O documento discute a importância da pintura na proteção de estruturas metálicas contra corrosão, descrevendo o processo de corrosão e formas de proteção como aços resistentes, zincagem e pintura. Também aborda proteção contra incêndio usando materiais como amianto, vermiculita e gesso.
1. INTRODUÇÃO
Na indústria da construção metálica a pintura desempenha uma função muito
importante que é a de proteção anticorrosiva e além de proteger ainda embeleza as
estruturas com as diversas cores existentes no mercado já que é através destas que
a obra é vista pelo cliente. Contudo, bem antes do acabamento há por trás um
estudo elaborado por um projeto de pintura que analisa o uso do aço, o local, a
agressividade, e outros fatores que afetarão a resistência.
CORROSÃO
Corrosão pode ser definida como sendo a deterioração que ocorre quando um
material (normalmente um metal) reage com seu ambiente, levando à perda de suas
características.
No processo siderúrgico, muita energia é gasta para transformar óxido de
ferro em um produto final. O minério de ferro entra no alto-forno em conjunto com o
coque metalúrgico, fundentes e ar insuflado, forma uma liga impura conhecida como
ferro-gusa. O ferro-gusa é processado na aciaria, onde os teores de certos
elementos químicos são reduzidos (como carbono, o silício, o fósforo e o enxofre) e
outros elementos são adicionados, para conferir certas propriedades ao aço. A liga
é, em seguida, conformada em chapas e perfis. A corrosão é o processo inverso ao
da siderurgia, ou seja, o ferro retorna de forma espontânea aos óxidos que lhe
deram origem.
Reações:
Siderurgia
As reações que ocorrem no alto-forno são:
2C+ O2 → 2CO (o coque reage com o ar insuflado)
C+ H2O →CO+ H2 (o vapor de água reage com o coque)
Fe3O4+ 4CO → 3 Fe + 4 CO2 (os óxidos são reduzidos pelo CO)
Fe3O4 + 4H2 → 3 Fe + 4H2O
2. O ferro-gusalíquido é retirado da parte inferior do alto forno.
Corrosão
O processo de corrosão leva o metal a sua forma oxidada.
4 Fe + 3O2 + 2H2O → 2 Fe2O3 . H2O (ferrugem)
Na reação de corrosão, é mister a presença de oxigênio e água. O oxigênio
está no ar atmosférico (constituído, aproximadamente, por oxigênio (20%), nitrogênio
(79%) e quantidades ligeiramente variáveis de vapor d'água, dióxido de carbono,
argônio e outros gases nobres) e a água pode estar na forma líquida ou de vapor. A
simples umidade relativa do ar fornece a água necessária para que a reação se
realize. Pode-se dizer que os alimentos básicos da corrosão são: o oxigênio e a
água.
Proteção contra Corrosão
Algumas soluções reduzem ou mesmo eliminam a velocidade da corrosão,
entre elas podemos sugerir a utilização de aços resistentes à corrosão atmosférica,
aplicação de zincagem e pintura.
Aços Resistentes à Corrosão Atmosférica
Aços Inoxidáveis
São obtidos pela adição de níquel e cromo, porém seu uso é restrito em
edificações.
Aços Patináveis ou Aclimáveis (CORTEN)
São obtidos pela adição de cobre e cromo. Algumas siderúrgicas adicionam
níquel, vanádio e nióbio.
São encontrados na forma de chapas, bobinas e perfis laminados.
Apresentam resistência à corrosão atmosférica até oito vezes maior que os aços-
carbono comuns; resistência mecânica na faixa de 500Mpa e boa soldabilidade.
3. A sua utilização não exige revestimento contra corrosão, devido a formação
da “pátina”(camada de óxido compacta e aderente) em contato com a atmosfera. O
tempo necessário para a sua completa formação varia em média de 2 a 3 anos
conforme a exposição do aço, ou pré-tratamento em usina para acelerar o processo.
Estudos verificam que os aços apresentam bom desempenho em atmosferas
industriais não muito agressivas. Em atmosferas industriais altamente corrosivas seu
desempenho é bem menor, porém superior à do aço-carbono. Em atmosferas
marinhas, as perdas por corrosão são maiores do que em atmosferas industriais,
sendo recomendada a utilização de revestimento. Cuidados na utilização dos aços
patináveis sem revestimento.
Devem ser removidos resíduos de óleo e graxa, respingos de solda,
argamassa e concreto, bem como a carepa de laminação;
Devem receber pintura regiões de estagnação que possam reter resíduos ou
água.
Regiões sobrepostas, frestas, articulação e juntas de expansão devem ser
protegidas do acúmulo de resíduos sólidos e umidade.
