O documento apresenta projeções do PIB real e taxas de inflação para Alagoas até 2043, considerando cenários básico, otimista e pessimista. Apresenta também análise da arrecadação do ICMS no estado entre 2007-2012, projetando o comportamento deste imposto até 2043 com base no esgotamento do seu crescimento em relação ao PIB.
Análise das finanças públicas do governo de pernambuco nos últimos 5 anos (1)...
Análise da arrecadação do icms 2007 2012
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1. Cenários macro-econômicos e aspectos metodológicos
Analisar e projetar as informações sobre os cenários de
crescimento das receitas do ICMS e do FPE é necessário adotar uma
série de premissas e metodologias especializadas.
Desta maneira, apresentaremos a seguir alguns critérios adotados para
definição do comportamento para o incremento real do Produto Interno
Bruto (PIB) do Brasil no tocante aos cenários básico, otimista e pessimista.
Assim, para o incremento do PIB do Estado de Alagoas para o período de
2012 a 2043 foi mantida a relação observada de 0,6555% de participação em
relação ao PIB do Brasil.
No que se referem às premissas adotadas no campo macroeconômico,
a Gerência de Gestão Fiscal e Estatística (GGFE) adotou três cenários
de projeção do PIB de 2013 a 2043, levando em conta um cenário básico,
otimista e um pessimista. No que se referem aos cenários otimista e
pessimista tomou-se como base um incremento de mais 1% e de menos 1%
em relação ao cenário básico.
Considerando o horizonte temporal abordado para este relatório, optamos
por estabelecer projeções do IPC-A (IBGE) e o PIB real que abrangessem
esse mesmo período. Após analise de diversas projeções do mercado e do
Ministério da Fazenda para um período de médio prazo e tendo a
necessidade de realizar uma projeção para o longo prazo, a GGFE definiu
como premissa a síntese exposta da Tabela II, como forma de não
pressionar o déficit de conta corrente em % do PIB e a taxa de inflação.
Além disso, foi avaliado o PIB potencial, a baixa taxa de poupança e os
estrangulamentos em face do custo Brasil (deficiência da infra-estrutura,
alta proporção da carga tributária em relação ao PIB) e o cenário de
apreciação do dólar, aumento da dívida bruta em face da viabilização dos
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empréstimos para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
(BNDES).
Em suma foi analisado os limites estruturais do crescimento econômico1 e
os seus reflexos no que se referem aos impactos sobre a arrecadação do FPE.
Tabela 1 - Projeção do PIB e IPC-A - 2012 a 2043
Ano PIB real IPC-A
2013 3,2% 5,5
2014- 2020 3,5% 5,50%
2021-2042 4,0% 5,00%
Fonte: Gerência de Gestão Fiscal e Estatística (STE-SEFAZ)
Foi projetado o PIB do Brasil, de 2011 a 2043, no sentido de demonstrar
a correlação com a previsão do PIB do Estado de Alagoas e foi mantida a
participação de 0,6518% do PIB do Brasil em 2010.
Evidencia-se através do Gráfico 1 que conforme os cenários de
crescimento do PIB e da inflação refletem em um substancial incremento nominal
do PIB.
1 TORRES,W. A política econômica do governo Dilma e os limites do crescimento econômico. Alagoas,
setembro de 2012. http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfhOUAB/a-politca-economica-governo-
dilma-s-limites-crescimento-versao-9-0.
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Gráfico 1 – PIB do Brasil 2010 - 2055
Fonte: Gerência de Gestão Fiscal e Estatística (STE-SEFAZ)
A dependência estrutural do crescimento do PIB de Alagoas em relação ao Brasil
é evidenciada no Gráfico 2.
Gráfico 2 – Projeção do PIB de Alagoas 2011- 2055
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Fonte: Gerência de Gestão Fiscal e Estatística (STE-SEFAZ)
Analisamos nas seções a seguir as duas principais fontes de
recursos da Receita do Estado de Alagoas no período de 1995 a 2011,
projetaremos o ICMS e o FPE para o cenário de 2012 a 2043 e
evidenciaremos os resultados em relação ao PIB de Alagoas.
Adotamos como premissa norteadora básica o modelo de esgotamento
do incremento da receita em % do PIB. Assim, o potencial efetivo de
crescimento de cada receita que compõe a Receita Corrente Líquida (RCL)
deve obedecer a uma inter-relação com o PIB do Estado de Alagoas, no
intuito de explicitar o modelo de esgotamento do aumento de carga tributária
em % do PIB. Ressalvamos, ainda, no que se refere ao FPE que para projetá-
lo para o exercício de 2013 foi observado o impacto da política do Governo
Central na concessão de renúncias fiscais do IPI, bem como o modelo de
esgotamento do incremento da receita do Imposto de Renda e do IPI em
relação ao PIB.
Para a análise específica de cada uma das fontes existentes,
estabelecemos ainda que:
a) O atual patamar de receitas fornece uma sinalização do potencial de
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receitas em relação ao PIB.
b) O potencial efetivo de cada receita é determinado através de
uma análise detalhada por projeções de futuro, a partir de cenários e
respectivos parâmetros estabelecidos.
No que se refere à receita do ICMS excluindo o FECOEP2
, é possível prever
um ambiente que não seja mais favorável a um incremento em % do PIB para os
próximos anos. Justifica-se este cenário devido ao fato de que já houve uma
ampliação do esforço
fiscal significativo no período de 1995 a 2012 e aliado ao fato de que se
evidencia um alto nível de comprometimento da renda do consumidor alagoano no
médio e longo prazo, refletindo na redução do esforço fiscal no segmento de
Automóveis. A título de comparação em 1995 o esforço fiscal era de 5,5% do PIB
e em 2012 conforme previsão do PIB de Alagoas atingindo R$ 28,8 bilhões o
esforço fiscal passaria a ser de 8,35% corroborando para essa análise o fato de
que em 2011 foi de 8,30%.
