SlideShare ist ein Scribd-Unternehmen logo
1 von 35
Neurofibromatose 1
Doença de Von Recklinghausen
Universidade do Grande R io
Junho, 2013
Etiologia
“É uma doença monogênica de herança autossômica dominante, com
expressividade bastante variável e penetrância completa”
• Gene NF-1 está localizado no cromossomo 17q11.2, e codifica a
Neurofibromina
▫ Neurofibromina  regulador negativo da via de transdução de sinal
mediada pela proteína RAS (transmite sinais promotores do
crescimento)
• Mutações no gene NF1 levam a inativação da neurofibromina
▫ RAS “preso” num estado ativo
• Incidência de 1:2500 a 1:3000 nascimentos
▫ 50% dos casos possuem novas mutações
• Progressiva
▫ Elementos característicos podem estar presentes ao nascimento, mas o
desenvolvimento de complicações demora décadas
Critérios Diagnósticos
Conferência do National Institute of Health - 1988
• A NF1 é diagnosticada na :
▫ 6 ou mais manchas café-com-leite (100%)
 > 5mm (antes da puberdade)
 >15mm(após puberdade)
▫ Efélides axilares ou inguinais
 Multiplas áreas pigmentadas com 2-3mm
▫ 2 ou mais nódulos de Lisch na íris -74%
 Harmatomas na íris. Sua presença aumenta com a idade
▫ 2 ou mais neurofibromas ou 1 neurofibroma plexiforme
 Aparecem caracteristicamente durante a adolescência/ gravidez  Inf. Hormonal
▫ Lesão óssea distintiva, com displasia da asa do esfenoide ou encurvamento
dos ossos longos
▫ Gliomas ópticos 15%
▫ Parente de 1º grau com diagnóstico de neurofibromatose 1
Neurofibromas
Neurofibromas dérmicos Neurofibromas plexiformes
“Tumores benignos, que geralmente
aparecem na adolescência/
gravidez e tendem a progredir em
número e tamanho”
• Lesões elásticas com discreta
mudança da coloração – púrpura
• Geralmente assintomáticos
• Geralmente tendem a aparecer
mais precocemente ou mesmo ao
nascimento
• Acompanham o trajeto do nervo,
atingindo grandes extensões
• Podem evoluir para lesão maligna
Gliomas Ópticos
15% dos pacientes com NF1
• Astrocitomas pilocíticos grau I
▫ Nervos ópticos, quiasma óptico ou vias ópticas retro-quiasmáticas
• É a neoplasia intracraniana mais comum nos pacientes com NF1
• A maioria é assintomática
▫ 20% têm distúrbios visuais ou evidências de puberdade precoce
decorrente à invasão tumoral do hipotálamo
• Mais comum na infância
▫ Início dos sintomas antes dos 6 anos de idade
Achados na RM:
Espessamento difuso
Aumento localizado/massa focal originada no N optico ou quiasma
UBOs
(Objetos brilhantes não identificados)
“Hipersinais anormais ponderados em T2 nos tratos ópticos, tronco
encefálico, globo pálido, tálamo, cápsula interna e cerebelo”
• Tendem a desaparecer por volta dos 30 anos de idade
• Não possuem tendência a malignização
• Não há acordo quanto a presença de UBOs e deficiência de
aprendizagem, TDA, problemas comportamentais e psicossocias
Manifestações clínicas
• Crianças são susceptíveis a complicações neurológicas
▫ Ex.: crises convulsivas tônico-clônicas generalizadas, hidrocefalia ou
macrocefalia com ventrículos normais
• Podem apresentar alterações esqueléticas: escoliose e pseudoartrose
da tíbia
• Puberdade precoce
• Associação com neoplasias malignas:
▫ Neurofibroma  neurofibrossarcoma ou shwanoma maligno
• Risco de hipertensão
▫ Estenose vascular renal ou feocromocitoma
• Incidência de leucemias mieloproliferativas e mielodisplásicas,
tumor de Wilms, feocromocitoma e rabdomiossarcoma é mais alta
que na população geral
Tratamento
• Como não há tratamento específico para NF1:
▫ Aconselhamento genético e detecção precoce das afecções ou complicações
• Solicitação de neuroimagem:
▫ Realização para todos os casos sintomáticos
▫ Não deve ser realizada de rotina (NIH)
 Raramente há necessidade de tratamento nos casos assintomáticos
Tratamento
Rotina de acompanhamento dos pacientes deve incluir:
• 1. Consulta anual do paciente acompanhado de um familiar;
• 2. Exame oftalmológico (anualmente, na infância, e menos freqüentemente
nos adultos);
• 3. Avaliação do desenvolvimento na infância;
• 4. Monitorização regular da pressão arterial;
• 5. Outros estudos devem prosseguir somente quando indicados com base na
clínica (sinais e sintomas).
Aconselhamento genético
Consiste no processo de oferecer, a indivíduos e famílias, informações
a respeito da natureza, herança e complicações de doenças
genéticas, no intuito de auxiliá-los com decisões pessoais e
médicas.
• Quando herdada, segue o padrão de
uma doença autossômica dominante.
Dessa forma, o risco de
acometimento de cada filho é de
50%, independentemente do sexo da
criança, assim como do número de
irmãos afetados.
Aconselhamento genético
• Em casos de mutação nova, o risco não é o maior do que a
população geral.
Cerca de 50% dos indivíduos portadores de NF-1 decorrem de
mutação nova esporádica. Se nenhum dos pais de um indivíduo com
NF-1 possui critérios que determinem o diagnóstico dessa síndrome,
o risco dos irmãos desse indivíduo afetado de possuir NF-1 é baixo,
exceto em casos de mosaicismo germinativo, quando uma pessoa
aparentemente normal possui filhos com o quadro clássico da
doença.
“Fatores prognósticos dos tumores
do SNC na neurofibromatose”
Jean-Se Âbastien Guillamo, Alain Cre Âange, Chantal Kalifa,
Jacques Grill, Diana Rodriguez, Franc Ëois Doz, Se Âbastien
Barbarot, Michel Zerah, Marc Sanson, Sylvie Bastuji-Garin, Pierre
Wolkenstein1, for the Re Âseau NF France
Universidade do Grande R io
Junho, 2013
Introdução
• NF1 é uma doença genética comum com
incidência de 1/3500
• Gene da NF1 é um gene supressor tumoral
localizado no cromossomo 17q11.2
• Codifica neurofibromina, um regulador negativo
do oncogene Ras
Inativação  proliferação celular  tumor
Introdução
• A NF1 predispõe o desenvolvimento de tumores
no SNC e periférico
