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DIRETORIA REGIONAL DE EDUCAÇÃO
JAÇANÃ / TREMEMBÉ
Centro Integrado de Educação de Jovens e Adultos
CIEJA Santana/Tucuruvi
Projeto Político Pedagógico
2019
2
ÍNDICE
1. IDENTIFICAÇÃO DA UNIDADE ........................................................... 3
2. REGIME DE FUNCIONAMENTO ......................................................... 4
2.1. NÍVEIS DE ENSINO.............................................................................. 6
3. QUADRO DE PROFISSIONAIS DA UNIDADE..................................... 8
4. ESPAÇO FÍSICO................................................................................... 10
5. PREFÁCIO............................................................................................. 11
6. CONCEPÇÓES NOSSAS..................................................................... 15
7. ALUNOS DO CIEJA E SEU PERFIL..................................................... 19
8. EQUIPE DOCENTE E SEU PERFIL: ................................................... 43
9. A COMUNIDADE NO CIEJA E O CIEJA NA COMUNIDADE:.............. 63
10. PLANO DA EQUIPE GESTORA – NOSSAS CONCEPÇÕES.............. 72
11. MEDIANDO CONFLITOS ..................................................................... 73
12. ANEXOS ............................................................................................... 74
3
CENTRO INTEGRADO DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO 2018 – CIEJA SANTANA/ TUCURUVI
1. Identificação da Unidade
Centro Integrado de Educação de Jovens e Adultos – CIEJA Santana/Tucuruvi
Diretoria Regional de Educação Jaçanã / Tremembé
Rua Cel João da Silva Feijó, 34 – Parque do Mandaqui.
CEP: 02422-018
Fone: 2233-2170 / 2233-0025
FORMAS DE CONTATO ON-LINE
DECRETO DE CRIAÇÃO: 38.817 de 16 de Dezembro de 1999.
DECRETO DE FUNCIONAMENTO: 53.676 de 28 de Dezembro de 2012.
Parecer do C.M.E.: 10/2002 de 07/11/2002.
E-mail: ciejasantanatucuruvi@prefeitura.sp.gov.br
Blog: http://ciejasantanatucuruvi.blogspot.com.br/
Facebook: Cieja Santana Tucuruvi
4
2. Regime de Funcionamento
O CIEJA Santana/Tucuruvi atende jovens, adultos e idosos, pessoas com e sem
deficiência na modalidade EJA. Somos uma escola regular da Prefeitura de São Paulo
organizada em módulos (etapas) anuais sequenciais e progressivas que compreende o Ensino
Fundamental. Atende maiores de 15 anos de idade, nos períodos diurno e noturno, em grupos
de classe com até 20 (vinte) estudantes, de segunda à sexta-feira no período das 7h15 às
22h30, de fevereiro a dezembro com no mínimo 200 dias letivos de encontros diários de
2h15min, e complementação de carga horária com atividades de efetivo trabalho pedagógico
extraclasse.
Número de vagas oferecidas e nosso quadro atual:
VAGAS OFERECIDAS 460 VAGAS
NÚMERO DE ALUNOS MATRICULADOS 449 ALUNOS
ALUNOS (AS) COM DEFICIÊNCIA 39 ALUNOS
ALUNOS (AS) MENORES 159 ALUNOS
Para ingressar no CIEJA é necessário realizar um cadastro em nosso blog:
http://ciejasantanatucuruvi.blogspot.com.br/, de qualquer lugar que você esteja e tenha um
acesso à internet ou caso encontre alguma dificuldade, basta nos procurar com comprovante
de escolaridade e comprovante de endereço que os funcionários da secretaria realizarão o seu
cadastro. A secretaria do CIEJA receberá sua inscrição com seus dados e entrará na lista
organizada automaticamente por ordem de recebimento, assim que surgir a vaga no Módulo e
horário escolhido pelo candidato, a secretaria da nossa Unidade entrará em contato para a
efetivação da matrícula.
A seguir, montamos um passo a passo para a realização do cadastro.
5
Para aqueles que não têm comprovante de escolaridade, foi pensado em uma Prova de
Classificação, validando como um documento oficial para o seu acesso à escola. Essa prova foi
construída pensando naqueles que estão há muito tempo afastados da escola, mas que por se
tratarem de pessoas com historicidade e grandes vivências, poderão realiza-la. Dividimos a
prova em 2 etapas: um preenchimento de ficha inicial com dados elementares como nome,
telefone, endereço e porque o estudante decidiu retomar seus estudos; e na sequência, se o
candidato realizar de forma tranquila essa etapa, passamos para a etapa seguinte que
compreende situações problema, interpretação de texto, articulação de informações com o
cotidiano e produção textual, envolvendo todas as áreas do conhecimento.
É importante registrarmos que nossa Prova de Classificação foi construída retratando a
realidade em que vivemos, situações de desigualdades, a luta dos trabalhadores formais e
informais e apresentamos Carolina Maria de Jesus, muitas vezes esquecida em nossa
literatura.
Muitos são os alunos que nos procuram para a realização da Prova de Classificação,
dentre muitas histórias, ressaltamos o exemplo de uma aluna que no momento em que
realizava a prova, teve forte identificação com a história de vida da Carolina Maria de Jesus,
6
pois a mesma, também para seu sustento, era catadora de lixo. E nas questões apresentadas,
conseguiu realizar com propriedade, uma vez que aproximou os exercícios de sua realidade.
Trazendo sua experiência de vida e profissional para a resolução das atividades. Além disso,
relatou o quanto ela se sentiu representada na escolha do tema da prova.
Para nós do CIEJA Santana/ Tucuruvi, a Prova de Classificação, para muitos, é uma
porta de entrada e é de extrema importância que os alunos se sintam representados e que a
prova, não seja encarada como uma barreira.
2.1 Níveis de ensino:
Módulo I Modulo II
Compreende o 1o
, 2o
e 3º ano do
Ensino Fundamental.
Compreende o 4o
e 5º ano do
Ensino Fundamental.
Módulo III Módulo IV
Compreende o 6o
e 7o
ano do Ensino
Fundamental II.
Compreende o 8o
. e 9o
. ano do
Ciclo II do Ensino Fundamental.
Os componentes curriculares contemplam as áreas de conhecimento:
• Linguagens e Códigos – (Língua Portuguesa, Inglês)
• Ciências da Natureza e Matemática – (Ciências e Matemática)
• Ciências Humanas – (História e Geografia)
• Informática,
• Arte,
• Educação Física. (vide Matriz Curricular abaixo).
7
Prefeitura do Município de São Paulo
Secretaria Municipal de Educação
Diretoria Regional de Educação “Jaçanã / Tremembé”
Centro Integrado de Educação de Jovens e Adultos – CIEJA “Santana / Tucuruvi”
Matriz Curricular
Organização Curricular Ciclo I Ciclo II
Total da
Carga
Horária
BaseNacionalComum
Áreas do
Conhecimento
Componente
Curricular
Módulo I – Alfabetização Módulo II – Básico
Módulo III –
Complementar
Módulo IV - Final
Em
Classe
h/a
Extra
Classe
Total
de
horas
Em
Classe
h/a
Extra
Classe
Total
de
horas
Em
Classe
h/a
Extra
Classe
Total
de
horas
Em
Classe
h/a
Extra
Classe
Total
de
horas
Matemática Matemática 3 2 150h 3 2 150h 2 2 120h 2 2 120h 540h
Ciências da Natureza Ciências 2 1 90h 2 1 90h 2 1 90h 2 1 90h 360h
Ciências Humanas
História 2
2 180h
2
2 180h
2
2 180h
2
2 180h 720h
Geografia 2 2 2 2
Linguagens e Códigos
Língua
Portuguesa
3
4 300h
3
4 300h
3
4 300h
3
4 300h 1200hArte 1 1 1 1
Educação
Física*
2 2 2 2
Total da Base Nacional Comum 15 9 720h 15 9 720h 14 9 690h 14 9 690h 2820h
Parte
Diversificada
Língua Estrangeira
Moderna
Inglês** - - - - - 1 - 30h 1 - 30h 60h
Informática 2 - 60h 2 - 60h 2 - 60h 2 - 60h 240h
Total da Parte Diversificada 2 - 60h 2 - 60h 3 - 90h 3 - 90h 300h
Total da Carga Horária 17 9 26 17 9 26 17 9 26 17 9 26
780h 780h 780h 780h 3.120h
Carga horária total do curso para cada módulo: 780h + 50h (socialização)= 830h x 4 módulos 3.320h
Componentes curriculares tratados de forma interdisciplinar
*Aulas fora do horário de funcionamento do turno
**Desenvolvido integrado à Área de Linguagens e Códigos
Atividades Complementares
Módulos I e II Módulos III e IV
Nº de horas-aula Carga Horária Nº de horas-aula Carga Horária
Itinerários Formativos Informática (Qualificação Profissional) 2 60h 2 60h
Oficinas de Estudos Projetos / Recuperação / Reposição 3 90h 3 90h
Total 5 150h 5 150h
Total Geral – 150h x 4 módulos = 600h
*Atividades optativas de acordo com o Projeto Político-Pedagógico do CIEJA
8
3. Quadro de Profissionais do CIEJACIEJACIEJACIEJA
Nome RF Cargo Escolaridade
Rosana de C. Pinson S. da Silva 730.870.1 Auxiliar Técnico de Educação
Serviço de Secretária
Ensino Superior
Eduardo Calixto de Souza 708.161.8 Auxiliar Técnico de Educação
Serviço de inspetoria
Ensino Médio
Sueli Vieira Stopa 774.798.5 Auxiliar Técnico de Educação
Serviço de secretaria
Ensino Superior
Luzia de Fatima C. Alberto 682.416.1 Auxiliar Técnico de Educação
Serviço de secretaria
Ensino Médio
Terezinha de Jesus Trindade 737.190.0 Auxiliar Técnico de Educação
Serviço de inspetoria
Ensino Médio
Marcelo do Amaral 712.756.1 Agente escolar Ensino Médio
Maria José Meschke Costa 715.181.1 Agente escolar Ensino Fundamental
Maria Vitoria P. Cardoso 612.770.3 Agente escolar Ensino Médio
Israel da Silva Ramos 699.204.8 Agente de apoio – Vigia Ensino Fundamental
Terceirizada Arcolimp
Nome Cargo
Maria Augusta da Silva Auxiliar de Serviços Gerais
Maria do Socorro Rodrigues dos S. Souza Auxiliar de Serviços Gerais
Zilda Felix da Silva Auxiliar de Serviços Gerais
Equipe Gestora
Nome RF Cargo Escolaridade
Patricia Christiane Hypoliti 779.803.2 Coordenador Geral Especialização
Ioneide Rodrigues da S. Cenatti 722.795.7 Assistente do Coord. Geral Ensino Superior
Cirley Pinheiro M. Santana 782.603.6 Assistente Pedagógico e
Educacional
Especialização
Viviane Lemos de Jesus Moreiras 780.836.4 Assistente Pedagógico e
Educacional
Mestrado
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Nome RF Cargo Escolaridade
Adriana Zenezi 824.978.4 Prof. de Ens. Fund. II e Médio -
História
Ensino Superior
Claudineia Teixeira Santana 845.979.7 Prof. Ens. Fund. II e Médio –
Arte
Ensino Superior
Douglas Dubisnkas Takenaka
772.196.0
Prof. de Ens. Fund. II e Médio –
História
Ensino Superior
Eduardo Parladore Aliotti
822.004.2
Prof. de Ens. Fund. II e Médio –
Educação Física
Especialização
Gladis Cassapian Barbosa 725.258.7 Prof. de Educação Infantil e Fund. I Especialização
Isabel Pecim de Souza 577.249.4 Prof. de Educação Infantil e Fund. I Especialização
Kasim Mustapha Mourad 574.802.0 Prof. Ens. Fund. II e Médio –
Ciências
Superior
Larissa Patricio Campos de Oliveira 811.230.4 Prof. de Ens. Fund. II e Médio –
História
Mestrado
Maria Batista Morais Xavier 730.308.4 Prof. Ens. Fund. II e Médio –
Inglês
Especialização
Marta dos Santos 795.701.7 Prof. de Educação Infantil e Fund. I Especialização
Patricia Palma Parlangeli 722.852.0 Prof. de Educação Infantil e Fund. I Especialização
Ricardo José Pellegrini 808.513.7 Prof. Ens. Fund. II e Médio –
Matemática
Especialização
Rosangela Barbosa Barbosa Lima 842.972.3 Prof. Ens. Fund. II e Médio –
Português/Inglês
Ensino Superior
Valéria Pereira Velosa 750.927.8 Prof. de Ens. Fund. II e Médio –
Português
Mestrado
Vanderlei de Lima França 668.122.1 Prof. Ens. Fund. II e Médio –
Matemática
Especialização
10
4. Espaço Físico
Piso Térreo
Secretaria
02 Salas de aula
Sala de Recursos Multifuncionais - SRM
Sala de leitura / Multimídias
Depósito de Merenda
Banheiros feminino e masculino - funcionários
Depósito de merenda
Cozinha
Depósito de Materiais diversos
Cantinhos de Leitura
Piso Superior
Sala da Equipe Gestora
02 Salas de aula
Sala dos Professores
Banheiros feminino e masculino discente
Laboratório de Informática
11
5. Prefácio
Projeto Político Pedagógico (PPP) o que traduz esse nome? Pensamos ser um esforço
coletivo de planejamento e ações concretas para o alcance de metas de aprendizagem e
desenvolvimento que trilharão nosso percurso durante todo o ano de 2019. Muito já caminhamos
e construímos nesse trajeto, porém como escola é movimento e plural, nosso Projeto
necessariamente deve acompanhar essa dinâmica, sendo flexível e cumprindo a sua função que
é dar vida ao que acontece na escola.
Escrever o PPP de forma coletiva, envolvendo alunas e alunos, pais, comunidade, equipe
docente, funcionários e equipe gestora, é também um movimento Político, ao considerarmos a
escola como espaço de construção de saberes, formando cidadãos conscientes, que atuam na
sociedade, provocando mudanças, alterando os rumos de nossa história, além de caracterizar
uma ação coletiva.
É também Pedagógico porque nos conduz, trazendo propostas, atividades e projetos
educativos tão necessários para o processo de ensino e aprendizagem.
Por essa razão é tão importante a participação de todos nesse percurso garantindo a riqueza
da pluralidade presente no CIEJA e ao mesmo tempo considerando a singularidade da nossa
realidade.
Tudo isso, revela a identidade do CIEJA Santana/ Tucuruvi, nossas concepções estão
explicitadas no nosso fazer e agir, envolvendo desde o atendimento que se faz na entrada da
escola, aos cartazes informativos espalhados pelos corredores, na relação entre os alunos e
professores, funcionários e equipe gestora, bem como até o trabalho desenvolvido em sala de
aula. Atendendo jovens, adultos e idosos, pessoas com e sem deficiência é uma marca do
trabalho do CIEJA, contemplando as mais diversas histórias de vida e apostando em uma
educação que considera essa diversidade.
O PPP é um documento escrito com a participação de todos, podendo ser repensado a
cada momento do nosso percurso, por isso que é tão importante que ele NÃO SEJA UM
DOCUMENTO ENGESSADO, INFLEXÍVEL.
É necessário também explicarmos que o anexo da Portaria SME 5941/13 traz
recomendações importantes para a composição do PPP, em seu Art. 30 contendo as seguintes
12
informações - “o Projeto Político Pedagógico deve conter: Estudo diagnóstico da comunidade e
do espaço onde está inserida a Unidade Educacional” revelando:
“Perfil sociocultural [...], dos jovens e adultos matriculados [...]”;
“Perfil sociocultural da equipe de profissionais e a indicação de como potencializar os
saberes da equipe para a melhoria das condições de atendimento à comunidade escolar”;
“Mapeamento dos equipamentos de saúde, esporte, lazer e cultura da região e a indicação
da articulação das ações dos mesmos com a Unidade Educacional”.
Partindo das discussões acerca do PPP e do disposto no fragmento da portaria citada,
disponibilizamos em fevereiro desse ano, um questionário on-line com o objetivo de atualizar o
perfil dos nossos alunos. Sabemos que o CIEJA é lugar de diversidade, onde jovens, adultos,
idosos, pessoas com e sem deficiência estudam, se encontram, compartilham, divergem,
crescem... Desse modo, fizemos um convite aos estudantes: “Você aluna e aluno do CIEJA nos
ajudará a repensarmos nossa prática e delinearmos novas possibilidades de trabalho”.
Para se ter uma visão geral de como o questionário foi elaborado basta clicar no link
abaixo para ter acesso às questões:
https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSc92UbvZj6mvgPGpCgHYxuYOxua5oBWuz95JcxAj4AzA4_XQ/viewform?usp=sf_link
Também traçamos o perfil dos professores do CIEJA e equipe por meio de um
questionário semelhante ao de cima. Ao corpo docente fizemos o seguinte convite: “Professoras
e Professores, vimos em um, coletivo de colocarmos nossas ideias a respeito da escola que
queremos, e pensarmos possíveis caminhos para isso. Concepções, projetos e planejamentos
são o que compõem o nosso PPP. Desse modo, para termos elementos mais fidedignos do perfil
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de toda a equipe, elaboramos esse formulário no Google Drive para que vocês respondam
enriquecendo ainda mais o nosso registro”.
Você também pode ter acesso às questões elaboradas clicando no link abaixo:
https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSdAV9gWndqj6cgPDPng2Hn9hgxNUEe2BYOFgZFvEEGCsxdfg/viewform?usp=sf_link
Conforme já mencionamos, a escola se faz pelas mãos de todos, aqui no CIEJA, a cada
ano trabalhamos alguns temas com mais profundidade, e como vimos, acreditamos ser
importante, consultarmos os alunos sobre a construção desse currículo. Do mesmo modo como
elaboramos os questionários online, fizemos o mesmo para sabermos o que os estudantes do
CIEJA Santana/ Tucuruvi têm urgência em se aprofundar. E trouxemos o seguinte texto
explicativo no formulário: Estamos em fase de planejamento e construção de um Currículo que
seja significativo para TODOS: Estudantes, Educadores e toda a Equipe Escolar. Desse modo
queremos saber de você estudante do CIEJA, quais temas são de grande importância em sua
opinião, merecendo um aprofundamento maior em nossos estudos no 1º Semestre desse ano de
2019.
Elencamos 5 grandes temas a saber: Saúde, Mundo do Trabalho, Família, Tecnologia e
Drogas. Após sua leitura atenta de cada item, você deverá escolher apenas 1 tema para nos
aprofundarmos na primeira metade desse ano.
Decidimos que neste ano não trabalharemos com temas bimestrais, mas sim semestrais
para que tenhamos um maior aprofundamento em cada um deles. Outro ponto é que a consulta
realizada junto ao corpo discente se dará em dois momentos, no 1º e 2º Semestre, uma vez que
14
na segunda metade do ano, temos uma inserção considerável de alunos em nosso quadro.
Dessa forma, mantemos vivo a interatividade na escolha dos temas trabalhados.
Para acesso as questões você já sabe, clique no link abaixo:
https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSc29GvcpFVkxH3faURSfG8Ahy3nGDkNKSMkB6ixK3DGcw00yA/viewform?usp=sf_link
Convidamos a todos a mergulharem conosco nesse processo, a lerem o nosso PPP e
conhecerem nossas ideias, projetos, concepções que delinearão nosso ano letivo de 2018.
15
6. Concepções nossas
No início do ano passado, discutimos com os docentes e funcionários qual a situação da
sociedade contemporânea e qual o nosso papel nessa história. Os professores comentaram que
vivemos em um momento de alguns retrocessos e conservadorismos, bem como intolerância
mediante os mais diversos assuntos. Porém, é inegável o quanto todo o processo histórico de
lutas desencadeou em conquistas, um exemplo disso é a participação da mulher em nossa
sociedade. Temos consciência de que a luta ainda não acabou, pois ainda sofremos com o
sexismo (discriminação fundamentada no sexo), violência física e psicológica ligada à mulher,
estereótipos, disparidades no Mercado de Trabalho entre outros.
Durante nosso debate vários temas foram sendo retomados e os docentes trouxeram
exemplos sobre a questão do acesso e permanência na escola. Há não muito tempo, eram
poucos aqueles que tinham o direito de ingressar na escola e quando conseguiam, eram
engolidos por um sistema de exclusão, hoje o acesso passou pela universalização, mas ainda
assim temos um grande desafio que é a permanência desses estudantes na escola, evitando a
evasão. Isso é uma preocupação para nós do CIEJA Santana/ Tucuruvi, fazemos levantamentos
bimestrais dos alunos que têm um número elevado de faltas, os professores pedem para que
cada estudante tome ciência de suas faltas e junto com a coordenação, oferecemos um plano de
compensação de ausências no contraturno, bem como a possibilidade dessas faltas serem
compensadas nas mais diversas Oficinas oferecidas em nossa escola. Quando se trata de
alunos menores de idade, além desse procedimento, também entramos em contato com a
família, solicitando sua presença na escola para cientificá-la das faltas para que juntos,
pensemos em possibilidades para que esse problema seja sanado.
Discutimos também sobre as desigualdades presentes em nossa sociedade e que nem todos
têm as mesmas oportunidades, sabemos que o ponto de largada não é o mesmo e que as
classes sociais estão postas em nossa realidade, na maioria das vezes demarcando lugares. E
qual o nosso papel diante disso? Os docentes trouxeram que temos a responsabilidade de
instrumentalizar os nossos alunos. Pensar em um currículo que seja significativo e possa ser
usado tanto em seu dia a dia, como em sua vida profissional. Sempre se fala que o papel da
escola é formar estudantes críticos e autônomos e nós acreditamos que quando desenvolvemos
um trabalho significativo, damos repertório para que nossos alunos para além de ter informações
que hoje em dia são facilmente encontradas na internet, nos meios de comunicação, e entre
outros, consiga articulá-la com sua realidade, possibilitando mudanças em sua vida pessoal, em
sua comunidade, em sua vida profissional, em sua cidade, em seu país.
16
A Prefeitura de São Paulo, elaborou um documento chamado Currículo da Cidade para a
EJA preparado a muitas mãos pelos profissionais de nossa Rede (documento ainda a ser
lançado). Nele temos discussões a respeito dos objetivos essenciais que visam ao
desenvolvimento integral dos estudantes. O Currículo da Cidade traz três conceitos orientadores,
são eles: Educação Integral, Equidade e Educação Inclusiva. Através do contato com o
documento para consulta que chegou às U.E.s e do olhar dos nossos professores que
participaram do GT Currículo da Cidade – EJA, apostamos na aplicabilidade de um currículo
inovador e significativo. Partindo da observação atenta e minuciosa do perfil dos alunos da EJA,
das suas demandas sociais e expectativas de vida, considerando as especificidades de cada
área de conhecimento e a atuação interdisciplinar, os professores podem repensar a importância
dos conteúdos curriculares e a maneira de abordá-los.
É válido ressaltar que estamos atentos ao Currículo da Cidade – EJA e suas
concepções, por meio do material com o qual tivemos contato. Repensar, problematizar, recriar e
adequar práticas pedagógicas é uma urgência para a melhoria da qualidade do ensino no CIEJA,
preparando os jovens e adultos para uma atuação social e política mais autônoma, consciente e
cidadã.
Nesse ponto, debatemos sobre a integralidade da educação, para além da dimensão
intelectual e cultural, somos também corresponsáveis pelo desenvolvimento emocional. Um
professor de Ciências Humanas que compreende as disciplinas de História e Geografia, como
poderia fazer intervenções na dimensão emocional de seus alunos? Chegamos a conclusão de
que quando ensinamos o processo histórico, quando possibilitamos que os estudantes sejam
capazes de ler nas entrelinhas, questionar, ir em busca de conhecimento, em uma situação de
conflito, por exemplo, ao invés dele partir para agressão, possivelmente seguirá o caminho do
diálogo, argumentando criticamente, para nós, isso faz parte de uma educação integral que
abarca todas as dimensões. Atentos ao Currículo da Cidade esse olhar desenvolve os 5 Ps
(Pessoas, Planeta, Prosperidade, Paz e Parceria)
A partir da discussão realizada durante a Reunião de Organização e Planejamento do ano de
2018, pedimos aos professores que pensassem como seria a Escola que Queremos. Cada um
deveria começar a escrever suas concepções, demos início a atividade quando em poucos
minutos receberam outra comanda. Todos tinham que repassar a folha de onde havia parado
para que o colega continuasse a escrever dando prosseguimento ao que o primeiro havia escrito.