Salienta-se ,ainda, que o incremento da arrecadação do ICMS foi reflexo do
incremento das transferências do INSS e Bolsa Família para o Estado de Alagoas.
A título de comparação em 2007 o montante das transferências do INSS foi de
R$ 1,906 bilhão e de Bolsa Família de R$ 289 milhões em 2012 as transferências
2 O ICMS excluindo FECOEP teve sua criação em 2005 e visa incluir socialmente todos os alagoanos
que estão abaixo da linha da pobreza. Assim, o objetivo de analisar a série histórica do incremento do
ICMS e excluir o efeito do FECOEP tem como pressuposto evidenciar o aumento do esforço fiscal e
estabelecer cenários para o ICMS.
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do INSS totalizaram R$ 3,991 bilhões e o Bolsa Família de R$ 684,5 milhões3.
Assim, como a política do governo federal é continuar aumentando o valor do
salário mínimo refletirá no incremento da arrecadação dos segmentos de
Alimentos e Vestuário.
Neste contexto, o esforço fiscal da arrecadação do ICMS excluindo o
FECOEP ,em 2007, correspondeu a 7,70% evoluiu para 8,35% em 2012.
Destaca-se o comportamento do segmento Combustível de 1,74% para 1,93% ;
Alimentação de 0,69% para 0,94% e Departamento Têxtil de 0,68% para 0,89%.
3 Em 2007, o programa Bolsa Família atingia 351,4 mil famílias e em 2012 alcançou 436,3 mil famílias.
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Tabela 2 – Arrecadação por Segmento do ICMS Principal do Estado de Alagoas (ICMS/PIB) – 2007 – 2012 – Valores
em R$ 1.000,00
9. .
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Quando se analisa a arrecadação do ICMS excluindo o
FECOEP de 2012 em relação a 2007 observa-se que houve um
incremento real de 33,44%. Entretanto, fazendo uma comparação
em relação a 2011 o aumento real foi de apenas 1,61%
corroborando para o modelo de esgotamento do incremento da
arrecadação do ICMS, todavia sob uma nova ótica a de preços
constantes.
Analisando a arrecadação dos principais segmentos
evidencia-se que Combustível, Alimentação, Departamento Têxtil
e Bebidas e Fumo representavam 46,89% do total da
arrecadação do ICMS em 2007 e passaram para 54,51% do total
da arrecadação do ICMS em 2012.
Salienta-se, ainda, destes segmentos o maior incremento
real foi observado por Bebidas e Fumo e Alimentação de 2012 em
relação a 2007, entretanto quando se compara 2012 em relação a
2007 o segmento de Alimentação mostra um incremento real de
10,56% contraponto a uma queda real de 2,26% do segmento de
Bebidas e Fumo.
10. .
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Tabela 3 – Arrecadação do ICMS Principal 2007 – 2012
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2012 / 2007 2012 / 2011
COMBUSTÍVEL 407.908.247 418.253.032 409.627.219 545.678.049 516.323.821 556.608.113 36,45% 7,80%
ALIMENTAÇÃO 161.402.566 186.565.291 187.845.235 224.054.988 244.875.988 270.723.649 67,73% 10,56%
AUTOMOTIVO 112.618.136 118.518.947 113.612.462 144.030.888 150.413.292 143.854.025 27,74% -4,36%
BEBIDAS E FUMO 118.838.112 140.684.368 182.537.591 226.616.136 235.556.802 230.243.166 93,75% -2,26%
COMUNICAÇÃO 238.222.030 231.699.279 236.502.223 240.890.779 243.352.485 228.897.928 -3,91% -5,94%
CONSTRUÇÃO CIVIL 77.690.099 83.794.029 91.047.711 116.925.841 124.516.104 139.246.165 79,23% 11,83%
DEPARTAMENTO TÊXTIL 158.896.438 178.438.956 186.511.858 224.669.263 242.935.492 256.564.530 61,47% 5,61%
ENERGIA 166.945.602 203.722.531 212.268.782 186.860.246 201.115.537 213.844.752 28,09% 6,33%
MINERAL 72.788.632 54.826.110 41.884.785 49.027.668 58.867.798 9.549.272 -86,88% -83,78%
OUTROS 56.305.620 74.095.804 82.940.427 73.671.206 77.352.868 81.846.187 45,36% 5,81%
QUÍMICOS 135.580.487 157.028.706 138.744.008 153.201.605 162.012.926 169.861.662 25,28% 4,84%
SEM CLASSIFICAÇÃO 4.996.057 4.068.583 3.156.654 2.544.064 2.600.977 3.156.825 -36,81% 21,37%
SUCRO ALCOOLEIRO 63.423.152 59.583.016 60.220.142 50.953.271 47.291.928 36.729.530 -42,09% -22,33%
NÃO IDENTIFICADO 30.908.157 26.989.036 47.039.192 52.254.111 65.166.616 69.560.739 125,06% 6,74%
TOTAL (A) 1.806.523.337 1.938.267.689 1.993.938.289 2.291.378.114 2.372.382.634 2.410.686.542 33,44% 1,61%
Fontes : Diretoria de Análise e Monitoramento das Informações Fiscais
(DAMIF); (Nota : Valores monetários calculados a preço de dezembro de 2012
(IPC-A – IBGE)