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THOMAZ RENE LINS DA PAIXÃO
RESUMO DO LIVRO I DA REPÚBLICA DE PLATÃO
RECIFE
2015
LIVRO I
Trata-se de uma introdução ao livro A Republica de Platão. [1] É um diálogo
apresentado pelo autor na cidade de Pireu, mais especificamente na casa de Céfalo
durante uma festividade à deusa Bênis, dos trácios. [2]. Este diálogo é sobre a natureza
da justiça, a definição de justiça e se a justiça é ou não uma virtude e se essa pode
conduzir o homem a felicidade. [3]. As personagens mais presentes do diálogo são:
Sócrates, Polemarco e Trasímaco.
RESUMO DO LIVRO I
Percebendo que Sócrates estava indo embora da cidade, Polemarco manda um
de seus escravos para que pedisse a Sócrates e seu irmão Glauco que o esperassem.
Polemarco estava acompanhado de Adimanto (irmão de Glauco) e, de Nicerato (filho de
Nícias) e de alguns outros. Alguns minutos depois Polemarco encontra-se com Sócrates.
Quando se encontram, Polemarco o convida à sua casa, lá encontram seu pai Céfalo.
Lísias, Eutidemo, seus irmãos, Trasímaco e Clitofon (sofistas). Durante a estadia na
casa, Céfalo um homem já avançado em idade, fica feliz por rever seu amigo Sócrates.
E eles começam a conversar. Céfalo diz que por estar idoso não tem mais tanto vigor
como na juventude, também fala de não poder mais aproveitar os prazeres da vida e,
que não lamenta não mais poder aproveitar dos prazeres que tinha quando jovem.
Durante a conversa ele cita o poeta Sófocles (pois fazia parte da cultura da época poetas
como este). Também nesta conversa, Sócrates a fim de continuar a ouvir o amigo
Céfalo, diz que ele tem uma boa vida não por ser cidadão ateniense (Céfalo era
estrangeiro), mas por possuir muitas riquezas. Então, Sócrates pergunta qual a maior
felicidade que ele pode usufruir de sua riqueza; Céfalo responde citando outro poeta que
o melhor que pôde fazer através de sua riqueza foi ter agido com virtude de justiça
(citando o poeta, Píndaro). E em suma, diz que a velhice traz paz e felicidade. Sócrates
retomando o diálogo começa uma indagação sobre o que seria a virtude da justiça ao
perguntar, “Mas essa virtude de justiça resume-se em proferir a verdade e em restituir o
que se tomou de alguém, ou podemos dizer que às vezes é correto e outras vezes
incorreto fazer tais coisas? [...]” . Nesse instante Céfalo retira-se da discussão passando
a palavra a seu filho Polemarco. Para este último, a justiça consiste em fazer bem aos
amigos e mal aos inimigos. Com o argumento dialético refutativo, Sócratis diz que essa
visão de justiça exposta por Polemarco resume-se em roubar, pois favorece uns em
detrimento a outros. Sócrates, torna com outra indagação dialética, “A quem chamas tu
de amigos, a os que nos parecem honestos, ou àqueles que de fato são, embora não o
pareçam, e assim também quanto aos inimigos? ”. Com essa pergunta, Sócrates diz que
não é próprio do justo fazer mal ao inimigo ou a qualquer pessoa, mas do injusto. E que
a justiça não consiste literalmente em devolver a cada um o que lhe pertence
(explicando o pensamento de Simônides) e, que não é sábio dizer isto, pois a ninguém
parece justo fazer o mal. Durante o diálogo é explícito que havia um homem “louco”
para entrar na discussão (as discussões eram por costumes feitas à disposição do
público), mas estava sendo impedido por seus vizinhos. Este homem era o sofista
chamado, Trasímaco. Por estar sendo impedido de entrar no diálogo sobre justiça,
Trasímaco eleva a voz à Sócrates – “Se queres saber o que é justo, não te limites a
indagar, nem a refutar quem responde, mas depois de compreender que é mais fácil