Fomos questionadas nesse momento: “mas agora não será mais a minha concepção, pois não
consegui terminar, e se outra pessoa der continuidade deixou de ser minha ideia sobre a
17
pergunta inicial – A Escola que Queremos”. O nosso objetivo era justamente esse, pois uma vez
que fazemos parte da instituição Escola, o nosso individual se torna coletivo e nossas
concepções partilhadas devem ser debatidas para que cheguemos a um plano, uma meta, todos
juntos buscando o mesmo ideal.
Como mencionamos no início do nosso PPP, ele é um documento feito por todos, desse
modo, os funcionários da Equipe de Apoio, também tiveram o seu momento de pensar e se
colocar sobre o papel da escola, tivemos falas de extrema importância ao dizerem que Escola é
espaço para formar cidadãos mais críticos e conhecedores das leis e de seus direitos e deveres;
onde devemos tratar a comunidade com acolhimento e respeito, além disso, também colocaram
que o CIEJA pode colaborar com a sociedade e a comunidade local.
Essa reflexão coletiva inspirou a Coordenadora Pedagógica que criou o poema abaixo a partir
da escrita e reflexões dos professores e funcionários:
18
A escola que queremos
CIEJA
Lugar de acolhimento e oportunidades...
Espaço de escuta e olhar atento às multiplicidades
EJA
De tantas histórias, lugar onde o aluno aprende e ensina
Espaço onde se considera memórias e trajetórias
Que humaniza respeitando as individualidades
Território onde se eleva a autoestima, cria e recria
Sempre em busca de ações que diminuam injustiças e desigualdades
SEJA
A escola que queremos
Onde todos encontrem representatividade
Uma escola que fomente o pensamento crítico
Que acolha a diversidade
A escola que queremos
É muito mais do que ambientes e tempos rígidos e definidos
O conhecimento que aqui se compartilha,
Ultrapassa os muros, chega às ruas
E transforma vidas.
Viviane Moreiras
19
7. Alunos do CIEJACIEJACIEJACIEJA e seu perfil:
Em Fevereiro de 2019 aplicamos um questionário on-line, a fim de coletarmos dados
sobre o perfil socioeconômico cultural dos nossos alunos. Tais dados tem por objetivo
repensarmos nossa prática e delinearmos novas possibilidades.
A seguir, apresentamos um recorte dessa pesquisa e algumas propositivas pensadas a
partir da mesma.
Acreditamos que as razões que levam as pessoas a retornarem aos estudos são as mais
diversas, motivados por questões profissionais, sociais, pessoais, etc. De acordo com o gráfico a
seguir, indica que 29,2% procurou o CIEJA com o desejo eminente de conseguir um emprego
melhor. Concorrendo com a ânsia de aprender a ler e escrever, sendo 26,7% É importante
ressaltarmos que esse dado é relevante para o nosso trabalho, uma vez que há alunos que
serão matriculados nos mais diversos módulos, a partir de uma documentação escolar
apresentada, porém, nem todos possuem o domínio da leitura e escrita. Se assim o é, no CIEJA
temos que ir em busca de garantirmos esse direito com ações que viabilizem e efetivem o
atendimento dessa necessidade.
É relevante mencionarmos que nossas formações no horário coletivo (JEIFs) têm a
intencionalidade de aprimorarmos nossas práticas considerando essa diversidade. Para tanto,
temos o Projeto Especial de Ação (PEA), que ocorre às segundas-feiras, das 12h30 às 15h30 é
voltado para a busca de um currículo significativo e a construção de práticas que atendam as
necessidades de nossos alunos:
20
“Currículo na EJA: Ação e Reflexão”
Tendo em vista as especificidades e a pluralidade do perfil dos estudantes do CIEJA, que
atende jovens, adultos afastados há muito tempo da escola, idosos, pessoas com deficiência,
entre outros, urge problematizar e reelaborar as práticas pedagógicas desenvolvidas nesse
segmento. Esse público, muitas vezes, apresenta múltiplas e diversas dificuldades de
aprendizagem e convive no mesmo ambiente de ensino e socialização, para se chegar a um
currículo inovador e significativo, deve-se partir da observação atenta e minuciosa do perfil dos
alunos do CIEJA, das suas demandas sociais e expectativas de vida. A partir daí, considerando-
se as especificidades de cada disciplina e o conhecimento interdisciplinar, os professores
podem repensar a importância dos conteúdos curriculares e a maneira de abordá-los em sala
de aula. Esse debate considera também as prerrogativas do Currículo da Cidade para EJA, a
partir das contribuições trazidas pelos professores desta U.E. participantes dos grupos de
trabalho organizados pela SME, enquanto aguardamos a publicação do documento modificado
por consulta pública, para então, debruçarmo-nos sobre ele.
Para além das JEIFs, temos também um trabalho desenvolvido às quartas-feiras de
planejamento docente a partir das orientações das coordenadoras pedagógicas, bem como
análise de resultados, organização didática e um trabalho sob a perspectiva inclusiva com nossa
PAEE Patrícia Palma debruçando sobre os casos dos alunos com deficiência de nossa U.E.
trazendo um panorama de caso a caso.
Ainda sobre o direito que é garantido aos estudantes, o CIEJA disponibiliza em diversos
horários, Oficinas com diferentes focos, mas em se tratando de Leitura e Escrita, temos Oficinas
que dão um embasamento maior aos estudantes, habilitando-os a acessarem o currículo de
forma mais autônoma.
Temos a Oficina da profª Adriana Zenezi denominada: Ler e Escrever com Arte – Conexão
Nordestino Brasil / África Mãe – para desenvolver e aprimorar as competências leitora e escritora
na EJA (ocorrendo às segundas-feiras das 18h30 às 20h00 e das 20h15 às 21h45). Temos
também a Oficina da profª Isabel Pecim de Souza denominada: Ler e Escrever na EJA,
buscando atender alunos que se encontram em um processo mais inicial da alfabetização, (com
horário às terças-feiras das 17h45 às 19h1 e das 20h15 às 21h45). Oficina da profª Marta
intitulada - Desenvolvimento da Leitura e da Escrita por meio da Linguagem Poética – (que
acontecem às terças-feiras das 11h15 às 12h, às quartas das 17h45 às 20h00 e às sextas-feiras
das 8h45 às 9h30).
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Em 2018 tivemos a Oficina de Língua Espanhola (Instrumental) ministrada pela profª
Gladis Cassapian Barbosa e neste ano teremos também, ocorrendo às quartas das 17h45 às
19h15.
A oferta das oficinas tanto no contraturno quanto no turno regular, configura uma
flexibilização nos atendimentos aos alunos que necessitam de um maior apoio. Configurando
equidade na educação que aqui fazemos e com maior abrangência de alunos atendidos.
Perguntamos também aos nossos alunos, há quanto tempo estavam afastados da escola
e 46,1% responderam que estavam sem estudar há mais de 5 anos. Para nós do CIEJA isso nos
desafia a acolhê-los de maneira apropriada, receptiva e respeitosa, que considere suas histórias,
seus saberes e suas singularidades. Para, além disso, é também evidente as dificuldades que
encontramos ao propormos linguagens diferenciadas para a aprendizagem, ao que muitas vezes,
boa parte deles, se mostram resistentes a essa nova forma de educar e aprender. Buscamos um
trabalho voltado para o diálogo e repertoriá-los por meio de múltiplas linguagens, mas ouvimos
com frequência o questionamento que só se aprende com métodos tradicionais fazendo um
resgate da escola em que viveram.
Para nós, isso revela o quanto em alguns casos, a escola regular pode apresentar um
aspecto excludente, atribuindo ao CIEJA à incumbência de acolhê-los fazendo a diferença em
sua realidade.
O gráfico também aponta que 26,9% estão fora da escola há menos de 1 ano,
evidenciando o número crescente de jovens com 15, 16 e 17 anos no CIEJA. Em Março de 2018
são 159 alunos menores matriculados em nossa Unidade Educacional. Tal dado vem alterando
consideravelmente o perfil da EJA o que nos faz buscarmos estratégias que contemplem
também os anseios desse público jovem, com linguagem diferenciada e interesses distintos.
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É importante também lembrarmos que dentro dessa diversidade há alunos que mesmo há
muito tempo fora da escola, trazem seus conhecimentos acumulados conseguindo transpor para
a aprendizagem formal. Dessa forma, respeitamos o direito de que ele dê continuidade aos seus
estudos, avançando inclusive de módulo. A partir de um olhar apurado dos professores, ou até
mesmo pela manifestação do próprio aluno, oferecemos uma Prova de Reclassificação. Essa
prova é construída com o conteúdo anual, compreendendo todas as áreas do conhecimento, do
Módulo em que ele está cursando. Há questões de múltipla escolha, questões dissertativas e
produção textual. Após correção e análise da Comissão de Reclassificação, a partir de critérios
pré-estabelecidos o aluno é considerado Reclassificado para o próximo Módulo ou Não
Reclassificado, permanecendo assim no Módulo em que se encontra.
Uma característica marcante na modalidade CIEJA é o atendimento aos alunos com as
mais diversas deficiências, atualmente temos 40 alunos matriculados e a presença da Sala de
Recursos Multifuncionais (SRM) e de um olhar apurado da Professora de Atendimento
Educacional Especializado (PAEE) configura um privilégio no cenário da educação inclusiva.
Notamos então que há uma iminente procura das famílias tanto de jovens, ainda menores
de idade, como também tem crescido o número de matrículas das pessoas com deficiência.
Pensando em cada vez mais oferecer um trabalho de qualidade para todos, após a efetivação da
matrícula, os responsáveis e os estudantes, passam por uma conversa com a coordenação
pedagógica do CIEJA. Esse momento é de fundamental importância para conhecermos um
pouco da história desse aluno, obtermos informações sobre suas especificidades, assim como
também passarmos informações do funcionamento de nossa escola e tirarmos possíveis
dúvidas.
No caso específico de alunos com deficiência, a fim de que proporcionemos um melhor
acolhimento, a partir dessa conversa, a coordenação acorda com a família alguns dias para o
início do estudante, para que seja passado a toda equipe CIEJA que receberemos um novo
aluno, e todos se prepararem para sua chegada.
Dando continuidade ao atendimento realizado no CIEJA, no ano de 2019 iniciamos um
trabalho diferenciado com vistas a atender as especificidades de aprendizagem das pessoas
com deficiência, possibilitando o acesso e a permanência ao processo de escolaridade com a
chegada da professora Patrícia Palma Parlangeli.
Primeiramente a PAEE (Professora de Atendimento Educacional Especializado) Patrícia
Palma realizou Sondagens de Aprendizagem para mapear as habilidades e dificuldades de
cada aluno, que caracteriza público para o AEE (Atendimento Educacional Especializado).
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Posteriormente as sondagens foram projetadas para a Equipe Docente e Gestora e de forma
colaborativa pensamos nas formas de atendimento desses alunos, bem como as necessidades
pedagógicas, e de que maneira podemos favorecer um processo de equidade diante da
aprendizagem.
Contemplamos outra ação com a escuta das famílias dos alunos com deficiência, através das
Anamneses, possibilitando ampliar o olhar, sobre o cotidiano dos alunos, bem como pensar em
possíveis intervenções pedagógicas que favoreçam o acesso ao currículo e como essas ações
possam reverberar no cotidiano da sala de aula.
Nas primeiras semanas de aula sentimos a necessidade de uma formação de toda a equipe
escolar (professores, gestão e funcionários) sobre “Uma transformação do Olhar” relacionado ao
atendimento das pessoas com deficiência no CIEJA. Essa formação aconteceu no dia 01 de
março, na reunião de Organização da Unidade. Após a formação alguns participantes relataram
que seria importante que os alunos também se apropriassem dessas orientações, como dicas de
convivência e de acolhimento com as pessoas que possuem alguma deficiência.
As estagiárias também foram contempladas com uma formação em parceria da professora
do AEE com a Coordenadora Viviane Moreiras, enfatizando sugestões de materiais e jogos que
possam favorecer o acesso dos alunos com deficiência ao currículo. Esse momento foi muito rico
para troca de informações e reconstrução de ações pedagógicas.
Futuramente esperamos oferecer outros “momentos de formação”, cooperação e orientação
aos professores, funcionários da escola, estagiárias e comunidade com o objetivo de auxiliar a
todos no processo de inclusão.
A exemplo disso, receberemos em nossa primeira Reunião Pedagógica
deste ano a palestrante Maria Cecília Sabatino F. de Almeida que
abordará o tema: “Comunicação Alternativa – Possibilidades da
Inclusão Escolar”.
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No período de fevereiro ao inicio de março a PAEE iniciou o Trabalho Colaborativo nas
turmas do período da manhã, para conhecer os alunos, observar as necessidades pedagógicas e
evidenciar as potencialidades de cada aluno. Nesse período também construiu os horários de
atendimento do AEE no contraturno e da SRM (Sala de Recursos Multifuncional); como
também os horários de Articulação com os professores da sala regular, em parceria com as
coordenadoras pedagógicas.
A PAEE elaborou documentos, como por exemplo, o diário de classe que facilitará o registro
do desenvolvimento dos alunos na SRM e as fichas de Atendimento no Colaborativo.
No mês de março daremos início aos momentos de Articulação com os professores da
Sala Regular, em parceria da PAEE com as coordenadoras Pedagógicas (Viviane e Cirley),
possibilitando momentos de reflexão e construção de forma colaborativa das atividades
flexibilizadas, pois se constituem em possibilidades educacionais de atuar frente às dificuldades
de aprendizagem dos alunos. Pressupõe que se realize a flexibilização do currículo regular,
quando necessário, para torná-lo apropriado às peculiaridades dos alunos com deficiência,
prevalecendo um currículo dinâmico, alterável, passível de ampliação, para que atenda
realmente a todos os educandos.
A professora do AEE elaborou portfólios individuais dos alunos com deficiência, como
instrumento de consulta e para registrar os avanços dos mesmos diante do processo de
aprendizagem, sendo composto por: Ficha de matrícula na SRM, laudo médico, anamnese,
sondagem de aprendizagem, registros, PDIs e encaminhamentos.
Temos como meta a formação de uma rede de apoio que envolva profissionais das áreas de
Saúde, Assistência Social e Trabalho, sempre que necessário, para o desenvolvimento e
progresso do aluno. Exemplo: CEFAI, DICEU, UBS, Emprego Apoiado, APD (Acompanhamento
da Pessoa com Deficiência) etc., com isso favorecer atitudes pró-ativas das famílias com o intuito
de participação no processo educativo e também buscando recursos na comunidade.
A construção dos PDIs (Plano de Desenvolvimento Individual) será realizada por toda
equipe escolar, com o objetivo de registrar os avanços pedagógicos, bem como as intervenções
quando necessárias. Ampliando o nosso olhar, trabalharemos também periodicamente com
“Estudos de Caso”.
A SRM contemplará novas formas de ensinar e aprender. As atividades serão
potencializadas, por meio da ludicidade, manifestações artísticas e dinâmicas e o trabalho
pedagógico será pautado em projetos com temas de interesse dos alunos.
O princípio fundamental da educação inclusiva no CIEJA Santana/ Tucuruvi é o de que
todos os alunos podem aprender juntos; independentemente de qualquer dificuldade ou
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diferença, sempre que for possível, reconhecendo as diversidades e acomodando vários estilos e
ritmos de aprendizagem, assegurando uma educação equânime e de qualidade.
No ano passado tivemos momentos importantes de formação, em nossa II Semana Cultural
recebemos a intérprete de Libras Soninha que deu uma palestra para educadores e alunos dos
dois períodos da manhã. A palestrante falou das especificidades da linguagem, das dificuldades
encontradas e dos direitos.
Acreditamos ser importante também sabermos a quantidade de homens e mulheres que
estudam no CIEJA. De acordo com o gráfico 58% é formado de um público feminino e 42% de
público masculino.
No último ano trabalhamos intensamente com conscientização do papel da mulher na
sociedade. Não ao sexismo, não a violência, não a desigualdade de
direitos, sim ao feminismo que representa e empodera as mulheres.
As atividades realizadas abordaram nas mais diversas áreas, de forma
recorrente, temas que intencionaram a reflexão não só das mulheres,
mas também dos homens. Gráficos, vídeos, imagens, debates,
cartazes permearam nossas discussões.
Temos no CIEJA um universo de histórias e identidades que se
encontram por meio das trajetórias de tantas mulheres: educadoras e
educadores que reconhecem e lutam a cada dia para que os direitos
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de todos sejam respeitados. Alunas, MULHERES, jovens, adultas, idosas, adolescentes,
mulheres trans, estrangeiras/refugiadas, que abarcam toda a riqueza de trajetórias de vidas
distintas. E é justamente essa diversidade que marcou e deu movimento ao projeto desenvolvido
pela profaª Gladis Cassapian Barbosa - “Mulheres de Fibra, cada fio da história forma a fibra
que nos forma”.
Tal projeto levou o CIEJA Santana/ Tucuruvi ao 2º Lugar da Categoria EJA do Prêmio
Paulo Freire. Educação se faz de forma coletiva, a muitas mãos, com profissionalismo,
dedicação e olhar sensível para as questões que emergem do corpo discente, de fio a fio vamos
tecendo a nossa história.
No início desse ano, impulsionados pelos recorrentes casos de feminicídios expostos na
mídia, sentimos a necessidade urgente de debatermos mais afundo esse assunto. Como forma
de impacto e provocação para reflexão construímos um Mural com imagens produzidas com
educadoras do CIEJA com marcas de violência, além disso, expomos também, dados
aterrorizantes do crescente número de casos de violência contra a mulher.
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Neste ano continuaremos debatendo assuntos no decorrer dos bimestres a partir dos
projetos que conduzirão o nosso
trabalho.
Para além do questionamento
sobre o sexo, sabemos que vivemos
em uma sociedade diversa e que é
fulcral que todos tenham espaço
para se colocar e se sentir
respeitado. Desse modo, também
perguntamos aos nossos alunos
com qual gênero.
Como já mencionamos em nosso PPP, nossas concepções estão em toda parte, inclusive
nos cartazes que colocamos no CIEJA, respeito à diversidade e a garantia da representatividade.
Cartazes que asseguram o direito de serem chamados pelo Nome Social, quando for o caso,
bem como o acesso aos banheiros da escola.
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Retomando nosso perfil do aluno, na sequência temos a declaração de cor ou raça
revelando que 46,5% dos alunos se autodeclararam pardos, 18% pretos e 31,8% brancos.
É válido ressaltar que de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE) para formar a classificação de negros (entendido aqui como categoria), é somada a
população preta à população parda tendo o percentual da autodeclaração de negros no Brasil.
Tomando essa informação como base, temos uma totalidade de 64,5% de estudantes negros no
CIEJA. Tal informação revela a importância de abordarmos temas ligados a História e a Cultura
Afro-brasileira, abordando também questões étnico raciais e indígenas para que todos encontrem
representatividade. Tal informação pode ser observada por meio do gráfico:
Como já mencionamos tivemos também a II Semana Cultural: Ciejando da Voz, do Canto e
das Artes que trouxe um aprofundamento relevante para reflexão no tocante a questão étnico
racial. Novamente recebemos uma garotada pra lá de antenada, crítica e com um talento incrível:
Slam Tamandaré (da EMEF Almirante Tamandaré)! Orientados pela profa. Carolina Cortinove.
Os estudantes fizeram uma demonstração do que é um Slam e pudemos vivenciar uma batalha
de poesias, com direito a jurados, notas e vencedor. Os Slammers trouxeram questões diversas,
com uma ênfase maior em temas ligados ao racismo e a importância de nos empoderarmos e
valorizarmos nossa ancestralidade, abordaram também o machismo, a cultura do estupro, entre
outros.
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Outro dado importante foi detectarmos os bairros onde residem nossos alunos, a partir do
gráfico temos a dimensão de que os alunos que compõem a nossa escola se deslocam até
mesmo de grandes distâncias em busca de seus estudos. Tivemos também uma concentração
maior nos bairros: Lauzane, Jardim Peri e Vila Amália.
Com esses dados em mãos nosso próximo passo deve se concentrar no mapeamento do
entorno. Irmos a campo e conhecermos os bairros que nossos alunos residem, conhecendo as
virtudes e deficiências que cada bairro oferece nos dando a dimensão da realidade em que estão
inseridos os alunos do CIEJA. Aguçando nossos sentidos, olhando para a realidade concreta,
desnaturaliza pré-conceitos daquilo que não se conhece e nos auxilia a pensarmos em um
currículo cada vez mais próximo do público que de nossa escola fazem parte.
Perguntamos também sobre a preferência religiosa: 40% dos alunos do CIEJA são
evangélicos, 35,1% são católicos, enquanto que 12,2% declararam não possuir religião. Essa
informação é relevante para discutirmos entre as áreas como abordarmos determinados temas,
como apresentamos as formas científicas que algumas questões perpassam sem ferirmos e/ou
confrontarmos/desrespeitarmos a pluralidade religiosa presente em cada turma, sem
desconsiderarmos de que a escola é laica (não sofrendo influência ou controle por parte de
nenhuma instituição religiosa).
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Passando para o campo profissional, 56,7% diz exercer algum tipo de trabalho e 30,2% só
estudam atualmente. Tais dados em comparação com o ano anterior, tivemos uma redução de
10,7% de alunos no mercado de trabalho, atribuímos tal fato ao crescente número de
adolescentes matriculados em nossa escola.
Pensarmos que temos a incumbência de ofertar um currículo que desenvolva todas as
dimensões e levarmos em consideração uma educação que abarca os saberes e respeita a
diversidade, é também contribuirmos para a realização de projetos de vida e consequente
construção de uma sociedade mais igualitária. Na EJA, como aponta o gráfico, temos uma
grande maioria de trabalhadores, desse modo, há de se pensar em um currículo que também
aborde temas voltados ao mundo do trabalho, instrumentalizando os estudantes sobre seus
direitos, situação sócio-histórica e suas conquistas, transpondo o que se aprende na escola para
o dia a dia.
Um dado igualmente importante é observarmos que 57,3% dos nossos alunos realizam
trabalhos mais braçais como encanador, diarista, eletricista, cabeleireiro, pedreiro, entre outros.
Há de se pensar em práticas que considere esse dado, repertoriando-os, aumentando sua
criticidade fazendo-os ler para além das linhas, instrumentalizando-os para sua vida profissional.
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Retomando que temos por concepção uma Educação Inclusiva e que prima à equidade,
há de se considerar a multiplicidade de aprendizagens na hora de planejarmos, e os objetivos
distintos, trazendo sempre o aluno como co-autor na construção desse currículo. Essa
construção, não pode estar desconectada dos processos de leitura, perguntamos aos alunos se
eles gostam de ler: 69,4% afirmaram ter desenvolvido o gosto pela leitura, porém temos 13,5%
que apontam não gostar de ler, em contrapartida 17,1% afirmaram que estão no processo de
aquisição da leitura. Nosso desafio é o de diminuirmos cada vez mais esse percentual de não
leitores, conquistando-os, apresentando-lhes a leitura nos mais diversos gêneros, trazendo-a
como ferramenta importante para o desenvolvimento de habilidades e competências. Assim
como, um trabalho intensivo de alfabetização nos módulos iniciais e ofertando as oficinas de
alfabetização e letramento para todos aqueles que necessitam desse apoio nos mais diversos
módulos.
Retomando a nossa II Semana Cultural ocorrida no último ano, foram inúmeros momentos
em que a leitura ocupou lugar de destaque, trazendo autonomia, quebrando barreiras, e
incentivando nossos alunos a lerem, recitarem... encontrando sentido naquilo que se propunham.
