2. O TEMPO
Movimento cultural que revolucionou as artes, a literatura e a ciência e teve origem em
Itália, no século XV e que se estendeu à Europa no séc. XVI.
O ESPAÇO
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3. ORIGEM DO RENASCIMENTO
Porquê em Itália?
Itália reunia um conjunto de condições favoráveis:
- Estava dividida em vários estados e alguns deles eram muito ricos e prósperos (Florença, Milão;
Veneza e Roma)
- Praticava-se o mecenato cultural – os mecenas eram homens ricos que ajudavam os artistas
- Rivalidade política entre as cidades mais desenvolvidas (governantes e papas promoveram a cultura
como forma de distinção social e afirmação política
- Vestígios da civilização greco-romana e presença de intelectuais de origem grega que divulgaram a
língua e as obras clássicas
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4. Quem foram os principais mecenas do Renascimento?
Cosme de Médicis foi
banqueiro e político no século
XV. Governou Florença, onde
mandou construir igrejas e
palácios, patrocinando as
artes. Foi avô de Lourenço e
fundador da dinastia política
da família dos Médicis, que se
contava entre uma das mais
ricas da Europa.
Lourenço de Médicis governou Florença no século XV. Embelezou a cidade
e fundou uma biblioteca e uma escola para a formação de escritores e
artistas, onde estudou Miguel Ângelo. Vivia rodeado de humanistas e
artistas, que apoiava.
In Hora H, 8º ano, Raiz Editora
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5. Passado/ presente: o mecenato cultural
A EDP criou uma Fundação em 2004 que é mecenas da Companhia
Nacional de Bailado e da Orquestra Sinfónica Juvenil, para além de apoiar
bolsas de estudo, exposições, concursos de música e artes plásticas e
possuir uma coleção de arte que conta com mais de 700 obras de mais de
170 artistas.
A Fundação Calouste Gulbenkian foi
fundada em Lisboa em 1953 pelo
empresário arménio Gulbenkian. Era um
grande colecionador de arte, doando, após
a morte, a sua coleção e fortuna à
fundação para apoiar projetos culturais.
Atualmente, a fundação continua a
financiar vários programas culturais e
bolsas de estudo e investigação.
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6. O QUE É QUE O RENASCIMENTO TROUXE DE NOVO?
Uma nova mentalidade e uma nova visão do Homem e do Mundo.
No séc. XV, os Descobrimentos tornaram possível o conhecimento de novas terras, novos povos,
novas culturas.
Descobrir o Mundo…. Descobrir o Homem….
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7. À medida que descobria novos mundos, o Homem descobria-se a si próprio. Formou-se uma nova
mentalidade com o Homem no centro do mundo e das preocupações humanas.
A mentalidade renascentista caracteriza-se pelo:
Antropocentrismo: O conhecimento do Homem passou a ser tema central das ciências, literatura e
artes.
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8. Individualismo: O Homem tem capacidade para escolher e decidir por si próprio, pensar por si
próprio, valorizar-se e acreditar nas suas capacidades. Valoriza igualmente a vivência terrena.
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9. Classicismo: Valorização da cultura clássica greco-latina, tomada como modelo nas artes e na
literatura.
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10. Espirito critico: O Homem passa a pensar por si próprio, a questionar a sociedade e o mundo que o
rodeia. O saber tradicional deixa de ser um dado adquirido e passa também a ser questionado.
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11. O Homem do Renascimento era um Homem com uma nova
mentalidade, curioso, crítico e multifacetado.
O desejo de conhecer, de saber a verdade, a curiosidade e a
necessidade de explicar as contradições do saber tradicional,
levam-no a adotar uma atitude critica face à realidade: todo o
conhecimento deverá ser obtido pela observação, confirmado
pela experiência e pela razão:
mentalidade racionalista.
Leonardo da Vinci
Esta forma de pensar conduz ao desenvolvimento da ciência.
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12. Quais os progressos registados na astronomia náutica e na
geografia?
Com a expansão marítima portuguesa alargou-se o conhecimento da Natureza e do Mundo
(naturalismo) e desenvolveu-se a curiosidade científica e o espírito crítico, pois o
conhecimento dos autores antigos foi revisto à luz do novo saber.
O geógrafo Duarte Pacheco Pereira
demonstrou que a observação e a
experiência (experiencialismo) provaram
que muito daquilo que os antigos diziam
era falso.
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Nau da armada de Afonso de Albuquerque
comandada por Duarte Pacheco Pereira em
1503.
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13. Quais os progressos registados na astronomia, cartografia e
matemática?
As viagens transoceânicas exigiam mapas e conhecimentos de astronomia cada vez mais
rigorosos e precisos, o que implicou o desenvolvimento da matemática e da geometria para
resolver problemas práticos.
O
cosmógrafo,
geómetra
e
matemático Pedro Nunes aplicou a
matemática à cartografia e às
técnicas de navegação.
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Tratado da Esfera, acerca de princípios de
cosmografia (1537).
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14. O geocentrismo defendido pelo geógrafo
Ptolomeu, no século II, colocava a Terra fixa,
no centro do Universo, em torno da qual
giravam todos os planetas e o Sol. Esta era a
teoria que vigorava até ser substituída pelo
heliocentrismo defendido por Copérnico e
comprovado por Galileu.
