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O Uso da RealidadeO Uso da Realidade
Perspectivas da Ciência naPerspectivas da Ciência na
FicçãoFicção
HipóteseHipótese
 O uso da ciência na ficção conduz aO uso da ciência na ficção conduz a
desafios narrativos exigentes edesafios narrativos exigentes e
inovadoresinovadores
A verdade absolutaA verdade absoluta
 ““SF is written in a kind of code (on top of – and sometimesSF is written in a kind of code (on top of – and sometimes
displacing – all the other codes of writing) which must be learneddisplacing – all the other codes of writing) which must be learned
by apprentiship” – Damien Broderickby apprentiship” – Damien Broderick
 ““We read SF not for the representations of our daily lives but forWe read SF not for the representations of our daily lives but for
the revelation of the principles behind everyday experience – thethe revelation of the principles behind everyday experience – the
cosmic order” – Kathryn Cramercosmic order” – Kathryn Cramer
 ““It is not enough to merely use science as integral to theIt is not enough to merely use science as integral to the
narrative... SF must use science in a speculative fashion. Thenarrative... SF must use science in a speculative fashion. The
physical sciences are the most capable of detailed predictionphysical sciences are the most capable of detailed prediction
(and thus falsification by experiment), so they are perceived in(and thus falsification by experiment), so they are perceived in
fiction as more reliable indicators of future possibilities...” – G.fiction as more reliable indicators of future possibilities...” – G.
BenfordBenford
A verdade absolutaA verdade absoluta
 Para lá do humano - o plano de referência comum a toda aPara lá do humano - o plano de referência comum a toda a
Humanidade: o Universo e o conhecimento do UniversoHumanidade: o Universo e o conhecimento do Universo
 Menor relevância ao íntimo (inner space)Menor relevância ao íntimo (inner space)
 Diálogo entre autores e leitores (validação dos pressupostosDiálogo entre autores e leitores (validação dos pressupostos
científicos)científicos)
 O Universo é mais maravilhoso e inventivo que tudo o que forO Universo é mais maravilhoso e inventivo que tudo o que for
sonhado pelo Homemsonhado pelo Homem
 Variantes de enredoVariantes de enredo
 uma descoberta, teoria ou fenómeno científico, normalmente poucouma descoberta, teoria ou fenómeno científico, normalmente pouco
conhecido ou em processo de debate pela ciência actual, enquantoconhecido ou em processo de debate pela ciência actual, enquanto
base para o desenrolar do conflito narrativo.base para o desenrolar do conflito narrativo.
 Mais frequentemente, os pressupostos científicos servem de baseMais frequentemente, os pressupostos científicos servem de base
para cenários extrapolativos (por generalização de futuristas) nopara cenários extrapolativos (por generalização de futuristas) no
qual se desenrolam conflitos humanos comuns, que só poderiamqual se desenrolam conflitos humanos comuns, que só poderiam
existir no contexto destes cenários.existir no contexto destes cenários.
A construção do futuroA construção do futuro
 ““De que marca é o seu futuro?”De que marca é o seu futuro?”
 Construção da linha temporal – eventos marcantes doConstrução da linha temporal – eventos marcantes do
cenário extrapolativocenário extrapolativo
 Podem ser utilizados processos estocásticosPodem ser utilizados processos estocásticos
 Justificação da extrapolaçãoJustificação da extrapolação
 Posfácios cientificosPosfácios cientificos
 Futuros de uso correnteFuturos de uso corrente
 A tecnologia não é toda a ciência mas ajudaA tecnologia não é toda a ciência mas ajuda
 Define uma era temporalDefine uma era temporal
 É uma forma expedita de demonstrar estranhezaÉ uma forma expedita de demonstrar estranheza
 Nem sempre acompanhada por transformação social eNem sempre acompanhada por transformação social e
económicaeconómica
O momento da revelaçãoO momento da revelação
 A primeira página enquanto território desconhecidoA primeira página enquanto território desconhecido
 Passado? Futuro? Presente alternativo?Passado? Futuro? Presente alternativo?
