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sacroíliaca, o Simplicity é um cateter único que possui formato
anatômico facilitando o acesso às articulações com segurança
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de um introdutor ou cânula, podendo fazer até 5 lesões .
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da dor associada com doença
degenerativa do disco.
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preciso através de um único ponto de entrada, Verid possibilita
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3. ISSN 0103-5355
brazilian
neurosurgery
Arquivos Brasileiros
de NEUROCIRURGIA
Órgão oficial: sociedade Brasileira de Neurocirurgia e sociedades de Neurocirurgia de Língua portuguesa
Presidente do Conselho Editorial
Editor Executivo
Editores Eméritos
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Eberval Gadelha Figueiredo
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Gilberto Machado de Almeida
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4. sociedade Brasileira de Neurocirurgia
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Secretário-Geral
Diretor de Políticas
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Luiz Carlos de Alencastro
Tesoureira
Diretor de Divulgação de Projetos
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Eduardo de Arnaldo Silva Vellutini
Primeiro Secretário
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Jânio Nogueira
Secretário Executivo
Diretor de Departamentos
Sérgio Listik
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Conselho Deliberativo
Diretor de Patrimônio
Paulo Henrique Pires de Aguiar
Presidente
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Secretário
Osmar Moraes
Conselheiros
Albert Vicente B. Brasil
Aluízio Augusto Arantes Jr.
Atos Alves de Sousa
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Cid Célio J. Carvalhaes
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Evandro P. L. de Oliveira
Jânio Nogueira
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Jorge L. Kraemer
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Luis Renato G. de Oliveira Mello
Osmar Moraes
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Diretor de Representantes Regionais
Paulo Ronaldo Jubé Ribeiro
Diretor de Diretrizes
Ricardo Vieira Botelho
Diretor de Formação Neurocirúrgica Online
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Presidente Anterior
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Presidente Eleito 2014-2016
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Presidente do Congresso de 2014
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Presidente Eleito - Congresso 2016
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5. Instruções para os autores
Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia, publicação científica
oficial da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia e das Sociedades
de Neurocirurgia de Língua Portuguesa, destina-se a publicar
trabalhos científicos na área de neurocirurgia e ciências afins, inéditos
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Os artigos submetidos serão classificados em uma das categorias
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ou experimental. Resumos de teses e dissertações.
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• Relatos de caso: apresentação, análise e discussão de casos
que apresentem interesse relevante.
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instrumental cirúrgico.
• Artigos diversos: são incluídos nesta categoria assuntos
relacionados à história da neurocirurgia, ao exercício
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utilizando cerca de 250 palavras, descrevendo objetivo,
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Atualizações, Notas Técnicas e Relato de Caso o resumo
não deverá ser estruturado; abaixo do resumo, indicar até
seis palavras-chave, com base no DeCS (Descritores em
Ciências da Saúde), publicado pela Bireme e disponível
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3.
Abstract: título do trabalho em inglês; versão correta do
resumo para o inglês; indicar key-words compatíveis com as
palavras-chave, também disponíveis no endereço eletrônico
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4. Texto principal: introdução; casuística ou material e
métodos; resultados; discussão; conclusão; agradecimentos.
5. Referências: numerar as referências de forma consecutiva
de acordo com a ordem em que forem mencionadas pela
primeira vez no texto, utilizando-se números arábicos
sobrescritos. Utilizar o padrão de Vancouver; listar todos
os nomes até seis autores, utilizando “et al.” após o sexto;
as referências relacionadas devem, obrigatoriamente, ter
os respectivos números de chamada indicados de forma
sobrescrita, em local apropriado do texto principal; no
texto, quando houver citação de nomes de autores, utilizar
“et al.” para mais de dois autores; dados não publicados
ou comunicações pessoais devem ser citados, como tal,
entre parênteses, no texto e não devem ser relacionados
nas referências; utilizar abreviatura adotada pelo Index
Medicus para os nomes das revistas; siga os exemplos de
formatação das referências (observar, em cada exemplo, a
pontuação, a sequência dos dados, o uso de maiúsculas e o
espaçamento):
Artigo de revista
Agner C, Misra M, Dujovny M, Kherli P, Alp MS, Ausman JI.
Experiência clínica com oximetria cerebral transcraniana. Arq
Bras Neurocir. 1997;16(1):77-85.
Capítulo de livro
Peerless SJ, Hernesniemi JA, Drake CG. Surgical management
of terminal basilar and posterior cerebral artery aneurysms. In:
Schmideck HH, Sweet WH, editors. Operative neurosurgical
techniques. 3rd ed. Philadelphia: WB Saunders; 1995. p. 1071-86.
Livro considerado como todo (quando não há colaboradores
de capítulos)
Melzack R. The puzzle of pain. New York: Basic Books Inc
Publishers; 1973.
6. Tese e dissertação
Pimenta CAM. Aspectos culturais, afetivos e terapêuticos
relacionados à dor no câncer. [tese]. São Paulo: Escola de
Enfermagem da Universidade de São Paulo; 1995.
Anais e outras publicações de congressos
Corrêa CF. Tratamento da dor oncológica. In: Corrêa CF,
Pimenta CAM, Shibata MK, editores. Arquivos do 7º Congresso
Brasileiro e Encontro Internacional sobre Dor; 2005 outubro 1922; São Paulo, Brasil. São Paulo: Segmento Farma. p. 110-20.
Artigo disponível em formato eletrônico
International Committee of Medial Journal Editors. Uniform
requirements for manuscripts submitted to biomedical journals.
Writing and editing for biomedical publication. Updated October
2007. Disponível em: http://www.icmje.org. Acessado em: 2008
(Jun 12).
6. Endereço para correspondência: colocar, após a última
referência, nome e endereço completos do autor que deverá
receber as correspondências enviadas pelos leitores.
7. Tabelas e quadros: devem estar numerados em algarismos
arábicos na sequência de aparecimento no texto; devem estar
editados em espaço duplo, utilizando folhas separadas para
cada tabela ou quadro; o título deve ser colocado centrado
e acima; notas explicativas e legendas das abreviaturas
utilizadas devem ser colocadas abaixo; apresentar apenas
tabelas e quadros essenciais; tabelas e quadros editados em
programas de computador deverão ser incluídos no disquete,
em arquivo independente do texto, indicando o nome e a
versão do programa utilizado; caso contrário, deverão ser
apresentados impressos em papel branco, utilizando tinta
preta e com qualidade gráfica adequada.
8. Figuras: elaboradas no formato TIF; a resolução mínima
aceitável é de 300 dpi (largura de 7,5 ou 15 cm).
9. Legendas das figuras: numerar as figuras, em algarismos
arábicos, na sequência de aparecimento no texto; editar as
respectivas legendas, em espaço duplo, utilizando folha
separada; identificar, na legenda, a figura e os eventuais
símbolos (setas, letras etc.) assinalados; legendas de
fotomicrografias devem, obrigatoriamente, conter dados
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publicada deve ser acompanhada da autorização, por escrito,
dos autores e dos editores da publicação original e esse fato
deve ser assinalado na legenda.
10. Outras informações: provas da edição serão enviadas aos
autores, em casos especiais ou quando solicitadas, e, nessas
circunstâncias, devem ser devolvidas, no máximo, em cinco
dias; exceto para unidades de medida, abreviaturas devem
ser evitadas; abreviatura utilizada pela primeira vez no texto
principal deve ser expressa entre parênteses e precedida
pela forma extensa que vai representar; evite utilizar nomes
comerciais de medicamentos; os artigos não poderão apresentar
dados ou ilustrações que possam identificar um doente; estudo
realizado em seres humanos deve obedecer aos padrões éticos,
ter o consentimento dos pacientes e a aprovação do Comitê
de Ética em Pesquisa da instituição onde foi realizado; os
autores serão os únicos responsáveis pelas opiniões e conceitos
contidos nos artigos publicados, bem como pela exatidão das
referências bibliográficas apresentadas; quando apropriados,
ao final do artigo publicado, serão acrescentados comentários
sobre a matéria. Esses comentários serão redigidos por alguém
indicado pela Junta Editorial.
