O documento discute doenças sexualmente transmissíveis, com foco em sífilis. Apresenta os principais aspectos da sífilis como etiologia, manifestações clínicas, diagnóstico e tratamento da sífilis primária, secundária, latente e terciária. Também aborda a sífilis congênita, suas formas recente e tardia, além de quadro clínico, diagnóstico e tratamento.
11. 1) Etiologia Bacteriana
Sífilis – Treponema pallidum
Cancro mole – Haemophilus ducreyi
Linfogranuloma venéreo – Chlamydia
trachomatis, L1,L2 e L3.
Donovanose – Donovania granulomatis.
Gonorréia cutânea – Neisseria
gonorrhoeae.
(Gardnerella vaginalis e Chlamydia
trachomatis – D a K).
12.
13.
14.
15. Sífilis I
Cancro duro
Foto:JORGE FAGUNDES
Surge cerca de 3 semanas após o contágio. Indolor, de
consistência cartilaginosa, é acompanhado de adenomegalia
regional não supurativa e também indolor.
Cancros fora do alcance da visão podem passar desapercebidos.
RIVITTI 1999: 12/13
16.
17. Sífilis I Sífilis & Imunodeficiência
Variante rara, que atualmente
retoma importância com o
advento da AIDS.Clinicamente
caracterizada por lesões
destrutivas, úlcero-necróticas,
fagedênicas.
RIVITTI 1999: 16/17
FOTO JORGE FAGUNDES
27. Sífilis II
Sifílides secundárias: a roséola
Máculas eritematosas de
tonalidade cúprica,
iniciando-se no tronco e
se disseminando; são em
geral acompanhadas de
poliadenomegalia e
também acometem
palmas e plantas.São
lesões efêmeras.
RIVITTI 1999: 14
GRAZIANSKY
28. Sífilis II
Sifílides secundárias pápulo-escamosas
Podem surgir lesões pápulo-
eritematosas, disseminadas,
atingindo também regiões
palmo-plantares.
RIVITTI 1999: 14
Foto:Jorge Fagundes
GRAZIANSKY
50. Diagnóstico laboratorial
Raspado das lesões
IFD ou IFI
Campo escuro
Visualizar T. pallidum
Lesões de cancro duro, condiloma
plano, e outras lesões secundárias
Secreção nasal de recém-nascidos
54. Exame do líquor
Celularidade, proteínas, VDRL
Indicado:
– Sífilis congênita
– Terciária
– Manifestações neurológicas
– Estágio latente, VDRL > 1:16
– Pessoas tratadas e sem resposta sorológica
adequada
– HIV+, com quadro neurológico*, ou falta de
resposta sorológica ao tratamento
*AVC, anormalidades de pares cranianos e uveíte
55. Interpretação da
sorologia
VDRL FTA-ABS INTERPRETAÇÃO
+ + Sífilis recente ou prévia
+ - Falso positivo
- + Sífilis primária ou latente
Previamente tratada ou não tratada
- - Ausência de infecção ou período
de incubação
56. Tratamento
Sífilis primária, secundária e latente
com menos de 1 ano de duração
– Penicilina benzatina 2.400.000 U IM
– Doxiciclina 100 mg via oral 12/12h por 14
dias
– Gestantes com alergia à penicilina:
Eritromicina 40 mg/Kg/dia por 14 dias
57. Tratamento
Sífilis latente com mais de 1 ano de
duração:
– Penicilina benzatina 2.400.000 U IM 1
vez por semana por 3 semanas seguidas.
– Eritromicina por 28 dias
Neurossífilis:
– Penicilina cristalina G 3-4 milhões U IV
4/4 h (16-24 milhões por dia) por 10-14
dias
59. Reação de Jarisch-
Herxheimer
Reação febril
Adinamia e dores articulares
8 a 12 horas após tratamento
Mais comum na sífilis recente
Não se trata de alergia
Duração de poucas horas
Tratar com sintomáticos
60. Convocação e
tratamento dos contatos
PRIMÁRIA
– 3 meses
SECUNDÁRIA
– 6 meses
LATENTE RECENTE
– 1 ano
LATENTE TARDIA
– Avaliar cada caso/ Parceiro atual/Filhos
CONGÊNITA
– Mãe e parceiro(s) sexuais
61. Acompanhamento
sorológico
Primária, secundária e latente recente:
– 1, 3, 6, 12 e 24 meses após o tratamento
Latente tardia e terciária:
– 12 e 24 meses após o tratamento
Neurossífilis:
– 6, 12 e 24 meses após o tratamento
HIV+:
– 1, 3, 6, 12 e 24 após tratamento e depois
anualmente
62. Resposta adequada
PRIMÁRIA
– 2 títulos (exemplo: 1:32 a 1:8) em 6 meses
– 3 títulos em 12 meses
– 4 títulos em 24 meses
SECUNDÁRIA
– 3 títulos em 6 meses
– 4 títulos em 12 meses
LATENTE PRECOCE
– 2 títulos em 12 meses
65. Sífilis Congênita
Definiç
ão
Sífilis Congênita - todas as manifestações
clínicas e biológicas devido a infecção “intra-
útero”, pelo Treponema pallidum .
