1. História A - Módulo 7 (parte 2)
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2017_2018
Crises, embates ideológicos e mutações culturais
na primeira metade do século XX
Unidade 1
As transformações das primeiras décadas do
século XX
2. Módulo 7, História A 2
1.4.3 As vanguardas: ruturas com os cânones das artes e da
literatura
O desenvolvimento das novas ideias filosóficas e científicas teve um
efeito na cultura e no início do século XX desenvolve-se uma
estética nova;
Este movimento cultural e artístico ficou conhecido pelo nome de
Modernismo;
3. As convenções académicas são derrubadas e surge uma estética
nova na sequência das experiências estéticas iniciadas nos finais do
século XIX;
Módulo 7, História A 3
4. Nos inícios do século XX surgiram em vários países europeus
movimentos de vanguarda que quiseram fazer da arte um incentivo
à transformação radical da cultura e do costume social;
Criando o lado estético da “civilização das máquinas”;
Mas também surgem correntes para as quais não é possível
qualquer relação entre a “criação artística” e a “produção
industrial”, chegando a negar-se a si própria;
Este movimento cultural foi conhecido como modernismo. Paris é o
centro de toda a atividade artística, era o cerne da vanguarda
cultural europeia;
Módulo 7, História A 4
5. As primeiras vanguardas do século XX surgiram:
na França, Fauvismo;
Na Alemanha, Expressionismo: Die Brücke (A ponte) e Der Blaue
Reiter (O Cavaleiro Azul);
Procuraram inovar, contrariar a tradição, chocar os
contemporâneos;
Módulo 7, História A 5
6. Nesta época vive-se num grande dinamismo artístico e
desenvolve-se o comércio da arte, exposições, leilões, revistas e
publicações sobre arte difundem-se;
Estes movimentos artísticos são uma reação as novas condições
de vida (industrialização, urbanização, desenvolvimento
tecnológico, desenvolvimento das comunicações e da
publicidade);
Módulo 7, História A 6
7. Módulo 7, História A 7
Estes movimentos artísticos procuram fugir da tradição
académica;
Procuram a pureza dos meios de expressão;
Desligar a arte da realidade concreta;
Valorizar os impulsos, sentimentos e criatividade dos artistas;
9. Matisse: “O pintor já não precisa de se preocupar com
pormenores insignificantes; para isso lá está a fotografia, que é
melhor e mais rápida (…);
Ideias originais: construir com superfícies de cor, procurar mais
intensos efeitos de cor; o assunto é indiferente.
Matisse, A janela de Colliure, 1905
Módulo 7, História A 9
10. O meu sonho é uma arte plena de equilíbrio, de pureza, (…).
Uma arte que seja um lenitivo para todo aquele que trabalha com o
espírito, um tranquilizante espiritual, que signifique um descanso
das canseiras de um dia de trabalho”;
Dérain, L’Estaque
Módulo 7, História A 10
11. No Salão de Outono, de 1905, em Paris;
São reconhecidos, pejorativamente, pelo crítico de arte,
Louis Vauxcelles, como fauves (feras);
Refere-se à violenta expressão cromática das telas:
Marcadas pela agressividade cromática, autonomia da cor,
aplicada sobre a tela em tons puros, pela intervenção direta
das emoções dos pintores;
Módulo 7, História A 11
12. Matisse, A cigana
As cores eram intensas e
aplicadas de forma arbitrária,
isto é, não correspondiam às
cores da realidade, tornava-as
estranhas, selvagens, de
feras…
12
13. Primeira revolução artística do
século XX;
Afirmam a autonomia da cor;
Entendem a pintura como
instinto, como veículo de
expressão das suas emoções;
Recusam os convencionalismos;
Distorcem os volumes;
Exaltam as cores fortes;
Dérain, Retrato de Matisse, 1905 13
14. O Fauvismo pretende
transmitir ao espectador
emoções estéticas
profundas;
Através da exaltação das
cores que delimitam e
definem as formas
planificadas;
Onde a ilusão da terceira
dimensão se perde;
Vlaminck, Port Marley
Módulo 7, História A 14
15. A expressão é dada pelas linhas e
pelas cores, onde se ressaltam os
efeitos contrastantes destas;
pela pincelada direta e emotiva;
pelo empastamento das tintas;
pela ausência de modelado;
Matisse, Mulher com chapéu
Módulo 7, História A 15
16. A perspetiva é rejeitada e os artistas, sujeitam-se à
bidimensionalidade da tela,
respeitando o comprimento e a largura da mesma, exprimindo-se
dentro dela;
Vlaminck, Jardins
de Chatou
Módulo 7, História A 16
17. A temática não é relevante para
os fauvistas e não tem qualquer
conotação social, política ou
outra - é apenas pretexto para a
realização plástica ;
Mesmo as "deformações"
introduzidas foram concebidas,
apenas, para transmitir
sensações de alegria ou tristeza;
Roualt, Carmencita
Módulo 7, História A 17
18. Matisse, Retrato da Risca Verde,1905
Os fauves libertam a cor da sua
sujeição ao mundo real;
As sombras desaparecem;
A risca verde neste retrato marca a
transição entre as zonas de luz e
sombra;
Os pormenores e acabamentos são
omitidos;
A perspetiva e o modelado são
negligenciados;
18
19. A primeira exposição foi em 1905. Em 1908 o grupo desfez-se:
Principais representantes do Fauvismo:
Henri Matisse (1869-1954). Fundador do grupo. Assume a
pintura pela cor e bidimensionalidade essencialmente como um
exercício técnico e estético com a função de comunicar
emocionalmente com o espectador;
André Dérain (1880-1954);
Maurice Vlaminck (1876-1958);
Módulo 7, História A 19
20. O termo Expressionismo
designa uma corrente
artística que nasceu na
Alemanha, no início do
século XX;
Põe a tónica na
expressão, na vontade de
comunicar, de exprimir
sentimentos, sensações e
emoções;
Heckel, Moinho
Módulo 7, História A 20
21. O significado do termo
Expressionismo em arte evoluiu:
Primeiro designou toda a arte
moderna oposta ao
Impressionismo;
Depois aplicou-se à arte na qual
a forma não nasce diretamente
da realidade observada, mas de
reações emocionais e subjetivas
à realidade;
Munch, O grito 21
22. Nos finais do século XIX e princípios do século XX, pintores como
Van Gogh, Edvard Munch e James Ensor podem ser considerados
pré-expressionistas;
Ensor, As
máscaras e a
morte
Van Gogh, Noite estrelada
Munch, O grito
Módulo 7, História A 22
23. O expressionismo não procura
representar a realidade visível
mas a realidade invisível
(espiritual), é uma arte
executada de dentro para fora;
O Expressionismo é o reflexo dos
tempos conturbados que
antecederam e acompanharam a
1ª Guerra Mundial: rivalidades
imperialistas, industrialização,
urbanização, crise de valores,
etc.;
Módulo 7, História A 23
24. Até 1914-18 o Expressionismo Alemão foi desenvolvido por dois
grupos:
Die Brücke (A Ponte), fundado na cidade de Desda (Dresden);
Der Blaue Reiter (O Cavaleiro Azul) fundado em Munique;
Módulo 7, História A 24
25. Nasceu da associação de artistas
alemães, em 1905, em Dresda:
Ernest Lüdwig Kirchener (o líder do
grupo),
Erich Heckel, Karl Schmidt-Rottluff,
Otto Müller, Max Pechstein,
Emil Nolde, etc.;
O grupo do Die Brücke realizou várias
exposições. A 1ª Guerra Mundial
provocou o desaparecimento do
grupo;
Kirchner, Auto-retrato com ModeloDie Brücke (A Ponte)
Módulo 7, História A 25
26. Afirmavam-se contra o Impressionismo e o academismo;
Pretendiam uma arte mais pura e instintiva, ligada à expressão de
realidades interiores;
Uma arte impulsiva, fortemente individual;
Que fosse “a ponte que leva do visível para o invisível”;
Pretendem expressar os sentimentos e traumas da alma humana
com vigor, dramatismo, angústia e até violência;
Pretendem ter uma atitude de crítica, denúncia e contestação
político-social;
Módulo 7, História A 26
28. Kirchner, Nus ermelhos,1912
A estética deste movimento foi
marcada:
Por uma linguagem figurativa,
De formas simplificadas,
Deformadas e aguçadas,
Muitas vezes contornadas por
linhas negras.
