O documento fornece um resumo histórico, geográfico e cultural da Guiné-Bissau, desde a sua colonização por Portugal nos séculos XV-XIX até a independência em 1974. Aborda tópicos como a diversidade étnica, a luta pela independência, a economia baseada na pesca e agricultura, as artes, a música, a dança e as dificuldades atuais como a pobreza e fome.
7. Guiné Bissau
HISTÓRIA
A Guiné Bissau foi em tempos o reino de
Gabu, parte do Império do Mali, e partes do
reino sobreviveram até ao século XVIII. Os rios
da Guiné e as ilhas de Cabo Verde estiveram
dentre as primeiras regiões da África a serem
exploradas pelos portugueses.
8. ....
O navegador português Álvaro Fernandes chegou à Guiné em 1446 e
reclamou a posse do território, porém, poucas feitorias de comércio foram
estabelecidas antes de 1600. A ocupação do território pela Coroa
portuguesa só se deu a partir de 1558 com a fundação da vila de Cacheu. E
foi criada em 1630 a Capitania-Geral da Guiné Portuguesa para a
administração do território. A vila de Bissau foi fundada em 1697, como
fortificação militar e entreposto de tráfico negreiro.
Embora os rios e as costas desta área estivessem entre os primeiros locais
colonizados pelos portugueses e aí tenham iniciado o tráfico de
escravos com a instalação de feitorias no século XVII, não exploraram o
interior até ao século XIX.
A luta pela independência
Durante três séculos constituiu a colônia da Guiné Portuguesa. Uma
rebelião iniciou-se em 1956, liderada pelo Partido Africano para a
Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), fundada pelo intelectual
guineense Amílcar Cabral, que estava no exílio em Conacri. A guerrilha do
PAIGC consolidou o seu domínio do território em 1973, mas, no mesmo
ano, Amílcar Cabral foi assassinado em Conacri. A independência chegou
com a Revolução dos Cravos portuguesa de 1974, tendo sido antes
declarada unilateralmente a 24 de setembro de 1973. A 10 de setembro de
1974, Guiné-Bissau foi a primeira colônia portuguesa na África a ter
reconhecida sua independência.
9. Dados do país
• Línguas: português (oficial), português crioulo
e dialetos regionais
• Religião: animista, islâmica, minorias cristãs
• Moeda: franco CEA
• Natureza do Estado: república parlamentarista
• Área: 36.125 km² (inclui o arquipélago de
Bissagos e outras ilhas em sua costa)
• Independência: 24 de setembro de 1973
(declarada) e 10 de setembro de 1974
(confirmada por Portugal)
10. A Realidade do País
• Mais de 45% de crianças em idade escolar não têm acesso ao
ensino devido à falta de infraestrutura escolares e de
professores qualificados. Estima-se que falta formação a 60 %
dos profissionais de ensino e a qualidade da educação é uma
das principais preocupações no pais.
No ensino secundário, a situação é ainda mais
grave, estimando-se que apenas 1 aluno em 1000 freqüente o
último ano deste ciclo escolar. No que respeita à paridade
dos sexos, a Guiné Bissau está longe da igualdade, com rácios
de 83 raparigas para cada 100 rapazes no ensino primário e
de 44 raparigas para 100 rapazes no secundário. A Guiné-
Bissau tem um grave problema de alfabetização na população
adulta, com taxas de 76,2% de analfabetos entre as mulheres
e de 47,4 % entre os homens.
12. CULTURA
Guiné-Bissau possui uma herança cultural bastante rica e
diversificada. Esta cultura que varia de etnia para etnia,
passando desde da diferença lingüística, da dança, de
expressão artística, de profissão, de tradição musical ate as
manifestações culturais.
A dança e contudo, uma verdadeira expressão artística dos
diferentes grupos étnicos.
Os povos animistas caracterizam-se pelas suas belas e
coloridas coreografias. No dia a dia, estas fantásticas
manifestações culturais podem ser observadas na altura
das coletas, dos casamentos, dos funerais, das cerimônias
de iniciação.
Nas cidades, a musica e dominada pelo conhecido gumbe
Guineense.O carnaval guineense e completamente original,
com características próprias, tem evoluído bastante,
constituindo uma das maiores manifestações culturais do
Pais.
