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CENTRO UNIVERSITARIO UNIEURO

          DISCIPLINA: LINGUA PORTUGUESA I
         PROFESSORA: NAJLA FOUAD SAGHIE




         TRABALHO DE PORTUGUÊS
VARIEDADES DA LÍNGUA PORTUGUESA NO BRASIL




                       Alunas :
                    Aline Suares
                        Aline
                       Daniela
                       Denise
                      Marianne
                     Marinalva
                1° Semestre de Letras




                     Brasília
                 Novembro de 2010
2

SUMÁRIO:

Referências Bibliográfica....................................................3
Introdução...........................................................................4
O linguajar Norte da Região................................................5
O dialeto do Norte................................................................6
Gaúcho, o Dialeto Crioulo Rio-Grandense....................................8
Dialeto Centro – Oeste........................................................11
3



REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFIAS



DUARTE, Marcelo. Guia dos Curiosos Língua Portuguesa. São Paulo:
Editora Panda, 2003.

LOPES,Neto. Contos Gauchescos. Porto Alegre: L&PM, 1998.

LOPES, Neto. Lendas do Sul. Porto Alegre: L&PM, 1998.

LIVREIRO, Martins. Vocabulário Pampeano- Pátria, fogões e legendas, 1987.

CAETANO, Jayme. Vocabulário Pampeano - Pátria, Fogões e Legendas.
Dicionário de regionalismos, Martins Livreiro Editor, 1987

UNIVERSIA. Disponível em :
<universia.com.br/materia/ materia. jsp? materia =8527>
<http://www.universia.com.br/materia/materia.jsp?materia=8526.>
Acesso em : 07 nov. 2010


EDUCAÇÃO, uol. Disponível em :
<http://educacao.uol.com.br/portugues/ult1693u60.jhtm;>

VARIAÇÃO, lingüística. Disponível em :
<http://acd.ufrj.br/~pead/tema01/variacao.html;>
<http://acd.ufrj.br/~pead/tema01/variacaoregional.html;>
Acesso em : 06 nov. 2010

< http://www.nataltrip.com/termos_regionais/A ;>

<http://linguagemcontemporanea.wordpress.com/category/dialetos-regionais/a-rota-
bandeirante-no-centro-oeste/>

Acesso em : 08 nov. 2010
4

De onde veio a Língua Portuguesa?

        O português é uma língua latina, de origem românica, desenvolvida a
partir do século III a.C. na província de Lusitânia, que hoje corresponde a uma
parte dos atuais territórios de Portugal e Espanha. Ao longo de formação e vida
dessa língua, o contato com os outros povos gerou uma serie de influências,
cuja manifestação pode se facilmente vista no vocabulário. Foram viagens às
Américas, convívio intenso com africanos, interação com antigos povos e
invasores da Península Ibérica, passagem pela Índia, China e Japão, sem
contar inúmeros imigrantes recebidos pelos países de língua portuguesa – com
destaque para o Brasil- nos últimos 200 anos.

         Quantas línguas ainda existem no Brasil?

        Incluindo o português, o idioma oficial do país, existem 192 línguas vivas
em território brasileiro. O levantamento foi feito pelo Summer Institute of
Linguistics, uma ONG como sede nos Estados Unidos. As 192 línguas que
restaram:
        • 42 são consideradas praticamente extintas, como aricapu (região do rio
Guaporé, em Rondônia), o oro win (fronteira Brasil/Bolívia) e o juma (interior da
Amazônia);
        • 91 correm alto risco de extinção, por serem línguas faladas por
comunidades indígenas formadas por, no máximo, 100 indivíduos, número
insuficiente oara garantir sua preservação. Casos de anambé e creie (interior
do Pará), aruá, caripuná, monde (Rondônia) e carahawiana e tora (norte do
Amazonas).

         Entre as línguas brasileiras que não correm risco de extinção imediata
estão:

      Creole : 25 mil pessoas, Amapá
      Cangangue: 18 mil pessoas, sete estados (incluindo São Paulo e
Paraná)
      Caiwá: 15 mil pessoas, Mato Grosso do sul
      Terena: 15 mil pessoas, interior do Mato Grosso do Sul
      Ticuna: 12 mil pessoas, norte da Amazonas
      Guarani: 5 mil pessoas, centro-oeste Paranaense

         Sotaque

       Ao longo dos cinco séculos que se seguiram á descoberta do Brasil,
povos nativos e imigrantes, assim como geografia, costumes, atividades
culturais, políticas e sociais, foram aos poucos moldando sotaques- pronúncia
característica de um país ou região etc. – e termos que não apenas diferencia o
português brasileiro do de Portugal, mas ainda geraram inúmeras
peculiaridades regionais da língua. Isso explica as diferenças nos falarem
nordestinos, mineiros, nortistas, gaúchos, paulistas e cariocas.
5



      O linguajar Norte da Região


       Uma série de razões é levantada para justificar as características
específicas do modo de falar do povo do norte, destacando, especialmente as
influências vindas do português falado em determinadas áreas de Portugal
durante a colonização. E tem muito a ver também, com termos regionalistas,
com as adaptações e corruptela de palavras usadas para designar objetos,
animais, fenômenos atmosférico, por influencia da língua indígena
predominante na região, de invasores estrangeiros (holandeses, espanhóis e
franceses), de ingleses que implantaram as ferrovias, de escravos vindos de
várias regiões do continente africano, de imigrantes europeus, americanos e
asiáticos.

