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Lição 05 – CPAD – Jovens e Adultos
Tema: 2º Coríntios
Comentarista: Pr. Elienai Cabral

LIÇÃO 05 – TESOURO EM VASOS DE BARRO

“Temos, porém, esse tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de
Deus e não de nós” (2 Co 4.7)

Leitura Bíblica em Classe – 2 Coríntios 4.7-12

Objetivos:
Conscientizar-se de que mesmo sendo frágeis, Deus nos usa para transmitir as Boas Novas
e nos dá poder para realizarmos sua obra.
Compreender as fragilidades dos vasos de barro.
Saber que no final os vasos de barro serão glorificados pelo Senhor.


Introdução

        Quem é o homem? Como ele se vê diante de Deus? Como ele se vê diante da
sociedade e de si mesmo? Por que se vangloria de conquistas vis? Percebe-se na história da
humanidade o crescimento de pessoas ensimesmadas, envolvidas consigo mesmas,
idólatras. Ora, o que é a idolatria, senão o entronizar o homem em lugar da pessoa de Deus,
quando pessoas louvam-se a si próprias? A soberba e a altivez vêm dominando o ser
humano e produzindo pessoas cada vez piores em seus relacionamentos. E não só fazem
como consentem e incentivam outros ao mesmo erro.

       Paulo, mesmo provocado pelos falsos profetas, que surgiram na igreja de Corinto,
foi prudente em seu proceder e parecer quando procurou reafirmar seu chamado e sua
autoridade, sem, contudo, permitir deixar-se exaltar. Não, ao contrário, na medida em que
reafirma seu chamado, demonstra sua pequenez quando diz: “porventura, começamos
outra vez a louvar-nos a nós mesmos?” (2 Co 3.1), ou, ainda, “e é por Cristo que temos tal
confiança em Deus;” (2 Co 3.4), e, também, “não que sejamos capazes, por nós, de pensar
alguma coisa, como de nós mesmos; mas a nossa capacidade vem de Deus, o qual nos fez
também capazes de ser ministros dum Novo Testamento, não da letra, mas do Espírito;
porque a letra mata, e o Espírito vivifica” (2 Co 3.5-6).

       É assim, como vaso de barro que Paulo se apresenta, quando diz “temos, porém,
esse tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus e não de
nós” (2 Co 4.7).


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O impacto de sua humildade

        Como esse posicionamento difere dos opositores de Paulo. Paulo ensinou aos
coríntios a grandeza de um verdadeiro líder. Proporcionou, com suas atitudes, um ensino
aos coríntios cujo impacto na vida deles foi além da capacidade de escrever do apóstolo dos
gentios. Ele demonstrou atitude confiante, caráter firme, autenticidade, não demonstrou
capricho, orgulho ou covardia e muito menos conivência pessoal para tratar do ofensor que
transtornara o Evangelho entre os coríntios ao tratar adequadamente a posição daqueles que
difamam alguém.

       Os coríntios comovidos por tal atitude, reconheceram a liderança de Paulo e
mostraram que é possível amar mesmo aqueles que são diferentes no pensar e no agir,
embora sejam exortados a qualificarem seus procedimentos a fim de não causar prejuízo
entre os filhos de Deus, mesmo Paulo ensinara acerca da capacidade de perdoar, ao proferir
bênçãos: “abençoai aos que vos perseguem; abençoai e não amaldiçoeis” (Rm. 12.14).
Parece-me que a humanidade não entende a grandeza do perdão e vem nesse gesto uma
manifestação de fraqueza. Mas, através de Cristo Jesus, Deus confundiu os sábios em sua
sabedoria, e, através do Espírito, proporcionou essa grande boa nova, que é ser, o perdão,
uma atitude nobre, de uma grandeza impressionante, numa demonstração de amor
imensurável, beneficiando o ofensor, concedendo oportunidade de recomeçar sua trajetória
de vida, e, ser atraído pelo mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus.



O triunfalismo ofusca a glória de Deus

       O triunfalismo que propaga como praga nos arraiais evangélicos, contraria os
ensinamentos de Cristo Jesus. Expressões “somos mais que vencedores”, “se Deus é por
nós quem será contra nós”, “você é maior para Deus”, tem provocado um efeito devastador
no comportamento dos crentes de nossa geração.