 Humanos? Pós-humanos? Alienígenas?Humanos? Pós-humanos? Alienígenas?
 Que tipo de sociedade? Que valores? Que organização?Que tipo de sociedade? Que valores? Que organização?
 O que terá acontecido para...?O que terá acontecido para...?
 Evolução da estéticaEvolução da estética
 Da apresentação factual (e incidência sobre as diferenças daDa apresentação factual (e incidência sobre as diferenças da
sociedade) para osociedade) para o lived-in futurelived-in future
 A sociedade é complexa e interligadaA sociedade é complexa e interligada
 ““Se há automóveis, é por que existem fábricas; as fábricas precisam deSe há automóveis, é por que existem fábricas; as fábricas precisam de
operários; operários resultam do abandono da agricultura eoperários; operários resultam do abandono da agricultura e
concentram-se em cidades; cidades e abandono só são possíveis comconcentram-se em cidades; cidades e abandono só são possíveis com
meios de cultivo mais eficientes e sistema de transportes de carga...”meios de cultivo mais eficientes e sistema de transportes de carga...”
 Estética cultivada e debatida em writer’s workshopsEstética cultivada e debatida em writer’s workshops
 Show, don’t tellShow, don’t tell
 Olhar para os efeitos e não para as causasOlhar para os efeitos e não para as causas
O momento da revelaçãoO momento da revelação
 A maior subtileza implica maior esforço por parte doA maior subtileza implica maior esforço por parte do
leitorleitor
 Barreira à entrada comum de novos leitoresBarreira à entrada comum de novos leitores
 Cultivo do gostoCultivo do gosto
 Processo de revelação gradualProcesso de revelação gradual
 Existência de códigos de leitura cúmplices entre autor e leitorExistência de códigos de leitura cúmplices entre autor e leitor
 ““Seven tributaries disengage from their social = mindSeven tributaries disengage from their social = mind
and Library and travel by transponder to the Schooland Library and travel by transponder to the School
World. There they are loaded into a temporary soma,World. There they are loaded into a temporary soma,
an older physical model with eight long, flexible redan older physical model with eight long, flexible red
legs. Here the seven become We” – Greg Egan,legs. Here the seven become We” – Greg Egan,
Judgement EngineJudgement Engine
A verdade relativaA verdade relativa
 Prever a parte não é prever o todoPrever a parte não é prever o todo
 Computador mas não o PC pessoalComputador mas não o PC pessoal
 Automóveis mas não as filas de trânsitoAutomóveis mas não as filas de trânsito
 Viagem à Lua mas não transmissão televisiva mundial emViagem à Lua mas não transmissão televisiva mundial em
directodirecto
 O conforto dos futuros compreensíveisO conforto dos futuros compreensíveis
 Esforço de especulação – risco de enredos padrãoEsforço de especulação – risco de enredos padrão
 A necessidade do testemunho humanoA necessidade do testemunho humano
 FC enquanto industria – necessidade de captar mercado emFC enquanto industria – necessidade de captar mercado em
geralgeral
 Os autores também são pessoasOs autores também são pessoas
 Enamoramento com teorias pseudocientíficas: telepatia,Enamoramento com teorias pseudocientíficas: telepatia,
viajar mais rápido que a luz, “dean drive”viajar mais rápido que a luz, “dean drive”
O Desafio da RealidadeO Desafio da Realidade
 A questão científica enquanto desafio deA questão científica enquanto desafio de
enredoenredo
 ““Science is more intricate and subtle,Science is more intricate and subtle,
reveals a much richer universe andreveals a much richer universe and
powerfully evokes our sense of wonder” –powerfully evokes our sense of wonder” –
Carl SaganCarl Sagan
Desafio:Desafio:
Viajar para as estrelasViajar para as estrelas
 A teoria da relatividade especial revelou queA teoria da relatividade especial revelou que
corpos cuja massa em repouso seja positivacorpos cuja massa em repouso seja positiva
não podem ter velocidades superiores à da luznão podem ter velocidades superiores à da luz
 Inclusive atingir e manter velocidades perto doInclusive atingir e manter velocidades perto do
limite implicam enormes dificuldadeslimite implicam enormes dificuldades
 É um dos maiores impedimentos para aÉ um dos maiores impedimentos para a
exploração interestelar - as enormes distânciasexploração interestelar - as enormes distâncias
entre os astros implicam tempos de viagementre os astros implicam tempos de viagem
além do humanamente razoávelalém do humanamente razoável
 Logo tem sido um desafio para os autoresLogo tem sido um desafio para os autores
encontrarem soluções mais ou menosencontrarem soluções mais ou menos
enquadráveis nas leis da física...enquadráveis nas leis da física...