Preenchidas por cores ora
violentas e contrastadas ora
sombrias, anti naturalistas,
Aplicadas em pinceladas rápidas;
Módulo 7, História A 28
29. Kirchner, Busto de Mulher, 1911
A execução foi espontânea e
temperamental, irrefletida;
As obras parecem esboços
toscos, inacabados;
Procuravam uma linguagem
plástica arcaizante, primitiva,
infantil;
Que traduzisse as realidades
interiores do artista;
29
30. As suas obras tinham um forte
pendor social, criticando o
mundo moderno e as suas
“perversidades e injustiças”;
Usam grandes manchas de cor,
intensas e contrastantes:
Uma temática pesada;
Formas primitivas, simples
Kirchner, Visita ao Zoo
Módulo 7, História A 30
31. Redescobriram as técnicas
da xilogravura e da gravura
sobre metal, que acentuam
as linhas simplificadas das
formas;
Xilogravura: técnica de
gravura em madeira que
consiste em imprimir com
pranchas de madeira em
relevo;
Módulo 7, História A 31
32. Temáticas mais importantes:
Vida íntima, a sexualidade, o
erotismo, cenas de rua, café ou
cabaret, o mundo da
prostituição e da miséria urbana,
os retratos e autorretratos, a
marginalidade;
Os seja a atualidade social do
artista;
Módulo 7, História A 32
33. Os seus quadros expressam uma forte tensão emocional, obtidas
por formas distorcidas e cores intensas e contrastantes
Nolde, Cruxificação
O Expressionismo não se
confinou apenas à pintura e à
Alemanha;
Alargou-se a outros povos da
Europa e da América e teve na
literatura, na escultura e, em
particular, na música altos
expoentes artísticos;
Módulo 7, História A 33
34. O Cavaleiro Azul (Der Blaue
Reiter), surge em 1910, em
Munique;
Fundado pelo pintor russo
Wassily Kandinsky e Auguste
Macke, Franz Marc e Paul Klee;
Der Blaue Reiter (O Cavaleiro Azul)
Módulo 7, História A 34
35. Representa um estilo menos brutal e mais harmonioso do que o
Die Brücke;
O objetivo era unir sob um mesmo ideal artístico, o da vanguarda da
arte europeia, criadores de várias nacionalidades e de diferentes
expressões, ultrapassando barreiras culturais e ideológicas;
Módulo 7, História A 35
36. A arte era o produto da unidade
existencial entre o Homem e a
Natureza;
Pretendem construir obras de arte a
partir das experiências pessoais,
Dos sentimentos subjetivos, e das
sensações de cada um,
Atribuindo-lhes ao mesmo tempo
um sentido global e válido para
todos os homens;
Macke, Caminho ensolarado
36
37. Macke, No Jardim de
Oberhofen, 1912
Procuravam a criação de uma arte livre, não dirigida a um público
especial, que nascesse da meditação, da necessidade interior
(Kandinsky);
Na procura pessoal de harmonia espiritual. O tema não é
importante;
37
38. Estes ideais foram publicados em revistas e no almanaque do
grupo, O Cavaleiro Azul, que saiu em 1912;
Organizaram duas exposições em que participaram artistas como:
Delaunay, Picasso, Braque, Nolde, etc.;
Macke, Raparigas
debaixo de árvore
Módulo 7, História A 38
39. Klee, Vento Quente no
Jardim de Marc, As portas de
Kairowan
Módulo 7, História A 39
40. Kandinsky, A Montanha Azul
Valorização da mancha
cromática;
Utilização de cores
antinaturais e arbitrárias;
Composições equilibradas
e harmoniosas, orientadas,
muitas vezes, por linhas
circulares e sinuosas;
Expressividade,
emotividade, explorando o
sentido mágico e místico
dos conteúdos;
40
41. Preferência por temáticas naturalistas, paisagens naturais ou
urbanas;
Execução refletida e pensada (menos intuitiva e imediata que o Die
Brücke);
Simplificação dos meios utilizados;
Simplificação e geometrização das formas, com tendência para uma
crescente abstratização dos motivos;
Módulo 7, História A 41
43. Principais autores:
Wassily Kandisky (1866-1944), líder e teórico do grupo, as suas
pesquisas levá-lo-ão à descoberta da arte abstrata. Escreveu: “O
artístico reduzido ao mínimo deve ser identificado como o abstrato
levado ao máximo. (…) Quando, no quadro, uma linha se liberta do
objetivo de exprimir uma coisa objetiva, real, atua por si só como
coisa (…);
Módulo 7, História A 43
44. Módulo 7, História A 44
Franz Marc (1880-1916), Paul Klee (1879-1940), August Macke
(1879-1914);
O grupo dispersou-se com a 1ª Guerra Mundial, Marc e Macke,
morreram na guerra;
A sua arte irá continuar, nomeadamente na Escola de Artes da
Bauhaus, onde Kandinsky e Klee foram professores;
45. Braque, Parque
de Cárrierres
O cubismo foi um dos movimentos mais importantes da arte do
século XX;
Os seus criadores foram: Pablo Picasso (1881-1973), em Horta del
Hebro; Georges Braque, em L’Éstaque (1882-1963)
Módulo 7, História A 45
46. Procuraram novos métodos e técnicas de representação formal e
espacial que ultrapassassem as regras clássico-renascentistas (três
dimensões, representação em perspetiva);
Picasso, Fábrica
Em Horta del hebro
Módulo 7, História A 46
47. O motivo (objeto, pessoa, paisagem) não é representado de um
único ponto de vista, mas sob vários pontos de vista na mesma
representação (perspetivas múltiplas), introduzindo a dimensão
tempo às outras três;
Módulo 7, História A 47
48. Vão criar uma autonomia maior da
obra de arte em relação à Natureza;
Estabelecem simultaneidade dos
pontos de vista;
Inspiração na Teoria da Relatividade
de Einstein;
Os cubistas separaram o mundo da
representação, do aspeto natural do
objeto representado, pela anulação
do ilusionismo herdado da pintura
naturalista do Renascimento;
Módulo 7, História A 48
49. Picasso e Braque iniciaram uma das maiores revoluções da Arte:
Derrubando os conceitos tradicionais da forma e do espaço;
Abrindo caminho à arte abstrata e outros movimentos artísticos;
49
51. Para muitos “Les Demoiselles
d’Avigon” (Meninas de Avinhão) foi o
primeiro quadro a caminho do
cubismo;
O quadro é marcado pela
geometrização da forma, figuras
angulosas, corpos distorcidos pela
perspetiva;
As duas figuras da direita,
posteriormente foram acrescentadas
máscaras de influência africana;
Figuras e fundo confundem-se;
Módulo 7, História A 51
53. O Cubismo conheceu três fase principais:
a cézanniana ou cezannista de 1907, a 1909;
a analítica ou hermética, de 1910 a 1912
a sintética, de 1913 a 1914
Módulo 7, História A 53
54. Braque, Casas em
L’Estaque,1908
A fase Cézanniana (1907-1909);
Resulta da influência da obra de Cézanne e da escultura africana;