            O filólogo, professor Serafim da Silva neto escreveu no livro
Introdução ao Estudo da Língua Portuguesa no Brasil a respeito de um dialeto
intitulado: “canua cheia de cucos de pupa a prua”, que seria na língua culta
canoa cheia de cocos de popa a proa. Esse filólogo se referiu a esse dialeto
que falam amazonenses e paraenses com esse nome, por ser um dialeto cuja
marca essencial é a modificação da pronuncia da vogal „o‟ tônica em „u‟. Então
em vez de canoa, se diz canua; em vez de coco, se diz cuco; em vez de popa,
se diz pupa; em vez de proa, se diz prua, explica o professor Orlando Cassique
Sobrinho Alves, do departamento de língua e literatura Vernácula da UFPA
(Universidade federal do Pará).

           Ele lembra que esse fenômeno é classificado tecnicamente como
alteamento: Quer dizer, a vogal média „o‟ passa a ser uma vogal alta „u‟.
Existem em outros dialetos brasileiros, só que não é na tônica. Por exemplo,
quando lá no Rio se diz „culégio‟ (no lugar de colégio).
       O professor da UFPA lembra ainda que haja dois outros dialetos
específicos no Pará. ”O da zona bragantina, que era uma antiga estrada de
ferro velho, que ligava o estado do Pará com a cidade de Bragança, próxima do
Nordeste. Esse dialeto da zona bragantina é também um dialeto tradicional do
Pará, historicamente representativo e é falado por pessoas que ajudaram a
construir o estado. Ele tem muita influência de cearenses e maranhenses,
influencia de nordestino”.

           “Há outro dialeto muito difuso, amorfo neste momento, porque se
constitui no sul do Pará, nessa área onde a migração foi forte nos últimos anos
por causa das riquezas do Pará, do ouro, da madeira, de fazendas etc. Ele
resulta da influência de baianos, mineiros, paulistas, paranaenses, gaúchos no
Sul do Pará”, conclui Alves.
6



       O dialeto do Norte


       Jerimum = Abóbora na língua tupi;
       Muitcho = Muito em castelhano, por causa da invasão espanhola;
        Chulipa = Dormente para trilhos de trem veio de “sleaper”, que era o
termo usado pelos ingleses que construíram as primeiras ferrovias no Brasil;
       Macaxeira = Mandioca = Maniva = termos indígenas;
       Tapioca = Termo indígena para goma de mandioca;
       Beiju = Biscoito de massa de mandioca na língua indígena;
       Tacacá = Mingau líquido de mandioca, nome caribenho;
       Tucupi = Suco temperado e apimentado da mandioca na linguagem
indígena;
       Tracajá = Palavra tupi para designar quelônios conhecidos
genericamente por tartaruga;
       Teiú = Nome indígena para lagarto;
       Caititu = Nome indígena para javali;
       Igará = Canoa pequena dos índios;
       Piroga = Canoa indígena escavada em tronco;
       Igarapé = Braço de rio na língua indígena;
       Papudinho = pessoa alcoólatra;
       Xibé = prato feito de farinha de mandioca com farinha;
       Mão-de-mucurra-assada = Sovina
       Goiás = da mesma raça, igual
       Grajaú = Pássaro que come



      Variedades do português no Nordeste Brasileiro




      Foi no Nordeste do país que, primeiramente, a língua portuguesa se
fixou em nosso território. O início da colonização portuguesa se deu justamente
entre os estados de Pernambuco e Bahia, enquanto outras partes do país só
vieram a receber a influência lusitana bem mais adiante.
      "Quando nós fomos colonizados pelos portugueses, as duas primeiras
vertentes da língua pode-se dizer, foram Pernambuco e Bahia, porque ficavam
mais perto do Velho Continente. Havia um porto em Recife, outro em Salvador.
Mas era dividido por uma barreira natural, que era o Rio São Francisco.
Salvador se tornou a capital do Brasil.
      A modalidade de português falada nessa região foi se arcaizando
durante a evolução do país. "Em Portugal o português avançou. O que veio
7

para o Brasil foi o português dos colonos, dos degredados, das prostitutas, que
eram chamadas raparigas, jesuítas que foram para o Sul e que na maioria
eram espanhóis" lembra a Nelly Carvalho, professora do Departamento de
Letras da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco).
      A Bahia e o Pernambuco tiveram uma história diferenciada do resto do
Brasil. Durante os dois primeiros séculos de colonização, a Bahia e
Pernambuco foram os dois maiores centros. Tanto que o movimento literário
Barroco foi na Bahia e Pernambuco.
          É importante observar que o processo de variação ocorre em
   todos os níveis de funcionamento da linguagem, sendo mais perceptível
   na pronúncia e no vocabulário. Esse fenômeno da variação se torna
   mais complexo porque os níveis não se apresentam de maneira
   estanque, eles se superpõem.
      Nesta dimensão, incluem-se as diferenças lingüísticas observadas entre
pessoas de regiões distintas, onde se fala a mesma língua. Exemplos claros
desta variação são as diferenças encontradas entre os diversos países de
língua portuguesa (Brasil, Portugal, Angola, por exemplo) ou entre regiões do
Brasil (região sul, região norte, região centro-oeste, região sudeste e a região
nordeste).
      Nesse tipo de variação, as diferenças mais comuns são as que
encontramos no plano fonético (pronúncia, entonação) e no plano lexical (uso
de palavras distintas para designar o mesmo referente, palavras com sentidos
que variam de uma região para outra).


