1. Herbert Spencer
Herbert Spencer (1820-1903) foi um filosofo e sociólogo inglês,
responsável pela teoria do darwinismo social.
Acreditava que a evolução seria um principio universal, sempre operante.
Muito conhecido na sua época, Spencer fez parte do circulo de amigos de
Charles Darwin, autor de A origem das espécies, obra publicada em 1859.
Este último foi responsável pelo conceito de seleção natural e pela teoria
da evolução a partir da lei do mais forte.
Spencer seguiu esta linha de pensamento e tentou aplicar as idéias de
Darwin ao contexto da vida do homem em sociedade, originando o dito
darwinismo social.
O qual influenciou o pensamento sociológico, o planejamento
organizacional e o sistema educacional.
2. Spencer aplicou a lei do mais forte às estruturas sociais.
Chegou à conclusão que a seleção natural se aplicaria a sociedade quando
pensada em termos de cooperação entre indivíduos em prol da supremacia
de um grupo.
Assim, não se trata somente do individuo mais forte prosperar, mas do grupo
mais coeso e forte tornar-se hegemônico, formando a elite dirigente de uma
civilização.
Spencer aplicou o darwinismo ao contexto social, partindo do pressuposto
que o universo evolui e que a evolução é progresso.
Para ele, todas as transformações possuem um caráter comum, compondo
uma lei que, uma vez desvendada, permite prever as futuras transformações,
embora esta previsão seja apenas parcial.
3. Educação e darwinismo social.
Aplicadas a educação, as idéias de Spencer estão vinculadas como uma critica ao ensino clássico.
Para Spencer não seria possível estudar tudo que a humanidade já desenvolveu, em termos de
conhecimento, tornando-se necessário estabelecer os conteúdos mais valiosos e úteis.
Dentre estes estariam incluídas as verdades sobre a saúde humana, a biologia, a psicologia e as ciências
exatas.
A idéia era formar o cidadão, o que fazia com que a sociologia fosse incluída como conhecimento útil.
As artes e humanidades, tal como a literatura, deveriam ser dispensadas em favor do que Spencer
considerava a verdadeira ciência.
A escola deveria preparar as pessoas para enfrentar a difícil concorrência com o outro, ao mesmo tempo,
ensinando que só a cooperação garante a sobrevivência do grupo e, assim, dos indivíduos inseridos em
grupos.
Porém Spencer era contra o oferecimento de uma educação publica e gratuita custeada pelo Estado.
O darwinismo social ditava que o papel do Estado deveria ser limitado, tal como defendia Adam Smith,
cabendo a lei da oferta e da procura regular a sociedade, cabendo aos socialmente mais aptos
procurarem oportunidades de ensino.
4. A coesão grupal, para Spencer envolve aspectos culturais e não
raciais.
Aliás, diga-se de passagem, o conceito de raça é atualmente
considerado ultrapassado, pois estudos recentes indicaram
que todos descendemos de uma Eva genética que viveu no
leste da África há 150.000 anos.
Trata-se uma mulher negra da qual todos os seres humanos
descendem, não que houvesse apenas esta única mulher sobre
a terra, mas em virtude de seus descendentes terem sido
aqueles que prosperaram e sobreviveram.
5. Spencer explicitou estas concepções em várias obras, dentre as
quais:
Princípios de sociologia (1879).
Lei e causa do progresso (1889).
Estatística social.
Sistemas de filosofia sintética.
Além destes livros, uma obra publicada em 1861, mas que ganhou
destaque somente em 1927, após a morte do autor, influenciou
decisivamente a educação britânica e mundial.
Trata-se de Educação intelectual, moral e física, onde Spencer
defendeu a idéia de que era necessário preparar os indivíduos
para serem úteis a sociedade, ao mesmo tempo, possibilitando
uma formação adequada a sua sobrevivência no âmbito do
sistema capitalista.