Solução: Naves GeraçãoSolução: Naves Geração
 Manter uma colónia humanaManter uma colónia humana
activa durante todo o percursoactiva durante todo o percurso
da viagem numa nave comda viagem numa nave com
um habitat artificial (“arca deum habitat artificial (“arca de
Noé”)Noé”)
 Poderá implicar o nascimentoPoderá implicar o nascimento
e morte de gerações inteirase morte de gerações inteiras
até atingir-se o destinoaté atingir-se o destino
 Parte dos colonos podeParte dos colonos pode
encontrar-se em estado deencontrar-se em estado de
animação suspensaanimação suspensa
(criogenização)(criogenização)
 Vários autores recorreram aVários autores recorreram a
enredos em que as geraçõesenredos em que as gerações
futuras se esquecem dofuturas se esquecem do
propósito da viagem epropósito da viagem e
inclusive de que estão numainclusive de que estão numa
navenave
Solução: “FTL drives”Solução: “FTL drives”
 Explorar vertentesExplorar vertentes
extremas da teoria daextremas da teoria da
relatividade ou pressuporrelatividade ou pressupor
novas teorias que anovas teorias que a
complementemcomplementem
 Propulsores “Faster ThanPropulsores “Faster Than
Light” seriam taquiónicosLight” seriam taquiónicos
ou recorreriam aou recorreriam a
transições instantâneastransições instantâneas
via “buracos de minhoca”via “buracos de minhoca”
 Alguns autores exploramAlguns autores exploram
os efeitos relativisticos daos efeitos relativisticos da
passagem diferenciadapassagem diferenciada
de tempode tempo
Solução: HiperespaçoSolução: Hiperespaço
 Considerar que existe umConsiderar que existe um
universo paralelo, menoruniverso paralelo, menor
que o nosso, que poderáque o nosso, que poderá
servir de “atalho” entreservir de “atalho” entre
ponto de entrada e deponto de entrada e de
saídasaída
 Este universo pode terEste universo pode ter
leis da físicaleis da física
substancialmentesubstancialmente
diferentes do nosso, comdiferentes do nosso, com
efeitos narrativosefeitos narrativos
interessantesinteressantes
Desafio:Desafio:
Colonizar outros planetasColonizar outros planetas
 Atingir os outros astros não é suficiente: éAtingir os outros astros não é suficiente: é
preciso garantir a sobrevivência, empreciso garantir a sobrevivência, em
particular se a estadia é longa ouparticular se a estadia é longa ou
permanentepermanente
 Os planetas podem não ser adequados àOs planetas podem não ser adequados à
vida humanavida humana
 Estabelecimento de ecologias localizadas,Estabelecimento de ecologias localizadas,
transformação do planeta, transformaçãotransformação do planeta, transformação
do ser humano são algumas das opçõesdo ser humano são algumas das opções
Solução: ColóniasSolução: Colónias
 Não há garantias que oNão há garantias que o
sistema ou o planetasistema ou o planeta
possuam habitatspossuam habitats
adequados à vida humanaadequados à vida humana
 Em tais situações,Em tais situações,
pressupõe-se opressupõe-se o
estabelecimento de umestabelecimento de um
habitat artificial, mantido porhabitat artificial, mantido por
via tecnológica e rígidasvia tecnológica e rígidas
regras sociaisregras sociais
 Alternativamente, asAlternativamente, as
condições apresentadascondições apresentadas
permitem formas depermitem formas de
existência alternativasexistência alternativas
Solução: TerraformaçãoSolução: Terraformação
 Quando o planeta ou sistemaQuando o planeta ou sistema
solar têm recursos químicossolar têm recursos químicos
apropriados à vida humana,apropriados à vida humana,
pode ficar sujeito a massivospode ficar sujeito a massivos
processos de transformaçãoprocessos de transformação
ecológica, lentamenteecológica, lentamente
adequando-o à sustentaçãoadequando-o à sustentação
da vida humanada vida humana
 Tais processos podemTais processos podem
implicar o embate deimplicar o embate de
cometas contendo águacometas contendo água
gelada, a libertação degelada, a libertação de
agentes opacos na atmosferaagentes opacos na atmosfera
para aumentar o efeito depara aumentar o efeito de
estufa, a disseminação deestufa, a disseminação de
organismos que libertemorganismos que libertem
oxigénio, etc.oxigénio, etc.