      É comum nas regiões do Brasil nos deparar com os mais variados e
diferentes dialetos e principalmente no Nordeste brasileiro, onde as pessoas
regionais falam palavras com significado muito diferente como, por exemplo:
Apetrechada-Dotada de beleza física;
      Aperrear - Encher o saco, perturbar;
      Avexado - Com pressa;
      Bater a caçuleta - Morrer;
      Bruguelo – Bebê;
      Brenha - Local longe de difícil acesso
      Cabreiro – Desconfiado;
8

       Cagado e cuspido - Muito parecido;
       Desmentir - torcer o pé;
       Desmilinguido - Muito magro, sem força;
       Din-din - Sacolé, chupe-chupe, gelinho;
       Entojo – Enjôo;
       Farda - Uniforme escolar.
       Fez mal - Engravidou alguém;
       Gaia - Chifre.
       Mangar – Ridicularizar;
       Pelejar - Tentar várias vezes;
       Visse- Certo/OK;
       Xodó - Amor, paixão, pessoa querida;
       Zambeta - De pernas tortas...
       Essas são alguns sotaques e palavras muitas vezes são cheias de
efeitos e ate mesmo maliciosos que é uma característica do Nordeste
brasileiro.



       Gaúcho, o Dialeto Crioulo Rio-Grandense



       Historicamente, o Rio Grande do Sul, estado ao extremo sul do Brasil,
sempre foi uma região de conflitos e de culturas diversas. Numa área
pertencente à Espanha pelo Tratado de Tordesilhas, alguns portugueses
fincaram o pé em partes da localidade no intuito de tomar as terras dos
espanhóis, mas esqueciam-se todos que os donos legítimos da terra eram os
índios. Na prática, nunca houve divisão de fato dos territórios do pampa rio-
grandense, pampa argentino e pampa uruguaio, proporcionando uma
integração – nem sempre pacífica – entre os três povos. Do convívio entre os
imigrantes espanhóis e portugueses com os índios surgiram muitas misturas
raciais originando o que se chamou de “raça gaúcha” (cafuzos de índios je-tupi-
guarani com ibero-europeus) e o surgimento involuntário de uma cultura
completa que era compartilhada pelos povos.

         Em conflito constante com os “castelhanos” (argentinos e uruguaios de
ascendência castelhana) e com os portugueses (então colonizadores do
Brasil), os gaúchos continuavam ignorando os limites políticos entre os
territórios, mas criavam seu próprio isolamento cultural.

      Na tentativa de não se identificarem nem com os portugueses
(dominadores) e, posteriormente, brasileiros, nem com os espanhóis
9

(invasores), os rio-grandenses criaram um modo particular de vestir, falar e
agir, que pouco se diferenciava das características típicas dos “gauchos” (lê-se
„gáutxos‟ em espanhol) dos pampas cisplatino e platino. Os hábitos do
churrasco, do chimarrão, da indumentária e quase toda a tradição
permaneceram muito semelhantes após todo o período de ebulição, mas a
língua foi diferenciando-se.

      A formação do dialeto se dá, basicamente, por:

             1.    vocábulos hispano-luso-indígenas
             2.    aumentativos e diminutivos hispânicos
             3.    escrita lusitana
             4.    pronúncia baseada no português, mas lida como no
      espanhol
             5.    falta de uma gramática oficial, mantendo o dialeto
      constantemente mutante e flexível
             6.    A pronúncia do “o” e do “e” são feitas como no Espanhol
      quando se alterariam para “u” e “i” no Português.
             7.    O diminutivo “inho” quase sempre e substituído por “ito”,
      mas há casos onde sobrevive. Recorde-se que não há regra oficial para
      a fala campeira e que a maioria das pessoas sequer sabem que não
      falam Português nem Espanhol.
             8.    O pronome “lhe”, quase sempre é pronunciado “le”.
             9.    Há uma grande dificuldade entre os nativos para saberem
      quando pronunciar “b” ou “v”, pois flutuam entre a gramática portuguesa
      e espanhola.
             10. As palavras que têm dupla escrita de “x” ou “ch”, têm no
      “ch” sua escrita castelhana e “x” lusitana (galega).