Picasso e Braque, em 1906, visitaram uma exposição da obra de
Cézanne;
54
55. As obras desta fase caracterizam-se:
Temática da paisagem e da figura
humana;
Representação racional e geométricas
das formas;
Linha de contorno quebrada;
Início do desdobramento dos planos;
Rostos simplificados ou em máscaras
(influência africana);
Redução da paleta cromática;
55
56. Fase analítica ou hermética (1910-
1912);
Foi a mais característica do
cubismo;
Visão simultânea e multifacetada
dos vários aspetos do motivo
observado, fazendo com que o
objeto aparecesse na tela como
que quebrado ou explodido;
Módulo 7, História A 56
57. Picasso, O poeta, 1912
A ideia é representar a realidade
visual total do objeto;
O artista não representa apenas o
que vê mas também o que dele
conhece;
Picasso: “perguntei a mim mesmo
se não se deviam pintar as coisas
como as conhecemos e não como
as vemos”;
Módulo 7, História A 57
58. Picasso, O guitarrista, 1910
O processo de representação faz
com o que está representado se
afaste da imagem real que lhe deu
origem;
Torna-se irreconhecível (hermético)
para o público;
Aproxima-se do abstracionismo;
58
59. Foi a fase de teorização do cubismo:
Braque e Picasso organizam
tertúlias no atelier de Picasso
(Bateau Lavoir);
A identidade de princípios e
processos entre estes dois artistas é
perfeita, as obras não se distinguem
das do outro;
Não assinam as obras;
Picasso, Retrato de Amboise
59
60. Picasso, O aficionado, 1912
Cerca de 1912, Picasso e Braque
começam a introduzir na tela
alguns elementos estranhos à
pintura (letras, pedaços de jornal,
bilhetes, etc.);
Procuravam tornar a pintura mais
inteligível, menos abstrata, para o
espectador;
Retorno à policromia;
Esta fase das colagens deu-se na
passagem do Cubismo Analítico
para o Cubismo Sintético;
60
61. Fase sintética, (1912-1914);
Retorno à realidade;
Redução dos pontos de vista e
do número de planos;
Formas simplificadas
(sintéticas);
Cor vibrante;
Sobreposições e transparências
de planos;
Picasso, Cadeira
Módulo 7, História A 61
62. O objetivo é “religar” o quadro
à realidade;
Tornar o motivo representado
menos hermético;
A policromia e as colagens
visavam estimular visualmente
o espectador;
Picasso, Suze
62
64. Braque, Mesa
de Músico, 1913
As colagens revolucionaram o conceito de obra pictórica, diluindo as
fronteiras entre a pintura e a escultura;
O Dadaísmo irá explorar esta técnica;
Módulo 7, História A 64
65. Nesta fase do Cubismo
sintético participou outro
pintor espanhol, Juan Gris
(1887-1927);
Gris, A janela
65
66. Picasso, Cabeça de Mulher, Guitarra
Picasso também realizou obras escultóricas onde procurou
desenvolver os princípios do cubismo
66
67. Os princípios cubistas influenciaram todas as artes (pintura,
escultura, arquitetura e design);
Deram origem a novas correntes como o Orfismo e o Purismo e a
Secção de Ouro;
Influenciaram correntes como o Abstracionismo e o Futurismo;
Módulo 7, História A 67
68. O abstracionismo concretizou-se através de várias tendências:
Abstracionismo Lírico ou Expressivo;
Abstracionismo Geométrico:
A) Suprematismo;
B) Construtivismo;
C) Neoplasticismo.
Módulo 7, História A 68
70. O abstracionismo nasceu em 1910 a partir de uma
experiência de Kandinsky e teve o seu
desenvolvimento maior entre 1918 e 1933;
Arte abstrata: toda a arte que não contém nenhuma
relação com a realidade, quer essa realidade tenha
sido ou não o ponto de partida do artista;
Módulo 7, História A 70
71. A arte abstrata anula o tema e o objeto na criação plástica;
Foi encarada como a expressão mais pura da arte;
Liberta-se de programas culturais ou ideológicos;
Torna-se o símbolo da arte moderna, sem referências ao passado;
71
72. É um ponto de chegada natural das tendências que arte europeia
vinha a explorar desde o pós-impressionismo, que tinham evoluído
no sentido de:
Progressiva libertação da arte em relação à Natureza, autonomia
total da arte em relação à realidade;
Tinham provocado uma verdadeira revolução técnica e estética,
concretizada na crescente simplificação e sintetização dos objetos
representados;
Módulo 7, História A 72
73. Kandinsky, Primeira
obra abstrata,
aguarela, 1910
O abstracionismo já tinha sido intuído pelo Simbolismo,
Expressionismo, Cubismo, Orfismo e Futurismo;
O grande teorizador e iniciador do Abstracionismo foi Wassily
Kandinsky;
Módulo 7, História A 73
74. O Abstracionismo Lírico é a
expressão abstrata das pulsões
espirituais do Homem;
Deriva diretamente do
Expressionismo do Cavaleiro
Azul;
Inspira-se na intuição, no
instinto, na imaginação, está
ligada às emoções, à
necessidade interior, é uma
arte mística;
Módulo 7, História A 74
76. O Abstracionismo Lírico vive das formas orgânicas, das manchas
cromáticas;
Da dinâmica das linhas, formas e cores;
Que substituem a representação de objetos;
A pintura aproxima-se da música;
Módulo 7, História A 76
77. Kandinsky, Com o arco
negro
“A cor é o meio de exercer uma influência directa na alma. A cor é a
tecla. O olhar o martelo. A alma é o piano de muitas cordas. O som
musical tem acesso directo à alma, e aí encontra de imediato uma
ressonância, porque o Homem tem música em si mesmo, que pode
negar que isso também pode ser válido para a pintura”.
Kandinsky
77
78. Kandinsky,
Improvisação V
“A cor assim como afecta os animais, também afecta, com igual
força e vigor, as reacções humanas”
Kandinsky
Módulo 7, História A 78
79. Kandinsky acreditava na maior pureza da arte abstracta, atribui-
lhe um significado espiritual;
Pensava que uma grande mudança espiritual se estava a
desenvolver no novo século com o abandono das doutrinas
materialistas do século XIX;
O artista foi percorrendo várias fases até, desligando-se
progressivamente da realidade concreta até atingir a abstração
pura;
Módulo 7, História A 79
80. Constrói os seus quadros com linhas e cores;
Refletiu sobre a arte publicou 3 livros: Do espiritual na arte, 1912,
expõe a sua teoria sobre o valor psicológico das cores e das formas;
Um olhar sobre o passado, 1913; Ponto, linha sobre o Plano,
publicado na fase da Bauhaus;
Para ele, a pintura devia constituir o alimento da alma e não
somente o dos olhos;
Pintar significava organizar as formas e as cores, de modo a provocar
sensações;.
