1. PROF. DR. VLADIMIR LUÍS DE OLIVEIRA
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM
PSICOLOGIA TRANSPESSOAL
CURITIBA
Março/2013
1
2. O QUE É REAL?
• Os chineses contam a história de um sábio que
adormeceu à sombra de uma árvore. Sonhou que
era uma libélula, mas a libélula de seu sonho estava
adormecida. E sonhava. Em seu sonho, ela era um
sábio adormecido sob uma árvore, que sonhava que
era uma libélula...
• Será que o pensamento é realmente objetivo?
• Até que ponto objetividade e realidade são a mesma coisa? 2
3. O QUE A DISCIPLINA NÃO SE PROPÕE:
Curso rápido de
superconsciência ou iluminação
espiritual;
Dogmatismos ou descrição
arqueológica de pretensas
verdades ancestrais de cunho
religioso;
Julgamento sobre experiências
em estados modificados
alterados de consciência do
ponto de vista espiritual
julgando-os como verdadeiros,
falsos, profundos ou superficiais;
3
4. O QUE A DISCIPLINA
PRETENDE:
Discussão teórico-metodológica
sobre a relação entre ciência e
consciência, abordando aspectos
filosóficos, antropológicos, espiritualidade
psicológicos e históricos;
Estabelecer uma relação dialógica
e dialética entre espiritualidade e consciência ciência
ciência tendo como ponto a
constituição da consciência;
4
5. 1º passo - QUEM SOMOS NÓS
DE FORMA MAIS CRUA?
Nietzsche deduz que somos egoístas,
violentos, individualistas e
mesquinhos e a moral é uma máscara
que oculta a real face do homem
moderno.
Ex: quer saber quem vc é? Identifique
sua face mais brutal. Ex.:
Soberba – vareza – luxúria –ira -
preguiça – inveja - gula
5
6. 2º passo – A RAIZ DA EQUAÇÃO
DOR-EXISTÊNCIA
“duhkham eva sarvam vivekinah” (Patanjali, II, 15)
(Tudo é sofrimento para o Sábio)
“sarvam duhkam, sarvam antyam” (Buda) (tudo é dor,
tudo é efêmero)
Mas as filosofias místicas indianas não se
resumem à apologia a dor e à miséria humana. A
dor é uma lei existencial, sem a qual não podemos
atingir o estado de liberação, e assim
suplantarmos nossa condição ordinária atrelada
ao sofrimento.
ELIADE, M. Yoga: imortalidade e liberdade. Sâo Paulo: Palas Athena, 1996. P. 9-35 6
7. Qual é a fonte do sofrimento?
Maldição
divina?
Pecado
Ignorância?
original?
7
8. 3.º passo – Como superar a
ignorância?
Obter Conhecimento Metafísico (vidya, jnana, prajna).
Modificar os estados de Consciência mediante práticas
místicas e obter a “experiência de integração”. 8
9. QUE PRÁTICAS ESPIRITUAIS SUBSIDIAM
EXPERIÊNCIAS MÍSTICAS DE CONSCIÊNCIA
INTEGRAL?
• MEDITAÇÃO
• MANTRAS/ORAÇÕES
• TÉCNICAS ENERGÉTICAS (TANTRISMO)
• YOGA
• AYURVEDA
• DEVOÇÃO RELIGIOSA
• REPRODUÇÃO E VISUALIZAÇÃO DE SÍMBOLOS
Em diferentes SAGRADOS
• ARTES SAGRADAS (DESENHO, ESCULTURA,
perspectivas PINTURA,ETC)
• RACIONALIZAÇÃO FILOSÓFICA MÍSTICA
orientais a ampliação • TÉCNICAS XAMÂNICAS
da consciência •
•
ARTES MARCIAIS
DANÇAS
perpassa por um
amplo conjunto de
técnicas:
9
10. Estágios superiores de consciência são
chamados de iluminação!
O que é iluminação?
Pode possuir diferentes nomes: Moksha, Samadhi ou
Nirvana. Zen, Sartori, Estado de Graça, etc.
Representa uma superação do estado ordinário de
consciência ,para além da dimensão egóica.