▫ Os tumores do SNP são os mais frequentes, e sua
malignidade é responsável pela principal causa de
mortalidade na população adulta
▫ Os tumores do SNC são importantes devido às
suas altas taxas de mortalidade e morbidade
 Gliomas do tronco cerebral e tumores ópticos são
tumores frequentes e têm menor agressividade
quando comparados aos pacientes que não-NF1
Introdução
▫ Poucos dados estão disponíveis para tumores
localizados fora das vias ópticas e do tronco
cerebral, e para os tumores provenientes de
adultos com NF-1
▫ Fatores preditivos de mau prognóstico ainda têm
de ser identificados
Introdução
▫ Objetivo:
Estudo retrospectivo multicêntrico, com base numa
grande população NF-1 incluindo crianças e
adultos com tumores do SNC, a fim de abordar
estas questões e identificar fatores prognósticos
em pacientes com tumores do SNC e NF-1
Pacientes e métodos
• Pacientes:
▫ 104 pacientes
▫ Diagnóstico de NF1 de acordo com National Institute of Health
▫ TC no diagnóstico foi mandatória antes 1987 e RNM após 1987
▫ Pacientes >18 anos ao diagnóstico de tumor SNC foram considerados
adultos
• Diagnóstico tumoral:
▫ Foi baseado na confirmação patológica
 Exceto nos tumores cuja infiltração atingiu o trato óptico e o tronco cerebral,
nos quais o diagnóstico foi baseado nos critérios radiológicos
 Para os casos assintomáticos: 2 ou mais critérios radiológicos (lesão expansiva,
efeito de massa e captação de contraste)
▫ Meningiomas foram excluídos do estudo
Pacientes e métodos
• Classificação do tumor
▫ Classificados de acordo com sua localização:
 Tumores do trato óptico (OPT)  nervo óptico, quiasma e trato
retroquiasmático
 Tumores extra-ópticos (extra-OPT)  tronco cerebral e outras localizações
• Coleta de dados
 Idade, sexo, HF de NF1, data do diagnóstico do tumor, circunstancias e
idade no diagnostico, nº e localizaçao dos tumores, caract. radiologicas,
histologicas, tratamento, evolução da doença e complicações.
• Análise estatística
• Comparando as curvas de sobrevida  obteve significância estatística
Resultados
104 pacientes
(50 Mulheres e 54 homens)
NF1 esporádica: 59
NF1 familiar: 38
20%
apresentaram 2
ou 3 tumores do
SNC
Observou-se 127
tumores
88 crianças
(mediana de 5,2
anos – 3meses a
17 anos)
16 adultos
(mediana de
28,8 anos)
Resultados
Resultados
OPT
84 pacientes – 68% -
(74 cças e 10 adultos)
34  assintomáticos
(24 cças e 10 adultos)
50 sintomáticos
(50 crianças, todas
com >6 anos)
Extra-OPT
43 pacientes (33 cças
e 10 adultos)
24  assintomáticos
(20 cças e 4 adultos)
19  sintomáticos
(13 cças e 6
adultos)
Resultados
Resultados
• Localização: Trato óptico anterior foi o mais frequente – 84%
• Exames de imagem (TC ou RNM):
▫ Efeito de massa – 27%
▫ Componente cístico -5%
▫ Captação de contraste – 56%
• Tratamento:
▫ Não trataram: 28 dos assintomáticos e 13 sintomáticos
▫ Regressão espontânea: 1 paciente
▫ Tratamento: 6 dos assintomáticos e 37 sintomáticos
 Ressecção cirúrgica: 9
 Shunt do fluido cerebroespinhal: 7
 Radioterapia: 28
 17 tiveram aumento da lesão ao exame radiológico
▫ 4  resposta parcial/ 11 estaveis/ 2 progressiva
 Quimioterapia: 11
• 24  puberdade precoce (5 no diagn./19 durante/9 após
radioterapia)
Resultados
• Exame de imagem (TC e RNM):
▫ Efeito de massa: 44%
▫ Componente de massa ou cístico:21%
▫ Captação de contraste: 82%
• Tratamento:
▫ Não trataram: 19 dos assintomáticos e 1 dos sintomáticos
▫ Trataram: 5 assintomáticos e 18 sintomáticos
 Ressecção cirúrgica: 14
 Shunt fluido cerebroespinhal: 4
 Radioterapia: 15
 Quimioterapia: 13
▫ Não houve complicação endócrina
▫ Disseminação leptomeníngea em 3 tumores
Resultados
• 11% morreram durante o acompanhamento
Resultados
• Taxa de
sobrevida: 90%
em 5 anos e 82%
em 10 anos
Resultados
• Pior prognóstico: pacientes adultos, localização
extra-optica e sintomáticos no diagnóstico
• Não houve diferença entre tumores únicos ou
múltiplos e entre homens e mulheres
Discussão
• Este estudo incluiu pacientes com NF1 e tumores do SNC
independente do local ou tipo histológico e concluiu que,
no geral, apresentam um bom prognóstico.
Fatores de pior prognóstico: adultos, tumores
sintomáticos e localização extra-óptica
• O tipo histológico mais comum foi o astrocitoma
pilocítico, que costuma ter uma progressão estável ou
muito lenta, explicando, assim, o bom prognóstico destes
pacientes.
Discussão
• A maioria dos tumores era OPT, e destes, a
maioria era assintomática  associados a
melhor prognóstico
• O 2º mais frequente em NF1 é o do tronco
cerebral e, em geral, menos agressivo do que em
não NF1
Discussão
• O uso da neuroimagem é questionado, não sendo
recomendado na triagem de NF1. Para estes, é
recomendado exame oftalmológico anual, especialmente
em crianças.
• Radioterapia é questionada, devido a associação com
toxicidade grave  AVC e def. de GH
 Uso restrito do tratamento. Considerar quimioterapia
Conclusão
A sobrevida dos pacientes com tumores de SNC e
NF-1 depende da idade, dos sintomas e da
presença de tumores extra-opticos.
• Observou-se que a mortalidade é mais elevada em
adultos e extra-OPT, enquanto OPT são
excepcionalmente risco de vida.
• Espera-se que a tomada de decisão para pacientes com
NF-1 com tumores do SNC seja facilitada pelos
resultados do estudo.
Referências
• Gutmann DH, Aylsworth A, Carey J. The diagnostic evaluation
andmultidisciplinary management of neurofibromatosis 1 and
neurofibromatosis 2.Jama 278:A1, 1997.
• Goldman L, Ausiello D. Tratado de Medicina Interna. 22ª Ed. Rio de
Janeiro, Elsevier, 2005.
• Thompson WM., Mcinnes RR., Willard HF. Genética Clínica. 5ª ed.
Rio de Janeiro,Guanabara Koogan, 1993.
• Kim, CA; Albano, LM. Genética na prática pediátrica. São Paulo,
Manole, 2010
OBRIGADA!!!!

