A leitura literária. A formação do leitor. O leitor infanto-juvenil: uma tipologia. Os textos destinados à criança. O conto maravilhoso e o conto de fadas. A poesia infanto-juvenil. Monteiro Lobato .
2. Ementa
A leitura literária. A formação do leitor. O leitor infanto-juvenil:
uma tipologia. Os textos destinados à criança. O conto maravilhoso e o
conto de fadas. A poesia infanto-juvenil. Monteiro Lobato .
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6. A Leitura Literária
A leitura literária é um tipo especial de leitura. Sua especificidade
decorre, sobretudo, das características do texto literário. Não é fácil
dizer exatamente o que o texto literário possui que o diferencia dos
demais textos que circulam na sociedade desde tempos remotos.
Muitos estudiosos, desde o filósofo grego Aristóteles, buscaram
estabelecer critérios para a classificação de um texto como literário,
mas o fato é que, até hoje, não temos nenhum traço que esteja
presente exclusivamente nele.
7. Leitura
Antes de falarmos a respeito da leitura literária, é importante
estabelecermos um conceito de leitura. Na atualidade, o termo ganhou
um sentido amplo. Entendemos leitura como um processo de
compreensão e interpretação do mundo. É comum ouvirmos que a
“leitura do mundo precede a leitura da palavra”, colocação esta feita por
Paulo Freire .
Essa ampliação do termo foi acompanhada por uma
transformação do conceito de leitura. Atualmente, pode se dizer
que ela não é mais concebida como um ato mecânico de
decodificação de palavras, frases, parágrafos etc.
8. A formação do leitor
O processo de formação pelo qual passa um indivíduo, até não se
atemorizar com o texto escrito e perceber nele um grande número de
significações possíveis, é muito longo. É por isso que falamos de
processo de leitura, pois é algo que se desenvolve no tempo e
pressupõe etapas. Ninguém se torna um leitor do dia para a noite.
Além disso, existe uma variedade imensa de textos, dos mais
simples aos mais complexos. Isso significa que também existe uma
variedade de leitura e de leitores. Muitas pessoas que leem sem
dificuldade uma série de textos, podem se sentir completamente
perdidas diante de um determinado gênero textual.
9. A leitura do texto literário
Tratamos, até aqui, do processo de leitura de forma geral. Agora,
interessa-nos caracterizar um tipo específico: a leitura literária. Partimos
da idéia que esta possui peculiaridades suscitadas não só pelo objeto
em que está centrado o processo, isto é, o texto literário, mas também
pelo tipo de relação que se estabelece entre este e o sujeito que o lê.
10. Mediadores de leitura
Quando falamos em iniciação literária, destacamos, como principais
mediadores de leitura, a família e a escola. Mediador de leitura nada
mais é do que alguém ou algo que faz a mediação entre o texto e o
leitor ou, em outras palavras, apresenta o texto para o leitor. Se um pai
ou uma mãe conta histórias para seus filhos antes de eles dormirem, aí
temos uma mediação de leitura. Se a criança assiste ao Sítio do Pica-
pau Amarelo e pede um livro de Monteiro Lobato para ler, aí também
temos uma mediação de leitura.
11. O valor educacional das histórias
As histórias são excelentes ferramentas de trabalho na
tarefa de educar e vários motivos existem para isso:
As crianças gostam muito
Levam a uma empatia com os alunos
A variedade de temas é praticamente inesgotável
Pouca exigência de recursos materiais para sua
aplicação
Os vários aspectos educacionais que podem ser
enfocados
12. Lemos por diferentes
motivos: para nos informar,
conhecer, relaxar, distrair,
interagir, entre outros.
Portanto, quando
selecionamos um texto
devemos ter em foco o
que buscamos, a função
que ele pode
desempenhar no
desenvolvimento do
indivíduo.
13. Histórias são bastantes úteis para trabalhar os seguintes aspectos:
Caráter;
Raciocínio;
Imaginação;
Criatividade;
Senso-crítico;
Disciplina;
14. Literatura Infantil no Brasil
Nacionalismo: em função da necessidade das classes dominantes de difundir
entre a classe média imagens da grandeza e modernidade do país. Isso
acontece de três formas principais:
a) exaltação da natureza: as belezas naturais do país, o amor à terra que é
extremamente fértil, idealização da vida rural.
b) exaltação dos vultos e história do Brasil: origens, história e os grandes
homens do país.
c) exaltação da língua: preocupação e culto da língua nacional, apuro na
linguagem expondo as crianças a bons textos, daí também o culto de grandes
autores e grandes obras.
Intelectualismo: além da valorização dos grandes autores como modelo de
língua, também eram valorizados como modelo de cultura a ser imitada; o livro e
o estudo eram extremamente valorizados como meios essenciais de realização
social; a escola ocupa papel de grande importância nas histórias.