7. Volume 32 | Número 3 | 2013
131
Avaliação clínica da descompressão medular anterior em portadores de mielopatia cervical
Clinical evaluation of anterior spinal cord decompression in cervical myelopathy
Rodrigo Rezende, Fernando Junqueira de Faria, Igor Machado Cardoso, José Lucas Batista Junior, Chárbel Jacob Júnior
136
Epidemiology of traumatic brain injury in Brazil
Epidemiologia do traumatismo cranioencefálico no Brasil
Raimundo Nonato Ribeiro Fernandes, Marlene Silva
143
Avaliação da evolução pós-operatória dos ependimomas intramedulares
Post-operative outcome evaluation of intramedullary ependymomas
Marcos Juliano dos Santos, Enrico Guinzoni, Andrei Fernandes Joaquim, Helder Tedeschi
149
Hematoma extradural supra e infratentorial
Supra and infratentorial extradural hematoma
Carlos Umberto Pereira, Marcelo Barreto Barbosa, Antonio Carlos Silveira Azevedo, Franklin Roberto Pereira Borges Junior,
Allan Valadão de Oliveira Britto
156
Fratura evolutiva de crânio na infância – Relato de cinco casos e revisão de literatura
Growing skull fracture of childhood – Report of five cases and literature review
Carlos Benjamin Dabdoub, Artur Henrique da Cunha, Suzana Maria Serra, Elisabeth do Nascimento Silveira,
Hildo Rocha Cirne de Azevedo Filho
170
Lesões olfatórias pós-traumáticas
Post traumatic olfactory lesions
Luiz Fernando Cannoni, Luciano Haddad, Nelson Saade, José Carlos Esteves Veiga
181
Acessos endoscópicos para lesões hipofisárias
Endoscopic approach of the pituitary lesions
Edson Flavio Lizarazu Oroz, Eberval Gadelha Figueiredo, Fabio de Rezende Pinna, Anderson Rodrigo Souza,
Maria Luana Carvalho Viegas, Daniella Brito Rodrigues, Manoel Jacobsen Teixeira
186
Terapia endovascular no vasoespasmo cerebral secundário à hemorragia subaracnóidea
Endovascular therapy for the cerebral vasospasm after subarachnoid hemorrhage
Saulo Araújo Teixeira, Eberval Gadelha Figueiredo, Jose Guilherme Mendes Pereira Caldas, Daniella Brito Rodrigues,
Maria Luana Carvalho Viegas, Manoel Jacobsen Teixeira
191
Involvement of the trigeminal nerve secondary to GBM of the cerebellar
peduncle – Atypical presentation in a single case
Comprometimento do nervo trigêmio secundário a GBM do pedúnculo
cerebelar – Apresentação atípica em um único caso
Sérgio Tadeu Fernandes, José Ricardo Guimarães Toloi, Pedro Paulo Thimoteo da Silva
195
Giant pericallosal artery aneurysm – Literature review and report of a rare case
Aneurisma gigante de artéria pericalosa – Revisão da literatura e relato de um caso raro
José Fernando Guedes Corrêa, Ari Boulanger Sucussel Junior, Rogério Martins Pires Amorim, Lucas Santos Loiola,
Maristella Reis, Raquel Megali
8. 200
Hematoma iatrogênico simulando lesão tumoral intradural lombar
Iatrogenic hematoma mimicking lumbar intradural tumoral lesion
José Luís Monteiro Alves, José Nubélio Cristovão Duarte,José Gustavo Bento Soares, Armando Manuel Tavares Rocha
204
Idiopathic intracranial hypertension associated with mild traumatic
brain injury in a pediatric patient – Case report
Hipertensão intracraniana idiopática associada a trauma cranioencefálico
leve em paciente pediátrico – Relato de caso
Carlos Umberto Pereira, Stephanie Chagas Feitosa, Alyne Andrade Lima
207
“Sinal do redemoinho” em hematoma extradural hiperagudo
Swirl sign in hiperacute extradural hematoma
Carlos Umberto Pereira, Liani Patrícia Andrade Santos
9. Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia
Rua Abílio Soares, 233 – cj. 143 – 04005-006 – São Paulo – SP
Telefax: (11) 3051-6075
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Diretor-geral: Idelcio D. Patricio Diretor executivo: Jorge Rangel Gerente financeira: Andréa Rangel Comunicações médicas: Cristiana Bravo Gerentes de negócios: Luciene Cervantes e Philipp Santos
Coordenadora comercial: Andrea Figueiro Gerente editorial: Cristiane Mezzari Coordenadora editorial: Sandra Regina Santana Assistente editorial: Camila Mesquita Designer: Flávio Santana Revisoras: Glair
Picolo Coimbra e Sandra Gasques Produtor gráfico: Fabio Rangel Cód. da publicação: 14890.9.13
11. Arq Bras Neurocir 32(3): 131-5, 2013
Avaliação clínica da descompressão
medular anterior em portadores
de mielopatia cervical
Rodrigo Rezende¹, Fernando Junqueira de Faria2,
Igor Machado Cardoso3, José Lucas Batista Junior3, Chárbel Jacob Júnior3
Hospital Santa Casa de Misericórdia de Vitória, Vitória, ES, Brasil.
RESUMO
Objetivo: Avaliação clínica neurológica pré e pós-operatória de pacientes portadores de mielopatia
cervical submetidos à descompressão medular por via anterior. Métodos: Utilização das escalas de
Nurick e de JOA (Japanese Orthopaedic Association), adaptadas para a população brasileira, no
período pré e pós-operatório, como método de mensuração do grau de comprometimento neurológico,
aplicando-se o teste t de Student e o teste de Wilcoxon, com significância p < 0,05. Resultados:
Participaram do estudo 30 pacientes. A média do JOA no pré-operatório foi de 9,5 (DP = 2,8) e no
pós-operatório, de 13,5 (DP = 3,0). O valor médio de Nurick foi de 3,7 (DP = 1,2) e 2,1 (DP = 1,2) no
pré e pós-operatório, respectivamente. Conclusão: A descompressão medular via anterior melhorou
em cerca de 40% o quadro neurológico inicial, portanto pode ser considerada uma real opção de
tratamento para pacientes portadores de mielopatia cervical.
PALAVRAS-CHAVE
Doenças da medula espinal, descompressão cirúrgica, avaliação de resultados.
ABSTRACT
Clinical evaluation of anterior spinal cord decompression in cervical myelopathy
Objective: Clinical neurological evaluation of preoperative and postoperative patients with cervical
myelopathy who underwent anterior spinal decompression through. Methods: Use scales of Nurick
and JOA (Japanese Orthopaedic Association), adapted for the Brazilian population, in the pre and postsurgery as a method of measuring the degree of neurological impairment by applying the Student t and
Wilcoxon test with significance p < 0,05. Results: The study included 30 patients. The mean preoperative
JOA was 9,5 (SD = 2,8) and postoperative 13,5 (SD = 3,0). The average Nurick was 3,7 (SD = 1,2) and
2,1 (SD = 1,2) before and after surgery respectively. Conclusion: It was concluded that the anterior
spinal decompression improved by about 40% early neurological status, therefore can be considered
a real treatment option for patients with myelopathy.
KEYWORDS
Spinal cord diseases, decompression surgical, outcome assessment.
1 Ortopedista e cirurgião da coluna, chefe do Grupo de Coluna Vertebral do Hospital Santa Casa de Misericórdia de Vitória, Vitória, ES, Brasil,
e do Vila Velha Hospital, Vila Velha, ES, Brasil.
2 Graduando do curso de Medicina da Escola Superior de Ciências da Saúde da Santa Casa de Misericórdia (Emescam), Vitória, ES, Brasil.
3 Ortopedista, especialista em coluna, médico-assistente do Grupo de Coluna Vertebral do Hospital Santa Casa de Misericórdia de Vitória,
Vitória, ES, Brasil.
12. Arq Bras Neurocir 32(3): 131-5, 2013
Introdução
A mielopatia cervical espondilolítica é uma disfunção da medula espinhal relacionada à degeneração típica
do envelhecimento, cuja patologia primária se relaciona
a uma compressão da medula espinhal cervical. Acomete principalmente pacientes do sexo masculino entre
a quinta e a sétima década de vida. As manifestações
clínicas dessa doença cursam com alterações do moto
neurônio superior, caracterizadas por hiper-reflexia e
distúrbios da marcha e da coordenação.1-3
São frequentes as alterações dos movimentos finos
da extremidade superior, fadiga precoce aos movimentos repetitivos e perda da coordenação motora.
O distúrbio da marcha é uma das primeiras manifestações clínicas da mielopatia cervical, que ocorre de forma
lenta e gradual, muitas vezes passando despercebido pelo
paciente, que sente, inicialmente, desequilíbrio e falta
de coordenação para fazer curvas. A perda do controle
vesical e intestinal pode ocorrer em 20% a 50% dos pacientes, porém é uma manifestação tardia da doença.4-6
O tratamento cirúrgico da mielopatia cervical secundária à estenose de canal ainda permanece de difícil
resolução, pois existem dúvidas sobre qual a melhor
técnica cirúrgica a ser utilizada. Outra dúvida existente
ocorre nos casos de pacientes com comprometimento
neurológico grave, em que se questionam se a cirurgia de descompressão medular pode causar alguma
melhora clínica representativa na qualidade de vida
desses pacientes. Apesar de existirem diversos critérios
pré-operatórios, como o número de níveis acometidos,
angulação cervical e localização da compressão, não
existe uma definição na literatura sobre qual a melhor
técnica de descompressão.
Muitos autores preconizam a descompressão por
via anterior por ser de mais fácil acesso e também por
ser possível realizar discectomia associada ou não à
corpectomia; outros preconizam a descompressão
por via posterior principalmente nos casos em que a
angulação cervical for lordótica e existirem mais de
três níveis de compressão. Mais recentemente, alguns
autores têm optado pela descompressão 360 graus, ou
seja, descompressão anterior e posterior. Essa conduta
mais agressiva se deve ao fato de, muitas vezes, o fator causador da mielopatia estar localizado na região
anterior, devido a uma hérnia discal ou a fatores mecânicos como a inversão da lordose cervical e também
devido a hipertrofia facetária e do ligamento amarelo
na região posterior, devendo ambas as regiões serem
descomprimidas.
Embora haja diversas técnicas de descompressão,
nenhuma é consenso entre os cirurgiões. Acreditamos que a descompressão medular por via anterior
proporciona adequada descompressão medular, com
consequente melhora clínica dos pacientes portadores
132
de mielopatia cervical, podendo, dessa forma, por meio
de uma única cirurgia, se realizar a descompressão adequada, evitando-se muitas vezes outros procedimentos
cirúrgicos, diminuindo-se, assim, a morbidade de uma
descompressão posterior ou 360 graus.