A leitura envolve a todos e nos possibilita viajar por outros mundos... recebemos em nossa
escola para uma oficina de Contação de Histórias a profª Ana Luísa que envolveu a todos com a
arte de contar histórias. Durante sua leitura todos estavam muito atentos, curiosos ao que
aconteceria ao final do conto. Na sequência os estudantes de todas as idades participaram de
uma oficina prática, um auxiliando o outro, foi lindo de ver!!!
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Ana Luísa lançou mão de recursos concretos utilizando objetos durante a leitura, ao final
os alunos entraram na brincadeira e assumiram os personagens... todos quiseram assumir a
postura do Rei.
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Em relação aos gêneros preferidos, temos uma diversidade deles escolhidos pelos alunos,
o que nos remete a pensarmos em ações que continuem propiciando essa diversidade com
rodas de leitura, incentivo ao empréstimo de livros da Sala de Leitura, Saraus, entre outros.
Sobre a leitura um dado preocupante é que muitos alunos vão em busca das redes sociais
como fonte de informação, ressaltamos que nem sempre o que está disponível na internet é
fonte confiável, muitas vezes formando opiniões equivocadas, fazendo-se necessário
desenvolver um trabalho crítico a respeito disso.
Na sequência os alunos nos informaram que 44,5% possuem computador em casa com
acesso à internet. É produtivo termos essa porcentagem dado que a tecnologia pode servir como
uma importante ferramenta em todas as áreas. É fundamental, investirmos em ações, não só nas
aulas de Informática e de Itinerário Formativo, mas também pensarmos em formas de trazermos
essa tecnologia como nossa aliada.
Pensando em um processo histórico, o uso de celulares é algo recente em nossas vidas.
Atualmente as pessoas usam o celular não só para comunicação telefônica, isso fica explícito no
gráfico sendo 81,2% utilizam a internet pelo celular para acessar redes sociais, fazer pesquisas,
aprofundarem seus conhecimentos, entre outros.
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Ainda sobre as diferentes linguagens, 84% dos nossos alunos ouvem músicas com
frequência, ou seja, a música pode ser uma poderosa estratégia para acessarmos alunos com
diferentes perfis, possibilitando identificação e significação para os conteúdos que apresentamos.
Na II Semana Cultural em alguns momentos foi lançada mão da música como instrumento
didático, por vezes de maneira cantada e em outros momentos coreografada com participação
de professores e alunos dançando e cantando na apresentação do Circo, atividade desenvolvida
e pensada para o público do período da manhã.
O protagonismo dos educandos ficou evidenciado em todas as atividades realizadas
nesse período, que embora tenha sido curto, já que durou somente uma semana, foi intenso em
significação e em apropriação dos papéis desempenhados pelos alunos de todos os módulos.
Em especial os alunos com deficiência pareciam estar a sonhar, viajaram nas atividades do
Circo com participações nas diversas modalidades que o circo abarca em sua trajetória.
Tivemos show de magia, espetáculo de dança, apresentação de cálculos mentais, (superdotação
de memória), apresentação de escultura em bexigas, malabarismo com desafios direcionados à
plateia, e ainda, a música cantada e coreografada também teve seu espaço nas apresentações
protagonizadas pelos alunos, a semana foi riquíssima em se tratando de aproveitamento
pedagógico, mas em se tratando de questões ligadas a subjetividade humana e seu valor no
trato com alunos com deficiência, o momento foi imensuravelmente.
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Portanto, em 2018 muitos foram os momentos em que a música ecoou pelos espaços do
CIEJA envolvendo a todos. A música compõe o rol das expressões culturais de um povo, e elas
sempre estão carregadas de histórias, princípios e valores.
Já no gráfico a seguir, a relevância na informação levantada, se dá pelo fato de se apontar
a preferência do estilo de música que nossos alunos têm por hábito ouvir. Assim como cada
gênero textual tem seu público alvo e características que atraem ou repelem leitores, a música
também tem apreciadores por características que a compõem. Essas informações serão levadas
em consideração para formulação de atividades e para elaboração de propostas de eventos que
se darão no CIEJA Santana/ Tucuruvi.
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Perguntamos também o que contribuiria para a aprendizagem de nossos alunos, ao que
52,7% revelaram que as múltiplas linguagens (música, filmes, teatro, entre outras) auxiliam no
processo de assimilação dos conteúdos de forma mais significativa. Tal dado se faz importante
para que pensemos em uma escola cada vez mais dinâmica, participativa, trazendo as mais
diversas linguagens para nossas aulas.
A dramaturgia, linguagem reconhecidamente eficaz, também teve seu espaço durante a II
Semana Cultural do CIEJA, alunos do horário noturno apresentaram uma releitura de clássicos
da literatura brasileira adaptados à realidade em que os alunos estão inseridos, essa modalidade
de apresentação possibilitou interação e identificação do grupo, uns com os outros e com os
personagens de João Cabral de Melo Neto no seu clássico Morte e Vida Severina, além de uma
montagem reflexiva sobre o processo histórico e a atual situação política de nosso país.
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É importante mencionarmos que apesar de termos uma parcela do público da EJA ainda
resistente ao uso de aulas diferenciadas, cabe-nos investirmos para uma mudança de
paradigma. Pois sabemos que as linguagens acessam melhor o processo cognitivo e sensorial.
Por assim compreendermos durante horários coletivos os professores dessa Unidade
Educacional foram convidados a participarem de uma atividade na qual foram desafiados a
levantar hipótese sobre Alfabetização Científica e Estudos de Ciências por Investigação. A
consigna era a de encontrar uma solução para fazer flutuar sobre o papel alumínio em um
recipiente com água 25 arruelas, elas deveriam ser dispostas de forma a não afundar o papel
alumínio, a atividade buscava promover a pesquisa, levantamento de hipóteses, tentativas de
erro e acerto e trabalho em grupo, os professores encararam a atividade com envolvimento e
descontração viabilizando a constatação de que certamente há uma possibilidade de
diversificação na apresentação de conteúdos.
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Nas últimas JEIFs, temos trabalhado com os benefícios da Neurociência para a Educação.
Como vimos a informação entra no cérebro por meio dos sentidos, da percepção que temos do
ambiente e de nossas experiências vividas. Portanto é por meio dos sentidos que
potencializamos a aprendizagem.
Desse modo, planejamos uma de nossas Reuniões Pedagógicas, privilegiando diversas
linguagens, objetivando acessar os nossos sentidos, explorando emoções para que o que aqui
se discute, seja significativo de alguma forma para os presentes.
Em dado momento foi proposto aos professores que participassem da confecção de
massas de pães.
O que foi pensado para esse momento tinha como objetivo que todos colocassem as
mãos na massa, a fim de que fosse verificado a importância de cada ingrediente para se obter o
resultado final, cada um dos ingredientes compunham o todo, e qualquer alteração mudaria o
sabor da receita.
Assim também o é quando nos propomos a fazer um trabalho coletivo, a partir de uma
concepção interdisciplinar, como já mencionado é a junção desses saberes que torna o todo
significativo, é o nosso fazer no CIEJA Santana/ Tucuruvi que marca nossa territorialidade, nossa
singularidade dentro de uma rede.
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Retomando nossa pesquisa, ao serem consultados sobre quais instrumentos de avaliação
consideram importantes, 41,2% relataram que aprendem melhor com trabalhos e pesquisas,
sendo que uma porcentagem muito próxima, 40,8%, apontou como relevante exercícios
realizados em sala. Já 38% consideram as provas escritas como significativas no processo de
aprendizagem.
Os dados abaixo revelam que o perfil atual dos alunos e das alunas estão valorizando
atividades coletivas, seja se expressando de forma escrita ou oral, embora a prova escrita seja
um modelo presente e importante para os estudantes.
Trazer para o processo ensino/aprendizagem o caráter lúdico da avaliação traz
importantes contribuições reforçando diversas dimensões dos saberes. Nesse aspecto, a
avaliação dos PEAs não poderia ser diferente... a cada semestre, optamos por uma Avaliação
com esta intencionalidade. Tendo como pano de fundo a ludicidade,
planejamos explorar algumas frentes junto aos educadores do
CIEJA.
Referente ao 1º semestre de 2018, como de costume,
buscamos estratégias para rememorarmos o que trabalhamos em
ambos os projetos. Dessa vez, o recurso utilizado foi confeccionar
para cada educador um Jornal de Lembranças contendo: Nutrições
Estéticas, Vídeos, Textos, Mapas Conceituais, Provocações, além
do desafio da Avaliação.
O Desafio utilizado era musical, de repente estávamos no
The Voice CIEJA!!!
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Dividimos a turma em 3 grupos, no Jornal de Memórias havia 15 perguntas que faziam um
apanhado geral do que vivemos durante esse semestre. Os professores sugeriram que cada
grupo ficasse responsável por 5 das perguntas ao que concordamos de pronto.
Tivemos grandes revelações no The Voice CIEJA, os grupos soltaram a voz e a
criatividade!!!
Já no 2º Semestre, ao entrarem para a sala de multimídia, todo aquele espaço havia se
transformado em uma grande sala de jogos de carteado, sobre cada mesa dois baralhos, emojis
que expressavam sentimentos diversos e um outro monte de cartas confeccionadas com
números aleatórios do 01 ao 30 que correspondiam a envelopes vermelhos e pretos
posicionados em outra mesa. Neles continham um recorte do nosso processo de formação de
ambos os PEAs durante o 2º semestre de 2018.
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Com dois grupos de 4 e dois grupos de 3, o objetivo era o de que jogassem pife, buscando
fazer trincas, o último de cada grupo a baixar a sua trinca era convidado a selecionar uma carta
confeccionada, dirigir-se à mesa que estava na frente da sala e pegar o envelope com o número
correspondente de sua carta. Quando todos os grupos já estavam com pelo menos 1 envelope,
fazíamos uma pausa para dizerem o que continha cada envelope e assim avaliarmos como foi a
atividade para a formação individual e coletiva. Em alguns dos envelopes, continham uma carta
coringa que revelávamos na hora o que essa carta possibilitava.
À medida que retomavam a atividade, selecionavam por meio dos emojis o sentimento ou
impacto diante do que fora trazido na formação... alguns disseram que diversos assuntos foram
bastante importantes ocasionando reflexão e isso é positivo, por outro lado, tais temas, por vezes
espinhosos, revelam desigualdades sociais, étnicas, falta de representatividade, falta de acesso
à serviços básicos para boa parte da população, assim como refletirmos sobre as realidades das
pessoas com deficiência e dificuldades que acabam sendo potencializadas pela falta de um
acompanhamento sistemático.
A abordagem lúdica da Avaliação dos PEAs, contou com o recurso visual objetivando
acessarmos a dimensão estética. Buscamos contemplar o uso do raciocínio lógico/matemático, a
interação por meio do trabalho em grupo, o uso da oralidade privilegiando a participação de
todos, abordamos também a questão motivacional por sugerirmos uma competição saudável e
contemplamos também nos conjuntos das regras, o elemento surpresa com o surgimento dos
coringas nos envelopes.
Já que estamos tratando de Avaliações, acreditamos ser importante registrarmos sobre a
Avaliação Externa – Prova EJA Digital, programada para ocorrer entre 05 de novembro a 07 de
dezembro de 2018. Assim como no ano anterior, em que levantamos diversas questões no
tocante aos problemas enfrentados em sua realização tanto no conteúdo, quanto na ausência de
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flexibilização pensando em uma prova inclusiva e equânime, neste ano, após mobilizarmos
secretaria para fazer o levantamento dos números de RAs dos alunos, organizarmos horários
junto aos educadores da unidade para um melhor atendimento às turmas, constatamos que as
provas não abriam. Após algumas tentativas, sem sucesso, e contato com o setor responsável
em DIEJA, fomos comunicados que os CIEJAs ficariam de fora da realização da prova por
inconsistência do sistema.
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8. Equipe docente e seu perfil:
Como realizamos uma pesquisa que retratasse o perfil sociocultural dos alunos do CIEJA,
os docentes e equipe gestora, responderam igualmente um questionário on-line a fim de
traçarmos o nosso perfil e a partir disso, potencializarmos nossas competências para uma
educação cada vez mais inclusiva, equitativa e integral. Abaixo reproduzimos em forma de
gráficos alguns dados resultantes dessa pesquisa e delineamos algumas possibilidades de
evidenciarmos tais potencialidades para enriquecer o trabalho que fazermos aqui no CIEJA.
Perguntamos qual o principal assunto de interesse e a opção mais assinalada foi a
educação, a relevância do assunto para o grupo está inserido não apenas no cotidiano dos
afazeres na escola, ele permeia toda a vida dos educadores. E realmente esse interesse
repercute nas formações quando se percebe a parcela de contribuição que cada professor
agrega ao grupo qualificando nossas práticas. Outro aspecto são os diversos interesses
assinalados, evidenciando um posicionamento eclético do grupo e enriquecendo tanto nossas
formações, bem como nosso fazer pedagógico.
Portanto, durante os meses de fevereiro e março de 2019, identificou-se algumas
características relacionadas ao perfil dos profissionais que atuam nessa U.E. Dentre os aspectos
mais relevantes e significativos, destaca-se que o principal assunto de interesse do grupo é a
educação, com 77%, seguido de política, com 50%. Disso podemos aferir que os professores
acreditam ser a educação intrinsecamente vinculada à política, demonstrando assim uma
perspectiva engajada do âmbito educacional.
O grupo é formato majoritariamente por pessoas de formação de nível superior, além
disso, 52,6% possuem especialização em diversas áreas, ainda temos 21% que possuem
mestrado. Esse dado é revelador do perfil de toda a equipe, são pessoas comprometidas com as
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demandas da educação, vivem uma busca constante de referenciais teóricos que possam
respaldar a prática pedagógica. Além disso, temos também no gráfico seguinte que trata sobre a
formação continuada que 77,8% investiram em seu capital cultural realizando algum curso nos
últimos 3 anos.
Visto que os desafios para a realização do trabalho são grandes e frequentes, como por
exemplo: elevado índice de evasão escolar, presença de faixas etárias distintas, alunos com
deficiência, alunos que cumprem medidas socioeducativas, dificuldades de aprendizagem como
também alunos que trazem uma riqueza em suas vivências, faz-se necessário o investimento
permanente em nossa formação.
Perguntamos também sobre as demandas do ponto de vista legal, e os educadores
entendem que os espaços de discussão coletiva (JEIF), como um momento de aprofundar
conhecimentos. Por causa dessa formação permanente e engajada, 38,9% sentem-se
confortáveis para discutir temas como o ECA e o Estatuto do Idoso, 27,8 %, Direitos Humanos e
Violência, e também 27,8% História e Cultura Afro-brasileira; ou seja, boa parte dos professores
tem embasamento teórico para discutir diferentes temáticas em sala de aula.
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A História e a Cultura Afro-Brasileira e Indígena permearam o nosso trabalho em diversas
ações, lembrando que todo e qualquer trabalho desenvolvido no CIEJA, as decisões são
tomadas em conjunto com os alunos, considerando seus interesses... assim, na área de Ciências
da Natureza houve por parte dos professores a articulação dos conteúdos propostos com os
conhecimentos prévios dos alunos, em especial das alunas conhecedoras de propriedades
medicinais de plantas utilizadas como remédios em sua trajetória de vida. Os estudantes
trouxeram vasos de plantas e também chás para degustação, montaram um stand com
informações escritas a respeito das plantas, mais que isso, também era possível no espaço
reservado para o stand das ervas medicinais apreciar o aroma e o gosto das referidas plantas.
Surgiu essa ideia em desenvolvermos um trabalho e mostrarmos para a escola toda, a
respeito das plantas medicinais existentes em nossa biodiversidade, e seus usos e costumes
herdados da descendência de seus familiares. Tendo como referência que historicamente as
plantas medicinais estão presentes desde os primeiros registros sobre a medicina tradicional.
Além disso, fazermos um resgate sobre as influências herdadas da cultura indígena e africana
que estão presentes até hoje em nosso cotidiano. O projeto buscou compreender o cuidado das
plantas medicinais na vida das pessoas, resgatando culturas e valores procurando conciliar o
saber científico dos saberes tradicionais, utilizando práticas sociais e culturais.
À luz da temática étnico racial convidamos a pesquisadora Ariadne “A voz negra na
imprensa” que em sua dissertação de Mestrado constatou em suas pesquisas que a
participação do negro na imprensa é datada de 1830. Em um período que se imaginava não
haver participação de negros na produção de textos jornalísticos os mesmos tinham sim seu
papel atuante. Havia certamente um movimento na tentativa de silenciar suas produções, não
dando o devido valor jornalístico, nem lhes atribuindo o crédito necessário. Os negros
principalmente de Salvador, na Bahia, oriundos de tribos africanas que haviam se convertido ao
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islamismo eram alfabetizados e por tanto produziam textos com intenção de criticar a
mentalidade escravocrata e a marginalização dos negros que conquistavam suas cartas de
alforria.
A palestrante trouxe também que a imprensa de um modo geral, ainda hoje é
predominantemente dominada por brancos e exerce um papel castrador no que
tange a participação de afrodescendentes, não permitindo que se constitua uma
imprensa que seja representativa do movimento negro. Foi um momento
relevante a partir das informações trazidas onde nossos alunos se viram
representados.
Outro momento importante foi conhecer a produção de curtas
extremamente sensíveis e tocantes do cineasta Renato Cândido convidado pela
professora Eliane Travassos. O rapaz revelou em sua arte a generosidade de retratar momento
de partida dos migrantes que saem muitas vezes de suas terras de maneira abrupta e não
encontram forças para lutar contra aquilo que os expulsa de seus territórios: a fome a falta de
perspectiva, os vínculos são quebrados e a dor da despedida é expresso no olhar dos que ficam.
Trazendo a temática de Direito Humanos e Violência o ano de 2018 foi marcado por um
fluxo de ondas migratórias em especial no Norte do Brasil. Este fato foi amplamente
televisionado e destacado por todos os meios e redes sociais.
Nos módulos 1B e 1C o tema apareceu com posições diversas: alguns favoráveis ao
recebimento e acolhida, outros desfavoráveis ao recebimento de estrangeiro e/ou refugiados
num país já tão carente de serviços básicos como o Brasil.
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A temática era rica e foi abordada a partir de roda de conversas, leitura de biografia de
refugiados, documentários e curtas sobre os refugiados no Brasil (sírios, haitianos, venezuelanos
e outros), reportagens jornalísticas e atividades pedagógicas.
Para enriquecer estes momentos convidamos Garo e Anahit Hovhanessian, armênios
sírios que vivem no Brasil para um bate-papo com o tema: “A Síria de ontem, hoje e amanhã”.
A conversa rica e cheia de trocas culturais, trouxe informações novas e diferentes, por um olhar
diferenciado do que já conhecíamos.
Outra interessante ação foi o reconhecimento de cada aluno como migrante e a ampliação
deste olhar através do relato oral da história de vida de cada um. Neste espaço buscamos
destacar que tanto o migrante como a cidade que o recebe é beneficiada neste processo de
aculturação, trabalho e desenvolvimento mútuo. Os áudios foram gravados em formato de
entrevista e ouvidos um a um por toda a turma. Foi tão bom perceber o quanto a história do outro
nos tocava e nos fazia uma sociedade mais justa!
A culinária também tão presente na identidade cultural de um povo não ficou para trás.
Convidamos nossos alunos a conhecer, desfrutarem e desconstruírem a ideia de que tudo que o
refugiado faz/traz é ruim. Ao provar a deliciosa COCADA, bebida típica da Venezuela, os alunos
se descobriram admiradores de um novo sabor desconhecido advindo de um povo rico em
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cultura e culinária. Por termos muitas mulheres que exercem as funções domésticas, esse foi um
caminho que encontramos para ensinar significativamente sobre um tema tão diverso e
polêmico.
Integrando a educação tecnológica com a prática da alfabetização, os professores Gladis
e Eduardo propuseram a criação de Mandalas no computador com uso de programa específico
como símbolos do desejo de paz entre todos os povos e respeito ao ser humano de toda e
qualquer etnia, raça, religião e em qualquer espaço. Com a proximidade do final do ano, os
alunos foram convidados a elaborarem cartões de Natal (espaço no qual a alfabetização foi
desenvolvida de forma contextualizada e gêneros textuais trabalhados tal qual aparecem na
sociedade) para os refugiados venezuelanos.
Desta ação ainda surgiram propostas de campanhas de arrecadação para ajudar os que
entram pela fronteira brasileira em busca de refúgio. Os cartões foram confeccionados em
português e espanhol para que estes se sentissem realmente acolhidos recebendo algo que
compreendessem em sua própria língua. Os cartões foram entregues na casa de passagem em
janeiro/19 por voluntários da ACNUR.
O caráter engajado do professor do CIEJA, que busca aprofundar cada vez mais sua
formação, relaciona-se com o motivo pelo qual a maioria escolheu a carreira do magistério sendo
o desejo de mudar o espaço ao seu redor, conforme o gráfico abaixo com 44,4% das respostas e
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33% visava educar e multiplicar o conhecimento. O resultado do gráfico reverbera no trabalho
realizado em nossa escola, pois temos por concepção que a educação transforma e é propulsora
de mudanças significativas tanto em nossas vidas, como na vida de nossos alunos. Como bem
retratou Paulo Freire: “Educação não transforma o mundo. Educação muda pessoas. Pessoas
transformam o mundo”.
No cotidiano profissional, os maiores desafios encontrados pelos professores são a
diversidade na sala de aula, 55,6%, e a organização da rotina, 50%. Esses desafios referem-se à
realidade peculiar do CIEJA, que recebe tanto alunos jovens, egressos do ensino regular, quanto
trabalhadores, idosos e pessoas com deficiência. Sendo assim, o professor precisa pensar nas
diferentes necessidades educacionais dos estudantes e preparar atividades flexibilizadas que
garantam o acesso ao currículo de forma equânime e significativa. Deste modo, com vistas a um
processo avaliativo capaz de abarcar os múltiplos estilos cognitivos presentes em nossa
realidade escolar, a grande maioria dos professores prioriza aspectos relacionados ao dia a dia
da sala de aula com relação às práticas pedagógicas, como debates, exercícios e a própria
participação dos estudantes.
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Ao perguntarmos aos educadores se eles criam atividades para os alunos com deficiência
e/ou dificuldades de aprendizagem, 88,9% responderam que sim e 11,1% ainda apresentam
dificuldades na preparação dessas atividades flexibilizadas, conforme gráfico a seguir.
Desse modo, acreditamos ser importante o investimento constante em nossas JEIFs
(Formação Continuada), favorecendo uma formação que instrumentalize o professor para um
trabalho efetivo em sala de aula. Assim como, um investimento em nossas Reuniões
Pedagógicos que também privilegiam importantes momentos de formação. Além de um efetivo
trabalho de nossa PAEE no Horário Colaborativo junto ao professor em sala de aula, como
também na Articulação do Trabalho que se faz um intensivo momento de construção de saberes.
O gráfico a seguir demonstra que os professores também apontam que a formação
permanente é um fator decisivo para a melhoria de sua atuação profissional.
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No ano passado algumas ações foram pensadas com esse objetivo, há tempos tínhamos
a intenção de visitarmos o Espaço ArboreSer. A visita nos trouxe informações relevantes dos
processos tecnológicos e sustentáveis existentes, a fim de que tais conhecimentos pudessem ser
multiplicados aos discentes de forma efetiva, proporcionando inicialmente formação tanto para a
Equipe Docente como para a Equipe Gestora. Daí a proposta de repertoriar-nos no ArboreSer.
A visita ao espaço ArboreSer, ocorrida em 11 de Abril de 2018, nos trouxe um faixo de luz
assim como retratado na foto de capa, as informações que obtivemos nesse lugar foram
singulares, conceitos antes distantes, passaram a ser familiares e por que não dizer coerentes e
significativos.
Fomos impactados ao saber que o Brasil é o país que mais utiliza agrotóxico no mundo e
cada brasileiro consome cerca de 7 litros de veneno a cada ano a partir de sua alimentação. Já
parou para pensar nisso?