Weitere ähnliche Inhalte

Was ist angesagt?

SíNdrome De Marfan
SíNdrome De MarfanSíNdrome De Marfan
SíNdrome De MarfanLucas
 
Saúde e indicadores
Saúde e indicadoresSaúde e indicadores
Saúde e indicadoresAna Castro
 
Aula mitose e meiose
Aula mitose e meioseAula mitose e meiose
Aula mitose e meioseGeovanaPorto
 
11 ff nobel_respostas_e_mais_questoes
11 ff nobel_respostas_e_mais_questoes11 ff nobel_respostas_e_mais_questoes
11 ff nobel_respostas_e_mais_questoesFernando Bação
 
Um desafio global - o desenvolvimento sustentável.ppt
Um desafio global - o desenvolvimento sustentável.pptUm desafio global - o desenvolvimento sustentável.ppt
Um desafio global - o desenvolvimento sustentável.pptPedro Silva
 
07 Hereditariedade humana
07 Hereditariedade humana07 Hereditariedade humana
07 Hereditariedade humanaTeresa Monteiro
 
Doenças genéticas (1)
Doenças genéticas (1)Doenças genéticas (1)
Doenças genéticas (1)kajomaneto
 
Clonagem reprodutiva
Clonagem reprodutivaClonagem reprodutiva
Clonagem reprodutivatontinhasilva
 
Genética e doenças
Genética e doençasGenética e doenças
Genética e doençasemanuel
 
Hereditariedade
HereditariedadeHereditariedade
HereditariedadeAna Castro
 
Aula divisão celular
Aula divisão celularAula divisão celular
Aula divisão celularMarcia Bantim
 
1.1. saúde indicadores
1.1. saúde indicadores1.1. saúde indicadores
1.1. saúde indicadoresMaria Rocha R
 
Hereditariedade Humana
Hereditariedade HumanaHereditariedade Humana
Hereditariedade HumanaIsabel Lopes
 
Doenças genéticas: Síndromes
Doenças genéticas: SíndromesDoenças genéticas: Síndromes
Doenças genéticas: SíndromesMatheus Fellipe
 

Was ist angesagt? (20)

SíNdrome De Marfan
SíNdrome De MarfanSíNdrome De Marfan
SíNdrome De Marfan
 
Saúde e indicadores
Saúde e indicadoresSaúde e indicadores
Saúde e indicadores
 
Aula mitose e meiose
Aula mitose e meioseAula mitose e meiose
Aula mitose e meiose
 
Smog
SmogSmog
Smog
 
11 ff nobel_respostas_e_mais_questoes
11 ff nobel_respostas_e_mais_questoes11 ff nobel_respostas_e_mais_questoes
11 ff nobel_respostas_e_mais_questoes
 
Biologia- Virus
Biologia- VirusBiologia- Virus
Biologia- Virus
 
Um desafio global - o desenvolvimento sustentável.ppt
Um desafio global - o desenvolvimento sustentável.pptUm desafio global - o desenvolvimento sustentável.ppt
Um desafio global - o desenvolvimento sustentável.ppt
 