Na literatura são encontrados poucos trabalhos que
avaliam clinicamente os resultados da descompressão
medular em pacientes portadores de mielopatia.
Este trabalho foi desenvolvido com o objetivo de
avaliar clinicamente, por meio das escalas de JOA (Japanese Orthopaedic Association) e Nurick, os resultados
da descompressão medular por via anterior de pacientes
portadores de mielopatia cervical.
Material e métodos
Estudo prospectivo, de caráter descritivo e comparativo, no qual foram avaliados 30 pacientes portadores
de mielopatia cervical, em período pré e pós-operatório,
de descompressão medular via anterior.
Entre os 30 pacientes avaliados, seis eram do sexo
feminino, com idade média de 56,1 anos, variando de
41 a 67 anos, e 24 eram do sexo masculino, com idade
média de 51,7 anos, variando de 26 a 73 anos.
O presente estudo foi iniciado a partir de uma autorização, por escrito, emitida pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Escola Superior de Ciências
da Santa Casa de Misericórdia de Vitória (Emescam).
Os pacientes foram convidados a participar do
estudo, mediante os esclarecimentos necessários, por
meio do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido,
o qual deveria ser assinado em caso de concordância,
para que pudessem ser incluídos na pesquisa.
Utilizaram-se as escalas de JOA e de Nurick para
avaliar o quadro neurológico dos pacientes. A escala de
JOA (Anexo 1) avalia o grau de disfunção motora da
extremidade superior e inferior, assim como a disfunção sensitiva e a esfincteriana. Por meio dela é possível
graduar numericamente o grau de comprometimento
clínico causado pela doença, sendo considerados normais pacientes com resultados entre 12 e 17 pontos. Em
valores abaixo de 12 pontos, o paciente é considerado
portador de mielopatia cervial.7-10
Já a escala de Nurick (Anexo 2) analisa principalmente o grau de independência para deambulação. Sua
graduação varia do grau 0 – grau em que o paciente
apresenta sinais de comprometimento radicular, mas
sem evidências de comprometimento medular – até o
grau 5 – em que o paciente se torna incapaz de deambular, estando restrito ao leito ou à cadeira de rodas. Dessa
forma, quanto maior for a graduação do paciente, mais
grave será seu déficit motor.9,11
Descompressão medular na mielopatia cervical
Rezende R et al.
13. Arq Bras Neurocir 32(3): 131-5, 2013
Como critério de inclusão do presente estudo, foram
utilizados pacientes portadores de mielopatia de caráter
degenerativo, no período pré-operatório, com documentação pela ressonância magnética apresentando
sinais de mielopatia cervical, com compressão máxima
de até três níveis e que apresentavam protocolos de
avaliação clínica, escalas de JOA e Nurick preenchidas
pré e pós-operatoriamente.
Foram excluídos do estudo os pacientes com mielopatia cervical secundária a processos infecciosos,
tumorais, doenças metabólicas e trauma, assim como
pacientes com compressão em mais de três níveis
cervicais.
O estudo comparativo foi feito pela análise dos
valores absolutos encontrados na avaliação clínica da
JOA e do Nurick de cada paciente pré e pós-operatório.
A avaliação do resultado pós-operatório foi realizada
no quarto mês posterior à cirurgia, pela mesma equipe
médica, quando então foram novamente preenchidas
as escalas de JOA e Nurick.
Os resultados do trabalho foram demonstrados por
meio dos cálculos da média ± desvio-padrão (DP) e dos
valores de p, pela utilização do teste t de Student não
pareado e do teste de Wilcoxon, ambos com significância dada para valores de p < 0,05.
demonstrou haver melhora clínica percentual de 41,65%
e estatisticamente significativa no pós-operatório, com
o valor p = 0,000 (p < 0,05), de acordo com tabela 4.
Tabela 1 – Distribuição dos pacientes pela
escala de Nurick no pré-operatório
Nurick pré-operatória
Número de pacientes
Grau 5
8
Grau 4
12
Grau 3
4
Grau 2
4
Grau 1
2
Total
30
Ao serem analisados os resultados absolutos do valor médio de Nurick pré e pós-operatório,
percebeu-se uma evolução média de 3,7 (DP = 1,2) para 2,1 (DP = 1,2), respectivamente
(Tabela 2), demonstrando haver melhora clínica no pós-operatório e estatisticamente
significativa, com p = 0,000 (p < 0,05).
Tabela 2 – Média pré e pós-operatória da escala de Nurick
Média Nurick
pré-operatória
Média Nurick
pós-operatória
Percentual de
melhora (%)
Significância p
3,7 (DP = 1,2)
2,1 (DP = 1,2)
41,80%
0,000
Tabela 3 – Média de melhora pela escala de Nurick
Nurick pré-operatória
Média de melhora
Nurick
pós-operatória
Percentual de
melhora (%)
Resultados
5
1,75
35,0%
4
2,25
56,25%
Dos 30 pacientes avaliados no pré-operatório, observou-se que 24 (80%) deles apresentavam Nurick 3,4
ou 5 e que apenas 2 (6,66%) deles apresentavam quadro neurológico mínimo, classificado como Nurick 1,
conforme tabela 1, sendo o valor médio absoluto do
Nurick de 3,7.
Ao serem analisados os resultados absolutos do valor médio de Nurick pré e pós-operatório, percebeu-se
uma evolução média de 3,7 (DP = 1,2) para 2,1 (DP =
1,2), respectivamente (Tabela 2), demonstrando haver
melhora clínica no pós-operatório e estatisticamente
significativa, com p = 0,000 (p < 0,05).
Quando analisada especificamente cada graduação
da escala de Nurick, observou-se melhora em todos os
níveis, embora se destaque que quanto maior a graduação da escala de Nurick pré-operatória, percentualmente
maior foi a melhora na graduação de Nurick, ou seja,
pacientes que apresentavam Nurick 5 ou 4 evoluíram
para melhora média de 1,75 e 2,25 pontos, respectivamente, no pós-operatório, conforme tabela 3.
Em relação aos valores absolutos de JOA pré e
pós-operatórios, observou-se aumento progressivo dos
resultados, e os valores médios encontrados foram de
9,5 (DP = 2,8) e 13,5 (DP = 3,0), respectivamente, o que
3
0,75
25,0%
2
0,50
25,0%
1
0,0
0%
Descompressão medular na mielopatia cervical
Rezende R et al.
Tabela 4 – Média pré e pós-operatória da escala de JOA
Média do JOA
pré-operatória
Média do JOA
pós-operatória
Percentual de
melhora (%)
Significância p
9,5 (DP = 2,8)
13,5 (DP = 3,0)
41,65
0,000
Discussão
A mielopatia cervical espondilolítica acomete a
medula espinhal de forma progressiva e acarreta graus
variados de incapacidade funcional.12 Os maus resultados cirúrgicos estão associados à gravidade do quadro
neurológico, ao tempo de evolução dos sintomas e à
síndrome de lesão medular central, o que reforça a
necessidade de diagnóstico e tratamento precoces para
a obtenção de melhor resultado clínico.13
133
14. Arq Bras Neurocir 32(3): 131-5, 2013
A cirurgia descompressiva tem se mostrado efetiva
no alívio e recuperação neurológica. Sampath et al.14
compararam pacientes tratados conservadoramente e
cirurgicamente. O grupo tratado cirurgicamente apresentou melhora significativa dos sintomas neurológicos
e da funcionalidade quando comparado ao grupo tratado conservadoramente.
Atualmente na literatura o tratamento cirúrgico
para os casos de pacientes portadores de mielopatia
cervical já é consenso e o que ainda não se encontra
bem definido é qual a melhor técnica a ser utilizada
e qual o porcentual de melhora que ocorre no pós-operatório. Vários estudos como o de Cheung et al.15
e Fessler et al.16 demonstraram que ocorreu melhora
com o tratamento cirúrgico da mielopatia, porém eles
não utilizaram escalas de avaliação clínica no pré- e
pós-operatório e não deixaram claro qual a melhor
técnica a ser utilizada. Dessa forma, permanece a dúvida de quanto é a real melhora e, consequentemente,
os resultados não podem ser comparados entre as
diversas escolas médicas. Às vezes a melhora clínica
não corresponde à melhora na qualidade de vida
desses pacientes, e esses fatos criam dúvidas sobre a
efetividade do tratamento cirúrgico.
No presente trabalho realizou-se a avaliação clínica
neurológica pré e pós-operatória utilizando as escalas de
JOA e Nurick, que avaliam funções motoras, sensitivas
e esfincterianas, e foi observado que a descompressão
medular por via anterior levou a uma melhora clínica
de aproximadamente 40%.
Outro fato observado foi que, quanto pior o grau da
mielopatia, maior a porcentagem de melhora clínica, o
que demonstra valer a pena realizar a descompressão
medular, independente do quadro neurológico inicial,
pois muitas vezes uma pequena melhora clínica pode
levar a uma grande melhora na qualidade de vida desses
pacientes.
Concordamos também que muitas vezes apenas a
descompressão via anterior não é suficiente e que devemos associá-la à descompressão via posterior, dando
maior possibilidade de melhora ao paciente, porém
novos estudos devem ser realizados com o objetivo de se
avaliar a melhora clínica em pacientes submetidos à descompressão por via anterior associada à via posterior.
Conflito de interesses
Os autores declaram inexistência de conflito de
interesse na realização deste trabalho.
Referências
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9.
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11.
12.
13.
