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A HISTÓRIA DE DRAGON WARRIOR
Dragon Warrior




Adotamos um coelho. Nada de nomes adocicados. Escolhemos um nome que pudesse
representar toda a força e ferocidade coelhina da criatura orelhuda. Um nome para ser
temido. Dragon Warrior. Dragão Guerreiro. Olhando para a fera ninguém imagina que
debaixo dessa aparência pacífica se esconde uma fúria incontida. Temei, mortais.

Welington


Dragon Warrior II




O coelho veio com um kit anti-armagedom. Pela sua temível ferocidade que pode
atingir níveis cataclísmicos, junto do Dragon há um Taser, 100 kV e um telefone celular
conectado a um satélite de uso exclusivo das forças armadas, para ligações de
emergência para a OTAN. Se o Dragon fugir, da gaiola eletrificada, passar do container
de concreto com seis metros de parede, escalar o paredão, quebrar a porta de titânio
reforçado com micro-esferas de kevlar, o telefone emite um sinal que faz com que sete
porta-aviões carregados com bombas de hidrogênio se desloquem em direção a costa
brasileira. Por precaução.
segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Dragon Warrior




O coelho acima mora numa casamata a dois quilômetros de
profundidade.
Pra quem não sabe, ele veio com fortes recomendações da OTAN
mais o numero do telefone vermelho (que ficava na delegacia de
Gothan City),




que era uma rota alternativa interligada ao comando maior das forças
armadas americanas que controlam dez porta-aviões, caso ele
fugisse.
Três tratados internacionais são envolvidos (Pacto de Varsóvia,
Organização do Atlântico Norte eo da CVDT (Convenção de Viena
sobre Direitos dos Tratados) para que o Brasil possa ter aguarda do
coelho acima.

Se o coelho fugir, extingui-se o que foi acordado na Convenção de
Viena e deflagra-se a terceira guerra mundial.
A idéia do abrigo anti-nuclear usado pra casinha do coelho era que as
três camadas de titânio separadas por concreto reforçado com
porcelana fossem suficientes pra conter o Dragon (coelho é o apelido
do Dragon, nome verdadeiro) mas, pela foto ao lado dá pra perceber
que não foi o suficiente pra conter o Dragon.




E colocou em duvidas se o termo "animal doméstico" era adequado
para designar o feroz animal. Fora a trabalheira que dá pra
reposicionar todos os porta-aviões, toda vez que o Dragon foge.


E o Dragon sempre foge.



Dragon Warrior IV




O coelho tem imposto certo respeito às forças armadas americanas depois que
afundou o terceiro porta-aviões no mesmo dia. Falei que ele não gostava de
ser incomodado quando ficava fora da casamata. Tem até uma gaiola na qual
ele eventualmente habita, quando está com fome. Essa semana fui assustada
com um telefonema de um observatório brasileiro que insistia em dizer que
foi logo após a escapada de ontem do Dragon que uma das sete estrelas de
Orion agora é só lembrança. Que absurdo! Agora estão culpando o Dragon até
por eventos cosmológicos. O fato de ele ter entrado incandescente na área
próxima a entrada da casamata e ter ficado com uma estranha luminescência
por dois dias não tem nada a ver. Toda hora acontece uma catástrofe
qualquer e os fuzileiros cercam a bairro com propósito de sinalizar a direção
para onde o coelho tomou. Outro dia apareceu um sujeito estranho com
vestes talares (um saiote, manta, parecia um sacerdote saído de uma
convenção de RPG) ordenando que devolvêssemos o "imortal" para os
"domínios" de sei lá onde. Não tinha nenhuma instrução adicional no papel que
a criadora do Dragon entregou junto do coelho. Até o meu cachorro, bravo
animal, mantém uma distancia segura do coelho, quando fora da gaiola.
Complicado cuidar de coelhos.


Dragon Warrior V

Ontem fui de Metrô até o Shopping Nova America e a Jess foi até lá de carro
com as outras duas meninas.
E ontem pela primeira vez o Dragon foi no veterinário.
O coelho é todo errado. Uma das patas dele tá torta porque sofreu uma
distensão e os músculos reforçaram-se de um lado que fez a patinha virar.
A criaturinha tem uma certa escoliose, meio torto a nível de coluna.
Estava com anemia, necessitando rever a dieta.
E o veterinário olhando pras orelhas, uma em pé e outra deitada, pesando
EXATOS 2 quilos, perguntou... qual a raça... Bem ai o choque...
Foi vendido como Fuzzy...
Mas algo aconteceu nas noites lá na fazenda. Com 2 quilos de animal, o
veterinário descobriu que o Dragon é mestiço, ou seja, certo coelho normal
numa noite densa lá na chácara teve um encontro secreto com a mãe fuzzy do
coelhudo.
Vira-latas!
O Dragon, um nobre dentre os nobres, tratado como se tivesse sangue real, de
linhagem patriarcal que remontava de antigos e sagrados animais da Índia, ou
Sirilanka, seja como for, na verdade, não pertence a realeza!

