividade e mobilização do professor, da vida e sentido social da Escola. Do ponto de vista metodológico, segundo Pavão (2005) as feiras de ciências são utilizadas para repetição de experiências realizadas em sala de aula; montagem de exposições com fins demonstrativos; como estímulo para aprofundar estudos e busca de novos conhecimentos; oportunidade de proximidade com a comunidade científica; espaço para iniciação científica; desenvolvimento do espírito criativo; discussão de problemas sociais e integração escola-sociedade. A produção estudantil apresentada em feiras de ciências de acordo com Mancuso (2000) pode ser resumida em três modalidades: 1- Trabalhos de montagem de aparelhos e artefatos demonstrativos. Ex: maquetes, vulcões, eletroímãs, etc. 2-Trabalhos informativos com demonstração de conhecimentos acadêmicos/alertas/denúncias. Ex: Destilação de cana de açúcar, formação da chuva...AIDS, câncer de mama, tabagismo, etc. 3- Trabalhos investigatórios desenvolvidos a partir de projetos onde costuma ocorrer produção de conhecimentos com ênfase em temas referentes à saúde pública (ex: aditivos – o perigo nos alimentos...), educação ambiental (ex: restauração ecológica no aterro...), temas didático-pedagógicos (ex: uso de brinquedos no ensino de...), interesse comunitários (ex: relação salário mínimo X cesta básica...), saber popular/investigações do cotidiano (ex: remédios caseiros para piolhos...), interesse econômico/produtividade (ex: que marca de arroz dendê mais?...), pesquisa de opinião, investigação descritiva/classificatória (Ex; ciclo de vida do coleóptero do amendoim...), funcionamento do corpo humano (ex: cafezinho X ritmo cardíaco...), ativismo tecnicista (ex: efeito de vinagre/álcool/leite/água no crescimento do alface,...), assuntos não usuais (ex: o poder das pirâmides na conservação da maçã...). Etapas de organização de uma feira de ciências:
  • 3. 1- Definição no planejamento anual da escola do período de realização da feira, que poderá ser da própria escola ou em parceria com outros órgãos; 2- Escolha de um tema geral; a. Esse tema deverá estar em sincronia com o currículo e representar uma forma de ampliar a aquisição de conhecimentos, bem como de socializá-los com a comunidade em que a escola está inserida; 3- Elaboração do regulamento para apresentação de trabalhos; 4- Estabelecimento de critérios de avaliação; 5- Planejamento das turmas que desenvolverão projetos para apresentação na feira; 6- Definição dos temas que serão pesquisados por cada equipe; 7- Elaboração do projeto de cada equipe. Elaborando o projeto de cada equipe: As feiras de ciências representam um grande estímulo para que crianças e jovens também construam conhecimentos científicos, rompendo com o mito de que pesquisa é privilégio de professores universitários e de pesquisadores ligados a institutos de pesquisa que só vivem na imaginação do jovem. Entretanto é preciso que esse jovem “cientista” seja orientado a sistematizar os conhecimentos que irá adquirir/construir, ou reconstruir, pois o fazer científico implica, necessariamente, em observar, elaborar e sistematizar. Ao se fazer o projeto, é importante definir onde se quer chegar com ele (é importante não querer salvar o mundo com um único projeto). A complexidade dos projetos deve respeitar o nível de conhecimento que os alunos já possuem e a capacidade para adquirir novos conhecimentos, dessa forma, projetos do ensino fundamental serão mais simples que projetos do ensino médio. Pois mais importante do que o resultado é a possibilidade de conhecer o processo. É fundamental que os temas sejam de interesse dos alunos, e que o professor tenha atitudes contagiantes, demonstre interesse autêntico em realizar o projeto, pois assim irá atrair o interesse emocional e intelectual dos alunos, e tornar essa experiência uma oportunidade de construir compreensões válidas da ciência, fazendo com que a pesquisa deixe de ser uma obrigação para se tornar uma atividade prazerosa. O percurso abaixo sugerido pode colaborar para que alunos de ensino fundamental e médio possam desenvolver seus projetos e compreender as fases de uma pesquisa. 1- Escolha do tema - Cada equipe vai escolher um tema que contemple o tema geral da feira. Essa escolha deve ser feita, preferencialmente, no início do ano letivo para que os alunos possam pesquisar e elaborar um projeto com característica permanente. 2- Lendo e compreendendo textos técnico-científicos - O professor orientador da equipe deverá solicitar-lhes que, periodicamente, tragam um texto referente ao tema escolhido e manifestem-se em sala de aula. É importante que o professor oriente os alunos sobre a forma correta de se ler e compreender um texto técnico científico. Isso, de acordo com Silva, (2004) poderá ser facilitado se o aluno obedecer como roteiro a busca de respostas às cinco perguntas que se seguem: a. Do que o texto trata (tema)? b. Qual o problema a ser solucionado (problema)? c. Que idéia defende e o que se quer demonstrar (idéia central ou tese)? d. Como o autor demonstra sua tese (argumentação)? e. O que é proposto como superação do problema (conclusão)? Todos irão perceber que, na verdade, essas mesmas perguntas deverão ser respondidas pelos alunos ao longo do processo de preparação dos seus próprios temas para a feira de ciências. Essa leitura lhes permitirá entender o percurso mental feito pelo autor/pesquisador/cientista para desenvolver a ação (pesquisa) que resultou nos subsídios para a construção do texto científico.