Desse modo, reaprender algumas coisas se fez urgente para uma vida mais saudável e
promover oportunidades a toda comunidade escolar o contato com os benefícios de uma vida
mais sustentável, provocando reflexões por meio de debates, filmes, rodas de conversas sobre
as consequências do desperdício dos meios naturais, se fez uma tarefa urgente para nós
enquanto educadores.
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Em consonância com essa atividade mencionamos aqui que tivemos o privilégio de
desenvolvermos em nossa escola o Projeto Hortas Pedagógicas. Nosso relato se inicia a partir
da publicação em Diário Oficial de um projeto sobre Hortas. Nesse momento a coordenadora
Viviane Moreiras convidou três pessoas da equipe para participarem deste projeto, a saber: AD
Valeria, ATE Maria Vitoria e Profª Gladis.
Logo em seguida participamos da primeira formação onde tivemos contato com os ODs, o
tema Hortas e o currículo da cidade e conhecemos os técnicos que trabalhariam diretamente nas
escolas.
A partir desse momento começamos a pensar em nosso espaço e no que seria possível
fazer.... Temos um pequeno pedaço de terra na entrada de nossa escola em que há grama e
algumas floreiras com ervas e outras coisinhas plantadas por nossas ATEs e funcionárias, por
iniciativa própria, desse pedacinho sempre tiramos chás e temperos.
Tão logo recebemos as mudas nos preocupamos em transplantá-las para que não se
perdessem. Tínhamos em mente a construção de uma jardineira definitiva, mas que neste
momento ainda demoraria um pouquinho e as plantinhas não teriam condições de esperar.
Mobilizamos então os alunos do período noturno que realizaram o plantio das mudas para
caixotes de feira, utilizando a técnica de “lasanha”. Os alunos amaram o contato com a terra e
muitos relataram que viviam da terra e do plantio quando crianças, muitos tinham experiência e
essa foi uma troca riquíssima, saberes populares e conhecimentos mais teóricos (apreendidos no
primeiro encontro com o Rubens), se encontraram, se cruzaram e geraram novos saberes.
Nesse momento nasciam novas plantas e novos saberes com terra na mão e muita vontade de
aprender, uma das características principais do adulto que retorna à escola.
O público-alvo da EJA é muito diverso e em nossa escola vivenciamos o mesmo e nos
esforçamos para incluir todos em tudo que é proposto, para anto, fizemos uso das sementes que
recebemos.
Equipe inicial – Guardiões da Horta
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A professora Susen coordenou com a turma da manhã o plantio de sementeiras em caixas
de ovos. Desta forma os alunos da manhã, muitos deles, pessoas com deficiência puderam
experimentar o contato com a terra e os saberes trocados sobre plantio, crescimento, paciência e
dedicação.
Como havia a necessidade de cuidado com a horta, criamos um calendário de controle de
rega, onde quem fizesse a rega naquele dia já anotava , evitando assim muita ou pouca água.
O técnico Rubens trabalhou o aspecto formativo em horários coletivos com o corpo
docente, falando sobre a agricultura hoje, sobre conceitos ambientais e de sustentabilidade e
respondendo às diversas perguntas dos professores.
Em julho efetivamos a construção da jardineira e pudemos passar as mudas, agora já bem
maiores para este espaço definitivo e mais amplo, a fim de seguir as orientações do técnico para
melhor plantio.
Outra ação que realizamos foi a formação dos alunos, agendamos e realizamos uma
palestra com o técnico sobre alimentação saudável. Nesta palestra realizada com todos os
alunos da escola, tivemos uma parte teoria que abordou temas importantes como: o consumo de
açúcar, receitas mais saudáveis, histórico da agricultura dentre outros. A turma da manhã
finalizou a palestra com uma oficina utilizando elementos de nossa horta no preparo de um suco
e a turma da noite encerrou com um bate-papo com perguntas sobre os temas abordados.
Realizamos também uma visita à uma feira próxima a escola em que só participam
produtores que plantam alimentos orgânicos. Os alunos visitaram a feira e entrevistaram os
feirantes sobre as principais diferenças entre alimentos orgânicos e não-orgânicos. A visita foi
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rica e cada um voltou com um novo aprendizado e a oportunidade de comparar os diferentes
tipos de alimentos.
Acreditamos que o projeto foi o primeiro passo, um passo muito importante e que
precisávamos dar para incentivar iniciativas futuras.
Para o próximo ano pensamos em montar escalas com os alunos que gostariam de
ajudar-nos a cuidar da horta, em seus cuidados diários (rega, retirada de ervas) e como grupo
resolver o destino do que está plantado (além de receitas com os próprios alunos).
Sobre a horta comunitária entendemos como grupo que seria muito bom e efetivamente
daria uma função ao espaço hoje ocioso, mas que não temos pessoal suficiente para abraçar
esta tarefa agora. Entendemos que ela demanda uma participação bem ativa e próxima da
comunidade e este contato exigiria tempo e dedicação exclusiva de parte de nossa equipe.
A partir de nossa própria experiência, riquíssima por sinal, detectamos o tempo e atenção
necessários para um projeto efetivo e que atenda a todos.
Outro momento enriquecedor para nossa formação foi as duas Reuniões Pedagógica em
conjunto com o CIEJA Vila Maria que realizamos. Como já mencionamos a importância da
territorialidade e da apropriação desse espaço que constitui e constitui-se de nossas
identidades... fazer parte da DRE Jaçanã/ Tremembé é uma marca, ser educadores do CIEJA é
outra peculiaridade que nos transforma, nos desafia, nos enriquece.
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Saber que em nossa DRE há apenas dois CIEJAs: Santana/ Tucuruvi e Vila Maria/Vila
Guilherme é um privilégio e um estímulo para que o trabalho seja pensado cada vez mais nas
especificidades dessa modalidade e por que não proporcionarmos o compartilhamento de
saberes entre esses dois territórios?
Foi com essa intencionalidade que ocorreu em 21 de Março de 2018 a nossa 1ª Reunião
Pedagógica entre CIEJAs: Santana/ Tucuruvi e Vila Maria/ Vila Guilherme
Em um primeiro momento mergulhamos na leitura de alguns fragmentos do texto: "O
aluno não é mais aquele! E agora, professor? A transfiguração histórica dos sujeitos da
educação" de Antônio Fávero Sobrinho.
A intencionalidade em trazermos esse texto para a discussão era a de nos provocarmos,
nos tirarmos de nossos eixos... discordarmos e
crescermos por meios dos conflitos. Está aí a riqueza da
educação!!! Não crescemos quando pensamos
exatamente da mesma maneira, mas sim quando
divergimos, é na existência de contrapontos que abrimos
fissuras e repensamos o nosso fazer pedagógico.
Outra proposta foi a de assistirmos a um trecho do filme: "Eu, Daniel Blake" de Ken
Loach, a ideia foi a de fazermos um contraponto ao texto que acabávamos de ler. No texto,
discutimos muito sobre questões voltadas aos adolescentes e jovens, já no filme trazíamos uma
outra realidade, a exclusão digital de uma geração que não foi ensinada a lidar com
computadores e que por conta disso, tem seus direitos negados. Na cena escolhida, retratava o
conflito de um senhor que necessita dar entrada em seu seguro desemprego, mas todos os
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canais de acesso para esse fim era pelo mundo digital, um mundo alheio e desconhecido de seu
universo.
Convidamos a todos a refletir conosco a importância de pensarmos em um currículo que
atenda as especificidades dos nossos alunos. Dessa diversidade presente em sala de aula. Dos
territórios e identidades que nos constituem.
Ao final, convidamos a todos a deixarem
suas marcas por meio de suas mãos em nosso
CIEJA. Preparamos um painel sob o título: "O SEU
SINGULAR NOS TORNA PLURAL".
Todos nós pintamos nossas mãos com tinta
guache e deixamos nossas marcas, imprimimos
nossas digitais, nossas concepções, nossas ideias,
nessa árvore que deixa raízes e que dá frutos... frutos de um Currículo que se pretende
Interdisciplinar, Inclusivo, Integral e Equânime.
Se um encontro entre CIEJAs é bom, dois é melhor ainda!!! Assim foi nossa manhã de
sábado no dia 11 de agosto em nossa 2º Reunião Pedagógica conjunta com muito aprendizado,
envolvimento, parceria, dedicação, profissionalismo, representatividade, compartilhamento de
ideias, muito amor envolvido, equidade...
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A proposta inicial era a de subirem para o andar superior, rumo ao auditório, momento em
que grupo dos CIEJAs se depararam com uma barreira na entrada.
O que fazer? Como vencer o obstáculo? Como ultrapassarmos a barreira para
alcançarmos nosso objetivo que era o de
entrarmos no auditório da escola?
Teve quem lançasse a frase: "alguém tem uma tesoura?"
Mas quantas vezes os obstáculos são postos em nossas vidas e precisamos enfrentá-los
se quisermos continuar... e quantos de nossos alunos desistem diante das barreiras impostas
nesse retorno aos estudos, muitas vezes o medo paralisa, outras ele é vencido e nos impulsiona,
por ora temos apoio para prosseguirmos e tantos outros momentos caminhamos sem ajuda.
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Na sequência foi proposto mais uma dinâmica: "In your shoes" (nos seus sapatos).
Talvez seja considerado uma virtude a capacidade de colocar-se no lugar do outro, mas para
além da virtude, essa característica, torna-se uma necessidade em se tratando de trabalharmos
com jovens, adultos e idosos, pessoas com e sem deficiência no CIEJA.
As impressões dessa dinâmica ficaram evidenciadas nas reações... Ao calçarem sapatos
alheios as pessoas puderam colocar-se no lugar do outro, experienciar suas vivências,
sentimentos... As reações diante dessa experiência foram as mais diversas, sapatos enormes,
apertados, baixos, altíssimos... cada um tentando caber nos mais variados modelos de sapato,
vejam as fotos a seguir e tirem suas próprias conclusões... rsrsrs
Após essa experiência peculiar e que nos arrancou muitas risadas, mas ainda trabalhando
com a concepção de respeito, representatividade e de nos colocarmos no lugar do outro,
pensamos em uma plataforma diferente para o aprofundamento teórico. Em um trabalho coletivo
entre CIEJAs, criamos um curta metragem documentário, contendo depoimentos dos nossos
alunos relatando um pouco quais foram as dificuldades que eles encontraram no retorno aos
estudos e os sentimentos que trazem consigo nessa trajetória. Para compor o curta "O nosso
Todos: Vozes do CIEJA", elegemos o livro "Passageiros da Noite: do trabalho para a EJA" de
Miguel Arroyo, para nos dar consistência teórica.
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A cada depoimento foi possível percebermos quantas barreiras, o quanto a jornada é
intensa e como para muitos deles a escola é um local de acolhida, de retomada, de volta à vida e
porque não de retomada dos sonhos?
As Equipes Gestoras dos CIEJAs Santana Tucuruvi e Vila Maria Vila Guilherme,
porque fazer juntos nos faz crescer
As possibilidades de aprendizado são infinitas e por meio de múltiplas linguagens, desse
modo, a partir de um pedido dos educadores do CIEJA Santana/ Tucuruvi, agendamos nossa
última Reunião Pedagógica do ano passado na Bienal de Artes - Afinidades Afetivas.
Preparamos uma pauta inspiradas na exposição, pensando nos múltiplos olhares nessa edição
com várias curadorias, cada pedacinho pode significar um universo. Sendo assim trouxemos
uma Pauta Quebra-Cabeça.
Ao final de nossa visita, após passearmos e nos deixarmos levar pelos caminhos dos
artistas, nos reunimos, cada um com uma peça do quebra-cabeça, colocamos nossas
impressões e montamos a pauta. Assim como temos feito durante nossos horários coletivos,
construímos conhecimento, partilhamos histórias e buscamos repertoriar nosso fazer
pedagógico.
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Ainda sobre o levantamento realizado no tocante ao perfil do professor, embora religião
seja um assunto de fórum íntimo, o gráfico nos aponta o fato de fazermos parte de um grupo
eclético, e como a escola é um espaço laico, e assim deva permanecer, a diversidade de opções
assinaladas somente nos remete a tolerância já exercida entre os integrantes do grupo de
educadores que reverberará em ações de respeito a todas as religiões aqui representadas no
nosso quadro de alunos. Vale ressaltar que se deva manter a neutralidade ao passar por
conteúdos que abordem as questões de caráter filosófico, cultural ou religioso.
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Trazemos também que no início desse ano, vimos em um processo de construção
coletiva, buscando um trabalho integrado, interdisciplinar, escrevemos nosso PEA em conjunto,
imprimindo nossas concepções e delineando nossas práticas para o trabalho que
desenvolveremos no decorrer do ano. Outra ação importante foi a consulta aos alunos sobre a
construção do currículo e quais temas eles gostariam que fossem aprofundados nas aulas. A
partir dos resultados construímos um Mapa Conceitual do 1º Semestre que engloba a temática
central escolhida pelo corpo discente Saúde.
Sobre esse tema, temos também um trabalho ativo e direcionado pela CIPA (Comissão
Interna de Prevenção de Acidentes) tanto para a formação de professores e funcionários no
Horário Coletivo, como também de alunos durante as aulas, trazendo informações relevantes
quanto à prevenção de doenças, epidemias, cuidados necessários com a saúde e bem estar, e
os procedimentos de Primeiros Socorros (em anexo encontra-se o Manual de Normas e
Procedimentos da SME, pág. 446 a 451).
Ações em nosso Horário Coletivo promovidos pela CIPA orientando-nos quanto aos
cuidados e conscientização ao uso da voz, informações de segurança e palestras sobre doenças
contagiosas como a conjuntivite foram importantes para nossa formação.
Como mencionamos o tema Saúde foi escolhido pelos alunos, e para delinear nosso
trabalho, construímos um Mapa Conceitual com desdobramentos em todas as áreas do
conhecimento ampliando o leque de possibilidades do trabalho que será desenvolvido ao longo
do ano. A seguir colocamos nossa construção coletiva do nosso Mapa Conceitual do 1º
Semestre:
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9. A comunidade no CIEJACIEJACIEJACIEJA e o CIEJACIEJACIEJACIEJA na comunidade:
Quando falamos da relação da comunidade com a escola, é importante que tenhamos
troca, parcerias, trabalho em conjunto.
Neste sentido, as parcerias realizadas com a comunidade têm como meta, oferecer novas
perspectivas, transformando o espaço escolar em espaço de convívio, por meio das relações
extramuros, exemplificando, o que acontece na escola tem que refletir na comunidade e vice-
versa. Essas relações devem ser alimentadas a fim de que nossos alunos tenham acesso aos
mais diversos espaços, havendo assim um sentimento de pertencimento tanto por parte dos
alunos como da comunidade em relação à escola.
Por essa razão, ações que sinalizem e promovam maior proximidade da comunidade
com a escola são elementares, tais como: oficinas, relação com o Balneário, apropriação da
praça localizada bem próxima ao CIEJA, uma relação ativa e cada vez mais próxima com a
EMEF Comandante Gastão Moutinho, Dia da Família na Escola, Festa Junina, Fábrica de
Culturas da Vila Nova Cachoeirinha, atividades em parceria com o CEU ou oferecidas pela
SME, parceria com comerciantes do bairro e assim por diante.
No ano de 2018, muitos foram os momentos em que essas parcerias aconteceram,
enriquecendo ainda mais o trabalho pedagógico e a aprendizagem de nossos alunos.
Uma das ações foi com a profº Eduardo Parladore que realizou com seus alunos uma
Caminhada Pedagógica no entorno de nossa escola.
O objetivo desta caminhada era ampliar o repertório
territorial, a fim de que os alunos se apropriassem
cada vez mais do espaço que nos cerca, realização
de atividades física e socialização.
Neste ano, pretendemos abrir o leque para
outras atividades, intensificando e diversificando o
trabalho que aqui realizamos aproveitando o nosso
entorno.
Outra atividade relevante foi a visita à feira de orgânicos do bairro e ao sacolão. Nesta
oportunidade foram desenvolvidos conteúdos relacionados à sustentabilidade e conceitos
matemáticos. Para essa atividade tivemos todo um planejamento durante nosso Horário
Coletivo junto à coordenação pensando em possibilidades de ação para cada grupo,
ressaltando as potencialidades daqueles que já possuíam o domínio da escrita iriam registrar a
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visita com as respostas obtidas junto aos feirantes, para outros a tarefa era a de fotografarem,
havia quem registraria a entrevista utilizando o celular como recurso, houve quem fizesse uma
lista com os preços dos produtos para posteriormente comparar aos valores que são vendidos
no Hortifruti e etc.
Fomos super bem recebidos pelos feirantes que prontamente responderam as perguntas
de nossos estudantes, foram receptivos aos olhares curiosos dos nossos alunos com
deficiência.
Foram momentos de muita interação com os produtores, moradores que frequentam a
feira local, além de termos o privilégio de degustarmos frutas orgânicas oferecidas pelo seu
Francisco.
Com a concepção de que vivemos em uma sociedade educadora e de que a
territorialidade faz parte da nossa formação, em nossa semana cultural estabelecemos uma
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parceria com a Padaria Algarve, possibilitando oficinas de produção de pães e um
estreitamento com a comunidade. A Padaria Algarve é um comércio importante para o nosso
bairro sendo referência para moradores e estudantes que frequentam a nossa escola. Nos
sentimos acolhidos e muito especiais nesta atividade, foi uma atividade destinada para os
alunos com deficiência na qual eles puderam colocar as mãos na massa, acompanharam o
processo de como são feitos os pães, as normas de higiene e segurança foram observadas,
além de terem a possibilidade de degustarem e ainda levarem os pães confeccionados para
casa... experiência ímpar!
Estabelecermos diálogos com territórios vizinhos nos enriquece, nos constitui, nos
empodera! Pelo segundo ano consecutivo vimos num movimento de derrubarmos os muros
físicos e imaginários entre Gastão e CIEJA. No primeiro ano, nós nos convidamos a participar
de uma exposição que ocorria na quadra apresentada pelos alunos da EMEF, já no ano
passado, nós fomos convidados pela professora de geografia e aprendemos muito com esta
troca.
Gastão e CIEJA se constitui como comunidade educadora estabelecendo trocas
tornando todos os espaços educativos.
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No período noturno utilizamos algumas salas de aula desse espaço, tendo a
possibilidade de ampliarmos nosso atendimento. Além disso, regularmente, o profº Eduardo
Parladore, de Educação Física, acaba usufruindo da quadra para suas aulas, o espaço
também é utilizado para realização de nossa Festa Junina com convite estendido a EMEF
Gastão Moutinho na tentativa de praticar a solidariedade e a boa convivência nos espaços.
Para o ano de 2019, pretendemos estreitar ainda mais os laços entre CIEJA e Gastão,
possibilitando inclusive um intercâmbio entre alunos da EMEF/CIEJA. Teremos momentos de
Semana Cultural, Projetos desenvolvidos em nossa Unidade Educacional que poderão
contribuir para o aprendizado de todos por meio dessa parceria.
Atividades como o Dia da Família na escola que ocorrem duas vezes por ano, são
oportunidades de encontros, estreitamento de laços e sentimento de pertença. Como bem
pontuou nosso profª Douglas Dubinskas, Festa Junina do CIEJA Santana/Tucuruvi é uma festa
construída democraticamente e conjuntamente a partir de comissões e deliberações de
docentes, discentes e gestão. Totalmente gratuita, colaborativa, inclusiva, participativa do início
ao fim, sim é possível!
A diversidade e a animação estiveram presentes durante toda a nossa manhã e os
alunos e suas famílias marcaram presença. Houve atividades para todas as idades e gostos...
Tivemos danças, brincadeiras, jogos, sorteios, músicas e comidas típicas.
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Em nosso 2º Dia da Família unindo saberes, os professores Kasim Mourad, Maria
Batista e Gladis Cassapian planejaram uma oficina voltada para o plantio de Horta Suspensa.
Reuniram os alunos e familiares dando todas as indicações e cuidados com as mudas,
manutenção das mesmas e plantio. Na sequência arregaçaram as mangas e colocaram as
mãos na massa, digo na terra! Após o plantio alunos e familiares puderam levar suas mudas
para casa.
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Tivemos também momentos prazerosos de práticas e cuidado com o corpo com o
professor Eduardo onde todos foram envolvidos, corpo e mente em uma só sintonia: jovens,
adultos, idosos, pessoas com e sem deficiência, crianças, mães e pais - TODOS – por uma
vida mais saudável!
Em 29 e 30 de Maio a comunidade escolar do CIEJA Santana/Tucuruvi teve a
oportunidade de participar ativamente do Dia do Desafio nesses dois dias pudemos vivenciar
práticas corporais diversas incluindo jogos, brincadeiras, danças e ginásticas. Muito mais que
incentivar a adoção de hábitos saudáveis, dia do Desafio promove a integração e a mobilização
por meio da atividade física. Refletir sobre questões que
envolvam a saúde, o lazer e a apropriação de espaços
públicos contribuem para a formação cidadã e democrática
dentro dos espaços escolares. As práticas coletivas
contribuem para a reflexão do conceito de coletividade e
auxiliam os estudantes a repensarem sobre diferentes formas
de viver em sociedade. O grande envolvimento da
comunidade escolar fez desses dias um grandioso desafio.
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Como resultado da pesquisa direcionada aos alunos que obteve como resultado a
escolha do tema Esporte e Alto Rendimento, além de debates, notícias, vídeos, textos, tivemos
o privilégio de receber o ex atleta, treinador e morador da região do entorno da escola Edson
Tadeu a convite da profª Gladis Cassapian Barbosa para um aprofundamento um pouco maior
sobre esse assunto.
Tadeu já jogou em diversos times internacionais, conheceu de perto as exigências do
alto rendimento, e cada desafio se superou indo em busca de aprender mais e vencer. Os
alunos fizeram muitas perguntas, tiraram dúvidas, conheceram de perto um atleta e as
dificuldades e possíveis obstáculos que a carreira pode oferecer.
Em um país aonde se privilegia o futebol, há de se valorizar e estimular além desse
esporte, outras modalidades como o judô, o tênis, o vôlei, a capoeira, a natação e o atletismo
em suas mais variadas vertentes. Crianças e jovens com idade entre 10 e 17 anos participaram
das XI Olimpíadas Estudantis e VIII InterCEUS envolvendo cerca de 100 mil participantes
envolvendo 13 modalidades esportivas, incluindo o atletismo. Nesta competição houve um fato
importante para nós do CIEJA, nosso aluno Caian Frazão do Módulo 4B conquistou o 1º Lugar
de Salto em Altura, trazendo em sua história superações e vitórias por meio do atletismo.
70
Tivemos a possibilidade de conhecer o esporte diferente de nossas práticas habituais
aqui na escola o “Aikido”. É uma prática traduzida como “o caminho da unificação, da energia
da vida” ou “o caminho do espírito harmonioso”. O objetivo de Morihei Ueshiba, criador do
Aikido, era criar uma arte em que os seus praticantes pudessem defender-se a si próprios a
partir do ataque adversário. O grupo convidado pela profª Larissa Oliveira, nos apresentou um
jeito diferente de encarar a vida e se defender diante de qualquer intercorrência.
Trazer a comunidade pra dentro da escola, é também pensar em ações que promovam
essa transformação do entorno, é possibilitar sua participação. Desse modo, vimos num
movimento de realizarmos o Conselho de Classe Participativo o qual requer escuta, mas
como diz Paulo Freire em seu livro Pedagogia da Autonomia (1997), trata-se de uma escuta
para além da capacidade auditiva, para nós do CIEJA, há de se ter uma escuta sensível, uma
71
escuta atenta... para que não corramos o risco de cairmos na armadilha de dizer que
escutamos sem ouvirmos.
Para se dar voz é preciso ter a escuta
tão necessária nas práticas educativas.
