Dinâmicas de grupo podem ser usadas para tratar dependentes químicos de forma efetiva. Elas incluem atividades para autoconhecimento, integração do grupo, psicoeducação sobre dependência química, e treinamento de habilidades para prevenir recaídas. A comunicação não violenta ajuda os participantes a expressarem suas necessidades sem julgamentos.
2. Como Aplicar Técnicas de Dinâmicas de
Grupo para Dependentes Químicos
Hewdy Lobo Ribeiro
Psiquiatra Forense
Psiquiatra ProMulher
IPq-HC-FMUSP
CREMESP 114681
Ana Carolina S. Oliveira
Psicóloga
Esp. Dependência Química
CRP 06/99198
4. Grupos
• Um reunião de pessoas é um grupo?
– Forma um todo
– Fim comum, objetivo comum
– Conjunto pessoas, família, turma...
– Vínculos baseados na confiança, respeito,
solidariedade, amizade e mesma linguagem.
5. Grupos na Dependência
Química
• “Você não está sozinho”
• Diversos ambientes de tratamento
• Diversas substâncias
• Evidências científicas de efetividade
• Custo e benefício
• Interações grupais favorecem
aprendizagem e melhoram percepções
6. Dinâmicas de Grupos
• Forma alternativa de trabalhar fatores predisponentes, de
risco e de proteção.
• Trabalhar assuntos/ demandas presentes difíceis de lidar
(roubo, agressão, desonestidade...)
• Acolhimento/ apresentação
• Aquecimento
• Autoconhecimento/ Autoestima
• Sentimento de grupo/ Integração
• Psicoeducação
• Treinamento de Habilidades
• Relaxamento
• Família
7. Organização
• Objetivos claros
• Número de participantes
• Tempo
• Materiais
• Conhecimento sobre procedimentos
• Escolha do ambiente
• Reflexões
• Auxílios
8. Demandas do Grupo
Exemplo pacientes internados:
Características ambiente: fechados, sem
alternativas de lazer, rotina, horários, convivência
grupal, contato com questões internas, sem
contato com o exterior, conflituoso, crises...
... para pacientes
com alta incidência de prejuízos nas funções
executivas, em Síndrome de Abstinência, em
fissura!
9. Comunicação Não Violenta
• Comunicação Não Violenta (Marshall
Rosenberg)
• Toda agressão fala de uma necessidade
humana básica que não foi satisfeita. (vínculo,
afeto, confiança, escuta, higiene, intelectual,
regras, descanso, tempo, compreensão, ajuda,
empatia ...)
• Pessoas tem mais ou menos necessidades
atendidas
10. Comunicação Não Violenta
• Se nos observarmos podemos sair da
situação.
1) Observar o fato (que eu ou o outro viveu)
2) Sentimentos (quais?)
3) Necessidades (quais não foram
atendidas?)
4) Pedidos (para que não aconteça
novamente, para que mude)
11. Comunicação Não Violenta
1) Observar o fato (Paciente escondeu uma faca)
2) Sentimentos (insegurança, medo, ansiedade,
raiva)
3) Necessidades (segurança, carinho, amparo,
ajuda, respeito)
4) Pedidos (apesar de saber que preciso parar de
usar, eu tenho medo de conviver com tantas
pessoas usuárias, tenho ressentimento da minha
família por ter me colocado aqui, preciso que você
me coloque em um quarto com alguém tranquilo ...)
12. Comunicação Não Violenta
• Reflexões:
– As situações são vivenciadas pelas pessoas
de formas diferentes (percepção e
intensidade).
– Sair do julgamento mobiliza mais as pessoas.
– Punir/ ignorar é mais fácil, mas as respostas
irão se repetir.
13. Acolhimento/ Apresentação
• Objetivo: possibilitar que as pessoas se
conheçam, além dos nomes.
• Nome ____
• Comida ____
• Animal ____
• Cor ___
• Cidade ___
• Música ___
• ...
• Adoro _____
• Odeio _____
• Uma cidade que
sempre quis
conhecer ______
“Sou uma pessoa que
ama a natureza e sou
apaixonada por minha
família”
14. Aquecimento
• Criar clima favorável para partilhas, foco
no aqui e agora.
– Clássica massagem em roda
– Dança em roda
– Dança com líder
– Repetir movimentos de todos na ordem
– “Hoje estou precisando receber ____ e estou
disposta a dar _____”
15. Autoconhecimento/ Autoestima
“Amanda tem uma
característica que eu gostaria
de estimular em mim mesma: a
segurança!”