responder que perguntar, responde tu mesmo e dize no que consiste a justiça”. Socrates
surpreso com a “abordagem”, responde com certa ironia, “Não fiques zangado,
Trasímaco, porque, se eu e este jovem cometemos um erro em nossa análise, sabes que
foi involuntariamente [...]Mas creio que a tarefa ultrapassa as nossas forças. Por isso,
é muito mais natural para vós, os hábeis, ter compaixão de nós do que testemunhar-nos
irritação”. O diálogo continua e Trasímaco define a justiça como “a vantagem do mais
forte”, nesse momento ele pede que Sócrates o aplauda por sua sucinta e grande
resposta a indagação sobre justiça. Contudo, Sócrates, lhe questiona sobre o que ele quis
dizer com “a vantagem do mais forte”, pois, não havia entendido seu pensamento
claramente. Trasímaco retoma a fala justificando seu pensamento dizendo que o
governo estabelece as leis para seu próprio benefício, a saber: A democracia, as leis
democráticas; A tirania, leis tirânicas. Logo, cada governo ao estabelecer suas leis,
declara justo para os governados, o seu próprio interesse, puindo quem elas deixam de
cumprir, sendo este um violador da lei, culpando-o de injustiça. Portanto, Trasímaco
defende a tese de justiça como sendo o interesse do mais forte sobre o mais fraco.
Examinando a tese de Trasímaco, Sócrates, diz: “é justo obedecer aos governantes,
contudo eles também tendem a se enganar, por consequência elaborando boas e más
leis, sendo as boas as vantajosas e as más as desvantajosas, sendo elaboradas a seu
proveito [...]. Pergunto, nisto consiste a injustiça, não é?”. Trasímaco, em resposta
concorda com Sócrates que, mais uma vez usando da dialética conclui – “Logo, não só
é justo, no teu pensamento fazer o que é proveitoso ao mais forte, porém, também o que
não é”. Polemarco e Clitofon estavam assistindo ao diálogo, e nesse momento, eles
também participam da conversa (esta participação é breve). Contudo, parece que eles
tomam posições esclarecedoras acerca do pensamento de Trasímaco sobre a justiça, para
Polemarco, Trasímaco esclarece justiça como sendo a obediência aos governantes; já
para Clitofon, a justiça é o interesse do mais forte, não o interesse imanente no próprio
interesse. Então, Trasimaco reage as refutações de Sócrates – “És um difamador,
Sócrates, quando discutes”..., continuando o diálogo, Trasímaco, dá alguns exemplos da
vantagem do mais forte, citando um médico, um contador e um escriba. Nesse exemplo,
ele mostra que embora algum deles venha a errar na execução de sua profissão, ainda
assim, nenhum vai deixar de ser o profissional qualificado para sua função em
detrimento dos que não são (fortes x fracos), e que a palavra se enganar é tão somente
uma figura de linguagem, pois, ainda que se enganem não deixaram de ter vantagens,
porquanto, são os mais fortes. Em seguida, Sócrates retoma a palavra, fazendo uma
alusão a medicina – “[...], portanto, a medicina não objetiva a sua própria vantagem,
mas a do corpo”. Continuando a conversa, Sócrates, objetiva dizer que a virtude da
justiça dita por Trasímaco não está na vantagem do mais forte, mas a vantagem do mais
forte é usar de benefício com o mais fraco, ou seja, o médico não seria nada sem o
paciente, assim o piloto (capitão do navio) não seria nada sem os marinheiros. Ou seja, a
virtude consiste em beneficiar o próximo, sendo justiça quando é do coletivo para o
individual (governo para governados). A suma do livro I é, Trasímaco, não por gosto
concorda com o pensamento de Sócrates e, conclui que a justiça é virtude e sabedoria e,
que a injustiça é vício e ignorância. Por fim Sócrates conclui – “o resultado da nossa
conversa é que não sei nada”.