  • 4. 3- Pesquisando sobre o tema para montar o projeto – Pesquisa vem do latim perquiro que significa “procurar; buscar com cuidado; procurar por toda a parte; informar-se; inquirir; perguntar; indagar bem, aprofundar na busca”. Conforme alerta Bagno (1998), nada tem a ver com trabalhos superficiais feitos só para “dar nota”. Nesta fase, os alunos devem procurar informações na Internet, na biblioteca, em jornais e também, quando possível, através de conversas e entrevistas com autoridades no assunto (que em termos de relato como referência é chamada de comunicação pessoal); 4- Papéis do professor -Agora que os alunos já sabem como montar seu projeto e qual tema irão abordar é hora de muita leitura, troca de informações e discussões. Nesta fase os alunos devem ser estimulados a se perguntarem o que gostariam de descobrir e transmitir para os outros e a recordarem o que já sabem sobre o tema. O professor desempenha o papel de catalisador que de acordo com Harlan e Rivkin (2002), auxilia os alunos a organizarem suas idéias e a perceberem–se como sujeitos que pensam e resolvem problemas, resistindo a tentação de mostrar-se como grande conhecedor, estabelece o diálogo com alunos e uma relação de companheirismo onde todos compartilhem o prazer de ensinar e aprender. Na seqüência o professor assume o papel de consultor, observando, ouvindo, oferecendo dicas para os alunos. Deve também fazer algumas perguntas à equipe que a auxilie a focalizar o que é relevante para o seu projeto. É fundamental que os alunos tenham tempo para encontrar as respostas. Deve também atuar como Modelo deixando os alunos perceberem que ele reúne as qualidades necessárias ao sucesso na aprendizagem: curiosidade, persistência e criatividade. È importante que ele conte para os alunos sobre dificuldades que encontrou ou está encontrando e as tentativas sucessivas que fez ou vem fazendo até ter sucesso no desenvolvimento de um projeto. 5- Itens que compõe o projeto – Título; objetivo; justificativa; metodologia; resultado esperado ou produto final; fontes de consulta ou bibliografia; cronograma. Título: Inicialmente pode ser adotado um título provisório que contemple o tema, assim o projeto já terá um nome, posteriormente ao final do trabalho um novo título mais criativo ou mais representativo poderá ser escolhido é sempre bom lembrar que o título é o menor resumo do trabalho. Vamos imaginar uma equipe de uma escola de Maringá que estabeleceu como tema estudar os fatores que levam a ocorrência de dengue no ambiente urbano e à partir de suas pesquisas elaborar texto, cartazes e uma exposição para a feira de ciência; Os título provisórios poderá ser: Investigação dos fatores que facilitam a proliferação de dengue no município de Maringá. Objetivos: Para estabelecer os objetivos é fundamental que todos se perguntem: qual a contribuição que queremos dar para ampliação, sistematização e socialização do conhecimento já produzido sobre o tema escolhido? O objetivo jamais pode ser fazer um trabalho para o professor dar nota ou fazer um trabalho para apresentar na feira de ciências isto é obvio. No exemplo que adotamos os objetivos podem ser: 1-compreender as causas da proliferação do mosquito da dengue em Maringá; 2-investigar as contribuições oferecidas pela população para a proliferação ou para a eliminação do mosquito. Justificativa: Neste capítulo devemos deixar claro porque optamos por pesquisar um tema. Algumas perguntas devem ser respondidas: é importante para as pessoas da comunidade de nossa escola e de nosso município saber mais sobre o tema? Os conhecimentos reunidos quando compartilhados com os colegas da escola e com os freqüentadores da feira de ciências contribuirão para que haja um crescimento cultural, pessoal ou social? Contribuirão para resolver algum problema que vivenciamos? Contribuirão para que as pessoas adotem uma nova conduta? Estimulará a criatividade na busca de alternativas científicas e tecnológicas no