      Wallace Souza parece ter compreendido o que significa triunfalismo. Ele afirma
“que estamos hoje em dia vendo um fenômeno interessante e ao mesmo tempo
preocupante: o triunfalismo ganhando cada vez mais terreno no arraial evangélico. Ele diz
que:
              “Mas o que é triunfalismo? Que significa esta palavra esquisita?
              Triunfalismo advém de triunfo, que é o mesmo que vitória, conquista,
              sucesso, etc. Todavia, no meio cristão isto veio a representar uma atitude
              positivista frente às adversidades da vida. Teoricamente, não chega a ser
              uma má coisa. Teoricamente. Sim, porque o desânimo tem afogado muitas
              pessoas nas águas lamacentas da mágoa e desesperança, causando o
              naufrágio de muitos sonhos brilhantes. Logo, é louvável ter uma atitude de


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não esmorecer frente às dificuldades tão presentes no corre-corre diário.
Mas daí permitir que essa atitude chegue às raias da arrogância e do
orgulho é simplesmente solapar o alicerce do caráter cristão expresso nas
palavras de Jesus: aprendei de mim que sou humilde e manso de coração.
Presenciamos hoje, no meio cristão, cenas impensáveis até algum tempo
atrás. Talvez o acréscimo rápido nas estatísticas eclesiásticas não tenha
sido acompanhado de um plano eficaz de doutrinamento bíblico e
discipulado... Infelizmente, junto com o expressivo crescimento evangélico
no Brasil, assistimos um decréscimo repugnante no nível de caráter
apresentado pelos cristãos evangélicos de um modo geral. Ser crente (ou
pastor) não é mais sinônimo de caráter ilibado e idoneidade moral.
Infelizmente, observamos cada vez mais o distanciamento entre o
comportamento assumido dentro da igreja e fora dela. O cristão evangélico
de hoje, dependendo da forma como foi doutrinado ou se é que o foi, é uma
incógnita teológica: não sabe em que crê, por que crê e como crer de forma
ortodoxa... O triunfalismo nada mais é que o principal produto da
famigerada Teologia da Prosperidade, na qual acrescento o “Material”,
ficando assim: Teologia da Prosperidade Material (ou TPM dos crentes…).
É um tal de não aceito isso, não aceito aquilo outro, doente não posso ficar,
miséria não é pra mim e por aí vai… A aceitação, ou melhor, a proclamação
da Teologia da Prosperidade foi a institucionalização da arrogância entre
os crentes. Por que essa “nova revelação” não surgiu na época da igreja
primitiva? Seria muito útil lá, afinal a perseguição era terrível e cruel. Ser
cristão naquela época era quase que ser considerado terrorista da Al Qaeda
nos dias de hoje. Mas os intentos de Satanás foram frustrados, visto que
para cada cristão que morria surgiam dez em seu lugar! Parecia que era
fertilizante e não sangue que corria em suas veias. Cada gota de sangue
cristão derramado irrigava uma nova safra de crentes mais dispostos que a
anterior, para desespero do diabo. Aquilo pra ele era um verdadeiro
inferno. Escaldado com essas experiências negativas (ou seria melhor dizer
positivas?), ele resolveu mudar de tática: descobriu que melhor que matar
um crente fiel era deixá-lo vivo, mas tornando-o infiel. Com isso, o benefício
seria duplo: enquanto a morte de um crente fiel produzia piedade em vários
outros, a vida de um crente infiel (se é que isso existe!) traz vilipêndio ao
nome de Jesus e desmoralização à sua igreja, que é o seu corpo. Preciso
reconhecer, todavia, que não existem pessoas perfeitas. Há pessoas sinceras
e que expressam um compromisso com Cristo que ainda se encontram em
processo de lapidação e aperfeiçoamento do caráter que cometem muitos
vacilos na fé.”
(WALLACWE LARA. O Triunfalismo Cristão é de Deus ou do Diabo? Disponível em:
http://comoviveremos.com/2006/10/21/o-triunfalis-mo-cristao-e-de-deus-ou-do-diabo/, a-
cessado em 22/01/2010, às 20h27).


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        Seja como for, o triunfalismo tão presente nos tempos modernos contrasta com os
ensinos de Cristo Jesus. Mesmo diante de grandeza de seu ministério, Paulo não era
triunfalista. Seu ministério não era produto de palavras vazias de vãs filosofias. Sua
orientação teológica era “pé no chão”, na seriedade com que se deve conduzir a vida no
Evangelho. Paulo tomado pela sua incapacidade, como vemos em Romanos 7, direciona
suas reflexões para a grandeza de Deus. Compreende que tudo que fez até o presente
momento não resultado de obra humana, mas divina. Que as curas, as conversões, os
livramentos, os milagres, as igrejas, eram todas obras cuja capacidade era acima da
capacidade humana. Era sobrenatural.

       E Paulo preocupasse em orientar os irmãos corintos de que, na verdade, “sem Jesus
não dá”. É preciso compreender que não são shows de fé, nem espetáculos ao mundo; mas
manifestações do poder de Deus.

       E, então, quem era Paulo? Quem era ele para triunfar diante das obras que não eram
suas? Que direito ele teria nisso? Nenhum. Aí ele entende que disse Jesus “...A minha
graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza...” (2 Co 12.9a), a ponto de
Paulo considerar “de boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em
mim habite o poder de Cristo” (2 Co 12.9b).