Conclusão
A descompressão medular realizada por via anterior
em pacientes portadores de mielopatia cervical espondilolítica mostrou-se eficaz em todos os casos operados,
e a melhor resposta clínica foi encontrada em pacientes
com maior comprometimento neurológico.
134
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Descompressão medular na mielopatia cervical
Rezende R et al.
15. Arq Bras Neurocir 32(3): 131-5, 2013
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Fessler RG, Steck JC, Giovanini MA. Anterior cervical
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Endereço para correspondência
Rodrigo Rezende
Serviço de Coluna Vertebral do Hospital Santa
Casa de Misericórdia de Vitória
Rua Doutor João Santos Neves, 143, Vila Rubim
29018-180 – Vitória, ES, Brasil
Telefone: (27) 3389-0305
E-mail: rezenderodrigo@hotmail.com
Anexo 1 – Escala de JOA (Japanese Orthopaedic Association)
Escala de JOA
I. Função motora de membro superior
0
1
2
3
4
Impossível comer com colher ou abotoar camisa
Possível comer com colher, mas impossível abotoar camisa
Possível abotoar camisa com grande dificuldade
Possível abotoar camisa com dificuldade
Normal
II. Função motora de membro inferior
0
1
2
3
4
Impossível
Necessita de bengala ou auxílio em solo plano
Necessita de auxílio em escadas
Anda sem auxílio, mas lentamente
Normal
III. Função sensitiva
Membro superior
Déficit sensitivo aparente
Déficit sensitivo mínimo
Normal
Membro inferior
Déficit sensitivo aparente
Déficit sensitivo mínimo
Normal
Tronco
Déficit sensitivo aparente
Déficit sensitivo mínimo
Normal
0
1
2
0
1
2
0
1
2
IV. Função vesical
0
1
2
3
Retenção urinária ou incontinência
Sensação de retenção/perda de pequeno fluxo
Retenção urinária e/ou polaciúria
Normal
Anexo 2 – Escala de Nurick
Escala de Nurick
Grau 0
Sinais radiculares, sem evidências de comprometimento radicular
Grau 1
Sinais de comprometimento medular com marcha normal
Grau 2
Marcha comprometida, capaz de trabalhar
Grau 3
Marcha comprometida, incapaz de trabalhar, mas andando seguro
Grau 4
Capaz de andar com auxílio
Grau 5
Cadeira de rodas ou restrito ao leito
Descompressão medular na mielopatia cervical
Rezende R et al.
135
16. Arq Bras Neurocir 32(3): 136-42, 2013
Epidemiology of traumatic
brain injury in Brazil
Raimundo Nonato Ribeiro Fernandes1, Marlene Silva2
Instituto Cardio Pulmonar, Hospital Português and Universidade Federal da Bahia (UFBA), Salvador, BA, Brazil.
ABSTRACT
Objective: To describe the estimates of morbidity and nosocomial mortality for traumatic brain injury
(TBI), along with its causes. Methods: This is a descriptive series of hospitalizations in public Brazilian
hospitals, with patients with age among 14 and 69 years, during the period of 2001 to 2007. It was
selected the total number of hospitalizations for TBI and others diagnoses. It was estimated prevalence
rates, and the coefficients of nosocomial mortality and lethality of TBI and the external causes of TBI
for each year of jurisdiction. Results: The hospitalizations for TBI concentrated among men (81.50%)
aged between 14-34 years (53.00%). The median time of inpatient care was three days, with a total of
52,087 deaths. Falls (35.00%), and traffic accidents (31.00%) were the causes that most contributed
to TBI. After exclusion of non-specified lesions, the most frequent diagnoses were the diffuse lesions
(36.3%). The prevalence rate and nosocomial lethality remained elevated. Conclusion: It is necessary
to establish preventive measures for TBI. The estimates of morbidity and lethality remain high.
KEYWORDS
Craniocerebral trauma, hospitalization, morbidity, mortality, hospital mortality.
RESUMO
Epidemiologia do traumatismo cranioencefálico no Brasil
Objetivo: Descrever estimativas de morbimortalidade hospitalar por traumatismo cranioencefálico (TCE)
e suas circunstâncias no Sistema Único de Saúde (SUS). Métodos: Trata-se de estudo descritivo das
internações no Brasil, nos anos de 2001 a 2007, registradas no SUS (14 a 69 anos de idade). Selecionouse o total das internações por TCE e por alguns agravos selecionados. Foram estimados os coeficientes
de prevalência, mortalidade e letalidade hospitalar e as causas externas responsáveis pelas internações
por TCE. Resultados: As hospitalizações por TCE concentraram-se entre os homens (81,50%) e nos mais
jovens (53,00%). Tiveram permanência hospitalar de até três dias (49,00%) e ocasionaram 52.087 óbitos.
As quedas (35,00%) e os acidentes de trânsito (31,00%) foram as circunstâncias que mais contribuíram
para o TCE. Excetuando-se as lesões não identificadas, as lesões difusas foram os diagnósticos mais
frequentes (36,3%). Os coeficientes de prevalência, mortalidade e letalidade hospitalar por TCE não
apresentaram diminuição durante o período do estudo. Conclusão: É necessário direcionar esforços
das políticas públicas para prevenção do TCE.
PALAVRAS-CHAVE
Traumatismos craniocerebrais, hospitalização, morbidade, mortalidade, mortalidade hospitalar.
1 Master of Public Health, neurosurgeon, Instituto Cardio Pulmonar and Hospital Português, Salvador, BA, Brazil.
2 PhD in Public Health, professor and research associate, Integrated Program of Environmental and Occupational Health, Public Health Institute,
Universidade Federal da Bahia (UFBA), Salvador, BA, Brazil.
17. Arq Bras Neurocir 32(3): 136-42, 2013
Introduction
In general, traumas are common events in every
population, and the skull region is one of the most
affected locations, what frequently results in severe lesions, with the need of hospitalization most of the times.
It is estimated that the incidence of traumatic brain
injury (TBI) worldwide is around 106 cases per 100.000
inhabitants. However, in Latin America and Sub-Saharan Africa, the estimative is upraised, with coefficients
around 150 to 170 cases per 100,000 inhabitants.1 In
Europe, among trauma cases of the 28 topographic
regions, the cephalic segment was the third location
most affected, with a proportion of 120 cases per 100,000
inhabitants, according to a research that included 10
trauma centers.2 On the United States3 it was estimated
a coefficient of hospitalization due to TBI of 94 cases
per 100,000 inhabitants; on the United Kingdom4 this
number was 229. On Brazil, this coefficient was lower
36 cases per 100,000 inhabitants.5
Beyond the magnitude of occurrences and hospitalizations, the TBI is one of the most common causes
of death on the United States6 being responsible for
approximately 50,000 deaths per year, and in many
European countries the mortality rates are considerably
high.7 Nevertheless, the relevance of TBI resides on the
fact that the majority of such events cause a social impact, once the patients are put away from their families
and daily activities.
Some social strata are more vulnerable to TBI, for
being more exposed to the circumstances of violence
or accidents. Brazilian5,8 and international3,9,10 studies
have demonstrated that men and young people are
frequently more affected by TBI. Many studies describe
those circumstances, although the ones that were based
on populational data3,5,11 have defined the falls as the
main circumstance for TBI, while the ones that used
data collected from trauma centers have described the
traffic accidents as the main cause of this pathology,
both in Brazil8,12 and in other countries.9,10 However, the
studies that have focused only on the number of cases
attended at emergency rooms or the hospitalizations
do not trustworthily represent the factors associated to
occurrence or severity of TBI, because such researches
do not contemplate the majority of the skull trauma
centers, but only some reference centers.
Hence, TBI is a frequent and severe event, which is
responsible for high rates of hospitalization and death.
In this context, it is also stressed its economic impact,
both in Health System and Social Security, and also its
social impact due to the disabling sequelae, what makes
this subject a relevant issue for Public Health. Nevertheless, there were not found any national researches
that highlighted the epidemiological aspects of TBI
in Brazilian population. Therefore, this study aims to
Traumatic brain injury in Brazil
Fernandes RNR, Silva M
describe the socio-demographic characteristics of the
hospitalizations due to TBI, along with the inpatient
mortality rates and all the circumstances that have led
to TBI in Brazil, during the period 2001 to 2007.
Methods
This is a cross-sectional descriptive study of temporal series that targets the residents from Brazil in
age from 14 to 69 years, in the period of 2001 to 2007.
The cases included in this research were from patients
admitted to public hospitals from the National Health
System at least once, during the period from 01/01/2001
to 31/12/2007.
It was used populational data from the 2000 Brazilian census, as well as estimatives and projections of
inhabitant populational intercensal of the country for
each year of the study, considering gender, age, and
region. These data were obtained on records that are
available electronically on the website of the Brazilian
Institute of Geography and Statistics.13
The cases of interest were identified using adminis
trative data from secondary sources, at the Hospital
Information System of the National Institute of Health
(HIS-NIS), which processes and provides these data to
the Department of Technology of the National Institute
of Health. The files were accessed on the website of
DATASUS.14 It were selected only the pathologies of
interest along with the defined variables for descriptive
analysis. After selection, the data were organized in one
database and then transferred to the software Statistical
Analysis System (SAS 9.1).
