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1. Revolução Chinesa (1949)
-O grande crescimento
demográfico
-As potências imperialistas
-A Guerra do Ópio
-A Guerra dos Boxers
2. O grande crescimento demográfico chinês, em
meados do século 19, representava um
expressivo mercado consumidor, que atraiu as
potências imperialistas.
3. As potências imperialistas
subjugaram a China, país com
uma cultura milenar e uma
economia essencialmente
agrícola subordinada a um
governo imperial envolvido em
sucessivas revoltas
camponesas e disputas
políticas, mergulhada
constantemente em crise.
5. A penetração dominadora da Europa, dos
Estados Unidos e do Japão realizou-se por
meio de várias guerras, dentre as quais a
Guerra do Ópio.
6. O Ópio era utilizado pelos chineses, até o século
18, como medicamento. Produzindo grandes
quantidades em seus domínios na Índia, os
ingleses forçaram mercado para a exportação
desse produto, disseminando o vício entre os
chineses.
7. Rebelando-se contra os malefícios causados à
população, em 1839, em Cantão, as
autoridades chinesas obrigaram o
representante britânico a entregar perto de 20
mil caixas de ópio, em seguida jogadas ao mar.
8. A Inglaterra, que dominava 80% do comércio e
tinha no ópio o mais importante produto desse
comércio, exigiu dos chineses indenização
pelas perdas, acusando-os de desacatar sua
autoridade e bloquear o livre comércio na
região. Como a indenização não foi paga,
iniciou-se um conflito que ficou conhecido
como Guerra do Ópio.
10. Em 1842, derrotada, a China foi obrigada a
assinar o tratado de Nanquim, pelo qual abria
cinco de seus portos ao livre comércio, abolia o
sistema fiscalizador e entregava Hong Kong à
Inglaterra.
11. Anos depois, sob o pretexto de vingar o
assassinato de um missionário francês, um
exército franco-inglês, apoiado por americanos
e russos, ocupou a capital chinesa, Pequim.
12. Nessas condições, foi assinado o tratado de
Pequim, em 1860, que estabeleceu a abertura
de mais 7 portos ao comércio internacional,
além da instalação de embaixadas europeias e
o direito de atuação de missões cristãs em
território chinês.
14. No final do século 19, a China entrou em guerra
contra o Japão, quando este tentou conquistar
seu território na península da Coréia. Diante
das vantagens conseguidas pelo Japão com a
derrota chinesa e contando com o respaldo de
outras potências, a Rússia interveio.
15. Conseguiu reformular os
termos do tratado assinado,
estabelecendo que o Japão
ficaria apenas com a ilha
de Formosa e receberia
uma indenização de guerra.
17. A Guerra dos Boxers foi outro dos grandes
conflitos imperialistas que atingiram a China. Os
“punhos fechados” ou boxers, como eram
chamados pelos ingleses, eram chineses
nacionalistas radicais que objetivavam libertar o
país.
18. Em 1900, organizaram uma grande rebelião em
que morreram cerca de 200 estrangeiros,
inclusive o embaixador alemão. Em represália,
uma força expedicionária internacional,
composta por ingleses, franceses, alemães,
russos, japoneses e americanos, invadiu a
China.
19. Subjugando a China e obrigando suas
autoridades a reconhecer todas as concessões
às potências imperialistas. Em 1911,
Kuomintang, sob a liderança de Sun Yat-sen,
prometeu o fim da monarquia milenar,
proclamando a República autônoma chinês,
principalmente pela presença imperialista no
país.
21. Após sua vitória, em 1949, PCC aproximou-se da
União Soviética, com a assinatura, no ano
seguinte, do Tratado de Amizade, Aliança e
Ajuda. O novo governo adotou medidas
drásticas, como a nacionalização das indústrias
e a reforma agrária, para enfrentar as
dificuldades econômicas, que, porém,
ressurgiram com a Guerra da Coréia, em 1950.