Paulo reconhece-se como vaso de barro

       Tendo falado da luz gloriosa do evangelho em 2 Co 4.1-6, Paulo contrasta, em 4.7-
12, esse evangelho com a fraqueza daqueles que o pregam. Essa verdade é declarada como
princípio genérico no versículo 7, ilustrada nos versículos 8-9 e declarada outra vez como
princípio nos versículos 10-11, sendo o princípio estendido no versículo 12.1

       Anunciar o Evangelho significava esvaziar-se de si mesmo, ao contrário dos
pregadores que surgiram naquela época, e que ainda envenenam a igreja em nossos dias,
que procuram extorquir a noiva do Cordeiro oferecendo um “evangelho” fácil, sem
renúncia, sem compromisso, santidade; iludindo as pessoas, com fins de obter lucro;
ensinando o que as pessoas querem ouvir independentemente se estão erradas ou não.
Paulo, ao contrário, visava unicamente à glória de Deus, oferecendo a cruz de Cristo e um

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  KRUSE, Colin G. The Second Epistle of Paul to the Corinthians – An Introducion and Comentary.
Tradução de Oswaldo Ramos. Revisão Liege Marucci, João Guimarães, Theófilo Vieira. Coordenação
editorial e de produção: Vera Villar. SOCIEDADE RELIGIOSA EDIÇÕES VIDA NOVA, 1994. 114 p.
(Série Cultura Bíblica).



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caminho estreito para chegar ao céu, anunciando não o que gostamos de ouvir, mas o que
precisamos ouvir, corrige-nos sempre quando erramos porque nos ama. Assim temos o
contraste. Os mestres autênticos, não estão interessados em estética, aparência externa, mas
em ética, transformação interior.

       Assim Paulo vê-se como vaso de barro, reconhece suas fragilidades, percebe-se útil
para o Senhor, superando os sofrimentos, cheio do Espírito Santo, anunciando as Boas
Novas, guardando em seu interior um tesouro, conhecido por seus bons frutos.

        Vasos de barros eram artigos encontrados virtualmente em todos os lares do antigo
oriente médio. Eram baratos, e quebravam-se com facilidade. Diferentemente de vasos
metálicos (que podiam ser consertados), ou de vidro (que podiam ser derretidos, e o
material reaproveitado), tais vasos de barro, uma vez quebrados, tinham que ser atirados no
lixo. Portanto, eram de baixo custo e de baixo valor intrínseco. Talvez Paulo tivesse em
mente as pequenas lamparinas de barro, para azeite, adquiríveis por umas moedas em
qualquer bazar local. Se isso for verdade “a luz do evangelho” seria o tesouro, e os
apóstolos, em sua fragilidade, seriam as lamparinas de barro, portadores da luz que ilumina
o mundo todo. Esse contraste entre o tesouro e os vasos de barro que o contêm objetiva
mostrar que “a excelência do poder é de Deus e não de nós”. Em 1.9, Paulo testemunha que
a aflição que ele experimentou na Ásia ensinou-lhe uma lição: “Que não confiemos em nós,
e, sim, no Deus que ressuscita os mortos”. De modo semelhante a fragilidade dos
mensageiros demonstra aqui, não tanto perante os apóstolos, mas antes perante o mundo,
que “a excelência do poder [é] de Deus e não de nós” O princípio geral enunciado no
versículo 7 é ilustrado nos versículos 8 e 9 numa série de quatro declarações paradoxais.
Elas refletem, de um lado, a vulnerabilidade de Paulo e de seus companheiros, e por outro
lado, o poder de Deus que os sustenta. “Em tudo somos atribulados, porém não
angustiados; perplexos, porém não desanimados; perseguidos, porém não desamparados;
abatidos, porém não destruídos.” Paulo alude aqui ao tipo de experiências concretas onde a
imagem (morte e vida de Jesus) é diferente, mas o princípio é o mesmo. Nos versículos 10
e 11, encontramos Paulo enfatizando o sentido de experimentar a morte e a vida de Jesus,
como o contexto geral deixa bem claro, não deve ser interpretado de modo místico, mas
muito concretamente. Apanhado em aflições e perseguições, Paulo se via continuamente
exposto à morte. É oq eu lemos em Romanos 8.36: “Como está escrito: Por amor de ti,
somos entregues à morte o dia todo; fomos considerados como ovelhas para o matadouro”.
Todavia, quando o apóstolo concorda em ser entregue “à morte o dia todo”, ele passa a
compartilhar, dessa maneira, o destino de Jesus, e ao mesmo tempo descobre que a vida
oriunda da ressurreição do Senhor crucificado e ressurreto descobre que o que é
proclamado em sua mensagem também se torna exemplificado em sua vida. Por um lado, o
pregador é diariamente submetido a forças que o arrastam para a morte, mas, por outro
lado, ele é continuamente amparado, levado em triunfo, sem triunfalismo, e torna-se mais
do que vencedor, pela experiência da vida oriunda da ressurreição de Jesus que opera em


