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Novos desafios na gestão de informação
                 na era da Web 2.0 e do cloud computing
                                         Luís Vidigal

Com o aparecimento de serviços como o Google, o Yahoo, a Amazon, as redes sociais, os
blogues, etc., a disponibilização de sistemas operativos virtuais como o Xcerion e conceitos
novos como o Software como Serviço (SAAS), a Plataforma como Serviço (PAAS) ou a
Infraestrutura como Serviço (IAAS), o chamado Cloud Computing passou a ser uma das
tecnologias com maior impacto nos últimos anos e que irá a curto prazo criar sérios desafios
aos gestores da administração pública e da sociedade em geral.

A Web 2.0 tem generalizado a utilização transparente de aplicações e serviços instalados em
servidores que estão em parte incerta independentemente de onde estejam localizados estes
recursos e de quem os detêm e mantém. Estes recursos estão algures na “nuvem”, naquela
nuvem que há muitos anos nos habituámos a representar em arquitecturas de rede, para
ilustrar um conjunto de serviços de um operador ou de um qualquer prestador de serviços
internos ou externos de telecomunicações.

A administração pública está a evoluir para os chamados portais 2.0, procurando, como diz o
programa do actual Governo, oferecer áreas personalizadas e serviços à medida dirigidos aos
cidadãos e às empresas. Por outro lado, assistimos à tendência para a criação de serviços
partilhados, entregando a terceiras partes algumas funções de apoio à gestão. Em qualquer
dos casos o paradigma do cloud computing deverá estar presente nas respectivas infra-
estruturas tecnológicas de suporte.

Os organismos do Estado e a sociedade em geral deverão passar a confiar na “nuvem” e nos
recursos que ela disponibiliza em qualquer momento ou lugar, através de dispositivos cada vez
mais portáteis e ubíquos.

Não quer dizer que os computadores pessoais e as poderosas estações de trabalho tenham os
dias contados, mas a tendência será cada vez mais o aparecimento de dispositivos móveis e
televisões interactivas, com fácil ligação à Internet.

É o que está a acontecer este ano com equipamentos como os iPad, Google Buzz, 3-D TV, etc.,
cujos preços de mercado vêm questionar seriamente se vale a pena continuar a comprar PCs,
netbooks, etc.

É certo que as actuais aplicações terão de evoluir para uma estratégia multi-canal e para
interfaces cada vez mais funcionais, simples, e usáveis.

Mas o que acontece ainda hoje na administração pública e nas organizações em geral no nosso
país?

Ainda há pouco tempo acompanhei na Web uma polémica em torno da utilização do correio
electrónico pessoal e institucional e da Internet em Portugal e confesso que fiquei
surpreendido com o número de casos de “censura” institucional à utilização de ferramentas da
Web 2.0, do Webmail e da Internet em geral em muitos organismos do Estado e nalgumas
empresas portuguesas.

Subsiste ainda o velho dilema de nos identificarmos enquanto pessoa ou instituição quando
estamos a comunicar e a expor os nossos conteúdos através da Internet.

De vez em quando recebo mails com termos de responsabilidade bem explícitos e cautelosos,
nomeadamente, “este e-mail é pessoal e apresenta exclusivamente a opinião pessoal do seu
emissor”.

Sem dúvida a Web 2.0, como ferramenta de comunicação pessoal e institucional, coloca novos
desafios e novas preocupações a quem se preocupa com a estratégia de comunicação
institucional.

Desde há muito tempo que defendo a ideia de que não podemos ficar privados de direitos
elementares de cidadania, como a liberdade de expressão e opinião, apenas porque temos um
vínculo a um qualquer empregador.

Por exemplo, enquanto trabalhadores contratados em funções públicas, temos o direito de ter
um blogue ou um microblogue como o Twitter, participar em redes sociais como o Facebook
ou o Linkedin, da mesma forma como participamos numa associação cívica, num partido
político ou discutimos as nossas ideias à mesa de um café.

É evidente que, se comunico na qualidade de trabalhador de uma instituição ou falo em seu
nome, toda a mensagem deverá ser o mais possível alinhada com a estratégia global da
organização que represento, mesmo que essa estratégia não seja explícita ou não esteja
formalizada.

Todas as organizações têm de aprender a conviver com mensagens voluntárias e involuntárias
e a saber gerir os canais formais e informais que sempre acabam por configurar a imagem real
duma instituição. Sabemos que a imagem real de uma organização resulta da combinação
entre a imagem transmitida, a imagem desejada pelo emissor e a imagem percebida pela
audiência. Só através de uma estratégia de comunicação interna e externa coerente, percebida
e eficaz é que se podem aproximar os quadros de referência dos emissores e receptores e isto
não tem nada a ver com a utilização de canais digitais ou analógicos.

