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II Samuel 13 - A história de Amnon e Tamar
2 Sm 13
Amnon e Tamar (3,2-5) – 1
Depois disto, aconteceu que
Absalão, filho de David, tinha uma irmã muito formosa
chamada Tamar. Amnon, outro filho de David, tinha-se
enamorado dela.2
Cresceu tanto esta paixão por sua irmã
Tamar que ficou doente, pois Tamar era virgem e parecia-
lhe impossível fazer com ela alguma coisa. 3
Ora Amnon
tinha um amigo chamado Jonadab, filho de Chamá, irmão
de David, que era muito sagaz. 4
Aquele disse a Amnon:
«Ó príncipe, porque andas cada dia mais abatido? Porque
não te abres comigo?» Respondeu-lhe Amnon: «É que eu
amo Tamar, irmã de meu irmão Absalão.» 5
Jonadab disse-
lhe: «Deita-te na cama e finge-te doente. Quando teu pai
te vier ver, dir-lhe-ás: 'Permite que minha irmã Tamar me
traga de comer e prepare a comida diante de mim, a fim
de que eu a veja e coma da sua mão.'» 6
Amnon deitou-se
e fingiu-se doente. O rei foi visitá-lo, e ele disse-lhe:
«Rogo-te que minha irmã Tamar venha preparar na
minha presença dois bolos, para que eu coma da sua
mão.» 7
David mandou dizer a Tamar, no palácio: «Vai a
casa de teu irmão Amnon e prepara-lhe alguma coisa de
comer.»
8
Tamar foi a casa de seu irmão Amnon, que estava
deitado. Tomou farinha, amassou-a, preparou os bolos à
vista dele e fritou-os. 9
Depois, tomou a sertã, despejou-a
num prato e pô-lo diante dele; mas Amnon não quis
comer e disse: «Manda sair toda a gente daqui.» E
retiraram-se todos. 10
Amnon disse então a Tamar: «Traz a
comida ao meu quarto, para que eu a coma da tua mão.»
Tamar tomou os bolos que fizera e levou-os a seu irmão
Amnon, que estava no quarto. 11
Mas quando lhe
apresentou o prato, este segurou-a, dizendo: «Vem,
deita-te comigo, minha irmã!» 12
Ela respondeu: «Não,
meu irmão, não me violentes, pois isso não é permitido
em Israel. Não cometas semelhante infâmia! 13
Onde
poderia ir eu com a minha vergonha? E tu serás um dos
homens mais infames em Israel! Melhor será que fales ao
rei; ele não recusará entregar-me a ti.»
14
Mas ele não lhe quis dar ouvidos e, como era mais forte
que ela, violentou-a, dormindo com ela. 15
Logo a seguir,
Amnon sentiu por ela uma aversão mais violenta do que o
amor que antes lhe tivera. Disse-lhe Amnon: «Levanta-te
e vai-te daqui.»
16
Ela respondeu: «Não, pois o ultraje que me farias,
expulsando-me, seria ainda mais grave do que aquilo que
acabas de me fazer!» Ele, porém, não lhe deu
ouvidos; 17
chamou o seu servo e disse-lhe: «Põe-na fora
daqui e fecha a porta.» 18
Tamar trazia uma túnica
comprida, que era o vestido com que se vestiam outrora
as filhas do rei ainda virgens. O servo expulsou-a e fechou
a porta.
19
Tamar cobriu a cabeça de cinza, rasgou a túnica e
deitando as mãos à cabeça, afastou-se aos gritos. 20
Seu
irmão Absalão disse-lhe: «Acaso esteve contigo Amnon,
teu irmão? Por agora cala-te, minha irmã, porque, enfim,
ele é teu irmão; não desesperes por causa desta
desgraça.» E Tamar ficou desamparada na casa de seu
irmão Absalão. 21
O rei David soube do que tinha
acontecido e ficou furioso contra Amnon. 22
Absalão não
disse a Amnon uma única palavra, nem boa nem má,
porque o odiava por ter violado sua irmã Tamar.
