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Literatura BrasileiraLiteratura Brasileira
BarrocoBarroco
Professora Mônica PereiraProfessora Mônica Pereira
Barroco,Barroco,
A arte da irregularidadeA arte da irregularidade
Início no Brasil: 1601
Prosopopeia, Bento Teixeira
Término: 1768
*Características*Características
•Pessimismo;
•Desequilíbrio entre razão e
emoção;
•Dualidade; contradição;
• Uso exagerado de figuras de
linguagem;
•Frequente uso de frases
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A linguagem barrocaA linguagem barroca
I. Cultismo (Gongorismo)
- Linguagem rebuscada, extravagante;
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- Ênfase na forma;
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linguagem.
Infiéis Despedaçaram
O todo sem a parte não é todo;
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Mas se a parte o faz todo, sendo
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Em todo o Sacramento está Deus
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E todo assiste inteiro em qualquer
parte;
E feito em partes todo em toda a
II. ConceptismoII. Conceptismo (Quevedismo)
- Linguagem mais acessível;
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- Ênfase no conteúdo;
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raciocínio lógico;
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Pois que feito Jesus em partes todo,
Assiste cada parte em sua parte.
Não se sabendo parte deste todo,
Um braço que lhe acharam, sendo
parte,
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(Gregório de Matos)
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Porém, se acaba o Sol, por que nascia?
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E tem qualquer dos bens por natureza
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Gregório de Matos
porque amou sabendo. Para
inteligência desta amorosa verdade,
havemos de supor outra não menos
certa, e é que, no mundo e entre os
homens, isto que vulgarmente se
chama amor não é amor, é ignorância.
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E a razão, dizia eu o ano passado, que
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que chegue a ser velho.”
(Pe.
A Poesia BarrocaA Poesia Barroca
Gregório de Matos GuerraGregório de Matos Guerra
O Boca do InfernoO Boca do Inferno
( 1636-1696)
A poesiaA poesia
lírico-amorosalírico-amorosa
Ardor em firme coração nascido;
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Incêndio em mares de água disfarçado;
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Tu, que em um peito abrasas escondido;
Tu, que em um rosto corres desatado;
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Quando cristal em chamas derretido.
Se és fogo como passas
brandamente,
Se és neve, como queimas com
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Mas ai, que andou Amor e ti
prudente!
Pois para temperar a tirania,
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Pintura admirável de uma beleza
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Vês o céu de planetas adorado?
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A mesma D. ÂngelaA mesma D. Ângela
Anjo no nome, Angélica na cara!
Isso é ser flor, e Anjo juntamente:
Ser angélica flor, e Anjo florente,
Em quem, senão em vós, se
uniformara:
Quem vira uma flor, que a não
cortara,
De verde pé, da rama florescente;
E quem um Anjo vira tão luzente,
Que por seu Deus o não idolatrara?
Se pois como Anjo sois dos meus
altares,
Fôreis o meu Custódio, e a minha
guarda,
Livrara eu de diabólicos azares.
Mas vejo, que por bela, e por
galharda,
Posto que os Anjos nunca dão
pesares,
A poesia satíricaA poesia satírica
Reprovações
Se sois homem valoroso,
Dizem que sois temerário,
Se valente, espadachim,
E atrevido, se esforçado.
Se resoluto, -arrogante,
Se pacífico, sois fraco,
Se precatado, - medroso,
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Se falais muito, palreiro,
Se falais pouco, sois tardo,
Se em pé, não tendes assento,
Preguiçoso, se assentado.
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Numa cidade onde falta
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poeta para morrerpoeta para morrer
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PadrePadre
Antônio VieiraAntônio Vieira
(fragmento)
“(...) Basta, Senhor, que eu, porque
roubo em uma barca, sou ladrão, e
vós, porque roubais em uma armada,
sois imperador? Assim é. O roubar
pouco é culpa, o roubar muito é
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faz os piratas, o roubar com muito,
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para comer, não vai nem leva ao
os que não só vão mas que levam,
de que eu trato, são os outros _
ladrões de maior calibre e de mais
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Sermão do MandatoSermão do Mandato
(fragmento)
“(...) Se amo, porque me amam,
tem o amor causa; se amo para
que me amem, tem fruto: e amor
fino não há de ter por que nem
para quê.. se amo porque me
amam, é obrigação, faço o que
devo; se amo para que me amem, é
negociação, busco o que desejo.
