O artigo descreve as Casas de Apoio da FAMESP, que oferecem alojamento e apoio a pacientes e acompanhantes que vêm de fora para tratamento no Hospital das Clínicas da UNESP. O autor celebra os nove anos das Casas de Apoio, que começaram com uma unidade para pacientes oncológicos e hoje contam com quatro unidades, acolhendo mais de 100 pessoas diariamente. Ele também conta a história do surgimento da primeira Casa de Apoio.
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia Hiperbárica
Tétano: Você está protegido?
1. a4 DIÁRIO DA SERRA
SEXTA-FEIRA, 23 DE JANEIRO DE 2015Saúde
COLUNA DO ALEMÃO
* é colaborador do Diário e escreve as sextas-feiras. contato: Rubens de Almeida - Alemão - alemao.famesp@gmail.com
Que “coisa” mara-
vilhosa! Imagino que esta
será a reação de quem
acompanhar até o final,
esta minha manifestação
de hoje em forma de artigo.
Mais que uma manifesta-
ção é um orgulho enorme.
Primeiramente, por-
que neste Brasil injusto
em quase todos os aspec-
tos; onde a política é mui-
to mais partidária do que
efetivamente equação para
suprir as necessidades do
povo e que, podemos dizer,
pelo “andar da carruagem”
sempre será visto que tudo
só retrocede e quase nada
é feito de bom, por exemplo,
para melhorar o caos da
saúde, direito fundamen-
tal que obrigatoriamente
por força de lei deveria ser
prioridade. Essa obrigação,
infelizmente é ignorada
pelos nossos governantes,
aos cidadãos que adoecem
e precisam de tratamento;
o descaso é geral, e não im-
porta onde você reside, seja
aqui, ali ou acolá, a preca-
riedade é sem limites e pre-
cedentes.
Mesmo com esse
estúpido projeto do gover-
no federal chamado “Mais
Médicos”, em plena vigên-
cia, quando alguém adoece
e precisa se deslocar (em
nome dessas injustiças ci-
tadas) de sua cidade para
realizar qualquer tipo de
tratamento de saúde, em
outra localidade, “o bicho
vai pegar”; a desordem é
geral.
Parece até que quem
fica doente faz opção por vi-
veressatristesituação,tala
maneira como são tratadas
em todos os lugares. Longe
de mim, querer imaginar
que aqui no nosso Hospital
das Clínicas é tudo perfeito
e não enfrentamos dissabo-
res dos mais variados nesse
sentido; tenho a consciência
de que neste grandioso com-
plexo hospitalar também
existem abusos e desrespei-
tos, no entanto, numa esca-
la bem pequena, longe, bem
longe do que se vê em todos
os cantos desse país nortea-
IMPOSSÍVEL NÃO ENALTECER OS NOVE ANOS DE
ATIVIDADES DAS CASAS DE APOIO DA FAMESP
do por picaretas insensíveis.
Por isso não há como
deixar de enaltecer, que
aqui na nossa hospitalei-
ra e solidária “CIDADE
DOS BONS ARES E DAS
BOAS ESCOLAS”, mais
precisamente no Hospital
das Clínicas da UNESP,
nossos irmãos que vem de
fora, em busca de trata-
mento, pelo menos encon-
tram uma receptividade
que todo ser humano me-
rece, especialmente nesses
momentos tão delicados.
A maior prova do
que estou “dizendo” é o
tratamento humanitário
dispensado pela FAMESP
(Fundação para o Desen-
volvimento Médico e Hos-
pitalar) a todos aqueles que
vêm ao nosso HC buscar
saídas para os seus proble-
mas de saúde. Há exatos
nove anos a Fundação que
ampara essa monumental
“Casa de Saúde” da região,
coloca à disposição de uma
imensidão de pacientes,
nada menos do que quatro
Casas de Apoio.