Joana
Bonita
Alegre
Criativa
Corajosa
Como sou quando uso e
quando não uso?
16. Sentimento de Grupo/
Integração
• Escravos de Jó
• Presente para nós mesmos
• Quadro de metas conjuntas
• “Quem é você”, “qual sua maior
dificuldade hoje”, “você pode contar
comigo”
17. Psicoeducação
• Temas: Dependência Química,
Comorbidades, Prevenção da Recaída,
entre outros.
• Importante: momento de escuta do que já
sabem e crenças sobre o assunto.
18. Dependência Química
• Mitos e Verdades
A Dependência Química tem cura.
Devo me testar para ver se estou forte diante da droga.
A vontade de usar drogas vai diminuir com o tempo.
A maconha causa dependência.
Recaída quer dizer que não há solução.
19. Prevenção da Recaída
Entrar em bares
Bater papo com amigos que usam
drogas
Brigas com a esposa
Estresse no trabalho
....
Fazer caminhos alternativos para ir
para casa
Evitar velhos amigos e frequentar
novos espaços para novas amizades
Partilhar com o grupo sobre
questões com a esposa
Fazer pausas no trabalho para ligar
para alguém querido
...
20. Treinamento de Habilidades
• Como dizer “não” assertivamente?
– Assertividade: reconhecer seu direito de
decidir o que fazer em vez de ceder às
expectativas ou solicitações de outras
pessoas, além de reconhecer o direito dos
demais. Você tem o direito de expressar sua
opinião, falar sobre os seus sentimentos,
pedir que os outros mudem algo que te afeta,
aceitar ou recusar qualquer coisa que te
digam ou peçam.
21. Como Dizer “Não”
• Não deixar o outro em dúvida: ser claro, firme e
objetivo
• Olhar nos olhos
• Você tem o direito de recusar, não sinta culpa
• Dizer de fato “não”!
• Sugerir alternativa
• Pedir que não se repita
• Mudar de assunto
• Evite desculpas
• Dramatização!!
22. Relaxamento
• Ambiente calmo, sem muitos estímulos (ex. Sons altos, cheiros
fortes, coisas que desviam a atenção)
• Cheiro agradável, uma roupa confortável, uma música tranquila
podem colaborar para o relaxamento.
• Deitar em uma superfície plana, com cabeça, costas, braços e
pernas encostados no chão.
• Inicie com a respiração abdominal profunda. Se concentre na
respiração, imagine o ar entrando até o umbigo e saindo, bem
lentamente. Focalizar a atenção na respiração.
• Ainda respirando calmamente, mentalizar e relaxar todas as
partes de seu corpo, de baixo para cima, sem tocá-los ou
movimentá-los. Isso exige boa consciência corporal, que pode
ser atingida com a prática. Dê o devido tempo a cada
partezinha.
• Aproveite!
23. Relaxamento
• Mentalize um lugar belo, gostoso, onde você gostaria de estar. Pode ser
um lugar real ou imaginário. Sinta-se nesse lugar, observe o que tem ao
seu redor, cores, sensações.
• Imagine-se aproveitando o que esse lugar tem a oferecer! Sinta-se livre.
Permaneça nessa etapa por alguns minutos.
• Caso seja hora de dormir, agora é um bom momento para deixar o sono
dominar.
• Não sendo esse o caso, comece a se movimentar, fazer movimentos que
sinta necessidade, espreguice, massageie o rosto (maxilar, bochechas,
maçã do rosto, sobrancelhas, nariz, ao redor dos olhos, testa, puxe de leve
as orelhas), massageie o couro cabeludo, as mão, dedos, pés, e ombros.
• Alguns desses exercícios podem ser adaptados para serem realizados em
qualquer lugar. Num momento de ansiedade, fazer a respiração abdominal
profunda bem lentamente, pode ajudar, e focalizar apenas uma atividade
cotidiana, ou tarefa por vez. Num momento de stress, massagear os
ombros, mãos ou pés pode fazer diferença.
24. Temáticas Livres
• Espiritualidade
– Ida “Como você compreende seu Poder
Superior e como se comunica com ele?”
– Volta “O que você gostaria que ele te
ajudasse a mudar em você mesmo?”
25. Família
Quando você representa um gatilho?
Qual alternativa para este
comportamento?
O que mais me incomoda na relação com o dependente
químico?
Quais minhas possibilidades diante disto?
O que cada um pode fazer pela família?
26. Conclusão
• Os sentidos e a aprendizagem
• O lúdico e o prazeroso
• A criatividade
• Ambiente favorável e seguro para olhar
para si e para o outro