É um estado de transe com amplia o campo sensorial e a
percepção.
É um eclipsamento com o sagrado, colocando-se para além
da percepção do tempo-espaço.
10
11. Quais são os caminhos para atingir estágios de
transpessoais consciência superiores?
BAKTI MARGA – CAMINHO DA
DEVOÇÃO ESPIRITUAL
KARMA MARGA – CAMINHO DA AÇÃO
JNANA MARGA – CAMINHO DA AUTO-
DESCOBERTA 11
12. A devoção precisa provocar estados
modificados de consciência
Perspectiva devocional a Vishnu
12
14. Vc precisa conhecer a si mesmo!
QUEM É VC? Ramana Maharshi(1880-1949)
VC TEM CONSCIÊNCIA DE SI MESMO EM SUA
ESSÊNCIA?
Silencie sua
Eu não sou meu nome... mente!
Eu não sou meu trabalho ou profissão...
Eu não sou meus bens...
Eu não sou meus títulos...
Eu não sou minhas relações...
Eu não sou meu corpo....
Eu não sou minhas emoções...
Eu não sou minha mente...
QUEM SOU EU?
14
16. Como estudar algo tão metafísico tal como o
conceito de “consciência”?
transpessoal
consciência
16
17. Como estudar algo tão metafísico tal como o
conceito de “consciência”?
Transpessoal
consciência
CIÊNCIA
17
18. HÁ QUE SE CONSIDERAR UMA DUPLA
DIMENSÃO DA VISÃO DE CIÊNCIA!
CIÊNCIA NAS
TRADIÇÕES CIÊNCIA NA
ORIENTAIS PERSPECTIVA
OCIDENTAL
18
19. MAS, O QUE É CIÊNCIA NA
TRADIÇÃO OCIDENTAL?
Em sua dimensão filosófica: está mais voltada para
a análise da linguagem ou da existência (e não da
consciência diretamente);
É materialista, objetiva e metódica;
Não trata a consciência como objeto científico, os
poucos que se arriscaram trataram-na como um
reflexo de processos neuro-biológicos cerebrais;
19
20. TRÊS TRAÇOS DA VISÃO CIENTÍFICA
PERSPECTIVA CLÁSSICA
Aplicação de
A ciência visa a Utilização de
técnicas - visa
representação de critérios de
descrever e
uma realidade. validação.
explicar e não agir.
OBJETIVIDADE CIENTÍFICA
20
GILLES-GASTON GRANGER – a ciência e as ciências. São Paulo UNESP, 1994. p.45-
21. EM BUSCA DA OBJETIVIDADE
CIENTÍFICA
“O PRINCÍPIO DA RELAÇÃO ENTRE CAUSA E EFEITO’
A RELAÇÃO ENTRE OS OBJETOS E A RAZÃO
ESTARIAM EM DOIS PRINCÍPIOS (HUME):
* Representação das idéias: campo da lógica e da
matemática.
* Descrição do mundo material: o que nos conduz
ao mundo exterior e suas relações.
21
22. O QUE É OU EM QUE SE BASEIA
A OBJETIVIDADE CIENTÍFICA?
“O PRINCÍPIO ESTÍMULO x RESPOSTA”
• ESTÍMULO (CAUSA); é tudo que vem do ambiente, penetra o
organismo e provoca qualquer tipo de atividade.
• RESPOSTA (EFEITO): é o comportamento do organismo diante
de um efeito.
Exemplo no campo da psicologia:
psicologia comportamentalista de PAVLOV / SKINNER é
um ex. de ciência baseada em causa e efeito. 22
24. COMO É ENTENDIDA A
CONSCIÊNCIA NO OCIDENTE?
REFLEXÕES INTERESSANTES FORAM DADAS NO
CAMPO DA FILOSOFIA E ACABARAM INFLUENCIANDO
OUTRAS CIENCIAS SOCIAIS.
CONSCIÊNCIA É ENFATIZADA ENQUANTO RAZÃO OU
PERCEPÇÃO.
EM MENOR INSTÂNCIA COMO PROCESSO
NEUROBIOLÓGICO OU AINDA COM MENOR ALCANCE
COMO INTUIÇÃO.