80
81. Kandinsky, Improvisação X
Nunca mais a arte deveria ser a
representação de qualquer
realidade;
Libertado da obrigação de
representar a realidade, o quadro
materializa-se numa sensação,
numa emoção;
Abstrair será pintar formas
independentes da realidade, que
não se assemelhem a nada, só a
elas próprias, propondo uma
sensação inédita cada vez que
aparecem;
Módulo 7, História A 81
83. Malevitch,
Composição
Suprematista
No abstraccionismo geométrico está
patente a racionalização nascida da
análise científica e intelectual;
Foi influenciado pelo Cubismo e pelo
Futurismo;
O Suprematismo foi um movimento
pictórico completamente novo, nascido
na Rússia por volta de 1915-1916, na
sequência do Raionismo;
O seu criador foi Casimir Malevitch
(1878-1935);
Módulo 7, História A 83
84. Procurou na pintura a realização
plástica pura;
Baseou-se na necessidade
(extraída do Cubismo Sintético)
de animação do espaço pela
forma;
E na movimentação plástica do
Futurismo;
Módulo 7, História A 84
85. Fotografia de Malevitch
“A composição torna-se um acordo de ritmos que se concretizam no
espaço da tela, tal como uma frase musical se concretiza no tempo”;
Dora Valier
Módulo 7, História A 85
86. Malevitch, Pintura Suprematista
Características:
Formas geométricas puras,
construídas pela cor, sem modelado;
Paleta cromática restrita, constituída
pelas cores primárias e secundárias,
o branco e o preto;
O branco simboliza o princípio e o
negro o fim;
86
87. Malevitch, Quadrado
Negro sobre fundo Branco
A pureza plástica levada ao extremo levou a dois quadros pintados
entre 1918 e 1920: Quadrado Negro sobre fundo Branco e
Quadrado Branco sobre Fundo Branco;
Módulo 7, História A 87
88. Para o Suprematismo, a verdade
e pureza, seriam procuradas num
novo mundo através do
aniquilamento e negação do
mundo presente;
Esta procura levou Malevitch até
à negação da própria pintura;
Outros autores que aderiram ao
Suprematismo foram os raionistas
e Lazar El Lissitzky (1890-1941);
El Lissitzky, sem titulo
88
90. O Neoplasticismo foi um movimento holandês que se desenvolveu
nas artes plásticas, arquitetura, design, literatura;
Nasceu em 1917, ligado à revista De Stijl (O Estilo);
Principais artistas: Piet Mondrian (1872-1944) e Teo van Doesburg
(1883-1931);
90
91. Revista De Stijl
Preconizavam uma arte pura, clara,
objetiva, não ilusória, não
representativa, anti naturalista;
Utilizaram as formas geométricas
(quadrados e retângulos) estáticas,
pintadas a branco, preto e cores
primárias, limitadas por linhas
verticais e horizontais negras;
Que formavam planos geométricos
puros e ortogonais;
91
92. Mondrian, Vermelho,
Amarelo e Azul
As formas e as linhas estabelecem múltiplas relações espaciais que
assentam no equilíbrio, harmonia e serenidade do ângulo recto;
O ângulo recto e a harmonia estiveram presentes em todas as
actividades artísticas;
93. Mondrian, Vermelho, Amarelo e Azul
A vertical e a horizontal são
a expressão de duas forças
opostas;
A cor deve ser plana e
primária;
A arte não deve ter
qualquer relação com o
aspeto natural das coisas;
93
94. Mondrian, Vermelho,
Amarelo e Azul
Utilizavam uma simbologia universal, um código, com um número
limitado de formas e cores, que no entanto podem transmitir um
número infinito de mensagens;
94
95. Procuravam uma visão impessoal e objetiva
da arte, através de uma estética nova (neo) e
universal;
Procuravam a perfeição e a verdade suprema;
Procuravam ultrapassar o mundo físico e
emotivo para atingir o mundo mental;
Procuravam eliminar o “trágico da vida”;
Contestaram as artes do passado e o
Expressionismo;
95
96. Piet Mondrian foi o grande
teórico do grupo;
Evoluiu no sentido de uma
progressiva depuração plástica,
a sintetização das formas e das
cores;
Atribuiu, a uma e outras,
significados místicos e
esotéricos;
97. “A pouco e pouco descobri que o Cubismo não tinha deduzido a
consequência lógica das suas próprias descobertas, pois não
desenvolveu a abstração até ao objetivo extremo – a expressão da
realidade pura. “
“Enquanto a realização se servir de uma “forma”, seja ela qual for,
é impossível realizar relações puras. Por isso a nova Realização se
libertou de toda a forma.”
Mondrian
Módulo 7, História A 97
98. “A linha vertical e horizontal são a expressão de duas forças opostas
(…), elas formam cruzes.
Este equilíbrio de contrastes existe por toda a parte dominando
tudo.
Na pintura a abstração da cor natural é conseguida pela cor primária
no estado mais puro possível. Para que a cor esteja certa, deve ser:
Plana e puramente primária (só as três cores fundamentais).”
Mondrian
Módulo 7, História A 98
99. “A arte abstrata é concreta e, pelos seus meios de expressão
especiais, é até mais concreta do que a arte naturalista.”
Mondrian
Módulo 7, História A 99
100. Mondrian, Broadway Boogie-Woogie e Victory Boogie-Woogie
Na última fase, em Nova Iorque (cidade de traçado ortogonal),
compôs os quadros, Broadway Boogie-Woogie e Victory Boogie-
Woogie (inacabado);
Segmentos cromáticos ritmados, assinalam o domínio do Homem
sobre a Natureza, objetivo máximo do Neoplasticismo;
Módulo 7, História A 100
101. O construtivismo pretende colocar a criação
artística ao serviço da sociedade, de acordo com
uma tendência oposta à dos Suprematistas;
Para os construtivistas, a arte deve apoiar-se na
tecnologia;
Os artistas devem empenhar-se em grandes
projetos que visem introduzir a arte na vida;
Foi no período entre as duas guerras que a
escultura realizou a passagem do figurativo para
o abstrato, coube ao Construtivismo e a Vladimir
Tatlin (1885-1953) o papel de pioneiro;
Módulo 7, História A 101
103. Tatlin, justapôs materiais anti-tradicionais, como o cimento, cobre
vidro, chapa e criou relevos que não reproduziam o quer que fosse,
não imitavam nada, tinham um valor autónomo;
103
104. A escultura deixou de ser uma massa ou volume fechado para se
tornar numa intersecção de planos onde o nosso olhar penetra e
onde o ar circula, atribuindo ao vazio um valor construtivo;
Módulo 7, História A 104
105. Anton Pevsner, Construção Superfície “desenvolvível”,
Desenvolvimento da coluna da Vitória, Mundo
Módulo 7, História A 105
107. El Lissitzky, Como a garra vermelha golpeia a branca, Rodchenko,
foto montagem
Módulo 7, História A 107
108. Naum Gabo (1890-1977) e o seu irmão Anton Pevsner (1886-
1962) foram os autores do Manifesto Realista, 1920, onde se
defendia a arte pura;
Os dois irmãos apoiaram-se em conhecimentos técnicos e
matemáticos para conceber as suas obras;
Valorizaram as formas abertas e a linha geradora de superfícies;
o espaço, tempo e a luz;
Entre 1920-22, Gabo, executou as primeiras construções com
movimento – construção cinética;
Estas peças foram construídas em materiais leves e translúcidos
(vidro, plástico), conseguindo obras muito leves, rigorosamente
construídas e que utilizavam jogos de luz elaborados;
Módulo 7, História A 108
112. Boccioni, Estados de
Espírito I, Os Adeuses,
1911
O Futurismo nasceu em Itália, mas oficialmente apareceu em 1909,
com a publicação do Manifesto Futurista, de Filippo Tommaso
Marinetti (poeta), no jornal Le Fígaro, de Paris;
Primeiro surge na literatura e estende-se às artes plásticas,
arquitetura, música e cinema;
Módulo 7, História A 112
113. Define-se o futurismo no
Manifesto Futurista como uma