Jonadab. Péssimo conselheiro sentimental. Arma uma
cilada, fabrica um jogo de sedução, para que seu amigo
obtenha seu desejo. Não sabemos se ele sabia como iria
terminar a história. Mas seu conselho coloca em risco a
idoneidade de Tamar. Ele não se importa como vai
terminar a história. Seu conselho não leva em conta a
pessoa da menina. A honra da moça não foi colocada em
pauta no dito conselho. Não creio que a intenção de
Jonadab fosse a finalização da história daquele modo,
mas quando usa um plano de sedução, uma estratégia,
quando aconselha um estratagema em vez de um
relacionamento verdadeiro, mostra que a sua
sagacidade, sua inteligência não é baseada em sabedoria.
Ele é sagaz. Mas não é sábio. Ele é inteligente. Mas não é
humano. Havia um conselho muito maior e muito melhor
a ser dado, mas isso ele não pronunciou. A história é
como uma história de amor indiano, a menina é como
uma moça da Índia, que ainda hoje guarda as ancestrais
tradições de honra, muito próximas aos costumes do
Velho Testamento em algumas regiões.
Amnon era filho de Ainoã e Tamar filho de Maaca, ambas,
esposas de Davi. Amnon era meio-irmão de Tamar.
Quando Tamar é agarrada por Amon, na armadilha
planejada (fingir-se doente para ter acesso a sós a irmã)
ela reclama que aquilo que ele fazia era errado, que não
era assim que se estabelecia um vínculo de amor entre os
israelitas. Não era assim que eles tratavam o casamento,
o noivado, o namoro. Os povos ao redor de Israel davam
pouco valor a virgindade. Não todos, mas alguns como os
Babilônicos entregavam suas jovens a prostituição
cultual. As meninas babilônicas perdiam sua virgindade
com homens estranhos que pagavam um tributo por isso
que era revertido para o templo de Tamuz. Gore Vidal
narra uma cena imaginária de milhares de moças
assentadas na entrada de Susã na época das festas em
que os viajantes lançavam moedas de prata no colo da
que escolhessem para realizar essa prática.
O inicio do texto nos surpreende porque as Escrituras
declaram: Amnon amava Tamar. Por mais inacreditável
que isso pareça, sua paixão era verdadeira.
Mas, sua vontade de satisfação sexual, seu egoísmo, sua
idiotice o contaminaram, e em nome de sua vontade ele
mata todas as relações legitimas. Aquela moça era sua
irmã. Ele a vira crescer. Ele brincara com ela.
Aquela moça era sua amiga.
Quando ela é convidada a ir cuidar de seu irmão, o faz de
bom grado. Pois o amava. Quando ele a segura com
intenção de ter relações, haverá uma revelação do
sentimento que ela nutria por Amnon. Ela diz para que
ele a peça em casamento ao pai. Essa declaração mostra
que ela nutria afeto por ele, que ela estava disposta a
casar com ele. Em ultima instância, significava que Tamar
amava Amnon.
Mas, ele está louco pelo desejo. E sua vontade o
transformou em nada. No processo de forçá-la ele destrói
tudo. Destrói a amizade. Destrói os sentimentos. Destrói
o amor próprio da irmã. O texto afirma que a moça era
belíssima. Formosa. Quando um cananeu, cerca de mil
anos antes desta cena, força uma das irmãs dos patriarcas
a dormir com ele, após ele se apresenta diante da família
e a pede como esposa. Mas Amnon age de um modo
incompreensível. Ele a despreza. Ele a tomou a força e
depois de satisfeito nada mais quer com ela. Seu amor
tornou-se doentio e terminou em nada. Sua amizade pela
moça foi desprezada. Sua relação de irmão, seus laços de
sangue não tiveram efeito algum. Ele anulou três relações
como se elas nunca tivessem existido. Pela segunda vez a
moça apela. Já que o fato estava consumado apela para a
honra de um príncipe para que ele ao menos repare seu
erro, concedendo a ela o status de esposa.
Ele não a ouve, a lança para fora pelas mãos de um servo
não nomeado. A LEI determinava que se um jovem
tivesse relações com uma moça, sem que esta fosse sua
legitima esposa e sem que ela tivesse consentido, a
obrigação de tomá-la para si por toda a vida sem direito a
dar-lhe carta de divórcio. Amnon desprezou a Lei. Seu
status de príncipe o tornava juridicamente intocável pelas
cortes dos anciãos das cidades. O único que poderia
processá-lo era Davi. A moça chora, retira de si as vestes
festivas, as túnicas de cores vivas e se veste como uma
viúva. E Davi, seu pai, não toma partido para protegê-la e
nem para punir o culpado. Amnon sai impune da dita
situação. Por pouco tempo.
