O documento discute os livros apócrifos, textos excluídos da Bíblia canônica. Afirma que os apócrifos contêm doutrinas diferentes e erros, como justificação pelas obras e oração pelos mortos. Também explica que a Igreja não escondeu esses livros, mas os rejeitou por não atenderem aos critérios de canonicidade como inspiração divina e coerência doutrinária.
2. Os livros apócrifos.
Significa “oculto”, “escondido”.
Seriam textos excluídos dos livros oficiais da Bíblia.
Acusam a igreja de escondê-los propositalmente,
pois apresentam um “Cristo” diferente daquele que
lemos em nossas Bíblias.
Afirmam que, caso esses documentos venham a
público as pessoas abandonarão a Bíblia e a Igreja.
Dizem que a Igreja os rejeitou porque apresentam
um versão diferente daquela apresentada no VT e no
NT.
Será que essas afirmações são verdadeiras?
3. Antes de mais nada...
Se os livros foram escondidos, porque sabemos
deles?
Como a Igreja tem poder para impedir a propagação
de uma literatura que está em posse de museus e
institutos do mundo todo?
Todos os livros apócrifos estão disponíveis
gratuitamente em vários sites da internet.
De alguns apócrifos temos apenas citações em outros
apócrifos e literaturas antigas (Ex. Evangelho de
Matias).
Existem apócrifos do VT e do NT.
4. A Bíblia
Vem do grego e significa “livro”.
Formada pelos livros Canônicos.
Inspirados
Inerrantes
Infalíveis
Suficientes
66 livros considerados autoritativos.
“Sola Scriptura” da Reforma Protestante.
Termo utilizado por João Crisóstomo (sec. IV).
Traduzida para mais de 2.935 idiomas.
5. O Cânon
Termo grego que significa “vara de medir”,
indicando que tais livros servem de norma para a
Igreja;
Atanásio (Sec. IV) foi o primeiro a utilizar o termo;
No ano 327 d.C. Atanásio já listava os 27 livros do
Novo Testamento.
6. O Cânon do Antigo Testamento
O Canon Alexandrino (longo): 46 livros, incluindo os
apócrifos;
O Canon Palestinense (curto): 39 livros, excluindo os
apócrifos;
Os 39 livros aceitos tanto por judeus, quanto católicos
e protestantes são chamados de “protocanônicos”;
Os 7 livros que estão presentes apenas no canon
católico são chamados de “deuterocanônicos”;
No ano 130 d.C. já era conhecida a tríplice divisão do
AT: Lei, Profetas e Escritos.
7. O Cânon Protestante é igual ao cânon massorético
hebraico, mas segue a divisão da Vulgata e
Septuaginta;
Flávio Josefo, historiador judeu (37 – 95 a.C.) cita o
conjunto de 22 livros do cânon hebraico;
O Concílio de Trento (1546) definiu o Cânon
Católico e considerou “anátema” os que não o
aceitassem;
O Cânon do Antigo Testamento
8. O Concílio de Jamnia:
• Após a destruição de Jerusalém (70 d.C.) um
grupo de eruditos judeus criou uma escola na
cidade de Jamnia e lá definiram quais eram os
22 livros canônicos (39 segundo nossa Bíblia).
Doutrinas como purgatório, acender velas, oração
pelos mortos dentre outras, encontram
embasamento neste livros.
O Cânon do Antigo Testamento
9. Critério de canonicidade:
1. A língua original;
2. Sem incoerência com os escritos de Moisés;
3. Escritos entre Moisés e Esdras;
4. Não podia expressar dúvida de que seus escritos
eram inspirados por Deus;
5. Ausência de erros nas narrativas históricas;
6. A autoria direta ou indireta de homens de Deus.
O Cânon do Antigo Testamento
10. Rejeição dos apócrifos:
1. Não possuem manuscrito em hebraico;
2. Nunca constaram da Tanakh Hebraica;
3. Ensinam doutrinas incoerentes com AT e o NT;
4. Alguns, como I Macabeus, Judite e Tobias,
trazem erros históricos e geográficos;
5. Foram escritos depois de Esdras;
6. Não transmitem autoridade;
7. Nenhum deles foi citado por Jesus ou pelos
apóstolos.
