2. • Sendo a mediunidade uma faculdade natural da criatura
humana e, sendo através dela que se estabelece a
comunicação do MUNDO CORPORAL com o MUNDO
ESPIRITUAL, será interessante perguntarmos o
seguinte:
• a) qual a relação entre a mediunidade e o grau de
elevação moral de quem a possui?
• b) por que não constitui a faculdade mediúnica
privilégio das pessoas de bem?
• Para bem responder a tais perguntas, será necessário
distinguir aspectos diversos da questão, analisando, em
cada um deles, a relação proposta: mediunidade/moral
do médium.
3. • 1º) Presença da faculdade mediúnica - Vimos, anteriormente, que a faculdade
mediúnica tem raízes no organismo. Certas organizações corporais apresentam
condições favoráveis ao surgimento dessa faculdade, pela oportunidade que
oferecem ao espírito encarnado de liberar-se com maior facilidade e adquirir
percepções que em estado normal se acham embotadas pelo corpo físico. A
faculdade mediúnica é, pois, espontânea e própria de certos organismos, não
dependendo das qualidades morais do indivíduo que a possui.
• 2º) Mediunidade em ação - Examinemos agora qual a relação entre a moral do
médium e o desenvolvimento da mediunidade. Veremos que, assim como a
presença da faculdade, o funcionamento desta independe das qualidades morais
de quem a possui. De fato, a mediunidade existe e se manifesta entre "bons" e
"maus". Devemos considerá-la, mesmo, como meio de elevação. Há pessoas
que a possuem porque dela precisam mais do que outras, justamente para se
melhorarem, pois Deus multiplica oportunidades de evolução, inclusive aos que
erraram. Há pessoas de bem que não possuem a faculdade mediúnica, mas
dispõem de argúcia dos sentidos. São benefícios concedidos, que devem ser
valorizados e bem utilizados, pois existem os que são privados deles.
4. • 3º) Uso da mediunidade - Se o funcionamento da mediunidade
independe das qualidades morais do médium , o mesmo não ocorre com
a aplicação ou uso da mediunidade. Um médium poderá usá-la para o
bem ou para o mal, de acordo com o seu discernimento, ligado, este, ao
seu grau de elevação moral.
• 4º) Relação com os Espíritos - Lei das Comunicações - Conforme
ensina a Doutrina, são muito importantes as qualidades morais do
médium, no estabelecimento da relação com os Espíritos que se
comunicam.
• "Se o médium, do ponto de vista do exercício, não passa de um
instrumento, exerce, todavia, influência muito grande sob o aspecto
moral... . Uma vez que, para se comunicar, o Espírito desencarnado se
identifica com o espírito do médium, esta identificação não se pode
verificar senão havendo, entre um e outro, simpatia e, se assim é lícito
dizer-se, afinidade. A alma exerce sobre o Espírito livre uma espécie de
atração, ou de repulsão, conforme o grau de semelhança existente entre
eles. Ora, os bons têm afinidade com os bons e os maus, com os maus.
Se o médium é vicioso, em torno dele se vêm grupar os Espíritos
inferiores, sempre prontos a tomar o lugar dos bons Espíritos.. . Todas
as imperfeições morais são outras tantas portas abertas ao acesso dos
Espíritos inferiores. A que, porém, eles exploram com mais habilidade é
o orgulho."
5. FINALIDADES DA MEDIUNIDADE
• Entendidas, pois, as relações mais imediatas da mediunidade com o
grau de elevação moral do médium, consideremos, ainda, as finalidades
principais dessa faculdade, segundo a Doutrina Espírita. São elas:
• 1ª) Dar aos homens conhecimentos;
• 2ª) Promover a melhora espiritual do médium e dos espíritos.
O Livro dos Médiuns - Cap. XX, item 226
• Para que possa ser veículo de conhecimentos úteis e verdadeiros, o
médium deverá estar em condições adequadas para isso. O
conhecimento das verdades espirituais está relacionado com a
maturidade espiritual - ninguém conhece alguma coisa se não estiver
amadurecido para entendê-la.
• O conhecimento das leis superiores da vida pode vir pelas vias da
Revelação, como aconteceu com Moisés, Jesus, e, nos tempos
modernos, através da mediunidade.
• Para que o homem assimile tal conheci-mento, faz-se mister uma
receptividade de ordem espiritual, mais rela-cionada com as qualidades
morais conquistadas - é o desenvolvimento do senso moral.
6. • Jesus referiu-se às condições para a apreensão das verdades, ao afirmar:
"Graças te dou, Meu Pai, por revelares estas coisas aos simples e
humildes e tê-las ocultado aos doutos e prudentes".
• E, noutra ocasião, ao dizer: "Tenho muitas coisas a vos dizer, mas
não as podeis suportar agora. Mais tarde enviar-vos-ei o Espírito
Consolador".
• Dessa forma, para empregar adequadamente sua mediunidade, um
médium deve esforçar-se por ser bom e desenvolver suas qualidades
morais, atraindo, assim, Espíritos de natureza elevada.
• Quanto à segunda finalidade - a de promover a melhora espiritual do
médium - encontramos comentário no início desta aula.
