2. Ética (etimologia)
Do grego ethos, que significa “caráter”, “costume” ou “modo de ser”.
O sentido da palavra ética, na realidade, se inspirou na expressão grega ethike philosophia, que
significa “filosofia moral” ou “filosofia do modo de ser”.
Os romanos traduziram o ethos grego, para o latim mos (ou no plural mores), que quer dizer
“costume”, de onde vem a palavra “moral”.
Tanto ethos (caráter) como mos (costume) indicam um tipo de comportamento propriamente humano
que não é natural, o homem não nasce com ele como se fosse um instinto, mas que é "adquirido ou
conquistado por hábito" (VÁZQUEZ).
Portanto, ética e moral, pela própria etimologia, dizem respeito a uma realidade humana que é
construída histórica e socialmente a partir das relações coletivas dos seres humanos nas
sociedades onde nascem e vivem.
3. Ética Empresarial
• Conjunto de valores que balizam os atos das empresas, sendo elemento de composição de sua
cultura organizacional, devendo ser o elemento norteador da estratégia da empresa, do
planejamento da alta direção, dos atos do nível gerencial, e da prática diária da ação de cada
funcionário.
• É vital que todas as relações da empresa, tanto de âmbito interno quanto externo, estejam
alicerçadas por princípios éticos. (funcionários, fornecedores, clientes, prestadores de serviço).
5. Governança Corporativa
• Governança corporativa é o sistema pelo qual as empresas e demais organizações são dirigidas,
monitoradas e incentivadas, envolvendo os relacionamentos entre sócios, conselho de administração,
diretoria, órgãos de fiscalização e controle e demais partes interessadas. (IBGC).
Ética Empresarial – Conceitos adjacentes
Compliance
• Comply, em inglês, significa “agir em sintonia com as regras”, o que já explica um pouquinho do termo.
Compliance, em termos didáticos, significa estar absolutamente em linha com normas, controles internos
e externos, além de todas as políticas e diretrizes estabelecidas para o seu negócio. É a atividade de
assegurar que a empresa está cumprindo à risca todas as imposições dos órgãos de regulamentação,
dentro de todos os padrões exigidos de seu segmento. E isso vale para as esferas trabalhista, fiscal,
contábil, financeira, ambiental, jurídica, previdenciária, ética, etc. (Endeavor)
6. Órgãos de Controle
• Conjunto de órgãos e agentes inter-relacionados com um papel primordial na garantia da consistência e
efetividade do ambiente de controles de uma organização ( Conselho de Administração e Comitê de
Auditoria, Conselho Fiscal, Auditoria Interna, Controles Internos, Security Officer, Ouvidoria, Canal de
Denuncias, etc ). (COSO, COBIT, Lei das S.A, etc)
Ética Empresarial – Conceitos adjacentes
Gestão de Riscos
• Seu objetivo é prover um “conforto” com relação a conquista dos objetivos de um negócio, identificando
eventos que possam afetar a entidade e direcionando a sua gestão para que estes permaneçam dentro do
“apetite” a riscos de seus acionistas. (COSO)
7. Multas por não aderência a lei anti-corrupção dos EUA
Rank Empresa Data Multa Motivo
1 Siemens (Alemanha) 2008 US$ 800 milhões
As investigações concluíram que, entre 2001 e 2007,
a gigante industrial alemã pagou US$ 1,4 bilhão em
propinas a autoridades de diversos países - do
Iraque à Venezuela e Argentina. A Siemens também
pagou outros US$ 800 milhões em multas na
Alemanha e sua diretoria foi trocada por causa das
denúncias. No Brasil, a empresa foi envolvida no
escândalo de formação de cartel nas obras e
compras governamentais do metrô de São Paulo.