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«Depois de longas investigações, convenci-me de
que: O Sol é uma estrela fixa rodeada de planetas
que giram em volta dela e de que ela é o centro e
a chama. (…) Que a Terra é um planeta principal,
sujeito a um tríplice movimento (…)»
Nicolau Copérnico, De Revolutionibus Orbium
Coelestium, 1543
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15. Quais os progressos registados na medicina e na botânica?
Aula de anatomia (quadro do séc.
XVII).
Estudos de Leonardo da Vinci.
Vesálio,
autor
do
primeiro
atlas
de
anatomia (1543) e
considerado o pai da
anatomia moderna.
Os estudos anatómicos do médico André Vesálio, feitos com base na dissecação de cadáveres,
permitiram um grande avanço da medicina, bem como os registos de Leonardo da Vinci.
Afirmava-se, assim, uma mentalidade mais experimental.
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16. Obra de Garcia de Orta, Colóquio
dos simples e drogas e coisas
medicinais da Índia, editado em
Goa em 1563.
O médico português Garcia de Orta estudou muitas
plantas medicinais do Oriente, modernizando e
ampliando a farmacopeia.
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17. O HUMANISMO RENASCENTISTA
Humanistas eram os intelectuais do Renascimento que procuraram ressuscitar as línguas e as letras
(poesia, teatro, história, filosofia) da Antiguidade Clássica.
Características da literatura do Renascimento
«Eis os soberanos pontífices, os cardeais e os bispos.
Hoje, estes pastores não fazem nada senão alimentar-se
bem. Deixam o cuidado do rebanho ao próprio Cristo.
Esquecem que o seu nome de bispo significa labor,
vigilância, solicitude. Estas qualidades servem-lhes para
deitar mão ao dinheiro. Se os soberanos pontífices, que
estão no lugar de Cristo, se esforçassem por imitá-lo na sua
pobreza, nos seus trabalhos, na sua sabedoria, na sua cruz e
no seu desprezo da vida, não seriam os mais infelizes dos
homens? Aquele que empenhou todos os seus recursos para
adquirir essa dignidade não terá de, em seguida, a defender
pelo ferro, o veneno e a violência?»
Erasmo de Roterdão, O Elogio da Loucura (adaptado), 1511
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Antropocentrismo
Espírito crítico
18. «As armas e os barões assinalados
Que, da Ocidental praia Lusitana
Por mares nunca de antes navegados
Passaram ainda além da Taprobana,
Em perigos e guerras esforçados,
Mais do que prometia a força humana,
E entre gente remota edificaram
Novo Reino, que tanto sublimaram;
E também as memórias gloriosas
Daqueles Reis que foram dilatando
A Fé, o Império, e as terras viciosas
De África e de Ásia andaram devastando,
E aqueles que por obras valerosas
Se vão da lei da Morte libertando:
Cantando espalharei por toda a parte,
Se a tanto me ajudar o engenho e arte.»
Luís de Camões, Os Lusíadas, canto I, estrofes 1 e 2, 1556
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Classicismo: modelo épico
(Camões segue a linha das
epopeias clássicas de Homero e
Virgílio para glorificar os
grandes feitos e qualidades dos
portugueses.
19. Thomas More imaginou uma ilha – a
Utopia – onde os homens são felizes há
justiça e igualdade, os governantes são
justos e sensatos. É uma forma
construtiva de criticar a sociedade do seu
tempo (revela espírito crítico).
«A ilha da Utopia tem cinquenta e
quatro
cidades espaçosas e magníficas. A linguagem, os
hábitos, as instituições, as leis são perfeitamente
idênticas. As cinquenta e quatro cidades são
edificadas sobre o mesmo plano e possuem os
mesmos estabelecimentos e edifícios públicos,
modificados segundo as exigências locais. (…)
As roupas têm a mesma forma para todos os
habitantes da ilha; esta forma é invariável, e
apenas distingue o homem da mulher, o solteiro
do casado. (…)»
Thomas More, Utopia, 1516
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Maquiavel mobiliza o conhecimento que tem
sobre o ser humano e escreve sobre o modo
como os governantes deviam atuar para
governar bem.
«(…) A um príncipe, portanto, não é essencial possuir
todas as qualidades acima mencionadas, mas é bem
necessário parecer possuí-las. Antes, ousarei dizer
que, possuindo-as e usando-as sempre, elas são
danosas, enquanto que, aparentando possuí--las, são
úteis; por exemplo: parecer piedoso, fiel, humano,
íntegro, religioso, e sê-lo realmente, mas estar com o
espírito preparado e disposto de modo que,
precisando não sê-lo, possas e saibas tornar--te o
contrário (…).»
Nicolau Maquiavel, O Príncipe, 1513
20. DIFUSÃO DO HUMANISMO
A rápida difusão do Humanismo ficou a dever-se, em especial, à invenção de Gutenberg no
séc. XV – a imprensa de caracteres móveis.
«A imprensa é um exército de 26 soldados de chumbo com o qual se pode conquistar o
mundo.»
Johannes Gutenberg, inventor da
imprensa (1397-1468)
-
Mais livros;
Preços mais acessíveis;
Rápida difusão das novas ideias;
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21. As imagens inseridas neste trabalho foram obtidas através da Internet.
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