24
25. MAS, AFINAL,O QUE É
CIÊNCIA MESMO?
RELATIVIZANDO AS SUAS
BASES CONCEITUAIS...
“Não será verdade que cada ciência, no fim, se reduz a um certo
tipo de mitologia?”
Carta de Freud a Einstein (1932)
“(...) as categorias mais fundamentais do pensamento e,
conseqüentemente, da ciência têm sua origem na religião”
Émile Durkheim
25
26. Como é entendida a idéia de
ciência na visão tradicional
oriental?
ESTÁ AO NÍVEL SUBJETIVO, SUTIL OU ESPIRITUAL;
MUNDO MATERIAL ESTÁ VINCULADO MAS NÃO
FAZ PARTE CONSTITUINTE DA CIÊNCIA;
26
27. NA VISÃO OCIDENTAL, CONSCIÊNCIA NÃO
CABE DISCUTIR CIENTIFICAMENTE ... JOHN R. SEARLE
A CONSCIÊNCIA NÃO É UM OBJETO ADEQUADO PARA A
INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA PORQUE É UM CONCEITO CONFUSO
E MÍSTICO NO PIOR DAS HIPÓTESES.
O CONCEITO DE CIÊNCIA É OBJETIVA, MAS O CONCEITO DE
CONSCIÊNCIA É SUBJETIVA.
NÃO EXISTE A MENOR POSSIBILIDADE DE CHEGARMOS A UM
NEXO CAUSAL INTELEGÍVEL, POIS ALGO TÃO INTELEGÍVEL E
SUBJETIVO, POSSA RESULTAR DE ALGO OBJETIVO E
QUANTITATIVO.
MESMO QUE A CONSCIÊNCIA EXISTA NA FORMA DE ESTADOS
SUBJETIVOS DA CIENCIA, ELA NÃO TERIA NENHUM IMPACTO
SOBRE O MUNDO REAL, POIS A CONSCIÊNCIA É
EPIFONOMÊNICA.
27
28. É POSSÍVEL DISCUTIR CONSCIÊNCIA NUMA
PERSPECTIVA CIENTÍFICA ORIENTAL?
ORIENTAL OCIDENTAL
HOLISMO FRAGMENTAÇÃO
ESPIRITUALIDADE MUNDO SENSÍVEL
CONSCIÊNCIA CONSCIÊNCIA
TRANSRACIONAL RACIONAL
28
29. AUTORES TRANSPESSOAIS (INFLUENCIADO POR TESES ORIENTAIS) TENDEM A
ACEITAR QUE OS SERES HUMANOS APRESENTARIAM BASICAMENTE QUATRO
ESTADOS CONSCIENCIAIS:
DESPERTO
(GROSSEIRO)
SONHO (SUTIL)
SONO SEM SONHO
(CAUSAL)
ESTADO ALTERADO DE
CONSCIÊNCIA
FONTE? Mandukya Upanishad (Séc.I ou II d.C.)
6.ª do Atharva Veda
Há quatro estados de consciência (ATMAN):
• Vaishvanara - a consciência normal de vigília
• Taijasa - sonhar em sono profundo
• Susupta - sem sonhos
• Turiya - literalmente, "o quarto", a consciência espiritual. 29
30. OS PENSAMENTOS MÍSTICOS NO ORIENTE
MISTICISMO
SUPERIOR
MISTICISMO
INFERIOR
O PENSAMENTO
METAFÍSICO DIALOGA
COM “AS PRÁTICAS MÍSTICAS MÍSTICAS MÍSTICAS
MÍSTICAS UPANISHADICAS YOGUES BHATKTIS
SUPERIORES”.