Ai o veterinário tentou fazer o Dragon andar no chão. Ele, indignado, era solto
no chão do consultório e retornava imediatamente para sua gaiola.
Detalhe importante. Quando as meninas chegaram no consultório, havia uma
emergência.
Tinha um Twister no oxigênio.
Continuando:
O coelho, em virtude de questões genéticas desenvolveu mais a musculatura
de um lado do corpo que do outro. Ele é superforte nas patas direitas,
pra compensar o desequilíbrio.
E apesar de tudo, anda muito bem...
E o coelho tentando morder o veterinário... de tanto que era mexido.
Ai o momento dramático da consulta:
O veterinário abriu uma ficha e perguntou para as três:
- Qual o nome do coelho?


A Jessica olhou pra Claudia, que olhou pra Jade e foi logo falando:


- Quem colocou o nome do coelho foi meu pai.


O veterinário ficou curioso. Que raio de nome era esse pra tanta hesitação
Ai a Jessica falou.


- Dragon.
- Dragon Warrior.


O veterinário começou a rir. E fez questão de anotar. A partir daí a consulta
virou uma comédia. O veterinário: - Vamos guerreiro! Por isso que ele é tão
forte!
Até o final da consulta era só pra exaltar as qualidades de batalha do corajoso
animal.


Enquanto isso, o Twister no oxigênio.


E sai do veterinário o nobre animal. Não tão nobre agora, quando então a
Claudia num momento de ternura vira pra gaiola e diz:


- Nós te amamos assim mesmo, viu coelho?




Dragon.
Dragon Warrior
Dragon Warrior VI




Well,


Como vc pôde comprovar em recente visita a minha residência, eu sou guardião do
temível "Very Very Dangerous Wild Parrot", que eventualmente poderá ser acionado
em situações de emergência.




Caro Aragão,


agradeço o apoio e a disponibilização do Very very Dangerous Wild Parrot para tentar
conter Dragon Warrior nas suas escapadas da casamata.




Mas, é ruim de encarar o coelho...
Pois é...


Não se engane com a fofura dessa criatura coelhina. Isso ai em baixo é o que sobrou do
Wolverine depois que tentou tirar a ração, sem aviso prévio, da gaiola do coelho.
Dragon Warrior Final




O Dragon, o coelho que enfrentou o Chuck Norris umas quatro vezes, foi chamado de
volta ao seu povo, e partiu em direção a alguma galáxia desconhecida.


Adeus Dragon.