Solução: Alterar o ser humanoSolução: Alterar o ser humano
 Se não for possívelSe não for possível
alterar o habitat,alterar o habitat,
talvez sejatalvez seja
possível alterar opossível alterar o
ser humanoser humano
geneticamentegeneticamente
Desafio:Desafio:
construir um Império Galácticoconstruir um Império Galáctico
 Rede de planetas, luas e artefactos habitáveisRede de planetas, luas e artefactos habitáveis
interligada por comunicação e/ou viageminterligada por comunicação e/ou viagem
interestelar, geralmente mais rápida que a luzinterestelar, geralmente mais rápida que a luz
 ““Império” entendido numa forma mais lata que aImpério” entendido numa forma mais lata que a
forma política dos séculos passadosforma política dos séculos passados
 Assenta na presumível descoberta de umAssenta na presumível descoberta de um
fenómeno/engenho físico que permite este tipofenómeno/engenho físico que permite este tipo
de viagem:de viagem:
 ““Buracos de minhoca”Buracos de minhoca”
 Propulsores mais rápidos que a luz (FTL)Propulsores mais rápidos que a luz (FTL)
 Travessia do hiperespaçoTravessia do hiperespaço
Impérios GalácticosImpérios Galácticos
 Fundação – Isaac AsimovFundação – Isaac Asimov
(anos 1940)(anos 1940)
 Perante a queda doPerante a queda do
Impériod Galáctico e aImpériod Galáctico e a
eminente idade das trevas,eminente idade das trevas,
Hari Seldon cria fundaçõesHari Seldon cria fundações
para influenciar opara influenciar o
comportamento social ecomportamento social e
abreviar a vinda doabreviar a vinda do
Segundo ImpérioSegundo Império
 Invenção daInvenção da psicohistóriapsicohistória
Impérios GalácticosImpérios Galácticos
 A “Cultura” – Iain M BanksA “Cultura” – Iain M Banks
 Sociedade anarquista, socialistaSociedade anarquista, socialista
e utópicae utópica
 Pós-humana e pós-escassez,Pós-humana e pós-escassez,
controlada por Inteligênciascontrolada por Inteligências
Artificiais para garantir aArtificiais para garantir a
disponibilidade incessante dedisponibilidade incessante de
recursosrecursos
 Novas civilizações sãoNovas civilizações são
cooptadas por manipulaçãocooptadas por manipulação
benigna ou pela forçabenigna ou pela força
Impérios GalácticosImpérios Galácticos
 ““Saga do Centro Galáctico” –Saga do Centro Galáctico” –
Gregory BenfordGregory Benford
 No centro da Via Láctea, aNo centro da Via Láctea, a
civilização humanacivilização humana
remanescente trava uma lutaremanescente trava uma luta
eterna contra uma civilização deeterna contra uma civilização de
autómatos («mechs”) cujo fim éautómatos («mechs”) cujo fim é
eliminar as instáveis formas deeliminar as instáveis formas de
vida orgânicavida orgânica
 Resposta do autor ao problemaResposta do autor ao problema
das viagens relativísticas: osdas viagens relativísticas: os
sistemas solares habitadossistemas solares habitados
encontram-se muito próximosencontram-se muito próximos
entre sientre si

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Uso do real

  • 1. O Uso da RealidadeO Uso da Realidade Perspectivas da Ciência naPerspectivas da Ciência na FicçãoFicção
