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ARTICULAÇÃO ENTRE CONTEÚDOS E COMPETÊNCIAS CONTEXTUALIZADOS À
PRÁTICA PEDAGÓGICA



Vanessa Aparecida Ricardo Anastacio
Letras - Português


TEXTO DISSERTATIVO APRESENTADO NO MÓDULO 5
CURSO DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES DO ESTADO DE SÃO PAULO


“Aprender é um ato de conhecimento da realidade concreta, isto é, da situação real
vivida pelo educando, e só tem sentido se resulta de uma aproximação crítica
dessa realidade. O que é aprendido não decorre de uma imposição ou
memorização, mas do nível crítico de conhecimento, é o que foi incorporado como
resposta às situações (...)”. (Libâneo, 1986, p.35)


Na contemporaneidade, a organização da sociedade pode ser caracterizada por sua
complexidade e diversidade em todos os aspectos; culturais, educativos, econômicos,
políticos, etc. E a escola é o local onde os fenômenos sociais, bem como suas
diversidades são analisadas, exploradas, trabalhadas e discutidas em todas as
disciplinas, essas ainda que organizadas e sistematizadas cada qual à sua especifidade,
devem manter-se articuladas. Essa articulação é mediada pelo professor na relação ativa
em sala de aula com os educandos, com o intuito de que os conteúdos bem como as
competências e conhecimentos construídos venham a ajudá-los na análise, interpretação,
compreensão e problematização dos fatos e dos fenômenos da realidade complexa em
que vivem.
As especifidades correspondentes ao conteúdo de cada disciplina, constituem-se formas
de desenvolvimento de competências, habilidades e saberes aos educandos, que são
estendidas e firmadas pelos processos de ensino-aprendizagem, caracterizados
justamente, pelo diálogo (compreendendo-se aqui todos os tipos de linguagens)
contextualizados entre temas e conteúdos de uma mesma disciplina, bem como entre as
diversas disciplinas entre si, isto é, a interdisciplinaridade. Esse processo de
contextualização e a abordagem interdisciplinar objetivam a estabelecer relações que
estimulem      a   esses     educandos      a   desenvolver     competências     a
compreender, processar, pensar, criticar e incorporar os diferentes conteúdos e as
ligações entre as disciplinas, permitindo-lhe uma construção coerente e lógica dos
conhecimentos             adquiridos          nas           diferentes          áreas.
A abordagem contextualizada do conhecimento é um recurso o qual a escola dispõe para
que o aluno não fique apenas na condição de espectador passivo, o professor Paulo
Freire, por exemplo, aponta em uma de suas abordagens que o diálogo entre natureza e
cultura, entre o homem e a cultura e entre o homem e a natureza se constituem em
uma prática comum na alfabetização de jovens e adultos.
Como já fora citado na presente dissertação, atualmente a organização da sociedade está
marcada pelo pluralismo, além do rápido desenvolvimento econômico e das tecnologias,
logo, para cumprir o trabalho da formação do cidadão do século XXI, os professores, bem
como a escola devem estar comprometidos e preparados a propiciar, através das
diferentes linguagens, a construção do saber, do conhecimento, e das competências,
preparando esses cidadãos para a atuação e, transformação do mundo.
O conteúdo trabalhado pela escola deve desenvolver nos alunos além do conhecimento
material das disciplinas, as competências responsáveis para que esses alunos sejam
capazes de se expressar e comunicar suas ideias, bem como participar e interpretar sua
cultura, intervindo nas diversas situações pelo uso do pensamento, da criatividade e da
crítica.
Em sentido literal competência significa: “o conjunto de habilidade, atitude e
conhecimento (é a capacidade de mobilizar conhecimentos, valores e decisões para agir
de modo pertinente numa determinada situação)”. Sendo assim, para que o indivíduo seja
competente, é preciso dominar conhecimentos e também saber mobilizá-los e aplicá-los
de modo pertinente à situação, podemos apontar portanto, que competência é oriunda
dos conteúdos relacionados à vida, isto é, o processo de contextualização viabilizado
pelas disciplinas propiciam ao aluno o seu crescimento como cidadão consciente e crítico
capaz de exercer com excelência as reivindicações cotidianas de seus direitos e deveres,
respeitando às diversidades. Através do convívio e relacionamento com as diversas
manifestações culturais advindas das crenças, costumes, princípios e valores espera-se
que cada indivíduo passe a reconhecer e respeitar os direitos do outro bem como suas
diversidades e particularidades.
Para que esse processo de contextualização aconteça de fato com excelência, é
essencial que o educador esteja cônscio de que a humanidade e, por conseguinte a
sociedade, caracterizam-se pela produção e expressão da linguagem como sistema
simbólico tornando possível a troca e construção de referencias culturais, o conhecimento
e desenvolvimento, bem como a circulação de valores; assim sendo o respeito e
valorização das diversas formas de expressão dos alunos devem ser priorizados para que
os objetivos nesse aspecto sejam alcançados.
No momento em que o professor se propõe a trazer para a sala de aula situações das
quais os alunos se identifiquem em seu meio de vivencia, conseguem a contextualização
e por consequência a interação, retirando o aluno do “posto de espectador passivo” logo,
o aprendizado de maneira construtiva, produtiva.
De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais contextualizar o conteúdo nas
aulas com os alunos significa, primeiramente, assumir que todo conhecimento envolve
uma relação entre sujeito e objeto; “A contextualização visa dar significado ao que se
pretende ensinar para o aluno (...), auxilia na problematização dos saberes a ensinar,
fazendo com que o aluno sinta a necessidade de adquirir um conhecimento que ainda
não tem”. (PCN).
A escola portanto, precisa efetivamente trabalhar em prol da formação individual e coletiva
de identidades abertas à pluralidade cultural, educando para a cidadania nas relações
interpessoais avessas às desigualdades culturais e sociais. E o professor deve ser um
mediador facilitador do processo de ensino-aprendizagem junto ao aluno, em todo o
contexto no qual ele está inserido, e estar em atualização continuada mediante as rápidas
mudanças que ocorrem na globalização mundial atual. Freire (1996, p.43) afirma que:
“pensando criticamente a prática de hoje ou de ontem é que se pode melhorar a próxima
prática”. Contextualizar e/ou a integrar as disciplinas é portanto, otimizar o
desenvolvimento futuro desses alunos.