Welington

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  • 1. A HISTÓRIA DE DRAGON WARRIOR
  • 2. Dragon Warrior Adotamos um coelho. Nada de nomes adocicados. Escolhemos um nome que pudesse representar toda a força e ferocidade coelhina da criatura orelhuda. Um nome para ser temido. Dragon Warrior. Dragão Guerreiro. Olhando para a fera ninguém imagina que debaixo dessa aparência pacífica se esconde uma fúria incontida. Temei, mortais. Welington Dragon Warrior II O coelho veio com um kit anti-armagedom. Pela sua temível ferocidade que pode atingir níveis cataclísmicos, junto do Dragon há um Taser, 100 kV e um telefone celular conectado a um satélite de uso exclusivo das forças armadas, para ligações de emergência para a OTAN. Se o Dragon fugir, da gaiola eletrificada, passar do container de concreto com seis metros de parede, escalar o paredão, quebrar a porta de titânio reforçado com micro-esferas de kevlar, o telefone emite um sinal que faz com que sete porta-aviões carregados com bombas de hidrogênio se desloquem em direção a costa brasileira. Por precaução.
  • 3. segunda-feira, 16 de novembro de 2009 Dragon Warrior O coelho acima mora numa casamata a dois quilômetros de profundidade. Pra quem não sabe, ele veio com fortes recomendações da OTAN mais o numero do telefone vermelho (que ficava na delegacia de Gothan City), que era uma rota alternativa interligada ao comando maior das forças armadas americanas que controlam dez porta-aviões, caso ele fugisse. Três tratados internacionais são envolvidos (Pacto de Varsóvia, Organização do Atlântico Norte eo da CVDT (Convenção de Viena sobre Direitos dos Tratados) para que o Brasil possa ter aguarda do coelho acima. Se o coelho fugir, extingui-se o que foi acordado na Convenção de Viena e deflagra-se a terceira guerra mundial. A idéia do abrigo anti-nuclear usado pra casinha do coelho era que as três camadas de titânio separadas por concreto reforçado com porcelana fossem suficientes pra conter o Dragon (coelho é o apelido
  • 4. do Dragon, nome verdadeiro) mas, pela foto ao lado dá pra perceber que não foi o suficiente pra conter o Dragon. E colocou em duvidas se o termo "animal doméstico" era adequado para designar o feroz animal. Fora a trabalheira que dá pra reposicionar todos os porta-aviões, toda vez que o Dragon foge. E o Dragon sempre foge. Dragon Warrior IV O coelho tem imposto certo respeito às forças armadas americanas depois que afundou o terceiro porta-aviões no mesmo dia. Falei que ele não gostava de ser incomodado quando ficava fora da casamata. Tem até uma gaiola na qual ele eventualmente habita, quando está com fome. Essa semana fui assustada com um telefonema de um observatório brasileiro que insistia em dizer que foi logo após a escapada de ontem do Dragon que uma das sete estrelas de Orion agora é só lembrança. Que absurdo! Agora estão culpando o Dragon até por eventos cosmológicos. O fato de ele ter entrado incandescente na área
  • 5. próxima a entrada da casamata e ter ficado com uma estranha luminescência por dois dias não tem nada a ver. Toda hora acontece uma catástrofe qualquer e os fuzileiros cercam a bairro com propósito de sinalizar a direção para onde o coelho tomou. Outro dia apareceu um sujeito estranho com vestes talares (um saiote, manta, parecia um sacerdote saído de uma convenção de RPG) ordenando que devolvêssemos o "imortal" para os "domínios" de sei lá onde. Não tinha nenhuma instrução adicional no papel que a criadora do Dragon entregou junto do coelho. Até o meu cachorro, bravo animal, mantém uma distancia segura do coelho, quando fora da gaiola. Complicado cuidar de coelhos. Dragon Warrior V Ontem fui de Metrô até o Shopping Nova America e a Jess foi até lá de carro com as outras duas meninas. E ontem pela primeira vez o Dragon foi no veterinário. O coelho é todo errado. Uma das patas dele tá torta porque sofreu uma distensão e os músculos reforçaram-se de um lado que fez a patinha virar. A criaturinha tem uma certa escoliose, meio torto a nível de coluna. Estava com anemia, necessitando rever a dieta. E o veterinário olhando pras orelhas, uma em pé e outra deitada, pesando EXATOS 2 quilos, perguntou... qual a raça... Bem ai o choque... Foi vendido como Fuzzy... Mas algo aconteceu nas noites lá na fazenda. Com 2 quilos de animal, o veterinário descobriu que o Dragon é mestiço, ou seja, certo coelho normal numa noite densa lá na chácara teve um encontro secreto com a mãe fuzzy do coelhudo. Vira-latas! O Dragon, um nobre dentre os nobres, tratado como se tivesse sangue real, de linhagem patriarcal que remontava de antigos e sagrados animais da Índia, ou Sirilanka, seja como for, na verdade, não pertence a realeza! Ai o veterinário tentou fazer o Dragon andar no chão. Ele, indignado, era solto no chão do consultório e retornava imediatamente para sua gaiola. Detalhe importante. Quando as meninas chegaram no consultório, havia uma emergência. Tinha um Twister no oxigênio. Continuando: O coelho, em virtude de questões genéticas desenvolveu mais a musculatura de um lado do corpo que do outro. Ele é superforte nas patas direitas, pra compensar o desequilíbrio. E apesar de tudo, anda muito bem... E o coelho tentando morder o veterinário... de tanto que era mexido. Ai o momento dramático da consulta: O veterinário abriu uma ficha e perguntou para as três:
  • 6. - Qual o nome do coelho? A Jessica olhou pra Claudia, que olhou pra Jade e foi logo falando: - Quem colocou o nome do coelho foi meu pai. O veterinário ficou curioso. Que raio de nome era esse pra tanta hesitação Ai a Jessica falou. - Dragon. - Dragon Warrior. O veterinário começou a rir. E fez questão de anotar. A partir daí a consulta virou uma comédia. O veterinário: - Vamos guerreiro! Por isso que ele é tão forte! Até o final da consulta era só pra exaltar as qualidades de batalha do corajoso animal. Enquanto isso, o Twister no oxigênio. E sai do veterinário o nobre animal. Não tão nobre agora, quando então a Claudia num momento de ternura vira pra gaiola e diz: - Nós te amamos assim mesmo, viu coelho? Dragon. Dragon Warrior
  • 7. Dragon Warrior VI Well, Como vc pôde comprovar em recente visita a minha residência, eu sou guardião do temível "Very Very Dangerous Wild Parrot", que eventualmente poderá ser acionado em situações de emergência. Caro Aragão, agradeço o apoio e a disponibilização do Very very Dangerous Wild Parrot para tentar conter Dragon Warrior nas suas escapadas da casamata. Mas, é ruim de encarar o coelho...
  • 8. Pois é... Não se engane com a fofura dessa criatura coelhina. Isso ai em baixo é o que sobrou do Wolverine depois que tentou tirar a ração, sem aviso prévio, da gaiola do coelho.
  • 9. Dragon Warrior Final O Dragon, o coelho que enfrentou o Chuck Norris umas quatro vezes, foi chamado de volta ao seu povo, e partiu em direção a alguma galáxia desconhecida. Adeus Dragon. Welington