Moralismo e religiosidade: valores que todo bom cidadão deveria ter como
honestidade, bondade, respeito aos mais velhos, cumprir os deveres, caráter
reto, obediência aos preceitos cristão, caridade, dedicação ao trabalho e à
família, etc.
15. O leitor infanto-juvenil
Ao descrevermos, de modo geral, o leitor infanto-juvenil, devemos
destacar alguns aspectos importantes. O perfil traçado para cada fase
de leitura está diretamente marcado por aspectos relacionados ao
desenvolvimento físico e psíquico do sujeito. Ele, obviamente, não
A tipologia aqui apresentada é de acordo com os pressupostos
teóricos de Aguiar (2001) e Ferreira encontra total correspondência em
pessoas reais, pois se trata de um construto teórico.
16. Formação do professor -leitor
Quais são as suas leituras?
A leitura é valorizada na sua vida?
Qual seu ambiente de leitura?
A importância de falar de suas leituras para
seus alunos.
Pesquisa retratos de leitura: alguns dados.
17. A arte de contar histórias
Primeiro passo – Escolha do texto de acordo com o
público
Familiarização com o texto
Decisão dos recursos que serão utilizados
Transmissão de sentimentos: confiança, motivação,
admiração, beleza, tristeza, alegria, surpresa,
Grande ferramenta: a voz!
Outra ferramenta: o corpo
Expressões faciais
Contato visual com o público
Chamar atenção para as ilustrações
Momentos durante a leitura: de silêncio, de pergunta, de
expressão corporal, de aproximação do leitor...
18. Vamos sugerir livros???
2 a 5 anos – fase do pensamento mágico
5 a 9 anos – fantasia, ritmo e rima
9 a 12 anos – aventura, mistura de fantasia e
realidade
12 a 15 anos – aventuras, romances
sensacionalistas, livros de viagens, histórias
sentimentais.
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21. Assimetria e adaptação
O texto literário infantil, por ser destinado a um sujeito que está
percorrendo as primeiras etapas de seu desenvolvimento, apresenta
características constitucionais que não podem, de forma alguma, ser
ignoradas no momento em que nos propusermos a desenvolver
atividades de leitura.
O processo de seleção e apresentação de material literário para
crianças exige o conhecimento desses traços constitutivos do texto
literário infantil, a fim de que possamos identificá-los e avaliá-los antes
de processarmos a nossa tarefa de mediadores de leitura.
22. O surgimento da literatura infanto-juvenil: contexto histórico
A literatura infanto-juvenil tem sua origem vinculada a um processo
de transformação na ordem social européia, que apresenta como ponto
central a ascensão da classe burguesa e o estabelecimento do modo
burguês de viver como dominante. Essa transformação se dá em um
processo lento que se instaura no final da Idade Média e atinge seu
ápice no século XVIII.
23. A construção do conceito de infância na Idade Moderna
Na sociedade antiga, não havia “infância”: nenhum espaço
separado do “mundo adulto”. As crianças trabalhavam e viviam junto
com os adultos, testemunhavam os processos naturais da existência
(nascimento, morte, doença), participavam junto deles da vida pública
(política), nas festas, guerras, audiências, execuções, etc., tendo assim
seu lugar assegurado nas tradições culturais comuns: na narração de
histórias, nos cantos, nos jogos
24. Tratando-se de leitura, é possível
observar que há uma preocupação
consciente em se desenvolver e
aprimorar essa atividade no cotidiano
das escolas.
25. A leitura é um processo no qual o leitor realiza um
trabalho ativo de construção do significado do texto, etc.
(...)
Um leitor competente é alguém que, por iniciativa
própria, é capaz de selecionar, dentre os trechos que
circulam socialmente, aqueles que podem atender a
uma necessidade sua. (...)
Formar um leitor competente supõe formar alguém que
compreenda o que lê;
(PCN’s, Língua Portuguesa, ensino fundamental, p. 41).
26. No entanto, este processo descrito nos PCN’s não
está se concretizando nas aulas de português.
A partir de uma comparação realizada entre os
resultados das provas aplicadas pelo Saeb nos anos
de 1995 até 2003, indica que “todas as regiões,
estão abaixo da média mínima satisfatória, que é
200 pontos.
27. Problemáticas do texto infanto-juvenil
Por sua origem e função social, o texto literário carrega, em sua
constituição, características que muitas vezes se revelam
problemáticas. Por ser visto como instrumento que pode ser utilizado
para o desenvolvimento e educação da criança, o viés pedagógico das
produções literárias sempre compartilha espaço com o viés artístico. É
freqüente, ainda hoje, que um reducionismo na construção do texto o
transforme em uma ferramenta para o estímulo de comportamentos e
valores socialmente reconhecidos, em detrimento da criatividade e da
fantasia
28. Muitos pais e professores utilizam a literatura-infantil com intuito de
ensinar algo aos pequenos. Isso confirma a relação assimétrica, em
que o leitor infantil ocupa um lugar ainda bastante passivo no processo.
