O documento discute retrofit de edifícios e reabilitação de áreas urbanas degradadas como alternativas sustentáveis à construção de novos edifícios e à expansão urbana. Apresenta exemplos de projetos de retrofit no Brasil e no exterior e discute objetivos, estratégias, técnicas e legislação relacionadas a esses temas.
2. RETROFIT/ REABILITAÇÃO
Edifícios e áreas urbanas
Reabilitação tecnológica de
edifícios:alternativa à demolição e à
construção de novos edifícios.
Reabilitação de áreas urbanas: alternativa de
ocupação de áreas degradadas (brownfields),
em oposição à expansão urbana, com a
ocupação de áreas verdes (greenfields).
3. RETROFIT/REABILITAÇÃO
“Retrofit é a troca ou substituição de componentes ou subsistemas
específicos de um edifício que se tornaram inadequados ou obsoletos, seja
pelo passar do tempo, ou em função da evolução tecnológica ou de novas
necessidades dos usuários.”
“Manutenção é o conjunto de atividades a serem realizadas em uma
edificação, ou em uma sua parte, de forma preventiva ou corretiva, que
visam conservar ou recuperar a sua capacidade funcional, bem como
atender às necessidades de segurança dos usuários.”
“Reabilitação de edifícios é uma ação que pode envolver atividades de
restauro, manutenção, alteração, retrofit, reparo ou reforma visando dotar o
edifício de atributos econômicos ou funcionais equivalentes aos exigidos a
um edifício novo para o mesmo fim.”
RETROFIT/ REABILITAÇÃO
Edifícios e áreas urbanas
4. OBJETIVOS DO RETROFIT DE EDIFÍCIOS
1. Adaptar o edifício aos novos usos.
2. Melhorar a qualidade ambiental.
3. Diminuir o consumo de energia a médio e longo prazo.
4. Aumentar o valor de um edifício existente, ou
restaurar o seu valor inicial.
RETROFIT/ REABILITAÇÃO
Edifícios e áreas urbanas
5. OBJETIVOS DA REABILITAÇÃO DE
ÁREAS URBANAS
Ocupar áreas degradadas, inseridas na cidade e com alguma
infraestrutura disponível, ao invés da expansão urbana, com
a ocupação de áreas verdes.
Otimizar a infraestrutura urbana existente conectar diferentes
áreas da cidade, superando os obstáculos existentes.
Melhorar a qualidade ambiental da área como um todo diminuir o
consumo de energia nos edifícios e na cidade, a médio e longo
prazo.
Aumentar o valor de uma área existente, ou restaurar o seu valor
inicial.
RETROFIT/ REABILITAÇÃO
Edifícios e áreas urbanas
6. ESTRATÉGIAS DE PROJETO PARA RETROFIT DE EDIFÍCIOS
Considerar exigências dos usuários, do clima, o edifício existente e
o seu desempenho ao longo do ano;
Analisar novas demandas e possíveis conflitos (acústica x
ventilação, proteção solar x iluminação natural);
Diagnosticar condições atuais (visitas em diferentes
horários,desenhos de observação, medições, simulações);
Estudar alternativas;
Escolher a melhor solução.
RETROFIT/ REABILITAÇÃO
Edifícios e áreas urbanas
7. Conforto dos usuários
Conforto térmico
Qualidade do ar
Conforto acústico
Conforto luminoso
Ofuscamento por saturação ou contraste
Ergonomia
Possibilidades de controle pelos usuários
Igual tratamento para o entorno
RETROFIT/ REABILITAÇÃO
Edifícios e áreas urbanas
8. Galeria Sul América – Rio de Janeiro
Projeto vencedor
de concurso
Limpeza e
revitalização do
edifício (retrofit)
Antes
Depois
Modernização de
ambiente interno
Conservação de
elementos originais
RETROFIT/ REABILITAÇÃO
Edifícios e áreas urbanas
10. Akker Brigge
Oslo, Noruega
Antigo porto de Oslo
Centro de compras, escritórios, restaurantes e
residências em Oslo, no antigo porto, ao lado
da Prefeitura.
RETROFIT/ REABILITAÇÃO
Edifícios e áreas urbanas
11. Pilestredet Park
Oslo, Noruega
Conversão do antigo Hospital Nacional
(1883) em apartamentos residenciais e
escritórios. O complexo hospitalar tinha
110.000m2 de área construída /
aproximadamente
metade está sendo demolida, e cerca de
novos 85.000m2 foram construídos, além
da renovação de cerca de 50.000m2 já
existentes.
Meta de demolição e reciclagem: apenas
3% do material de demolição sai como
entulho; os 97% restantes são reutilizados
no próprio local ou em outros edifícios em
construção – ao final, mais de 98% foi
reaproveitado.
RETROFIT/ REABILITAÇÃO
Edifícios e áreas urbanas
Conversão do antigo Hospital Nacional em
apartamentos residenciais e escritórios
12. PILESTREDET PARK
Oslo, Noruega
Conversão do antigo Hospital Nacional em
apartamentos residenciais e escritórios
áreas verdes, aberto ao público 1400 habitações, escritórios, comércio e educação.