Você, caro leitor,
pode perguntar: o que isso
significa para a socieda-
de como um todo, nos dias
atuais? Talvez, diante de
toda essa “insensibilidade”
humana vivenciada por
grande parte da população
brasileira, será difícil res-
ponder. Contudo, se este
questionamento “cair no
colo” de quem já utilizou
esse benefício, certamen-
te as glórias serão citadas
com muita força.
Com certeza, para
quem sai da sua casa e,
sequer tem esperanças
de um dia, voltar curado
à sua terra natal, ter um
respaldo do nível oferecido
por essas casas de apoio é
algo bastante expressivo e
“pra” lá de necessário. Sem
dúvida alguma, esse cari-
nho dispensado, além de
amenizar, um pouco, o so-
frimento das pessoas enfer-
mas, ainda pode contribuir
na recuperação daquele ir-
mão que esteve a princípio,
“sem chão”.
Essa maravilha co-
meçou a funcionar no ano
de 2006. Na oportunidade
foi criada uma unidade que
visava tão somente receber
pacientes oncológicos de
outras cidades. Uma estru-
tura foi montada com ca-
pacidade para recepcionar
44 pacientes e seus acom-
panhantes. Hoje, passados
nove anos, do lançamento
desse maravilhoso pro-
grama do bem, existem,
nada menos, do que quatro
abrigos, nas imediações do
Hospital que acolhem, dia-
riamente, pouco mais de
cem pessoas.
Além da “casa”, cons-
truída lá atrás, que abri-
ga pacientes oncológicos,
existe mais uma que rece-
be crianças, pacientes do
ambulatório de Oncologia
Infantil; outra que abraça
mãezinhas que dão à luz
bebês prematuros e, por
fim, uma que é a salvação
daquelas pessoas que fa-
zem um determinado tipo
de Hemodiálise e não pos-
suem em suas residências
um local adequado para
esse procedimento. Isto é
ou não fantástico?
Claro que se trata
de um programa que de-
veria fazer parte de todas
as instituições de saúde do
país, no entanto, para de-
terminados “homens públi-
cos” que fazem parte desse
verdadeiro “entulho” com
o qual, está sendo trans-
formada a classe política
brasileira, nada disso vale
a pena. Por sinal, tive o cui-
dado de projetar durante a
estada do Doutor Arthur
Chioro, ao nosso hospital
(com anuência da sua as-
sessoria), uma visita do
atual Ministro da Saúde
nesses empreendimentos,
o que só não ocorreu pelo
fato de alguns desses “en-
gomadinhos” travestidos
de políticos aqui da terri-
nha, terem programado
uma reunião política que
até agora ninguém soube
da real “importância”.
Deixando esses per-
calços de lado, até porque,
a vida tem que seguir, que-
ro parabenizar todos os di-
rigentes da FAMESP, por
caminharem contra essa
corrente maldita (onde nin-
guém faz nada “pra” nin-
guém) que virou mania nos
quatro cantos deste Brasil
Brasileiro, em especial o
seu Diretor Presidente,
Professor Doutor Pasqual
Barretti (um ser humano
que dispensa comentários
quando o assunto é bem
servir), pela beleza desse
empreendimento que, sem
dúvida alguma é de extre-
ma valia a todos os pacien-
tes que se tratam no nosso
Hospital das Clínicas.
Como um dos fun-
cionários mais antigos da
Instituição UNESP, afinal,
estou perto de completar 47
anos de serviços prestados
à nossa eterna “faculda-
de” e, mais ainda, por ser
responsável pelo cuidado
(com tudo) que a Fundação
dispensa para oferecer um
serviço de qualidade a todos
os usuários dessas “casas”,
cumprimento e abraço cari-
nhosamente, um a um, to-
dos os meus colegas, muito
particularmente a minha
companheira Solange de
Moraes, eterna Assistente
Social das “causas” do bem,
que nesses anos todos têm
acolhido gente do Brasil in-
teiro nesses “lares” encan-
tadores chamados “Casas
de Apoio”. Parabéns, queri-
dos amigos e amigas.