23. O primeiro plano quinquenal, anunciado em 1953
por Chou En-lai, propunha uma nova linha geral
de transição para o socialismo, com prioridade
para a indústria pesada. Em 1955, a
coletividade da agricultura acelerou-se com a
organização de um milhão de cooperativas. O
aumento dos salários porém não acompanhou
o imenso aumento da produtividade industrial.
25. Ao perceber que o desenvolvimento socialista
estava aquém das exigências sociais e
ameaçava o governo do Partido Comunista,
Mao Tse-tung proclamou a liberalização interna,
buscando maior envolvimento popular. Essa
iniciativa permitiu o aparecimento de críticas
aos abusos dos funcionários do partido e a
atuação de oposicionistas contrários ao
centralismo planificado.
27. Decorrente do lema “Que cem flores
desabrochem, que cem escolas de pensamento
rivalizem entre si”, a abertura foi chamada de
Movimento das Cem Flores. A iniciativa foi
encerrada quando se transformou em ameaça
e fugiu do controle do PCC. Seguiram-se
diversas prisões e programas de “reeducação”
de vários ativistas.
28. Mao justificou-se dizendo
que a Campanha das
Cem Flores tinha por
objetivo “fazer serpentes
saírem de suas tocas”.
30. Novamente fortalecido, em agosto de 1957, o
governo central decidiu-se pelo programa de
reformas chamado Grande Salto para a Frente,
que deslocaria os subsídios econômicos da
indústria para a agricultura, confirmando o
predomínio da base camponesa do socialismo
chinês.
31. Porém mesmo com a mobilização geral da
população, inclusive de intelectuais e
estudantes conclamados a trabalhar no campo,
e com o crescimento da produção rural em
65%, as dificuldades continuaram obrigando a
correções de rumo. Na verdade, o projeto
Grande Salto teve limitados resultados
positivos, uma vez que, nesse mesmo período,
as relações sino-soviéticos tornaram-se mais
difíceis, intensificando as dissidências e a
oposição interna ao PCC.
33. Com o objetivo de fortalecer-se pessoalmente,
Mao Tse-tung deu início, em meados da
década de 60, a um movimento de expurgos a
opositores políticos dentro do governo que
envolveu toda a população chinesa.
34. Esse movimento, que começou tentando integrar
o trabalho manual ao intelectual, ativou o fervor
revolucionário, a participação popular, a
produtividade e atacou a burocratização
partidária e governamental. Logo desdobrou-se
em críticas ao PCC, aos opositores de Mao,
apelidados de “pró-burguesia”, “kruschevistas”,
atraindo a participação de toda a sociedade
contra o inimigo capitalista.
35. Os dazibaos, os jornais
murais públicos feitos
por populares,
espalharam-se pelo
país, generalizando o
movimento.
36. Em pouco tempo transformou-se numa luta pelo
poder, empreendida pelo grupo maoísta,
sustentado pelo Exército Popular de Libertação,
liderado por Lin Piao, contra o grupo de Liu
Shaochi e Deng Xiaoping, fortes opositores de
Mao dentro do PCC. Estes e seus seguidores
acabaram sendo perseguidos e forçados a
fazer autocrítica pública, acentuando a
campanha em favor da liderança de Mao.
37. Multiplicaram-se as organizações revolucionárias,
inspiradas na obra Pensamento de Mao Tse-
tung, que ficou conhecido como Livro
Vermelho. Nele firmaram-se as ideias de
reeducação socialistas, de críticas ao
burocratismo, de fidelidade a Mao e
permanente alerta contra o inimigo.
38. Chiang Ching, esposa do líder chinês,
comandava o Grupo Central da Revolução
Cultural, que reprimiu não só os acusados de
direitistas como também os ultra-esquerdistas,
que pretendiam aprofundar ainda mais as
críticas e o andamento da própria revolução.