Uma história de amor possível transformada numa
tragédia de proporções Shaksperianas.
Tudo que Amnon tinha que fazer é permanecer AMANDO
Tamar. Em nenhum momento sua paixão o condena.
Mas sua torpeza o destrói. O jovem que sente fortes
desejos por alguém, que se apaixona mesmo de modo
febril pode agir de um modo honrado, ou com torpeza. A
torpeza ouve o falso conselho. A desonra caminha lado a
lado com a sedução falsa. Existe sedução verdadeira?
Sim. Quando duas pessoas que se amam buscam
intensamente agradar um ao outro. Quando um para o
outro, sorriem, brincam se achegam, se vestem, se
enfeitam, se perfumam, movidos por um propósito
verdadeiro. Quando o premio não é o orgasmo. Nem o
prazer. Mas a companhia da pessoa amada. Não há amor
sem amizade. Não há amor sem compartilhar vida.
Antes de um amor doentio, havia um amor sadio no
coração de Amnon. Quando Amnon se apaixona por
Tamar foi um processo natural. Apaixonar-se é um
processo humano. Quando ele se dispõe a usá-la a
qualquer custo, ele contamina esse amor, passando de
um patamar humano para uma desgraceira maligna.
Tamar declara a Amnon que "em Israel não fazemos
assim", nos costumes de sua nação não se encontrava
lugar para pessoas que só desejam satisfazer-se.
A tragédia de Amnon é destruir algo que poderia ser uma
coisa maravilhosa em sua vida por causa de sua conduta
estúpida. Por um processo de entorpecimento.
Amnon continua apaixonado por Tamar quando ela entra
no quarto. Mas ela exige dele dignidade. Ele responde
com uma agressão. Quando ele a agride, quando ele
rejeita seu conselho, nesse momento seu amor é
destruído.
Em Tamar tal processo jamais ocorrerá. Ela amava de tal
modo a Amnon que mesmo depois de usada ela ainda
anseia por uma união. Ela ainda tem esperança na
reconciliação. Ela ainda quer refazer os laços de família,
de afeto, ainda anseia ser chamada de esposa.
A dignidade da moça é IMPRESSIONANTE. Seus sonhos
não se desfazem porque ela foi decepcionada. Ela não
muda porque perdeu uma das coisas que lhe era mais
preciosa para sua alma, mesmo ferida, mesmo caída,
mesmo magoada, mesmo desprezada,ELA PERMANECE
DE PÉ! Seus propósitos são firmes, ela quer amar, ela
quer ser amada, ela quer uma família, ela não abre mão
disso!
Tamar é lançada para fora do quarto depois de enganada,
depois de abusada e ainda assim manterá sua dignidade.
Ela não mentirá pra conseguir um casamento arranjado.
Ela não irá dissimular sua condição. Sua confissão publica
(cinzas na cabeça, vestes de viuvez ou de luto)
é um ato de coragem desmedida. Ela declara a toda sua
família o que havia acontecido. Retira-se do palácio e
retorna a casa de sua mãe.
Priyanka Chopra em What Your Rashee, filme indiano,
interpreta várias personagens. Dentre eles, o de um moça
que se envolveu com um amigo da vila na qual morava,
perdendo sua virgindade. Foi instruída pelos pais a não
tocar no assunto com seu pretendente, mas ela não
aceita essa condição e a primeira coisa que ela declara
para quem a pede em casamento é essa situação.
Tamar viverá na casa de sua mãe, na casa de seu irmão,
de mesma mãe, Absalão. Absalão vingará Tamar com a
morte de Amnon. Um dia Absalão terá dois filhos e uma
menina. A menina tão bela quanto sua irmã ele dará o
nome de Tamar. Davi temendo um escândalo não quis
desgastar sua imagem política. Por não agir como pai no
momento que sua filha mais precisou dele, amargará a
perda de dois filhos. De Amon, assassinado por Absalão e
a de Absalão, morto por um de seus generais após uma
rebelião, fruto da amargura da injustiça com que sua irmã
foi tratada pelo próprio pai. Jonadab nos ensina que o
aconselhamento imprudente de pessoas em sua vida
sentimental pode levar a crises de conseqüências
imprevisíveis.
O conselheiro fiel aconselha com o pé direito na
legitimidade e o esquerdo em propósitos corretos. Ele
não age com parcialidade. Ele não arrisca a vida, a honra,
os sonhos de outrem.