Desse modo o Conselho de Classe
Participativo vem com esse propósito, de
escuta e de estabelecermos uma relação
dialógica entre todos que fazem parte do
processo educacional: educandas e
educandos, educadoras e educadores, estagiárias, equipe gestora TODOS! Com o propósito
de qualificarmos as ações que estão dando certo e de redimensionarmos e pensarmos
propositivas para o bimestre que se inicia.
É importante registrarmos que além de realizarmos o Conselho de Classe Participativo,
também dedicamos um tempo para o Pós-Conselho, momento em que os docentes e Equipe
Gestora conversam e repensam ações de forma coletiva. Neste ano, intensificaremos esses
momentos com vistas a melhorarmos ainda mais nossas práticas pedagógicas.
A partir do segundo semestre, o formato do Conselho foi aprimorado dado a dificuldade
de participação de todos os alunos nos horários e dias estabelecidos. Eles passaram a
acontecer em um período de aulas com a visita dos gestores nas turmas e com a presença dos
professores. Esse formato permitiu a participação de todos os alunos e não apenas dos
representantes, como acontecia anteriormente. A equipe definiu que este formato permanecerá
em 2019.
PPP 2019 CIEJA Santana/Tucuruvi
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  • 1. DIRETORIA REGIONAL DE EDUCAÇÃO JAÇANÃ / TREMEMBÉ Centro Integrado de Educação de Jovens e Adultos CIEJA Santana/Tucuruvi Projeto Político Pedagógico 2019
  • 2. 2 ÍNDICE 1. IDENTIFICAÇÃO DA UNIDADE ........................................................... 3 2. REGIME DE FUNCIONAMENTO ......................................................... 4 2.1. NÍVEIS DE ENSINO.............................................................................. 6 3. QUADRO DE PROFISSIONAIS DA UNIDADE..................................... 8 4. ESPAÇO FÍSICO................................................................................... 10 5. PREFÁCIO............................................................................................. 11 6. CONCEPÇÓES NOSSAS..................................................................... 15 7. ALUNOS DO CIEJA E SEU PERFIL..................................................... 19 8. EQUIPE DOCENTE E SEU PERFIL: ................................................... 43 9. A COMUNIDADE NO CIEJA E O CIEJA NA COMUNIDADE:.............. 63 10. PLANO DA EQUIPE GESTORA – NOSSAS CONCEPÇÕES.............. 72 11. MEDIANDO CONFLITOS ..................................................................... 73 12. ANEXOS ............................................................................................... 74
  • 3. 3 CENTRO INTEGRADO DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO 2018 – CIEJA SANTANA/ TUCURUVI 1. Identificação da Unidade Centro Integrado de Educação de Jovens e Adultos – CIEJA Santana/Tucuruvi Diretoria Regional de Educação Jaçanã / Tremembé Rua Cel João da Silva Feijó, 34 – Parque do Mandaqui. CEP: 02422-018 Fone: 2233-2170 / 2233-0025 FORMAS DE CONTATO ON-LINE DECRETO DE CRIAÇÃO: 38.817 de 16 de Dezembro de 1999. DECRETO DE FUNCIONAMENTO: 53.676 de 28 de Dezembro de 2012. Parecer do C.M.E.: 10/2002 de 07/11/2002. E-mail: ciejasantanatucuruvi@prefeitura.sp.gov.br Blog: http://ciejasantanatucuruvi.blogspot.com.br/ Facebook: Cieja Santana Tucuruvi
  • 4. 4 2. Regime de Funcionamento O CIEJA Santana/Tucuruvi atende jovens, adultos e idosos, pessoas com e sem deficiência na modalidade EJA. Somos uma escola regular da Prefeitura de São Paulo organizada em módulos (etapas) anuais sequenciais e progressivas que compreende o Ensino Fundamental. Atende maiores de 15 anos de idade, nos períodos diurno e noturno, em grupos de classe com até 20 (vinte) estudantes, de segunda à sexta-feira no período das 7h15 às 22h30, de fevereiro a dezembro com no mínimo 200 dias letivos de encontros diários de 2h15min, e complementação de carga horária com atividades de efetivo trabalho pedagógico extraclasse. Número de vagas oferecidas e nosso quadro atual: VAGAS OFERECIDAS 460 VAGAS NÚMERO DE ALUNOS MATRICULADOS 449 ALUNOS ALUNOS (AS) COM DEFICIÊNCIA 39 ALUNOS ALUNOS (AS) MENORES 159 ALUNOS Para ingressar no CIEJA é necessário realizar um cadastro em nosso blog: http://ciejasantanatucuruvi.blogspot.com.br/, de qualquer lugar que você esteja e tenha um acesso à internet ou caso encontre alguma dificuldade, basta nos procurar com comprovante de escolaridade e comprovante de endereço que os funcionários da secretaria realizarão o seu cadastro. A secretaria do CIEJA receberá sua inscrição com seus dados e entrará na lista organizada automaticamente por ordem de recebimento, assim que surgir a vaga no Módulo e horário escolhido pelo candidato, a secretaria da nossa Unidade entrará em contato para a efetivação da matrícula. A seguir, montamos um passo a passo para a realização do cadastro.
  • 5. 5 Para aqueles que não têm comprovante de escolaridade, foi pensado em uma Prova de Classificação, validando como um documento oficial para o seu acesso à escola. Essa prova foi construída pensando naqueles que estão há muito tempo afastados da escola, mas que por se tratarem de pessoas com historicidade e grandes vivências, poderão realiza-la. Dividimos a prova em 2 etapas: um preenchimento de ficha inicial com dados elementares como nome, telefone, endereço e porque o estudante decidiu retomar seus estudos; e na sequência, se o candidato realizar de forma tranquila essa etapa, passamos para a etapa seguinte que compreende situações problema, interpretação de texto, articulação de informações com o cotidiano e produção textual, envolvendo todas as áreas do conhecimento. É importante registrarmos que nossa Prova de Classificação foi construída retratando a realidade em que vivemos, situações de desigualdades, a luta dos trabalhadores formais e informais e apresentamos Carolina Maria de Jesus, muitas vezes esquecida em nossa literatura. Muitos são os alunos que nos procuram para a realização da Prova de Classificação, dentre muitas histórias, ressaltamos o exemplo de uma aluna que no momento em que realizava a prova, teve forte identificação com a história de vida da Carolina Maria de Jesus,
  • 6. 6 pois a mesma, também para seu sustento, era catadora de lixo. E nas questões apresentadas, conseguiu realizar com propriedade, uma vez que aproximou os exercícios de sua realidade. Trazendo sua experiência de vida e profissional para a resolução das atividades. Além disso, relatou o quanto ela se sentiu representada na escolha do tema da prova. Para nós do CIEJA Santana/ Tucuruvi, a Prova de Classificação, para muitos, é uma porta de entrada e é de extrema importância que os alunos se sintam representados e que a prova, não seja encarada como uma barreira. 2.1 Níveis de ensino: Módulo I Modulo II Compreende o 1o , 2o e 3º ano do Ensino Fundamental. Compreende o 4o e 5º ano do Ensino Fundamental. Módulo III Módulo IV Compreende o 6o e 7o ano do Ensino Fundamental II. Compreende o 8o . e 9o . ano do Ciclo II do Ensino Fundamental. Os componentes curriculares contemplam as áreas de conhecimento: • Linguagens e Códigos – (Língua Portuguesa, Inglês) • Ciências da Natureza e Matemática – (Ciências e Matemática) • Ciências Humanas – (História e Geografia) • Informática, • Arte, • Educação Física. (vide Matriz Curricular abaixo).
  • 7. 7 Prefeitura do Município de São Paulo Secretaria Municipal de Educação Diretoria Regional de Educação “Jaçanã / Tremembé” Centro Integrado de Educação de Jovens e Adultos – CIEJA “Santana / Tucuruvi” Matriz Curricular Organização Curricular Ciclo I Ciclo II Total da Carga Horária BaseNacionalComum Áreas do Conhecimento Componente Curricular Módulo I – Alfabetização Módulo II – Básico Módulo III – Complementar Módulo IV - Final Em Classe h/a Extra Classe Total de horas Em Classe h/a Extra Classe Total de horas Em Classe h/a Extra Classe Total de horas Em Classe h/a Extra Classe Total de horas Matemática Matemática 3 2 150h 3 2 150h 2 2 120h 2 2 120h 540h Ciências da Natureza Ciências 2 1 90h 2 1 90h 2 1 90h 2 1 90h 360h Ciências Humanas História 2 2 180h 2 2 180h 2 2 180h 2 2 180h 720h Geografia 2 2 2 2 Linguagens e Códigos Língua Portuguesa 3 4 300h 3 4 300h 3 4 300h 3 4 300h 1200hArte 1 1 1 1 Educação Física* 2 2 2 2 Total da Base Nacional Comum 15 9 720h 15 9 720h 14 9 690h 14 9 690h 2820h Parte Diversificada Língua Estrangeira Moderna Inglês** - - - - - 1 - 30h 1 - 30h 60h Informática 2 - 60h 2 - 60h 2 - 60h 2 - 60h 240h Total da Parte Diversificada 2 - 60h 2 - 60h 3 - 90h 3 - 90h 300h Total da Carga Horária 17 9 26 17 9 26 17 9 26 17 9 26 780h 780h 780h 780h 3.120h Carga horária total do curso para cada módulo: 780h + 50h (socialização)= 830h x 4 módulos 3.320h Componentes curriculares tratados de forma interdisciplinar *Aulas fora do horário de funcionamento do turno **Desenvolvido integrado à Área de Linguagens e Códigos Atividades Complementares Módulos I e II Módulos III e IV Nº de horas-aula Carga Horária Nº de horas-aula Carga Horária Itinerários Formativos Informática (Qualificação Profissional) 2 60h 2 60h Oficinas de Estudos Projetos / Recuperação / Reposição 3 90h 3 90h Total 5 150h 5 150h Total Geral – 150h x 4 módulos = 600h *Atividades optativas de acordo com o Projeto Político-Pedagógico do CIEJA
  • 8. 8 3. Quadro de Profissionais do CIEJACIEJACIEJACIEJA Nome RF Cargo Escolaridade Rosana de C. Pinson S. da Silva 730.870.1 Auxiliar Técnico de Educação Serviço de Secretária Ensino Superior Eduardo Calixto de Souza 708.161.8 Auxiliar Técnico de Educação Serviço de inspetoria Ensino Médio Sueli Vieira Stopa 774.798.5 Auxiliar Técnico de Educação Serviço de secretaria Ensino Superior Luzia de Fatima C. Alberto 682.416.1 Auxiliar Técnico de Educação Serviço de secretaria Ensino Médio Terezinha de Jesus Trindade 737.190.0 Auxiliar Técnico de Educação Serviço de inspetoria Ensino Médio Marcelo do Amaral 712.756.1 Agente escolar Ensino Médio Maria José Meschke Costa 715.181.1 Agente escolar Ensino Fundamental Maria Vitoria P. Cardoso 612.770.3 Agente escolar Ensino Médio Israel da Silva Ramos 699.204.8 Agente de apoio – Vigia Ensino Fundamental Terceirizada Arcolimp Nome Cargo Maria Augusta da Silva Auxiliar de Serviços Gerais Maria do Socorro Rodrigues dos S. Souza Auxiliar de Serviços Gerais Zilda Felix da Silva Auxiliar de Serviços Gerais Equipe Gestora Nome RF Cargo Escolaridade Patricia Christiane Hypoliti 779.803.2 Coordenador Geral Especialização Ioneide Rodrigues da S. Cenatti 722.795.7 Assistente do Coord. Geral Ensino Superior Cirley Pinheiro M. Santana 782.603.6 Assistente Pedagógico e Educacional Especialização Viviane Lemos de Jesus Moreiras 780.836.4 Assistente Pedagógico e Educacional Mestrado
  • 9. 9 Nome RF Cargo Escolaridade Adriana Zenezi 824.978.4 Prof. de Ens. Fund. II e Médio - História Ensino Superior Claudineia Teixeira Santana 845.979.7 Prof. Ens. Fund. II e Médio – Arte Ensino Superior Douglas Dubisnkas Takenaka 772.196.0 Prof. de Ens. Fund. II e Médio – História Ensino Superior Eduardo Parladore Aliotti 822.004.2 Prof. de Ens. Fund. II e Médio – Educação Física Especialização Gladis Cassapian Barbosa 725.258.7 Prof. de Educação Infantil e Fund. I Especialização Isabel Pecim de Souza 577.249.4 Prof. de Educação Infantil e Fund. I Especialização Kasim Mustapha Mourad 574.802.0 Prof. Ens. Fund. II e Médio – Ciências Superior Larissa Patricio Campos de Oliveira 811.230.4 Prof. de Ens. Fund. II e Médio – História Mestrado Maria Batista Morais Xavier 730.308.4 Prof. Ens. Fund. II e Médio – Inglês Especialização Marta dos Santos 795.701.7 Prof. de Educação Infantil e Fund. I Especialização Patricia Palma Parlangeli 722.852.0 Prof. de Educação Infantil e Fund. I Especialização Ricardo José Pellegrini 808.513.7 Prof. Ens. Fund. II e Médio – Matemática Especialização Rosangela Barbosa Barbosa Lima 842.972.3 Prof. Ens. Fund. II e Médio – Português/Inglês Ensino Superior Valéria Pereira Velosa 750.927.8 Prof. de Ens. Fund. II e Médio – Português Mestrado Vanderlei de Lima França 668.122.1 Prof. Ens. Fund. II e Médio – Matemática Especialização
  • 10. 10 4. Espaço Físico Piso Térreo Secretaria 02 Salas de aula Sala de Recursos Multifuncionais - SRM Sala de leitura / Multimídias Depósito de Merenda Banheiros feminino e masculino - funcionários Depósito de merenda Cozinha Depósito de Materiais diversos Cantinhos de Leitura Piso Superior Sala da Equipe Gestora 02 Salas de aula Sala dos Professores Banheiros feminino e masculino discente Laboratório de Informática
  • 11. 11 5. Prefácio Projeto Político Pedagógico (PPP) o que traduz esse nome? Pensamos ser um esforço coletivo de planejamento e ações concretas para o alcance de metas de aprendizagem e desenvolvimento que trilharão nosso percurso durante todo o ano de 2019. Muito já caminhamos e construímos nesse trajeto, porém como escola é movimento e plural, nosso Projeto necessariamente deve acompanhar essa dinâmica, sendo flexível e cumprindo a sua função que é dar vida ao que acontece na escola. Escrever o PPP de forma coletiva, envolvendo alunas e alunos, pais, comunidade, equipe docente, funcionários e equipe gestora, é também um movimento Político, ao considerarmos a escola como espaço de construção de saberes, formando cidadãos conscientes, que atuam na sociedade, provocando mudanças, alterando os rumos de nossa história, além de caracterizar uma ação coletiva. É também Pedagógico porque nos conduz, trazendo propostas, atividades e projetos educativos tão necessários para o processo de ensino e aprendizagem. Por essa razão é tão importante a participação de todos nesse percurso garantindo a riqueza da pluralidade presente no CIEJA e ao mesmo tempo considerando a singularidade da nossa realidade. Tudo isso, revela a identidade do CIEJA Santana/ Tucuruvi, nossas concepções estão explicitadas no nosso fazer e agir, envolvendo desde o atendimento que se faz na entrada da escola, aos cartazes informativos espalhados pelos corredores, na relação entre os alunos e professores, funcionários e equipe gestora, bem como até o trabalho desenvolvido em sala de aula. Atendendo jovens, adultos e idosos, pessoas com e sem deficiência é uma marca do trabalho do CIEJA, contemplando as mais diversas histórias de vida e apostando em uma educação que considera essa diversidade. O PPP é um documento escrito com a participação de todos, podendo ser repensado a cada momento do nosso percurso, por isso que é tão importante que ele NÃO SEJA UM DOCUMENTO ENGESSADO, INFLEXÍVEL. É necessário também explicarmos que o anexo da Portaria SME 5941/13 traz recomendações importantes para a composição do PPP, em seu Art. 30 contendo as seguintes
  • 12. 12 informações - “o Projeto Político Pedagógico deve conter: Estudo diagnóstico da comunidade e do espaço onde está inserida a Unidade Educacional” revelando: “Perfil sociocultural [...], dos jovens e adultos matriculados [...]”; “Perfil sociocultural da equipe de profissionais e a indicação de como potencializar os saberes da equipe para a melhoria das condições de atendimento à comunidade escolar”; “Mapeamento dos equipamentos de saúde, esporte, lazer e cultura da região e a indicação da articulação das ações dos mesmos com a Unidade Educacional”. Partindo das discussões acerca do PPP e do disposto no fragmento da portaria citada, disponibilizamos em fevereiro desse ano, um questionário on-line com o objetivo de atualizar o perfil dos nossos alunos. Sabemos que o CIEJA é lugar de diversidade, onde jovens, adultos, idosos, pessoas com e sem deficiência estudam, se encontram, compartilham, divergem, crescem... Desse modo, fizemos um convite aos estudantes: “Você aluna e aluno do CIEJA nos ajudará a repensarmos nossa prática e delinearmos novas possibilidades de trabalho”. Para se ter uma visão geral de como o questionário foi elaborado basta clicar no link abaixo para ter acesso às questões: https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSc92UbvZj6mvgPGpCgHYxuYOxua5oBWuz95JcxAj4AzA4_XQ/viewform?usp=sf_link Também traçamos o perfil dos professores do CIEJA e equipe por meio de um questionário semelhante ao de cima. Ao corpo docente fizemos o seguinte convite: “Professoras e Professores, vimos em um, coletivo de colocarmos nossas ideias a respeito da escola que queremos, e pensarmos possíveis caminhos para isso. Concepções, projetos e planejamentos são o que compõem o nosso PPP. Desse modo, para termos elementos mais fidedignos do perfil
  • 13. 13 de toda a equipe, elaboramos esse formulário no Google Drive para que vocês respondam enriquecendo ainda mais o nosso registro”. Você também pode ter acesso às questões elaboradas clicando no link abaixo: https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSdAV9gWndqj6cgPDPng2Hn9hgxNUEe2BYOFgZFvEEGCsxdfg/viewform?usp=sf_link Conforme já mencionamos, a escola se faz pelas mãos de todos, aqui no CIEJA, a cada ano trabalhamos alguns temas com mais profundidade, e como vimos, acreditamos ser importante, consultarmos os alunos sobre a construção desse currículo. Do mesmo modo como elaboramos os questionários online, fizemos o mesmo para sabermos o que os estudantes do CIEJA Santana/ Tucuruvi têm urgência em se aprofundar. E trouxemos o seguinte texto explicativo no formulário: Estamos em fase de planejamento e construção de um Currículo que seja significativo para TODOS: Estudantes, Educadores e toda a Equipe Escolar. Desse modo queremos saber de você estudante do CIEJA, quais temas são de grande importância em sua opinião, merecendo um aprofundamento maior em nossos estudos no 1º Semestre desse ano de 2019. Elencamos 5 grandes temas a saber: Saúde, Mundo do Trabalho, Família, Tecnologia e Drogas. Após sua leitura atenta de cada item, você deverá escolher apenas 1 tema para nos aprofundarmos na primeira metade desse ano. Decidimos que neste ano não trabalharemos com temas bimestrais, mas sim semestrais para que tenhamos um maior aprofundamento em cada um deles. Outro ponto é que a consulta realizada junto ao corpo discente se dará em dois momentos, no 1º e 2º Semestre, uma vez que
  • 14. 14 na segunda metade do ano, temos uma inserção considerável de alunos em nosso quadro. Dessa forma, mantemos vivo a interatividade na escolha dos temas trabalhados. Para acesso as questões você já sabe, clique no link abaixo: https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSc29GvcpFVkxH3faURSfG8Ahy3nGDkNKSMkB6ixK3DGcw00yA/viewform?usp=sf_link Convidamos a todos a mergulharem conosco nesse processo, a lerem o nosso PPP e conhecerem nossas ideias, projetos, concepções que delinearão nosso ano letivo de 2018.
  • 15. 15 6. Concepções nossas No início do ano passado, discutimos com os docentes e funcionários qual a situação da sociedade contemporânea e qual o nosso papel nessa história. Os professores comentaram que vivemos em um momento de alguns retrocessos e conservadorismos, bem como intolerância mediante os mais diversos assuntos. Porém, é inegável o quanto todo o processo histórico de lutas desencadeou em conquistas, um exemplo disso é a participação da mulher em nossa sociedade. Temos consciência de que a luta ainda não acabou, pois ainda sofremos com o sexismo (discriminação fundamentada no sexo), violência física e psicológica ligada à mulher, estereótipos, disparidades no Mercado de Trabalho entre outros. Durante nosso debate vários temas foram sendo retomados e os docentes trouxeram exemplos sobre a questão do acesso e permanência na escola. Há não muito tempo, eram poucos aqueles que tinham o direito de ingressar na escola e quando conseguiam, eram engolidos por um sistema de exclusão, hoje o acesso passou pela universalização, mas ainda assim temos um grande desafio que é a permanência desses estudantes na escola, evitando a evasão. Isso é uma preocupação para nós do CIEJA Santana/ Tucuruvi, fazemos levantamentos bimestrais dos alunos que têm um número elevado de faltas, os professores pedem para que cada estudante tome ciência de suas faltas e junto com a coordenação, oferecemos um plano de compensação de ausências no contraturno, bem como a possibilidade dessas faltas serem compensadas nas mais diversas Oficinas oferecidas em nossa escola. Quando se trata de alunos menores de idade, além desse procedimento, também entramos em contato com a família, solicitando sua presença na escola para cientificá-la das faltas para que juntos, pensemos em possibilidades para que esse problema seja sanado. Discutimos também sobre as desigualdades presentes em nossa sociedade e que nem todos têm as mesmas oportunidades, sabemos que o ponto de largada não é o mesmo e que as classes sociais estão postas em nossa realidade, na maioria das vezes demarcando lugares. E qual o nosso papel diante disso? Os docentes trouxeram que temos a responsabilidade de instrumentalizar os nossos alunos. Pensar em um currículo que seja significativo e possa ser usado tanto em seu dia a dia, como em sua vida profissional. Sempre se fala que o papel da escola é formar estudantes críticos e autônomos e nós acreditamos que quando desenvolvemos um trabalho significativo, damos repertório para que nossos alunos para além de ter informações que hoje em dia são facilmente encontradas na internet, nos meios de comunicação, e entre outros, consiga articulá-la com sua realidade, possibilitando mudanças em sua vida pessoal, em sua comunidade, em sua vida profissional, em sua cidade, em seu país.