(DASGUPTA). 30
31. A EXPERIÊNCIA DO SAGRADO E
A CONSCIÊNCIA ENVOLVEM:
Escritos sagrados
Técnicas de
ascetismo
Ampliação da
consciência
desafio Interpretar cientificamente este
conjunto de variáveis 31
32. LIVROS SAGRADOS E CONSCIÊNCIA CÓSMICA
1) '' O Reino de Deus está dentro de Você e a Sua volta; não em prédios de madeiras ou
pedras. Rache uma lasca de madeira e EU estarei lá; Levante uma pedra e ME
encontrará.” Evangelho de São Thome
2) "Cuando abro mis ojos al mundo exterior, me siento como una gota de agua en el
océano; pero cuando cierro mis ojos y miro interiormente, veo el universo completo
como una burbuja levantándose en el océano de mi corazón." Hazrat Inayat Khan "La
Sinfonía Divina"
3) E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e
ainda que tivesse toda fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse
amor, nada seria. Cor, cap.13, ver. 2
4) Para descubrir la inmensidad de las profundidades divinas, se impone el silencio.
Arjuna y Krishna en el Baavagad Gita
5) Los objetos externos son incapaces de dar plena felicidad al corazón del hombre.
Upanishad
6) Yo no soy mi cuerpo; soy más. Yo no soy mi habla, mis órganos, el oído, el olfato; eso no
soy yo. La mente que piensa, tampoco soy yo. Si nada de eso soy, entonces , ¿quién soy?.
La conciencia que permanece, eso soy. Ramana Maharshi
32
33. EIS ALGUMAS TÉCNICAS DE ASCETISMO E
CONSCIÊNCIA CÓSMICA:
SAMPRAJNATA SAMADHI – Desaparece
todas as flutuações mentais,
permanecendo apenas as impressões
latentes. (Pequeno Samadhi/samashi com
semente).
ASSAMPRAJNATA SAMADHI -– é um
Samadhi elevado em que em que o yogin
atinge o Jiva-mukta, e o ser está
totalmente incondicionado. (grande
samadhi/samadhi sem semente)
33
34. ASSAMPRAJNA SAMADHI
É o ápice da concentração obtido através da cessação das
atividades da mente (chitta).
Pelo Vedanta é chamado de NIRVIKALPA
Na escrituras Baktis é chamado de CHETANA SAMADHI
34
35. DIFERENTES MANIFESTAÇÕES DE
SAMPRAJNATA SAMADHI
1) SAVITARKA – Samadhi obtido através do questionamento;
2) NIRVIRTARKA – Significa sem qualquer questionamento.
Baseia-se na concentração dos cinco elementos fora do
contexto de espaço e tempo;
3) SAVICHARA – significa com discriminação. Baseia-se na
concentração dos cinco elementos no espaço e tempo;
4) NIRVICHARA – significa sem discriminação. Concentram-se
nos cinco elementos eliminando a consciência de tempo e
espaço.
5) SANANDA – obtido através de técnicas meditativas onde a
mente é colocada como objeto da meditação desprovidas de
qualidades ativas (rajas) e densas (tamas).
6) ASMITA – neste estado o indivíduo está consciente apenas do
ego (asmita), separado do rajas e tamas. Estes praticantes são
chamados de videhi, quer dizer, aqueles que perderam a
consciência do corpo denso. A libertação é atingida quando
as pequenas individualidades são extintas.
35
36. CAMINHAR LENTAMENTE PARA
A ILUMINAÇÃO...
“Os órgãos são os cavalos, a mente são
as rédeas, o intelecto é o cocheiro, a alma
é o passageiro e o corpo é a carruagem.
Se os cavalos são muito fortes e não
obedecem às rédeas, e se o cocheiro não
tem discriminação, então o passageiro
sofre. Mas se os cavalos, os órgãos, estão Filme: SAMADHI
POR YOGANANDA
bem controlados pelas rédeas, a mente, e
o cocheiro possuir discriminação, então
o passageiro, a alma, chega a seu
destino.” (VIVEKANANDA – RAJA
YOGA) 36
37. TRANSE MÍSTICO E CONSCIÊNCIA: QUAL É SUA
RELAÇÃO NA DIMENSÃO ESPAÇO-TEMPO?