      Algumas expressões típicas da gauchada:

                     Abichornado – acovardado, apequenado.
                     Afeitar – espanhol – fazer a barba
                     Alcaide – provavelmente espanhol, pois tem significado
      muito oposto do homônimo português, oriundo do árabe – cavalo velho,
      ruim inútil; serve para pessoas também.
                     Andar a/pelo cabresto – português – o mesmo termo que
      designa a condução do animal, indica que alguém está sendo conduzido
      por outro.
                     Bagual – crioulo – cavalo que não foi castrado; homem.
                     Barbaridade – português – barbarismo. Tanto adjetiva
      como pode ser uma interjeição de espanto.
                     Bate-coxa – português – baile, dança.
                     Bombacha – espanhol platino – peça (calça) que
      caracteriza a indumentária gaúcha. Tem origem turca e foi introduzida
      na América pelos comerciantes ingleses, de presença marcante no
      pampa platino.
                     Capilé – francês – refresco de verão, feita com um pouco
      de vinho tinto, água e muito açúcar.
10

               Cevador – português – pessoa que prepara o chimarrão e
o distribui entre os que estão tomando.
               Charque – espanhol platino – carne de gado, salgada em
mantas.
               Chucro (xucro) – quíchua – animal arisco, nunca domado;
pessoa de mesmo temperamento ou sem empirismo, inexperiente.
               Cusco – espanhol platino, provavelmente já emprestado do
quíchua – cachorro pequeno e de raça ordinária (ou sem); guaipeca.
               Engasga-gato – português – ensopado feito com pedaços
de charque da manta da barrigueira.
               Garupa – francês - A parte superior do corpo das
cavalgaduras que se estende do lombo aos quartos traseiros; também
usado para definir a mesma área no corpo humano.
               Gaúcho – origem desconhecida – termo, inicialmente,
utilizado de forma pejorativa para descrever a cruza ibero-indígena, hoje
é o gentílico de quem nasce no estado do Rio Grande do Sul.
               Gauderiar – espanhol platino – vagabundear, andar
errante, sem ocupação séria; haragano.
               Gaudério – espanhol platino – vagabundo, desocupado,
nômade. Atualmente, é uma referência estadual ao povo da campanha,
simplesmente, como gaúcho.
               Guaiaca – quíchua – invenção gauchesca que se usa
sobre o “cinturão europeu”. Significa bolsa em sua língua original.
               Guaipeca – tupi – cachorro pequeno e de raça ordinária
(ou sem).
               Guri – tupi – criança, menino; serviçais que faziam trabalho
leve nas estâncias.
               Japiraca – tupi – mulher de temperamento irascível,
insuportável.
               Jururu – tupi – triste, cabisbaixo, pensativo.
               Mate – quíchua – bebida preparada em um porongo, com
erva-mate e água quente; chimarrão.
               Morocha – espanhol platino – moça morena, mestiça,
mulata; rapariga de campanha.
               Nativismo – português – amor pelo chão onde se nasce e
sua tradição.
               Orelhano (aurelhano) – espanhol platino – animal sem
marca nem sinal; também serve para pessoas.
               Pampa – quíchua – vastas planícies do Rio Grande do Sul,
Uruguai e Argentina, coberta de excelentes pastagens que servem para
criação de gado. Em quíchua, “pampa” significa “planície”.
               Paisano – português/espanhol – patrício, amigo,
camarada; camponês e não-militares.
               Pêlo duro – espanhol – crioulo, genuinamente rio-
grandense; também significa pessoa ou animal sem estirpe.
               Poncho – origem incerta, araucano ou espanhol – espécie
de capa de pano de lã de forma retangular, ovalada ou redonda, com
uma abertura no centro, para a passagem da cabeça.
               Puchero (putchero) – espanhol – sopão com muito
vegetal e carne de peito, sem tutano e sem pirão.
11

                    Querência – espanhol – o lugar onde se vive. Derivado de
      “querer”, caracteriza o amor que o gaúcho tem pela sua terra.
                    Tapejara – tupi – vaqueano, guia ou prático dos caminhos;
      gaúcho perito, conhecedor da região.
                    Tchê – provavelmente espanhol – termo vocativo pelo qual
      se tratam os gaúchos. É o mesmo “che” („txê‟) do espanhol, que se
      consagrou com Ernesto Guevara, o “Che”.
                    Topete – português/espanhol – audácia, arrogância,
      atrevimento; saliência da erva-mate que fica fora d‟água na cuia de
      chimarrão.
                    Tropeiro – português/espanhol – condutor de tropas, de
      gado.



      Dialeto Centro - Oeste

       Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Distrito Federal. Esses
quatro estados compõem a região Centro-Oeste do Brasil, que, assim como as
outras, possui características linguísticas próprias.

Na colonização Centro-Oeste, as rotas bandeirantes estiveram muito
presentes, tanto no Mato Grosso quanto em Goiás e, de alguma forma, a
linguagem que eles levaram influenciou a fala local.

O goiano fala com os traços muito puxados no “r” que é normalmente chamado
de “r” caipira, ou linguisticamente falando, o “r” retroflexo. Como o goiano fala
com esse “r” puxado, supôe-se que isso possa ter vindo ao longo da história
um influência da linguagem utilizada pelos bandeirantes que viviam na região
do Estado de São Paulo. Esses bandeirantes tinham o português marcado por
esses traços, já que eram das áreas mais interioranas do Brasil, principalmente
as que a gente chamaria de fala caipira.

N época da colonização, os bandeirantes que penetraram pelo norte do Estado
do Mato Grosso e levaram a suposta língua geral paulista, que era de base
indígena (tupi). O contato do português colonizador com as línguas indígenas
locais resultou no dialeto cuiabano.

Algumas características muito fortes nessa fala regionalizada específica do
Mato Grosso é que os mato-grossenses não falam chuva e peixe, com esse
som de “che” que nós temos, fala-se “tchuva” e “petche”. Também não se fala
caju e laranja, com esse som de “gê”, fala-se “cadju” e “larandja”.