Amnon nos ensina por contraste, que a dignidade tem
que ser maior que a soma de todos os nossos desejos.
Welington

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A tragédia de Amnon e a dignidade de Tamar

  • 1. II Samuel 13 - A história de Amnon e Tamar 2 Sm 13 Amnon e Tamar (3,2-5) – 1 Depois disto, aconteceu que Absalão, filho de David, tinha uma irmã muito formosa chamada Tamar. Amnon, outro filho de David, tinha-se enamorado dela.2 Cresceu tanto esta paixão por sua irmã Tamar que ficou doente, pois Tamar era virgem e parecia- lhe impossível fazer com ela alguma coisa. 3 Ora Amnon tinha um amigo chamado Jonadab, filho de Chamá, irmão de David, que era muito sagaz. 4 Aquele disse a Amnon: «Ó príncipe, porque andas cada dia mais abatido? Porque não te abres comigo?» Respondeu-lhe Amnon: «É que eu amo Tamar, irmã de meu irmão Absalão.» 5 Jonadab disse- lhe: «Deita-te na cama e finge-te doente. Quando teu pai te vier ver, dir-lhe-ás: 'Permite que minha irmã Tamar me traga de comer e prepare a comida diante de mim, a fim de que eu a veja e coma da sua mão.'» 6 Amnon deitou-se e fingiu-se doente. O rei foi visitá-lo, e ele disse-lhe: «Rogo-te que minha irmã Tamar venha preparar na minha presença dois bolos, para que eu coma da sua mão.» 7 David mandou dizer a Tamar, no palácio: «Vai a casa de teu irmão Amnon e prepara-lhe alguma coisa de comer.» 8 Tamar foi a casa de seu irmão Amnon, que estava deitado. Tomou farinha, amassou-a, preparou os bolos à vista dele e fritou-os. 9 Depois, tomou a sertã, despejou-a num prato e pô-lo diante dele; mas Amnon não quis comer e disse: «Manda sair toda a gente daqui.» E retiraram-se todos. 10 Amnon disse então a Tamar: «Traz a comida ao meu quarto, para que eu a coma da tua mão.»
  • 2. Tamar tomou os bolos que fizera e levou-os a seu irmão Amnon, que estava no quarto. 11 Mas quando lhe apresentou o prato, este segurou-a, dizendo: «Vem, deita-te comigo, minha irmã!» 12 Ela respondeu: «Não, meu irmão, não me violentes, pois isso não é permitido em Israel. Não cometas semelhante infâmia! 13 Onde poderia ir eu com a minha vergonha? E tu serás um dos homens mais infames em Israel! Melhor será que fales ao rei; ele não recusará entregar-me a ti.» 14 Mas ele não lhe quis dar ouvidos e, como era mais forte que ela, violentou-a, dormindo com ela. 15 Logo a seguir, Amnon sentiu por ela uma aversão mais violenta do que o amor que antes lhe tivera. Disse-lhe Amnon: «Levanta-te e vai-te daqui.» 16 Ela respondeu: «Não, pois o ultraje que me farias, expulsando-me, seria ainda mais grave do que aquilo que acabas de me fazer!» Ele, porém, não lhe deu ouvidos; 17 chamou o seu servo e disse-lhe: «Põe-na fora daqui e fecha a porta.» 18 Tamar trazia uma túnica comprida, que era o vestido com que se vestiam outrora as filhas do rei ainda virgens. O servo expulsou-a e fechou a porta. 19 Tamar cobriu a cabeça de cinza, rasgou a túnica e deitando as mãos à cabeça, afastou-se aos gritos. 20 Seu irmão Absalão disse-lhe: «Acaso esteve contigo Amnon, teu irmão? Por agora cala-te, minha irmã, porque, enfim, ele é teu irmão; não desesperes por causa desta desgraça.» E Tamar ficou desamparada na casa de seu irmão Absalão. 21 O rei David soube do que tinha acontecido e ficou furioso contra Amnon. 22 Absalão não
  • 3. disse a Amnon uma única palavra, nem boa nem má, porque o odiava por ter violado sua irmã Tamar. Jonadab. Péssimo conselheiro sentimental. Arma uma cilada, fabrica um jogo de sedução, para que seu amigo obtenha seu desejo. Não sabemos se ele sabia como iria terminar a história. Mas seu conselho coloca em risco a idoneidade de Tamar. Ele não se importa como vai terminar a história. Seu conselho não leva em conta a pessoa da menina. A honra da moça não foi colocada em pauta no dito conselho. Não creio que a intenção de Jonadab fosse a finalização da história daquele modo, mas quando usa um plano de sedução, uma estratégia, quando aconselha um estratagema em vez