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seu corpo mortal. “De modo que em nós opera a morte; mas em vós, a vida”. Esta
declaração sumária conduz aquele pensamento um pouco mais longe. A exposição diária a
forças conducentes à morte é experiência comum para Paulo; todavia, acompanha-o a
contínua manifestação da vida de Jesus, não apenas objetivando sustentá-lo mas também
operar por seu intermédio, e levar a vida a outras pessoas.2



Esvaziar-nos de nós mesmos

        O pastor Marcelo Dantas, em seu livro, fez a seguinte pergunta: “O púlpito é lugar
de gente vazia?”3 Evidentemente que isso merece uma consideração entre o estético e o
ético. O púlpito deve ser considerado sagrado e utilizado com reverência e temor ao Senhor
Deus (ético). Muitos pregadores despidos do ético, enveredam apenas pelo caminho
estético, quando investem apenas na capacidade de persuasão e oratória, o domínio das
técnicas e da arte de bem falar em público, mas esquecem do ético. A busca de poder, fama,
sucesso, reconhecimento, preocupação com agenda mais concorrida, ginásios lotados, culto
à personalidade, aplausos e glória são os principais atrativos para quem deseja o ministério
da Palavra atualmente, uma inversão de valores que aparentemente parece ser irreversível.4
É o triunfalismo que tanto atrai, mas que nada edifica, que não contribui para o Reino de
Deus.

       Mas, em contraste desse retrato tão deteriorado do que fazem com o ministério da
Palavra, temos o modelo de um homem vazio de si mesmo: Paulo. Vazio não do tesouro do
céu, mas de do “eu”, nos interesses pessoais e egoístas, da vaidade pessoal, soberba,
orgulho e ambições. Pastor Marcelo Dantas enfatiza que “obviamente todos possuem sua
auto-estima, e tem necessidade de reconhecer-se importante e útil em suas relações
pessoais. O que queremos aqui propor é a apreciação de que não somos infalíveis. Somos
possuidores de limitações consideráveis e estamos em constante processo de crescimento e
maturação na vida”5. Ele continua “é necessário nos conscientizarmos acerca do cristão
como mensageiro do Reino, e o grande desafio que existe de nos aproximar de Cristo de
maneira tal que existe de nos aproximar de Cristo de maneira tal que possamos dizer como
Paulo ‘Mas em nada tenho a minha vida por preciosa, contanto que cumpra com alegria a

2
  KRUSE, Colin G. The Second Epistle of Paul to the Corinthians – An Introducion and Comentary.
Tradução de Oswaldo Ramos. Revisão Liege Marucci, João Guimarães, Theófilo Vieira. Coordenação
editorial e de produção: Vera Villar. SOCIEDADE RELIGIOSA EDIÇÕES VIDA NOVA, 1994. 114-115 p.
(Série Cultura Bíblica).
3
  DANTAS, Marcelo Alves. O Desafio da Interpretação Bíblica no Século XXI: uma abordagem
contemporânea. Hermenêutica e Homilética Bíblica. São Paulo: Geração Master’s Editora, 2009. 65 p.
4
  Idem. 66 p.
5
  Ibidem. 68 p.

                                                                             www.iead-msbc.com.br
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minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus Cristo, para dar testemunho do
Evangelho da graça de Deus – Já estou crucificado com Cristo; e vivo não mais eu, mas,
Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne vivo-a na fé do filho de Deus, o qual
me amou e se entregou a si mesmo por mim’ (At. 20.24; Gl. 2.20).”



Conclusão

         Segundo Champlin6, os vasos de barro, apesar de aludirem particularmente ao corpo
físico, na realidade, dentro da ilustração do apóstolo, fala sobre a personalidade humana
inteira, vista segundo o ângulo de sua mortalidade. Assim, nenhum homem pode gloriar-se
em si mesmo. Pois isso é loucura!! Somos vasos de barro na qual a excelência do poder de
Deus, que não tem medida, é depositado, contrastado com a debilitada condição da
mortalidade. É necessário o poder magnificente de Deus para que os remidos recebam o
“tesouro”, e, Paulo era ministro fiel desse poder, embora não seu originador, e nem merecia
ele qualquer glória por causa de seu ofício. Esse poder divino, vence todas as dificuldades
nas vidas dos ministros, livrando-os do perigo e da morte, e tornando-os bem sucedidos no
trabalho do Evangelho. A condição mortal do homem comprova que, na verdade, o poder
vem de Deus. Portanto, “temos, porém, esse tesouro em vasos de barro, para que a
excelência do poder seja de Deus e não de nós” (2 Co 4.7)

       Soli Deo gloria


                                                                                          Por
                                                                            Ev. Valter Borges
                                                                           Pastor AD Thelma




6
  O Novo Testamento Interpretado: versículo por versículo – volume 4. R. N. Champlin, Ph. D. 9ª
Reimpressão – São Paulo: CANDEIA, 1995. 326 p.