A EXPERIÊNCIA EXTÁTICA DO
SAGRADO É A EXPERIÊNCIA DO
ESPAÇO SEM ESPACIALIDADE
É TAMBÉM UMA EXPERIÊNCIA
FORA DO TEMPO (ELIADE)
É UMA EXPERIÊNCIA DE
INTEGRAÇÃO COM O SELF
(JUNG)
37
38. HIPÓTESES SOBRE CONSCIÊNCIA COMO
EXPERIÊNCIA MÍSTICA
Há uma correspondência entre a consciência enquanto “despertar”
e a anatomia sutil sejam elas corpos sutis e/ou físicos, chackras,
nadis, marmas, shruttis e mudras/asanas, pranayamas e danças;
Há uma correspondência entre consciência espiritual e
vocalizações. Ex: CANTOS, MANTRAS
Há uma correlação entre consciência espiritual e metafísica
filosófica
Há uma correlação entre consciência espiritual e o silêncio;
Há uma correlação entre consciência espiritual e espaços sagrados
ou transcendentais. Ex: templos, mundos espirituais.
Há correspondência entre consciência espiritual e as etapas de
aprofudamento ascético. Ex1: oito passos do yoga-sutra de patanjali
ex2: limpezas físico-espirituais (candomblé, passes e imposição de
mãos, etc).
38
39. PRIMEIRO EXEMPLO: A RELAÇÃO
ENTRE CORPO-ALMA E A CONSCIÊNCIA
ESTE PRINCÍPIO ENCONTRA-SE NAS
MACRO-RELIGIÕES ORIENTAIS
JUDAÍSMO
CRISTIANISMO
ISLAMISMO
39
40. SEGUNDO EXEMPLO: A RELAÇÃO ENTRE
CONSCIÊNCIA E OS CINCO CORPOS DA
ANATOMIA ESOTÉRICA
Taittiriya Upanishad
40
41. TERCEIRO EXEMPLO: A CONSCIÊNCIA DOS
CHAKRAS NA TRADIÇÃO TÂNTRICA HINDU E
BUDISTA
41
46. CONSCIÊNCIA: CORPOS E MENTES EM
HARMONIA E EM EQUILÍBRIO
O INTUITO É MOVIMENTAR AS ENERGIAS SUTIS
POSITIVAMENTE; A ENERGIA SUTIL É UMA
MANIFESTAÇÃO DA CONSCIÊNCIA;
AS ENERGIAS PSICO-ESPIRITUAIS QUANDO BEM
ORIENTADAS PRODUZEM SAÚDE, BEM-ESTAR,
FELICIDADE E A ELEVAÇÃO DO NÍVEL CONSCIENCIAL
A EXPERIÊNCIA DO SAGRADO, PODE FAVORECER AO
PROCESSO DE INTEGRAÇÃO SENSORIAL E MENTAL
46
49. E A PSICOLOGIA
TRANSPESSOAL?
TEM PROCURADO APROFUNDAR O TEMA AO
BUSCAR COMPREENDER A RELAÇÃO ENTRE
CONSCIÊNCIA E ESPIRITUALIDADE À LUZ DA
CIÊNCIA.
A QUESTÃO DA CONSCIÊNCIA ESTARIA
VINCULADO COM O PROCESSO DE
SENSIBILIZAÇÃO MEDIANTE A
EXPERIENCIALIZAÇÃO COM ESTADOS NÃO-
ORDINÁRIOS OU EXTÁTICOS.
49
51. OS OBJETIVOS DA CIÊNCIA NA
PESPECTIVA TRANSPESSOAL
VISA PROMOVER A INTEGRAÇÃO ENTRE SABERES E
EXPERIÊNCIAS ESPIRITUAIS E O CONHECIMENTO
CIENTÍFICO;
PROCURA COMPREENDER A LÓGICA DA CONSCIÊNCIA
ESPIRITUAL NUMA PERSPECTIVA DO SABER
CIENTÍFICO;
DIFERENTES AUTORES TRANSPESSOAIS PROCURARAM
TRAÇAR DISTINTAS ESTRATÉGIAS NESTA DIFÍCIL
INTEGRAÇÃO; A GRANDE DIFICULDADE ESTÁ EM
DEFINIR UMA EPISTEMOLOGIA PRÓPRIA, ACEITA PELA
COMUNIDADE CIENTÍFICA;
51
52. OS DESAFIOS DA CIÊNCIA NO
CAMPO TRANSPESSOAL
“Muitas pessoas de visão limitada definem a
essência da ciência como sendo um controle
prudente, uma validação de hipóteses, uma
busca no sentido de verificar-se as idéias de
outras pessoas são corretas ou tido. Porém,
como a ciência é também uma técnica de
descobertas, seria necessário aprender como
estimular as intuições e visões de
experiências culminantes e, em seguida,
como tratá-las enquanto dados.”
