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Sinopse Crítica
Por: Walner Mamede
(tradução livre do original)
Autor(es) do texto
GAGNÉ, Robert M,;
MEDSKER, Karen L.
Ano
1996
Titulo
The conditions of learning: training
applications (Cap. 8: Motor skill)
Fonte (Livro, revista, jornal)
Livro
Editor(a)
Wadsworth/ASTD
Local
Belmon-USA
Páginas
97-110
Idéias Principais
• Habilidades motoras são requeridas por diversas tarefas e exigem suavidade, precisão e
sincronismo muscular.
• Habilidades motoras estão associadas a outras habilidades que, às vezes, as precedem, tal
como saber ler e memorizar as teclas de um teclado para digitar um texto. Apesar disso,
a habilidade motora não necessita ser o objetivo do treinamento, a menos que ela seja
indispensável à execução da tarefa e o indivíduo não a domine.
• As habilidades motoras podem ser classificadas em “finas” (escrever), “grossas” (carregar
uma caixa), “continuas” (mantidas no tempo) e “discretas” (reações explosivas).
• A aprendizagem de habilidades parciais, isoladamente, em uma tarefa que envolva uma
ampla solicitação motora não garante eficiência de execução, sendo mais proficiente a
aprendizagem do conjunto de habilidades de forma integrada, ainda que seja necessária a
aprendizagem parcial prévia.
• A estratégia de aprendizagem de habilidades motoras depende se esta habilidade é parte
integrante do procedimento que se quer aprender, da natureza e extensão do
procedimento, do número de habilidades parciais que compõem a habilidade motora total.
• A transferência de aprendizagem motora depende da relação estabelecida entre as
condições iniciais da tarefa, a resposta esperada, a percepção sensorial e o resultado
obtido, o que determina o esquema motor armazenado na memória e permite
generalizações futuras. Esse processo de transferência é incrementado se são impostas
variações nas condições iniciais durante um treino.
• Podemos dividir a aprendizagem de habilidades motoras em três fases:
• Inicial ou cognitiva: ao aprendiz é informada a tarefa e são apresentadas as
etapas e as normas de sua execução, a fim de que as memorize, as organize em
uma rotina e as ensaie mentalmente antes da prática, treinando as habilidades
parciais requeridas, de forma separada e estando atento aos sinais internos
(autônomos) de eficiência. Verbalizações, imagens e demonstrações são,
particularmente, importantes nesta fase.
• Intermediária ou associativa: as habilidades treinadas separadas passam por
um processo de “polimento”, aprimorando-se a suavidade, precisão e
sincronismo e sendo integradas em um conjunto coeso que comporá a
habilidade total da tarefa, consolidando a relação estímulo-resposta. Nesta
fase, o praticante deve buscar identificar sinais externos (heterônomos) de
sua eficiência;
• Final ou autônoma: as diversas habilidades parciais foram já integradas em um
todo coeso e eficiente. O praticante não necessita “pensar para agir”,
executando a tarefa automaticamente. A percepção visual é minimamente
demandada, assim como a consciência do movimento, o que permite sua
execução simultânea com outra atividade. Nesse ponto, as estratégias de
execução, normalmente, são desconhecidas na totalidade pelo praticante.
• Instruções verbais são pouco efetivas na fase intermediária do treinamento, devendo
estar associadas com outras estratégias, como imagens e demonstrações, uma vez que
habilidades motoras são, amplamente, aprendidas por imitação.
• O treinamento continua aprimorando a habilidade, mas ocorre um decréscimo da taxa de
aprimoramento em proporção inversa ao tempo de prática, o que deve ser considerado no
momento de se investir em um programa de treinamento, para se conseguir uma
racionalização da relação custo-benefício em termos de tempo, dinheiro e esforço.
• A repetição da tarefa traz mais benefícios em termos de eficiência se o praticante
estiver intencionalmente comprometido com seu aprimoramento e utilizar os feedbacks
(autônomos e heterônomos) de forma apropriada, principalmente, antes de sua
automatização, mas também em sua aplicação prática.
• A qualidade dos feedbacks heterônomos refletem diretamente sobre a qualidade da
performance do praticante até um grau em que ele necessite prescindir de tal modalidade
de retorno em detrimento do aprimoramento de feedbacks autônomos, tais como
mecanismos de autogratificação, metacognição, propriocepção e autoavaliação.
• A prática mental de uma tarefa motora é capaz de aprimorar a performance do
praticante, ainda que não de forma tão efetiva quanto a prática física, devendo ser com
esta associada durante um tempo intervalado máximo de 5 min por sessão, em qualquer
fase do treinamento.