  • 2. HipóteseHipótese  O uso da ciência na ficção conduz aO uso da ciência na ficção conduz a desafios narrativos exigentes edesafios narrativos exigentes e inovadoresinovadores
  • 3. A verdade absolutaA verdade absoluta  ““SF is written in a kind of code (on top of – and sometimesSF is written in a kind of code (on top of – and sometimes displacing – all the other codes of writing) which must be learneddisplacing – all the other codes of writing) which must be learned by apprentiship” – Damien Broderickby apprentiship” – Damien Broderick  ““We read SF not for the representations of our daily lives but forWe read SF not for the representations of our daily lives but for the revelation of the principles behind everyday experience – thethe revelation of the principles behind everyday experience – the cosmic order” – Kathryn Cramercosmic order” – Kathryn Cramer  ““It is not enough to merely use science as integral to theIt is not enough to merely use science as integral to the narrative... SF must use science in a speculative fashion. Thenarrative... SF must use science in a speculative fashion. The physical sciences are the most capable of detailed predictionphysical sciences are the most capable of detailed prediction (and thus falsification by experiment), so they are perceived in(and thus falsification by experiment), so they are perceived in fiction as more reliable indicators of future possibilities...” – G.fiction as more reliable indicators of future possibilities...” – G. BenfordBenford
  • 4. A verdade absolutaA verdade absoluta  Para lá do humano - o plano de referência comum a toda aPara lá do humano - o plano de referência comum a toda a Humanidade: o Universo e o conhecimento do UniversoHumanidade: o Universo e o conhecimento do Universo  Menor relevância ao íntimo (inner space)Menor relevância ao íntimo (inner space)  Diálogo entre autores e leitores (validação dos pressupostosDiálogo entre autores e leitores (validação dos pressupostos científicos)científicos)  O Universo é mais maravilhoso e inventivo que tudo o que forO Universo é mais maravilhoso e inventivo que tudo o que for sonhado pelo Homemsonhado pelo Homem  Variantes de enredoVariantes de enredo  uma descoberta, teoria ou fenómeno científico, normalmente poucouma descoberta, teoria ou fenómeno científico, normalmente pouco conhecido ou em processo de debate pela ciência actual, enquantoconhecido ou em processo de debate pela ciência actual, enquanto base para o desenrolar do conflito narrativo.base para o desenrolar do conflito narrativo.  Mais frequentemente, os pressupostos científicos servem de baseMais frequentemente, os pressupostos científicos servem de base para cenários extrapolativos (por generalização de futuristas) nopara cenários extrapolativos (por generalização de futuristas) no qual se desenrolam conflitos humanos comuns, que só poderiamqual se desenrolam conflitos humanos comuns, que só poderiam existir no contexto destes cenários.existir no contexto destes cenários.