Abraham Maslow, The Farther Reaches of Human
Nature, The Viking Press, Nova York, 1971 52
54. A CONSCIÊNCIA ESPIRITUAL NA
HISTÓRIA OCIDENTAL
Na antiguidade Pré-Clássica a
consciência sagrada era enfatizada pelos
seus poderes mágicos.
Na Idade Média a experiência mística da
consciência poderia ser vista como
heresia ou como santidade.
Desde o advento da Psiquiatria no séc.
Xix, muitos estados modificados de
consciência de caráter místico passaram
a ser considerados um estado patológico,
ou manifestação da loucura como
doença. 54
55. GRÉCIA ANTIGA PRÉ-SOCRÁTICA
(XX a.C. – V a.C.)
Não era uma doença, poderia SER até um
privilégio.
Loucura divina era chamada de Maniké
(divinatório/delirante)
Deviam ser mantidos a certa distancia,
para separar o sagrado do profano;
No período clássico grego (séc. V a.C.) a
relação entre misticismo e consciência
vão se separando;
55
56. Platão ( 428/427 – Atenas, 348/347 a.C)
A psique (alma) era dividida
em três partes:
1. Racional (logistikon) -
função superior do
conhecimento abstrato Sensória-
perceptiva
2. Afetivo-espiritual
(Thymoides)- mediação entre Afetiva-
racional
espiritual
razão e instinto
3. Apetitiva (Ephithymoides) – psique
sensação, percepção e
conhecimento concreto
56
57. Platão classifica a desrazão
(Anóia):
Mania de origem divina:
Profético
Poético
Extático (dionísico)
erótico
Mania de origem terrestre:
Loucura (melanchólikós)
Ignorancia (amanthia) – ou demência
57
58. A FORÇA DO LOGOS NO
PENSAMENTO OCIDENTAL
Com a ênfase no racional, a
loucura sagrada e estados
inconscientes enquanto caminho
para uma consciência superior
foram enfraquecidos.
Consciência é entendida como
um fenômeno puramente
racional.
O divisor de águas sobre o tema
surge com a psicanálise.
58
59. A EMERGÊNCIA DE TEORIAS INTEGRATIVAS NO
PENSAMENTO OCIDENTAL
59
60. TEORIAS DA CONSCIÊNCIA PROFUNDA OU
HIPERCONSCIÊNCIA A TRANSPESSOALIDADE EM
VÁRIOS FOCOS
ELIADE JUNG
BATESON WILBER
CAPRA GROF
60
61. CARL JUNG (1875 - 1961)
CONSCIÊNCIA
NÍVEIS
PSÍQUICOS:
INCONSCIENTE “AS ÚNICAS COISAS DO MUNDO
COLETIVO/ INCONSCIENTE
ARQUÉTIPO
PESSOAL QUE PODEMOS EXPERIMENTAR
DIRETAMENTE SÃO OS
CONTEÚDOS DA CONSCIÊNCIA”.
61
62. MIRCEA ELIADE
(1907-1986)
ESPAÇO PROFANO x ESPAÇO SAGRADO
TEMPO DOS MITOS – “O ETERNO RETORNO”
MITO - UMA VERDADE SAGRADA
REPRESENTAÇÕES DO SAGRADO NAS FILOSOFIAS
MÍSTICAS.
O XAMANISMO E AS TÉCNICAS ARCAICAS DO
ÊXTASE.
62
63. GREGORY BATESON
(1904-1980)
TODA EXPERIÊNCIA É SUBJETIVA.