07 Hereditariedade humana
07 Hereditariedade humana07 Hereditariedade humana
07 Hereditariedade humana
 
Doenças genéticas (1)
Doenças genéticas (1)Doenças genéticas (1)
Doenças genéticas (1)
 
Clonagem reprodutiva
Clonagem reprodutivaClonagem reprodutiva
Clonagem reprodutiva
 
Genética e doenças
Genética e doençasGenética e doenças
Genética e doenças
 
Hereditariedade
HereditariedadeHereditariedade
Hereditariedade
 
Aula divisão celular
Aula divisão celularAula divisão celular
Aula divisão celular
 
Herança Mitocondrial
Herança MitocondrialHerança Mitocondrial
Herança Mitocondrial
 
1.1. saúde indicadores
1.1. saúde indicadores1.1. saúde indicadores
1.1. saúde indicadores
 
45 evolucao
45 evolucao45 evolucao
45 evolucao
 
Hereditariedade Humana
Hereditariedade HumanaHereditariedade Humana
Hereditariedade Humana
 
Doenças genéticas: Síndromes
Doenças genéticas: SíndromesDoenças genéticas: Síndromes
Doenças genéticas: Síndromes
 
Engenharia Genética
Engenharia GenéticaEngenharia Genética
Engenharia Genética
 
Ciclos de vida
Ciclos de vidaCiclos de vida
Ciclos de vida
 

Andere mochten auch

Doença de von Recklinghausen's ( Neurofibromatose Tipo I )
Doença de von Recklinghausen's ( Neurofibromatose Tipo I )Doença de von Recklinghausen's ( Neurofibromatose Tipo I )
Doença de von Recklinghausen's ( Neurofibromatose Tipo I )blogped1
 
Síndrome de von recklinghausen
Síndrome de von recklinghausenSíndrome de von recklinghausen
Síndrome de von recklinghausenLuis Dantas
 
Tratamento clínico dos gliomas de baixo grau em pacientes pediátricos
Tratamento clínico dos gliomas de baixo grau em pacientes pediátricosTratamento clínico dos gliomas de baixo grau em pacientes pediátricos
Tratamento clínico dos gliomas de baixo grau em pacientes pediátricosFrancisco H C Felix
 
Transtornos neurocutâneos - Facomatoses
Transtornos neurocutâneos - FacomatosesTranstornos neurocutâneos - Facomatoses
Transtornos neurocutâneos - FacomatosesLuís Felipe Cavalcante
 
Herança autossômica recessiva e herança dominante
Herança autossômica recessiva e herança dominanteHerança autossômica recessiva e herança dominante
Herança autossômica recessiva e herança dominanteKarine Mesquita
 
A herança autossômica monogênica
A herança autossômica monogênica A herança autossômica monogênica
A herança autossômica monogênica SEMED de Santarém/PA
 
5 - Padrões de Herança
5 - Padrões de Herança5 - Padrões de Herança
5 - Padrões de HerançaRodrigo Vianna
 

Andere mochten auch (20)

Neurofibromatose
NeurofibromatoseNeurofibromatose
Neurofibromatose
 
Neurofibromatose
NeurofibromatoseNeurofibromatose
Neurofibromatose
 
Doença de von Recklinghausen's ( Neurofibromatose Tipo I )
Doença de von Recklinghausen's ( Neurofibromatose Tipo I )Doença de von Recklinghausen's ( Neurofibromatose Tipo I )
Doença de von Recklinghausen's ( Neurofibromatose Tipo I )
 
Neurofibromatosis I
Neurofibromatosis INeurofibromatosis I
Neurofibromatosis I
 
Síndrome de von recklinghausen
Síndrome de von recklinghausenSíndrome de von recklinghausen
Síndrome de von recklinghausen
 
Tratamento clínico dos gliomas de baixo grau em pacientes pediátricos
Tratamento clínico dos gliomas de baixo grau em pacientes pediátricosTratamento clínico dos gliomas de baixo grau em pacientes pediátricos
Tratamento clínico dos gliomas de baixo grau em pacientes pediátricos
 
Transtornos neurocutâneos - Facomatoses
Transtornos neurocutâneos - FacomatosesTranstornos neurocutâneos - Facomatoses
Transtornos neurocutâneos - Facomatoses
 
Facomatoses
FacomatosesFacomatoses
Facomatoses
 
Herança autossômica recessiva e herança dominante
Herança autossômica recessiva e herança dominanteHerança autossômica recessiva e herança dominante
Herança autossômica recessiva e herança dominante
 
Neurofibromatosis
NeurofibromatosisNeurofibromatosis
Neurofibromatosis
 
Heranças genéticas
Heranças genéticasHeranças genéticas
Heranças genéticas
 
Aula de Revisão MDNM (DP)
Aula de Revisão MDNM (DP)Aula de Revisão MDNM (DP)
Aula de Revisão MDNM (DP)
 
Autossomica dominante
Autossomica dominanteAutossomica dominante
Autossomica dominante
 
A herança autossômica monogênica
A herança autossômica monogênica A herança autossômica monogênica
A herança autossômica monogênica
 
5 - Padrões de Herança
5 - Padrões de Herança5 - Padrões de Herança
5 - Padrões de Herança
 
1 hipertension endocraneana[1]
1 hipertension endocraneana[1]1 hipertension endocraneana[1]
1 hipertension endocraneana[1]
 