Materiais adjacentes aos perfis expostos à ação da chuva devem ser
protegidas nos primeiros anos devido a dissolução de óxido provocada;
Acompanhamento periódico da camada de pátina, pois caso não ocorra à
formação, a aplicação de uma pintura de proteção torna-se necessária.
Utilização dos aços patináveis com revestimento.
Devem receber pintura, os aços patináveis utilizados em locais onde as
condições climáticas não permitam o desenvolvimento da pátina protetora, quando
expostas à atmosfera industrial altamente agressiva, atmosfera marinha severa,
regiões submersa e locais onde não ocorram ciclos alternados de molhagem e
secagem, ou quando for uma necessidade imposta no projeto arquitetônico.
Os aços patináveis apresentam boa aderência ao revestimento com
desempenho duas vezes maior que o aço-carbono comum.
Antes da pintura devem ser removidos resíduos de óleo e graxa, respingos de
solda ou quaisquer outros materiais, além de carepas de laminação.
4. Zincagem
O processo de corrosão dos metais está diretamente relacionado com o
potencial de oxidação de eletrodo, que remove os elétrons do ferro formando cátions
Fe++, quanto mais positivo for o potencial de oxidação, mais reativo é o metal.
A proteção pelo uso de zinco consiste em combinar o zinco com o ferro,
resultando no zinco como anodo e o ferro como cátodo, prevenindo assim a
corrosão do ferro, uma vez que o zinco atua como uma barreira protetora evitando a
entrada de água e ar atmosférico, além de sofrer corrosão antes do ferro.
Este tratamento garante à peça uma maior durabilidade, já que a corrosão do
zinco é de 10 a 50 vezes menor que no aço em áreas industriais e rurais, e de 50 a
350 vezes em áreas marinhas.
Galvanização
A galvanização é o processo de zincagem por imersão a quente, que consiste
na imersão da peça em um recipiente com zinco fundido a 460°C.
O zinco adere à superfície do aço através da formação de uma camada de
liga Fe-Zn, sobre a qual deposita-se uma camada de zinco pura de espessura
correspondente a agressividade do meio a qual a peça será submetida.
Para garantir uma proteção ainda maior contra a corrosão costuma-se aplicar
tintas sobre as superfícies zincadas.
Pintura
A proteção contra corrosão através de pintura consiste em criar uma barreira
impermeável protetora na superfície exposta do aço através de aplicação de
esmaltes, vernizes, tintas e plásticos, obedecendo as seguintes etapas:
a) Limpeza da superfície: pode ser feita através de escovamento, aplicação de
solventes e jateamento;
b) Aplicação de primer: garante aderência a camada subseqüente;
5. c) Camada intermediária: fornece espessura ao sistema;
d) Camada final: atua como barreira protetora, além da finalidade estética.
Aços - Liga
Com a adição de cobre, cromo, silício, fósforo e níquel são obtidos aços de
baixa liga que se caracterizam pela formação de uma película aderente que impede
a corrosão, podendo ser empregado sem pintura com restrições em atmosfera
marítimas.
Para diminuir o processo de corrosão do aço sob a água ou atmosfera
marítima, utiliza-se uma percentagem de 0.1 a 0.2% de cobre.
Para estruturas aparentes deve-se tomar cuidado, uma vez que na primeira
fase de corrosão os produtos resultantes do processo podem manchar outros
elementos estruturais.
Proteção Contra Incêndio
O aço quando atacado pelo fogo apresenta resistência reduzida e uma
redução brusca do seu estado limite de escoamento a partir de 400°C, atingindo
valores críticos em temperaturas em torno de 550°C.
Quando recebem proteção adequada para o tempo de duração do fogo, as
estruturas metálicas recuperam suas propriedades depois de cessado a ação do
fogo, além das suas funções estáticas.
Na proteção contra incêndio são utilizados alguns materiais como a
vermiculita, o gesso e o amianto.
A aplicação do amianto consiste na utilização de um equipamento especial
que projeta uma polpa de fibras (amianto) que se adere perfeitamente à superfície
onde é aplicado.
A porosidade decorrente do método de aplicação, aliada às propriedades do
amianto, torna este material um dos mais eficientes contra o fogo.
Outro material inorgânico também bastante empregado como isolante térmico
é a vermiculita, devido a sua baixa condutibilidade térmica.
6. A vermiculita sob a forma de placas, ou como argamassa com cimento, cal e
água. Também empregado sob a forma de argamassa ou placas, temos o gesso
armado com fibra, que é bastante utilizado em forros para proteção do vigamento e
da laje.