The main event of interest was the Traumatic Brain
Injury (TBI), defined by the International Classification of Diseases (ICD 10th review) as: S02, S02.0, S02.1,
S06-S06.9, S07. For comparison, we have selected five
other groups of diseases, which included: Neoplasias
of the Respiratory System (NRS): C33, C34-C34.9,
Diabetes Mellitus (DM): E10-E14.9, Cerebrovascular
Diseases (CVD) – I60-I60.9; I61-I61.9; I63-I63.9; I64;
I65-I65.9; I66-I66.9; I67-I67.9. Chronic Lower Respiratory Diseases (CLRD): J41-J41.8; J42; J43-J43.9;
J45-J45.9; J46, and all other types of injuries secondary
to External Causes (EC): cervical – S12-S19.9; thoracic
– S20-S29.9; abdominal, dorsal, lumbar, and pelvic –
S30-S39.9; shoulder and arm – S40-S49.9; elbow and
forearm – S50-S59.9; wrist and hand – S60-S69.9; hip
and thigh – S70-S79.9; knee and leg – S80-S89.9; ankle
and foot – S90-S99.9, and also polytrauma – T00-T07.
The defined variables for descriptive analysis were
the ones that characterized the patients, like gender,
considering the biological definition (male and fe137
18. Arq Bras Neurocir 32(3): 136-42, 2013
male), age (in years) divided in age groups (14-34,
35-54, and 55-69). The variables for characterizing
the hospitalization, like the time of inpatient care (in
days), were considered in groups (0-3, 4-6, and more
than 6). The occurrence of death was registered considering the cause of patient discharge (if death or no
death). Another variable included in this study was
the specific diagnosis based on ICD-10, taking into
account the specificities of TBI defined as: Fractures:
S02; S02.0; S02.1; S02.9; Diffuse lesions: S06.0-S06.2;
Focal lesions: S06.3; Extradural hematoma: S06.4;
Subdural hematoma: S06.5; Subarachnoid hemorrhage:
S06.6; Non-specified lesions: S06; S06.7-S06.9.It is also
included the variable “circumstance” only for cases of
TBI, using the secondary diagnosis (ICD 10th review),
which is registered in SIH-SUS database for every case
of trauma. This variable was categorized in: Aggressions:
W50-W50.9; X72-X74.9; X93-X95.9; X99-X99.9; Y00Y00.9; Y01-Y01.9; Y04-Y04.9; Y07-Y079; Y08; Y09;
Y35; Y35.0; Y35.3; Y35.4; Y35.6. Traffic Accident: V01V19.9; V20-V20.9; V30-V87.9; V98; V99. Motorcycle
Accident: V20-V29.9. Falls: W00-W19.9. Others: all of
the other ICDs of trauma, along with the lost, and the
unrated or not codified ones.
Analysis plan
It were estimated the absolute and relative frequencies for the categories of descriptor variables of
the study in total hospitalizations from 2001 to 2007
for TBI and the other selected pathologies (External
Causes, Neoplasias of the Respiratory System, Diabetes
Mellitus, Cerebrovascular Diseases, and Chronic Lower
Respiratory Diseases).
It were calculated the proportions of each circumstance defined in the study among the total number
of hospitalizations for TBI each year, followed by a
comparison the rations between the periods. For the
calculation, it was taken in the numerator the number
of hospitalizations for TBI in every circumstance, and
in the denominator the total number of hospitalization
for TBI in the year. Specifically, for motorcycle accidents,
the denominator was the total number of hospitalizations for TBI caused by traffic accidents only.
To investigate the occurrence and distribution of TBI
and the other selected pathologies on temporal series, it
were estimated the Prevalence Rates of Hospitalization
(PRH), the Mortality Rates of Hospitalization (MRH),
and the Lethality Rates of Hospitalization (LRH) for
TBI and each of other diseases of interest for each year
of jurisdiction. For calculating PRH and MRH, it were
used in the denominator the estimates of inhabitant
populational intercensal and, specifically for LRH,
the total amount of inpatient care for each pathology.
138
The numerator of each coefficient was related to the
number of hospitalizations for each disease group of
the study and, for LRH, the total amount of deaths due
to the disease.
To investigate whether there were differences
between years, both in the proportions of the circumstances and the coefficients, it was used a simple linear
regression model. It were considered as dependent
variables the circumstances and coefficients (PRH,
MRH, and LRH), and as independent variables the years
of jurisdiction of inpatient care. Results with p value
≤ 0.05 were considered statistically significant.
Results
When describing the characteristics of the hospita
lized population from TBI, it was found that male gender was predominant (81.5%). The age distribution with
a peak of 53.0% of patients on the group of 14-34 years.
The most frequent diagnoses were the diffuse lesions
(36.3%). The total period of inpatient care of 49.0% of
patients with TBI was up to 3 days. It was found that
the number of deaths was 52,087 (Table 1).
Table 1 – Demographics of traumatic brain injury
hospital admissions, Brazil: 2001 – 2007
Variable
N
% of total
358,780
81.5
81,706
18.5
14-34
231,827
53.0
35-54
149,898
34.0
55-69
55,675
13.0
Fractures
11,125
2.5
Extradural hematoma
20,923
4.8
Subdural hematoma
27,447
6.3
Gender
Male
Female
Age (years)
Diagnostics
Focal lesions
Diffuse lesions
Subarachnoid hemorrhage
31,644
7.2
159,241
36.3
1,856
0.4
186,742
42.5
0-3
216,210
49.0
4-6
101,118
23.0
>6
123,158
28.0
Yes
52,087
12.0
No
388,399
88.0
Non-specified lesions
Time of inpatient care (in days)
Deaths
Traumatic brain injury in Brazil
Fernandes RNR, Silva M
19. Arq Bras Neurocir 32(3): 136-42, 2013
Figure 1 reveals that among the analyzed circumstances that led to the hospitalizations due to TBI during the entire period, the falls were the most prevalent
(35.0%), followed by traffic accidents (31.0%), and
aggressions (8.0%), which remained stable both in
magnitude and in order. When analyzing only the traffic
accidents, it is possible to identify that the motorcycle
accident was the leading circumstance for TBI with
the greatest increase in occurrence, which in 2001 accounted for 2,749 admissions and in 2007, for 7,574
admissions, representing approximately 35.0% of all TBI
cases secondary to traffic accidents, with a statistically
significant increase (p value = 0.0001).
Although TBI has been responsible for 440,000
hospitalizations in the entire period of study, it was
ranked fifth in the magnitude of the distribution of the
PRH (Figure 2). EC presented the major PRH values,
Proportions (%)
40
30
20
10
0
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
Year of jurisdiction
Aggressions
Falls
Traffic accidents
Motorcycle accidents
Figure 1 – Distribution of the hospitalizations for traumatic brain
injury on the public health system, according to the circumstance
and year of jurisdiction. (Brazil: 2001-2007)
Traffic accidents: all of the traffic accidents, also the ones
involving motorcycles. Motorcycle accidents: the accidents
involving exclusively motorcycles. To calculate the proportion, the
denominator was all hospitalizations
for TBI due to traffic accidents.
when compared to the other events. When evaluating
each pathology group in each year of jurisdiction, it was
noted that TBI had a low growth between 2001 and 2003
(PRH = 3.9/10,000, and 5.6/10,000 respectively), remained stable in the subsequent period, with an increase
of only 0.7%, but there was no statistically significant
differences in these changes (p value = 0.087). However,
when comparing the differences on the number of
hospitalizations due to TBI and due to DM, CVD, and
CLRD, it is noted that these pathologies had a higher
incidence of hospitalizations, exceeding the TBI in 3-8
hospitalizations/10,000 inhabitants in 2001, but this
difference almost disappeared in 2007.
Figure 3 shows that MRH for TBI remained in second place, just behind CVD. Also, the MRH for TBI was
almost the double of the value of MRH for EC (CNM
= 2.0/100,000 inhabitants in 2001; MRH = 3.4/100,000
inhabitants in 2007), and seventeen times the MRH
for CLRD (MRH = 0.6/100,000 inhabitants, in 2001;
MRH = 0.4/100,000 inhabitants, in 2007). There was
an increase in mortality of about 50.00% in the MRH
for TBI in the period (4.5/100,000 inhabitants, in 2001;
6.7/100,000 inhabitants, in 2007), but these variations
were not statistically significant.
It is noted that TBI took the third place in LRH
(about 12.0%) in the period, just behind NRS and CVD.
However, LRH for TBI was almost nine times higher
than LRH for EC, and twenty times the value for CLRD.
Although the growth of LRH for TBI has been slight
between 2001 (11.4%) and 2007 (12.2%), this increase
was statistically significant (p value < 0.003) as shown
in Figure 4.
Mortality rates of hospitalization
(100,000 inhabitants)
Prevalence rates of hospitalization
(10,000 inhabitants)
30
25
20
15
10
5
0
TBI
2001
2002
EC
2003
2004 2005
Year of jurisdiction
NRS
DM
2006
CVD
2007
CLRD
Figure 2 – Prevalence rates of hospitalization on the public
health system, for traumatic brain injury and the other selected
pathologies, according to the
year of jurisdiction. (Brazil: 2001-2007)
TBI: traumatic brain injury; EC: external causes; NRS:
neoplasias of the respiratory system; DM: diabetes mellitus;
CVD: cerebrovascular diseases; CLRD: chronic lower respiratory
diseases (p value < 0.05 for EC, NRS, and CLRD).
Traumatic brain injury in Brazil
Fernandes RNR, Silva M
18
16
14
12
10
8
6
4
2
0
TBI
2001
2002
EC
2003 2004 2005
Year of jurisdiction
NRS
DM
2006
CVD
2007
CLRD
Figure 3 – Mortality rates of hospitalization on the public health
system, for traumatic brain injury and other selected pathologies,
according to the year of jurisdiction.
