As transformações econômicas
e sociais da Idade Moderna,
principalmente a Revolução
Industrial e os progressos
científicos, provocaram
mudanças na maneira de
pensar e de sentir dos
europeus.
A Revolução Inglesa do século XVII e a
Revolução Industrial do século XVIII foram
conduzidas pela burguesia inglesa, o
objetivo desses movimentos
revolucionários era destruir as estruturas
econômicas, sociais e políticas que
sustentavam o Antigo Regime, tais como o
direito divino dos reis, a política econômica
mercantilista e o poder político da Igreja
Católica.
A crise do Antigo Regime foi
acompanhada por um conjunto de
novas idéias filosóficas e econômicas
que defendiam a liberdade de
pensamento e a igualdade de todos
os homens perante as leis.
As idéias econômicas defendiam a
prática da livre iniciativa. Esse
movimento cultural, político e
filosófico que aconteceu entre 1680 e
1780, em toda a Europa, sobretudo
na França, no século XVIII, ficou
conhecido como Iluminismo ou
Século das Luzes.
Os iluministas caracterizavam-se
pela importância que davam à razão.
Somente por meio da razão,
afirmavam ser possível
compreender perfeitamente os
fenômenos naturais e sociais.
Essas idéias baseavam-se no
racionalismo. Defendiam a democracia,
o liberalismo econômico e a liberdade
de culto e pensamento. Na verdade, o
Iluminismo foi um processo longo do
qual as transformações culturais
iniciadas no Renascimento
prosseguiram e se estenderam pelo
século XVII e século XVIII.
As idéias iluministas influenciaram
movimentos como a Independência
dos Estados Unidos, a Inconfidência
Mineira e a Revolução Francesa.
O Iluminismo iniciou-se na
Inglaterra, mais foi na França, que
atingiu seu maior desenvolvimento.
Foi na França que viveram os
maiores pensadores iluministas,
Voltaire, Montesquieu, Rousseau,
Diderot e D´Alembert.
Voltaire (1694-1778): François-Marie
Arouet, escritor francês, crítico do
absolutismo e dos privilégios da Igreja
e da nobreza. Por suas críticas, foi preso
duas vezes, deixando a França e
exilando-se na Inglaterra. Atraído pelas
idéias de John Locke, escreveu as
Cartas Inglesas, nas quais exalta a
liberdade de pensamento, de religião e
às instituições inglesas, criticando
indiretamente a França.
A necessidade de procurar a verdadeira
felicidade é o fundamento da nossa liberdade.
John Locke (1632-1704): filósofo inglês,
autor de Ensaio sobre o Entendimento
Humano, rejeitou o conceito de idéias
inatas. Afirmava que a experiência é a
base de todo o conhecimento.
Combateu o absolutismo, negando a
origem divina dos reis e afirmando que
o governo nasce de um entendimento
entre governantes e governados.
Posso não concordar com nenhuma das palavras que você disser, mas
defenderei até a morte o direito de você dizê-las.
Montesquieu (1689-1755): Charles Louis de
Secondant, barão de Montesquieu.
Considerado o pai do liberalismo burguês foi
jurista, filósofo e escritor. Em sua principal obra
O Espírito das Leis, expôs sua teoria da divisão
do poder político em Poder Legislativo –
elabora e aprova as leis; Poder Executivo –
executa as leis e administra o país; Poder
Judiciário – fiscaliza o cumprimento das leis.
Suas idéias influenciaram a organização de
praticamente todos os governos pós-Revolução
Francesa.
Jean-Jacques Rousseau (1712-1778):
filósofo francês, nascido na Suíça, foi o
mais radical entre os iluministas. Ao
contrário de Voltaire e Montesquieu, ele
não foi porta-voz da burguesia e sim das
camadas mais populares. Suas idéias
contrariavam, por exemplo, um dos
princípios centrais da sociedade
burguesa - a propriedade privada.
Segundo Rousseau, esta era a raiz da
infelicidade humana, pois trazia consigo a
desigualdade e a opressão do mais forte
sobre o mais fraco. Suas principais obras
foram: Discurso sobre a Origem da
Desigualdade entre os Homens e Contrato
Social.
Democrata, defendeu a igualdade entre os
homens; afirmava que o poder político
emana do povo; exerceu grande influência
na Revolução Francesa e na filosofia dos
séculos posteriores.