Sífilis Congênita Recente (SCR) - Em que os
sinais e sintomas aparecem nos primeiros
dias ou meses de vida, sendo resultado de
uma septicemia pelo Treponema pallidum e
da formação de anticorpos pelo feto.
Sífilis Congênita Tardia (SCT) - equivalente
ao período do segundo-terciarismo da sífilis
adquirida, quando os sinais e sintomas
predominam nos ossos, órgãos dos sentidos,
dentes e SNC.
66. Sífilis Congênita
Transmissão/Contaminação
Via Transplacentária - qualquer momento da
gestação.
Mãe sifilítica - fase primo-secundária - Chance de
95%.
Fase de latência recente - Chance de contaminação
80%.
Mãe com sífilis tardia - Chance de contaminação
30%.
Atenuação devido à menor quantidade de
treponemas e aos anticorpos imunizantes da mãe
que protegem o feto.
67. Sífilis Congênita
Fatores de Risco
Ausência da realização do pré-natal;
Pré-natal inadequado;
Mãe sem parceiro sexual fixo;
Outras doenças sexualmente
transmissíveis;
Uso de drogas injetáveis pela mãe ou
parceiros;
Falta de estrutura adequada para
realização do pré-natal.
68. Sífilis Congênita
Sífilis Fetal
Exames: amniocentese, funipunctura
(coleta de sangue venoso do feto) e
ultrassonografia.
Líquido amniótico - pesquisa de Treponema
pallidum , inoculação em testículo de coelho
e PCR.
Sangue venoso do feto: anemia,
leucopenia, alterações de enzimas
hepáticas (GGT) trombocitopenia.
Ultrassonografia: placentomegalia, ascite,
hidropsia e hepatoesplenomegalia.
69. Sífilis Congênita Recente
Quadro Clínico
Placenta - aumento de volume, vilite ou
vasculite placentária, focos granulomatosos
e presença do treponema.
Prematuridade, déficit ponderal e baixo
desenvolvimento - má nutrição do feto -
lesões vasculares (endarterite obliterante).
Anemia fetal - hidropsia - insuficiência
cardíaca.
Óbito fetal.
70. Sífilis Congênita Recente
Quadro Clínico
Lesões cutâneas - secundarismo sifilítico:
Máculas, pápulas, bolhas (pênfigo sifilítico).
Oníquia e paroníquia.
Rágades (estrias cicatriciais atróficas de
Parrot).
Lesões mucosas - condiloma plano, rinite
hemorrágica.
Lesões ósseas - periostite, osteocondrite
(Wegner) e osteomielite. Lesões poliostóticas
e simétricas.
Ossos afetados: fêmur, tíbia, úmero e fíbula.
Pseudo paralisia de Parrot.
71.
72.
73.
74. Sífilis Congênita Recente
Quadro Clínico
Tríade de Hochsinger - fronte olímpica, nariz
em sela e gânglios epitrocleares.
Lesões viscerais - Pneumonia alba,
hepatomegalia com hepatite e icterícia,
esplenomegalia, síndrome nefrótica ou nefrite.
Hidropsia fetal não imune.
Linfadenopatia generalizada.
Anemia, leucopenia, plaquetopenia e
coagulação intravascular disseminada.
75. Sífilis Congênita Recente
Quadro Clínico
Alterações no SNC - LCR com aumento de
células e proteínas. Aumento da fração gama
na eletroforese. Provas de imunização
reagentes.
Meningoencefalite com convulsões e
hidrocefalia.
Olhos: irite, iridociclite e retinocoroidite.
Ouvidos: atrofia do órgão de Corti e
degeneração das fibras do nervo coclear.
Alterações hematológicas: anemia, alterações da
hematopoiese, púrpura, petéquias e
76. Sífilis Congênita Tardia
Quadro Clínico
• Lesões a partir do segundo ano de vida.
• Lesões cutâneas: sifílides nodulares e gomas.
• Tríade de Hutchinson - queratite intersticial,
surdez do oitavo par (neurolabirintite) e
dentes de Hutchinson.
• Queratite intersticial:fotofobia, dor e atrofia
óptica.
• Neurolabirintite: bilateral, surdez total.
• Dentes de Hutchinson: incisivos centrais
superiores.
• Perfuração do septo nasal e palato.
• Tíbia em lâmina de sabre e Juntas de Clutton.