Todo esse som “che” transformado em “tchê” e todo esse som “che”
transformado em “djê” existiam em uma das línguas indígenas que ainda
sobrevivem no Brasil e tem algumas aldeias próximas à Cuianá. que é a língua
Bororó. Existe essa hipótese, que esses fonemas possam ter vindo de
influência da indígena local, pois em outras regiões do Brasil a gente não
encontra esse som facilmente. É uma coisa típica do dialeto mato-grossense.

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VARIEDADES DA LÍNGUA PORTUGUESA NO BRASIL

  • 1. CENTRO UNIVERSITARIO UNIEURO DISCIPLINA: LINGUA PORTUGUESA I PROFESSORA: NAJLA FOUAD SAGHIE TRABALHO DE PORTUGUÊS VARIEDADES DA LÍNGUA PORTUGUESA NO BRASIL Alunas : Aline Suares Aline Daniela Denise Marianne Marinalva 1° Semestre de Letras Brasília Novembro de 2010
  • 2. 2 SUMÁRIO: Referências Bibliográfica....................................................3 Introdução...........................................................................4 O linguajar Norte da Região................................................5 O dialeto do Norte................................................................6 Gaúcho, o Dialeto Crioulo Rio-Grandense....................................8 Dialeto Centro – Oeste........................................................11
  • 3. 3 REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFIAS DUARTE, Marcelo. Guia dos Curiosos Língua Portuguesa. São Paulo: Editora Panda, 2003. LOPES,Neto. Contos Gauchescos. Porto Alegre: L&PM, 1998. LOPES, Neto. Lendas do Sul. Porto Alegre: L&PM, 1998. LIVREIRO, Martins. Vocabulário Pampeano- Pátria, fogões e legendas, 1987. CAETANO, Jayme. Vocabulário Pampeano - Pátria, Fogões e Legendas. Dicionário de regionalismos, Martins Livreiro Editor, 1987 UNIVERSIA. Disponível em : <universia.com.br/materia/ materia. jsp? materia =8527> <http://www.universia.com.br/materia/materia.jsp?materia=8526.> Acesso em : 07 nov. 2010 EDUCAÇÃO, uol. Disponível em : <http://educacao.uol.com.br/portugues/ult1693u60.jhtm;> VARIAÇÃO, lingüística. Disponível em : <http://acd.ufrj.br/~pead/tema01/variacao.html;> <http://acd.ufrj.br/~pead/tema01/variacaoregional.html;> Acesso em : 06 nov. 2010 < http://www.nataltrip.com/termos_regionais/A ;> <http://linguagemcontemporanea.wordpress.com/category/dialetos-regionais/a-rota- bandeirante-no-centro-oeste/> Acesso em : 08 nov. 2010
  • 4. 4 De onde veio a Língua Portuguesa? O português é uma língua latina, de origem românica, desenvolvida a partir do século III a.C. na província de Lusitânia, que hoje corresponde a uma parte dos atuais territórios de Portugal e Espanha. Ao longo de formação e vida dessa língua, o contato com os outros povos gerou uma serie de influências, cuja manifestação pode se facilmente vista no vocabulário. Foram viagens às Américas, convívio intenso com africanos, interação com antigos povos e invasores da Península Ibérica, passagem pela Índia, China e Japão, sem contar inúmeros imigrantes recebidos pelos países de língua portuguesa – com destaque para o Brasil- nos últimos 200 anos. Quantas línguas ainda existem no Brasil? Incluindo o português, o idioma oficial do país, existem 192 línguas vivas em território brasileiro. O levantamento foi feito pelo Summer Institute of Linguistics, uma ONG como sede nos Estados Unidos. As 192 línguas que restaram: • 42 são consideradas praticamente extintas, como aricapu (região do rio Guaporé, em Rondônia), o oro win (fronteira Brasil/Bolívia) e o juma (interior da Amazônia); • 91 correm alto risco de extinção, por serem línguas faladas por comunidades indígenas formadas por, no máximo, 100 indivíduos, número insuficiente oara garantir sua preservação. Casos de anambé e creie (interior do Pará), aruá, caripuná, monde (Rondônia) e carahawiana e tora (norte do Amazonas). Entre as línguas brasileiras que não correm risco de extinção imediata estão: Creole : 25 mil pessoas, Amapá Cangangue: 18 mil pessoas, sete estados (incluindo São Paulo e Paraná) Caiwá: 15 mil pessoas, Mato Grosso do sul Terena: 15 mil pessoas, interior do Mato Grosso do Sul Ticuna: 12 mil pessoas, norte da Amazonas Guarani: 5 mil pessoas, centro-oeste Paranaense Sotaque Ao longo dos cinco séculos que se seguiram á descoberta do Brasil, povos nativos e imigrantes, assim como geografia, costumes, atividades culturais, políticas e sociais, foram aos poucos moldando sotaques- pronúncia característica de um país ou região etc. – e termos que não apenas diferencia o português brasileiro do de Portugal, mas ainda geraram inúmeras peculiaridades regionais da língua. Isso explica as diferenças nos falarem nordestinos, mineiros, nortistas, gaúchos, paulistas e cariocas.