(Brazil: 2001-2007)
TBI: traumatic brain injury; EC: external causes; NRS:
neoplasias of the respiratory system; DM: diabetes mellitus;
CVD: cerebrovascular diseases; CLRD: chronic lower respiratory
diseases (p value < 0.05 for EC, and NRS).
139
20. Lethality rates of hospitalization (%)
Arq Bras Neurocir 32(3): 136-42, 2013
30
25
20
15
10
5
0
2001
TBI
2002
EC
2003
2004
2005
Year of jurisdiction
NRS
DM
2006
CVD
2007
CLRD
Figure 4 – Lethality rates of hospitalization on the public
health system, for traumatic brain injury and the other selected
pathologies, according to the year of jurisdiction.
(Brazil: 2001-2007)
TBI: traumatic brain injury; EC: external causes; NRS:
neoplasias of the respiratory system; DM: diabetes mellitus;
CVD: cerebrovascular diseases; CLRD: chronic lower respiratory
diseases (p value < 0.05 for TBI, DM, and CVD).
Discussion
These findings clearly demonstrate that TBI in
pre alent among men and young people, which was
v
expected according to literature. Consistently, many
studies point in this direction.5,8-10 The vulnerability
to the occurrence of TBI in this group is due to sociocultural15,16 and behavioral patterns that lead to more
frequent exposure to accidents and aggressions. One example is the high consumption of alcohol which causes
a decrease in attention and loss of sense of danger and,
consequently, results in traumatic injuries such as TBI.17
The analysis of data of hospitalizations for TBI
revealed that falls and traffic accidents were the most
common circumstances of this pathology, followed
by aggressions in a small proportion. A study using a
similar populational database5 also found that falls were
the leading cause of TBI. It was expected that most falls
occur in the elderly population, as a consequence of aging. However, it was not observed. In a detailed analysis
of the falls, not reported in this study, it was found that
most occurred among the young patients. Therefore, age
would not be the factor associated with this event. This
can be explained by an incorrect encoding of falls in the
HIS-NIS, i.e., individuals who have fallen from bikes,
motorcycles or any moving vehicles, or even victims of
aggression received the code of falls, when actually it
was not, thus distorting the results.
Traffic accidents were the circumstances that have
remained virtually unchanged throughout the period,
which highlights the role of traffic safety measures
such as seat belt use, more crosswalks for pedestrians,
speed bumps, and other actions implemented after the
promulgation of the Brazilian Traffic Code. Certainly,
140
they help to reduce the severity and mortality of TBI,
but they were not effective in reducing the number of
hospitalizations.18 Possibly, the use of alcohol associated
with vehicle driving12,17 and in particular the use of motorcycles has maintained TBI as a common event among
trauma resulting from traffic accidents. In this study, the
accidents involving motorcycles were the circumstance
for TBI that led to the biggest increase in the number
of hospitalizations, almost tripling between 2001 and
2007. This substantial growth has been observed on
other analyses of traffic accidents in Brazil19 from early
2000. Part of that is due to the use of motorcycle as a
means of formal and informal transportation.
Regarding the aggressions, which contributed in a
smaller proportion for the number of hospitalizations
for TBI, in most cases these circumstances have as
an agent the firearms, which result in brain lesions of
greater severity than the others20 and, consequently, lead
to death at the site of the accident. As a consequence, aggressions contribute little to the estimates of nosocomial
morbidity.21 Another aspect is the omission of the main
source of injury at the admission, because sometimes
the victim knows or lives with the offender and thus
does not notify.22
When comparing the magnitude of hospital admissions in Brazil with other countries, like the United
States3 (84.9/100,000 inhabitants) and some European
countries4,11,23 (83.3 to 229/100,000 inhabitants), it is
observed that the national estimate is low, which could
be explained by the existence of management problems
and the difficulty to have immediate access to the services of mobile pre-hospital care for removal of victims
from the accident site to the hospitals, along with inadequate units of trauma,24,25 especially the cases of TBI
that require services and technology of high complexity,
which increases the chance of dying at the accident site
or in the emergency department without proper care.
It is also worth mentioning that the prevalence of
TBI remained broadly stable from 2001 to 2007, while
some of the selected pathologies showed decrease.
These findings suggest a lack of effective measures to
reduce violence and accidents, although since 2001
these injuries has become part of the official agenda
of the Ministry of Health in the National Policy for
Reduction of Morbidity and Mortality from Accidents
and Violence.26
The severity of hospitalizations for TBI may be evidenced by the estimates of mortality and lethality, which
were higher than most of the other selected pathologies
in this study. This is because of the importance of brain
in human physiology, playing vital roles for maintenance
of life. Consequently, lesions in this location usually are
more severe when compared to other locations, which
explains the higher morbidity and mortality rates when
compared to other external causes.
Traumatic brain injury in Brazil
Fernandes RNR, Silva M
21. Arq Bras Neurocir 32(3): 136-42, 2013
These findings should be viewed with some caution,
because there is no uniformity in the selection of cases
of TBI based on ICD-10 which complicates comparisons
between the results of different studies. Furthermore, it
is worth noting that the analysis included only patients
hospitalized in services covered by the public health
system; admissions in emergency rooms and patients
who died at the scene or during removal to a health
service were not accounted.
6.
7.
8.
9.
Conclusion
10.
This study calls the attention to the necessity of directed efforts and public policies on the prevention of
TBI. During the seven years of the National Policy for
Reduction of Morbidity and Mortality from Accidents
and Violence, a reduction in estimates of morbidity
and mortality of TBI has not been reached, a fact that
is supported by the results of this study. Concerning
the deaths, which are completely preventable, they
have occurred among young individuals in their most
productive period. This certainly has a negative social
and economic impact, for the loss of a loved one, and for
the increase in expenses of the Social Security, because
of temporal and definitive disabilities.
11.
12.
13.
14.
15.
Competing interests
16.
The authors declare that they have no competing
interests.
17.
18.
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Correspondence address
Raimundo Nonato Ribeiro Fernandes
Av. Sete de Setembro, 2284/1201
40080-001 – Salvador, BA, Brazil
Telefones: (71) 8816-3813/(71) 4009-8858
E-mail: raimundofernandes1@gmail.com
Traumatic brain injury in Brazil
Fernandes RNR, Silva M
23. Arq Bras Neurocir 32(3): 143-8, 2013
Avaliação da evolução pós-operatória
dos ependimomas intramedulares
Marcos Juliano dos Santos1, Enrico Guinzoni1, Andrei Fernandes Joaquim1, Helder Tedeschi2
Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (FCM/Unicamp), Campinas, SP, Brasil.
RESUMO
Objetivo: Avaliar a eficácia da técnica microcirúrgica utilizada para ressecção completa dos
ependimomas intramedulares sem agregar déficits aos pacientes, em especial, aos pacientes
funcionalmente independentes no pré-operatório. Método: Este estudo avaliou, segundo a escala
funcional de McCormick, a evolução pós-operatória de uma série de 20 pacientes submetidos à
ressecção microcirúrgica total para ependimomas intramedulares. Resultados: A ressecção completa
foi atingida em 19 dos 20 pacientes (95%) e somente um paciente apresentou piora clínica (5%). Nos
pacientes com independência funcional pré-operatória, com McCormick grau I e II, não houve piora
clínica e todos os tumores foram ressecados completamente. No subgrupo de pacientes grau II, a
média do status funcional pós-operatória apresentou melhora estatisticamente significativa. Nenhum
paciente com grau IV melhorou após o tratamento cirúrgico. Conclusão: O tratamento cirúrgico foi
eficaz para ressecar completamente os tumores sem agregar déficits neurológicos na maioria dos
pacientes. Nos pacientes com McCormick graus I e II pré-operatórios a cirurgia deve ser indicada no
momento do diagnóstico.
PALAVRAS-CHAVE
Ependimomas, neoplasias da medula espinal, microcirurgia.
ABSTRACT
Post-operative outcome evaluation of intramedullary ependymomas
Objective: Evaluate the efficacy of the microsurgery technique used aiming total tumor resection without
causing neurological deficits, with special attention to the patients with good functional status before
surgery. Method: This study has evaluated according to the McCormick functional scale the surgical
outcome of a series of twenty patients with intramedullary ependymomas submitted to microsurgical
resection. Results: Total surgical resection was achieved in 19 of the 20 patients (95%). Only one
patient experienced clinical worsening (5%). Patients classified as McCormick grade I and II who were
independent pre-operatively remained so in the post-operative period and had their tumors completely
removed. In grade II patients there was a significant improvement in their post-operative status. None
of the grade IV patients improved after surgical treatment. Conclusion: Surgical treatment has proven
to be efficient in completely removing tumors without adding neurological deficits in most patients. In
patients with McCormick grades I and II pre-operatively surgery should be indicated early in the diagnosis.
KEYWORDS
Ependymomas, spinal cord neoplasms, microsurgery.