• Como corolário, pois, das próprias finalidades da mediunidade, o exercício
mediúnico implica na exigência da prática do bem. Isto significa que os
médiuns que usarem indevidamente a faculdade de que são portadores
sofrerão as inevitáveis conseqüências.
7. CARACTERES DOS MÉDIUNS BONS
• Consideremos aqui os médiuns bons, porque médiuns perfeitos
não existem na Terra, uma vez que a perfeição não é apanágio
deste planeta.
• "Médium perfeito seria aquele contra o qual os Espíritos inferiores
jamais ousassem uma tentativa de enganá-lo." Os médiuns bons,
que também são raros, são os que, "simpatizando somente com
os bons Espíritos, têm sido os menos enganados." Estes, às
vezes, podem ser enganados e os Espíritos bons o permitem
"para lhes exercitar a ponderação e para lhes ensinar a discernir o
verdadeiro do falso"; para lhes servir de lição e mostrar-lhes que
não são tão perfeitos que não possam ser atacados em seus
pontos fracos; para que não se orgulhem e não se considerem
infalíveis.
• São dotados de sensibilidade mediúnica bastante acentuada,
suscetíveis de fácil sintonia com os Espíritos. Transmitem a
mensagem com fidelidade e autenticidade.
• Os médiuns bons consideram a faculdade como instrumento do
bem, não a apresentam como demonstração de seus próprios
méritos.
8. CARACTERES DOS MÉDIUNS IMPERFEITOS
• São orgulhosos e egoístas. O orgulho e o egoísmo são as duas imperfeições
morais mais exploradas pelos Espíritos inferiores. O orgulho dos médiuns é
facilmente reconhecível e torna suas comunicações suspeitas quanto à
veracidade.
• Têm confiança cega nas comunicações que recebem. Tratam com desdém tudo
o que não venha por eles; julgam ter o privilégio da verdade.
• Consideram infalíveis os Espíritos que os assistem. O prestígio dos grandes
nomes, com que se adornam os Espíritos tidos por seus protetores, os
deslumbra e desprezam tudo o que não venha deles.
• Duvidar desses Espíritos é, para eles, quase uma profanação. Por se afastarem
daqueles que lhes poderiam abrir os olhos, refugiam-se no insulamento criado
por esses próprios Espíritos, que não querem contraditores e se comprazem em
lhes conservar as ilusões; consideram coisas sublimes os maiores absurdos.
• São vítimas fáceis do elogio. Muitas vezes, o orgulho é estimulado nos médiuns
pelos que os cercam. Se têm faculdade um pouco destacada, são procurados e
elogiados e passam à vaidade, a se julgarem indispensáveis.
• Lembremos André Luís: "O elogio é sempre dispensável."
• Em síntese, o que caracteriza os médiuns imperfeitos é o seguinte: confiança
absoluta na superioridade do que obtêm; irrefletida importância dada aos
grandes nomes; recusa de todo conselho; suspeição sobre qualquer crítica;
afastamento dos que podem emitir opiniões desinteressadas e proveitosas.
9. CONSEQÜÊNCIAS DO MAU USO
DA MEDIUNIDADE
• O médium que emprega mal a sua faculdade
está se candidatando:
• a) a ser veículo de comunicações falsas e
vítima dos Espíritos inferiores;
• b) à perturbação, de conseqüências
desastrosas;
• c) à perda ou suspensão de mediunidade.
11. • Em primeiro lugar devemos lembrar que os fluídos ou forças magnéticas
psíquicas e espirituais, também se submetem à lei das proporções, isto
é, não é pelo fato de alguém pedir excessivamente em favor de muitos,
que conseguirá o seu desiderato, o seu fim.
• Cada um de nós movimenta uma certa quantidade dessas forças que
podem ser juntadas com as do mundo espiritual, proporcionalmente
sendo, então, carreadas para o seu objetivo.
• Em segundo lugar, devemos focalizar o nosso pensamento,
restringindo-o a uma certa área, pessoa ou grupo de pessoas, para que
ele seja o sustentáculo dessa mesma força.
• Isto quer dizer que a nossa irradiação deve focalizar alguém, alguns, ou
uma situação determinada.
• No caso de pedidos feitos genericamente em favor de todos os
necessitados, o potencial movimentado é aplicado de acordo com o
critério que o mundo espiritual achar conveniente.
• Lembrar também que não há multiplicação de forças motivada por um
nosso pedido, mas sim, que a nossa quota proporcionada se soma com
outras com o mesmo objetivo e podem, juntas, auxiliar o objeto de
nossa irradiação.
• A pessoa que irradia deve, inicialmente, concentrar-se; orar em seguida
e depois, pela vontade, focalizar o objeto de sua irradiação e transmitir
aquilo que deseja: paz, conforto, coragem, saúde, equilíbrio, paciência,
etc...
12. • BIBLIOGRAFIA:
• EMMANUEL
• Palavras da Vida Eterna, Cap. 31
• ALLAN KARDEC - O Livro dos Médiuns - 2ª parte - Cap. XX.