Este documento apresenta uma coletânea de parlendas, cantigas de roda, poemas e outras formas de expressão oral e literária infantil. A primeira parte contém exemplos de parlendas e cantigas de roda, enquanto a segunda parte apresenta poemas de autores conhecidos. O documento fornece um repertório rico de brincadeiras, músicas e textos para estimular a leitura e a imaginação das crianças.
2. SUMÁRIO
PARTE I
PARLENDAS..................................................................................01
CANTIGAS DE RODA....................................................................... 02
POEMAS......................................................................................03
3. PARTE II
PARLENDAS
São conjuntos de palavras com arrumação rítmica em forma de verso, que envolvem algumas
brincadeiras, jogos ou movimento corporal.
4.
5. -UM, DOIS, FEIJÃO COM ARROZ,
TRÊS, QUATRO, FEIJÃO NO PRATO,
CINCO, SEIS, FALAR INGLÊS,
SETE, OITO, COMER BISCOITO,
NOVE, DEZ, COMER PASTÉIS.
AMANHÃ É DOMINGO, PÉ DE
CACHIMBO.
O CACHIMBO É DE OURO, BATE NO
TOURO.
O TOURO É VALENTE, BATE NA
GENTE.
6. A GENTE É FRACO, CAI NO BURACO.
O BURACO É FUNDO, ACABOU-SE O
MUNDO.
-O PAPAGAIO COME MILHO.
PERIQUITO LEVA A FAMA.
CANTAM UNS E CHORAM OUTROS
TRISTE SINA DE QUEM AMA.
7. CANTIGAS DE RODA
São textos que servem para brincar e divertir. Com bastante frequência se encontram
associadas a movimentos corporais em brincadeiras infantis(...)
Atirei o Pau no Gato
Atirei o Pau no gato tô tô
Mas o gato tô tô
Não morreu reu reu
Dona Chica cá
Admirou-se se
Do berro, do berro que o gato deu
Miau !!!!!!
Fui no Tororó
Fui no Tororó beber água não achei
Achei linda Morena
Que no Tororó deixei
Aproveita minha gente
Que uma noite não é nada
Se não dormir agora
Dormirá de madrugada
Oh ! Dona Maria,
Oh ! Mariazinha, entra nesta roda
Ou ficarás sozinha !
Sozinha eu não fico
Nem hei de ficar !
Por que eu tenho o Pedro
Para ser o meu par !
8. Cai, Cai Balão
Cai cai balão, cai cai balão
Na rua do sabão
Não Cai não, não cai não, não cai não
Cai aqui na minha mão !
Cai cai balão, cai cai balão
Aqui na minha mão
Não vou lá, não vou lá, não vou lá
Tenho medo de apanhar!
Boi da Cara Preta
Boi, boi, boi
Boi da cara preta
Pega esta criança que tem medo de careta
Não , não , não
Não pega ele não
Ele é bonitinho, ele chora coitadinho
Terezinha de Jesus
Terezinha de Jesus deu uma queda
Foi ao chão
Acudiram três cavalheiros
Todos de chapéu na mão
O primeiro foi seu pai
O segundo seu irmão
O terceiro foi aquele
Que a Tereza deu a mão
Terezinha levantou-se
Levantou-se lá do chão
E sorrindo disse ao noivo
Eu te dou meu coração
Dá laranja quero um gomo
9. Do limão quero um pedaço
Da morena mais bonita
Quero um beijo e um abraço
Peixe Vivo
Como pode o peixe vivo
Viver fora da água fria
Como pode o peixe vivo
Viver fora da água fria
Como poderei viver
Como poderei viver
Sem a tua, sem a tua.
