O documento resume o enredo e personagens principais do livro "Esaú e Jacó" de Machado de Assis. O livro é uma alegoria da transição do Brasil entre a Monarquia e a República, representada pelos irmãos gêmeos Pedro e Paulo que disputam o amor de Flora. A narrativa complexa deixa uma crítica à semelhança entre os sistemas políticos apesar de suas diferenças declaradas.
1. FOCCA – FACULDADE DE OLINDA
Grupo: Allana Figueredo, Inaldo Bento e Tatyane Patrícia.
Professora: Elizabeth Carvalho.
Disciplina: Literatura Brasileira.
2. Título: Esaú e Jacó
Autor: Machado de Assis
Ano de publicação: 1904
Falecimento de Carolina Xavier
(Esposa de Machado)
4. Numa época em que os Realistas se desdobravam em detalhes
grosseiros, Machado preferia sugerir a declarar. Olhando a natureza
como um míope, ele, em compensação, devassa e penetra a alma dos
homens, para aí sim, exibi-la em opulência de detalhes.
Como diz José Barreto Filho em seu livro Introdução à obra de
Machado de Assis , “Machado nos quis dizer um segredo, mas o fez
com tanta reserva que não pôde formular talvez, nem para si mesmo”.
O livro possui uma particularidade: faz refletir a posição política de um
homem tido como alheio a movimentos de tal natureza. Acusado de
indiferente, frio e inteiramente desligado das paixões políticas, Machado
de Assis, nesta obra, discute e analisa uma das mais importantes
épocas da política brasileira.
5. O livro é uma alegoria daquele momento histórico brasileiro,
de transição entre Monarquia e República. Os gêmeos (o
monarquista conservador Pedro e o liberal republicano Paulo)
são opostos na essência, mas são tão idênticos fisicamente a
ponto de Flora não conseguir distingui-los. A crítica de
Machado está aí: no Brasil, não se consegue perceber a
diferença entre Monarquia e República — diferentes no
discurso, mas semelhantes em suas práticas políticas.
6.
7. A construção narrativa é feita para causar estranhamento.
Apesar da aparência de simplicidade, a estrutura não é
simples. A apresentação da advertência no início do livro,
explicando que o texto foi encontrado no meio de cadernos
manuscritos, torna o Conselheiro Aires, que é personagem,
num autor suposto. Mas Aires não é o narrador: quem narra é
o narrador onisciente. A voz machadiana, que conversa com o
leitor, se sobrepõe à do Conselheiro. O esquema narrativo é
complexo, pois há um narrador em terceira pessoa que
também dialoga em primeira pessoa com o leitor.
8. Pedro: Jovem monarquista. Formado em medicina, apaixona-se pela jovem Flora e
a disputa com seu irmão. É amigo do Conselheiro Aires, por quem tem grande
estima. Torna-se deputado republicano conservador e, no fim da narrativa, rompe
laços com seu irmão.
Paulo: Irmão gêmeo de Pedro, republicano, formado em direito. Como o irmão,
apaixona-se por Flora e a disputa com ele. Sofre com a morte da amada. É amigo
do conselheiro Aires. Elege-se deputado reformista ao final da narrativa, rompendo
definitivamente laços com Pedro.
Flora: Jovem misteriosa, firme e ingênua a um só tempo. Apaixona-se pelos
gêmeos Pedro e Paulo. Indecisa, acaba ficando perturbada mentalmente e
morrendo. Pode ser entendida como a metonímia do Brasil, sem esperança entre
os jogos de interesse políticos.
Natividade: Mãe de Pedro e de Paulo, Natividade é uma mulher forte e
condescendente. Viveu para os filhos, os amigos e a família. Tentou, em vão,
estabelecer a paz entre os gêmeos, sonhando toda a vida com a “grandiosidade”
anunciada pela cabocla.
9. Conselheiro Aires: Conselheiro do império, Aires é um homem
viajado, diplomata experiente e tido em alta conta pelos amigos. É
quem auxilia Natividade na campanha de paz entre os gêmeos e
ajuda Flora a lidar com seu sofrimento. É refinado, discreto e um
tanto cético.
Santos: Pai de Pedro e Paulo, marido de Natividade. Homem de
origem humilde, que fez fortuna com usura e tornou-se banqueiro.
De fé duvidosa, converte-se ao espiritismo.
Batista: Pai de Flora e marido de D. Cláudia. É um oportunista, sem
opinião firme e influenciável facilmente. Considera-se conservador,
mas quando se dá a queda destes, alia-se aos liberais. Não
consegue ter o seu sonhado retorno à política concretizado.
D. Cláudia: Mãe de Flora e mulher de Batista. Mulher superficial,
interesseira e fútil. Está sempre buscando maneiras de reconduzir o
marido à política, para reaver a satisfação pessoal.