BIBLIOGRAFIAS
FONTES CITADAS
BIZZO, N. Ciências Biológicas. In DPEM/SEB/MEC. Orientações curriculares do ensino
médio. Brasília: MEC/SEB. 2004
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática
educativa. 20 ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996

Democratização da Escola Pública: a pedagogia crítico-social dos conteúdos
LIBÂNEO, J. I. C. Editora: Loyola, 1986.

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Articulação entre conteúdos e competências contextualizados à prática pedagógica

  • 1. ARTICULAÇÃO ENTRE CONTEÚDOS E COMPETÊNCIAS CONTEXTUALIZADOS À PRÁTICA PEDAGÓGICA Vanessa Aparecida Ricardo Anastacio Letras - Português TEXTO DISSERTATIVO APRESENTADO NO MÓDULO 5 CURSO DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES DO ESTADO DE SÃO PAULO “Aprender é um ato de conhecimento da realidade concreta, isto é, da situação real vivida pelo educando, e só tem sentido se resulta de uma aproximação crítica dessa realidade. O que é aprendido não decorre de uma imposição ou memorização, mas do nível crítico de conhecimento, é o que foi incorporado como resposta às situações (...)”. (Libâneo, 1986, p.35) Na contemporaneidade, a organização da sociedade pode ser caracterizada por sua complexidade e diversidade em todos os aspectos; culturais, educativos, econômicos, políticos, etc. E a escola é o local onde os fenômenos sociais, bem como suas diversidades são analisadas, exploradas, trabalhadas e discutidas em todas as disciplinas, essas ainda que organizadas e sistematizadas cada qual à sua especifidade, devem manter-se articuladas. Essa articulação é mediada pelo professor na relação ativa em sala de aula com os educandos, com o intuito de que os conteúdos bem como as competências e conhecimentos construídos venham a ajudá-los na análise, interpretação, compreensão e problematização dos fatos e dos fenômenos da realidade complexa em que vivem. As especifidades correspondentes ao conteúdo de cada disciplina, constituem-se formas de desenvolvimento de competências, habilidades e saberes aos educandos, que são estendidas e firmadas pelos processos de ensino-aprendizagem, caracterizados justamente, pelo diálogo (compreendendo-se aqui todos os tipos de linguagens) contextualizados entre temas e conteúdos de uma mesma disciplina, bem como entre as diversas disciplinas entre si, isto é, a interdisciplinaridade. Esse processo de contextualização e a abordagem interdisciplinar objetivam a estabelecer relações que estimulem a esses educandos a desenvolver competências a compreender, processar, pensar, criticar e incorporar os diferentes conteúdos e as ligações entre as disciplinas, permitindo-lhe uma construção coerente e lógica dos conhecimentos adquiridos nas diferentes áreas. A abordagem contextualizada do conhecimento é um recurso o qual a escola dispõe para que o aluno não fique apenas na condição de espectador passivo, o professor Paulo Freire, por exemplo, aponta em uma de suas abordagens que o diálogo entre natureza e cultura, entre o homem e a cultura e entre o homem e a natureza se constituem em uma prática comum na alfabetização de jovens e adultos. Como já fora citado na presente dissertação, atualmente a organização da sociedade está marcada pelo pluralismo, além do rápido desenvolvimento econômico e das tecnologias, logo, para cumprir o trabalho da formação do cidadão do século XXI, os professores, bem como a escola devem estar comprometidos e preparados a propiciar, através das diferentes linguagens, a construção do saber, do conhecimento, e das competências, preparando esses cidadãos para a atuação e, transformação do mundo.