39. No final de 1967 e início de
1968, consolidou-se a
autoridade de Mao, que
expurgou do partido seus
opositores, entre os quais
Deng Xiaoping.
40. Mao sobrepõe-se até mesmo PCC,
transformando-se no líder máximo nacional, a
quem chamavam de “o grande timoneiro”.
42. A partir de 1970, entrou em choque com Lin Piao,
seu sucessor nomeado e chefe do Exército
Popular, organização mais forte que o próprio
partido.
Derrubado do comando militar, Lin Piao morreu
em 1971, segundo versão oficial, vítima de um
acidente aéreo quando tentava fugir para a
União Soviética.
43. Em janeiro de 1976,
morreu o primeiro-
ministro Chou En-lai,
habilidoso diplomata e
conciliador das
tendências do PCC.
44. Em setembro, Mao Tse-
tung, com 83 anos de
idade, abrindo um
novo período de
disputa pelo poder na
China.
45. Ao morrer, Mao deixou aos seus sucessores uma
China bastante diversa da que herdara no
início da revolução de 1949: tanto a população,
graças à redução da mortalidade infantil,
quanto a expectativa de vida média havia
praticamente dobrado. Mesmo sem conseguir
eliminar o analfabetismo, com mais de um
quarto da população marginalizada da
formação básica, tinha, porém, multiplicado por
6 as matrículas nas escolas primárias chinesas.
47. Em fins de 1976, Hua Kuofeng assumiu o
governo chinês, imprimindo uma linha política
de centro.
Em 1977, ocorreu a reabilitação de Deng e, à
medida que deu sua ascensão no PCC, o grupo
de Chiang Ching foi marginalizado, culminando
com sua prisão e julgamento em 1981,
condenado como responsável pelos excessos
da Revolução Cultural (perseguições, imposição de autocríticas sobre atuações
e erros quanto a concepções socialistas, impostos, culto à personalidade).
48. Deng Xiaoping, agora líder
do governo chinês,
iniciava o período de
“desmaoização” do país,
afastando seus adeptos
do governo.
49. No final dos anos 1980, a imagem de Mao perdeu
a força que possuiu durante mais de 30 anos.
Deng Xiaoping, tinha como meta modernizar a
agricultura, a indústria, a defesa e a ciência e
tecnologia.
50. Essas medidas atraíram para a China uma
imensa onda de investimentos externos,
fazendo com que o país intensificasse o início
da reversão do predomínio agrário da época de
Mao, passado na década de 1980 a ter uma
população rural abaixo de 80%.
51. No final dos anos 1990, após a
morte de Deng Xiaoping
(fevereiro de 1997) e a liderança
política seguinte de Jiang Zemin,
ficaram patentes duas
incógnitas para a continuidade
do desenvolvimento chinês.
52. Em primeiro lugar, a questão da maior integração
ao capitalismo globalizado e seu enfrentamento
à burocracia herdada da ordem socialista, à
corrupção e à ineficiência produtiva.
Em segundo lugar, a não simetria entre a
abertura econômica e liberdades políticas, além
dos efeitos da ampliação das desigualdades
sociais com a economia de mercado.
53. Confirmando tal tendência, as pressões pela
liberalização política na China foram bastante
expressivas na década de 1990, atingindo seu
ápice em abril de 1989, com ocupação popular
da praça da Paz Celestial, no centro de
Pequim.
54. Como um novo “assalto ao céu” (busca do
paraíso socialista), exigia-se liberdade de
manifestação e de imprensa, num movimento
liderado por estudantes em busca da
democratização do país. Porém o governo
adotou uma linha repressiva sufocando o
movimento à força.
55. Considerações finais
A revolução popular liderada por Mao sepultou a
velha condição de “quintal do mundo” que
caracterizava a China desde o século 19.
A força do sentimento nacional e a atuação do
PCC criaram uma via socialista, independente,
que se desgarrou do bloco monolítico soviético
e até rivalizou com ele.