• O nível de aprendizado, o tempo decorrido após o treino e a prática constante são fatores
que interferem sobre o grau de retenção da habilidade.
• Uma habilidade existente previamente ao treinamento pode comprometer a eficiência da
habilidade treinada ou vice-versa, caracterizando um caso de transferência negativa de
aprendizagem.
• Treinamento de habilidades parciais ou totais referidas a uma tarefa deve sempre ser
promovido ao se perceber que ocorreu uma perda de eficiência ou quando o praticante não
as executa, rotineiramente, em suas atividades e sabe-se que elas poderão ser
requisitadas a qualquer momento.
• Uma análise minuciosa das habilidades requeridas para um cargo ou atividade necessita
ser realizada antes de se desenhar o programa de treinamento, assim como uma avaliação
de capacidades já dominadas pelo aprendiz e que não precisam estar no programa,
podendo apenas ser rememoradas em uma fase inicial do treinamento, a fim de compor a
rotina operacional que se adotará a partir de então, em repetições mentais e práticas até
a automatização da habilidade.
Considerações adicionais
• Habilidades motoras estão implícitas em uma série de atividades humanas. Algumas vezes
elas representam mera estratégia acessória ou complementar (mas não menos importante)
em outras são a própria razão de ser da atividade. A complexidade e o grau de
importância relativa da habilidade motora em uma tarefa é um indicador importante na
estruturação de um programa de treinamento, assim como o nível de seu domínio prévio
apresentado pelo aprendiz-alvo desse treinamento.
• A aprendizagem de uma habilidade motora está relacionada, em particular, com dois
subsistemas do SNC: piramidal (corticoespinhal) e extrapiramidal, os quais mantêm íntima
relação de controle mútuo. O primeiro é relacionado com habilidades voluntárias em
processo de aprendizagem e o segundo com as involuntárias já automatizadas.
• O sistema piramidal é composto por células piramidais presentes no córtex motor
primário e pelo trato corticoespinhal que desce em direção aos neurônios motores
espinhais e é responsável pela condução do estímulo nervoso (70m/s nas fibras mais
calibrosas), que possibilita a contração muscular, pelo recebimento de estímulos sensório-
motores, que retroalimentam o processo, sendo os fusos musculares e os receptores
tendinosos estruturas importantes de regulação do tônus muscular, e pelo controle das
áreas adjacentes ao córtex motor primário, por meio de fibras colaterai de feedback
negativo.
• A aferência de estímulos no córtex motor, advindos particularmente do tálamo e do
córtex somatossensorial, mas também de outras áreas cerebrais, produz um controle de
excitabilidade das células piramidais, a fim de regular as funções motoras. O estímulo das
células piramidais dinâmicas é responsável pela elevação abrupta do tônus muscular no
início de um movimento ou em movimentos repentinos. O estímulo de células piramidais
estáticas é responsável pela manutenção prolongada do tônus após iniciada a contração,
resultando em um movimento ou posição sustentados.
• A eferência nervosa do córtex motor é controlada pela aferência de estímulos sensoriais
e pelo conhecimento das necessidades do ambiente. Assim, um estímulo de contração
muscular será regulado pelo fuso muscular que, se distendendo mais que as fibras
musculares, enviará um sinal para o aumento da contração igualação do tônus; pelos
receptores tendinosos de Golgi que, identificando grande tensão tendinosa, solicitará
relaxamento muscular; por receptores táteis que, identificando a pressão sobre a pele,
controlará o nível de tensão muscular; por estímulos auditivos e visuais que, identificando
demandas no ambiente, solicitarão determinado grau de contração e movimento; por
estímulos proprioceptivos que, reconhecendo a posição articular, determinará o controle
tonal; e pelo aprendizado que, possibilitando o conhecimento prévio da resposta adequada
ao estímulo ambiental, possibilitará a escolha do tônus e do movimento mais adequado à
situação presente.
• O sistema extrapiramidal (nome em desuso) é composto por células corticais envolvidas no
movimento, mas difusas e não restritas ao córtex motor primário. A principal função
desse sistema reside no armazenamento de esquemas motores autônomos, aprendidos pela
ação do sistema piramidal e resgatados “instintivamente” quando o ambiente assim o
solicita, tornando desnecessário que o indivíduo racionalize o movimento.
• A medula espinhal possui um sistema reflexo, por meio do qual controla o tônus e a
contratura muscular, sem que haja participação encefálica. Esse sistema é também
responsável por uma atividade acessória ao trato corticoespinhal. Quando este comanda a
contratura muscular, aquele regula o tônus dos músculos antagonistas, a fim de
possibilitar e controlar o movimento, além de, também, colaborar com parte da contração-
relaxamento agonista em reposta ao fuso muscular e ao órgão tendinoso de Golgi,
principalmente, em estímulos repentinos.