O Cânon do Antigo Testamento
11. Porque rejeitar os apócrifos?
Não foram citados pelos escritores canônicos.
Os pais da Igreja (sec. II) conheciam e rejeitavam.
• Militão de Sardes (?-177 d.C.),
• Teófilo de Antioquia (120-180 d.C.),
• Orígenes de Alexadria (185-253 d.C.)
• Atanásio de Alexandria (295-373 d.C.)
• Dentre outros, citam os livros do AT excluindo o
apócrifos.
Eusébio de Cesaréia (265-339 d.C.), mais importante
historiador da igreja primitiva deixou de fora em suas
listas canônicas todos os apócrifos.
12. Porque rejeitar os apócrifos?
O próprio livro de Macabeus diz: “A opressão que caiu
sobre Israel foi tal, que não houve igual desde o dia
em que tinham desaparecido os profetas” (1
Macabeus 9:27).
Jerônimo, editor da Vulgata, acrescentou os apócrifos
do AT, mesmo considerando que não eram
reconhecidamente canônicos.
Nunca foram vistos pelos judeus ou pelos cristãos
como inspirados e autoritativos.
Possuem erros e heresias.
Entram em contradição com outras passagens das
Escituras.
13. Porque rejeitar os apócrifos?
O Concílio de Trento (Católico), realizado em 1546
finalmente decidiu sobre o cânon católico: “O Sínodo
[...] recebe e venera [...] todos os livros [incluindo os
apócrifos] tanto do Antigo quanto do Novo
Testamento - visto que um só Deus é o Autor de
ambos [...] que foram ditados, ou pela própria palavra
de Jesus ou pelo Espírito Santo [...] se alguém não
aceitar com sagrados e canônicos os livros
mencionados integralmente com todas as suas partes,
como costumavam ser lidos na Igreja Católica [...] será
anátema”.
Os Reformadores rejeitaram os apócrifos.
14. Erros nos livros apócrifos
Tobias (200 a.C.):
• justificação pelas obras – 4:7-11; 12:8
• mediação dos Santos – 12:12
• superstições – 6:5, 7-9, 19
• um anjo engana Tobias e o ensina a mentir 5:16
a 19
Judite (150 a.C.):
• Uma mulher salva sua cidade enganando um
general.
Baruque (100 d.C.):
Apresenta-se como o cronista do profeta
Jeremias, mas foi escrito depois de Cristo.
Ensina a intercessão pelos mortos – 3:4.
15. Erros nos livros apócrifos
Eclesiástico (180 d.C.):
• Lembra o livro canônico de Provérbios.
• justificação pelas obras – 3:33,34
• trato cruel aos escravos – 33:26 e 30; 42:1 e 5
• incentiva o ódio aos Samaritanos – 50:27 e 28
Sabedoria de Salomão (40 d.C.):
• o corpo como prisão da alma – 9:15
• doutrina estranha sobre a origem e o destino
da alma 8:19 e 20
• salvação pela sabedoria – 9:19
1 Macabeus (100 a. C.):
• Luta dos 3 irmãos Macabeus contra os
invasores no período interbíblico.
16. Erros nos livros apócrifos
2 Macabeus (100 a.C.):
• relato paralelo a 1 Macabeus com lendas e
prodígio de Judas Macabeu
• a oração pelos mortos – 12:44 – 46
• culto e missa pelos mortos – 12:43
• o próprio autor não se julga inspirado -15:38-
40; 2:25-27
• intercessão pelos Santos – 7:28 e 15:14
Adições a Daniel:
• A história de Suzana (XIII)
• Bel e o Dragão (XIV)
• O Cântico dos 3 jovens na fornalha (3:24-90)
20. O Cânon do Novo Testamento
Até o ano 175 d.C. a Igreja reconheceu quais eram
os livros canônicos;
Marcião, herege gnóstico, foi o primeiro à propor
um cânon, excluindo propositalmente os livros que
considerava contrários ao seu pensamento;
A perseguição trazia a necessidade de saber quais
livros serviam de orientação à Igreja.