RETROFIT/ REABILITAÇÃO
Edifícios e áreas urbanas
13. VREEDENBURGH, Eric, MELET, Ed (Ed.). Rooftop Architecture. Building on an elevated surface. NAi, 2005
RETROFIT/ REABILITAÇÃO
Edifícios e áreas urbanas
14. Renovação urbana em Ijburg
Amsterdã, Holanda
Distrito residencial em Amsterdã,
sendo construído em 7 ilhas artificiais
formadas por areia dragada do lago
Ijmeer. Previsão de 45.000 hab. em
18.000 habitações nas próximas
décadas.
RETROFIT/ REABILITAÇÃO
Edifícios e áreas urbanas
16. Casarão - São Luiz do Paraitinga, interior de São Paulo
RETROFIT/ REABILITAÇÃO
Edifícios e áreas urbanas
Quase três
anos após a
chuva que
devastou a
cidade,
uma das
atrações da
parte
central, o
casarão foi
restaurado
ao custo de
R$ 1,4
milhão.
Antes da enchente
Enchente de janeiro 2010
Processo de reconstrução
17. Uso de eps (isopor)
Uso de ferragens nos
guarda corpos
Não mantém
proposta histórica do
entorno
18. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O custo da reabilitação é menor que o estimado para obra nova, em alguns
casos é praticamente a metade.
Em média, tem-se uma redução de 1/3 em relação ao custo de obra nova.
Portanto, mesmo considerando-se apenas os custos de produção, a obra
de reabilitação tende a ser mais econômica.
Tomando-se esse cenário como referência, conclui-se que a reabilitação de
edifícios deverá crescer nos próximos anos e, por isso, a atividade de
orçamento ganhará cada vez mais importância.
RETROFIT/ REABILITAÇÃO
Edifícios e áreas urbanas
19. Recuperação de áreas urbanas
degradadas
"Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado
a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo
com solução técnica exigida pelo órgão público
competente, na forma de lei" (Constituição Brasileira,
1988).
"Aquele que explorar recursos naturais fica obrigado
a recuperar o meio ambiente degradado, ..."
(Constituição do Estado de São Paulo, 1989).
Recuperação de áreas urbanas
degradadas
20. Legislação A Legislação Ambiental
Brasileira é considerada uma
das mais bem elaboradas do
mundo, sendo seu texto
bastante exigente no que se
refere à recuperação de áreas
degradadas. Os estados e
muitos municípios apresentam
procedimentos e legislações
próprias para atividades
potencialmente poluidoras.
Para elaboração de programas
de recuperação de áreas
degradadas os
empreendimentos devem ter
licença própria do órgão
responsável. Portanto, os
profissionais devem conhecer as
exigências (normas e
dispositivos legais) que o estado
e o município fazem para o
licenciamento do
empreendimento em questão.
Recuperação de áreas urbanas
degradadas
21. Técnicas de recuperação
Revegetação: desde a fixação
localizada de espécies vegetais
(herbáceas ou arbóreas), até
reflorestamentos extensivos;
Tecnologias Geotécnicas:
execução de obras de engenharia
(com ou sem estruturas de
contenção e retenção), incluindo as
hidráulicas, que visam a estabilidade
física do ambiente;
Remediação: execução de métodos
de tratamentos predominantemente
químicos (ou biológicos) destinados
a eliminar, neutralizar, imobilizar,
confinar ou transformar elementos
ou substâncias contaminantes
presentes, atingindo a estabilidade
química do ambiente.
Recuperação de áreas urbanas
degradadas
22. Exemplos de locais
problemáticos
Mineração
Disposição de resíduos
Ocupação de encostas
Boçorocas urbanas e
rurais
Agricultura irrigada
Cursos e corpos d’água
assoreados
• Material fino em suspensão na
coluna d’água (turbidez).
Foto: Lorenzo, 2011.
Recuperação de áreas urbanas
degradadas
23. Recuperação de solos
degradados
Para recuperação é
necessário:
Correção da degradação,
no sentido de estabelecer
o equilíbrio dos processos
do meio físico;
Trabalhos de
manutenção, de modo a
evitar a reativação destes
processos e a
consequente anulação
das medidas corretivas.
Recuperação de áreas urbanas
degradadas
Parnamirim, Rio Grande do Norte,
Brasil.
24. Legislação
Decreto Federal 97.632/89:
Fixou prazo de 180 dias para minerações já existentes
apresentarem um Plano de Recuperação de Área Degradada -
PRAD;
Para futuros empreendimentos minerários, exige a
apresentação do PRAD juntamente com EIA/RIMA.
Recuperação de áreas urbanas
degradadas
25. Reabilitação como Reserva Florestal
Pedreira Massaguaçu (Caraguatatuba):
Ainda em operação;
Parte da área foi abrangida pela
criação do Parque Estadual da
Serra do Mar, em 1977.