  • 16. 16 A Prefeitura de São Paulo, elaborou um documento chamado Currículo da Cidade para a EJA preparado a muitas mãos pelos profissionais de nossa Rede (documento ainda a ser lançado). Nele temos discussões a respeito dos objetivos essenciais que visam ao desenvolvimento integral dos estudantes. O Currículo da Cidade traz três conceitos orientadores, são eles: Educação Integral, Equidade e Educação Inclusiva. Através do contato com o documento para consulta que chegou às U.E.s e do olhar dos nossos professores que participaram do GT Currículo da Cidade – EJA, apostamos na aplicabilidade de um currículo inovador e significativo. Partindo da observação atenta e minuciosa do perfil dos alunos da EJA, das suas demandas sociais e expectativas de vida, considerando as especificidades de cada área de conhecimento e a atuação interdisciplinar, os professores podem repensar a importância dos conteúdos curriculares e a maneira de abordá-los. É válido ressaltar que estamos atentos ao Currículo da Cidade – EJA e suas concepções, por meio do material com o qual tivemos contato. Repensar, problematizar, recriar e adequar práticas pedagógicas é uma urgência para a melhoria da qualidade do ensino no CIEJA, preparando os jovens e adultos para uma atuação social e política mais autônoma, consciente e cidadã. Nesse ponto, debatemos sobre a integralidade da educação, para além da dimensão intelectual e cultural, somos também corresponsáveis pelo desenvolvimento emocional. Um professor de Ciências Humanas que compreende as disciplinas de História e Geografia, como poderia fazer intervenções na dimensão emocional de seus alunos? Chegamos a conclusão de que quando ensinamos o processo histórico, quando possibilitamos que os estudantes sejam capazes de ler nas entrelinhas, questionar, ir em busca de conhecimento, em uma situação de conflito, por exemplo, ao invés dele partir para agressão, possivelmente seguirá o caminho do diálogo, argumentando criticamente, para nós, isso faz parte de uma educação integral que abarca todas as dimensões. Atentos ao Currículo da Cidade esse olhar desenvolve os 5 Ps (Pessoas, Planeta, Prosperidade, Paz e Parceria) A partir da discussão realizada durante a Reunião de Organização e Planejamento do ano de 2018, pedimos aos professores que pensassem como seria a Escola que Queremos. Cada um deveria começar a escrever suas concepções, demos início a atividade quando em poucos minutos receberam outra comanda. Todos tinham que repassar a folha de onde havia parado para que o colega continuasse a escrever dando prosseguimento ao que o primeiro havia escrito. Fomos questionadas nesse momento: “mas agora não será mais a minha concepção, pois não consegui terminar, e se outra pessoa der continuidade deixou de ser minha ideia sobre a
  • 17. 17 pergunta inicial – A Escola que Queremos”. O nosso objetivo era justamente esse, pois uma vez que fazemos parte da instituição Escola, o nosso individual se torna coletivo e nossas concepções partilhadas devem ser debatidas para que cheguemos a um plano, uma meta, todos juntos buscando o mesmo ideal. Como mencionamos no início do nosso PPP, ele é um documento feito por todos, desse modo, os funcionários da Equipe de Apoio, também tiveram o seu momento de pensar e se colocar sobre o papel da escola, tivemos falas de extrema importância ao dizerem que Escola é espaço para formar cidadãos mais críticos e conhecedores das leis e de seus direitos e deveres; onde devemos tratar a comunidade com acolhimento e respeito, além disso, também colocaram que o CIEJA pode colaborar com a sociedade e a comunidade local. Essa reflexão coletiva inspirou a Coordenadora Pedagógica que criou o poema abaixo a partir da escrita e reflexões dos professores e funcionários:
  • 18. 18 A escola que queremos CIEJA Lugar de acolhimento e oportunidades... Espaço de escuta e olhar atento às multiplicidades EJA De tantas histórias, lugar onde o aluno aprende e ensina Espaço onde se considera memórias e trajetórias Que humaniza respeitando as individualidades Território onde se eleva a autoestima, cria e recria Sempre em busca de ações que diminuam injustiças e desigualdades SEJA A escola que queremos Onde todos encontrem representatividade Uma escola que fomente o pensamento crítico Que acolha a diversidade A escola que queremos É muito mais do que ambientes e tempos rígidos e definidos O conhecimento que aqui se compartilha, Ultrapassa os muros, chega às ruas E transforma vidas. Viviane Moreiras
  • 19. 19 7. Alunos do CIEJACIEJACIEJACIEJA e seu perfil: Em Fevereiro de 2019 aplicamos um questionário on-line, a fim de coletarmos dados sobre o perfil socioeconômico cultural dos nossos alunos. Tais dados tem por objetivo repensarmos nossa prática e delinearmos novas possibilidades. A seguir, apresentamos um recorte dessa pesquisa e algumas propositivas pensadas a partir da mesma. Acreditamos que as razões que levam as pessoas a retornarem aos estudos são as mais diversas, motivados por questões profissionais, sociais, pessoais, etc. De acordo com o gráfico a seguir, indica que 29,2% procurou o CIEJA com o desejo eminente de conseguir um emprego melhor. Concorrendo com a ânsia de aprender a ler e escrever, sendo 26,7% É importante ressaltarmos que esse dado é relevante para o nosso trabalho, uma vez que há alunos que serão matriculados nos mais diversos módulos, a partir de uma documentação escolar apresentada, porém, nem todos possuem o domínio da leitura e escrita. Se assim o é, no CIEJA temos que ir em busca de garantirmos esse direito com ações que viabilizem e efetivem o atendimento dessa necessidade. É relevante mencionarmos que nossas formações no horário coletivo (JEIFs) têm a intencionalidade de aprimorarmos nossas práticas considerando essa diversidade. Para tanto, temos o Projeto Especial de Ação (PEA), que ocorre às segundas-feiras, das 12h30 às 15h30 é voltado para a busca de um currículo significativo e a construção de práticas que atendam as necessidades de nossos alunos:
  • 20. 20 “Currículo na EJA: Ação e Reflexão” Tendo em vista as especificidades e a pluralidade do perfil dos estudantes do CIEJA, que atende jovens, adultos afastados há muito tempo da escola, idosos, pessoas com deficiência, entre outros, urge problematizar e reelaborar as práticas pedagógicas desenvolvidas nesse segmento. Esse público, muitas vezes, apresenta múltiplas e diversas dificuldades de aprendizagem e convive no mesmo ambiente de ensino e socialização, para se chegar a um currículo inovador e significativo, deve-se partir da observação atenta e minuciosa do perfil dos alunos do CIEJA, das suas demandas sociais e expectativas de vida. A partir daí, considerando- se as especificidades de cada disciplina e o conhecimento interdisciplinar, os professores podem repensar a importância dos conteúdos curriculares e a maneira de abordá-los em sala de aula. Esse debate considera também as prerrogativas do Currículo da Cidade para EJA, a partir das contribuições trazidas pelos professores desta U.E. participantes dos grupos de trabalho organizados pela SME, enquanto aguardamos a publicação do documento modificado por consulta pública, para então, debruçarmo-nos sobre ele. Para além das JEIFs, temos também um trabalho desenvolvido às quartas-feiras de planejamento docente a partir das orientações das coordenadoras pedagógicas, bem como análise de resultados, organização didática e um trabalho sob a perspectiva inclusiva com nossa PAEE Patrícia Palma debruçando sobre os casos dos alunos com deficiência de nossa U.E. trazendo um panorama de caso a caso. Ainda sobre o direito que é garantido aos estudantes, o CIEJA disponibiliza em diversos horários, Oficinas com diferentes focos, mas em se tratando de Leitura e Escrita, temos Oficinas que dão um embasamento maior aos estudantes, habilitando-os a acessarem o currículo de forma mais autônoma. Temos a Oficina da profª Adriana Zenezi denominada: Ler e Escrever com Arte – Conexão Nordestino Brasil / África Mãe – para desenvolver e aprimorar as competências leitora e escritora na EJA (ocorrendo às segundas-feiras das 18h30 às 20h00 e das 20h15 às 21h45). Temos também a Oficina da profª Isabel Pecim de Souza denominada: Ler e Escrever na EJA, buscando atender alunos que se encontram em um processo mais inicial da alfabetização, (com horário às terças-feiras das 17h45 às 19h1 e das 20h15 às 21h45). Oficina da profª Marta intitulada - Desenvolvimento da Leitura e da Escrita por meio da Linguagem Poética – (que acontecem às terças-feiras das 11h15 às 12h, às quartas das 17h45 às 20h00 e às sextas-feiras das 8h45 às 9h30).
  • 21. 21 Em 2018 tivemos a Oficina de Língua Espanhola (Instrumental) ministrada pela profª Gladis Cassapian Barbosa e neste ano teremos também, ocorrendo às quartas das 17h45 às 19h15. A oferta das oficinas tanto no contraturno quanto no turno regular, configura uma flexibilização nos atendimentos aos alunos que necessitam de um maior apoio. Configurando equidade na educação que aqui fazemos e com maior abrangência de alunos atendidos. Perguntamos também aos nossos alunos, há quanto tempo estavam afastados da escola e 46,1% responderam que estavam sem estudar há mais de 5 anos. Para nós do CIEJA isso nos desafia a acolhê-los de maneira apropriada, receptiva e respeitosa, que considere suas histórias, seus saberes e suas singularidades. Para, além disso, é também evidente as dificuldades que encontramos ao propormos linguagens diferenciadas para a aprendizagem, ao que muitas vezes, boa parte deles, se mostram resistentes a essa nova forma de educar e aprender. Buscamos um trabalho voltado para o diálogo e repertoriá-los por meio de múltiplas linguagens, mas ouvimos com frequência o questionamento que só se aprende com métodos tradicionais fazendo um resgate da escola em que viveram. Para nós, isso revela o quanto em alguns casos, a escola regular pode apresentar um aspecto excludente, atribuindo ao CIEJA à incumbência de acolhê-los fazendo a diferença em sua realidade. O gráfico também aponta que 26,9% estão fora da escola há menos de 1 ano, evidenciando o número crescente de jovens com 15, 16 e 17 anos no CIEJA. Em Março de 2018 são 159 alunos menores matriculados em nossa Unidade Educacional. Tal dado vem alterando consideravelmente o perfil da EJA o que nos faz buscarmos estratégias que contemplem também os anseios desse público jovem, com linguagem diferenciada e interesses distintos.
  • 22. 22 É importante também lembrarmos que dentro dessa diversidade há alunos que mesmo há muito tempo fora da escola, trazem seus conhecimentos acumulados conseguindo transpor para a aprendizagem formal. Dessa forma, respeitamos o direito de que ele dê continuidade aos seus estudos, avançando inclusive de módulo. A partir de um olhar apurado dos professores, ou até mesmo pela manifestação do próprio aluno, oferecemos uma Prova de Reclassificação. Essa prova é construída com o conteúdo anual, compreendendo todas as áreas do conhecimento, do Módulo em que ele está cursando. Há questões de múltipla escolha, questões dissertativas e produção textual. Após correção e análise da Comissão de Reclassificação, a partir de critérios pré-estabelecidos o aluno é considerado Reclassificado para o próximo Módulo ou Não Reclassificado, permanecendo assim no Módulo em que se encontra. Uma característica marcante na modalidade CIEJA é o atendimento aos alunos com as mais diversas deficiências, atualmente temos 40 alunos matriculados e a presença da Sala de Recursos Multifuncionais (SRM) e de um olhar apurado da Professora de Atendimento Educacional Especializado (PAEE) configura um privilégio no cenário da educação inclusiva. Notamos então que há uma iminente procura das famílias tanto de jovens, ainda menores de idade, como também tem crescido o número de matrículas das pessoas com deficiência. Pensando em cada vez mais oferecer um trabalho de qualidade para todos, após a efetivação da matrícula, os responsáveis e os estudantes, passam por uma conversa com a coordenação pedagógica do CIEJA. Esse momento é de fundamental importância para conhecermos um pouco da história desse aluno, obtermos informações sobre suas especificidades, assim como também passarmos informações do funcionamento de nossa escola e tirarmos possíveis dúvidas. No caso específico de alunos com deficiência, a fim de que proporcionemos um melhor acolhimento, a partir dessa conversa, a coordenação acorda com a família alguns dias para o início do estudante, para que seja passado a toda equipe CIEJA que receberemos um novo aluno, e todos se prepararem para sua chegada. Dando continuidade ao atendimento realizado no CIEJA, no ano de 2019 iniciamos um trabalho diferenciado com vistas a atender as especificidades de aprendizagem das pessoas com deficiência, possibilitando o acesso e a permanência ao processo de escolaridade com a chegada da professora Patrícia Palma Parlangeli. Primeiramente a PAEE (Professora de Atendimento Educacional Especializado) Patrícia Palma realizou Sondagens de Aprendizagem para mapear as habilidades e dificuldades de cada aluno, que caracteriza público para o AEE (Atendimento Educacional Especializado).
  • 23. 23 Posteriormente as sondagens foram projetadas para a Equipe Docente e Gestora e de forma colaborativa pensamos nas formas de atendimento desses alunos, bem como as necessidades pedagógicas, e de que maneira podemos favorecer um processo de equidade diante da aprendizagem. Contemplamos outra ação com a escuta das famílias dos alunos com deficiência, através das Anamneses, possibilitando ampliar o olhar, sobre o cotidiano dos alunos, bem como pensar em possíveis intervenções pedagógicas que favoreçam o acesso ao currículo e como essas ações possam reverberar no cotidiano da sala de aula. Nas primeiras semanas de aula sentimos a necessidade de uma formação de toda a equipe escolar (professores, gestão e funcionários) sobre “Uma transformação do Olhar” relacionado ao atendimento das pessoas com deficiência no CIEJA. Essa formação aconteceu no dia 01 de março, na reunião de Organização da Unidade. Após a formação alguns participantes relataram que seria importante que os alunos também se apropriassem dessas orientações, como dicas de convivência e de acolhimento com as pessoas que possuem alguma deficiência. As estagiárias também foram contempladas com uma formação em parceria da professora do AEE com a Coordenadora Viviane Moreiras, enfatizando sugestões de materiais e jogos que possam favorecer o acesso dos alunos com deficiência ao currículo. Esse momento foi muito rico para troca de informações e reconstrução de ações pedagógicas. Futuramente esperamos oferecer outros “momentos de formação”, cooperação e orientação aos professores, funcionários da escola, estagiárias e comunidade com o objetivo de auxiliar a todos no processo de inclusão. A exemplo disso, receberemos em nossa primeira Reunião Pedagógica deste ano a palestrante Maria Cecília Sabatino F. de Almeida que abordará o tema: “Comunicação Alternativa – Possibilidades da Inclusão Escolar”.
  • 24. 24 No período de fevereiro ao inicio de março a PAEE iniciou o Trabalho Colaborativo nas turmas do período da manhã, para conhecer os alunos, observar as necessidades pedagógicas e evidenciar as potencialidades de cada aluno. Nesse período também construiu os horários de atendimento do AEE no contraturno e da SRM (Sala de Recursos Multifuncional); como também os horários de Articulação com os professores da sala regular, em parceria com as coordenadoras pedagógicas. A PAEE elaborou documentos, como por exemplo, o diário de classe que facilitará o registro do desenvolvimento dos alunos na SRM e as fichas de Atendimento no Colaborativo. No mês de março daremos início aos momentos de Articulação com os professores da Sala Regular, em parceria da PAEE com as coordenadoras Pedagógicas (Viviane e Cirley), possibilitando momentos de reflexão e construção de forma colaborativa das atividades flexibilizadas, pois se constituem em possibilidades educacionais de atuar frente às dificuldades de aprendizagem dos alunos. Pressupõe que se realize a flexibilização do currículo regular, quando necessário, para torná-lo apropriado às peculiaridades dos alunos com deficiência, prevalecendo um currículo dinâmico, alterável, passível de ampliação, para que atenda realmente a todos os educandos. A professora do AEE elaborou portfólios individuais dos alunos com deficiência, como instrumento de consulta e para registrar os avanços dos mesmos diante do processo de aprendizagem, sendo composto por: Ficha de matrícula na SRM, laudo médico, anamnese, sondagem de aprendizagem, registros, PDIs e encaminhamentos. Temos como meta a formação de uma rede de apoio que envolva profissionais das áreas de Saúde, Assistência Social e Trabalho, sempre que necessário, para o desenvolvimento e progresso do aluno. Exemplo: CEFAI, DICEU, UBS, Emprego Apoiado, APD (Acompanhamento da Pessoa com Deficiência) etc., com isso favorecer atitudes pró-ativas das famílias com o intuito de participação no processo educativo e também buscando recursos na comunidade. A construção dos PDIs (Plano de Desenvolvimento Individual) será realizada por toda equipe escolar, com o objetivo de registrar os avanços pedagógicos, bem como as intervenções quando necessárias. Ampliando o nosso olhar, trabalharemos também periodicamente com “Estudos de Caso”. A SRM contemplará novas formas de ensinar e aprender. As atividades serão potencializadas, por meio da ludicidade, manifestações artísticas e dinâmicas e o trabalho pedagógico será pautado em projetos com temas de interesse dos alunos. O princípio fundamental da educação inclusiva no CIEJA Santana/ Tucuruvi é o de que todos os alunos podem aprender juntos; independentemente de qualquer dificuldade ou
  • 25. 25 diferença, sempre que for possível, reconhecendo as diversidades e acomodando vários estilos e ritmos de aprendizagem, assegurando uma educação equânime e de qualidade. No ano passado tivemos momentos importantes de formação, em nossa II Semana Cultural recebemos a intérprete de Libras Soninha que deu uma palestra para educadores e alunos dos dois períodos da manhã. A palestrante falou das especificidades da linguagem, das dificuldades encontradas e dos direitos. Acreditamos ser importante também sabermos a quantidade de homens e mulheres que estudam no CIEJA. De acordo com o gráfico 58% é formado de um público feminino e 42% de público masculino. No último ano trabalhamos intensamente com conscientização do papel da mulher na sociedade. Não ao sexismo, não a violência, não a desigualdade de direitos, sim ao feminismo que representa e empodera as mulheres. As atividades realizadas abordaram nas mais diversas áreas, de forma recorrente, temas que intencionaram a reflexão não só das mulheres, mas também dos homens. Gráficos, vídeos, imagens, debates, cartazes permearam nossas discussões. Temos no CIEJA um universo de histórias e identidades que se encontram por meio das trajetórias de tantas mulheres: educadoras e educadores que reconhecem e lutam a cada dia para que os direitos
  • 26. 26 de todos sejam respeitados. Alunas, MULHERES, jovens, adultas, idosas, adolescentes, mulheres trans, estrangeiras/refugiadas, que abarcam toda a riqueza de trajetórias de vidas distintas. E é justamente essa diversidade que marcou e deu movimento ao projeto desenvolvido pela profaª Gladis Cassapian Barbosa - “Mulheres de Fibra, cada fio da história forma a fibra que nos forma”. Tal projeto levou o CIEJA Santana/ Tucuruvi ao 2º Lugar da Categoria EJA do Prêmio Paulo Freire. Educação se faz de forma coletiva, a muitas mãos, com profissionalismo, dedicação e olhar sensível para as questões que emergem do corpo discente, de fio a fio vamos tecendo a nossa história. No início desse ano, impulsionados pelos recorrentes casos de feminicídios expostos na mídia, sentimos a necessidade urgente de debatermos mais afundo esse assunto. Como forma de impacto e provocação para reflexão construímos um Mural com imagens produzidas com educadoras do CIEJA com marcas de violência, além disso, expomos também, dados aterrorizantes do crescente número de casos de violência contra a mulher.
  • 27. 27 Neste ano continuaremos debatendo assuntos no decorrer dos bimestres a partir dos projetos que conduzirão o nosso trabalho. Para além do questionamento sobre o sexo, sabemos que vivemos em uma sociedade diversa e que é fulcral que todos tenham espaço para se colocar e se sentir respeitado. Desse modo, também perguntamos aos nossos alunos com qual gênero. Como já mencionamos em nosso PPP, nossas concepções estão em toda parte, inclusive nos cartazes que colocamos no CIEJA, respeito à diversidade e a garantia da representatividade. Cartazes que asseguram o direito de serem chamados pelo Nome Social, quando for o caso, bem como o acesso aos banheiros da escola.
  • 28. 28 Retomando nosso perfil do aluno, na sequência temos a declaração de cor ou raça revelando que 46,5% dos alunos se autodeclararam pardos, 18% pretos e 31,8% brancos. É válido ressaltar que de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para formar a classificação de negros (entendido aqui como categoria), é somada a população preta à população parda tendo o percentual da autodeclaração de negros no Brasil. Tomando essa informação como base, temos uma totalidade de 64,5% de estudantes negros no CIEJA. Tal informação revela a importância de abordarmos temas ligados a História e a Cultura Afro-brasileira, abordando também questões étnico raciais e indígenas para que todos encontrem representatividade. Tal informação pode ser observada por meio do gráfico: Como já mencionamos tivemos também a II Semana Cultural: Ciejando da Voz, do Canto e das Artes que trouxe um aprofundamento relevante para reflexão no tocante a questão étnico racial. Novamente recebemos uma garotada pra lá de antenada, crítica e com um talento incrível: Slam Tamandaré (da EMEF Almirante Tamandaré)! Orientados pela profa. Carolina Cortinove. Os estudantes fizeram uma demonstração do que é um Slam e pudemos vivenciar uma batalha de poesias, com direito a jurados, notas e vencedor. Os Slammers trouxeram questões diversas, com uma ênfase maior em temas ligados ao racismo e a importância de nos empoderarmos e valorizarmos nossa ancestralidade, abordaram também o machismo, a cultura do estupro, entre outros.
  • 29. 29 Outro dado importante foi detectarmos os bairros onde residem nossos alunos, a partir do gráfico temos a dimensão de que os alunos que compõem a nossa escola se deslocam até mesmo de grandes distâncias em busca de seus estudos. Tivemos também uma concentração maior nos bairros: Lauzane, Jardim Peri e Vila Amália. Com esses dados em mãos nosso próximo passo deve se concentrar no mapeamento do entorno. Irmos a campo e conhecermos os bairros que nossos alunos residem, conhecendo as virtudes e deficiências que cada bairro oferece nos dando a dimensão da realidade em que estão inseridos os alunos do CIEJA. Aguçando nossos sentidos, olhando para a realidade concreta, desnaturaliza pré-conceitos daquilo que não se conhece e nos auxilia a pensarmos em um currículo cada vez mais próximo do público que de nossa escola fazem parte. Perguntamos também sobre a preferência religiosa: 40% dos alunos do CIEJA são evangélicos, 35,1% são católicos, enquanto que 12,2% declararam não possuir religião. Essa informação é relevante para discutirmos entre as áreas como abordarmos determinados temas, como apresentamos as formas científicas que algumas questões perpassam sem ferirmos e/ou confrontarmos/desrespeitarmos a pluralidade religiosa presente em cada turma, sem desconsiderarmos de que a escola é laica (não sofrendo influência ou controle por parte de nenhuma instituição religiosa).
  • 30. 30 Passando para o campo profissional, 56,7% diz exercer algum tipo de trabalho e 30,2% só estudam atualmente. Tais dados em comparação com o ano anterior, tivemos uma redução de 10,7% de alunos no mercado de trabalho, atribuímos tal fato ao crescente número de adolescentes matriculados em nossa escola. Pensarmos que temos a incumbência de ofertar um currículo que desenvolva todas as dimensões e levarmos em consideração uma educação que abarca os saberes e respeita a diversidade, é também contribuirmos para a realização de projetos de vida e consequente construção de uma sociedade mais igualitária. Na EJA, como aponta o gráfico, temos uma grande maioria de trabalhadores, desse modo, há de se pensar em um currículo que também aborde temas voltados ao mundo do trabalho, instrumentalizando os estudantes sobre seus direitos, situação sócio-histórica e suas conquistas, transpondo o que se aprende na escola para o dia a dia. Um dado igualmente importante é observarmos que 57,3% dos nossos alunos realizam trabalhos mais braçais como encanador, diarista, eletricista, cabeleireiro, pedreiro, entre outros. Há de se pensar em práticas que considere esse dado, repertoriando-os, aumentando sua criticidade fazendo-os ler para além das linhas, instrumentalizando-os para sua vida profissional.
  • 31. 31 Retomando que temos por concepção uma Educação Inclusiva e que prima à equidade, há de se considerar a multiplicidade de aprendizagens na hora de planejarmos, e os objetivos distintos, trazendo sempre o aluno como co-autor na construção desse currículo. Essa construção, não pode estar desconectada dos processos de leitura, perguntamos aos alunos se eles gostam de ler: 69,4% afirmaram ter desenvolvido o gosto pela leitura, porém temos 13,5% que apontam não gostar de ler, em contrapartida 17,1% afirmaram que estão no processo de aquisição da leitura. Nosso desafio é o de diminuirmos cada vez mais esse percentual de não leitores, conquistando-os, apresentando-lhes a leitura nos mais diversos gêneros, trazendo-a como ferramenta importante para o desenvolvimento de habilidades e competências. Assim como, um trabalho intensivo de alfabetização nos módulos iniciais e ofertando as oficinas de alfabetização e letramento para todos aqueles que necessitam desse apoio nos mais diversos módulos. Retomando a nossa II Semana Cultural ocorrida no último ano, foram inúmeros momentos em que a leitura ocupou lugar de destaque, trazendo autonomia, quebrando barreiras, e incentivando nossos alunos a lerem, recitarem... encontrando sentido naquilo que se propunham. A leitura envolve a todos e nos possibilita viajar por outros mundos... recebemos em nossa escola para uma oficina de Contação de Histórias a profª Ana Luísa que envolveu a todos com a arte de contar histórias. Durante sua leitura todos estavam muito atentos, curiosos ao que aconteceria ao final do conto. Na sequência os estudantes de todas as idades participaram de uma oficina prática, um auxiliando o outro, foi lindo de ver!!!
