1) No século XVII, Portugal enfrentou uma crise econômica devido à concorrência estrangeira e perda de mercados para seus produtos coloniais. 2) Isso levou à adoção de políticas mercantilistas para proteger e estimular as manufaturas nacionais e reduzir a dependência do exterior. 3) No final do século, o descobrimento de ouro no Brasil e o Tratado de Methuen com a Inglaterra levaram ao abandono dessas políticas e ao retrocesso da industrialização em Portugal.
3. Características da economia portuguesa no séc. XVII
1. Antecedentes
Exploração dos recursos coloniais
(da Ásia ao Brasil)
Economia de base cerealífera e
tradicional (longe de ser
autossuficiente).
Economia dependente do
comércio colonial e das
importações.
Exportação de vinhos e sal.
Pouco investimento no
desenvolvimento interno e
produtivo;
O comércio (Atlântico- Brasil) era o
principal polo económico nacional;
Açúcar, tabaco, madeiras
+
produtos e especiarias do
Oriente.
4. 2. Crise económica – 1670-92
Conjuntura internacional adversa ao comércio colonial português.
A produção de açúcar e do tabaco, desenvolvida
pelos holandeses e franceses, nas Antilhas,
provocou a queda dos preços em consequência do amento de
produção.
A navegação portuguesa sofreu ataques dos corsários.
As exportações do sal e do vinho português
enfrentaram a concorrência francesa e espanhola.
A adoção de políticas mercantilistas protecionistas,
em França e na Inglaterra, fechou os
mercados aos produtos portugueses.
Concorrência dos holandeses,
franceses e ingleses no
Oriente conduziu ao declínio
da hegemonia portuguesa.
Portugal perdeu mercados
para os seus
produtos.
As guerras da Restauração e as despesas elevadas acentuaram a dependência de Portugal face à Inglaterra.
5. Responder às dificuldades conjunturais
Evitar as importações
Aumentar as exportações.
Dinamizar a economia nacional
Final do séc. XVII – elevado défice da balança comercial.
Duarte Ribeiro de Macedo
(Embaixador de Portugal em Paris) defendeu o
desenvolvimento das manufaturas existentes e
a criação de novas manufaturas
Assegurar as necessidades internas
6. Adotar políticas para evitar a
decadência económica do reino e a dependência
face ao estrangeiro;
Introduzir manufaturas para
diminuir as importações;
Promover uma política de
nacionalismo económico;
Adotar medidas para evitar
a fuga de metais preciosos;
7. D. João de Mascarenhas, 1º Marquês de Fronteira D. Luís de Meneses, 3º Conde de Ericeira
(O Colbert português)
Vedores da Fazenda
do rei D. Pedro II
8. Proteção das manufaturas nacionais: promulgação das Leis Pragmáticas;
Criação das manufaturas e reorganização
de fábricas antigas;
Publicação de regimentos para
regulamentar a produção e a qualidade;
Proibição da importação de matérias-
primas;
Contratação de artífices estrangeiros;
Criação de companhias comerciais, para o comércio colonial
(com Cabo Verde, Guiné, Brasil e Índia), em regime de
monopólio (para enfrentar a concorrência internacional).
Concessão de privilégios e subsídios às manufaturas existentes
e às novas (sedas, lanifícios, chapéus, vidro, ferro, couros e
papel);
3. As medidas mercantilistas do Conde de Ericeira
9. Animação das exportações portuguesas (beneficiada por conflitos político-militares que enfraqueceram o
comércio francês e holandês)
Aumento dos preços dos produtos coloniais
O sal, o azeite e o vinho impõem-se nos mercados internacionais
A fraca qualidade dos produtos manufaturados em Portugal dificulta a sua afirmação no mercado
A redução das importações desencadeia uma reação negativa por parte de Inglaterra que reduz a
importação de vinho do Porto (aumenta a pressão dos grandes produtores de vinho do Porto e assina-se
o Tratado de Methuen em 1703)
10. O RETROCESSO DA POLÍTICA DE FOMENTO MANUFATUREIRO EM
PORTUGAL
11. 1. Final do séc. XVII – descoberta de jazidas de ouro no Brasil
Novo fôlego à economia portuguesa, entre 1697 e 1750
O afluxo de metal precioso:
Aumentou a moeda em
circulação.
Possibilitou o pagamento das
importações.
Contribuiu para o abandono das
políticas
de fomento manufatureiro.
Não diminuiu o défice
comercial , mas serviu
para pagá-lo.
Aumentou a emigração de
portugueses para o Brasil.
Atraiu holandeses, franceses, italianos
e ingleses que dinamizaram relações
comerciais com Portugal para captar o
ouro que chegava ao reino.
12. 2. Tratado de Methuen (1703)
Consagrava a abertura do mercado português à
entrada, sem restrições, dos lanifícios ingleses.
Abandono das restrições às
importações
Permitia a entrada dos vinhos portugueses
em Inglaterra, a taxas favoráveis.
Consequências:
Anulação das leis Pragmáticas
Redução do surto manufatureiro
iniciado pelo Conde de Ericeira
Aumento das importações a
Inglaterra
Aumento do défice da balança
comercial
Apropriação inglesa do ouro do
Brasil
Afirmação da supremacia económica inglesa.