SAGRADO - INTEGRAÇÃO HOMEM-NATUREZA
CRÍTICA À CIÊNCIA DUALISTA
(SUJEITO x OBJETO)
CRÍTICA A CONCEITO DE CONSCIÊNCIA (RAZÃO)
x MENTE ENQUANTO UMA VISÃO INTEGRATIVA
63
65. O QUE É CONSCIÊNCIA?
WILBER apresenta duas grandes teorias explicativas:
PRIMEIRO MODELO EXPLICATIVO:
É A CONSCIÊNCIA COMO ESPECTRO
VISÃO VISÃO
OCIDENTAL ORIENTAL
EGO – compreende nosso papel, a imagem que temos de
nós mesmos;
EXISTENCIAL – é o referente sensorial de nossa auto-
imagem;
MENTAL – é a consciência mística que se identifica com o
universo.
Livro “O espectro da consciência”
65
66. O QUE É CONSCIÊNCIA? K. WILBER
SEGUNDO MODELO EXPLICATIVO:
A CONSCIÊNCIA COMO PROJETO DE ENTENDIMENTO DA
EVOLUÇÃO DA A ALMA
• - 1.º SUBCONSCIÊNCIA – (instintiva, impulsiva, id);
• - 2.º AUTOCONSCIÊNCIA – (ego, conceitual, sintática);
• - 3.º SUPERCONSCIÊNCIA - (transcendente, transpessoal,
transtemporal).
Livro: “O projeto Atman”/ “Psicologia Integral”
66
67. SISTEMA DE KEN WILBER
CARTOGRAFIA DA CONSCIÊNCIA
AUTOCONSCIÊNCIA
SUBCONSCIÊNCIA SUPERCONSCIÊNCIA
CICLO GERAL DA VIDA
67
68. KEN WILBER – DA RELIGIÃO À
CIÊNCIA PARA COMPREENDER A
CONSCIÊNCIA
68
70. O QUE É CONSCIÊNCIA? VISÃO DE STANISLAV
GROF
GROF – A consciência é HOLOTRÓPICA. Sua cartografia compreende:
Nível biográfico;
Nível perinatal;
Nível transpessoal.
EMERGÊNCIA ESPIRITUAL: complicação no processo de evolução da
consciência impossibilitando uma vida mais feliz e equilibrada.
COEX – SISTEMA DE EXPERIÊNCIAS CONDENSADAS
70
71. A EXPANSÃO DA CONSCIÊNCIA EM
ESTADOS MODIFICADOS (GROF)
Identificação com outras pessoas;
Experiência existencial em outras espécies;
Experimentação da consciência enquanto biosfera;
Experienciação da consciência enquanto matéria
inanimada e como processo inorgânico;
Gaia: experiência da consciência planetária;
Dissolução das fronteiras física e temporais.
71
72. RELAXAMENTO E MEDITAÇÃO CONDUZIDA:
ANIMAL ANCESTRAL OU OUTRAS
72
74. A CONSCIÊNCIA: DA CIÊNCIA
TRADICIONAL AO TRANSPESSOAL
Fritjof Capra – CONEXÕES OCULTAS
TEORIA CARTESIANA:
DESCARTES –SEC. XVII –DUALIDADE DA NATUREZA
RES COGITANS –”COISA PENSANTE”/SUJEITO/ MENTE
RES EXTENSA “COISA EXTENSA” OBJETO/MATÉRIA
TEORIAS NEUROREDUCIONISTAS: SÉC. XIX
– NEUROCIÊNCIA -CIENTISTAS ACHARAM QUE PODERIA HAVER
ALGUM VÍNCULO ENTRE CÉREBRO E CORPO (ESTRUTURAS
CEREBRAIS E FUNÇÕES MENTAIS). 74
75. TEORIAS DA CONSCIÊNCIA
NO SÉC.XX:
Fritjof Capra – CONEXÕES OCULTAS
• TEORIAS FUNCIONALISTAS :
– RELAÇÕES CAUSAIS NO SISTEMA NERVOSO
• TEORIAS DOS MISTERIANOS:
– É UM MISTÉRIO PROFUNDO E A INTELIGÊNCIA HUMANA JAMAIS
COMPREENDERÁ.
75
76. TEORIAS COGNITIVAS:
Fritjof Capra – CONEXÕES OCULTAS
A consciência é um processo cognititvo, é a
experiência vivida, manifesta-se em certos graus de
complexidade, exige um cérebro e um sistema
nervoso superior;
Há dois tipos de Consciência:
Consciência primária: são mediados pela
percepção, sensação e emoção.