Hemofilia
HemofiliaHemofilia
Hemofilia
 
Alginato Odontológico
Alginato OdontológicoAlginato Odontológico
Alginato Odontológico
 
Fraturas
FraturasFraturas
Fraturas
 
Caso clinico
Caso clinicoCaso clinico
Caso clinico
 

Ähnlich wie Fatores prognósticos de tumores do SNC na neurofibromatose

Câncer na infância e adolescência: Tumores de SNC
Câncer na infância e adolescência: Tumores de SNCCâncer na infância e adolescência: Tumores de SNC
Câncer na infância e adolescência: Tumores de SNCLaped Ufrn
 
Doenças geneticas sindromes
Doenças geneticas sindromesDoenças geneticas sindromes
Doenças geneticas sindromesElda Aguiar Gama
 
Aconselhamento Genético.pptx
Aconselhamento Genético.pptxAconselhamento Genético.pptx
Aconselhamento Genético.pptxbianca375788
 
Neuroblastoma
NeuroblastomaNeuroblastoma
NeuroblastomaOncoguia
 
Maria Rita Passos-Bueno - 30mai14 1º Congresso A&R SUS
Maria Rita Passos-Bueno - 30mai14 1º Congresso A&R SUSMaria Rita Passos-Bueno - 30mai14 1º Congresso A&R SUS
Maria Rita Passos-Bueno - 30mai14 1º Congresso A&R SUSAutismo & Realidade
 
Esclerose Tuberosa
Esclerose TuberosaEsclerose Tuberosa
Esclerose Tuberosafetalufpr
 
Síndrome de Marfan
Síndrome de MarfanSíndrome de Marfan
Síndrome de MarfanAnaGomes40
 
Síndrome do x frágil 2° atividade
Síndrome do x frágil 2° atividadeSíndrome do x frágil 2° atividade
Síndrome do x frágil 2° atividadeorlandobz
 

Ähnlich wie Fatores prognósticos de tumores do SNC na neurofibromatose (20)

Câncer na infância e adolescência: Tumores de SNC
Câncer na infância e adolescência: Tumores de SNCCâncer na infância e adolescência: Tumores de SNC
Câncer na infância e adolescência: Tumores de SNC
 
Especial npc
Especial npcEspecial npc
Especial npc
 
Doenças geneticas sindromes
Doenças geneticas sindromesDoenças geneticas sindromes
Doenças geneticas sindromes
 
Aconselhamento Genético.pptx
Aconselhamento Genético.pptxAconselhamento Genético.pptx
Aconselhamento Genético.pptx
 
Neuroblastoma
NeuroblastomaNeuroblastoma
Neuroblastoma
 
Schwannomas vestibulares
Schwannomas vestibularesSchwannomas vestibulares
Schwannomas vestibulares
 
Tu snc bruna
Tu snc  brunaTu snc  bruna
Tu snc bruna
 
Infecção de transmissão vertical
Infecção de transmissão verticalInfecção de transmissão vertical
Infecção de transmissão vertical
 
Síndrome
 Síndrome Síndrome
Síndrome
 
Maria Rita Passos-Bueno - 30mai14 1º Congresso A&R SUS
Maria Rita Passos-Bueno - 30mai14 1º Congresso A&R SUSMaria Rita Passos-Bueno - 30mai14 1º Congresso A&R SUS
Maria Rita Passos-Bueno - 30mai14 1º Congresso A&R SUS
 
Schwannoma vestibular (Neurinoma do Acústico)
Schwannoma vestibular (Neurinoma do Acústico)Schwannoma vestibular (Neurinoma do Acústico)
Schwannoma vestibular (Neurinoma do Acústico)
 
Aula 7: Dra. Roberta Zeppini (Oncologista Pediátrica)
 Aula 7: Dra. Roberta Zeppini (Oncologista Pediátrica)  Aula 7: Dra. Roberta Zeppini (Oncologista Pediátrica)
Aula 7: Dra. Roberta Zeppini (Oncologista Pediátrica)
 
Esclerose Tuberosa
Esclerose TuberosaEsclerose Tuberosa
Esclerose Tuberosa
 
Oncologia ginecologica
Oncologia ginecologicaOncologia ginecologica
Oncologia ginecologica
 
Detecção Precoce do Câncer Infantil
Detecção Precoce do Câncer InfantilDetecção Precoce do Câncer Infantil
Detecção Precoce do Câncer Infantil
 
Síndrome de abilio. a. 01
Síndrome de abilio. a. 01Síndrome de abilio. a. 01
Síndrome de abilio. a. 01
 
Síndrome de Marfan
Síndrome de MarfanSíndrome de Marfan
Síndrome de Marfan
 
Quando encaminhar para um neurologista
Quando encaminhar para um neurologistaQuando encaminhar para um neurologista
Quando encaminhar para um neurologista
 
Síndrome do x frágil 2° atividade
Síndrome do x frágil 2° atividadeSíndrome do x frágil 2° atividade
Síndrome do x frágil 2° atividade
 
Síndrome de down
Síndrome de downSíndrome de down
Síndrome de down
 

Kürzlich hochgeladen

Fisiologia da Digestão sistema digestiv
Fisiologia da Digestão sistema digestivFisiologia da Digestão sistema digestiv
Fisiologia da Digestão sistema digestivProfessorThialesDias
 
Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...
Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...
Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...DL assessoria 31
 