Introdução
A primeira ressecção de tumor intramedular publicada na literatura médica deve-se a Elsberg em 1911.1
Em virtude da morbidade dos procedimentos para
patologias medulares intrínsecas e sua dificuldade de
diagnóstico, a remoção cirúrgica de tais lesões permaneceu em segundo plano nas opções de tratamento
existentes até a década de 1980. A partir de então, o
avanço das técnicas microcirúrgicas e da microscopia
e o surgimento da mielotomografia e da ressonância
magnética possibilitaram um diagnóstico mais preciso
e a remoção cirúrgica mais segura.2,3
O ependimoma é o tumor intramedular mais frequente na idade adulta, correspondendo a 45%-50% dos
casos, mas é raro (apenas 1%) quando comparado aos
tumores do sistema nervoso central como um todo.3-7
A grande maioria dos ependimomas intramedulares
é constituída por tumores benignos, de crescimento lento,6 grau II pela Organização Mundial da Saúde (OMS)
1 Neurocirurgião, pós-graduando da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (FCM/Unicamp), Campinas, SP,
Brasil.
2 Neurocirurgião, professor doutor da FCM/Unicamp, Campinas, SP, Brasil.
24. Arq Bras Neurocir 32(3): 143-8, 2013
e que acometem uma população de adultos jovens
predominantemente. Sua história natural é caracterizada inicialmente por sintomas sensitivos, seguidos de
déficits motores e esfincterianos, os quais se mostram
progressivamente limitantes. Por essas características,
é uma entidade patológica cuja remoção cirúrgica tem
impacto decisivo na evolução dos pacientes, podendo
potencialmente determinar a cura dos indivíduos acometidos e prevenir a instalação de quadros deficitários
permanentes.
Apresentamos a técnica microcirúrgica utilizada
em nosso serviço para ressecção dos ependimomas
intramedulares e seus resultados.
Método
Entre janeiro de 2000 e novembro de 2011, 27 pacientes com ependimomas espinais foram submetidos à
ressecção microcirúrgica pela equipe da FCM-Unicamp;
desses, 20 foram analisados em nosso estudo. Os fatores de exclusão foram: localização do tumor na cauda
equina ou no filo terminal; pacientes submetidos a
tratamento radioterápico ou quimioterápico prévios;
pacientes portadores de outras patologias neurológicas
que reconhecidamente pudessem contribuir com déficits neurológicos como acidentes vasculares cerebrais,
esclerose múltipla e mielopatia espondilótica e pacientes
com dados incompletos ou imprecisos.
O status funcional clínico foi medido segundo a
escala de McCormick e Stein8 (Quadro 1) no pré-operatório e no pós-operatório tardio de seis meses. Todos
os pacientes tiveram a hipótese diagnóstica e o grau
de ressecção estabelecidos por ressonância magnética
pré e pós-operatória (Figura 1). Tal exame foi repetido
anualmente no seguimento para cada paciente.
Todos os dados foram colhidos de modo retrospectivo pela análise dos prontuários.
Técnica cirúrgica
Os pacientes foram submetidos a laminotomia ou
laminectomia com o auxílio de radioscopia nos níveis
Quadro 1 – Escala funcional de McCormick8
Escala de McCormick (McCormick et al., 1990)
Grau:
• I: Neurologicamente normal; déficit leve, não
afetando a função significativamente; alteração de
reflexo ou espasticidade; marcha normal
• II: Déficit sensitivo ou motor, afetando a função em
um membro; déficit leve a moderado na marcha;
disestesia grave; deambula independentemente
• III: Déficit grave; ajuda ou suporte para deambular;
pode ou não estar funcionalmente dependente
• IV: Déficit gravíssimo; em cadeira de rodas com déficit bilateral
grave em membros superiores; geralmente dependente
McCormick PC, Stein BM. Intramedullary tumors in adults. Neurosurg Clin N Am.
1990;1(3):609-30.
Figura 1 – Aspecto típico dos ependimomas intramedulares na ressonância magnética e laminotomia.
Da esquerda para direita: Aspecto radiológico típico de ependimoma intramedular, com polos captantes de contraste bem delimitados e
edema medular adjacente. Exposição das lâminas cervicais após dissecção subperiosteal da musculatura paravertebral. Laminotomia em
open door retraída com anzóis.
144
Ependimomas intramedulares: microcirurgia
Santos MJ et al.
25. Arq Bras Neurocir 32(3): 143-8, 2013
acometidos e em um nível cranial e um nível caudal aos
limites da lesão estabelecidos pela ressonância magnética (Figura 1). A dura-máter foi aberta com incisão
mediana ao longo de toda sua exposição e suturas de
retração lateral foram aplicadas às suas margens. Depois
de adequada exposição da face dorsal da medula, uma
mielotomia é iniciada no ponto médio da lesão em relação a seus limites superior e inferior (Figura 2). A linha
média é o plano sagital adequado e é assegurada pelo
ponto de entrada dos vasos na rafe mediana posterior
e pelo ponto equidistante da saída das raízes dorsais.
Após coagulação bipolar em baixa voltagem, realiza-se
a abertura da pia-máter com lâmina 11 e procede-se à
dissecção romba com microdissectores até encontrar-se
a superfície tumoral. A partir do ponto médio da lesão a
mielotomia é estendida até os polos cranial e caudal do
tumor (Figura 2). Pontos de sutura são empregados para
retração lateral na pia-máter. A retração da pia-máter
é essencial na dissecção do plano de clivagem entre o
tumor e o tecido neural, pois permite que a tração seja
aplicada pelo cirurgião somente sobre o tumor, o que
diminui a manipulação de tecido medular. Os vasos que
atravessam os limites entre o tecido neural e o tumor são
coagulados com bipolar e seccionados progressivamente
determinando um plano de separação lateralmente.
A separação da face ventral da lesão da rafe, dos funículos anteriores e da artéria espinhal anterior representa
a maior dificuldade técnica do procedimento. É principalmente nessa fase que déficits permanentes podem
ser estabelecidos. Quanto maior o diâmetro axial da
lesão, mais íntima é a sua relação com a artéria espinhal
anterior e maior a aderência da lesão com a pia-máter
do sulco mediano anterior. Após a soltura do polo inferior ou superior do tumor, este é tracionado no sentido
oposto, para que tal separação ocorra meticulosamente
até a liberação completa da lesão e sua retirada em bloco
(Figura 2). Não foi utilizado aspirador ultrassônico na
ressecção dos tumores nesta série. Somente seis dos 20
pacientes foram submetidos à monitorização de potenciais evocados sensitivos e motores.
Resultados
Figura 2 – Sequência para ressecção microcirúrgica em bloco de
ependimoma intramedular.
De cima para baixo. A mielotomia é realizada no ponto
equidistante entre a entrada das raízes sensitivas e realizada até
as extremidades da lesão. Pontos de retração pial são realizados
para evitar pressão dos instrumentos cirúrgicos sobre a medula.
Após dissecção periférica da lesão, o polo inferior é tracionado
para dissecção da face ventral da lesão. Aspecto cirúrgico após
retirada em bloco da lesão.
Ependimomas intramedulares: microcirurgia
Santos MJ et al.
Vinte pacientes foram submetidos à ressecção cirúrgica de ependimomas intramedulares, com a duração
média dos sintomas de 17 meses (3-36 meses). A média
de idade foi de 33,75 anos, variando de 13 a 55 anos.
Quanto a sua localização, dois tumores eram na transição
crânio-cervical (10%), seis eram cervicais (30%), quatro,
cervicotorácicos (20%) e oito torácicos (40%). Não houve
diferença na distribuição dos casos entre sexos. A tabela 1
mostra a distribuição dos casos em relação à classificação
clínica funcional pela escala de McCormick no pré e pós-operatório tardio (6m). No pré-operatório, a distribuição foi de 7 (35%) pacientes de grau I, 7 (35%) de grau II,
4 (20%) de grau III e 2 (10%) de grau IV. Dos 20 pacientes
analisados, 5 (25%) melhoraram seu status funcional
após o tratamento cirúrgico, 15 (70%) permaneceram
clinicamente inalterados e 1 (5%) piorou. A ressecção
completa ocorreu em 19/20 pacientes, correspondendo
145
26. Arq Bras Neurocir 32(3): 143-8, 2013
a 95% dos casos. O paciente que teve o tumor ressecado
de modo subtotal foi o único que apresentou caráter
infiltrativo no intraoperatório, e o anatomopatológico
demonstrou ependimoma anaplásico OMS III, todos os
19 pacientes restantes tiveram ressecção completa pela
ressonância magnética pós-operatória e apresentaram
histologia benigna OMS grau II.
O período de follow-up médio foi de 4,57 anos por
paciente, variando de 1 a 11 anos. Não houve recidivas
das lesões ressecadas totalmente no período avaliado.
O paciente que apresentou ependimoma anaplásico
e ressecção parcial apresentou crescimento da lesão,
foi reabordado e é o único da série a ser submetido à
radioterapia, mas faleceu de complicações clínicas após
um ano de seguimento.
O McCormick médio nos 20 pacientes no pré-operatório foi de 2,05, sendo de 1,85 no pós-operatório tardio
(maior de seis meses). Essa diferença não foi estatisticamente significativa no teste T, com p = 0,0518. Analisando somente os pacientes classificados como McCormick
II no pré-operatório, a média no pré-operatório de 2
mudou para 1,57 no pós-operatório tardio, no teste T, e
essa diferença foi significativa, com p = 0,039 (p < 0,05).
Entre os pacientes com McCormick grau I pré-operatório, nenhum paciente piorou seu status clínico,
e todos tiveram seus tumores ressecados completamente. Nenhum paciente com grau IV pré-operatório
melhorou. Dos quatro pacientes com grau III antes
do tratamento, dois melhoraram, um piorou e um
permaneceu inalterado. A média do grau funcional no
pós-operatório foi de 1,85, no entanto essa melhora não
foi estatisticamente significativa, com p = 0,31.