A adesão às redes sociais e aos blogues por parte de algumas entidades estatais levanta um
sério desafio à fixação de regras e limites no estilo e no conteúdo das mensagens, tal como já
hoje deveria acontecer nos canais tradicionais de comunicação. Mas uma coisa tem de ficar
clara, o mensageiro deve ser identificado em que qualidade está a comunicar com o exterior.

A instituição pode abrir um blogue ou uma rede social à opinião pessoal dos seus aderentes,
mas tem que explicitar essa disponibilidade e declinar a responsabilidade pelas opiniões
pessoais emitidas por essa via.

Sabemos que as mensagens institucionais são geralmente menos interessantes e menos
apelativas, acabando por não suscitar a adesão e a fidelização das audiências. Por isso
sugerimos a criação de ambientes híbridos, pessoais e institucionais, se um organismo público
se quiser aventurar na Web 2.0. Tal como há anos vem sendo recomendado pela OCDE, as
administrações públicas deverão ser capazes de se abrir à cidadania activa e colocar em prática
uma Governação (Governance) partilhada entre o Estado e a sociedade.

Não gostaria de acabar sem abordar uma questão de gestão e de cidadania, cada vez mais
crítica no mundo de hoje, que é a segurança na Web 2.0 e no cloud computing.

Quando se entregam os nossos dados à “nuvem”, na maioria das vezes não sabemos as
implicações em termos de segurança e privacidade de dados e o que se deve fazer para confiar
na infra-estrutura de suporte.

A confidencialidade, a integridade e a disponibilidade dos dados na Web 2.0 e no cloud
computing são cada vez mais importantes desafios para técnicos, gestores e para toda a
sociedade.

Como se sabe não existe segurança a 100% em nenhuma circunstância da nossa vida e o mais
que podemos fazer é ponderar os benefícios e os riscos correspondentes da utilização
consciente e informada destas tecnologias, por isso é urgente proceder a uma sensibilização
em larga escala da população sobre os riscos e benefícios da utilização destas novas
ferramentas de comunicação e de trabalho em rede.



Publicado no iGov, Fevereiro de 2010

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I Gov Luis Vidigal Novos Desafios Na GestãO De InformaçãO