Sem a tua companhia
Sem a tua, sem a tua
Sem a tua companhia
Os pastores desta aldeia
Já me fazem zombaria
Os pastores desta aldeia
Já me fazem zombaria
Por me verem assim chorando
Por me verem assim chorando
Sem a tua, sem a tua
Sem a tua companhia
Sem a tua, sem a tua
Sem a tua companhia
O Meu Boi Morreu
O meu boi morreu
O que será de mim
Mande buscar outro, oh Morena
Lá no Piauí
O meu boi morreu
10. O que será da vaca
Pinga com limão, oh Morena
Cura urucubaca
A Rosa Amarela
Olha a Rosa amarela, Rosa
Tão Formosa, tão bela, Rosa
Olha a Rosa amarela, Rosa
Tão Formosa, tão bela, Rosa
Iá-iá meu lenço, ô Iá-iá
Para me enxugar, ô Iá-iá
Esta despedida, ô Iá-iá
Já me fez chorar, ô Iá-iá (repete)
A Gatinha Parda
A minha gatinha parda, que em Janeiro me fugiu
Onde está minha gatinha,
Você sabe, você sabe, você viu ?
Eu não vi sua gatinha, mas ouvi o seu miau
Quem roubou sua gatinha
Foi a bruxa, foi a bruxa pica-páu
A Barraquinha
Vem, vem, vem Sinhazinha
Vem, vem para provar
Vem, vem, vem Sinhazinha
Na barraquinha comprar
Pé de moleque queimado
Cana, aipim, batatinha
Ó quanta coisa gostosa
Para você Sinhazinha
11. Balaio
Eu queria se balaio, balaio eu queria ser
Pra ficar dependurado, na cintura de “ocê”
Balaio meu bem, balaio sinhá
Balaio do coração
Moça que não tem balaio, sinhá
Bota a costura no chão
Eu mandei fazer balaio, pra guardar meu algodão
Balaio saiu pequeno, não quero balaio não
Balaio meu bem, balaio sinhá
Balaio do coração
Moça que não tem balaio, sinhá
Bota a costura no chão.
Boi Barroso
Eu mandei fazer um laço do couro do jacaré
Pra laçar o boi barroso, num cavalo pangaré
Refrão Meu Boi Barroso, meu Boi Pitanga
O teu lugar, ai, é lá na cana
Adeus menina, eu vou me embora
Não sou daqui,ai, sou lá de fora
Meu bonito Boi Barroso,que eu já dava por perdido
Deixando rastro na areia logo foi reconhecido
-Refrão
O Pobre Cego
Minha Mãe acorde, de tanto dormir
Venha ver o cego, Vida Minha, cantar e pedir
Se ele canta e pede, de-lhe pão e vinho
Mande o pobre cego, Vida Minha, seguir seu caminho
Não quero teu pão, nem também teu vinho
12. Quero só que a minha vida, Vida Minha, me ensine o caminho
Anda mais Aninha, mais um bocadinho,
Eu sou pobre cego, Vida Minha, não vejo o caminho
Tutu Marambá
Tutu Marambá não venhas mais cá
Que o pai do menino te manda matar (repete)
Durma nenem, que a Cuca logo vem
Papai está na roça e Mamãezinha em Belém
Tutu Marambá não venhas mais cá
Que o pai do menino te manda matar (repete)
Sapo Jururu
Sapo Jururu na beira do rio
Quando o sapo grita, ó Maninha, diz que está com frio
A mulher do sapo, é quem está la dentro
Fazendo rendinha, ó Maninha, pro seu casamento
Ai, Eu Entrei na Roda
Refrão - Ai, eu entrei na roda
Ai, eu não sei como se dança
Ai, eu entrei na “rodadança”
Ai, eu não sei dançar
Sete e sete são quatorze, com mais sete, vinte e um
Tenho sete namorados só posso casar com um
Namorei um garotinho do colégio militar
O diabo do garoto, só queria me beijar
Todo mundo se admira da macaca fazer renda
Eu já vi uma perua ser caixeira de uma venda
Lá vai uma, lá vão duas, lá vão três pela terceira
13. Lá se vai o meu benzinho, no vapor da cachoeira
Essa noite tive um sonho que chupava picolé
Acordei de madrugada, chupando dedo do pé
A Barata diz que tem
A Barata diz que tem sete saias de filó
É mentira da barata, ela tem é uma só
Ah ra ra, iá ro ró, ela tem é uma só !