  • 32. 32 Ana Luísa lançou mão de recursos concretos utilizando objetos durante a leitura, ao final os alunos entraram na brincadeira e assumiram os personagens... todos quiseram assumir a postura do Rei.
  • 33. 33 Em relação aos gêneros preferidos, temos uma diversidade deles escolhidos pelos alunos, o que nos remete a pensarmos em ações que continuem propiciando essa diversidade com rodas de leitura, incentivo ao empréstimo de livros da Sala de Leitura, Saraus, entre outros. Sobre a leitura um dado preocupante é que muitos alunos vão em busca das redes sociais como fonte de informação, ressaltamos que nem sempre o que está disponível na internet é fonte confiável, muitas vezes formando opiniões equivocadas, fazendo-se necessário desenvolver um trabalho crítico a respeito disso. Na sequência os alunos nos informaram que 44,5% possuem computador em casa com acesso à internet. É produtivo termos essa porcentagem dado que a tecnologia pode servir como uma importante ferramenta em todas as áreas. É fundamental, investirmos em ações, não só nas aulas de Informática e de Itinerário Formativo, mas também pensarmos em formas de trazermos essa tecnologia como nossa aliada. Pensando em um processo histórico, o uso de celulares é algo recente em nossas vidas. Atualmente as pessoas usam o celular não só para comunicação telefônica, isso fica explícito no gráfico sendo 81,2% utilizam a internet pelo celular para acessar redes sociais, fazer pesquisas, aprofundarem seus conhecimentos, entre outros.
  • 34. 34 Ainda sobre as diferentes linguagens, 84% dos nossos alunos ouvem músicas com frequência, ou seja, a música pode ser uma poderosa estratégia para acessarmos alunos com diferentes perfis, possibilitando identificação e significação para os conteúdos que apresentamos. Na II Semana Cultural em alguns momentos foi lançada mão da música como instrumento didático, por vezes de maneira cantada e em outros momentos coreografada com participação de professores e alunos dançando e cantando na apresentação do Circo, atividade desenvolvida e pensada para o público do período da manhã. O protagonismo dos educandos ficou evidenciado em todas as atividades realizadas nesse período, que embora tenha sido curto, já que durou somente uma semana, foi intenso em significação e em apropriação dos papéis desempenhados pelos alunos de todos os módulos. Em especial os alunos com deficiência pareciam estar a sonhar, viajaram nas atividades do Circo com participações nas diversas modalidades que o circo abarca em sua trajetória. Tivemos show de magia, espetáculo de dança, apresentação de cálculos mentais, (superdotação de memória), apresentação de escultura em bexigas, malabarismo com desafios direcionados à plateia, e ainda, a música cantada e coreografada também teve seu espaço nas apresentações protagonizadas pelos alunos, a semana foi riquíssima em se tratando de aproveitamento pedagógico, mas em se tratando de questões ligadas a subjetividade humana e seu valor no trato com alunos com deficiência, o momento foi imensuravelmente.
  • 35. 35 Portanto, em 2018 muitos foram os momentos em que a música ecoou pelos espaços do CIEJA envolvendo a todos. A música compõe o rol das expressões culturais de um povo, e elas sempre estão carregadas de histórias, princípios e valores. Já no gráfico a seguir, a relevância na informação levantada, se dá pelo fato de se apontar a preferência do estilo de música que nossos alunos têm por hábito ouvir. Assim como cada gênero textual tem seu público alvo e características que atraem ou repelem leitores, a música também tem apreciadores por características que a compõem. Essas informações serão levadas em consideração para formulação de atividades e para elaboração de propostas de eventos que se darão no CIEJA Santana/ Tucuruvi.
  • 36. 36 Perguntamos também o que contribuiria para a aprendizagem de nossos alunos, ao que 52,7% revelaram que as múltiplas linguagens (música, filmes, teatro, entre outras) auxiliam no processo de assimilação dos conteúdos de forma mais significativa. Tal dado se faz importante para que pensemos em uma escola cada vez mais dinâmica, participativa, trazendo as mais diversas linguagens para nossas aulas. A dramaturgia, linguagem reconhecidamente eficaz, também teve seu espaço durante a II Semana Cultural do CIEJA, alunos do horário noturno apresentaram uma releitura de clássicos da literatura brasileira adaptados à realidade em que os alunos estão inseridos, essa modalidade de apresentação possibilitou interação e identificação do grupo, uns com os outros e com os personagens de João Cabral de Melo Neto no seu clássico Morte e Vida Severina, além de uma montagem reflexiva sobre o processo histórico e a atual situação política de nosso país.
  • 37. 37 É importante mencionarmos que apesar de termos uma parcela do público da EJA ainda resistente ao uso de aulas diferenciadas, cabe-nos investirmos para uma mudança de paradigma. Pois sabemos que as linguagens acessam melhor o processo cognitivo e sensorial. Por assim compreendermos durante horários coletivos os professores dessa Unidade Educacional foram convidados a participarem de uma atividade na qual foram desafiados a levantar hipótese sobre Alfabetização Científica e Estudos de Ciências por Investigação. A consigna era a de encontrar uma solução para fazer flutuar sobre o papel alumínio em um recipiente com água 25 arruelas, elas deveriam ser dispostas de forma a não afundar o papel alumínio, a atividade buscava promover a pesquisa, levantamento de hipóteses, tentativas de erro e acerto e trabalho em grupo, os professores encararam a atividade com envolvimento e descontração viabilizando a constatação de que certamente há uma possibilidade de diversificação na apresentação de conteúdos.
  • 38. 38 Nas últimas JEIFs, temos trabalhado com os benefícios da Neurociência para a Educação. Como vimos a informação entra no cérebro por meio dos sentidos, da percepção que temos do ambiente e de nossas experiências vividas. Portanto é por meio dos sentidos que potencializamos a aprendizagem. Desse modo, planejamos uma de nossas Reuniões Pedagógicas, privilegiando diversas linguagens, objetivando acessar os nossos sentidos, explorando emoções para que o que aqui se discute, seja significativo de alguma forma para os presentes. Em dado momento foi proposto aos professores que participassem da confecção de massas de pães. O que foi pensado para esse momento tinha como objetivo que todos colocassem as mãos na massa, a fim de que fosse verificado a importância de cada ingrediente para se obter o resultado final, cada um dos ingredientes compunham o todo, e qualquer alteração mudaria o sabor da receita. Assim também o é quando nos propomos a fazer um trabalho coletivo, a partir de uma concepção interdisciplinar, como já mencionado é a junção desses saberes que torna o todo significativo, é o nosso fazer no CIEJA Santana/ Tucuruvi que marca nossa territorialidade, nossa singularidade dentro de uma rede.
  • 39. 39 Retomando nossa pesquisa, ao serem consultados sobre quais instrumentos de avaliação consideram importantes, 41,2% relataram que aprendem melhor com trabalhos e pesquisas, sendo que uma porcentagem muito próxima, 40,8%, apontou como relevante exercícios realizados em sala. Já 38% consideram as provas escritas como significativas no processo de aprendizagem. Os dados abaixo revelam que o perfil atual dos alunos e das alunas estão valorizando atividades coletivas, seja se expressando de forma escrita ou oral, embora a prova escrita seja um modelo presente e importante para os estudantes. Trazer para o processo ensino/aprendizagem o caráter lúdico da avaliação traz importantes contribuições reforçando diversas dimensões dos saberes. Nesse aspecto, a avaliação dos PEAs não poderia ser diferente... a cada semestre, optamos por uma Avaliação com esta intencionalidade. Tendo como pano de fundo a ludicidade, planejamos explorar algumas frentes junto aos educadores do CIEJA. Referente ao 1º semestre de 2018, como de costume, buscamos estratégias para rememorarmos o que trabalhamos em ambos os projetos. Dessa vez, o recurso utilizado foi confeccionar para cada educador um Jornal de Lembranças contendo: Nutrições Estéticas, Vídeos, Textos, Mapas Conceituais, Provocações, além do desafio da Avaliação. O Desafio utilizado era musical, de repente estávamos no The Voice CIEJA!!!
  • 40. 40 Dividimos a turma em 3 grupos, no Jornal de Memórias havia 15 perguntas que faziam um apanhado geral do que vivemos durante esse semestre. Os professores sugeriram que cada grupo ficasse responsável por 5 das perguntas ao que concordamos de pronto. Tivemos grandes revelações no The Voice CIEJA, os grupos soltaram a voz e a criatividade!!! Já no 2º Semestre, ao entrarem para a sala de multimídia, todo aquele espaço havia se transformado em uma grande sala de jogos de carteado, sobre cada mesa dois baralhos, emojis que expressavam sentimentos diversos e um outro monte de cartas confeccionadas com números aleatórios do 01 ao 30 que correspondiam a envelopes vermelhos e pretos posicionados em outra mesa. Neles continham um recorte do nosso processo de formação de ambos os PEAs durante o 2º semestre de 2018.
  • 41. 41 Com dois grupos de 4 e dois grupos de 3, o objetivo era o de que jogassem pife, buscando fazer trincas, o último de cada grupo a baixar a sua trinca era convidado a selecionar uma carta confeccionada, dirigir-se à mesa que estava na frente da sala e pegar o envelope com o número correspondente de sua carta. Quando todos os grupos já estavam com pelo menos 1 envelope, fazíamos uma pausa para dizerem o que continha cada envelope e assim avaliarmos como foi a atividade para a formação individual e coletiva. Em alguns dos envelopes, continham uma carta coringa que revelávamos na hora o que essa carta possibilitava. À medida que retomavam a atividade, selecionavam por meio dos emojis o sentimento ou impacto diante do que fora trazido na formação... alguns disseram que diversos assuntos foram bastante importantes ocasionando reflexão e isso é positivo, por outro lado, tais temas, por vezes espinhosos, revelam desigualdades sociais, étnicas, falta de representatividade, falta de acesso à serviços básicos para boa parte da população, assim como refletirmos sobre as realidades das pessoas com deficiência e dificuldades que acabam sendo potencializadas pela falta de um acompanhamento sistemático. A abordagem lúdica da Avaliação dos PEAs, contou com o recurso visual objetivando acessarmos a dimensão estética. Buscamos contemplar o uso do raciocínio lógico/matemático, a interação por meio do trabalho em grupo, o uso da oralidade privilegiando a participação de todos, abordamos também a questão motivacional por sugerirmos uma competição saudável e contemplamos também nos conjuntos das regras, o elemento surpresa com o surgimento dos coringas nos envelopes. Já que estamos tratando de Avaliações, acreditamos ser importante registrarmos sobre a Avaliação Externa – Prova EJA Digital, programada para ocorrer entre 05 de novembro a 07 de dezembro de 2018. Assim como no ano anterior, em que levantamos diversas questões no tocante aos problemas enfrentados em sua realização tanto no conteúdo, quanto na ausência de
  • 42. 42 flexibilização pensando em uma prova inclusiva e equânime, neste ano, após mobilizarmos secretaria para fazer o levantamento dos números de RAs dos alunos, organizarmos horários junto aos educadores da unidade para um melhor atendimento às turmas, constatamos que as provas não abriam. Após algumas tentativas, sem sucesso, e contato com o setor responsável em DIEJA, fomos comunicados que os CIEJAs ficariam de fora da realização da prova por inconsistência do sistema.
  • 43. 43 8. Equipe docente e seu perfil: Como realizamos uma pesquisa que retratasse o perfil sociocultural dos alunos do CIEJA, os docentes e equipe gestora, responderam igualmente um questionário on-line a fim de traçarmos o nosso perfil e a partir disso, potencializarmos nossas competências para uma educação cada vez mais inclusiva, equitativa e integral. Abaixo reproduzimos em forma de gráficos alguns dados resultantes dessa pesquisa e delineamos algumas possibilidades de evidenciarmos tais potencialidades para enriquecer o trabalho que fazermos aqui no CIEJA. Perguntamos qual o principal assunto de interesse e a opção mais assinalada foi a educação, a relevância do assunto para o grupo está inserido não apenas no cotidiano dos afazeres na escola, ele permeia toda a vida dos educadores. E realmente esse interesse repercute nas formações quando se percebe a parcela de contribuição que cada professor agrega ao grupo qualificando nossas práticas. Outro aspecto são os diversos interesses assinalados, evidenciando um posicionamento eclético do grupo e enriquecendo tanto nossas formações, bem como nosso fazer pedagógico. Portanto, durante os meses de fevereiro e março de 2019, identificou-se algumas características relacionadas ao perfil dos profissionais que atuam nessa U.E. Dentre os aspectos mais relevantes e significativos, destaca-se que o principal assunto de interesse do grupo é a educação, com 77%, seguido de política, com 50%. Disso podemos aferir que os professores acreditam ser a educação intrinsecamente vinculada à política, demonstrando assim uma perspectiva engajada do âmbito educacional. O grupo é formato majoritariamente por pessoas de formação de nível superior, além disso, 52,6% possuem especialização em diversas áreas, ainda temos 21% que possuem mestrado. Esse dado é revelador do perfil de toda a equipe, são pessoas comprometidas com as
  • 44. 44 demandas da educação, vivem uma busca constante de referenciais teóricos que possam respaldar a prática pedagógica. Além disso, temos também no gráfico seguinte que trata sobre a formação continuada que 77,8% investiram em seu capital cultural realizando algum curso nos últimos 3 anos. Visto que os desafios para a realização do trabalho são grandes e frequentes, como por exemplo: elevado índice de evasão escolar, presença de faixas etárias distintas, alunos com deficiência, alunos que cumprem medidas socioeducativas, dificuldades de aprendizagem como também alunos que trazem uma riqueza em suas vivências, faz-se necessário o investimento permanente em nossa formação. Perguntamos também sobre as demandas do ponto de vista legal, e os educadores entendem que os espaços de discussão coletiva (JEIF), como um momento de aprofundar conhecimentos. Por causa dessa formação permanente e engajada, 38,9% sentem-se confortáveis para discutir temas como o ECA e o Estatuto do Idoso, 27,8 %, Direitos Humanos e Violência, e também 27,8% História e Cultura Afro-brasileira; ou seja, boa parte dos professores tem embasamento teórico para discutir diferentes temáticas em sala de aula.
  • 45. 45 A História e a Cultura Afro-Brasileira e Indígena permearam o nosso trabalho em diversas ações, lembrando que todo e qualquer trabalho desenvolvido no CIEJA, as decisões são tomadas em conjunto com os alunos, considerando seus interesses... assim, na área de Ciências da Natureza houve por parte dos professores a articulação dos conteúdos propostos com os conhecimentos prévios dos alunos, em especial das alunas conhecedoras de propriedades medicinais de plantas utilizadas como remédios em sua trajetória de vida. Os estudantes trouxeram vasos de plantas e também chás para degustação, montaram um stand com informações escritas a respeito das plantas, mais que isso, também era possível no espaço reservado para o stand das ervas medicinais apreciar o aroma e o gosto das referidas plantas. Surgiu essa ideia em desenvolvermos um trabalho e mostrarmos para a escola toda, a respeito das plantas medicinais existentes em nossa biodiversidade, e seus usos e costumes herdados da descendência de seus familiares. Tendo como referência que historicamente as plantas medicinais estão presentes desde os primeiros registros sobre a medicina tradicional. Além disso, fazermos um resgate sobre as influências herdadas da cultura indígena e africana que estão presentes até hoje em nosso cotidiano. O projeto buscou compreender o cuidado das plantas medicinais na vida das pessoas, resgatando culturas e valores procurando conciliar o saber científico dos saberes tradicionais, utilizando práticas sociais e culturais. À luz da temática étnico racial convidamos a pesquisadora Ariadne “A voz negra na imprensa” que em sua dissertação de Mestrado constatou em suas pesquisas que a participação do negro na imprensa é datada de 1830. Em um período que se imaginava não haver participação de negros na produção de textos jornalísticos os mesmos tinham sim seu papel atuante. Havia certamente um movimento na tentativa de silenciar suas produções, não dando o devido valor jornalístico, nem lhes atribuindo o crédito necessário. Os negros principalmente de Salvador, na Bahia, oriundos de tribos africanas que haviam se convertido ao
  • 46. 46 islamismo eram alfabetizados e por tanto produziam textos com intenção de criticar a mentalidade escravocrata e a marginalização dos negros que conquistavam suas cartas de alforria. A palestrante trouxe também que a imprensa de um modo geral, ainda hoje é predominantemente dominada por brancos e exerce um papel castrador no que tange a participação de afrodescendentes, não permitindo que se constitua uma imprensa que seja representativa do movimento negro. Foi um momento relevante a partir das informações trazidas onde nossos alunos se viram representados. Outro momento importante foi conhecer a produção de curtas extremamente sensíveis e tocantes do cineasta Renato Cândido convidado pela professora Eliane Travassos. O rapaz revelou em sua arte a generosidade de retratar momento de partida dos migrantes que saem muitas vezes de suas terras de maneira abrupta e não encontram forças para lutar contra aquilo que os expulsa de seus territórios: a fome a falta de perspectiva, os vínculos são quebrados e a dor da despedida é expresso no olhar dos que ficam. Trazendo a temática de Direito Humanos e Violência o ano de 2018 foi marcado por um fluxo de ondas migratórias em especial no Norte do Brasil. Este fato foi amplamente televisionado e destacado por todos os meios e redes sociais. Nos módulos 1B e 1C o tema apareceu com posições diversas: alguns favoráveis ao recebimento e acolhida, outros desfavoráveis ao recebimento de estrangeiro e/ou refugiados num país já tão carente de serviços básicos como o Brasil.
  • 47. 47 A temática era rica e foi abordada a partir de roda de conversas, leitura de biografia de refugiados, documentários e curtas sobre os refugiados no Brasil (sírios, haitianos, venezuelanos e outros), reportagens jornalísticas e atividades pedagógicas. Para enriquecer estes momentos convidamos Garo e Anahit Hovhanessian, armênios sírios que vivem no Brasil para um bate-papo com o tema: “A Síria de ontem, hoje e amanhã”. A conversa rica e cheia de trocas culturais, trouxe informações novas e diferentes, por um olhar diferenciado do que já conhecíamos. Outra interessante ação foi o reconhecimento de cada aluno como migrante e a ampliação deste olhar através do relato oral da história de vida de cada um. Neste espaço buscamos destacar que tanto o migrante como a cidade que o recebe é beneficiada neste processo de aculturação, trabalho e desenvolvimento mútuo. Os áudios foram gravados em formato de entrevista e ouvidos um a um por toda a turma. Foi tão bom perceber o quanto a história do outro nos tocava e nos fazia uma sociedade mais justa! A culinária também tão presente na identidade cultural de um povo não ficou para trás. Convidamos nossos alunos a conhecer, desfrutarem e desconstruírem a ideia de que tudo que o refugiado faz/traz é ruim. Ao provar a deliciosa COCADA, bebida típica da Venezuela, os alunos se descobriram admiradores de um novo sabor desconhecido advindo de um povo rico em
  • 48. 48 cultura e culinária. Por termos muitas mulheres que exercem as funções domésticas, esse foi um caminho que encontramos para ensinar significativamente sobre um tema tão diverso e polêmico. Integrando a educação tecnológica com a prática da alfabetização, os professores Gladis e Eduardo propuseram a criação de Mandalas no computador com uso de programa específico como símbolos do desejo de paz entre todos os povos e respeito ao ser humano de toda e qualquer etnia, raça, religião e em qualquer espaço. Com a proximidade do final do ano, os alunos foram convidados a elaborarem cartões de Natal (espaço no qual a alfabetização foi desenvolvida de forma contextualizada e gêneros textuais trabalhados tal qual aparecem na sociedade) para os refugiados venezuelanos. Desta ação ainda surgiram propostas de campanhas de arrecadação para ajudar os que entram pela fronteira brasileira em busca de refúgio. Os cartões foram confeccionados em português e espanhol para que estes se sentissem realmente acolhidos recebendo algo que compreendessem em sua própria língua. Os cartões foram entregues na casa de passagem em janeiro/19 por voluntários da ACNUR. O caráter engajado do professor do CIEJA, que busca aprofundar cada vez mais sua formação, relaciona-se com o motivo pelo qual a maioria escolheu a carreira do magistério sendo o desejo de mudar o espaço ao seu redor, conforme o gráfico abaixo com 44,4% das respostas e
  • 49. 49 33% visava educar e multiplicar o conhecimento. O resultado do gráfico reverbera no trabalho realizado em nossa escola, pois temos por concepção que a educação transforma e é propulsora de mudanças significativas tanto em nossas vidas, como na vida de nossos alunos. Como bem retratou Paulo Freire: “Educação não transforma o mundo. Educação muda pessoas. Pessoas transformam o mundo”. No cotidiano profissional, os maiores desafios encontrados pelos professores são a diversidade na sala de aula, 55,6%, e a organização da rotina, 50%. Esses desafios referem-se à realidade peculiar do CIEJA, que recebe tanto alunos jovens, egressos do ensino regular, quanto trabalhadores, idosos e pessoas com deficiência. Sendo assim, o professor precisa pensar nas diferentes necessidades educacionais dos estudantes e preparar atividades flexibilizadas que garantam o acesso ao currículo de forma equânime e significativa. Deste modo, com vistas a um processo avaliativo capaz de abarcar os múltiplos estilos cognitivos presentes em nossa realidade escolar, a grande maioria dos professores prioriza aspectos relacionados ao dia a dia da sala de aula com relação às práticas pedagógicas, como debates, exercícios e a própria participação dos estudantes.
  • 50. 50 Ao perguntarmos aos educadores se eles criam atividades para os alunos com deficiência e/ou dificuldades de aprendizagem, 88,9% responderam que sim e 11,1% ainda apresentam dificuldades na preparação dessas atividades flexibilizadas, conforme gráfico a seguir. Desse modo, acreditamos ser importante o investimento constante em nossas JEIFs (Formação Continuada), favorecendo uma formação que instrumentalize o professor para um trabalho efetivo em sala de aula. Assim como, um investimento em nossas Reuniões Pedagógicos que também privilegiam importantes momentos de formação. Além de um efetivo trabalho de nossa PAEE no Horário Colaborativo junto ao professor em sala de aula, como também na Articulação do Trabalho que se faz um intensivo momento de construção de saberes. O gráfico a seguir demonstra que os professores também apontam que a formação permanente é um fator decisivo para a melhoria de sua atuação profissional.
  • 51. 51 No ano passado algumas ações foram pensadas com esse objetivo, há tempos tínhamos a intenção de visitarmos o Espaço ArboreSer. A visita nos trouxe informações relevantes dos processos tecnológicos e sustentáveis existentes, a fim de que tais conhecimentos pudessem ser multiplicados aos discentes de forma efetiva, proporcionando inicialmente formação tanto para a Equipe Docente como para a Equipe Gestora. Daí a proposta de repertoriar-nos no ArboreSer. A visita ao espaço ArboreSer, ocorrida em 11 de Abril de 2018, nos trouxe um faixo de luz assim como retratado na foto de capa, as informações que obtivemos nesse lugar foram singulares, conceitos antes distantes, passaram a ser familiares e por que não dizer coerentes e significativos. Fomos impactados ao saber que o Brasil é o país que mais utiliza agrotóxico no mundo e cada brasileiro consome cerca de 7 litros de veneno a cada ano a partir de sua alimentação. Já parou para pensar nisso? Desse modo, reaprender algumas coisas se fez urgente para uma vida mais saudável e promover oportunidades a toda comunidade escolar o contato com os benefícios de uma vida mais sustentável, provocando reflexões por meio de debates, filmes, rodas de conversas sobre as consequências do desperdício dos meios naturais, se fez uma tarefa urgente para nós enquanto educadores.