(...) amo, quia amo, amo ut
amem: amo, porque amo, e amo
para amar. Quem ama porque
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Slides da aula de Literatura (Mônica) sobre Barroco

  • 2. Barroco,Barroco, A arte da irregularidadeA arte da irregularidade
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  • 11. Início no Brasil: 1601 Prosopopeia, Bento Teixeira Término: 1768
  • 12. *Características*Características •Pessimismo; •Desequilíbrio entre razão e emoção; •Dualidade; contradição; • Uso exagerado de figuras de linguagem; •Frequente uso de frases interrogativas.
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  • 29. A linguagem barrocaA linguagem barroca I. Cultismo (Gongorismo) - Linguagem rebuscada, extravagante; - Jogo de palavras; - Ênfase na forma; - Valorização do pormenor; - Uso exagerado da figura de linguagem.
  • 30. Infiéis Despedaçaram O todo sem a parte não é todo; A parte sem o todo não é parte; Mas se a parte o faz todo, sendo parte; Não se diga que é parte, sendo o todo. Em todo o Sacramento está Deus todo, E todo assiste inteiro em qualquer parte; E feito em partes todo em toda a
  • 31. II. ConceptismoII. Conceptismo (Quevedismo) - Linguagem mais acessível; - Jogo de ideias; - Ênfase no conteúdo; - Valorização do argumento, do raciocínio lógico; - Retórica aprimorada.
  • 32. O braço de Jesus não seja parte, Pois que feito Jesus em partes todo, Assiste cada parte em sua parte. Não se sabendo parte deste todo, Um braço que lhe acharam, sendo parte, Nos diz as partes todas deste todo. (Gregório de Matos)
  • 33. Nasce o Sol, e não dura mas que um dia, Depois da Luz se segue a noite escura, Em tristes sombras morre a formosura, Em contínuas tristezas, a alegria. Porém, se acaba o Sol, por que nascia? Se formosa a Luz é, por que não dura? Como a beleza assim se transfigura? Como o gosto da pena assim e fia?
  • 34. Mas no sol, e na Luz falte a firmeza, Na formosura não se dê constância, E na alegria sinta-se tristeza. Começa o mundo enfim pela ignorância, E tem qualquer dos bens por natureza A firmeza somente na inconstância. Gregório de Matos
  • 35. porque amou sabendo. Para inteligência desta amorosa verdade, havemos de supor outra não menos certa, e é que, no mundo e entre os homens, isto que vulgarmente se chama amor não é amor, é ignorância. Pintaram os Antigos ao amor menino. E a razão, dizia eu o ano passado, que era porque nenhum amor dura tanto que chegue a ser velho.” (Pe.
  • 36. A Poesia BarrocaA Poesia Barroca
  • 37. Gregório de Matos GuerraGregório de Matos Guerra O Boca do InfernoO Boca do Inferno ( 1636-1696)
  • 39. Ardor em firme coração nascido; Pranto por belos olhos derramados; Incêndio em mares de água disfarçado; Rio de neve em fogo convertido: Tu, que em um peito abrasas escondido; Tu, que em um rosto corres desatado; Quando fogo, em cristais aprisionado; Quando cristal em chamas derretido.
  • 40. Se és fogo como passas brandamente, Se és neve, como queimas com porfia? Mas ai, que andou Amor e ti prudente! Pois para temperar a tirania, Como quis que fosse a neve
  • 41. Pintura admirável de uma beleza Vês esse sol de luzes coroado? Em pérolas a aurora convertida? Vês a lua de estrelas guarnecida? Vês o céu de planetas adorado? O céu deixemos; vês naquele prado A rosa com razão desvanecida? A açucena por alva presumida? O cravo por galã lisonjeado?
  • 42. Deixa o prado ; vem cá, minha adorada: Vês desse mar a esfera cristalina Em sucessivo aljôvar desatada? Parece aos olhos ser de prata fina? Vês tudo isso bem? Pois tudo é nada À vista do teu rosto, Catarina.
  • 43. A mesma D. ÂngelaA mesma D. Ângela Anjo no nome, Angélica na cara! Isso é ser flor, e Anjo juntamente: Ser angélica flor, e Anjo florente, Em quem, senão em vós, se uniformara: Quem vira uma flor, que a não cortara, De verde pé, da rama florescente; E quem um Anjo vira tão luzente, Que por seu Deus o não idolatrara?