A Barata diz que tem um sapato de veludo
É mentira da barata, o pé dela é peludo
Ah ra ra, Iu ru ru, o pé dela é peludo !
A Barata diz que tem uma cama de marfim
É mentira da barata, ela tem é de capim
Ah ra ra, rim rim rim, ela tem é de capim
A Barata diz que tem um anel de formatura
É mentira da barata, ela tem é casca dura
Ah ra ra , iu ru ru, ela tem é casca dura
A Barata diz que tem o cabelo cacheado
É mentira da barata, ela tem coco raspado
Ah ra ra, ia ro ró, ela tem coco raspado
POEMAS
SÃO TEXTOS COM AUTORIA CONHECIDA QUE GERALMENTE TÊM RIMAS.
OU ISTO OU AQUILO
CECÍLIA MEIRELES
Ou se tem chuva e não se tem sol,
ou se tem sol e não se tem chuva!
Ou se calça a luva e não se põe o anel,
ou se põe o anel e não se calça a luva!
14. Quem sobe nos ares não fica no chão,
quem fica no chão não sobe nos ares.
É uma grande pena que não se possa
estar ao mesmo tempo nos dois lugares!
Ou guardo o dinheiro e não compro o doce,
ou compro o doce e gasto o dinheiro.
Ou isto ou aquilo: ou isto ou aquilo…
e vivo escolhendo o dia inteiro!
Não sei se brinco, não sei se estudo,
se saio correndo ou fico tranqüilo.
Mas não consegui entender ainda
qual é melhor: se é isto ou aquilo.
AS BORBOLETAS
VINÍCIUS DE MORAES
Brancas
azuis
amarelas
e pretas
brincam
na luz
as belas borboletas.
Borboletas brancas
são alegres e francas.
Borboletas azuis
gostam muito de luz.
As amarelinhas
são tão bonitinhas!
E as pretas, então…
oh, que escuridão!
LEILÃO DE JARDIM
CECÍLIA MEIRELES
Quem me compra um jardim com flores?
Borboletas de muitas cores,
lavadeiras e passarinhos,
15. ovos verdes e azuis nos ninhos?
Quem me compra este caracol?
Quem me compra um raio de sol?
Um lagarto entre o muro e a era,
uma estátua da primavera?
Quem me compra este formigueiro?
E este sapo, que é jardineiro?
E a cigarra e a sua canção?
E o grilinho dentro do chão?
(este é o meu leilão!)
A MINHOCA
ELIAS JOSÉ
A minhoca sai da toca
e se estica e se enrosca.
O pescador quer pegar
a pobre da minhoca.
A galinha quer comer
a saborosa minhoca.
O moleque quer espremer
pra separar terra e minhoca.
A minhoca, que não é tonta,
logo se estica e se enrosca.
A terra enterra a minhoca
e ninguém viu a sua toca.
Lá de sua toca, toda torta,
torce de rir a levada minhoca.
TOLAS PERGUNTAS
ELIAS JOSÉ
Onde estará o rato
que se escondeu no meu sapato?
Onde estará o meu sapato
que escondi perto do gato?
Onde estará o gato
que miava chamando o pato?
16. Onde estará o pato
que nadava feito um peixe?
Onde estará o peixe
que nadou no fundo do rio?
Onde estará o rio
que caminhava para o mar?
O rio virou mar
que deixou encantados
o rato, o gato, o pato e o peixe.
CRIANÇAS LINDAS
RUTH ROCHA
São duas crianças lindas
mas são muito diferentes!