  • 5. A construção do futuroA construção do futuro  ““De que marca é o seu futuro?”De que marca é o seu futuro?”  Construção da linha temporal – eventos marcantes doConstrução da linha temporal – eventos marcantes do cenário extrapolativocenário extrapolativo  Podem ser utilizados processos estocásticosPodem ser utilizados processos estocásticos  Justificação da extrapolaçãoJustificação da extrapolação  Posfácios cientificosPosfácios cientificos  Futuros de uso correnteFuturos de uso corrente  A tecnologia não é toda a ciência mas ajudaA tecnologia não é toda a ciência mas ajuda  Define uma era temporalDefine uma era temporal  É uma forma expedita de demonstrar estranhezaÉ uma forma expedita de demonstrar estranheza  Nem sempre acompanhada por transformação social eNem sempre acompanhada por transformação social e económicaeconómica
  • 6. O momento da revelaçãoO momento da revelação  A primeira página enquanto território desconhecidoA primeira página enquanto território desconhecido  Passado? Futuro? Presente alternativo?Passado? Futuro? Presente alternativo?  Humanos? Pós-humanos? Alienígenas?Humanos? Pós-humanos? Alienígenas?  Que tipo de sociedade? Que valores? Que organização?Que tipo de sociedade? Que valores? Que organização?  O que terá acontecido para...?O que terá acontecido para...?  Evolução da estéticaEvolução da estética  Da apresentação factual (e incidência sobre as diferenças daDa apresentação factual (e incidência sobre as diferenças da sociedade) para osociedade) para o lived-in futurelived-in future  A sociedade é complexa e interligadaA sociedade é complexa e interligada  ““Se há automóveis, é por que existem fábricas; as fábricas precisam deSe há automóveis, é por que existem fábricas; as fábricas precisam de operários; operários resultam do abandono da agricultura eoperários; operários resultam do abandono da agricultura e concentram-se em cidades; cidades e abandono só são possíveis comconcentram-se em cidades; cidades e abandono só são possíveis com meios de cultivo mais eficientes e sistema de transportes de carga...”meios de cultivo mais eficientes e sistema de transportes de carga...”  Estética cultivada e debatida em writer’s workshopsEstética cultivada e debatida em writer’s workshops  Show, don’t tellShow, don’t tell  Olhar para os efeitos e não para as causasOlhar para os efeitos e não para as causas
  • 7. O momento da revelaçãoO momento da revelação  A maior subtileza implica maior esforço por parte doA maior subtileza implica maior esforço por parte do leitorleitor  Barreira à entrada comum de novos leitoresBarreira à entrada comum de novos leitores  Cultivo do gostoCultivo do gosto  Processo de revelação gradualProcesso de revelação gradual  Existência de códigos de leitura cúmplices entre autor e leitorExistência de códigos de leitura cúmplices entre autor e leitor  ““Seven tributaries disengage from their social = mindSeven tributaries disengage from their social = mind and Library and travel by transponder to the Schooland Library and travel by transponder to the School World. There they are loaded into a temporary soma,World. There they are loaded into a temporary soma, an older physical model with eight long, flexible redan older physical model with eight long, flexible red legs. Here the seven become We” – Greg Egan,legs. Here the seven become We” – Greg Egan, Judgement EngineJudgement Engine
  • 8. A verdade relativaA verdade relativa  Prever a parte não é prever o todoPrever a parte não é prever o todo  Computador mas não o PC pessoalComputador mas não o PC pessoal  Automóveis mas não as filas de trânsitoAutomóveis mas não as filas de trânsito  Viagem à Lua mas não transmissão televisiva mundial emViagem à Lua mas não transmissão televisiva mundial em directodirecto  O conforto dos futuros compreensíveisO conforto dos futuros compreensíveis  Esforço de especulação – risco de enredos padrãoEsforço de especulação – risco de enredos padrão  A necessidade do testemunho humanoA necessidade do testemunho humano  FC enquanto industria – necessidade de captar mercado emFC enquanto industria – necessidade de captar mercado em geralgeral  Os autores também são pessoasOs autores também são pessoas  Enamoramento com teorias pseudocientíficas: telepatia,Enamoramento com teorias pseudocientíficas: telepatia, viajar mais rápido que a luz, “dean drive”viajar mais rápido que a luz, “dean drive”
  • 9. O Desafio da RealidadeO Desafio da Realidade  A questão científica enquanto desafio deA questão científica enquanto desafio de enredoenredo  ““Science is more intricate and subtle,Science is more intricate and subtle, reveals a much richer universe andreveals a much richer universe and powerfully evokes our sense of wonder” –powerfully evokes our sense of wonder” – Carl SaganCarl Sagan
  • 10. Desafio:Desafio: Viajar para as estrelasViajar para as estrelas  A teoria da relatividade especial revelou queA teoria da relatividade especial revelou que corpos cuja massa em repouso seja positivacorpos cuja massa em repouso seja positiva não podem ter velocidades superiores à da luznão podem ter velocidades superiores à da luz  Inclusive atingir e manter velocidades perto doInclusive atingir e manter velocidades perto do limite implicam enormes dificuldadeslimite implicam enormes dificuldades  É um dos maiores impedimentos para aÉ um dos maiores impedimentos para a exploração interestelar - as enormes distânciasexploração interestelar - as enormes distâncias entre os astros implicam tempos de viagementre os astros implicam tempos de viagem além do humanamente razoávelalém do humanamente razoável  Logo tem sido um desafio para os autoresLogo tem sido um desafio para os autores encontrarem soluções mais ou menosencontrarem soluções mais ou menos enquadráveis nas leis da física...enquadráveis nas leis da física...