  • 5. 5 O linguajar Norte da Região Uma série de razões é levantada para justificar as características específicas do modo de falar do povo do norte, destacando, especialmente as influências vindas do português falado em determinadas áreas de Portugal durante a colonização. E tem muito a ver também, com termos regionalistas, com as adaptações e corruptela de palavras usadas para designar objetos, animais, fenômenos atmosférico, por influencia da língua indígena predominante na região, de invasores estrangeiros (holandeses, espanhóis e franceses), de ingleses que implantaram as ferrovias, de escravos vindos de várias regiões do continente africano, de imigrantes europeus, americanos e asiáticos. O filólogo, professor Serafim da Silva neto escreveu no livro Introdução ao Estudo da Língua Portuguesa no Brasil a respeito de um dialeto intitulado: “canua cheia de cucos de pupa a prua”, que seria na língua culta canoa cheia de cocos de popa a proa. Esse filólogo se referiu a esse dialeto que falam amazonenses e paraenses com esse nome, por ser um dialeto cuja marca essencial é a modificação da pronuncia da vogal „o‟ tônica em „u‟. Então em vez de canoa, se diz canua; em vez de coco, se diz cuco; em vez de popa, se diz pupa; em vez de proa, se diz prua, explica o professor Orlando Cassique Sobrinho Alves, do departamento de língua e literatura Vernácula da UFPA (Universidade federal do Pará). Ele lembra que esse fenômeno é classificado tecnicamente como alteamento: Quer dizer, a vogal média „o‟ passa a ser uma vogal alta „u‟. Existem em outros dialetos brasileiros, só que não é na tônica. Por exemplo, quando lá no Rio se diz „culégio‟ (no lugar de colégio). O professor da UFPA lembra ainda que haja dois outros dialetos específicos no Pará. ”O da zona bragantina, que era uma antiga estrada de ferro velho, que ligava o estado do Pará com a cidade de Bragança, próxima do Nordeste. Esse dialeto da zona bragantina é também um dialeto tradicional do Pará, historicamente representativo e é falado por pessoas que ajudaram a construir o estado. Ele tem muita influência de cearenses e maranhenses, influencia de nordestino”. “Há outro dialeto muito difuso, amorfo neste momento, porque se constitui no sul do Pará, nessa área onde a migração foi forte nos últimos anos por causa das riquezas do Pará, do ouro, da madeira, de fazendas etc. Ele resulta da influência de baianos, mineiros, paulistas, paranaenses, gaúchos no Sul do Pará”, conclui Alves.
  • 6. 6 O dialeto do Norte Jerimum = Abóbora na língua tupi; Muitcho = Muito em castelhano, por causa da invasão espanhola; Chulipa = Dormente para trilhos de trem veio de “sleaper”, que era o termo usado pelos ingleses que construíram as primeiras ferrovias no Brasil; Macaxeira = Mandioca = Maniva = termos indígenas; Tapioca = Termo indígena para goma de mandioca; Beiju = Biscoito de massa de mandioca na língua indígena; Tacacá = Mingau líquido de mandioca, nome caribenho; Tucupi = Suco temperado e apimentado da mandioca na linguagem indígena; Tracajá = Palavra tupi para designar quelônios conhecidos genericamente por tartaruga; Teiú = Nome indígena para lagarto; Caititu = Nome indígena para javali; Igará = Canoa pequena dos índios; Piroga = Canoa indígena escavada em tronco; Igarapé = Braço de rio na língua indígena; Papudinho = pessoa alcoólatra; Xibé = prato feito de farinha de mandioca com farinha; Mão-de-mucurra-assada = Sovina Goiás = da mesma raça, igual Grajaú = Pássaro que come Variedades do português no Nordeste Brasileiro Foi no Nordeste do país que, primeiramente, a língua portuguesa se fixou em nosso território. O início da colonização portuguesa se deu justamente entre os estados de Pernambuco e Bahia, enquanto outras partes do país só vieram a receber a influência lusitana bem mais adiante. "Quando nós fomos colonizados pelos portugueses, as duas primeiras vertentes da língua pode-se dizer, foram Pernambuco e Bahia, porque ficavam mais perto do Velho Continente. Havia um porto em Recife, outro em Salvador. Mas era dividido por uma barreira natural, que era o Rio São Francisco. Salvador se tornou a capital do Brasil. A modalidade de português falada nessa região foi se arcaizando durante a evolução do país. "Em Portugal o português avançou. O que veio
  • 7. 7 para o Brasil foi o português dos colonos, dos degredados, das prostitutas, que eram chamadas raparigas, jesuítas que foram para o Sul e que na maioria eram espanhóis" lembra a Nelly Carvalho, professora do Departamento de Letras da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco). A Bahia e o Pernambuco tiveram uma história diferenciada do resto do Brasil. Durante os dois primeiros séculos de colonização, a Bahia e Pernambuco foram os dois maiores centros. Tanto que o movimento literário Barroco foi na Bahia e Pernambuco. É importante observar que o processo de variação ocorre em todos os níveis de funcionamento da linguagem, sendo mais perceptível na pronúncia e no vocabulário. Esse fenômeno da variação se torna mais complexo porque os níveis não se apresentam de maneira estanque, eles se superpõem. Nesta dimensão, incluem-se as diferenças lingüísticas observadas entre pessoas de regiões distintas, onde se fala a mesma