                                                                      www.iead-msbc.com.br
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Ebd 1º Tri 2010 LiçãO 05 31012010 SubsíDio

  • 1. Subsídios para Escola Bíblica Dominical Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério de São Bernardo do Campo www.iead-msbc.com.br Lição 05 – CPAD – Jovens e Adultos Tema: 2º Coríntios Comentarista: Pr. Elienai Cabral LIÇÃO 05 – TESOURO EM VASOS DE BARRO “Temos, porém, esse tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus e não de nós” (2 Co 4.7) Leitura Bíblica em Classe – 2 Coríntios 4.7-12 Objetivos: Conscientizar-se de que mesmo sendo frágeis, Deus nos usa para transmitir as Boas Novas e nos dá poder para realizarmos sua obra. Compreender as fragilidades dos vasos de barro. Saber que no final os vasos de barro serão glorificados pelo Senhor. Introdução Quem é o homem? Como ele se vê diante de Deus? Como ele se vê diante da sociedade e de si mesmo? Por que se vangloria de conquistas vis? Percebe-se na história da humanidade o crescimento de pessoas ensimesmadas, envolvidas consigo mesmas, idólatras. Ora, o que é a idolatria, senão o entronizar o homem em lugar da pessoa de Deus, quando pessoas louvam-se a si próprias? A soberba e a altivez vêm dominando o ser humano e produzindo pessoas cada vez piores em seus relacionamentos. E não só fazem como consentem e incentivam outros ao mesmo erro. Paulo, mesmo provocado pelos falsos profetas, que surgiram na igreja de Corinto, foi prudente em seu proceder e parecer quando procurou reafirmar seu chamado e sua autoridade, sem, contudo, permitir deixar-se exaltar. Não, ao contrário, na medida em que reafirma seu chamado, demonstra sua pequenez quando diz: “porventura, começamos outra vez a louvar-nos a nós mesmos?” (2 Co 3.1), ou, ainda, “e é por Cristo que temos tal confiança em Deus;” (2 Co 3.4), e, também, “não que sejamos capazes, por nós, de pensar alguma coisa, como de nós mesmos; mas a nossa capacidade vem de Deus, o qual nos fez também capazes de ser ministros dum Novo Testamento, não da letra, mas do Espírito; porque a letra mata, e o Espírito vivifica” (2 Co 3.5-6). É assim, como vaso de barro que Paulo se apresenta, quando diz “temos, porém, esse tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus e não de nós” (2 Co 4.7). www.iead-msbc.com.br 1
  • 2. Subsídios para Escola Bíblica Dominical Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério de São Bernardo do Campo www.iead-msbc.com.br O impacto de sua humildade Como esse posicionamento difere dos opositores de Paulo. Paulo ensinou aos coríntios a grandeza de um verdadeiro líder. Proporcionou, com suas atitudes, um ensino aos coríntios cujo impacto na vida deles foi além da capacidade de escrever do apóstolo dos gentios. Ele demonstrou atitude confiante, caráter firme, autenticidade, não demonstrou capricho, orgulho ou covardia e muito menos conivência pessoal para tratar do ofensor que transtornara o Evangelho entre os coríntios ao tratar adequadamente a posição daqueles que difamam alguém. Os coríntios comovidos por tal atitude, reconheceram a liderança de Paulo e mostraram que é possível amar mesmo aqueles que são diferentes no pensar e no agir, embora sejam exortados a qualificarem seus procedimentos a fim de não causar prejuízo entre os filhos de Deus, mesmo Paulo ensinara acerca da capacidade de perdoar, ao proferir bênçãos: “abençoai aos que vos perseguem; abençoai e não amaldiçoeis” (Rm. 12.14). Parece-me que a humanidade não entende a grandeza do perdão e vem nesse gesto uma manifestação de fraqueza. Mas, através de Cristo Jesus, Deus confundiu os sábios em sua sabedoria, e, através do Espírito, proporcionou essa grande boa nova, que é ser, o perdão, uma atitude nobre, de uma grandeza impressionante, numa demonstração de amor imensurável, beneficiando o ofensor, concedendo oportunidade de recomeçar sua trajetória de vida, e, ser atraído pelo mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus. O triunfalismo ofusca a glória de Deus O triunfalismo que propaga como praga nos arraiais evangélicos, contraria os ensinamentos de Cristo Jesus. Expressões “somos mais que vencedores”, “se Deus é por nós quem será contra nós”, “você é maior para Deus”, tem provocado um efeito devastador no comportamento dos crentes de nossa geração. Wallace Souza parece ter compreendido o que significa triunfalismo. Ele afirma “que estamos hoje em dia vendo um fenômeno interessante e ao mesmo tempo preocupante: o triunfalismo ganhando cada vez mais terreno no arraial evangélico. Ele diz que: “Mas o que é triunfalismo? Que significa esta palavra esquisita? Triunfalismo advém de triunfo, que é o mesmo que vitória, conquista, sucesso, etc. Todavia, no meio cristão isto veio a representar uma atitude positivista frente às adversidades da vida. Teoricamente, não chega a ser uma má coisa. Teoricamente. Sim, porque o desânimo tem afogado muitas pessoas nas águas lamacentas da mágoa e desesperança, causando o naufrágio de muitos sonhos brilhantes. Logo, é louvável ter uma atitude de www.iead-msbc.com.br 2