14. Economia da Guiné-Bissau
A Guiné-Bissau é um dos cinco países mais
pobres do mundo, que depende,
essencialmente, da pesca e da agricultura.
A cultura de castanha-de-caju aumentou
consideravelmente nos últimos anos, e fez
com que o país alcançasse o sexto lugar no
ranking de produção do caju. A Guiné-Bissau
exporta peixe e mariscos, pequenas
quantidades de amendoins, semente de
palma e madeira.
15. RELIGIÃO
Religião predominante e o animismo
(50%), cuja pratica e o culto antepassado, das
forças físicas e dos feitiços.
A religião muçulmana abrange 45% da
população, existindo ainda um reduzido
numero de cristãos, 5% católicos.
18. Moda
Na Guiné-Bissau o vestuário da população varia
consoante o local onde vivem, a idade e as
possibilidades econômicas.
Nas cidades do interior usam-se mais as roupas
tradicionais, embora ás vezes os jovens optem por
vestes mais atuais em algumas ocasiões como idas à
discoteca e viagens à Capital.
Na cidade de Bissau, o vestuário dos jovens e dos
adultos é bastante mais moderno, embora alguns
adultos prefiram manter o estilo tradicional africano.
19. • Existem alguns grupos de moda, constituídos
por jovens de ambos os sexos que desfilam
em eventos socioculturais, principalmente em
discotecas e night-clubs.
São realizados também concursos de Miss nos
Bairros e nas vilas, assim como o concurso
Miss Guiné-Bissau, Miss Garandessa Na Moda
(em que apenas participam mulheres adultas),
entre outros.
22. Carnaval
A diversidade cultural de um “pequeno país
gigantesco”, a Guiné-Bissau, mínimo na
geografia mas com 23 etnias e 9 idiomas,
concentra-se todos os anos em meados de
Fevereiro na capital, Bissau, numa enorme e
inebriante manifestação de alegria popular.
Trata-se do Carnaval, tradição originalmente
européia, mas que nesta nação africana
assume matizes de identidade social e artística
ímpares.
23. • «Nesta perspectiva o festival é um pouco o
desfile de vários grupos étnicos, é um festival
de tradições, onde as máscaras ganham grande
importância, e quase todas correspondem à
simbologia étnica de cada grupo», frisa o
realizador, acrescentando que «cada grupo
concorre com uma rainha, máscaras e danças,
mas ao mesmo tempo em que este desfile
principal vai subindo até à tribuna principal,
em frente ao palácio presidencial, tens
constantemente, em paralelo, desfiles
espontâneos, para baixo, para cima, para o
lado, uma confusão completa.
24.
25. Bebidas
Na Guiné Bissau não é diferente: o vinho de palma e
o chá verde são os principais elementos de socialização
deste povo.
Como o próprio nome sugere, este vinho é uma bebida
derivada da seiva da palma.
Pode ser tomado fresco, quando ainda é doce e sem
conteúdo alcoólico.
Mas após algumas horas de fermentação ele vai se
tornando alcoólico e quanto maior o tempo de
fermentação, mais forte e azedo ele se torna.
27. Fome e Miséria
A pobreza absoluta afeta duas pessoas em cada três e a
pobreza extrema chega a uma pessoa em cada cinco.
As mulheres são mais afectadas que os homens devido
à sua pouca instrução que limita a sua participação na
vida econômica e política.
A má-nutrição afeta 19% das crianças, sendo que 4% são
severamente mal-nutridas.
Dispondo de condições climatéricas favoráveis e de solos
férteis, aparentemente a Guiné-Bissau não deveria ter
problemas em alimentar a sua população.
28. • A guerra que ao longo de décadas tem
devastado o pais, com ciclos de maior ou
menor intensidade, penalizou fortemente o
sector primário, historicamente frágil, de
subsistência e pouco diversificado.
• Segundo os dados fornecidos por este
instituto internacional, Guiné-Bissau teve uma
ligeira melhora no combate à fome, deixando
o grupo onde a situação é classificada como
“alarmante” e agora constando entre aqueles
cujo nível é definido como “grave”.
31. Dança
A música da Guiné-Bissau é normalmente associada com
gênero poli-rítmico denominado de "gumbé," que constitui
a primeira exportação musical do país.