nova poética;
Combate à arte tradicional;
Exaltação da vida moderna, da
civilização industrial, da
máquina, da velocidade, das
cidades modernas, dos novos
meios de transporte, etc.;
Módulo 7, História A 113
114. Carro de corrida do início do século XX,
Vitória de Samotrácia
No Manifesto afirma-se: “Um automóvel de corrida com o seu
adorno de grossos tubos semelhantes a serpentes de hálito explosivo
(…) é mais belo que a Vitória de Samotrácia”;
Módulo 7, História A 114
115. Em 1910 surge o Manifesto dos Pintores Futuristas:
O Futurismo assume-se como um movimento de rebelião ativa;
Afirmação das novas e modernas energias da existência;
Aproximando-se em termos emocionais dos expressionistas e em
termos plásticos do cubismo (que atacavam pelo seu estatismo);
Módulo 7, História A 115
116. Módulo 7, História A 116
Fazem a apologia da máquina, da velocidade, da luz, da sensação
dinâmica;
A temática inspirava-se nos assuntos que implicassem
modernidade, velocidade e dinamismo;
Negam os valores do passado, reivindicando exclusivamente o
futuro;
117. Recorrem à decomposição geométrica das formas (em ângulos
agudos e em curvas sinuosas – dinamismo);
Exploram a simultaneidade, interpenetração dos planos;
Repetem as imagens, de maneira sobreposta, construindo uma
espécie de sequência fílmica;
Criam o efeito de movimentação no tempo (4ª dimensão);
Módulo 7, História A 117
120. Usam linhas de cor pura, que atravessam a tela à maneira de raios
de luz;
Usam o divisionismo da cor, aplicando cores fortes e contrastadas;
Procuram transmitir emoções fortes como a velocidade, força,
ação;
Valorizam a cor e a luz;
Módulo 7, História A 120
123. Principais artistas do movimento: Umberto Boccioni (1882-
1916); Giacomo Balla (1871-1958); Carlo Carrá (1881-1966);
Gino Severini (1883-1966);
Módulo 7, História A 123
É possível distinguir três fases na evolução do Futurismo:
1ª fase: 1909-1ª Guerra Mundial, formação e definição do
movimento em Itália e a sua divulgação);
Vai influenciar o Raionismo na Rússia e o Vorticismo em Inglaterra;
E o Construtivismo;
124. O Manifesto Raionista, Rússia, 1913, define a tela raionista como
devendo “dar a impressão de escapar ao tempo e ao espaço” e
“sugerir a sensação da quarta dimensão”;
Para que este objetivo se cumprisse, recomendavam aos pintores a
utilização de raios de cor paralelos ou cruzados, simbolizando raios
de luz;
Módulo 7, História A 124
Lorionov, Interior
Raionista
125. Vorticismo, movimento nascido em Inglaterra, em 1914,
apresentado na revista Blast;
A arte deve ser mais visionária que os inventores das máquinas
modernas. O passado é para esquecer. O futuro não se pode
conhecer, resta o presente que se situa no vórtex (turbilhão),
desaparece em 1915;
125
Percy Windham Lewis, capa da
revista Blast e desenho abstrato
126. Entre as duas grandes guerras (1918-1944);
O Futurismo alarga-se a outras modalidades plásticas (design
industrial, moda, cinema);
O movimento é aproveitado por Mussolini para fazer propaganda ao
regime fascista italiano o que afastou muitos artistas, sobretudo fora
de Itália;
Módulo 7, História A 126
127. Ernest, Fruto de uma
longa experiência,
assemblage
Dadaísmo
Movimento Dada
128. O dadaísmo foi um movimento
cultural, artístico e filosófico;
Abrangeu a literatura, o cinema, o
teatro, a fotografia, a música, a
pintura, a escultura;
Surgiu durante a 1ª Guerra Mundial
em Zurique e Nova Iorque por
artistas (poetas, pintores e músicos)
refugiados da guerra;
Picabia, Parada amorosa 128
129. Ernest, O elefante Celebes
Dada deriva da palavra que
significa os sons balbuciados
pelos bebés, foi encontrada
por Tristan Tzara, abrindo o
dicionário ao acaso;
129
131. Módulo 7, História A 131
O termo absurdo simboliza a intenção destes artistas:
Negar os conceitos de arte e de objeto, bem como as técnicas
artísticas tradicionais;
Pretendem anular o próprio conceito de arte;
A arte autêntica é a anti arte;
132. Picabia, carburador, criança
O dadaísmo é uma reação
(também provocação) às
sociedades burguesas e
capitalistas;
E aos valores éticos e culturais
por elas criados;
132
133. Duchamp, Urinol
Reação provocada pela
violência da guerra;
Proclamavam o vazio
espiritual e o sentimento do
absurdo que a guerra
instalara;
Proclamavam obsoleta a
cultura tradicional;
133
134. Ball, poema fonético
Para construir uma nova sociedade
era preciso destruir a antiga;
Afirmavam “destruir também é
criar”;
Estas ideias apoiavam-se na
filosofia pessimista de
Schopenhauer, no nas ideias de
Nietszche e no Anarquismo;
134
135. Preconizavam:
Recriar a arte com recurso ao
absurdo e incongruente;
Retorno do artista ao seu
estatuto de artesão;
Ausência de compromisso entre
a arte e o mercado;
Picabia, A máquina
roda depressa 135
136. Man Ray, prenda
Valorizar o subversivo, o
irracional;
Os Dadaístas procuravam
obter daqueles que os liam e
dos que os ouviam reações
negativas, através do insulto e
da dessacralização da ordem
estabelecida;
Estavam unidos pela recusa
dos valores e do modelo da
cultura tradicional;
136
138. Focos iniciais do Dadaísmo:
Zurique, em 1915 formou-se o Cabaret Voltaire, clube artístico e
cultural, onde nasceu a ideia do movimento;
Tristan Tzara (poeta e autor do manifesto dadaísta de 1919), Jean
Arp, Hugo Ball e Richard Hüsselbeck;
Nova Iorque, onde trabalharam Marcel Duchamp, Francis Picabia e
Man Ray (fotógrafo);
Este grupo colaborou no lançamento da Revista 291 que ajudou a
difundir os objetivos do dadaísmo;
Módulo 7, História A 138
140. O final da guerra levou à dispersão dos elementos do grupo e a
formação de novos núcleos:
Barcelona (Picabia e Duchamp);
Colónia (Max Ernest);
Hanover (Kurt Schwitters)
Paris (André Breton, Louis Aragon, Paul Éluard, etc.);
Módulo 7, História A 140
142. A partir de 1922 o grupo dispersou-se;
Alguns dadaístas passaram para o Surrealismo, corrente que o
Dadaísmo se considera percursora;
Módulo 7, História A 142
143. Duchamp, Roda de bicicleta
Ready-made: criado por Marcel Duchamp, e que consistia na
descontextualização de um objeto banal e conferir-lhe o estatuto de
obra de arte;
Módulo 7, História A 143
144. Módulo 7, História A 144
Principais características do Dadaísmo:
Temáticas provocatórias, explorando assuntos insólitos e
incongruentes, aparentemente sem sentido (nonsense),
exploração do absurdo;
Inspirou-se nas técnicas cubistas e inventou outras:
Na pintura, criaram as assemblage, mistura de colagens com
objetos encontrados (objects trouvés), fotomontagens, as
merzbilders, as frottages, os ready-made e os rayographs na
fotografia;
Assemblage: termo criado por Jean Dubuffet, em 1953, que designa
obras de arte feitas de fragmentos de materiais, naturais ou não;
145. Object trouvé (objeto encontrado), que é um elemento
tridimensional, colado sobre a tela e combinado, por vezes, com
colagem;
145
146. Rayographs (fotografia
offcamera) de Man Ray, que são
fotografias executadas sem
utilização da máquina
fotográfica, ou seja, pela
sensibilização do papel
fotográfico com a luz, através do
contacto directo entre o papel
sensível e os objectos e
fotografias elaboradas;
146
147. Frotagge – técnica de criar um desenho colocando um pedaço de
papel sobre uma superfície áspera e esfregando com um lápis até
que o papel adquira a qualidade da superfície que está por baixo.