  • 3. Subsídios para Escola Bíblica Dominical Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério de São Bernardo do Campo www.iead-msbc.com.br não esmorecer frente às dificuldades tão presentes no corre-corre diário. Mas daí permitir que essa atitude chegue às raias da arrogância e do orgulho é simplesmente solapar o alicerce do caráter cristão expresso nas palavras de Jesus: aprendei de mim que sou humilde e manso de coração. Presenciamos hoje, no meio cristão, cenas impensáveis até algum tempo atrás. Talvez o acréscimo rápido nas estatísticas eclesiásticas não tenha sido acompanhado de um plano eficaz de doutrinamento bíblico e discipulado... Infelizmente, junto com o expressivo crescimento evangélico no Brasil, assistimos um decréscimo repugnante no nível de caráter apresentado pelos cristãos evangélicos de um modo geral. Ser crente (ou pastor) não é mais sinônimo de caráter ilibado e idoneidade moral. Infelizmente, observamos cada vez mais o distanciamento entre o comportamento assumido dentro da igreja e fora dela. O cristão evangélico de hoje, dependendo da forma como foi doutrinado ou se é que o foi, é uma incógnita teológica: não sabe em que crê, por que crê e como crer de forma ortodoxa... O triunfalismo nada mais é que o principal produto da famigerada Teologia da Prosperidade, na qual acrescento o “Material”, ficando assim: Teologia da Prosperidade Material (ou TPM dos crentes…). É um tal de não aceito isso, não aceito aquilo outro, doente não posso ficar, miséria não é pra mim e por aí vai… A aceitação, ou melhor, a proclamação da Teologia da Prosperidade foi a institucionalização da arrogância entre os crentes. Por que essa “nova revelação” não surgiu na época da igreja primitiva? Seria muito útil lá, afinal a perseguição era terrível e cruel. Ser cristão naquela época era quase que ser considerado terrorista da Al Qaeda nos dias de hoje. Mas os intentos de Satanás foram frustrados, visto que para cada cristão que morria surgiam dez em seu lugar! Parecia que era fertilizante e não sangue que corria em suas veias. Cada gota de sangue cristão derramado irrigava uma nova safra de crentes mais dispostos que a anterior, para desespero do diabo. Aquilo pra ele era um verdadeiro inferno. Escaldado com essas experiências negativas (ou seria melhor dizer positivas?), ele resolveu mudar de tática: descobriu que melhor que matar um crente fiel era deixá-lo vivo, mas tornando-o infiel. Com isso, o benefício seria duplo: enquanto a morte de um crente fiel produzia piedade em vários outros, a vida de um crente infiel (se é que isso existe!) traz vilipêndio ao nome de Jesus e desmoralização à sua igreja, que é o seu corpo. Preciso reconhecer, todavia, que não existem pessoas perfeitas. Há pessoas sinceras e que expressam um compromisso com Cristo que ainda se encontram em processo de lapidação e aperfeiçoamento do caráter que cometem muitos vacilos na fé.” (WALLACWE LARA. O Triunfalismo Cristão é de Deus ou do Diabo? Disponível em: http://comoviveremos.com/2006/10/21/o-triunfalis-mo-cristao-e-de-deus-ou-do-diabo/, a- cessado em 22/01/2010, às 20h27). www.iead-msbc.com.br 3
  • 4. Subsídios para Escola Bíblica Dominical Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério de São Bernardo do Campo www.iead-msbc.com.br Seja como for, o triunfalismo tão presente nos tempos modernos contrasta com os ensinos de Cristo Jesus. Mesmo diante de grandeza de seu ministério, Paulo não era triunfalista. Seu ministério não era produto de palavras vazias de vãs filosofias. Sua orientação teológica era “pé no chão”, na seriedade com que se deve conduzir a vida no Evangelho. Paulo tomado pela sua incapacidade, como vemos em Romanos 7, direciona suas reflexões para a grandeza de Deus. Compreende que tudo que fez até o presente momento não resultado de obra humana, mas divina. Que as curas, as conversões, os livramentos, os milagres, as igrejas, eram todas obras cuja capacidade era acima da capacidade humana. Era sobrenatural. E Paulo preocupasse em orientar os irmãos corintos de que, na verdade, “sem Jesus não dá”. É preciso compreender que não são shows de fé, nem espetáculos ao mundo; mas manifestações do poder de Deus. E, então, quem era Paulo? Quem era ele para triunfar diante das obras que não eram suas? Que direito ele teria nisso? Nenhum. Aí ele entende que disse Jesus “...A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza...” (2 