81. Sífilis Congênita
Recente
Tratamento
• SCR com alterações do LCR:
• Penicilina G Cristalina aquosa -
50.000UI/kg/IM ou IV. Dividida em duas
dose diárias, durante 10 dias.
• Penicilina G procaína -
50.000UI/kg/IM/dia, durante 10 dias.
• SCR sem alterações do LCR:
• Penicilina benzatina - 50.000UI/kg/IM,
dose única.
82. Sífilis Congênita Tardia
Tratamen
to
Penicilina benzatina - 50.000UI/kg/IM,
dose semanal, durante três semanas
consecutivas.
Comprometimento auditivo ou ocular -
Uso de corticosteróides.
83. Sífilis Congênita
Seguimen
to
VDRL sérico com 1,3,6,12,18 e 24 meses de
idade.
LCR - nos casos de neurossífilis, com 6 e 12
meses.
Acompanhamento neurológico - com 6 e 12
meses de idade (interconsulta com
neuropediatra).
Acompanhamento audiológico - aos seis e 24
meses de vida.
Exame oftalmológico - uma vez no primeiro ano e
uma vez no segundo ano de vida (fundoscopia).
Exame anti-HIV. Na 1ª consulta, 3,6,9,12 meses
de idade.
84. Sífilis Congênita
Evoluçã
o
O prognóstico do RN com SCR é, em geral, bom,
exceto:
Na forma septicêmica maciça e/ou com
acometimento do SNC.
A Penicilina cura a doença.
Permanência dos estigmas - fronte
olímpica, nariz em sela, rágades
periorificiais, tíbia em lâmina de sabre,
palato em ogiva,dentes de Hutchinson e
nódulos de Parrot no crânio
85. Sífilis Congênita
Prevenç
ão
Exceto pelas lesões cutâneo-mucosas em
fase aguda, o RN com SCR não é infectante
por contato.
Não há necessidade de isolamento.
Uso regular de preservativos.
Diagnóstico precoce em mulheres em idade
reprodutiva e seus parceiros.
Tratamento imediato do caso diagnosticado e
parceiro.
VDRL em mulheres que pretendem
engravidar.
86. Sífilis Congênita
Estratégias para o
Controle
Oferecer pré-natal precoce e com qualidade;
Oferecer VDRL na primeira consulta, no
segundo e terceiro trimestres e no momento
do parto;
Oferecer tratamento adequado à gestante, ao
parceiro e à criança;
Informar sobre prevenção e controle;
Proporcionar infra-estrutura adequada de
atendimento ao pré-natal.
88. Cancro Mole (Cancróide ou
Cancro venéreo simples)
Agente Etiológico:
Haemophilus ducreyi
Período de incubação:
2 a 4 dias
89. Cancro Mole (Cancróide ou
Cancro venéreo simples)
Recursos Laboratoriais
Bacterioscopia: Revela
bacilos gram negativos com
características morfotintoriais
do gênero Haemophilus.
Cultura: Meio de Thayer-Martin
desprovido de antibióticos.
Intradermoreação de Ito-
Reenstierna (não utilizada).
95. Granuloma Inguinal (Donovanose
ou Granuloma Venéreo Tropical)
Agente Etiológico:
Calymotobacterium granulomatis
(cocobacilos gram-negativos).
Período de Incubação:
3 a 12 semanas.
96. Granuloma Inguinal (Donovanose ou
Granuloma Venéreo Tropical)
Recursos Laboratoriais
Citologia: raspado de lesão
com coloração pelo Leishman
ou Giemsa
Histopatologia
100. Linfogranuloma Venéreo
Agente Etiológico:
Chlamydia trachomatis
Período de Incubação:
de 15 a 45 dias
Epidemiologia:
Diminuição da incidência
Clínica:
Drenagem dos gânglios
101. Linfogranuloma Venéreo
Laboratório:
Imunofluorescência
Cultura-células de MacCoy
ELISA em fase líquida
PCR
Terapêutica: Ceftriaxona e
Azitromicina
140. Gonorréia (Esquentamento)
Recursos Laboratoriais:
Bacterioscopia: Presença de
diplococos gram-negativos intra
e extracelulares em secreção
uretral, endocervix, faringeana e
anal.
141. Gonorréia (Esquentamento)
Recursos Laboratoriais:
Cultura: Meio de Thayer-
Martin, material uretral, anal,
endocervix e faringeano.
Quando indicado se faz coleta
de líquido sinovial para cultura.
180. Mariel Hidalgo - Porto Alegre/RS
Mariel Hidalgo - Porto Alegre/RS
Doenças Sexualmente Transmissíveis - DST
Fotos Pediculose pubiana
Provocada pelo inseto Phthirius pubis,
vulgarmente chamado de chato. São pequenos piolhos que
se instalam nos pêlos pubianos provocando coceira.
http://cienciahoje.uol.com.br/images/ch%20on-line/2004/Piolho.jpg