700740332-0601-TREINAMENTO-LAVIEEN-2021-1.pdf
700740332-0601-TREINAMENTO-LAVIEEN-2021-1.pdf700740332-0601-TREINAMENTO-LAVIEEN-2021-1.pdf
700740332-0601-TREINAMENTO-LAVIEEN-2021-1.pdfMichele Carvalho
 
aula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
aula entrevista avaliação exame do paciente.pptaula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
aula entrevista avaliação exame do paciente.pptDaiana Moreira
 
Avanços da Telemedicina em dados | Regiane Spielmann
Avanços da Telemedicina em dados | Regiane SpielmannAvanços da Telemedicina em dados | Regiane Spielmann
Avanços da Telemedicina em dados | Regiane SpielmannRegiane Spielmann
 
88888888888888888888888888888663342.pptx
88888888888888888888888888888663342.pptx88888888888888888888888888888663342.pptx
88888888888888888888888888888663342.pptxLEANDROSPANHOL1
 
HIV-Gastrointestinal....infeccao.....I.ppt
HIV-Gastrointestinal....infeccao.....I.pptHIV-Gastrointestinal....infeccao.....I.ppt
HIV-Gastrointestinal....infeccao.....I.pptAlberto205764
 
Inteligência Artificial na Saúde - A Próxima Fronteira.pdf
Inteligência Artificial na Saúde - A Próxima Fronteira.pdfInteligência Artificial na Saúde - A Próxima Fronteira.pdf
Inteligência Artificial na Saúde - A Próxima Fronteira.pdfMedTechBiz
 

Kürzlich hochgeladen (8)

Fisiologia da Digestão sistema digestiv
Fisiologia da Digestão sistema digestivFisiologia da Digestão sistema digestiv
Fisiologia da Digestão sistema digestiv
 
Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...
Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...
Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...
 
700740332-0601-TREINAMENTO-LAVIEEN-2021-1.pdf
700740332-0601-TREINAMENTO-LAVIEEN-2021-1.pdf700740332-0601-TREINAMENTO-LAVIEEN-2021-1.pdf
700740332-0601-TREINAMENTO-LAVIEEN-2021-1.pdf
 
aula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
aula entrevista avaliação exame do paciente.pptaula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
aula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
 
Avanços da Telemedicina em dados | Regiane Spielmann
Avanços da Telemedicina em dados | Regiane SpielmannAvanços da Telemedicina em dados | Regiane Spielmann
Avanços da Telemedicina em dados | Regiane Spielmann
 
88888888888888888888888888888663342.pptx
88888888888888888888888888888663342.pptx88888888888888888888888888888663342.pptx
88888888888888888888888888888663342.pptx
 
HIV-Gastrointestinal....infeccao.....I.ppt
HIV-Gastrointestinal....infeccao.....I.pptHIV-Gastrointestinal....infeccao.....I.ppt
HIV-Gastrointestinal....infeccao.....I.ppt
 
Inteligência Artificial na Saúde - A Próxima Fronteira.pdf
Inteligência Artificial na Saúde - A Próxima Fronteira.pdfInteligência Artificial na Saúde - A Próxima Fronteira.pdf
Inteligência Artificial na Saúde - A Próxima Fronteira.pdf
 