língua. Exemplos claros desta variação são as diferenças encontradas entre os diversos países de língua portuguesa (Brasil, Portugal, Angola, por exemplo) ou entre regiões do Brasil (região sul, região norte, região centro-oeste, região sudeste e a região nordeste). Nesse tipo de variação, as diferenças mais comuns são as que encontramos no plano fonético (pronúncia, entonação) e no plano lexical (uso de palavras distintas para designar o mesmo referente, palavras com sentidos que variam de uma região para outra). É comum nas regiões do Brasil nos deparar com os mais variados e diferentes dialetos e principalmente no Nordeste brasileiro, onde as pessoas regionais falam palavras com significado muito diferente como, por exemplo: Apetrechada-Dotada de beleza física; Aperrear - Encher o saco, perturbar; Avexado - Com pressa; Bater a caçuleta - Morrer; Bruguelo – Bebê; Brenha - Local longe de difícil acesso Cabreiro – Desconfiado;
  • 8. 8 Cagado e cuspido - Muito parecido; Desmentir - torcer o pé; Desmilinguido - Muito magro, sem força; Din-din - Sacolé, chupe-chupe, gelinho; Entojo – Enjôo; Farda - Uniforme escolar. Fez mal - Engravidou alguém; Gaia - Chifre. Mangar – Ridicularizar; Pelejar - Tentar várias vezes; Visse- Certo/OK; Xodó - Amor, paixão, pessoa querida; Zambeta - De pernas tortas... Essas são alguns sotaques e palavras muitas vezes são cheias de efeitos e ate mesmo maliciosos que é uma característica do Nordeste brasileiro. Gaúcho, o Dialeto Crioulo Rio-Grandense Historicamente, o Rio Grande do Sul, estado ao extremo sul do Brasil, sempre foi uma região de conflitos e de culturas diversas. Numa área pertencente à Espanha pelo Tratado de Tordesilhas, alguns portugueses fincaram o pé em partes da localidade no intuito de tomar as terras dos espanhóis, mas esqueciam-se todos que os donos legítimos da terra eram os índios. Na prática, nunca houve divisão de fato dos territórios do pampa rio- grandense, pampa argentino e pampa uruguaio, proporcionando uma integração – nem sempre pacífica – entre os três povos. Do convívio entre os imigrantes espanhóis e portugueses com os índios surgiram muitas misturas raciais originando o que se chamou de “raça gaúcha” (cafuzos de índios je-tupi- guarani com ibero-europeus) e o surgimento involuntário de uma cultura completa que era compartilhada pelos povos. Em conflito constante com os “castelhanos” (argentinos e uruguaios de ascendência castelhana) e com os portugueses (então colonizadores do Brasil), os gaúchos continuavam ignorando os limites políticos entre os territórios, mas criavam seu próprio isolamento cultural. Na tentativa de não se identificarem nem com os portugueses (dominadores) e, posteriormente, brasileiros, nem com os espanhóis
  • 9. 9 (invasores), os rio-grandenses criaram um modo particular de vestir, falar e agir, que pouco se diferenciava das características típicas dos “gauchos” (lê-se „gáutxos‟ em espanhol) dos pampas cisplatino e platino. Os hábitos do churrasco, do chimarrão, da indumentária e quase toda a tradição permaneceram muito semelhantes após todo o período de ebulição, mas a língua foi diferenciando-se. A formação do dialeto se dá, basicamente, por: 1. vocábulos hispano-luso-indígenas 2. aumentativos e diminutivos hispânicos 3. escrita lusitana 4. pronúncia baseada no português, mas lida como no espanhol 5. falta de uma gramática oficial, mantendo o dialeto constantemente mutante e flexível 6. A pronúncia do “o” e do “e” são feitas como no Espanhol quando se alterariam para “u” e “i” no Português. 7. O diminutivo “inho” quase sempre e substituído por “ito”, mas há casos onde sobrevive. Recorde-se que não há regra oficial para a fala campeira e que a maioria das pessoas sequer sabem que não falam Português nem Espanhol. 8. O pronome “lhe”, quase sempre é pronunciado “le”. 9. Há uma grande dificuldade entre os nativos para saberem quando pronunciar “b” ou “v”, pois flutuam entre a gramática portuguesa e espanhola. 10. As palavras que têm dupla escrita de “x” ou “ch”, têm no “ch” sua escrita castelhana e “x” lusitana (galega). Algumas expressões típicas da gauchada: Abichornado – acovardado, apequenado. Afeitar – espanhol – fazer a barba Alcaide – provavelmente espanhol, pois tem significado muito oposto do homônimo português, oriundo do árabe – cavalo velho, ruim inútil; serve para pessoas também. Andar a/pelo cabresto – português – o mesmo termo que designa a condução do animal, indica que alguém está sendo conduzido por outro. Bagual – crioulo – cavalo que não foi castrado; homem. Barbaridade – português – barbarismo. Tanto adjetiva como pode ser uma interjeição de espanto. Bate-coxa – português – baile, dança. Bombacha – espanhol platino – peça (calça) que caracteriza a indumentária gaúcha. Tem origem turca e foi introduzida na América pelos comerciantes ingleses, de presença marcante no pampa platino. Capilé – francês – refresco de verão, feita com um pouco de vinho tinto, água e muito açúcar.