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Aprendizagem de habilidades motoras (sinopse crítica)

  • 1. Sinopse Crítica Por: Walner Mamede (tradução livre do original) Autor(es) do texto GAGNÉ, Robert M,; MEDSKER, Karen L. Ano 1996 Titulo The conditions of learning: training applications (Cap. 8: Motor skill) Fonte (Livro, revista, jornal) Livro Editor(a) Wadsworth/ASTD Local Belmon-USA Páginas 97-110 Idéias Principais • Habilidades motoras são requeridas por diversas tarefas e exigem suavidade, precisão e sincronismo muscular. • Habilidades motoras estão associadas a outras habilidades que, às vezes, as precedem, tal como saber ler e memorizar as teclas de um teclado para digitar um texto. Apesar disso, a habilidade motora não necessita ser o objetivo do treinamento, a menos que ela seja indispensável à execução da tarefa e o indivíduo não a domine. • As habilidades motoras podem ser classificadas em “finas” (escrever), “grossas” (carregar uma caixa), “continuas” (mantidas no tempo) e “discretas” (reações explosivas). • A aprendizagem de habilidades parciais, isoladamente, em uma tarefa que envolva uma ampla solicitação motora não garante eficiência de execução, sendo mais proficiente a aprendizagem do conjunto de habilidades de forma integrada, ainda que seja necessária a aprendizagem parcial prévia. • A estratégia de aprendizagem de habilidades motoras depende se esta habilidade é parte integrante do procedimento que se quer aprender, da natureza e extensão do procedimento, do número de habilidades parciais que compõem a habilidade motora total. • A transferência de aprendizagem motora depende da relação estabelecida entre as condições iniciais da tarefa, a resposta esperada, a percepção sensorial e o resultado obtido, o que determina o esquema motor armazenado na memória e permite generalizações futuras. Esse processo de transferência é incrementado se são impostas variações nas condições iniciais durante um treino. • Podemos dividir a aprendizagem de habilidades motoras em três fases: • Inicial ou cognitiva: ao aprendiz é informada a tarefa e são apresentadas as etapas e as normas de sua execução, a fim de que as memorize, as organize em uma rotina e as ensaie mentalmente antes da prática, treinando as habilidades parciais requeridas, de forma separada e estando atento aos sinais internos (autônomos) de eficiência. Verbalizações, imagens e demonstrações são, particularmente, importantes nesta fase. • Intermediária ou associativa: as habilidades treinadas separadas passam por um processo de “polimento”, aprimorando-se a suavidade, precisão e sincronismo e sendo integradas em um conjunto coeso que comporá a habilidade total da tarefa, consolidando a relação estímulo-resposta. Nesta fase, o praticante deve buscar identificar sinais externos (heterônomos) de sua eficiência; • Final ou autônoma: as diversas habilidades parciais foram já integradas em um
  • 2. todo coeso e eficiente. O praticante não necessita “pensar para agir”, executando a tarefa automaticamente. A percepção visual é minimamente demandada, assim como a consciência do movimento, o que permite sua execução simultânea com outra atividade. Nesse ponto, as estratégias de execução, normalmente, são desconhecidas na totalidade pelo praticante. • Instruções verbais são pouco efetivas na fase intermediária do treinamento, devendo estar associadas com outras estratégias, como imagens e demonstrações, uma vez que habilidades motoras são, amplamente, aprendidas por imitação. • O treinamento continua aprimorando a habilidade, mas ocorre um decréscimo da taxa de aprimoramento em proporção inversa ao tempo de prática, o que deve ser considerado no momento de se investir em um programa de treinamento, para se conseguir uma racionalização da relação custo-benefício em termos de tempo, dinheiro e esforço. • A repetição da tarefa traz mais benefícios em termos de eficiência se o praticante estiver intencionalmente comprometido com seu aprimoramento e utilizar os feedbacks (autônomos e heterônomos) de forma apropriada, principalmente, antes de sua automatização, mas também em sua aplicação prática. • A qualidade dos feedbacks heterônomos refletem diretamente sobre a qualidade da performance do praticante até um grau em que ele necessite prescindir de tal modalidade de retorno em detrimento do aprimoramento de feedbacks autônomos, tais como mecanismos de autogratificação, metacognição, propriocepção e autoavaliação. • A prática mental de uma tarefa motora é capaz de aprimorar a performance do praticante, ainda que não de forma tão efetiva quanto a prática física, devendo ser com esta associada durante um tempo intervalado máximo de 5 min por sessão, em qualquer fase do treinamento. • O nível de aprendizado, o tempo decorrido após o treino e a prática constante são fatores que interferem sobre o grau de retenção da