  • 11. Solução: Naves GeraçãoSolução: Naves Geração  Manter uma colónia humanaManter uma colónia humana activa durante todo o percursoactiva durante todo o percurso da viagem numa nave comda viagem numa nave com um habitat artificial (“arca deum habitat artificial (“arca de Noé”)Noé”)  Poderá implicar o nascimentoPoderá implicar o nascimento e morte de gerações inteirase morte de gerações inteiras até atingir-se o destinoaté atingir-se o destino  Parte dos colonos podeParte dos colonos pode encontrar-se em estado deencontrar-se em estado de animação suspensaanimação suspensa (criogenização)(criogenização)  Vários autores recorreram aVários autores recorreram a enredos em que as geraçõesenredos em que as gerações futuras se esquecem dofuturas se esquecem do propósito da viagem epropósito da viagem e inclusive de que estão numainclusive de que estão numa navenave
  • 12. Solução: “FTL drives”Solução: “FTL drives”  Explorar vertentesExplorar vertentes extremas da teoria daextremas da teoria da relatividade ou pressuporrelatividade ou pressupor novas teorias que anovas teorias que a complementemcomplementem  Propulsores “Faster ThanPropulsores “Faster Than Light” seriam taquiónicosLight” seriam taquiónicos ou recorreriam aou recorreriam a transições instantâneastransições instantâneas via “buracos de minhoca”via “buracos de minhoca”  Alguns autores exploramAlguns autores exploram os efeitos relativisticos daos efeitos relativisticos da passagem diferenciadapassagem diferenciada de tempode tempo
  • 13. Solução: HiperespaçoSolução: Hiperespaço  Considerar que existe umConsiderar que existe um universo paralelo, menoruniverso paralelo, menor que o nosso, que poderáque o nosso, que poderá servir de “atalho” entreservir de “atalho” entre ponto de entrada e deponto de entrada e de saídasaída  Este universo pode terEste universo pode ter leis da físicaleis da física substancialmentesubstancialmente diferentes do nosso, comdiferentes do nosso, com efeitos narrativosefeitos narrativos interessantesinteressantes
  • 14. Desafio:Desafio: Colonizar outros planetasColonizar outros planetas  Atingir os outros astros não é suficiente: éAtingir os outros astros não é suficiente: é preciso garantir a sobrevivência, empreciso garantir a sobrevivência, em particular se a estadia é longa ouparticular se a estadia é longa ou permanentepermanente  Os planetas podem não ser adequados àOs planetas podem não ser adequados à vida humanavida humana  Estabelecimento de ecologias localizadas,Estabelecimento de ecologias localizadas, transformação do planeta, transformaçãotransformação do planeta, transformação do ser humano são algumas das opçõesdo ser humano são algumas das opções
  • 15. Solução: ColóniasSolução: Colónias  Não há garantias que oNão há garantias que o sistema ou o planetasistema ou o planeta possuam habitatspossuam habitats adequados à vida humanaadequados à vida humana  Em tais situações,Em tais situações, pressupõe-se opressupõe-se o estabelecimento de umestabelecimento de um habitat artificial, mantido porhabitat artificial, mantido por via tecnológica e rígidasvia tecnológica e rígidas regras sociaisregras sociais  Alternativamente, asAlternativamente, as condições apresentadascondições apresentadas permitem formas depermitem formas de existência alternativasexistência alternativas
  • 16. Solução: TerraformaçãoSolução: Terraformação  Quando o planeta ou sistemaQuando o planeta ou sistema solar têm recursos químicossolar têm recursos químicos apropriados à vida humana,apropriados à vida humana, pode ficar sujeito a massivospode ficar sujeito a massivos processos de transformaçãoprocessos de transformação ecológica, lentamenteecológica, lentamente adequando-o à sustentaçãoadequando-o à sustentação da vida humanada vida humana  Tais processos podemTais processos podem implicar o embate deimplicar o embate de cometas contendo águacometas contendo água gelada, a libertação degelada, a libertação de agentes opacos na atmosferaagentes opacos na atmosfera para aumentar o efeito depara aumentar o efeito de estufa, a disseminação deestufa, a disseminação de organismos que libertemorganismos que libertem oxigénio, etc.oxigénio, etc.