147
148. Os dadaístas contribuíram para
revolucionar os conceitos de
arte;
Atribuem um valor artístico a
um objeto que normalmente
não o tem;
Pretendem afirmar que o que
realmente determina o valor
estético de algo é um ato
mental;
Módulo 7, História A 148
149. Picabia, Retrato de uma
jovem americana em
estado de nudez, A Noiva
Pretenderam provocar o público, atacando os conceitos tradicionais;
É a arte do absurdo;
Contestam o conceito de arte chegando à própria negação;
Módulo 7, História A 149
150. Duchamp, Noiva despida
Promoveram debates e discussões em torno da necessidade de
renovação do conceito de arte e do ensino artístico;
Defendiam que os artistas deviam voltar à sua antiga condição
de artesão e contribuir de modo útil para o bem estar da
sociedade;
Módulo 7, História A 150
151. Influenciaram do ponto de vista conceptual, técnico e estéticos
noutros movimentos:
Surrealismo, Bauhaus, New Dada, Pop Art, Arte Conceptual, Arte
Pobre, Arte Comportamental;
Módulo 7, História A 151
152. Tanguy, Dias de Lentidão
Em parte decorrente do Dadaísmo, o Surrealismo constituiu
sobretudo um movimento de ideias que se estendeu a vários
campos de atividade;
Módulo 7, História A 152
Surrealismo
153. Literatura, André Breton foi o
principal teórico do movimento;
Artes plásticas, pela mão do seu
iniciador, Max Ernst;
Cinema, com Dalí e Buñuel;
Fotografia , onde se destacou Man
Ray;
Música com Erik Satie;
Módulo 7, História A 153
154. Iniciou-se em França, 1919, expandiu-se por toda a Europa e pela
América, fuga de artistas durante a Segunda Guerra Mundial;
Dali, Premonição
Módulo 7, História A 154
155. Ernest, Bosque Sombrio
O nome foi-lhe atribuído pelo poeta Apollinaire, em 1917, que
utilizou o termo a propósito do bailado Parade, de Erik Satie;
Módulo 7, História A 155
156. Surgiu, à semelhança do movimento Dada, como reação à
cultura e à civilização ocidentais e a tudo o que elas invocassem
ou representassem, em particular o racionalismo e o
convencionalismo;
Miró, Jardim
Módulo 7, História A 156
158. Módulo 7, História A 158
Defenderam os valores da liberdade, da irracionalidade, através de
obras que utilizaram o sonho, a metáfora, o inverosímil e o insólito,
contribuindo, no seu entender, para a elevação do espírito,
separando-o da matéria;
159. Aplicam os ensinamentos de
Freud e da psicanálise;
Estão ligados à esquerda e ao
Marxismo, embora com a
discordância de alguns artistas, o
que levou a divisões;
Módulo 7, História A 159
161. Módulo 7, História A 161
Afastam-se das normas e das convenções;
As bases teóricas assentam na publicação de 2 Manifestos do
Surrealismo (1924, 1929) e na revista La Revolucion Surréaliste;
162. “O Surrealismo é a auto emoção
psíquica pura, através da qual se
procura exprimir oralmente, por
escrito ou de qualquer outra
maneira, o verdadeiro
funcionamento da imaginação. É
o correr do pensamento
desligado de todo e qualquer
controlo elaborado pela razão e
independentemente de quaisquer
juízos estéticos ou morais”.
Módulo 7, História A 162
163. Ernest, Duas Irmãs
“O Surrealismo fundamenta-se na crença da realidade superior de
certas formas de associação até então descuradas, na
omnipotência do sonho e no jogo desinteressado das ideias.
Procura pôr de lado, para sempre, todos os outros mecanismos
psíquicos e propõe-se achar a solução dos problemas
fundamentais da vida”
André Breton
Módulo 7, História A 163
164. As obras deste movimento
seriam executadas à margem da
razão, sem quaisquer
moralismos sem preocupações
estéticas racionalizadas.
A associação de ideias era feita
sem a procura de sentido e
desencadeada livremente,
segundo três técnicas básicas
que punham em prática o
“automatismo psíquico”;
Magritte, Mania das
Grandezas
Módulo 7, História A 164
165. Escrever ou desenhar em estado semi hipnótico, sob a influência do
álcool, da fome ou da droga, que provocam alucinações;
As obras eram realizadas ou ditadas durante o sono, ou eram relatos
de sonhos;
Magritte,
Universo
Desmascarado
166. A junção de escritas simultâneas de várias pessoas - perguntas e
respostas ou partes de uma mesma proposição, ignorando, umas, o
que as outras faziam, de modo a obterem efeitos surpreendentes ou
desconcertantes;
As suas obras são de uma extrema diversidade;
Módulo 7, História A 166
167. Utilizaram as técnicas herdadas do Dadaísmo: frottage,
assemblage, dripping, colagens, etc.;
Privilegiaram o mundo da magia, o sonho, tudo o que pusesse em
causa a racionalidade;
Outros utilizaram técnicas mais clássicas, ligadas ao figurativo:
Salvador Dalí (1904-1989); René Magritte (1898-1967); Yves
Tanguy (1900-1955); Paul Delvaux (1897-1994), Max Ernest (1891-
1976):
Módulo 7, História A 167
168. Dalí, Persistência da Memória,
Girafa Ardente,
Telefone Lagosta
Módulo 7, História A 168
173. Módulo 7, História A 173
Os caminhos da literatura
Tal como nas artes plásticas a literatura sofreu uma verdadeira
revolução e também aqui as tradições e valores foram postos em
causa;
Surgiram novos tipos de escrita;
Foi abandonado a descrição realista e ordenada da realidade;
Muitas obras literárias procuraram retratar a vida psicológica e
interior das personagens;
As obras literárias são dominadas pelo pessimismo, o desencanto
e a angústia;
174. Módulo 7, História A 174
Principais obras e artistas:
Ulisses, James Joyce;
Montanha Mágica, Thomas Mann;
Adeus às Armas, Ernest Hemingway
176. Módulo 7, História A 176
1.5. Portugal no primeiro pós-guerra
1.5.1 As dificuldades económicas e a instabilidade política e
social; A falência da Primeira República
O parlamentarismo da Primeira República Portuguesa originou um
clima de instabilidade política e governativa;
Entre 1910 e 1926, houve 7 eleições para o Parlamento, 8 para
Presidente da República e 45 governos!