  • 10. 10 Cevador – português – pessoa que prepara o chimarrão e o distribui entre os que estão tomando. Charque – espanhol platino – carne de gado, salgada em mantas. Chucro (xucro) – quíchua – animal arisco, nunca domado; pessoa de mesmo temperamento ou sem empirismo, inexperiente. Cusco – espanhol platino, provavelmente já emprestado do quíchua – cachorro pequeno e de raça ordinária (ou sem); guaipeca. Engasga-gato – português – ensopado feito com pedaços de charque da manta da barrigueira. Garupa – francês - A parte superior do corpo das cavalgaduras que se estende do lombo aos quartos traseiros; também usado para definir a mesma área no corpo humano. Gaúcho – origem desconhecida – termo, inicialmente, utilizado de forma pejorativa para descrever a cruza ibero-indígena, hoje é o gentílico de quem nasce no estado do Rio Grande do Sul. Gauderiar – espanhol platino – vagabundear, andar errante, sem ocupação séria; haragano. Gaudério – espanhol platino – vagabundo, desocupado, nômade. Atualmente, é uma referência estadual ao povo da campanha, simplesmente, como gaúcho. Guaiaca – quíchua – invenção gauchesca que se usa sobre o “cinturão europeu”. Significa bolsa em sua língua original. Guaipeca – tupi – cachorro pequeno e de raça ordinária (ou sem). Guri – tupi – criança, menino; serviçais que faziam trabalho leve nas estâncias. Japiraca – tupi – mulher de temperamento irascível, insuportável. Jururu – tupi – triste, cabisbaixo, pensativo. Mate – quíchua – bebida preparada em um porongo, com erva-mate e água quente; chimarrão. Morocha – espanhol platino – moça morena, mestiça, mulata; rapariga de campanha. Nativismo – português – amor pelo chão onde se nasce e sua tradição. Orelhano (aurelhano) – espanhol platino – animal sem marca nem sinal; também serve para pessoas. Pampa – quíchua – vastas planícies do Rio Grande do Sul, Uruguai e Argentina, coberta de excelentes pastagens que servem para criação de gado. Em quíchua, “pampa” significa “planície”. Paisano – português/espanhol – patrício, amigo, camarada; camponês e não-militares. Pêlo duro – espanhol – crioulo, genuinamente rio- grandense; também significa pessoa ou animal sem estirpe. Poncho – origem incerta, araucano ou espanhol – espécie de capa de pano de lã de forma retangular, ovalada ou redonda, com uma abertura no centro, para a passagem da cabeça. Puchero (putchero) – espanhol – sopão com muito vegetal e carne de peito, sem tutano e sem pirão.
  • 11. 11 Querência – espanhol – o lugar onde se vive. Derivado de “querer”, caracteriza o amor que o gaúcho tem pela sua terra. Tapejara – tupi – vaqueano, guia ou prático dos caminhos; gaúcho perito, conhecedor da região. Tchê – provavelmente espanhol – termo vocativo pelo qual se tratam os gaúchos. É o mesmo “che” („txê‟) do espanhol, que se consagrou com Ernesto Guevara, o “Che”. Topete – português/espanhol – audácia, arrogância, atrevimento; saliência da erva-mate que fica fora d‟água na cuia de chimarrão. Tropeiro – português/espanhol – condutor de tropas, de gado. Dialeto Centro - Oeste Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Distrito Federal. Esses quatro estados compõem a região Centro-Oeste do Brasil, que, assim como as outras, possui características linguísticas próprias. Na colonização Centro-Oeste, as rotas bandeirantes estiveram muito presentes, tanto no Mato Grosso quanto em Goiás e, de alguma forma, a linguagem que eles levaram influenciou a fala local. O goiano fala com os traços muito puxados no “r” que é normalmente chamado de “r” caipira, ou linguisticamente falando, o “r” retroflexo. Como o goiano fala com esse “r” puxado, supôe-se que isso possa ter vindo ao longo da história um influência da linguagem utilizada pelos bandeirantes que viviam na região do Estado de São Paulo. Esses bandeirantes tinham o português marcado por esses traços, já que eram das áreas mais interioranas do Brasil, principalmente as que a gente chamaria de fala caipira. N época da colonização, os bandeirantes que penetraram pelo norte do Estado do Mato Grosso e levaram a suposta língua geral paulista, que era de base indígena (tupi). O contato do português colonizador com as línguas indígenas locais resultou no dialeto cuiabano. Algumas características muito fortes nessa fala regionalizada específica do Mato Grosso é que os mato-grossenses não falam chuva e peixe, com esse som de “che” que nós temos, fala-se “tchuva” e “petche”. Também não se fala caju e laranja, com esse som de “gê”, fala-se “cadju” e “larandja”. Todo esse som “che” transformado em “tchê” e todo esse som “che” transformado em “djê” existiam em uma das línguas indígenas que ainda sobrevivem no Brasil e tem algumas aldeias próximas à Cuianá. que é a língua Bororó. Existe essa hipótese, que esses fonemas possam ter vindo de influência da indígena local, pois em outras regiões do Brasil a gente não encontra esse som facilmente. É uma coisa típica do dialeto mato-grossense.