  • 44. Se pois como Anjo sois dos meus altares, Fôreis o meu Custódio, e a minha guarda, Livrara eu de diabólicos azares. Mas vejo, que por bela, e por galharda, Posto que os Anjos nunca dão pesares,
  • 45. A poesia satíricaA poesia satírica
  • 46. Reprovações Se sois homem valoroso, Dizem que sois temerário, Se valente, espadachim, E atrevido, se esforçado. Se resoluto, -arrogante, Se pacífico, sois fraco, Se precatado, - medroso, E se o não sois, - confiado.
  • 47. Se falais muito, palreiro, Se falais pouco, sois tardo, Se em pé, não tendes assento, Preguiçoso, se assentado. E assim não pode viver Neste Brasil infestado, Segundo o que vos refiro Quem não seja reprovado.
  • 48. Que falta nesta cidade? Verdade. Que mais por sua desonra? Honra. Falta mais que se lhe ponha? Vergonha. O demo a viver se exponha, Por mais que a fama a exalta, Numa cidade onde falta Verdade, honra, vergonha.
  • 49. A poesia sacraA poesia sacra
  • 50. Buscando a CristoBuscando a Cristo A vós correndo vou, braços sagrados, Nessa cruz sacrossanta descobertos, Que para receber-me, estais abertos, E por não castigar-me, estais cravados. A vós, divinos olhos eclipsados De tanto sangue e lágrimas abertos,
  • 51. A vós, pregados pés, por não deixar-me, A vós, sangue vertido, para ungir- me, A vós, cabeça baixa, p´ra chamar- me. A vós, lado patente, quero
  • 52. pecado, Da vossa piedade me despido, Porque quanto mais tenho delinqüido, Vos tenho a perdoar mais empenhado. Se basta a vos irar tanto pecado, A abrandar-vos sobeja um só gemido, Que a mesma culpa, que vos há
  • 53. Se uma ovelha perdida, e já cobrada Glória tal, e prazer tão repentino Vos deu, como afirmais na sacra história: Eu sou, Senhor, a ovelha desgarrada Cobrai-a, e não queirais, Pastor divino,
  • 54. A Jesus Cristo crucificado, estando oA Jesus Cristo crucificado, estando o poeta para morrerpoeta para morrer Meu Deus, que estais pendente em um madeiro Em cuja fé protesto de viver; Em cuja santa lei hei de morrer, Amoroso, constante, firme e inteiro: Neste transe, por ser o derradeiro, Pois vejo a minha vida anoitecer, É, meu Jesus, a hora de se ver A brandura de um pai, manso cordeiro.
  • 55. Mui grande é vosso amor, e o meu delito: Porém, pode ter fim todo o pecar; Mas não o vosso amor, que é infinito. Esta razão me obriga a confiar Que por mais que pequei, neste conflito, Espero em vosso amor de me salvar.
  • 57. (fragmento) “(...) Basta, Senhor, que eu, porque roubo em uma barca, sou ladrão, e vós, porque roubais em uma armada, sois imperador? Assim é. O roubar pouco é culpa, o roubar muito é grandeza: o roubar com pouco poder faz os piratas, o roubar com muito, os Alexandres... O ladrão que furta para comer, não vai nem leva ao
  • 58. os que não só vão mas que levam, de que eu trato, são os outros _ ladrões de maior calibre e de mais alta esfera... os outros ladrões roubam um homem, estes roubam cidades e reinos; os outros furtam debaixo de seu risco, estes, sem temor nem perigo; os outros se furtam, são enforcados, estes
  • 59. Sermão do MandatoSermão do Mandato (fragmento) “(...) Se amo, porque me amam, tem o amor causa; se amo para que me amem, tem fruto: e amor fino não há de ter por que nem para quê.. se amo porque me amam, é obrigação, faço o que devo; se amo para que me amem, é negociação, busco o que desejo.
  • 60. (...) amo, quia amo, amo ut amem: amo, porque amo, e amo para amar. Quem ama porque o amam, é agradecido; quem ama, para que o amem, é interesseiro; quem ama, não porque o amam, nem para que o amem, esse só é fino.”