Co 12.9a), a ponto de Paulo considerar “de boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de Cristo” (2 Co 12.9b). Paulo reconhece-se como vaso de barro Tendo falado da luz gloriosa do evangelho em 2 Co 4.1-6, Paulo contrasta, em 4.7- 12, esse evangelho com a fraqueza daqueles que o pregam. Essa verdade é declarada como princípio genérico no versículo 7, ilustrada nos versículos 8-9 e declarada outra vez como princípio nos versículos 10-11, sendo o princípio estendido no versículo 12.1 Anunciar o Evangelho significava esvaziar-se de si mesmo, ao contrário dos pregadores que surgiram naquela época, e que ainda envenenam a igreja em nossos dias, que procuram extorquir a noiva do Cordeiro oferecendo um “evangelho” fácil, sem renúncia, sem compromisso, santidade; iludindo as pessoas, com fins de obter lucro; ensinando o que as pessoas querem ouvir independentemente se estão erradas ou não. Paulo, ao contrário, visava unicamente à glória de Deus, oferecendo a cruz de Cristo e um 1 KRUSE, Colin G. The Second Epistle of Paul to the Corinthians – An Introducion and Comentary. Tradução de Oswaldo Ramos. Revisão Liege Marucci, João Guimarães, Theófilo Vieira. Coordenação editorial e de produção: Vera Villar. SOCIEDADE RELIGIOSA EDIÇÕES VIDA NOVA, 1994. 114 p. (Série Cultura Bíblica). www.iead-msbc.com.br 4
  • 5. Subsídios para Escola Bíblica Dominical Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério de São Bernardo do Campo www.iead-msbc.com.br caminho estreito para chegar ao céu, anunciando não o que gostamos de ouvir, mas o que precisamos ouvir, corrige-nos sempre quando erramos porque nos ama. Assim temos o contraste. Os mestres autênticos, não estão interessados em estética, aparência externa, mas em ética, transformação interior. Assim Paulo vê-se como vaso de barro, reconhece suas fragilidades, percebe-se útil para o Senhor, superando os sofrimentos, cheio do Espírito Santo, anunciando as Boas Novas, guardando em seu interior um tesouro, conhecido por seus bons frutos. Vasos de barros eram artigos encontrados virtualmente em todos os lares do antigo oriente médio. Eram baratos, e quebravam-se com facilidade. Diferentemente de vasos metálicos (que podiam ser consertados), ou de vidro (que podiam ser derretidos, e o material reaproveitado), tais vasos de barro, uma vez quebrados, tinham que ser atirados no lixo. Portanto, eram de baixo custo e de baixo valor intrínseco. Talvez Paulo tivesse em mente as pequenas lamparinas de barro, para azeite, adquiríveis por umas moedas em qualquer bazar local. Se isso for verdade “a luz do evangelho” seria o tesouro, e os apóstolos, em sua fragilidade, seriam as lamparinas de barro, portadores da luz que ilumina o mundo todo. Esse contraste entre o tesouro e os vasos de barro que o contêm objetiva mostrar que “a excelência do poder é de Deus e não de nós”. Em 1.9, Paulo testemunha que a aflição que ele experimentou na Ásia ensinou-lhe uma lição: “Que não confiemos em nós, e, sim, no Deus que ressuscita os mortos”. De modo semelhante a fragilidade dos mensageiros demonstra aqui, não tanto perante os apóstolos, mas antes perante o mundo, que “a excelência do poder [é] de Deus e não de nós” O princípio geral enunciado no versículo 7 é ilustrado nos versículos 8 e 9 numa série de quatro declarações paradoxais. Elas refletem, de um lado, a vulnerabilidade de Paulo e de seus companheiros, e por outro lado, o poder de Deus que os sustenta. “Em tudo somos atribulados, porém não angustiados; perplexos, porém não desanimados; perseguidos, porém não desamparados; abatidos, porém não destruídos.” Paulo alude aqui ao tipo de experiências concretas onde a imagem (morte e vida de Jesus) é diferente, mas o princípio é o mesmo. Nos versículos 10 e 11, encontramos Paulo enfatizando o sentido de experimentar a morte e a vida de Jesus, como o contexto geral deixa bem claro, não deve ser interpretado de modo místico, mas muito concretamente. Apanhado em aflições e perseguições, Paulo se via continuamente exposto à morte. É oq eu lemos em Romanos 8.36: “Como está escrito: Por amor de ti, somos entregues à morte o dia todo; fomos considerados como ovelhas para o matadouro”. Todavia, quando o apóstolo concorda em ser entregue “à morte o dia todo”, ele passa a compartilhar, dessa maneira, o destino de Jesus, e ao mesmo tempo descobre que a vida oriunda da ressurreição do Senhor crucificado e ressurreto descobre que o que é proclamado em sua mensagem também se torna exemplificado em sua vida. Por um lado, o pregador é diariamente submetido a forças que o arrastam para a morte, mas, por outro lado, ele é continuamente amparado, levado em triunfo, sem triunfalismo, e torna-se mais do que vencedor, pela experiência da vida oriunda da ressurreição de Jesus que opera em www.iead-msbc.com.br 5