  • 5. desenvolvimento de produtos acessíveis a toda população? Resumindo elaborar uma justificativa é mostrar a importância e defender seu projeto. É aconselhável que você leia sobre o tema pois nos textos consultados você poderá encontrar fundamentação teórica que reforça a sua defesa do projeto. Equipe 1 - justificativa: Com certa freqüência ouvimos nos noticiários e lemos nos jornais sobre a ocorrência de casos de dengue em Maringá ou em cidades vizinhas, também em nossas escolas o tema é abordado nas aulas de ciências e biologia. Com freqüência são feitas campanhas de combate ao mosquito transmissor desta doença. Entretanto muitas pessoas não sabem reconhecer o mosquito e também não tomam as medidas necessárias para combater a sua proliferação. De acordo com Milaneze e Miranda Neto (2002) A dengue e a malária são doenças transmitidas por mosquitos que se reproduzem em águas limpas e paradas. No meio urbano, grande preocupação tem sido demonstrada com objetos que acumulam água como pneus, latas, caixas d’ água, pratos que suportam vasos com plantas, etc. Alertam também que há uma crescente utilização de diferentes tipos de bromélias na jardinagem pública e doméstica e aparentemente a população não relaciona a água armazenada nos “copos” destas plantas com a proliferação de mosquitos transmissores de doenças. Metodologia: A metodologia indica o caminho a ser percorrido e a forma utilizada para realizar o trabalho. Deve possibilitar o alcance dos objetivos estabelecidos e ser compatível com os resultados esperados. Vamos supor que nosso objetivo fosse apenas escrever um texto e elaborar cartazes à partir daquilo que encontrarmos em jornais, revistas e livros. Neste caso a metodologia para as duas equipes consistiria em: 1-reunir e ler textos; 2- fichar os textos lidos; 3- redigir o texto próprio da equipe; 3- elaborar cartazes explicativos para expor na feira de ciências. Outra possibilidade: equipe 1 - escrever um texto e elaborar cartazes com informações obtidas em jornais, revistas e livros e com dados obtidos por meio da observação dos jardins e terrenos baldios de Maringá, bem como montar uma exposição reproduzindo o ambiente que o mosquito da dengue prolifera. Neste caso a metodologia consistiria em: 1-reunir e ler textos; 2- fichar os textos lidos; 3- observação e registro de jardins e terrenos baldios onde existam situações de risco para a proliferação do mosquito da dengue; 4-redação do trabalho; 5- elaboração de cartazes explicativos para expor na feira de ciências; 6- montagem de uma exposição para feira de ciências. Produto Final: O produto final será um trabalho para apresentação na feira de ciências, desta forma os alunos poderão compartilhar com muitas pessoas aquilo que aprenderam. É interessante que as feiras de ciências produzam um livro de resumos onde os alunos deixarão registrado o trabalho que realizaram e ao mesmo tempo terão a oportunidade de atuar como autores de um trabalho publicado. Atualmente o livro de resumos também denominado de anais, não precisa ser impresso, a escola pode criar uma página na internet o livro de resumos pode ficar disponível na página com isto ocorre uma redução de custos e os resumos podem ser lidos por internautas de todo o mundo. Bibliografia: É importante dar crédito aos autores consultados e citados no texto incluindo-os na bibliografia. Após a feira de ciências: Tomando como base os escritos de Gasparin (2005) ao propor uma didática para a pedagogia histórico crítica entendemos que este é o momento do professor resgatar com os alunos o que representou para eles
  • 6. desenvolver o projeto, como era a sua atitude enquanto cidadão antes de desenvolver o trabalho e como é sua atitude agora. Mudou alguma coisa? REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BAGNO,M. Pesquisa na escola. São Paulo: Edições Loyola, 1998. BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: arte. Brasília: MEC/SEF, 1997. 130p. GASPARIN, J.L. Uma didática para a pedagogia histórico-crítica.Campinas: Autores Associados, 2005. HARLAN,J.D.; RIVKIN, M.S. Ciências na educação infantil: uma abordagem integrada, 7.ed. Porto Alegre: artmed,2002. MANCUSO, R. Feiras de ciências: produção estudantil, avaliação, conseqüências. Contexto Educativo. Revista digital de Educacion y nuevas Tecnologias n. 6, abril, 2000. Disponível em: http://contexto- educativo.com.ar/2000/4/nota-7.htm. Acesso em 24/09/2005 MILANEZE, M.; MIRANDA NETO,M.H. O cultivo de bromélias e suas relações com a dengue e a malária. Arq. Apadec, ¨6(1):jan. jun., 2002. PAVÃO, A.C. Feiras de Ciências: revolução pedagógica. Disponível em http://www.espaçociência.pe.gov/?artigo=30. Acesso em 24/09/2005. SANTOS, B.S. Um discurso sobre as ciências. &.ed. Porto: afrontamento, 1995. SILVA,E.R. Contribuições à construção de uma prática de leitura de textos técnico-científicos. In: SIQUEIRA, D.C.O. Superpoderosos, submissos: os cientistas na animação televisiva. In: Massarani,L. O pequeno cientista amador: a divulgação científica e o público infantil. Rio de Janeiro: Vieira & Lent: UFRJ, Casa da Ciência: Fiocruz, 2005. TRINDADE,D.F.; TRINDADE, L.S.P. Temas especiais de Educação e Ciência. São Paulo: Madras, 2004. CAMPOS, M.C.C.; NIGRO, R.G. Didática de Ciências: o ensino aprendizagem como investigação. São Paulo:FTD, 1999.