Diz-se que a cabaça ou simplesmente "cabaz" foi um dos
primeiros instrumentos musicais da Guiné-Bissau e é usado
de uma forma extremamente rápida, produzindo sons que
também provocam complexas danças, sejam elas
tradicionais ou modernas.
O grande denominador de estilo Gumbé são as
canções, muitas delas cantadas em Crioulo e revolvendo à
volta de temas tais como a sociedade, as relações humanas
e amorosas, a amizade, as controvérsias e muito
recentemente noutros tópicos, nomeadamente o Sida e as
questões políticas e da estabilidade do país.
33. ....
A Guiné Bissau possui um rico artesanato. Possuem
basicamente caracterizados em 3 tipos: o religioso, o utilitário
e o semi-industrializado, para o consumo turístico. Apresenta
formas muito variadas incidindo particularmente na escultura
sacra, nos trabalhos em vime, na olaria, nos instrumentos
musicais, nas jóias e nos panos exuberantes em sua
beleza. Ressaltamos aqui então um aspecto curioso da
tecelagem. A atividade é executada tradicionalmente por
homens, a partir de algodão fiado pelas mulheres. Na
verdade, muito mais do que apenas peças de vestuário ou
um produto para comercializar, os panos assumem uma
grande dimensão no campo social e religioso. apresentam-se
em tecidos decorados em fio de algodão e em tecidos
tingidos, que tanto podem ganhar o molde de uma peça
de vestuário cotidiano ou serem usados pura e simplesmente
da maneira tipicamente africana. As cores exuberantes são
um sinal da apreciação das cores da natureza e um retrato do
espírito alegre africano. Hoje em dia, a tecelagem guineense
já deixa transparecer uma influência externa, derivada da
importação de materiais.
36. Nome da seleção de Guiné Bissau
Seleção Guineense de Futebol
A equipe não possui nenhum jogador de
renome internacional. Os mais conhecidos
jogam em times de pequeno porte da ex-
metrópole Portugal, com destaque
para Sufrim Lopes, ex-jogador da Naval, mas
que possui cidadania portuguesa.
37. A seleção nunca participou da Copa do
Mundo nem da Copa das Nações
Africanas, onde chegou a ser banida em 1998
por ter desistido das Eliminatórias da CAN de
1996 com as mesmas em andamento. Seus
resultados mais expressivos são na Copa
Amílcar Cabral quando obteve o vice-
campeonato da competição em 1983 e
também obtendo por cinco vezes o quarto
lugar em 1979, 1995, 2001, 2005 e 2007.
39. REPÚBLICA DA GUINÉ-BISSAU
Independência de Portugal: 24/09/1973 (Declarada), 10/09/1974 (Reconhecida)
ex-Guiné Portuguesa (Portuguese Guinea)
Lema: “UNIDADE – LUTA – PROGRESSO”
(português), que aparece na faixa do Brasão de
Armas adotado em 1973. Bandeira Nacional da
República da Guiné-Bissau: Usa as cores pan-
africanas da Etiópia (verde, amarela e vermelha) e
a estrela de 5 pontas preta que simboliza a
liberdade da África. Seu desenho foi fortemente
influenciado pela bandeira de Gana, cujas cores
detêm o mesmo significado: o vermelho simboliza o
sangue dos mártires, o verde as florestas e o
40.
41. Literaturas de Guiné Bissau
Uma poesia de combate
Ah meu grito de revolta que percorreu o mundo
que não transpôs o mundo
o Mundo que sou eu !
Ah ! meu grito de revolta que feneceu lá longe
Muito longe
Na minha garganta !
Na garganta mundo de todos os Homens »
43. .
Quisera
nesta vida
… afagar teus cabelos
sugar o doce dos teus olhos
transportar em arco-íris
o néctar da tua boca
e juntos caminharmos
ante a ânsia e o sonho …
44.
45.
46.
47. • Guiné-Bissau devido a sua diversidade social e a
étnica da Guiné-Bissau e também devido a sua
herança histórica, criou uma gastronomia impar e
rica. A gastronomia guineense é manifestada pelas
várias comunidades no seu modo de vida diárias ou
durante a celebração das suas tradições e nos seus
cerimoniais. Seja ela a celebração de um
acontecimento, de época, ou de uma tradição, a
culinária guineense tem o seu ¨ingrediente¨
tradicional e natural e um vigor extraordinário.
• A sua culinária assemelha a nossa a brasileira.