Uma é toda desdentada,
a outra é cheia de dentes…
Uma anda descabelada,
a outra é cheia de pentes!
Uma delas usa óculos,
e a outra só usa lentes.
Uma gosta de gelados,
a outra gosta de quentes.
Uma tem cabelos longos,
a outra só corta rentes.
Não queiras que sejam iguais,
aliás, nem mesmo tentes!
São duas crianças lindas,
mas são muito diferentes!
VALSA DAS PULGAS
RUTH ROCHA
As pulgas dançando
no meio da rua
dão pulos e pulos
sob a luz da lua.
No baile das pulgas
o passo é assim:
17. Três passos pra um lado
e entra o cupim.
Cupim dá três passos
pra lá e pra cá
e a pulga contente
toma guaraná.
Quem toca a valsinha
é o sabiá
e as pulgas pulando
pra lá e pra cá.
O GATO
MARINA COLASANTI
No alto do muro
Pulando no escuro
Miando no mato
Entrando em apuro
É o gato, seguro.
De antigo passado
E jeito futuro
Movimento puro
Ar sofisticado
É o gato, de fato.
Só pode ser gato
Esse bicho exato
Acrobata nato
Que só cai de quatro.
GALINHA D’ANGOLA
ROSEANA MURRAY
A galinha d’angola acaricia
o dia com a sua cantoria:
Tô fraco’ tô fraco’ tô fraco’
O menino tira o milho da sacola
e dá de comer à galinha d’angola
Come tudo a angolinha,
mas continua a ladainha:
Tô fraco’ tô fraco’ tô fraco’
18. Na beira do lago suspiro o sapo:
Que galinha mais fominha!
BEIJA-FLOR
ROSEANA MURRAY
Beija-flor pequenininho
que beija a flor com carinho
me dá um pouco de amor,
que hoje estou tão sozinho…
Beija-flor pequenininho,
é certo que não sou flor,
mas eu quero um beijinho
que hoje estou tão sozinho…
BARCA BELA
ALMEIDA GARRET
Pescador da barca bela,
Onde vais pescar com ela,
Que é tão bela,
Ó pescador?
Não vês que a última estrela
No céu nublado se vela?
Colhe a vela,
Ó pescador!
Deita o lanço com cautela,
Que a sereia canta bela…
Mas cautela,
Ó pescador!
Não se enrede a rede nela,
Que perdido é remo e vela
Só de vê-la,
Ó pescador!
Pescador da barca bela,
Ainda é tempo, foge dela,
Foge dela,
Ó pescador!
19. A BAILARINA
CECÍLIA MEIRELES
Esta menina
tão pequenina
quer ser bailarina.
Não conhece nem dó nem ré
mas sabe ficar na ponta do pé
não conhece nem mi nem fá
mas inclina o corpo para cá e para lá.
Não conhece nem lá nem si,
mas fecha os olhos e sorri.
Roda, roda, roda com os bracinhos no ar,
e não fica tonta nem sai do lugar.
Põe no cabelo uma estrela e um véu
e diz que caiu do céu.
Esta menina
tão pequenina
quer ser bailarina.
Mas depois esquece todas as danças
e também quer dormir
como as outras crianças.
TANTA TINTA
CECÍLIA MEIRELES
Ah! Menina tonta,
toda suja de tinta
mal o sol desponta!
(Sentou-se na ponte,
muito desatenta…
E agora se espanta:
Quem é que a ponte pinta
com tanta tinta?…)
A ponte aponta
e se desaponta.
A tontinha tenta
limpar a tinta,
ponto por ponto
e pinta por pinta.
20. Ah! Menina tonta!
Não viu a tinta da ponte!
A FOCA
VINÍCIUS DE MORAES
Quer ver a foca
ficar feliz
é por uma bola
no seu nariz.
Quer ver a foca
bater palminha
é dar a ela
uma sardinha.
Quer ver a foca
fazer uma briga
é espetar ela
bem na barriga.