  • 1. Novos desafios na gestão de informação na era da Web 2.0 e do cloud computing Luís Vidigal Com o aparecimento de serviços como o Google, o Yahoo, a Amazon, as redes sociais, os blogues, etc., a disponibilização de sistemas operativos virtuais como o Xcerion e conceitos novos como o Software como Serviço (SAAS), a Plataforma como Serviço (PAAS) ou a Infraestrutura como Serviço (IAAS), o chamado Cloud Computing passou a ser uma das tecnologias com maior impacto nos últimos anos e que irá a curto prazo criar sérios desafios aos gestores da administração pública e da sociedade em geral. A Web 2.0 tem generalizado a utilização transparente de aplicações e serviços instalados em servidores que estão em parte incerta independentemente de onde estejam localizados estes recursos e de quem os detêm e mantém. Estes recursos estão algures na “nuvem”, naquela nuvem que há muitos anos nos habituámos a representar em arquitecturas de rede, para ilustrar um conjunto de serviços de um operador ou de um qualquer prestador de serviços internos ou externos de telecomunicações. A administração pública está a evoluir para os chamados portais 2.0, procurando, como diz o programa do actual Governo, oferecer áreas personalizadas e serviços à medida dirigidos aos cidadãos e às empresas. Por outro lado, assistimos à tendência para a criação de serviços partilhados, entregando a terceiras partes algumas funções de apoio à gestão. Em qualquer dos casos o paradigma do cloud computing deverá estar presente nas respectivas infra- estruturas tecnológicas de suporte. Os organismos do Estado e a sociedade em geral deverão passar a confiar na “nuvem” e nos recursos que ela disponibiliza em qualquer momento ou lugar, através de dispositivos cada vez mais portáteis e ubíquos. Não quer dizer que os computadores pessoais e as poderosas estações de trabalho tenham os dias contados, mas a tendência será cada vez mais o aparecimento de dispositivos móveis e televisões interactivas, com fácil ligação à Internet. É o que está a acontecer este ano com equipamentos como os iPad, Google Buzz, 3-D TV, etc., cujos preços de mercado vêm questionar seriamente se vale a pena continuar a comprar PCs, netbooks, etc. É certo que as actuais aplicações terão de evoluir para uma estratégia multi-canal e para interfaces cada vez mais funcionais, simples, e usáveis. Mas o que acontece ainda hoje na administração pública e nas organizações em geral no nosso país? Ainda há pouco tempo acompanhei na Web uma polémica em torno da utilização do correio electrónico pessoal e institucional e da Internet em Portugal e confesso que fiquei surpreendido com o número de casos de “censura” institucional à utilização de ferramentas da
  • 2. Web 2.0, do Webmail e da Internet em geral em muitos organismos do Estado e nalgumas empresas portuguesas. Subsiste ainda o velho dilema de nos identificarmos enquanto pessoa ou instituição quando estamos a comunicar e a expor os nossos conteúdos através da Internet. De vez em quando recebo mails com termos de responsabilidade bem explícitos e cautelosos, nomeadamente, “este e-mail é pessoal e apresenta exclusivamente a opinião pessoal do seu emissor”. Sem dúvida a Web 2.0, como ferramenta de comunicação pessoal e institucional, coloca novos desafios e novas preocupações a quem se preocupa com a estratégia de comunicação institucional. Desde há muito tempo que defendo a ideia de que não podemos ficar privados de direitos elementares de cidadania, como a liberdade de expressão e opinião, apenas porque temos um vínculo a um qualquer empregador. Por exemplo, enquanto trabalhadores contratados em funções públicas, temos o direito de ter um blogue ou um microblogue como o Twitter, participar em redes sociais como o Facebook ou o Linkedin, da mesma forma como participamos numa associação cívica, num partido político ou discutimos as nossas ideias à mesa de um café. É evidente que, se comunico na qualidade de trabalhador de uma instituição ou falo em seu nome, toda a mensagem deverá ser o mais possível alinhada com a estratégia global da organização que represento, mesmo que essa estratégia não seja explícita ou não esteja formalizada. Todas as organizações têm de aprender a conviver com mensagens voluntárias e involuntárias e a saber gerir os canais formais e informais que sempre acabam por configurar a imagem real duma instituição. Sabemos que a imagem real de uma organização resulta da combinação entre a imagem transmitida, a imagem desejada pelo emissor e a imagem percebida pela audiência. Só através de uma estratégia de comunicação interna e externa coerente, percebida e eficaz é que se podem aproximar os quadros de referência dos emissores e receptores e isto não tem nada a ver com a utilização de canais digitais ou analógicos. A adesão às redes sociais e aos blogues por parte de algumas entidades estatais levanta um sério desafio à fixação de regras e limites no estilo e no conteúdo das mensagens, tal como já hoje deveria acontecer nos canais tradicionais de comunicação. Mas uma coisa tem de ficar clara, o mensageiro deve ser identificado em que qualidade está a comunicar com o exterior. A instituição pode abrir um blogue ou uma rede social à opinião pessoal dos seus aderentes, mas tem que explicitar essa disponibilidade e declinar a responsabilidade pelas opiniões pessoais emitidas por essa via. Sabemos que as mensagens institucionais são geralmente menos interessantes e menos apelativas, acabando por não suscitar a adesão e a fidelização das audiências. Por isso sugerimos a criação de ambientes híbridos, pessoais e institucionais, se um organismo público
  • 3. se quiser aventurar na Web 2.0. Tal como há anos vem sendo recomendado pela OCDE, as administrações públicas deverão ser capazes de se abrir à cidadania activa e colocar em prática uma Governação (Governance) partilhada entre o Estado e a sociedade. Não gostaria de acabar sem abordar uma questão de gestão e de cidadania, cada vez mais crítica no mundo de hoje, que é a segurança na Web 2.0 e no cloud computing. Quando se entregam os nossos dados à “nuvem”, na maioria das vezes não sabemos as implicações em termos de segurança e privacidade de dados e o que se deve fazer para confiar na infra-estrutura de suporte. A confidencialidade, a integridade e a disponibilidade dos dados na Web 2.0 e no cloud computing são cada vez mais importantes desafios para técnicos, gestores e para toda a sociedade. Como se sabe não existe segurança a 100% em nenhuma circunstância da nossa vida e o mais que podemos fazer é ponderar os benefícios e os riscos correspondentes da utilização consciente e informada destas tecnologias, por isso é urgente proceder a uma sensibilização em larga escala da população sobre os riscos e benefícios da utilização destas novas ferramentas de comunicação e de trabalho em rede. Publicado no iGov, Fevereiro de 2010