  • 6. Subsídios para Escola Bíblica Dominical Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério de São Bernardo do Campo www.iead-msbc.com.br seu corpo mortal. “De modo que em nós opera a morte; mas em vós, a vida”. Esta declaração sumária conduz aquele pensamento um pouco mais longe. A exposição diária a forças conducentes à morte é experiência comum para Paulo; todavia, acompanha-o a contínua manifestação da vida de Jesus, não apenas objetivando sustentá-lo mas também operar por seu intermédio, e levar a vida a outras pessoas.2 Esvaziar-nos de nós mesmos O pastor Marcelo Dantas, em seu livro, fez a seguinte pergunta: “O púlpito é lugar de gente vazia?”3 Evidentemente que isso merece uma consideração entre o estético e o ético. O púlpito deve ser considerado sagrado e utilizado com reverência e temor ao Senhor Deus (ético). Muitos pregadores despidos do ético, enveredam apenas pelo caminho estético, quando investem apenas na capacidade de persuasão e oratória, o domínio das técnicas e da arte de bem falar em público, mas esquecem do ético. A busca de poder, fama, sucesso, reconhecimento, preocupação com agenda mais concorrida, ginásios lotados, culto à personalidade, aplausos e glória são os principais atrativos para quem deseja o ministério da Palavra atualmente, uma inversão de valores que aparentemente parece ser irreversível.4 É o triunfalismo que tanto atrai, mas que nada edifica, que não contribui para o Reino de Deus. Mas, em contraste desse retrato tão deteriorado do que fazem com o ministério da Palavra, temos o modelo de um homem vazio de si mesmo: Paulo. Vazio não do tesouro do céu, mas de do “eu”, nos interesses pessoais e egoístas, da vaidade pessoal, soberba, orgulho e ambições. Pastor Marcelo Dantas enfatiza que “obviamente todos possuem sua auto-estima, e tem necessidade de reconhecer-se importante e útil em suas relações pessoais. O que queremos aqui propor é a apreciação de que não somos infalíveis. Somos possuidores de limitações consideráveis e estamos em constante processo de crescimento e maturação na vida”5. Ele continua “é necessário nos conscientizarmos acerca do cristão como mensageiro do Reino, e o grande desafio que existe de nos aproximar de Cristo de maneira tal que existe de nos aproximar de Cristo de maneira tal que possamos dizer como Paulo ‘Mas em nada tenho a minha vida por preciosa, contanto que cumpra com alegria a 2 KRUSE, Colin G. The Second Epistle of Paul to the Corinthians – An Introducion and Comentary. Tradução de Oswaldo Ramos. Revisão Liege Marucci, João Guimarães, Theófilo Vieira. Coordenação editorial e de produção: Vera Villar. SOCIEDADE RELIGIOSA EDIÇÕES VIDA NOVA, 1994. 114-115 p. (Série Cultura Bíblica). 3 DANTAS, Marcelo Alves. O Desafio da Interpretação Bíblica no Século XXI: uma abordagem contemporânea. Hermenêutica e Homilética Bíblica. São Paulo: Geração Master’s Editora, 2009. 65 p. 4 Idem. 66 p. 5 Ibidem. 68 p. www.iead-msbc.com.br 6
  • 7. Subsídios para Escola Bíblica Dominical Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério de São Bernardo do Campo www.iead-msbc.com.br minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus Cristo, para dar testemunho do Evangelho da graça de Deus – Já estou crucificado com Cristo; e vivo não mais eu, mas, Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne vivo-a na fé do filho de Deus, o qual me amou e se entregou a si mesmo por mim’ (At. 20.24; Gl. 2.20).” Conclusão Segundo Champlin6, os vasos de barro, apesar de aludirem particularmente ao corpo físico, na realidade, dentro da ilustração do apóstolo, fala sobre a personalidade humana inteira, vista segundo o ângulo de sua mortalidade. Assim, nenhum homem pode gloriar-se em si mesmo. Pois isso é loucura!! Somos vasos de barro na qual a excelência do poder de Deus, que não tem medida, é depositado, contrastado com a debilitada condição da mortalidade. É necessário o poder magnificente de Deus para que os remidos recebam o “tesouro”, e, Paulo era ministro fiel desse poder, embora não seu originador, e nem merecia ele qualquer glória por causa de seu ofício. Esse poder divino, vence todas as dificuldades nas vidas dos ministros, livrando-os do perigo e da morte, e tornando-os bem sucedidos no trabalho do Evangelho. A condição mortal do homem comprova que, na verdade, o poder vem de Deus. Portanto, “temos, porém, esse tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus e não de nós” (2 Co 4.7) Soli Deo gloria Por Ev. Valter Borges Pastor AD Thelma 6 O Novo Testamento Interpretado: versículo por versículo – volume 4. R. N. Champlin, Ph. D. 9ª Reimpressão – São Paulo: CANDEIA, 1995. 326 p. www.iead-msbc.com.br 7