Fatores prognósticos de tumores do SNC na neurofibromatose

  • 1. Neurofibromatose 1 Doença de Von Recklinghausen Universidade do Grande R io Junho, 2013
  • 2. Etiologia “É uma doença monogênica de herança autossômica dominante, com expressividade bastante variável e penetrância completa” • Gene NF-1 está localizado no cromossomo 17q11.2, e codifica a Neurofibromina ▫ Neurofibromina  regulador negativo da via de transdução de sinal mediada pela proteína RAS (transmite sinais promotores do crescimento) • Mutações no gene NF1 levam a inativação da neurofibromina ▫ RAS “preso” num estado ativo • Incidência de 1:2500 a 1:3000 nascimentos ▫ 50% dos casos possuem novas mutações • Progressiva ▫ Elementos característicos podem estar presentes ao nascimento, mas o desenvolvimento de complicações demora décadas
  • 3. Critérios Diagnósticos Conferência do National Institute of Health - 1988 • A NF1 é diagnosticada na : ▫ 6 ou mais manchas café-com-leite (100%)  > 5mm (antes da puberdade)  >15mm(após puberdade) ▫ Efélides axilares ou inguinais  Multiplas áreas pigmentadas com 2-3mm ▫ 2 ou mais nódulos de Lisch na íris -74%  Harmatomas na íris. Sua presença aumenta com a idade ▫ 2 ou mais neurofibromas ou 1 neurofibroma plexiforme  Aparecem caracteristicamente durante a adolescência/ gravidez  Inf. Hormonal ▫ Lesão óssea distintiva, com displasia da asa do esfenoide ou encurvamento dos ossos longos ▫ Gliomas ópticos 15% ▫ Parente de 1º grau com diagnóstico de neurofibromatose 1
  • 4.
  • 5. Neurofibromas Neurofibromas dérmicos Neurofibromas plexiformes “Tumores benignos, que geralmente aparecem na adolescência/ gravidez e tendem a progredir em número e tamanho” • Lesões elásticas com discreta mudança da coloração – púrpura • Geralmente assintomáticos • Geralmente tendem a aparecer mais precocemente ou mesmo ao nascimento • Acompanham o trajeto do nervo, atingindo grandes extensões • Podem evoluir para lesão maligna
  • 6.
  • 7. Gliomas Ópticos 15% dos pacientes com NF1 • Astrocitomas pilocíticos grau I ▫ Nervos ópticos, quiasma óptico ou vias ópticas retro-quiasmáticas • É a neoplasia intracraniana mais comum nos pacientes com NF1 • A maioria é assintomática ▫ 20% têm distúrbios visuais ou evidências de puberdade precoce decorrente à invasão tumoral do hipotálamo • Mais comum na infância ▫ Início dos sintomas antes dos 6 anos de idade Achados na RM: Espessamento difuso Aumento localizado/massa focal originada no N optico ou quiasma
  • 8.
  • 9. UBOs (Objetos brilhantes não identificados) “Hipersinais anormais ponderados em T2 nos tratos ópticos, tronco encefálico, globo pálido, tálamo, cápsula interna e cerebelo” • Tendem a desaparecer por volta dos 30 anos de idade • Não possuem tendência a malignização • Não há acordo quanto a presença de UBOs e deficiência de aprendizagem, TDA, problemas comportamentais e psicossocias
  • 10. Manifestações clínicas • Crianças são susceptíveis a complicações neurológicas ▫ Ex.: crises convulsivas tônico-clônicas generalizadas, hidrocefalia ou macrocefalia com ventrículos normais • Podem apresentar alterações esqueléticas: escoliose e pseudoartrose da tíbia • Puberdade precoce • Associação com neoplasias malignas: ▫ Neurofibroma  neurofibrossarcoma ou shwanoma maligno • Risco de hipertensão ▫ Estenose vascular renal ou feocromocitoma • Incidência de leucemias mieloproliferativas e mielodisplásicas, tumor de Wilms, feocromocitoma e rabdomiossarcoma é mais alta que na população geral
  • 11. Tratamento • Como não há tratamento específico para NF1: ▫ Aconselhamento genético e detecção precoce das afecções ou complicações • Solicitação de neuroimagem: ▫ Realização para todos os casos sintomáticos ▫ Não deve ser realizada de rotina (NIH)  Raramente há necessidade de tratamento nos casos assintomáticos
  • 12. Tratamento Rotina de acompanhamento dos pacientes deve incluir: • 1. Consulta anual do paciente acompanhado de um familiar; • 2. Exame oftalmológico (anualmente, na infância, e menos freqüentemente nos adultos); • 3. Avaliação do desenvolvimento na infância; • 4. Monitorização regular da pressão arterial; • 5. Outros estudos devem prosseguir somente quando indicados com base na clínica (sinais e sintomas).
  • 13. Aconselhamento genético Consiste no processo de oferecer, a indivíduos e famílias, informações a respeito da natureza, herança e complicações de doenças genéticas, no intuito de auxiliá-los com decisões pessoais e médicas. • Quando herdada, segue o padrão de uma doença autossômica dominante. Dessa forma, o risco de acometimento de cada filho é de 50%, independentemente do sexo da criança, assim como do número de irmãos afetados.
  • 14. Aconselhamento genético • Em casos de mutação nova, o risco não é o maior do que a população geral. Cerca de 50% dos indivíduos portadores de NF-1 decorrem de mutação nova esporádica. Se nenhum dos pais de um indivíduo com NF-1 possui critérios que determinem o diagnóstico dessa síndrome, o risco dos irmãos desse indivíduo afetado de possuir NF-1 é baixo, exceto em casos de mosaicismo germinativo, quando uma pessoa aparentemente normal possui filhos com o quadro clássico da doença.
  • 15. “Fatores prognósticos dos tumores do SNC na neurofibromatose” Jean-Se Âbastien Guillamo, Alain Cre Âange, Chantal Kalifa, Jacques Grill, Diana Rodriguez, Franc Ëois Doz, Se Âbastien Barbarot, Michel Zerah, Marc Sanson, Sylvie Bastuji-Garin, Pierre Wolkenstein1, for the Re Âseau NF France Universidade do Grande R io Junho, 2013
  • 16. Introdução • NF1 é uma doença genética comum com incidência de 1/3500 • Gene da NF1 é um gene supressor tumoral localizado no cromossomo 17q11.2 • Codifica neurofibromina, um regulador negativo do oncogene Ras Inativação  proliferação celular  tumor