  • 2. O conteúdo trabalhado pela escola deve desenvolver nos alunos além do conhecimento material das disciplinas, as competências responsáveis para que esses alunos sejam capazes de se expressar e comunicar suas ideias, bem como participar e interpretar sua cultura, intervindo nas diversas situações pelo uso do pensamento, da criatividade e da crítica. Em sentido literal competência significa: “o conjunto de habilidade, atitude e conhecimento (é a capacidade de mobilizar conhecimentos, valores e decisões para agir de modo pertinente numa determinada situação)”. Sendo assim, para que o indivíduo seja competente, é preciso dominar conhecimentos e também saber mobilizá-los e aplicá-los de modo pertinente à situação, podemos apontar portanto, que competência é oriunda dos conteúdos relacionados à vida, isto é, o processo de contextualização viabilizado pelas disciplinas propiciam ao aluno o seu crescimento como cidadão consciente e crítico capaz de exercer com excelência as reivindicações cotidianas de seus direitos e deveres, respeitando às diversidades. Através do convívio e relacionamento com as diversas manifestações culturais advindas das crenças, costumes, princípios e valores espera-se que cada indivíduo passe a reconhecer e respeitar os direitos do outro bem como suas diversidades e particularidades. Para que esse processo de contextualização aconteça de fato com excelência, é essencial que o educador esteja cônscio de que a humanidade e, por conseguinte a sociedade, caracterizam-se pela produção e expressão da linguagem como sistema simbólico tornando possível a troca e construção de referencias culturais, o conhecimento e desenvolvimento, bem como a circulação de valores; assim sendo o respeito e valorização das diversas formas de expressão dos alunos devem ser priorizados para que os objetivos nesse aspecto sejam alcançados. No momento em que o professor se propõe a trazer para a sala de aula situações das quais os alunos se identifiquem em seu meio de vivencia, conseguem a contextualização e por consequência a interação, retirando o aluno do “posto de espectador passivo” logo, o aprendizado de maneira construtiva, produtiva. De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais contextualizar o conteúdo nas aulas com os alunos significa, primeiramente, assumir que todo conhecimento envolve uma relação entre sujeito e objeto; “A contextualização visa dar significado ao que se pretende ensinar para o aluno (...), auxilia na problematização dos saberes a ensinar, fazendo com que o aluno sinta a necessidade de adquirir um conhecimento que ainda não tem”. (PCN). A escola portanto, precisa efetivamente trabalhar em prol da formação individual e coletiva de identidades abertas à pluralidade cultural, educando para a cidadania nas relações interpessoais avessas às desigualdades culturais e sociais. E o professor deve ser um mediador facilitador do processo de ensino-aprendizagem junto ao aluno, em todo o contexto no qual ele está inserido, e estar em atualização continuada mediante as rápidas mudanças que ocorrem na globalização mundial atual. Freire (1996, p.43) afirma que: “pensando criticamente a prática de hoje ou de ontem é que se pode melhorar a próxima prática”. Contextualizar e/ou a integrar as disciplinas é portanto, otimizar o desenvolvimento futuro desses alunos. BIBLIOGRAFIAS FONTES CITADAS BIZZO, N. Ciências Biológicas. In DPEM/SEB/MEC. Orientações curriculares do ensino médio. Brasília: MEC/SEB. 2004
  • 3. FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 20 ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996 Democratização da Escola Pública: a pedagogia crítico-social dos conteúdos LIBÂNEO, J. I. C. Editora: Loyola, 1986.