  • 17. Solução: Alterar o ser humanoSolução: Alterar o ser humano  Se não for possívelSe não for possível alterar o habitat,alterar o habitat, talvez sejatalvez seja possível alterar opossível alterar o ser humanoser humano geneticamentegeneticamente
  • 18. Desafio:Desafio: construir um Império Galácticoconstruir um Império Galáctico  Rede de planetas, luas e artefactos habitáveisRede de planetas, luas e artefactos habitáveis interligada por comunicação e/ou viageminterligada por comunicação e/ou viagem interestelar, geralmente mais rápida que a luzinterestelar, geralmente mais rápida que a luz  ““Império” entendido numa forma mais lata que aImpério” entendido numa forma mais lata que a forma política dos séculos passadosforma política dos séculos passados  Assenta na presumível descoberta de umAssenta na presumível descoberta de um fenómeno/engenho físico que permite este tipofenómeno/engenho físico que permite este tipo de viagem:de viagem:  ““Buracos de minhoca”Buracos de minhoca”  Propulsores mais rápidos que a luz (FTL)Propulsores mais rápidos que a luz (FTL)  Travessia do hiperespaçoTravessia do hiperespaço
  • 19. Impérios GalácticosImpérios Galácticos  Fundação – Isaac AsimovFundação – Isaac Asimov (anos 1940)(anos 1940)  Perante a queda doPerante a queda do Impériod Galáctico e aImpériod Galáctico e a eminente idade das trevas,eminente idade das trevas, Hari Seldon cria fundaçõesHari Seldon cria fundações para influenciar opara influenciar o comportamento social ecomportamento social e abreviar a vinda doabreviar a vinda do Segundo ImpérioSegundo Império  Invenção daInvenção da psicohistóriapsicohistória
  • 20. Impérios GalácticosImpérios Galácticos  A “Cultura” – Iain M BanksA “Cultura” – Iain M Banks  Sociedade anarquista, socialistaSociedade anarquista, socialista e utópicae utópica  Pós-humana e pós-escassez,Pós-humana e pós-escassez, controlada por Inteligênciascontrolada por Inteligências Artificiais para garantir aArtificiais para garantir a disponibilidade incessante dedisponibilidade incessante de recursosrecursos  Novas civilizações sãoNovas civilizações são cooptadas por manipulaçãocooptadas por manipulação benigna ou pela forçabenigna ou pela força
  • 21. Impérios GalácticosImpérios Galácticos  ““Saga do Centro Galáctico” –Saga do Centro Galáctico” – Gregory BenfordGregory Benford  No centro da Via Láctea, aNo centro da Via Láctea, a civilização humanacivilização humana remanescente trava uma lutaremanescente trava uma luta eterna contra uma civilização deeterna contra uma civilização de autómatos («mechs”) cujo fim éautómatos («mechs”) cujo fim é eliminar as instáveis formas deeliminar as instáveis formas de vida orgânicavida orgânica  Resposta do autor ao problemaResposta do autor ao problema das viagens relativísticas: osdas viagens relativísticas: os sistemas solares habitadossistemas solares habitados encontram-se muito próximosencontram-se muito próximos entre sientre si