177. Módulo 7, História A 177
O anticlericalismo violento dos republicanos levou à hostilidade da
Igreja Católica e da maioria do país, conservador e católico;
A participação de Portugal na Primeira Guerra Mundial agravou
as dificuldades económicas e o descontentamento social;
No início do século XX, a economia portuguesa continuava a
depender duma agricultura pobre e sem grandes
desenvolvimentos tecnológicos;
Os setores dos transportes e das comunicações tinham estagnado
e mantinham-se quase como os tinha deixado Fontes Pereira de
Melo;
178. Módulo 7, História A 178
A falta de bens de consumo levou ao racionamento e ao constante
aumento dos preços;
Os diversos governos da República foram emitindo mais moeda
agravando a inflação;
A produção industrial estagnou originando o aumento do défice da
balança de comercial de Portugal;
A dívida pública subiu;
O fim da guerra não melhorou a situação;
O custo de vida aumentou, a classe média e os operários são os
mais duramente afetados;
179. Módulo 7, História A 179
As classes médias sentiam-se traídas pela República, o seu poder
de compra em 1920 era cerca de metade do que tinha sido em
1910;
A taxa de desemprego era elevada;
A situação desesperada do operariado originou frequentes greves,
manifestações;
Alguns grupos mais extremista recorriam à violência;
180. Módulo 7, História A 180
Em 1915, o general Pimenta de Castro, dissolveu o
Parlamento e instaurou uma ditadura militar;
A participação de Portugal na guerra agravou a
instabilidade política;
181. Módulo 7, História A 181
O major Sidónio Pais, em dezembro
de 1917, destituiu o Presidente da
República, dissolveu o Congresso e
fez-se eleger presidente em abril de
1918, através de eleições diretas;
Autoproclamava-se o fundador de
uma “República Nova”;
Apesar de ser visto por muitos como
o “salvador da pátria”, foi
assassinado em dezembro de 1918;
182. Módulo 7, História A 182
Entre janeiro e fevereiro de 1919 houve guerra civil em Lisboa e no
Norte;
Os monárquicos proclamaram na cidade do Porto a “Monarquia do
Norte”;
Em março de 1919 é restabelecido o normal funcionamento das
instituições democráticas;
No entanto os diversos partidos republicanos continuam a
desentender-se. Entre 1919 e 1926 houve 26 governos;
Os atos de violência aumentavam ;
183. Módulo 7, História A 183
A falência da Primeira República
A oposição conspirava contra a República:
A Igreja opunha-se ao ateísmo republicano. Em 1915, funda o
Centro Católico Português;
A alta burguesia (industrial, comercial e financeira) agita o tema da
ameaça bolchevista;
As classes médias sentem-se ameaçadas pelo caos económico e
social e temem a sua proletarização;
184. Módulo 7, História A 184
Em 28 de maio de 1926, o general Gomes da Costa, em Braga,
liderou um golpe de estado;
A Primeira República caiu, e com exceção do Partido Democrático e
de alguns sindicalistas ninguém a defendeu;
Foi instituído uma ditadura militar;
Portugal mergulhava numa longa ditadura que iria perdurar até
1974;
185. Módulo 7, História A 185
1.5.2 Tendências culturais: entre o Naturalismo e as vanguardas
Nos inícios do século XX em Portugal a criação artística e literária
estava dominada pelo naturalismo e evidenciava uma forte
resistência à mudança e à inovação;
A burguesia (compradora da cultura) tinha gostos pouco evoluídos
condicionando toda a produção cultural portuguesa;
Após a implantação da República surgiram alguns grupos de
intelectuais portugueses que pretendiam romper com o marasmo
da situação;
186. Módulo 7, História A 186
Estes movimentos ficaram conhecidos pelo nome de Modernismo;
Surgem revistas, são organizadas exposições, debates e conferências;
Continuou, no entanto, a faltar a adesão do público interessado nas
novidades culturais;
I Salão dos Humoristas (1912);
I Exposição dos Humoristas e Modernistas (1915), onde foi utilizada
pela 1ª vez a palavra Modernismo;
187. O primeiro modernismo – a revista Orpheu (1911-1918)
Publicação da revista Orpheu (1915), fundada por Mário de Sá-
Carneiro (1890-1916) e Fernando Pessoa (1888-1935) ao quais se
juntaram Almada Negreiros (1893-1970) e Santa-Rita (1889-1918);
Foram os principais responsáveis pela introdução do Modernismo
em Portugal;
Só foram publicados dois números;
Módulo 7, História A 187
188. Módulo 7, História A 188
Apesar da sua curta duração
esta revista desempenhou um
papel importante;
Promoveu novas formas
literárias e artística e
contestou o naturalismo;
Apesar de terminada a revista,
o movimento cultural
manteve-se vivo;
189. Módulo 7, História A 189
O segundo modernismo – a revista Presença (anos 20 e 30)
A revista Presença surgiu, em
Coimbra, em março de 1927 e foi
publicada até 1940;
Foi fundada por José Régio,
Branquinho da Fonseca e João
Gaspar Simões;
Seguiram a linha de pensamento
fundado pela revista Orpheu e
lutaram contra o academismo
literário, por uma crítica livre.
190. Módulo 7, História A 190
Nesta revista participaram nomes como Aquilino Ribeiro, Miguel
Torga e Ferreira de Castro entre outros;
A Presença defendeu a criação de uma literatura mais viva, livre,
oposta ao academismo e jornalismo rotineiro, primando pela crítica,
pela predominância do individual sobre o coletivo, do psicológico
sobre o social, da intuição sobre a razão. (wikipédia)
191. A partir de 1933 o governo
criou o Secretariado de
Propaganda Nacional, mais
tarde Secretariado Nacional de
Informação, Cultura Popular e
Turismo (SNI) e o Estado
passou a controlar toda a
produção intelectual
(censura);
Módulo 7, História A 191
192. Surge a arte oficial do Estado
sob o slogan “Deus, Pátria e
Família”;
Todas as outras correntes
artísticas são censuradas;
192
193. Em Portugal o Naturalismo persiste, as primeiras expressões
modernistas manifestaram-se com António Carneiro (1872-1930)
e depois com a Primeira Geração Modernista;
O modernismo na Pintura
Primeira Geração Modernista:
Eduardo Viana (1881-1967);
Amadeo de Souza-Cardoso (1887-1918);
Guilherme Santa-Rita, Pintor (1889-1918);
Almada Negreiros (1893-1970);
José Pacheko (1885-1934);
Cristiano Cruz (1892-1951);
Módulo 7, História A 193
194. Agitaram o meio artístico português e contribuíram para a
renovação da pintura;
Acentuam-se as tendências para simplificar a linha, libertar a
composição da narrativa, desvalorizar a perspetiva;
Módulo 7, História A 194
195. Eduardo Viana, inicialmente foi
um pintor naturalista de cenas
de costumes, mas enveredou
pelo protocubismo cezanniano
em termos de forma;
Conheceu os Delaunay e
inspirou-se no orfismo;
Em quadros como “O Homem
das louças” e o nu parece juntar
os volumes cubistas com as
cores fauve e a influência do
orfismo;
Viana, O Homem das louças, 1919
197. Amadeo de Souza-Cardoso
caracterizou-se pela experimentação de
várias correntes do Naturalismo ao
Expressionismo e ao Cubo-Futurismo;
É uma pintura que é uma reflexão
plástica entre o Cubismo e o
Abstracionismo;
È uma mistura do Cubismo, Futurismo,
Expressionismo, Abstracionismo torna
difícil a classificação das suas obras;
Souza-Cardoso, Casa de Manhufe
197
198. Souza-Cardoso, Cozinha de Manhufe, 1913
Viveu no estrangeiro, conheceu Modigliani. Picasso, Braque e o casal
Delaunay;
Participou em exposições em Paris, Berlim e Nova Iorque;
198
199. Souza-Cardoso, Coty
Uma pintura caracterizada por:
Geometrização das formas;
Planos multifacetados de cores
intensas;
Distorção da perspectiva;
200. Foi também um inovador pelo uso dos materiais (pasta de óleo,
areias), pelo recurso à colagem (fósforos, ganchos de cabelo,
estilhaços de espelhos , pela simulação cubista da introdução de
letras na pintura;
Sem raízes, sem corrente única, ele mesmo se considerava de
tudo um pouco, impressionista, cubista, futurista e abstracionista;
Era essencialmente autêntico e apaixonado pelo movimento, pela
velocidade, pela febre da vida moderna, como se constata pelo
seu percurso artístico.