de um relacionamento verdadeiro, mostra que a sua sagacidade, sua inteligência não é baseada em sabedoria. Ele é sagaz. Mas não é sábio. Ele é inteligente. Mas não é humano. Havia um conselho muito maior e muito melhor a ser dado, mas isso ele não pronunciou. A história é como uma história de amor indiano, a menina é como uma moça da Índia, que ainda hoje guarda as ancestrais tradições de honra, muito próximas aos costumes do Velho Testamento em algumas regiões. Amnon era filho de Ainoã e Tamar filho de Maaca, ambas, esposas de Davi. Amnon era meio-irmão de Tamar. Quando Tamar é agarrada por Amon, na armadilha planejada (fingir-se doente para ter acesso a sós a irmã) ela reclama que aquilo que ele fazia era errado, que não era assim que se estabelecia um vínculo de amor entre os israelitas. Não era assim que eles tratavam o casamento, o noivado, o namoro. Os povos ao redor de Israel davam
  • 4. pouco valor a virgindade. Não todos, mas alguns como os Babilônicos entregavam suas jovens a prostituição cultual. As meninas babilônicas perdiam sua virgindade com homens estranhos que pagavam um tributo por isso que era revertido para o templo de Tamuz. Gore Vidal narra uma cena imaginária de milhares de moças assentadas na entrada de Susã na época das festas em que os viajantes lançavam moedas de prata no colo da que escolhessem para realizar essa prática. O inicio do texto nos surpreende porque as Escrituras declaram: Amnon amava Tamar. Por mais inacreditável que isso pareça, sua paixão era verdadeira. Mas, sua vontade de satisfação sexual, seu egoísmo, sua idiotice o contaminaram, e em nome de sua vontade ele mata todas as relações legitimas. Aquela moça era sua irmã. Ele a vira crescer. Ele brincara com ela. Aquela moça era sua amiga. Quando ela é convidada a ir cuidar de seu irmão, o faz de bom grado. Pois o amava. Quando ele a segura com intenção de ter relações, haverá uma revelação do sentimento que ela nutria por Amnon. Ela diz para que ele a peça em casamento ao pai. Essa declaração mostra que ela nutria afeto por ele, que ela estava disposta a casar com ele. Em ultima instância, significava que Tamar amava Amnon. Mas, ele está louco pelo desejo. E sua vontade o transformou em nada. No processo de forçá-la ele destrói tudo. Destrói a amizade. Destrói os sentimentos. Destrói o amor próprio da irmã. O texto afirma que a moça era
  • 5. belíssima. Formosa. Quando um cananeu, cerca de mil anos antes desta cena, força uma das irmãs dos patriarcas a dormir com ele, após ele se apresenta diante da família e a pede como esposa. Mas Amnon age de um modo incompreensível. Ele a despreza. Ele a tomou a força e depois de satisfeito nada mais quer com ela. Seu amor tornou-se doentio e terminou em nada. Sua amizade pela moça foi desprezada. Sua relação de irmão, seus laços de sangue não tiveram efeito algum. Ele anulou três relações como se elas nunca tivessem existido. Pela segunda vez a moça apela. Já que o fato estava consumado apela para a honra de um príncipe para que ele ao menos repare seu erro, concedendo a ela o status de esposa. Ele não a ouve, a lança para fora pelas mãos de um servo não nomeado. A LEI determinava que se um jovem tivesse relações com uma moça, sem que esta fosse sua legitima esposa e sem que ela tivesse consentido, a obrigação de tomá-la para si por toda a vida sem direito a dar-lhe carta de divórcio. Amnon desprezou a Lei. Seu status de príncipe o tornava juridicamente intocável pelas cortes dos anciãos das cidades. O único que poderia processá-lo era Davi. A moça chora, retira de si as vestes festivas, as túnicas de cores vivas e se veste como uma viúva. E Davi, seu pai, não toma partido para protegê-la e nem para punir o culpado. Amnon sai impune da dita situação. Por pouco tempo. Uma história de amor possível transformada numa tragédia de proporções Shaksperianas. Tudo que Amnon tinha que fazer é permanecer AMANDO Tamar. Em nenhum momento sua paixão o condena.