Exemplos conhecidos
Recuperação de áreas urbanas
degradadas
28. “A pedreira Massaguaçu, situada em
Caraguatatuba, que opera desde a década de
1950 e é a principal fornecedora de brita para o
Litoral Norte do estado. Parte da área da
pedreira inclusive uma porção da cava, foi
abrangida pela criação do Parque Estadual da
Serra do Mar, em 1977.
A reabilitação das áreas degradadas prevê o
reflorestamento com utilização espécies nativas
de Mata Atlântica de forma a integrar as áreas
do empreendimento com a reserva florestal
estadual. Assim, foi previsto o retaludamento do
antigo paredão para formação de bancadas
que receberão uma camada de solo e plantio
de mudas. Áreas degradadas nas imediações
da cava e na infra-estrutura já estão sendo
reflorestadas desde 1995 e já apresentam
excelentes resultados.”
Recuperação de áreas urbanas
degradadas
29. BIBLIOGRAFIA www.usp.br/fau/cursos/graduacao/arq
www.usp.br/.../Retrofit_Reabilitacao_Tecnologica_de_Edificacoes
http://www.rc.unesp.br/igce/aplicada/ead/estudos_ambientais/ea15.html
www.g1.com.br
www.iab.com.br
1 - DIREITO AMBIENTAL - PROFª. MARIA CECÍLIA LADEIRA DE ALMEIDA, Palestra de direito Minerário, São Paulo, 19 de outubro de 2004.
2 -ABNT (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS). Degradação do solo: terminologia, NBR 10.703. 1989
3 - AGUIAR, R.L. Zoneamento geotécnico geral do Distrito Federal. São Carlos, 1997, 2v. Tese de Doutoramento. Escola de Engenharia de
São Carlos, Universidade São Paulo.
4 - BARROS, F.P. & MONTICELLI, J.J. Aspectos Legais. In: OLIVEIRA, A.M.S. & BRITO, S.N.A. (Eds.). Geologia de Engenharia. São Paulo:
Associação Brasileira de Geologia de Engenharia (ABGE), 1998. Cap. 33, p.509-515.
5 - BITAR, O.Y. Avaliação da recuperação de áreas degradadas por mineração na RMSP. São Paulo, 1997. Tese Doutoramento,
Departamento de Engenharia de Minas, Escola Politécnica, Universidade de São Paulo.
6- BITAR, O.Y. & BRAGA, T.O. O meio físico na recuperação de áreas degradadas. In: BITAR, O.Y. (Coord.). Curso de geologia aplicada ao
meio ambiente. São Paulo: Associação Brasileira de Geologia de Engenharia (ABGE) e Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), 1995. cap.
4.2, p.165-179.
7- BITAR, O.Y., FORNASARI FILHO, N. & VASCONCELOS, M.M.T. Considerações básicas para a abordagem do meio físico em estudos de
impacto ambiental. In: BITAR, O.Y. (Coord.). O meio físico em estudos de impacto ambiental. Publicação Instituto de Pesquisas
Tecnológicas (IPT), São Paulo, boletim 56, cap.03, p.09-13, 1990
8 - FORNASARI FILHO, N.; BRAGA, T.O.; BATISUCCI, S.G.G. & MONTANHESI, M.O.R. . Auditoria e Sistema de Gerenciamento Ambiental (ISO
14000). In: Simpósio Sul-Americano, 1, Simpósio Nacional de Recuperação de Áreas Degradadas, 2, nov. 1994, Curitiba. Anais...Curitiba,
1994. p.25-30.
9 - FORNASARI FILHO, N. & BITAR, O.Y. O meio físico em estudos de impacto ambiental-EIAs. In: BITAR, O.Y. (Coord.). Curso de geologia
aplicada ao meio ambiente. São Paulo: Associação Brasileira de Geologia de Engenharia (ABGE) e Instituto de Pesquisas Tecnológicas
(IPT), 1995. cap. 4.1, p.151-163.
10 - IPT (INSTITUTO DE PESQUISAS TECNOLÓGICAS). Lixo Municipal: manual de gerenciamento integrado. Publicação IPT/Cempre 2.163
(São Paulo), 278p, 1995.
11 - LEITE, C.A.G.; FORNASARI FILHO, N. & BITAR, O.Y. Estudos de Impacto Ambiental: algumas reflexões sobre metodologia para o caso da
mineração. In:
BITAR, O.Y. (Coord.). O meio físico em estudos de impacto ambiental. Publicação Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), São Paulo, boletim
56, cap.02, p.04-08, 1990.
12 - PROIN/CAPES e UNESP/IGCE. Material Didático: arquivos de transparências (CD). Rio Claro: Departamento de Geologia Aplicada,
1999.
13 - Convênio Petrobras Instituto Pólis | Relatório nº 6, Diagnóstico Urbano Socioambiental | Município de Caraguatatuba, BASE DAS
INFORMAÇÕES: ATÉ 2012 REVISÃO DE MARÇO DE 2013