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  • 1. THOMAZ RENE LINS DA PAIXÃO RESUMO DO LIVRO I DA REPÚBLICA DE PLATÃO RECIFE 2015
  • 2. LIVRO I Trata-se de uma introdução ao livro A Republica de Platão. [1] É um diálogo apresentado pelo autor na cidade de Pireu, mais especificamente na casa de Céfalo durante uma festividade à deusa Bênis, dos trácios. [2]. Este diálogo é sobre a natureza da justiça, a definição de justiça e se a justiça é ou não uma virtude e se essa pode conduzir o homem a felicidade. [3]. As personagens mais presentes do diálogo são: Sócrates, Polemarco e Trasímaco. RESUMO DO LIVRO I Percebendo que Sócrates estava indo embora da cidade, Polemarco manda um de seus escravos para que pedisse a Sócrates e seu irmão Glauco que o esperassem. Polemarco estava acompanhado de Adimanto (irmão de Glauco) e, de Nicerato (filho de Nícias) e de alguns outros. Alguns minutos depois Polemarco encontra-se com Sócrates. Quando se encontram, Polemarco o convida à sua casa, lá encontram seu pai Céfalo. Lísias, Eutidemo, seus irmãos, Trasímaco e Clitofon (sofistas). Durante a estadia na casa, Céfalo um homem já avançado em idade, fica feliz por rever seu amigo Sócrates. E eles começam a conversar. Céfalo diz que por estar idoso não tem mais tanto vigor como na juventude, também fala de não poder mais aproveitar os prazeres da vida e, que não lamenta não mais poder aproveitar dos prazeres que tinha quando jovem. Durante a conversa ele cita o poeta Sófocles (pois fazia parte da cultura da época poetas como este). Também nesta conversa, Sócrates a fim de continuar a ouvir o amigo Céfalo, diz que ele tem uma boa vida não por ser cidadão ateniense (Céfalo era estrangeiro), mas por possuir muitas riquezas. Então, Sócrates pergunta qual a maior felicidade que ele pode usufruir de sua riqueza; Céfalo responde citando outro poeta que o melhor que pôde fazer através de sua riqueza foi ter agido com virtude de justiça (citando o poeta, Píndaro). E em suma, diz que a velhice traz paz e felicidade. Sócrates retomando o diálogo começa uma indagação sobre o que seria a virtude da justiça ao perguntar, “Mas essa virtude de justiça resume-se em proferir a verdade e em restituir o que se tomou de alguém, ou podemos dizer que às vezes é correto e outras vezes incorreto fazer tais coisas? [...]” . Nesse instante Céfalo retira-se da discussão passando a palavra a seu filho Polemarco. Para este último, a justiça consiste em fazer bem aos amigos e mal aos inimigos. Com o argumento dialético refutativo, Sócratis diz que essa
  • 3. visão de justiça exposta por Polemarco resume-se em roubar, pois favorece uns em detrimento a outros. Sócrates, torna com outra indagação dialética, “A quem chamas tu de amigos, a os que nos parecem honestos, ou àqueles que de fato são, embora não o pareçam, e assim também quanto aos inimigos? ”. Com essa pergunta, Sócrates diz que não é próprio do justo fazer mal ao inimigo ou a qualquer pessoa, mas do injusto. E que a justiça não consiste literalmente em devolver a cada um o que lhe pertence (explicando o pensamento de Simônides) e, que não é sábio dizer isto, pois a ninguém parece justo fazer o mal. Durante o diálogo é explícito que havia um homem “louco” para entrar na discussão (as discussões eram por costumes feitas à disposição do público), mas estava sendo impedido por seus vizinhos. Este homem era o sofista chamado, Trasímaco. Por estar sendo impedido de entrar no diálogo sobre justiça, Trasímaco eleva a voz à Sócrates – “Se queres saber o que é justo, não te limites a indagar, nem a refutar quem responde, mas depois de compreender que é mais fácil responder