  • 52. 52 Em consonância com essa atividade mencionamos aqui que tivemos o privilégio de desenvolvermos em nossa escola o Projeto Hortas Pedagógicas. Nosso relato se inicia a partir da publicação em Diário Oficial de um projeto sobre Hortas. Nesse momento a coordenadora Viviane Moreiras convidou três pessoas da equipe para participarem deste projeto, a saber: AD Valeria, ATE Maria Vitoria e Profª Gladis. Logo em seguida participamos da primeira formação onde tivemos contato com os ODs, o tema Hortas e o currículo da cidade e conhecemos os técnicos que trabalhariam diretamente nas escolas. A partir desse momento começamos a pensar em nosso espaço e no que seria possível fazer.... Temos um pequeno pedaço de terra na entrada de nossa escola em que há grama e algumas floreiras com ervas e outras coisinhas plantadas por nossas ATEs e funcionárias, por iniciativa própria, desse pedacinho sempre tiramos chás e temperos. Tão logo recebemos as mudas nos preocupamos em transplantá-las para que não se perdessem. Tínhamos em mente a construção de uma jardineira definitiva, mas que neste momento ainda demoraria um pouquinho e as plantinhas não teriam condições de esperar. Mobilizamos então os alunos do período noturno que realizaram o plantio das mudas para caixotes de feira, utilizando a técnica de “lasanha”. Os alunos amaram o contato com a terra e muitos relataram que viviam da terra e do plantio quando crianças, muitos tinham experiência e essa foi uma troca riquíssima, saberes populares e conhecimentos mais teóricos (apreendidos no primeiro encontro com o Rubens), se encontraram, se cruzaram e geraram novos saberes. Nesse momento nasciam novas plantas e novos saberes com terra na mão e muita vontade de aprender, uma das características principais do adulto que retorna à escola. O público-alvo da EJA é muito diverso e em nossa escola vivenciamos o mesmo e nos esforçamos para incluir todos em tudo que é proposto, para anto, fizemos uso das sementes que recebemos. Equipe inicial – Guardiões da Horta
  • 53. 53 A professora Susen coordenou com a turma da manhã o plantio de sementeiras em caixas de ovos. Desta forma os alunos da manhã, muitos deles, pessoas com deficiência puderam experimentar o contato com a terra e os saberes trocados sobre plantio, crescimento, paciência e dedicação. Como havia a necessidade de cuidado com a horta, criamos um calendário de controle de rega, onde quem fizesse a rega naquele dia já anotava , evitando assim muita ou pouca água. O técnico Rubens trabalhou o aspecto formativo em horários coletivos com o corpo docente, falando sobre a agricultura hoje, sobre conceitos ambientais e de sustentabilidade e respondendo às diversas perguntas dos professores. Em julho efetivamos a construção da jardineira e pudemos passar as mudas, agora já bem maiores para este espaço definitivo e mais amplo, a fim de seguir as orientações do técnico para melhor plantio. Outra ação que realizamos foi a formação dos alunos, agendamos e realizamos uma palestra com o técnico sobre alimentação saudável. Nesta palestra realizada com todos os alunos da escola, tivemos uma parte teoria que abordou temas importantes como: o consumo de açúcar, receitas mais saudáveis, histórico da agricultura dentre outros. A turma da manhã finalizou a palestra com uma oficina utilizando elementos de nossa horta no preparo de um suco e a turma da noite encerrou com um bate-papo com perguntas sobre os temas abordados. Realizamos também uma visita à uma feira próxima a escola em que só participam produtores que plantam alimentos orgânicos. Os alunos visitaram a feira e entrevistaram os feirantes sobre as principais diferenças entre alimentos orgânicos e não-orgânicos. A visita foi
  • 54. 54 rica e cada um voltou com um novo aprendizado e a oportunidade de comparar os diferentes tipos de alimentos. Acreditamos que o projeto foi o primeiro passo, um passo muito importante e que precisávamos dar para incentivar iniciativas futuras. Para o próximo ano pensamos em montar escalas com os alunos que gostariam de ajudar-nos a cuidar da horta, em seus cuidados diários (rega, retirada de ervas) e como grupo resolver o destino do que está plantado (além de receitas com os próprios alunos). Sobre a horta comunitária entendemos como grupo que seria muito bom e efetivamente daria uma função ao espaço hoje ocioso, mas que não temos pessoal suficiente para abraçar esta tarefa agora. Entendemos que ela demanda uma participação bem ativa e próxima da comunidade e este contato exigiria tempo e dedicação exclusiva de parte de nossa equipe. A partir de nossa própria experiência, riquíssima por sinal, detectamos o tempo e atenção necessários para um projeto efetivo e que atenda a todos. Outro momento enriquecedor para nossa formação foi as duas Reuniões Pedagógica em conjunto com o CIEJA Vila Maria que realizamos. Como já mencionamos a importância da territorialidade e da apropriação desse espaço que constitui e constitui-se de nossas identidades... fazer parte da DRE Jaçanã/ Tremembé é uma marca, ser educadores do CIEJA é outra peculiaridade que nos transforma, nos desafia, nos enriquece.
  • 55. 55 Saber que em nossa DRE há apenas dois CIEJAs: Santana/ Tucuruvi e Vila Maria/Vila Guilherme é um privilégio e um estímulo para que o trabalho seja pensado cada vez mais nas especificidades dessa modalidade e por que não proporcionarmos o compartilhamento de saberes entre esses dois territórios? Foi com essa intencionalidade que ocorreu em 21 de Março de 2018 a nossa 1ª Reunião Pedagógica entre CIEJAs: Santana/ Tucuruvi e Vila Maria/ Vila Guilherme Em um primeiro momento mergulhamos na leitura de alguns fragmentos do texto: "O aluno não é mais aquele! E agora, professor? A transfiguração histórica dos sujeitos da educação" de Antônio Fávero Sobrinho. A intencionalidade em trazermos esse texto para a discussão era a de nos provocarmos, nos tirarmos de nossos eixos... discordarmos e crescermos por meios dos conflitos. Está aí a riqueza da educação!!! Não crescemos quando pensamos exatamente da mesma maneira, mas sim quando divergimos, é na existência de contrapontos que abrimos fissuras e repensamos o nosso fazer pedagógico. Outra proposta foi a de assistirmos a um trecho do filme: "Eu, Daniel Blake" de Ken Loach, a ideia foi a de fazermos um contraponto ao texto que acabávamos de ler. No texto, discutimos muito sobre questões voltadas aos adolescentes e jovens, já no filme trazíamos uma outra realidade, a exclusão digital de uma geração que não foi ensinada a lidar com computadores e que por conta disso, tem seus direitos negados. Na cena escolhida, retratava o conflito de um senhor que necessita dar entrada em seu seguro desemprego, mas todos os
  • 56. 56 canais de acesso para esse fim era pelo mundo digital, um mundo alheio e desconhecido de seu universo. Convidamos a todos a refletir conosco a importância de pensarmos em um currículo que atenda as especificidades dos nossos alunos. Dessa diversidade presente em sala de aula. Dos territórios e identidades que nos constituem. Ao final, convidamos a todos a deixarem suas marcas por meio de suas mãos em nosso CIEJA. Preparamos um painel sob o título: "O SEU SINGULAR NOS TORNA PLURAL". Todos nós pintamos nossas mãos com tinta guache e deixamos nossas marcas, imprimimos nossas digitais, nossas concepções, nossas ideias, nessa árvore que deixa raízes e que dá frutos... frutos de um Currículo que se pretende Interdisciplinar, Inclusivo, Integral e Equânime. Se um encontro entre CIEJAs é bom, dois é melhor ainda!!! Assim foi nossa manhã de sábado no dia 11 de agosto em nossa 2º Reunião Pedagógica conjunta com muito aprendizado, envolvimento, parceria, dedicação, profissionalismo, representatividade, compartilhamento de ideias, muito amor envolvido, equidade...
  • 57. 57 A proposta inicial era a de subirem para o andar superior, rumo ao auditório, momento em que grupo dos CIEJAs se depararam com uma barreira na entrada. O que fazer? Como vencer o obstáculo? Como ultrapassarmos a barreira para alcançarmos nosso objetivo que era o de entrarmos no auditório da escola? Teve quem lançasse a frase: "alguém tem uma tesoura?" Mas quantas vezes os obstáculos são postos em nossas vidas e precisamos enfrentá-los se quisermos continuar... e quantos de nossos alunos desistem diante das barreiras impostas nesse retorno aos estudos, muitas vezes o medo paralisa, outras ele é vencido e nos impulsiona, por ora temos apoio para prosseguirmos e tantos outros momentos caminhamos sem ajuda.
  • 58. 58 Na sequência foi proposto mais uma dinâmica: "In your shoes" (nos seus sapatos). Talvez seja considerado uma virtude a capacidade de colocar-se no lugar do outro, mas para além da virtude, essa característica, torna-se uma necessidade em se tratando de trabalharmos com jovens, adultos e idosos, pessoas com e sem deficiência no CIEJA. As impressões dessa dinâmica ficaram evidenciadas nas reações... Ao calçarem sapatos alheios as pessoas puderam colocar-se no lugar do outro, experienciar suas vivências, sentimentos... As reações diante dessa experiência foram as mais diversas, sapatos enormes, apertados, baixos, altíssimos... cada um tentando caber nos mais variados modelos de sapato, vejam as fotos a seguir e tirem suas próprias conclusões... rsrsrs Após essa experiência peculiar e que nos arrancou muitas risadas, mas ainda trabalhando com a concepção de respeito, representatividade e de nos colocarmos no lugar do outro, pensamos em uma plataforma diferente para o aprofundamento teórico. Em um trabalho coletivo entre CIEJAs, criamos um curta metragem documentário, contendo depoimentos dos nossos alunos relatando um pouco quais foram as dificuldades que eles encontraram no retorno aos estudos e os sentimentos que trazem consigo nessa trajetória. Para compor o curta "O nosso Todos: Vozes do CIEJA", elegemos o livro "Passageiros da Noite: do trabalho para a EJA" de Miguel Arroyo, para nos dar consistência teórica.
  • 59. 59 A cada depoimento foi possível percebermos quantas barreiras, o quanto a jornada é intensa e como para muitos deles a escola é um local de acolhida, de retomada, de volta à vida e porque não de retomada dos sonhos? As Equipes Gestoras dos CIEJAs Santana Tucuruvi e Vila Maria Vila Guilherme, porque fazer juntos nos faz crescer As possibilidades de aprendizado são infinitas e por meio de múltiplas linguagens, desse modo, a partir de um pedido dos educadores do CIEJA Santana/ Tucuruvi, agendamos nossa última Reunião Pedagógica do ano passado na Bienal de Artes - Afinidades Afetivas. Preparamos uma pauta inspiradas na exposição, pensando nos múltiplos olhares nessa edição com várias curadorias, cada pedacinho pode significar um universo. Sendo assim trouxemos uma Pauta Quebra-Cabeça. Ao final de nossa visita, após passearmos e nos deixarmos levar pelos caminhos dos artistas, nos reunimos, cada um com uma peça do quebra-cabeça, colocamos nossas impressões e montamos a pauta. Assim como temos feito durante nossos horários coletivos, construímos conhecimento, partilhamos histórias e buscamos repertoriar nosso fazer pedagógico.
  • 60. 60 Ainda sobre o levantamento realizado no tocante ao perfil do professor, embora religião seja um assunto de fórum íntimo, o gráfico nos aponta o fato de fazermos parte de um grupo eclético, e como a escola é um espaço laico, e assim deva permanecer, a diversidade de opções assinaladas somente nos remete a tolerância já exercida entre os integrantes do grupo de educadores que reverberará em ações de respeito a todas as religiões aqui representadas no nosso quadro de alunos. Vale ressaltar que se deva manter a neutralidade ao passar por conteúdos que abordem as questões de caráter filosófico, cultural ou religioso.
  • 61. 61 Trazemos também que no início desse ano, vimos em um processo de construção coletiva, buscando um trabalho integrado, interdisciplinar, escrevemos nosso PEA em conjunto, imprimindo nossas concepções e delineando nossas práticas para o trabalho que desenvolveremos no decorrer do ano. Outra ação importante foi a consulta aos alunos sobre a construção do currículo e quais temas eles gostariam que fossem aprofundados nas aulas. A partir dos resultados construímos um Mapa Conceitual do 1º Semestre que engloba a temática central escolhida pelo corpo discente Saúde. Sobre esse tema, temos também um trabalho ativo e direcionado pela CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes) tanto para a formação de professores e funcionários no Horário Coletivo, como também de alunos durante as aulas, trazendo informações relevantes quanto à prevenção de doenças, epidemias, cuidados necessários com a saúde e bem estar, e os procedimentos de Primeiros Socorros (em anexo encontra-se o Manual de Normas e Procedimentos da SME, pág. 446 a 451). Ações em nosso Horário Coletivo promovidos pela CIPA orientando-nos quanto aos cuidados e conscientização ao uso da voz, informações de segurança e palestras sobre doenças contagiosas como a conjuntivite foram importantes para nossa formação. Como mencionamos o tema Saúde foi escolhido pelos alunos, e para delinear nosso trabalho, construímos um Mapa Conceitual com desdobramentos em todas as áreas do conhecimento ampliando o leque de possibilidades do trabalho que será desenvolvido ao longo do ano. A seguir colocamos nossa construção coletiva do nosso Mapa Conceitual do 1º Semestre:
  • 62. 62
  • 63. 63 9. A comunidade no CIEJACIEJACIEJACIEJA e o CIEJACIEJACIEJACIEJA na comunidade: Quando falamos da relação da comunidade com a escola, é importante que tenhamos troca, parcerias, trabalho em conjunto. Neste sentido, as parcerias realizadas com a comunidade têm como meta, oferecer novas perspectivas, transformando o espaço escolar em espaço de convívio, por meio das relações extramuros, exemplificando, o que acontece na escola tem que refletir na comunidade e vice- versa. Essas relações devem ser alimentadas a fim de que nossos alunos tenham acesso aos mais diversos espaços, havendo assim um sentimento de pertencimento tanto por parte dos alunos como da comunidade em relação à escola. Por essa razão, ações que sinalizem e promovam maior proximidade da comunidade com a escola são elementares, tais como: oficinas, relação com o Balneário, apropriação da praça localizada bem próxima ao CIEJA, uma relação ativa e cada vez mais próxima com a EMEF Comandante Gastão Moutinho, Dia da Família na Escola, Festa Junina, Fábrica de Culturas da Vila Nova Cachoeirinha, atividades em parceria com o CEU ou oferecidas pela SME, parceria com comerciantes do bairro e assim por diante. No ano de 2018, muitos foram os momentos em que essas parcerias aconteceram, enriquecendo ainda mais o trabalho pedagógico e a aprendizagem de nossos alunos. Uma das ações foi com a profº Eduardo Parladore que realizou com seus alunos uma Caminhada Pedagógica no entorno de nossa escola. O objetivo desta caminhada era ampliar o repertório territorial, a fim de que os alunos se apropriassem cada vez mais do espaço que nos cerca, realização de atividades física e socialização. Neste ano, pretendemos abrir o leque para outras atividades, intensificando e diversificando o trabalho que aqui realizamos aproveitando o nosso entorno. Outra atividade relevante foi a visita à feira de orgânicos do bairro e ao sacolão. Nesta oportunidade foram desenvolvidos conteúdos relacionados à sustentabilidade e conceitos matemáticos. Para essa atividade tivemos todo um planejamento durante nosso Horário Coletivo junto à coordenação pensando em possibilidades de ação para cada grupo, ressaltando as potencialidades daqueles que já possuíam o domínio da escrita iriam registrar a
  • 64. 64 visita com as respostas obtidas junto aos feirantes, para outros a tarefa era a de fotografarem, havia quem registraria a entrevista utilizando o celular como recurso, houve quem fizesse uma lista com os preços dos produtos para posteriormente comparar aos valores que são vendidos no Hortifruti e etc. Fomos super bem recebidos pelos feirantes que prontamente responderam as perguntas de nossos estudantes, foram receptivos aos olhares curiosos dos nossos alunos com deficiência. Foram momentos de muita interação com os produtores, moradores que frequentam a feira local, além de termos o privilégio de degustarmos frutas orgânicas oferecidas pelo seu Francisco. Com a concepção de que vivemos em uma sociedade educadora e de que a territorialidade faz parte da nossa formação, em nossa semana cultural estabelecemos uma
  • 65. 65 parceria com a Padaria Algarve, possibilitando oficinas de produção de pães e um estreitamento com a comunidade. A Padaria Algarve é um comércio importante para o nosso bairro sendo referência para moradores e estudantes que frequentam a nossa escola. Nos sentimos acolhidos e muito especiais nesta atividade, foi uma atividade destinada para os alunos com deficiência na qual eles puderam colocar as mãos na massa, acompanharam o processo de como são feitos os pães, as normas de higiene e segurança foram observadas, além de terem a possibilidade de degustarem e ainda levarem os pães confeccionados para casa... experiência ímpar! Estabelecermos diálogos com territórios vizinhos nos enriquece, nos constitui, nos empodera! Pelo segundo ano consecutivo vimos num movimento de derrubarmos os muros físicos e imaginários entre Gastão e CIEJA. No primeiro ano, nós nos convidamos a participar de uma exposição que ocorria na quadra apresentada pelos alunos da EMEF, já no ano passado, nós fomos convidados pela professora de geografia e aprendemos muito com esta troca. Gastão e CIEJA se constitui como comunidade educadora estabelecendo trocas tornando todos os espaços educativos.
  • 66. 66 No período noturno utilizamos algumas salas de aula desse espaço, tendo a possibilidade de ampliarmos nosso atendimento. Além disso, regularmente, o profº Eduardo Parladore, de Educação Física, acaba usufruindo da quadra para suas aulas, o espaço também é utilizado para realização de nossa Festa Junina com convite estendido a EMEF Gastão Moutinho na tentativa de praticar a solidariedade e a boa convivência nos espaços. Para o ano de 2019, pretendemos estreitar ainda mais os laços entre CIEJA e Gastão, possibilitando inclusive um intercâmbio entre alunos da EMEF/CIEJA. Teremos momentos de Semana Cultural, Projetos desenvolvidos em nossa Unidade Educacional que poderão contribuir para o aprendizado de todos por meio dessa parceria. Atividades como o Dia da Família na escola que ocorrem duas vezes por ano, são oportunidades de encontros, estreitamento de laços e sentimento de pertença. Como bem pontuou nosso profª Douglas Dubinskas, Festa Junina do CIEJA Santana/Tucuruvi é uma festa construída democraticamente e conjuntamente a partir de comissões e deliberações de docentes, discentes e gestão. Totalmente gratuita, colaborativa, inclusiva, participativa do início ao fim, sim é possível! A diversidade e a animação estiveram presentes durante toda a nossa manhã e os alunos e suas famílias marcaram presença. Houve atividades para todas as idades e gostos... Tivemos danças, brincadeiras, jogos, sorteios, músicas e comidas típicas.
  • 67. 67 Em nosso 2º Dia da Família unindo saberes, os professores Kasim Mourad, Maria Batista e Gladis Cassapian planejaram uma oficina voltada para o plantio de Horta Suspensa. Reuniram os alunos e familiares dando todas as indicações e cuidados com as mudas, manutenção das mesmas e plantio. Na sequência arregaçaram as mangas e colocaram as mãos na massa, digo na terra! Após o plantio alunos e familiares puderam levar suas mudas para casa.
  • 68. 68 Tivemos também momentos prazerosos de práticas e cuidado com o corpo com o professor Eduardo onde todos foram envolvidos, corpo e mente em uma só sintonia: jovens, adultos, idosos, pessoas com e sem deficiência, crianças, mães e pais - TODOS – por uma vida mais saudável! Em 29 e 30 de Maio a comunidade escolar do CIEJA Santana/Tucuruvi teve a oportunidade de participar ativamente do Dia do Desafio nesses dois dias pudemos vivenciar práticas corporais diversas incluindo jogos, brincadeiras, danças e ginásticas. Muito mais que incentivar a adoção de hábitos saudáveis, dia do Desafio promove a integração e a mobilização por meio da atividade física. Refletir sobre questões que envolvam a saúde, o lazer e a apropriação de espaços públicos contribuem para a formação cidadã e democrática dentro dos espaços escolares. As práticas coletivas contribuem para a reflexão do conceito de coletividade e auxiliam os estudantes a repensarem sobre diferentes formas de viver em sociedade. O grande envolvimento da comunidade escolar fez desses dias um grandioso desafio.
  • 69. 69 Como resultado da pesquisa direcionada aos alunos que obteve como resultado a escolha do tema Esporte e Alto Rendimento, além de debates, notícias, vídeos, textos, tivemos o privilégio de receber o ex atleta, treinador e morador da região do entorno da escola Edson Tadeu a convite da profª Gladis Cassapian Barbosa para um aprofundamento um pouco maior sobre esse assunto. Tadeu já jogou em diversos times internacionais, conheceu de perto as exigências do alto rendimento, e cada desafio se superou indo em busca de aprender mais e vencer. Os alunos fizeram muitas perguntas, tiraram dúvidas, conheceram de perto um atleta e as dificuldades e possíveis obstáculos que a carreira pode oferecer. Em um país aonde se privilegia o futebol, há de se valorizar e estimular além desse esporte, outras modalidades como o judô, o tênis, o vôlei, a capoeira, a natação e o atletismo em suas mais variadas vertentes. Crianças e jovens com idade entre 10 e 17 anos participaram das XI Olimpíadas Estudantis e VIII InterCEUS envolvendo cerca de 100 mil participantes envolvendo 13 modalidades esportivas, incluindo o atletismo. Nesta competição houve um fato importante para nós do CIEJA, nosso aluno Caian Frazão do Módulo 4B conquistou o 1º Lugar de Salto em Altura, trazendo em sua história superações e vitórias por meio do atletismo.
  • 70. 70 Tivemos a possibilidade de conhecer o esporte diferente de nossas práticas habituais aqui na escola o “Aikido”. É uma prática traduzida como “o caminho da unificação, da energia da vida” ou “o caminho do espírito harmonioso”. O objetivo de Morihei Ueshiba, criador do Aikido, era criar uma arte em que os seus praticantes pudessem defender-se a si próprios a partir do ataque adversário. O grupo convidado pela profª Larissa Oliveira, nos apresentou um jeito diferente de encarar a vida e se defender diante de qualquer intercorrência. Trazer a comunidade pra dentro da escola, é também pensar em ações que promovam essa transformação do entorno, é possibilitar sua participação. Desse modo, vimos num movimento de realizarmos o Conselho de Classe Participativo o qual requer escuta, mas como diz Paulo Freire em seu livro Pedagogia da Autonomia (1997), trata-se de uma escuta para além da capacidade auditiva, para nós do CIEJA, há de se ter uma escuta sensível, uma
  • 71. 71 escuta atenta... para que não corramos o risco de cairmos na armadilha de dizer que escutamos sem ouvirmos. Para se dar voz é preciso ter a escuta tão necessária nas práticas educativas. Desse modo o Conselho de Classe Participativo vem com esse propósito, de escuta e de estabelecermos uma relação dialógica entre todos que fazem parte do processo educacional: educandas e educandos, educadoras e educadores, estagiárias, equipe gestora TODOS! Com o propósito de qualificarmos as ações que estão dando certo e de redimensionarmos e pensarmos propositivas para o bimestre que se inicia. É importante registrarmos que além de realizarmos o Conselho de Classe Participativo, também dedicamos um tempo para o Pós-Conselho, momento em que os docentes e Equipe Gestora conversam e repensam ações de forma coletiva. Neste ano, intensificaremos esses momentos com vistas a melhorarmos ainda mais nossas práticas pedagógicas. A partir do segundo semestre, o formato do Conselho foi aprimorado dado a dificuldade de participação de todos os alunos nos horários e dias estabelecidos. Eles passaram a acontecer em um período de aulas com a visita dos gestores nas turmas e com a presença dos professores. Esse formato permitiu a participação de todos os alunos e não apenas dos representantes, como acontecia anteriormente. A equipe definiu que este formato permanecerá em 2019.