  • 6. Mas sua torpeza o destrói. O jovem que sente fortes desejos por alguém, que se apaixona mesmo de modo febril pode agir de um modo honrado, ou com torpeza. A torpeza ouve o falso conselho. A desonra caminha lado a lado com a sedução falsa. Existe sedução verdadeira? Sim. Quando duas pessoas que se amam buscam intensamente agradar um ao outro. Quando um para o outro, sorriem, brincam se achegam, se vestem, se enfeitam, se perfumam, movidos por um propósito verdadeiro. Quando o premio não é o orgasmo. Nem o prazer. Mas a companhia da pessoa amada. Não há amor sem amizade. Não há amor sem compartilhar vida. Antes de um amor doentio, havia um amor sadio no coração de Amnon. Quando Amnon se apaixona por Tamar foi um processo natural. Apaixonar-se é um processo humano. Quando ele se dispõe a usá-la a qualquer custo, ele contamina esse amor, passando de um patamar humano para uma desgraceira maligna. Tamar declara a Amnon que "em Israel não fazemos assim", nos costumes de sua nação não se encontrava lugar para pessoas que só desejam satisfazer-se. A tragédia de Amnon é destruir algo que poderia ser uma coisa maravilhosa em sua vida por causa de sua conduta estúpida. Por um processo de entorpecimento. Amnon continua apaixonado por Tamar quando ela entra no quarto. Mas ela exige dele dignidade. Ele responde com uma agressão. Quando ele a agride, quando ele rejeita seu conselho, nesse momento seu amor é destruído. Em Tamar tal processo jamais ocorrerá. Ela amava de tal modo a Amnon que mesmo depois de usada ela ainda
  • 7. anseia por uma união. Ela ainda tem esperança na reconciliação. Ela ainda quer refazer os laços de família, de afeto, ainda anseia ser chamada de esposa. A dignidade da moça é IMPRESSIONANTE. Seus sonhos não se desfazem porque ela foi decepcionada. Ela não muda porque perdeu uma das coisas que lhe era mais preciosa para sua alma, mesmo ferida, mesmo caída, mesmo magoada, mesmo desprezada,ELA PERMANECE DE PÉ! Seus propósitos são firmes, ela quer amar, ela quer ser amada, ela quer uma família, ela não abre mão disso! Tamar é lançada para fora do quarto depois de enganada, depois de abusada e ainda assim manterá sua dignidade. Ela não mentirá pra conseguir um casamento arranjado. Ela não irá dissimular sua condição. Sua confissão publica (cinzas na cabeça, vestes de viuvez ou de luto) é um ato de coragem desmedida. Ela declara a toda sua família o que havia acontecido. Retira-se do palácio e retorna a casa de sua mãe.
  • 8.
  • 9. Priyanka Chopra em What Your Rashee, filme indiano, interpreta várias personagens. Dentre eles, o de um moça que se envolveu com um amigo da vila na qual morava, perdendo sua virgindade. Foi instruída pelos pais a não tocar no assunto com seu pretendente, mas ela não aceita essa condição e a primeira coisa que ela declara para quem a pede em casamento é essa situação. Tamar viverá na casa de sua mãe, na casa de seu irmão, de mesma mãe, Absalão. Absalão vingará Tamar com a morte de Amnon. Um dia Absalão terá dois filhos e uma menina. A menina tão bela quanto sua irmã ele dará o nome de Tamar. Davi temendo um escândalo não quis desgastar sua imagem política. Por não agir como pai no momento que sua filha mais precisou dele, amargará a perda de dois filhos. De Amon, assassinado por Absalão e a de Absalão, morto por um de seus generais após uma rebelião, fruto da amargura da injustiça com que sua irmã foi tratada pelo próprio pai. Jonadab nos ensina que o aconselhamento imprudente de pessoas em sua vida sentimental pode levar a crises de conseqüências imprevisíveis. O conselheiro fiel aconselha com o pé direito na legitimidade e o esquerdo em propósitos corretos. Ele não age com parcialidade. Ele não arrisca a vida, a honra, os sonhos de outrem. Amnon nos ensina por contraste, que a dignidade tem que ser maior que a soma de todos os nossos desejos. Welington