A literatura infanto-juvenil se modificou muito e incorporou uma série
de características novas, mas continua sendo vista como um forte
instrumento para a formação das crianças.
29. Ler é saber.
Quando lemos, estabelecemos um diálogo com a obra,
compreendendo intenções do autor.
Somos levados a fazer perguntas e procurar respostas.
Ler é exercitar o discernimento.
Quando lemos, colocamo-nos de modo favorável ou não aos
pontos de vista.
Ler é ampliar a percepção.
Ler é ser motivado à observação de aspectos da vida que antes
nos passavam despercebida. (FOELKER, 2007)
30. Mitos
Considerado uma das formas narrativas mais antigas, o mito
está presente na origem da sociedade humana. As mais diferentes
culturas do globo terrestre possuem sua mitologia. Tais narrativas
podem ser definidas como “relatos que os homens criaram para
explicar os fenômenos relacionados à origem e evolução do universo.
31. Fábulas
As narrativas classificadas como contos de animais é o que
conhecemos por fábulas.
São “histórias de animais personificados, ou seja, de animais que
agem como seres humanos, mas que mantêm qualidades e ações que
têm analogia com seus instintos e características naturais, como, por
exemplo, o macaco matreiro, a formiga trabalhadora, a lebre veloz”.
32. O conto maravilhoso e o conto de fadas
Dentre as narrativas oriundas do folclore e destinadas a
crianças, sem dúvida, o conto maravilhoso é o que ganhou maior
destaque ao longo da história. O fato de exercer um fascínio
incontestável sobre os pequenos leitores é um dos pontos que justifica
o lugar que ele ocupa na literatura infantil ainda hoje.
33. A POESIA INFANTO-JUVENIL
A poesia, ao longo dos séculos, foi definida de várias maneiras.
Alguns buscaram defini-la por critérios formais, que enfatizavam a sua
construção em versos e a musicalidade produzida pela métrica, pelo
ritmo e pelas rimas. Outros, percebendo que nem todo o texto poético
está centrado no aspecto formal, tentaram observar o modo como o
discurso poético fala a respeito dos mais diferentes temas.
34. História da literatura infanto-juvenil brasileira: fases e
autores I Mara Elisa Matos Pereira
Conhecer a evolução da produção literária infanto-juvenil brasileira
nos permite compreender o cenário atual, já que os textos literários
contemporâneos estão, necessariamente, vinculados à tradição, seja
para confirmá-la ou contestá-la.
É no período histórico abordado agora que encontramos um dos
maiores autores do gênero infanto-juvenil em nosso país: Monteiro
Lobato. A ele daremos um tratamento especial, devido à sua
incontestável importância, pois, atualmente, já pode ser considerado
um clássico do gênero, por ser um marco de criatividade e inovação.
Sua obra influencia muitos autores de literatura infanto-juvenil ainda
hoje.
35. Monteiro Lobato
Monteiro Lobato (1882-1948) foi o primeiro autor da literatura
brasileira infantil nacional que rompeu com os padrões literários da
Europa. Antes dele, os textos infantis eram, principalmente, adaptações
dos clássicos europeus. Lendo sua obra, é possível perceber que ela
apresenta-se como ponto de junção de potências visivelmente
diferentes: as da tradição e as da renovação.
36. Seminário
Grupo I: A narrativa infanto-juvenil;
Grupo II:A narrativa literária;
Grupo III: A narrativa destinada ao público infanto-juvenil e
Grupo IV: As formas narrativas oriundas da oralidade
37. REFERÊNCIAS
CASCUDO, Luís da Câmara. Literatura Oral no Brasil. 2. ed. Rio de Janeiro: José
Olympio, 1978.
COELHO, Nelly Novaes. Literatura infantil: teoria, analise, didática. São Paulo:
Moderna, 2000.
HELD, Jacqueline. O Imaginário no Poder: as Crianças e a Literatura Fantástica.
SP:Summus, 1980.
MACHADO, Ana Maria. Como e por que ler os Clássicos Universais desde cedo.
RJ:Objetiva, 2002.
MEIRELES, Cecília. Problemas da Literatura Infantil. 3. ed. Rio de Janeiro: Nova
Fronteira, 1984.
PERROTI, Edmir. Confinamento Cultural, Infância e Leitura. SP:Summus, 1990.
ZILBERMAN, Regina. A Literatura Infantil na Escola. SP:Global, 1998.