que perguntar, responde tu mesmo e dize no que consiste a justiça”. Socrates surpreso com a “abordagem”, responde com certa ironia, “Não fiques zangado, Trasímaco, porque, se eu e este jovem cometemos um erro em nossa análise, sabes que foi involuntariamente [...]Mas creio que a tarefa ultrapassa as nossas forças. Por isso, é muito mais natural para vós, os hábeis, ter compaixão de nós do que testemunhar-nos irritação”. O diálogo continua e Trasímaco define a justiça como “a vantagem do mais forte”, nesse momento ele pede que Sócrates o aplauda por sua sucinta e grande resposta a indagação sobre justiça. Contudo, Sócrates, lhe questiona sobre o que ele quis dizer com “a vantagem do mais forte”, pois, não havia entendido seu pensamento claramente. Trasímaco retoma a fala justificando seu pensamento dizendo que o governo estabelece as leis para seu próprio benefício, a saber: A democracia, as leis democráticas; A tirania, leis tirânicas. Logo, cada governo ao estabelecer suas leis, declara justo para os governados, o seu próprio interesse, puindo quem elas deixam de cumprir, sendo este um violador da lei, culpando-o de injustiça. Portanto, Trasímaco defende a tese de justiça como sendo o interesse do mais forte sobre o mais fraco. Examinando a tese de Trasímaco, Sócrates, diz: “é justo obedecer aos governantes, contudo eles também tendem a se enganar, por consequência elaborando boas e más leis, sendo as boas as vantajosas e as más as desvantajosas, sendo elaboradas a seu proveito [...]. Pergunto, nisto consiste a injustiça, não é?”. Trasímaco, em resposta concorda com Sócrates que, mais uma vez usando da dialética conclui – “Logo, não só é justo, no teu pensamento fazer o que é proveitoso ao mais forte, porém, também o que
  • 4. não é”. Polemarco e Clitofon estavam assistindo ao diálogo, e nesse momento, eles também participam da conversa (esta participação é breve). Contudo, parece que eles tomam posições esclarecedoras acerca do pensamento de Trasímaco sobre a justiça, para Polemarco, Trasímaco esclarece justiça como sendo a obediência aos governantes; já para Clitofon, a justiça é o interesse do mais forte, não o interesse imanente no próprio interesse. Então, Trasimaco reage as refutações de Sócrates – “És um difamador, Sócrates, quando discutes”..., continuando o diálogo, Trasímaco, dá alguns exemplos da vantagem do mais forte, citando um médico, um contador e um escriba. Nesse exemplo, ele mostra que embora algum deles venha a errar na execução de sua profissão, ainda assim, nenhum vai deixar de ser o profissional qualificado para sua função em detrimento dos que não são (fortes x fracos), e que a palavra se enganar é tão somente uma figura de linguagem, pois, ainda que se enganem não deixaram de ter vantagens, porquanto, são os mais fortes. Em seguida, Sócrates retoma a palavra, fazendo uma alusão a medicina – “[...], portanto, a medicina não objetiva a sua própria vantagem, mas a do corpo”. Continuando a conversa, Sócrates, objetiva dizer que a virtude da justiça dita por Trasímaco não está na vantagem do mais forte, mas a vantagem do mais forte é usar de benefício com o mais fraco, ou seja, o médico não seria nada sem o paciente, assim o piloto (capitão do navio) não seria nada sem os marinheiros. Ou seja, a virtude consiste em beneficiar o próximo, sendo justiça quando é do coletivo para o individual (governo para governados). A suma do livro I é, Trasímaco, não por gosto concorda com o pensamento de Sócrates e, conclui que a justiça é virtude e sabedoria e, que a injustiça é vício e ignorância. Por fim Sócrates conclui – “o resultado da nossa conversa é que não sei nada”.