56. Diferentemente do que indicavam os
fundamentos da ideologia marxista, a revolução
chinesa não se fez baseada no operariado
urbano mas sob a liderança da população rural,
camponesa, o que firmou sua singularidade
política, em plena Guerra Fria.
57. Em cuba, o socialismo foi estabelecido em meio à
derrubada de uma ditadura apoiada pelos EUA,
originando um Estado que ativou diversas
políticas alinhadas com os soviéticos e o Leste
europeu e que mergulhou em profundas
dificuldades após o fim da Guerra Fria.
58. Assim, no final do século 20, a China sob o
governo de Jiang Zemin, ampliava mais e mais
a abertura ao sistema capitalista, combinada
com a ordem comunista herdada da revolução
de 1949.
Uma certa liberdade econômica demonstrada em
fatos como os chineses terem seus próprios
negócios, a abertura para investimentos
estrangeiros.
59. Maiores vínculos com o circuito de negócios
internacionais, consumismo, liberdade para
viajar ao exterior, etc., cruzava-se com a
manutenção de uma férrea estrutura política
baseada no regime de partido único, no
controle estatal das comunicações, censura,
repressão contra manifestações contrárias ao
partido, etc.
Muitos analistas definiram essa situação chinesa
como “uma perestroika sem glasnost”.
62. O compromisso soviético de fornecer armas
nucleares aos chineses, assumido em 1957, foi
ampla em 1959 nos preparativos para um
encontro de representantes soviéticos com o
presidente Dwight Eisenhower, dentro da
política da coexistência pacífica.
A atitude soviética recebeu severas críticas dos
chineses, para os quais o imperialismo
americano continuava ameaçador.
63. Em represália, a União Soviética retirou, em
1960, seus conselheiros técnicos da China.
A política de priorização da produção de bens de
consumo e de desestalinização adotada por
Kruschev distanciava ainda mais o PCUS do
PCC.
64. Naquele momento, os chineses buscavam
desenvolver a indústria de base e Mao era
venerado como o grande guia chinês, tornando-
se alvo da crítica ao culto da personalidade feita
pelo líder soviético.
65. O agravamento das relações sino-soviéticas, em
1962, ao ponto de ruptura, quando o PCC
acusou Kruschev e o PCUS de “revisionistas”,
ou seja, os soviéticos estariam modificando as
teses marxistas originais, fugindo do socialismo
puro.
66. Já nos anos 70, enquanto o
monolitismo socialista se
desestrutura, a China tratava
pouco a pouco de aproximar-se
diplomaticamente dos EUA.
Essa política possibilitou-lhe o
ingresso na ONU (1971) e a visita
do presidente Richard Nixon
(1972).
67. Com uma política autônoma, os chineses
tornaram-se militarmente auto-suficientes,
adquirindo também poderio nuclear: explodiram
sua primeira bomba atômica em 1964 e de
hidrogênio em 1967.
68. Em 1969, as relações entre China e União
Soviética havia se deteriorado de tal forma
que, entre os dois países socialistas, existiam
somente algumas modestas transações
econômicas e questões diplomáticas de rotina.
Somente a partir de 1986 registraram-se
progressos na reaproximação entre eles.
A revolução popular liderada por Mao Tse-tung sepultou a velha condição de “quintal do mundo” que caracterizava a China desde o século 19. Sun Yat Sen foi líder do Partido Nacionalista chinês. Chiang Ching esposa do líder comandou o grupo central da revolução cultural. Shou En Lai diplomata, habilidoso e conciliador das tendências dentro do PCC. Lin Piao sucessor de Mao foi nomeado líder do Exército Popular de Libertação. Liu Shaochi e Deng Xiaoping foram os opositores de Mao dentro do PCC. Hua Keafeng assumiu o poder e imprimiu uma linha de política de centro. Jiang Jemin depois da morte de Deng Xiaoping assume a liderança no início dos anos dois mil.