  • 17. Introdução • A NF1 predispõe o desenvolvimento de tumores no SNC e periférico ▫ Os tumores do SNP são os mais frequentes, e sua malignidade é responsável pela principal causa de mortalidade na população adulta ▫ Os tumores do SNC são importantes devido às suas altas taxas de mortalidade e morbidade  Gliomas do tronco cerebral e tumores ópticos são tumores frequentes e têm menor agressividade quando comparados aos pacientes que não-NF1
  • 18. Introdução ▫ Poucos dados estão disponíveis para tumores localizados fora das vias ópticas e do tronco cerebral, e para os tumores provenientes de adultos com NF-1 ▫ Fatores preditivos de mau prognóstico ainda têm de ser identificados
  • 19. Introdução ▫ Objetivo: Estudo retrospectivo multicêntrico, com base numa grande população NF-1 incluindo crianças e adultos com tumores do SNC, a fim de abordar estas questões e identificar fatores prognósticos em pacientes com tumores do SNC e NF-1
  • 20. Pacientes e métodos • Pacientes: ▫ 104 pacientes ▫ Diagnóstico de NF1 de acordo com National Institute of Health ▫ TC no diagnóstico foi mandatória antes 1987 e RNM após 1987 ▫ Pacientes >18 anos ao diagnóstico de tumor SNC foram considerados adultos • Diagnóstico tumoral: ▫ Foi baseado na confirmação patológica  Exceto nos tumores cuja infiltração atingiu o trato óptico e o tronco cerebral, nos quais o diagnóstico foi baseado nos critérios radiológicos  Para os casos assintomáticos: 2 ou mais critérios radiológicos (lesão expansiva, efeito de massa e captação de contraste) ▫ Meningiomas foram excluídos do estudo
  • 21. Pacientes e métodos • Classificação do tumor ▫ Classificados de acordo com sua localização:  Tumores do trato óptico (OPT)  nervo óptico, quiasma e trato retroquiasmático  Tumores extra-ópticos (extra-OPT)  tronco cerebral e outras localizações • Coleta de dados  Idade, sexo, HF de NF1, data do diagnóstico do tumor, circunstancias e idade no diagnostico, nº e localizaçao dos tumores, caract. radiologicas, histologicas, tratamento, evolução da doença e complicações. • Análise estatística • Comparando as curvas de sobrevida  obteve significância estatística
  • 22. Resultados 104 pacientes (50 Mulheres e 54 homens) NF1 esporádica: 59 NF1 familiar: 38 20% apresentaram 2 ou 3 tumores do SNC Observou-se 127 tumores 88 crianças (mediana de 5,2 anos – 3meses a 17 anos) 16 adultos (mediana de 28,8 anos)
  • 23. Resultados Resultados OPT 84 pacientes – 68% - (74 cças e 10 adultos) 34  assintomáticos (24 cças e 10 adultos) 50 sintomáticos (50 crianças, todas com >6 anos) Extra-OPT 43 pacientes (33 cças e 10 adultos) 24  assintomáticos (20 cças e 4 adultos) 19  sintomáticos (13 cças e 6 adultos)
  • 25. Resultados • Localização: Trato óptico anterior foi o mais frequente – 84% • Exames de imagem (TC ou RNM): ▫ Efeito de massa – 27% ▫ Componente cístico -5% ▫ Captação de contraste – 56% • Tratamento: ▫ Não trataram: 28 dos assintomáticos e 13 sintomáticos ▫ Regressão espontânea: 1 paciente ▫ Tratamento: 6 dos assintomáticos e 37 sintomáticos  Ressecção cirúrgica: 9  Shunt do fluido cerebroespinhal: 7  Radioterapia: 28  17 tiveram aumento da lesão ao exame radiológico ▫ 4  resposta parcial/ 11 estaveis/ 2 progressiva  Quimioterapia: 11 • 24  puberdade precoce (5 no diagn./19 durante/9 após radioterapia)
  • 26. Resultados • Exame de imagem (TC e RNM): ▫ Efeito de massa: 44% ▫ Componente de massa ou cístico:21% ▫ Captação de contraste: 82% • Tratamento: ▫ Não trataram: 19 dos assintomáticos e 1 dos sintomáticos ▫ Trataram: 5 assintomáticos e 18 sintomáticos  Ressecção cirúrgica: 14  Shunt fluido cerebroespinhal: 4  Radioterapia: 15  Quimioterapia: 13 ▫ Não houve complicação endócrina ▫ Disseminação leptomeníngea em 3 tumores
  • 27. Resultados • 11% morreram durante o acompanhamento
  • 28. Resultados • Taxa de sobrevida: 90% em 5 anos e 82% em 10 anos
  • 29. Resultados • Pior prognóstico: pacientes adultos, localização extra-optica e sintomáticos no diagnóstico • Não houve diferença entre tumores únicos ou múltiplos e entre homens e mulheres
  • 30. Discussão • Este estudo incluiu pacientes com NF1 e tumores do SNC independente do local ou tipo histológico e concluiu que, no geral, apresentam um bom prognóstico. Fatores de pior prognóstico: adultos, tumores sintomáticos e localização extra-óptica • O tipo histológico mais comum foi o astrocitoma pilocítico, que costuma ter uma progressão estável ou muito lenta, explicando, assim, o bom prognóstico destes pacientes.
  • 31. Discussão • A maioria dos tumores era OPT, e destes, a maioria era assintomática  associados a melhor prognóstico • O 2º mais frequente em NF1 é o do tronco cerebral e, em geral, menos agressivo do que em não NF1
  • 32. Discussão • O uso da neuroimagem é questionado, não sendo recomendado na triagem de NF1. Para estes, é recomendado exame oftalmológico anual, especialmente em crianças. • Radioterapia é questionada, devido a associação com toxicidade grave  AVC e def. de GH  Uso restrito do tratamento. Considerar quimioterapia
  • 33. Conclusão A sobrevida dos pacientes com tumores de SNC e NF-1 depende da idade, dos sintomas e da presença de tumores extra-opticos. • Observou-se que a mortalidade é mais elevada em adultos e extra-OPT, enquanto OPT são excepcionalmente risco de vida. • Espera-se que a tomada de decisão para pacientes com NF-1 com tumores do SNC seja facilitada pelos resultados do estudo.
  • 34. Referências • Gutmann DH, Aylsworth A, Carey J. The diagnostic evaluation andmultidisciplinary management of neurofibromatosis 1 and neurofibromatosis 2.Jama 278:A1, 1997. • Goldman L, Ausiello D. Tratado de Medicina Interna. 22ª Ed. Rio de Janeiro, Elsevier, 2005. • Thompson WM., Mcinnes RR., Willard HF. Genética Clínica. 5ª ed. Rio de Janeiro,Guanabara Koogan, 1993. • Kim, CA; Albano, LM. Genética na prática pediátrica. São Paulo, Manole, 2010