21. Critérios de canonicidade:
1. Autoria: escrito por um apóstolo ou alguém
ligado à eles;
2. Doutrina: coerente com a doutrina dos
apóstolos;
3. Uso: a Igreja já os reconhecia e utilizava na
edificação;
4. Período: escritos no primeiro século;
Obs.: A Igreja não escolheu o Cânon; apenas o
reconheceu.
O Cânon do Novo Testamento
22. Critérios de canonicidade:
• Em 327, Atanásio listou os atuais 27 livros
como canônicos e o Concílio de Calcedônia,
451, encerrou finalmente a questão.
• Alguns livros tiveram dificuldades em serem
aceitos por questões de autoria: Hebreus,
Tiago, 2 Pedro, 2 e 3 João, Judas e Apocalipse.
O Cânon do Novo Testamento
23. Os Pais Apostólicos:
• Clemente de Roma (30-100): Cita Paulo e
Pedro como apóstolos do Senhor e reconhece a
inspiração dos escritos de Paulo;
• Inácio de Antioquia (?-117): Reconhece a
autoridade dos apóstolos;
• Policarpo (69-159): Na sua carta aos filipenses
cita metade dos livros do Novo Testamento.
O Cânon do Novo Testamento
24. Tipos:
• Evangelhos (da infância, judaico-cristãos, ditos,
paixão, harmônicos, diálogos);
• Atos;
• Epístolas;
• Apocalipses.
Na grande maioria são escritos:
• Gnósticos;
• Pseudepígrafes;
• Fantasiosos;
• Moral duvidosa.
Os apócrifos do Novo Testamento
25. O evangelho Pseudo-Tomé
Texto escrito por alguém que se identifica com um
filósofo israelita chamado Tomé.
Apresenta a infância de Jesus dos 5 aos 12 anos.
Apresenta Jesus como uma criança travessa,
iracunda, vingativa e perversa.
Os fatos mais curiosos:
• Os 12 passarinhos de barro (II).
• A morte do filho de Anás (III).
• O esbarrão da morte (IV).
• A queda de Zenon (IX).
• Os três patetas (VI, VII, XIV e XV).
26. O caso do livro de Judas
A epístola de Judas contém duas referências à textos
não canônicos (apócrifos).
“Mas o arcanjo Miguel, quando contendia com o diabo,
e disputava a respeito do corpo de Moisés, não ousou
pronunciar juízo de maldição contra ele; mas disse: O
Senhor te repreenda.” 1:9
“E destes profetizou também Enoque, o sétimo depois
de Adão, dizendo: Eis que é vindo o Senhor com
milhares de seus santos; Para fazer juízo contra todos
e condenar dentre eles todos os ímpios, por todas as
suas obras de impiedade, que impiamente cometeram,
e por todas as duras palavras que ímpios pecadores
disseram contra ele.” 1:14,15
27. O v. 9 é atribuído ao apócrifo “A assunção de Moisés”.
Os vs. 14 e 15 são atribuídos ao apócrifo “O livro de
Enoque”.
A pergunta: Estes livros eram inspirados?
• Se não eram, porque foram utilizados?
• Se eram, porque não estão no Cânon?
As possibilidades:
• Oriundos de tradição oral.
• O trecho era inspirado.
• O acontecimento é verdadeiro.
O caso do livro de Judas
28. A que conclusões podemos chegar?
1. Ambas histórias são genuínas, independente da
fonte.
2. Judas as escreve em sua carta sob inspiração.
3. Isto não torna os apócrifos citados inspirados.
4. No máximo, o trecho citado foi inspirado.
O caso do livro de Judas