De maneira bastan-
te carinhosa abraço, nesta
semana, três leitores es-
peciais dos meus “causos”
aqui contados que, para a
minha satisfação, me fazem
companhia em tudo o que
tento realizar, juntamente
com outras pessoas, por um
mundo melhor para todos:
meu irmão Romildo Perez,
um churrasqueiro de pri-
meira linha que, por um
descuido imperdoável, dei-
xei de citá-lo na homenagem
prestada aos amigos Fran-
cisco Cezar e Azor de Pau-
la e os amigos Professores
Hamilton da Rosa Pereira e
José Roberto Fioretto.
COMONASCERAMAS“CASASDEAPOIO”
Quis Deus que um dia
(dessesquesóaforçaDELE
podedarsuporteparacon-
tinuarmos a ir em frente)
eu me deparasse com um
senhor da cidade de Para-
guaçu Paulista (lamento
por não me lembrar do
seu nome) que estava dei-
tado embaixo de uma das
muitas árvores existentes
dentro do campus Univer-
sitáriodaUNESP,sentindo-
-se muito mal.
Claro que de imediato
busquei ajudá-lo, no entan-
to, sua esposa (uma senho-
ra também idosa) me disse
que aquele ‘mal estar’ era
passageiro, pois todo dia
após as aplicações que
ele recebia o quadro era
o mesmo. Muito enjôo e
depois de alguns minutos
tudo voltava ao normal.
Fiquei muitíssimo in-
dignado com tudo o que
acabava de presenciar, até
porque, achava aquilo um
abuso. Mesmo aliviado
ao ouvir as justificativas
daquela senhora, imedia-
tamente, levei o fato ao
conhecimento do Doutor
Pasqual Barretti, na opor-
tunidade, Supervisor do
HC. Pressenti que algo de
bom iria acontecer, pois,
o amigo Pasqual, logo no
primeiro momento me fez
acreditar que aquela quei-
xa seria o ponto de largada
para a solução dos muitos
problemas deste nível en-
frentados pelos pacientes,
especialmente, aqueles
que residem em cidades
distantes de Botucatu. Gra-
ças a Deus tudo caminhou
do“jeitoqueagentegosta”.
Estávamos vivendo o
mês de julho de 2005, bem
próximo do final do meu
mandato à frente da ASU
(AssociaçãodosServidores
da UNESP) e, naquele mes-
mo mês recebi autorização
do ilustre Supervisor para,
junto com a Assistente So-
cial,SolangedeMoraes-na
época responsável pelo
Serviço Social Médico do
HC-esboçarumprograma
que viesse por fim a essas
lacunas (injustiças) ocorri-
das normalmente nos pós
atendimentos médicos,
dispensados pelo HC.
Sem medo de errar,
pensamos em montar
uma “casa” que pudesse
abrigar, com dignidade,
todos esses pacientes “fo-
rasteiros”. Nosso primeiro
passo foi correr atrás de
um prédio que oferecesse
condições, no sentido do
projeto sair do papel. Não
deu outra: poucos meses
depois (janeiro de 2006)
inauguramos a primeira
Casa de Apoio ao Paciente
Oncológico, com capacida-
de para acolher 44 “hóspe-
des” de outras localidades,
quesesubmetemaquimio
e radioterapia aqui no nos-
so HC. Foi prazeroso de-
mais!
O funcionamento do
primeiro “abrigo” cami-
nhava maravilhosamente
bem, apesar do número
pequeno de colaboradores
que tínhamos ao nosso
lado (cinco funcionários e
cinco plantonistas), tanto
que vislumbrávamos um
segundo empreendimento
deste nível. Isso foi só uma
questão de tempo: dois
anos após essa brilhante
conquista, a “casa” que
hoje abriga crianças tam-
bém começou a funcionar.