habilidade. • Uma habilidade existente previamente ao treinamento pode comprometer a eficiência da habilidade treinada ou vice-versa, caracterizando um caso de transferência negativa de aprendizagem. • Treinamento de habilidades parciais ou totais referidas a uma tarefa deve sempre ser promovido ao se perceber que ocorreu uma perda de eficiência ou quando o praticante não as executa, rotineiramente, em suas atividades e sabe-se que elas poderão ser requisitadas a qualquer momento. • Uma análise minuciosa das habilidades requeridas para um cargo ou atividade necessita ser realizada antes de se desenhar o programa de treinamento, assim como uma avaliação de capacidades já dominadas pelo aprendiz e que não precisam estar no programa, podendo apenas ser rememoradas em uma fase inicial do treinamento, a fim de compor a rotina operacional que se adotará a partir de então, em repetições mentais e práticas até a automatização da habilidade. Considerações adicionais • Habilidades motoras estão implícitas em uma série de atividades humanas. Algumas vezes elas representam mera estratégia acessória ou complementar (mas não menos importante) em outras são a própria razão de ser da atividade. A complexidade e o grau de importância relativa da habilidade motora em uma tarefa é um indicador importante na estruturação de um programa de treinamento, assim como o nível de seu domínio prévio apresentado pelo aprendiz-alvo desse treinamento. • A aprendizagem de uma habilidade motora está relacionada, em particular, com dois
  • 3. subsistemas do SNC: piramidal (corticoespinhal) e extrapiramidal, os quais mantêm íntima relação de controle mútuo. O primeiro é relacionado com habilidades voluntárias em processo de aprendizagem e o segundo com as involuntárias já automatizadas. • O sistema piramidal é composto por células piramidais presentes no córtex motor primário e pelo trato corticoespinhal que desce em direção aos neurônios motores espinhais e é responsável pela condução do estímulo nervoso (70m/s nas fibras mais calibrosas), que possibilita a contração muscular, pelo recebimento de estímulos sensório- motores, que retroalimentam o processo, sendo os fusos musculares e os receptores tendinosos estruturas importantes de regulação do tônus muscular, e pelo controle das áreas adjacentes ao córtex motor primário, por meio de fibras colaterai de feedback negativo. • A aferência de estímulos no córtex motor, advindos particularmente do tálamo e do córtex somatossensorial, mas também de outras áreas cerebrais, produz um controle de excitabilidade das células piramidais, a fim de regular as funções motoras. O estímulo das células piramidais dinâmicas é responsável pela elevação abrupta do tônus muscular no início de um movimento ou em movimentos repentinos. O estímulo de células piramidais estáticas é responsável pela manutenção prolongada do tônus após iniciada a contração, resultando em um movimento ou posição sustentados. • A eferência nervosa do córtex motor é controlada pela aferência de estímulos sensoriais e pelo conhecimento das necessidades do ambiente. Assim, um estímulo de contração muscular será regulado pelo fuso muscular que, se distendendo mais que as fibras musculares, enviará um sinal para o aumento da contração igualação do tônus; pelos receptores tendinosos de Golgi que, identificando grande tensão tendinosa, solicitará relaxamento muscular; por receptores táteis que, identificando a pressão sobre a pele, controlará o nível de tensão muscular; por estímulos auditivos e visuais que, identificando demandas no ambiente, solicitarão determinado grau de contração e movimento; por estímulos proprioceptivos que, reconhecendo a posição articular, determinará o controle tonal; e pelo aprendizado que, possibilitando o conhecimento prévio da resposta adequada ao estímulo ambiental, possibilitará a escolha do tônus e do movimento mais adequado à situação presente. • O sistema extrapiramidal (nome em desuso) é composto por células corticais envolvidas no movimento, mas difusas e não restritas ao córtex motor primário. A principal função desse sistema reside no armazenamento de esquemas motores autônomos, aprendidos pela ação do sistema piramidal e resgatados “instintivamente” quando o ambiente assim o solicita, tornando desnecessário que o indivíduo racionalize o movimento. • A medula espinhal possui um sistema reflexo, por meio do qual controla o tônus e a contratura muscular, sem que haja participação encefálica. Esse sistema é também responsável por uma atividade acessória ao trato corticoespinhal. Quando este comanda a contratura muscular, aquele regula o tônus dos músculos antagonistas, a fim de possibilitar e controlar o movimento, além de, também, colaborar com parte da contração- relaxamento agonista em reposta ao fuso muscular e ao órgão tendinoso de Golgi, principalmente, em estímulos repentinos.