Consciência de ordem superior:
(autoconsciência) – compreendida como a
consciência reflexiva.
76
77. TEORIAS SISTÊMICAS:
Mente e consciência não são coisas mas processos.
TEORIAS DA NEUROFENOMENOLOGIA
Combinam a fenomenologia (análise das experiências
subjetivas) com a análise dos padrões e processos
neurais correspondentes.
Há três correntes:
1) Psicologia científica e a prática da
introspecção: (William James, séc. Xix)
2) Fenomenologia: (Husserl / Marleau
Ponty / Sartre)
3) Orientalistas: baseiam-se em tradições
contemplativas. Faz –se o uso de relatos
derivados da meditação, inspirando-se
em tradições religiosas como o
Budismo, Hinduísmo, Taoísmo, Islamism
o e Cristianismo. Fritjof Capra – CONEXÕES OCULTAS 77
79. 1.
REFERÊNCIAS:
Wilber, Ken. Breve historia de todas las cosas. Buenos Aires: Paidós, 1993.
2. WILBER, Ken. O projeto Atman: uma visão transpessoal do desenvolvimento humano. São Paulo: Cultrix, 2004a.
3. WILBER, Ken. O espectro da consciência. São Paulo: Cultrix, 2004b.
4. WILBER, Ken. A união da alma e dos sentidos: integrando ciência e religião. São Paulo: Cultrix, 1998.
5. WILBER, Ken. Psicologia integral. Buenos Aires: Paidós. 1998.
6. JUNG, Carl Gustav. Los complejos y el inconsciente. Barcelona: Altaya, 1997.
7. JUNG, Carl Gustav. Psicologia e religião. Petrópolis: Vozes, 1978.
8. JUNG, Carl Gustav. El secreto de la flor de oro. Barcelona: Paidós, 1981.
9. GOLEMAN, Daniel. A arte da meditação. Rio de Janeiro: Sextante, 2005.
10. GROF, Stanislav. La mente holotrópica. Barcelona: Editorial Kairós, 1999.
11. GROF, Stanislav (et.al.). El poder curativo de las crises. Barcelona: Editorial Kairós, 1993.
12. GROF, Stanislav. Psicologia transpersonal. Nacimiento, muerte y trascendencia en psicoterapia. Kairos: Chile, 1988.
13. GROF, Stanislav. A aventura da auto-descoberta. São Paulo: Summus, 1997.
14. WEIL, Pierre. Antologia do êxtase. São Paulo: palas Athena, 2000.
15. SARTRE, Jean-Paul. O ser e o nada.Pètrópolis: Vozes, 2002.
16. CAPRA, F. Conexões ocultas.
17. CAPRA, Fritjof. O Tao da Física: um paralelo entre a física moderna e o misticismo oriental. São Paulo: Cultrix, 1983.
18. CAPRA, Fritjof..o ponto de mutação
19. CAPRA, Fritjof. Pertencendo ao universo
20. GOSWAMI, Amit. A fisica da alma
21. GOSWAMI, Amit. O universo autoconsciente.
22. GLEISER, Marcelo. Criação imperfeita
23. GLEISER, Marcelo. A dança do universo
24. BHASKARANANDA, Swami. Meditação. A mente e a yoga de Patânjali. Rio de Janeiro: lotus do saber, 2005.
25. OSBORNE, Arthur. Ramana MAHARSHI: em suas próprias palavras. Trancoso, Advaita, 2008.
26. SUI, Mestre Choa Kok. Psicoterapia Prânica. São Paulo: Ground, 2004.
27. SUI, Mestre Choa Kok. Cura prânica avançada. São Paulo: Ground, 1993.
28. SUI, Mestre Choa Kok. A cura prânica com cristais. São Paulo: Ground, 1997.
29. TINOCO, Carlos Alberto. As Upanishads do Yoga. São Paulo: Madras, 2005.
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81. ENTRE A CIÊNCIA E O MITO: COMO PODEMOS
PENSAR A QUESTÃO DA CONSCIÊNCIA A PARTIR
DA MÍSTICA ESPIRITUAL?
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