2
KBR / Halliburton
(Estados Unidos)
2009 US$ 579 milhões
A gigante de energia americana foi acusada de
liderar uma joint-venture que subornou autoridades
nigerianas, garantindo quatro contratos de US$ 6
bilhões para o transporte de gás natural na ilha
Bonny, entre 1995 e 2004. A Snamprogetti, a
Technip e a JGC, listadas abaixo, também eram
parte do consórcio. O então presidente da KBR,
Albert Stanley, chave no esquema, aceitou devolver
US$ 10,8 milhões e foi sentenciado a dois anos e
meio de prisão.
3
BAE Systems (Reino
Unido)
2010 US$ 400 milhões
A empresa britânica, especializada em sistemas de
defesa, admitiu ter subornado funcionários públicos
em países como Arábia Saudita e República
Tcheca. A empresa também foi considerada culpada
de mentir para autoridades americanas, uma vez
que, de 2000 a 2002, apresentou vários documentos
em que garantia estar tomando providências para se
adequar à FCPA.
Multas especificas por violações da Lei de Práticas de Corrupção no Exterior (FCPA) dos EUA.
8. Multa de 6,9 bilhões Custo financeiro da inconformidade.
Em quanto podemos calcular o dano de imagem? Em quantos anos esta poderá
ser reparada? Caso não obrigue a empresa a trocar seu nome e identidade visual.
Importância do Compliance no Brasil
9. Qual o custo total para a sociedade de algo assim?
Quantas empresas dependem da Petrobrás direta e indiretamente?
Qual o impacto no recolhimento de entes federativos?
Importância do Compliance no Brasil
10. Não adianta TER uma estrutura de compliance, e conhecer os requerimentos de
compliance!
Importância do Compliance no Brasil
É necessário estar em Compliance !
11. 1 - Imprimir o Compliance ao “tom da organização”, adicioná-lo de forma efetiva
dentro da cultura organizacional.
2 - Comprometimento real da alta direção, pois de nada adianta implementar
a estrutura de compliance se forem feitas cobranças incompatíveis com
práticas de compliance às áreas gerenciais e operacionais.
3 - Treinamento é uma questão chave, busca real de conscientização, fazer as
pessoas compreenderem que é uma necessidade e não mais uma mera
burocracia.
4 - Conscientização de clientes, fornecedores e partes interessadas,
quanto a importância de aderir as práticas de compliance.
5 - Criar uma solução customizada – compatível com a cultura organizacional –
não há como migrar modelos prontos para economizar tempo de
implantação. (Não existe receita de bolo)
Fatores chave para implementar Compliance
12. “Para o navegador que não sabe seu rumo, nenhum vento lhe é favorável”
Adágio
“Onde há trabalho há riqueza, e onde há cooperação há paz.”
Paulo de Tarso
“A cooperação é a convicção plena de que ninguém pode chegar à meta se não
chegarem todos.”
Virginia Burden
Compliance - Planejamento
Ninguém constrói Compliance sozinho, tudo deve ser fruto da
conscientização, negociação e parceria, pois para existir a mudança
primeiramente deve existir a vontade, e esta vem da confiança e da
crença, pois não gastamos esforços com o que não acreditamos.
13. Compliance é um ciclo contínuo
•Conscientizar e
treinar
•Coletar
informações
•Avaliar
resultados das
tarefas
executadas
•Definir metas
•Definir método
•Corrigir
inconformidades
Act Plan
DoCheck
14. Compliance não pode:
1. Ser atividade estanque, pois representa um ciclo.
2. Ser implementada sem levar em conta cultura e valores da empresa.
3. Ser um segundo jurídico, se restringindo a questões legais e ao âmbito jurídico.
4. Desprezar riscos ligados a tecnologia que permeiam cada vez mais nossas organizações.
5. Ser algo para “inglês ver”, sem nortear ações dentro da empresa.
6. Deixar de conscientizar de forma contínua.
7. Se restringir a atuação a apenas uma parcela da hierarquia, para ter conformidade, todos devem abraçar
a mesma causa.
15. Compliance
Fim da Parte 1
Obrigado pela atenção. Walter D. Araujo
walter.d.araujo@gmail.com
(21) 99601-6440