Tudo foi acontecen-
do de um jeito magistral,
algo que possibilitou outra
“moradia” sendo entregue
alguns meses adiante. Ali-
ás, uma oportunidade que
tivemos em ver os nossos
esforços serem reconheci-
dos fora de Botucatu, mais
propriamente, na esfera
maior do país. O Ministé-
rio da Saúde veio “buscar”
o nosso programa com
vistas a implantá-lo em
outras cidades brasileiras.
Salve, Salve!
Hoje, com as graças
DELE, o nosso PAI e tam-
bém com todo o respaldo
necessário da Diretoria
da FAMESP, possuímos
quatro “lares” carinho-
sos; conseguimos acolher
104 pessoas (pacientes e
seus acompanhantes) e
somos um “time” de qua-
se cinquenta colaborado-
res, entre funcionários,
plantonistas e voluntários,
bastante unido e pronto
para oferecer um serviço
de qualidade a quem nos
procura.
Caso de tétano traz à tona a discussão
sobre a necessidade de atenção a doença
Paciente deu
entrada com
quadro grave no
HCFMB no dia
13 de janeiro
DA REDAÇÃO
opiniao@diariodaserra.jor.br
No último dia 13 de
janeiro, um jovem de
27 anos deu entrada no
Hospital das Clínicas
da Faculdade de Medici-
na de Botucatu (HCFMB)
com um quadro grave
de tétano. O paciente se
feriu com uma lâmina
cerca de 15 dias antes do
surgimento dos sinto-
mas, e, apesar do atraso
da vacina de tétano (úl-
tima dose tomada pelo
paciente em 2002), foi
possível realizar com
eficácia a prevenção
pós-acidente. O tétano é
uma doença infecciosa
grave, não contagiosa,
hoje em dia rara, mas
que pode ser fatal. A en-
fermidade mata 50% das
pessoas em idade adulta
e 85% das pessoas que
tem mais de 60 anos.
No último levanta-
mento realizado pelo Mi-
nistério da Saúde, entre
os anos de 2001 e 2011,
houve uma queda de 44%
nas incidências de casos
de tétano no Brasil. Mas
por ser uma doença rara,
as pessoas, de uma for-
ma geral, não se preocu-
pam com a prevenção.
“Existe uma falsa sen-
sação de segurança em
relação ao tétano porque
está cada vez mais raro,
cada vez mais difícil de
ver um caso. Mas isso
não significa que as pes-
soas devem deixar de se
preocupar”, afirma Ale-
xandre Naime Barbosa,
médico infectologista e
professor da FMB.
O especialista explica
que a vacina antitetâni-
ca deve ser dada desde o
momento em que a pes-
soa nasce e, posterior-
mente, deve ser realiza-
do o controle das doses.
“Quando a criança nasce
ela vai tomar três doses,
quando ela completa 5
anos é dada mais uma
dose e depois a cada dez
anos, durante toda a vida
adulta, a vacina tem que
ser reforçada”, explica.
Outro modo para se
combater a doença é a
avaliação do ferimento
para que o médico de-
termine qual a gravi-
dade do corte, mesmo
em pessoas que estejam
com a vacinação em dia.
Isso porque a vacina dá
uma proteção para uma
determinada quantidade
de toxina, se a pessoa re-
cebe uma quantia muito
maior dessa toxina, é ne-
cessário que seja aplica-
da uma dose de reforço.
E, se o caso for conside-
rado muito grave, e a va-
cina estiver atrasada, o
paciente, além de tomar
esse reforço, terá que to-
mar um soro com os an-
ticorpos prontos.
A vacina antitetânica
faz parte do calendário
vacinal brasileiro, é to-
talmente gratuita e pode
ser tomada em qualquer
unidade básica de saúde.
Se a pessoa estiver com
dúvida e sem a carteira
de vacinação ela deve ir
a um posto de saúde que,
mesmo nessa situação, a
dose será dada.
Alexandre Naime Barbosa: “Existe uma falsa sensação de segurança em
relação ao tétano porque está cada vez mais difícil de ver um caso. Mas
isso não significa que as pessoas devem deixar de se preocupar”
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