Módulo 7, História A 200
202. Santa-Rita Pintor, A cabeça
Guilherme de Santa-Rita (Santa-
Rita Pintor) já em 1912 se dizia
pintor futurista considerado um
tipo fantástico e
insuportavelmente vaidoso,
reflexo da sua complexa
personalidade;
É difícil analisar a sua obra pois,
antes de morrer, mandou-a
destruir, havendo poucas
exceções, como a Cabeça;
203. Foi um agitador de ideias, um inovador no campo estético e o
organizador da revista Portugal Futurista, em 1917;
Declarava: “futurista declarado há só um, que sou eu Santa-Rita”;
Procurou a originalidade e uma linguagem pictórica que
exprimisse a simultaneidade dos estados de alma;
Módulo 7, História A 203
205. Almada Negreiros, mais novo que os anteriores, exerceu
importante papel na cena pública do nosso primeiro modernismo,
possuiu uma personalidade excêntrica, original;
Foi pintor, poeta, cenógrafo, bailarino, caricaturista, dinamizador
das revistas Orpheu e Portugal Futurista;
A sua pintura balança entre a Arte Nova e a Abstração a
Modernidade Futurista e as raízes portuguesas;
Módulo 7, História A 205
208. Módulo 7, História A 208
Teve uma ação preponderante no movimento futurista em Portugal;
“Ultimatum futurista às gerações portuguesas do século XX”,
“Manifesto Anti Dantas”;
Em 1925, com outros pintores (Eduardo Viana, José Pacheko (1885-
1934), Stuart Carvalhais (1887-1961) participa na decoração de
espaços modernos: Café A Brasileira, Bristol Club;
209. Nos anos 30 esteve em Madrid;
A partir de 1935, em Portugal, é cada vez mais conservador e
nacionalista;
Participa em várias obras como os vitrais da Igreja de Nossa
Senhora de Fátima, os frescos das gares marítimas de Alcântara,
etc.;
Participa na Exposição do Mundo Português;
Módulo 7, História A
210. Muitos artistas emigraram, caso de Vieira da Silva, outros foram
lutando contra a ditadura;
Os movimentos de vanguarda desenvolvem-se com grandes
dificuldades e desconhecidos para a maioria da população;
Surgiram grupos ligados ao Expressionismo, Neorrealismo,
Surrealismo, Abstracionismo, etc.;
Foram oposição à ditadura, e procuraram desenvolver a vida
cultural portuguesa;
Vanguardistas nem sempre foram compreendidos pelo público;
Módulo 7, História A 210
212. Módulo 7, História A 212
Mário Eloy (1900-1951), viveu no estrangeiro, Paris e Berlim,
expôs ao lado de Picasso, Braque, Chagal, etc.;
A sua pintura realça a luz, a expressividade das cores, utiliza os
tons frios (azul, verde);
Foi a figura mais importante do expressionismo, nos últimos anos
aproximou-se do Surrealismo;
214. O Neorrealismo, surgiu nos finais dos anos 30, o seu precursor foi
Abel Salazar;
Defendia a denúncia social;
“A arte deve exprimir a realidade viva e humana de uma época”,
Álvaro Cunhal (1913-2005);
Representavam o mundo do trabalho num sentido completamente
oposto à arte oficial portuguesa;
Era uma arte politizada, didática;
Módulo 7, História A 214
215. Principais autores neorrealistas:
Júlio Pomar (1926);
Marcelino Vespeira (1925-2002);
Moniz Pereira (1920-1988);
Fernando Azevedo (1923-2002);
Júlio Resende (1917), experimentou o neorrealismo mas sempre se
considerou expressionista;
Módulo 7, História A 215
217. As origens do Abstracionismo português encontram-se em Amadeo
de Souza Cardoso, Santa-Rita, Almada e sobretudo em Helena Vieira
da Silva (1908-1992) que emigrou e adquiriu a nacionalidade
francesa;
O seu abstracionismo tem profundidade, foi a síntese de
sensibilidades e estilos artísticos diversos: do pós-impressionismo
ao cubismo;
Foi uma pintora de metáforas;
Afirmava: “pinto lugares, mas vistos de muito longe”;
Módulo 7, História A 217
218. Vieira da Silva,
O atelier,
Jardins suspensos
Paris à noite
Módulo 7, História A 218
219. Franco, Estátua equestre de D. João IV,
Gonçalo Zarco, Semeador
O modernismo na escultura
Francisco Franco (1885-1955), expressionista, foi o escultor do
regime salazarista;
Módulo 7, História A 219
220. Maya, Família, 1929
Canto da Maya (1890-1981), marca expressiva, também foi um
escultor oficial do regime;
220
221. Almeida, Padrão dos Descobrimentos, 1940
Leopoldo de Almeida (1898-1975), a sua obra mais marcante,
histórica e nacionalista foi o “Padrão dos Descobrimentos”;
Módulo 7, História A 221
222. A arquitetura portuguesa, entre 1905-60, viveu várias tendências;
Uma delas foi a da formulação da casa portuguesa, recuperando
valores tradicionais e rurais;
Esta ideia foi defendida por Raul Lino (1879-1974);
Lino não criou propriamente uma estética mas uma filosofia da casa
portuguesa;
Módulo 7, História A 222
224. Outra das tendências foi a que seguiu os esquemas académicos
da arquitetura e da decoração do século XIX;
São exemplo a construção de prédios de arrendamento para a
classe média no Porto e Lisboa;
Muitas vezes construías por engenheiros sem grandes
preocupações estéticas;
Esta arquitetura também edificou bairros sociais e operários;
São de referir as “ilhas” do Porto e os “pátios” de Lisboa;
Módulo 7, História A 224
225. Foi nas escolas, bancos, hospitais, teatros, hotéis e fábricas que a
arquitetura melhor aplicou os seus ideais, sempre com mais
preocupações técnicas do que estéticas;
Principais arquitetos:
Adães Bermudes (1864-1948);
Marques da Silva (1869-1947);
Ventura Terra (1866-1919);
Módulo 7, História A 225
228. Outra das tendências foi a do Modernismo, a partir de 1925/30;
Procura de originalidade;
Libertação da gramática decorativa clássica e académica;
Aplicação do racionalismo e funcionalismo de Le Corbusier;
Utilização do betão e novos materiais;
Uso de elementos estandardizados, para embaratecer os custos;
Um dos arquitetos mais representativos desta tendência é
Cassiano Branco (1898-1970);
Módulo 7, História A 228
230. Paralelamente existe uma arquitetura “nacional”, patrocinada pelo
regime do Estado Novo e defendida por António Ferro que
organizou várias campanhas e concursos para a “Aldeia mais
portuguesa”;
Esta arquitetura utilizou as técnicas e materiais modernos e
submeteu-se à doutrina do regime salazarista;
Módulo 7, História A 230
231. Módulo 7, História A 231
Características desta arquitetura:
Imposição de um estilo único, com tipologias próprias e modelos
oficiais;
Realização de projetos de equipamento social, com o sentido de
propaganda: escolas, estradas, pontes, hospitais, bairros
económicos, estações de correio, etc;
232. Formas monumentais e simétricas, com um vocabulário
neoclássico (colunas na fachada, escadarias monumentais, etc.;),
a ideia era demonstrar a força do regime;
Por vezes aparecem marcas de revivalismos historicistas;
Pouca atenção à organização do espaço interno;
Este dirigismo impedia a inovação e a originalidade;
Módulo 7, História A 232
233. Módulo 7, História A 233
Principais arquitetos:
Cristino da Silva (1896-1976);
Pardal Monteiro (1897-1957);
Carlos Ramos (1897-1969);
Jorge Segurado (1898-1990)
Rogério de Azevedo (1898-1983);
234. Pardal Monteiro, Edifício do Diário de Notícias, Escadaria
da Universidade de Coimbra
Módulo 7, História A 234
235. Pardal Monteiro, Igreja de Nossa Senhora de Fátima,
Instituto Superior Técnico, Prédio em Lisboa
Módulo 7, História A 235
236. Módulo 7, História A 236
Esta apresentação foi construída tendo por base a seguinte
bibliografia:
FORTES, Alexandra; Freitas Gomes, Fátima e Fortes, José, Linhas da
História 12, Areal Editores, 2015
COUTO, Célia Pinto, ROSAS, Maria Antónia Monterroso, O tempo da
História 12, Porto Editora, 2013
Antão, António, Preparação para o Exame Nacional 2014, História A,
Porto Editora 2015
Catarino, António Luís, Preparar o Exame Nacional de História A,
Areal Editores, 2015
2017/2018