Não houve infecção de ferida operatória ou fístula
liquórica nesta série. Dois pacientes apresentaram cifotização na transição cervicotorácica na evolução em longo
prazo e foram submetidos à artrodese cervicotorácica
posteriormente. Houve um óbito durante o seguimento
no paciente que apresentou ependimoma anaplásico
aos 12 meses de pós-operatório com recidivas em todo
neuroeixo, inclusive cerebrais.
Discussão
Os ependimomas intramedulares são lesões de
evolução lenta que progressivamente levam a déficits
neurológicos limitantes. A ressonância magnética
é diagnóstica da lesão, com especificidade de 95%.3
A grande maioria dos tumores é de histologia benigna
Tabela 1 – Resumo dos casos da série
Caso
Idade
Topografia
Escala funcional
de McCormick –
Pré-operatório
Escala funcional
de McCormick –
Pós-operatório
Complicações
1
31
C
II
I
2
31
CT
II
II
Cifose
3
29
T
I
I
4
44
C
II
I
5
37
CT
II
II
Cifose
6
51
T
I
I
7
55
T
II
II
8
34
CB
III
II
9
33
CB
II
I
10
33
T
II
II
11
30
T
I
I
12
31
C
I
I
13
31
T
III
IV
Piora clínica
14
35
T
I
I
15
24
C
I
I
16
40
C
I
I
17
30
CT
III
II
18
13
C
IV
IV
19
29
T
IV
IV
20
34
CT
III
III
CB: bulco-cervical; C: cervical; CT: cervicotorácico, T: torácico.
146
Ependimomas intramedulares: microcirurgia
Santos MJ et al.
27. Arq Bras Neurocir 32(3): 143-8, 2013
da variante celular grau II da OMS. O principal fator
prognóstico é o grau funcional do paciente antes do tratamento cirúrgico;7-13 quanto menor o grau funcional de
McCormick, melhores as chances de resultado cirúrgico
satisfatório, ou seja, ressecção total sem piora clínica.
Apesar de a ressecção total da lesão ser o objetivo
principal desde as séries publicadas por Epstein et al.3
e McCormick e Stein,8 diferentes estratégias microcirúrgicas têm sido utilizadas para atingir esse objetivo.
A dissecção periférica inicial seguida de esvaziamento interno, ou debulking, da lesão é a técnica descrita por
Epstein et al.3 e utilizada nos últimos anos por outros
autores.10,13 Ela consiste no esvaziamento interno da
lesão, geralmente com a utilização de aspirador ultrassônico, para posterior separação da superfície tumoral
restante do tecido medular.
Nesta série aplicamos a técnica de delimitação
microcirúrgica de toda a periferia da lesão sem esvaziamento interno, e os ependimomas foram ressecados
em bloco. Consideramos que a manutenção do tecido
tumoral em bloco é fundamental para que tração possa ser exercida sobre o tumor, e não sobre a medula,
apresentando os vasos e aderências que cruzam essa
interface para irrigar o tecido neoplásico e facilitando
a sua divisão. Isso evita que os fascículos medulares
sejam manipulados continuadamente durante o procedimento, o que é sempre desejável num tecido não
complacente como a medula espinhal.
A monitorização eletrofisiológica durante o procedimento parece melhorar o resultado da ressecção dos
ependimomas intramedulares, levando à ressecção total
e reduzindo déficits pós-operatórios.14 Todas as séries
utilizaram a monitorização de potenciais evocados
somatossensoriais e motores para guiar a técnica microcirúrgica, o que não ocorreu em 14 dos 20 pacientes
apresentados nesta série (70%), por indisponibilidade
rotineira de tal recurso no serviço.
Dos 20 pacientes tratados nesta série, somente um
(5%) não teve seu tumor ressecado completamente.
O mesmo paciente foi o único com um ependimoma
anaplásico e é o mais jovem da série, com 13 anos. A ressecção subtotal se deveu à dificuldade de se identificar e
estabelecer o exato plano de separação entre o tumor e o
tecido medular encontrado durante o procedimento. Apesar de haver questionamentos sobre a real existência de
ependimomas infiltrativos da medula espinhal,3 esse caso
de nossa série, bem como relatos de casos semelhantes nas
séries citadas,10,11 chama a atenção para a possibilidade
de se deparar com ependimoma infiltrativo, sem limites
nítidos com a medula espinhal, com menor possibilidade
de sucesso microcirúrgico, especialmente nos pacientes
mais jovens, mesmo quando o aspecto na ressonância
magnética for típico de ependimoma intramedular.
A técnica descrita neste trabalho teve 90% (18/20)
de resultados satisfatórios, ou seja, ressecção total sem
Ependimomas intramedulares: microcirurgia
Santos MJ et al.
piora clínica (Tabela 1). A média de pontuação de McCormick no pré-operatório foi de 2,05, contra 1,85 no
pós-operatório tardio. Tal diferença não foi significativa
para o grupo como um todo (p > 0,05). Ao segmentarmos a análise por grupo funcional no pré-operatório,
a diferença não foi significativa para os pacientes grau
III e IV. Não poderia haver melhora da média para os
pacientes grau I, uma vez que esses pacientes possuem
o melhor grau funcional existente. Mas o grupo de
pacientes classificados como grau II no pré-operatório
mostrou média de 1,57 no pós-operatório (contra óbvia
média de 2,0 no pré-operatório), e essa diferença foi
significativa, com p = 0,039 (p < 0,05). Nenhum paciente
com grau I piorou clinicamente e nenhum paciente
grau IV apresentou melhora no seu status funcional.
Conforme já confirmado na literatura, os pacientes em
nossa série com graus I e II tiveram tendência a melhor
resultado cirúrgico, não havendo nenhuma piora clínica
nos pacientes desses grupos. Consideramos que quanto
maior o grau na escala funcional de McCormick, menor a complacência medular à manipulação cirúrgica
e maior a proximidade da superfície anterior do tumor
a ramos primários e à própria artéria espinhal anterior,
geralmente por causa do maior diâmetro axial das
lesões. Epstein et al.3 afirmam que o manto medular
circundando o tumor menor que 1 mm pela ressonância magnética pode significar pior resultado cirúrgico
e ocorre mais frequentemente nos pacientes com grau
de McCormick > II. Isso parece contribuir para uma
menor chance de melhora clínica dos pacientes com
graus III e IV no pré-operatório.
Dois pacientes submetidos à laminectomia da
transição cervicotorácica apresentaram cifotização
pós-operatória e necessitaram de artrodese do segmento tardiamente, nenhum paciente apresentou piora
clínica e tinham idade de 31 e 37 anos no momento
da primeira cirurgia. A cifotização é mais comum nos
pacientes jovens, em especial crianças e adolescentes,
principalmente na região cervical ou transição para
coluna torácica. A laminotomia em open-door ou en
bloc reduz a incidência de cifotização pós-operatória15 e
passou a ser a escolha do serviço para o acesso nos casos
operados após 2005. A artrodese na primeira intervenção cirúrgica teria indicação para pacientes jovens, em
transição cervicotorácica e que apresentem retificação
ou cifotização da lordose cervical no pré-operatório,
o que não ocorreu em nenhum dos casos desta série.
Conclusão
Os pacientes com melhores graus funcionais de
McCormick (graus I e II) têm melhor evolução clínica
147
28. Arq Bras Neurocir 32(3): 143-8, 2013
e o tratamento microcirúrgico deve ser oferecido no
momento do diagnóstico. A técnica microcirúrgica para
retirada em bloco dessas lesões descrita neste trabalho
é eficiente para promover a ressecção total das lesões e
segura para não gerar déficits no pós-operatório tardio
e perda no status funcional definitivo nos pacientes
independentes funcionalmente antes da cirurgia.
7.
8.
9.
Conflito de interesses
Não houve conflitos de interesse na realização deste
trabalho.
10.
11.
12.
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Endereço para correspondência
Marcos Juliano dos Santos
Rua Sorocaba, 553, ap. 63, Vila Gatti
13300-340 – Itu, SP, Brasil
E-mail: mjs_neuro@yahoo.com.br
Ependimomas intramedulares: microcirurgia
Santos MJ et al.
29. Arq Bras Neurocir 32(3): 149-55, 2013
Hematoma extradural
supra e infratentorial
Carlos Umberto Pereira1,2, Marcelo Barreto Barbosa2, Antonio Carlos Silveira Azevedo2,
Franklin Roberto Pereira Borges Junior2, Allan Valadão de Oliveira Britto3
Departamento de Medicina da Universidade Federal de Sergipe (UFS) e Hospital de Urgência de Sergipe (HUSE), Aracaju,
SE, Brasil.
RESUMO
Objetivo: Os autores apresentam uma série de casos de hematoma extradural da fossa posterior
(HEDFP) com expansão supratentorial. Métodos: O presente trabalho é retrospectivo e descritivo. Foram
analisados 14 pacientes com HEDFP de apresentação mista. Resultados: Dos 14 pacientes, 12 são do
gênero masculino e dois, do feminino. A média das idades foi de 26,2 anos. Acidente de trânsito foi a
principal causa, seguida de queda acidental e agressão física. Escore na escala de coma de Glasgow
variou entre 8 e 14. Cefaleia e vômitos foram os principais achados clínicos. Exame de RX simples
de crânio demonstrou traço de fratura em 80% (8/10) dos casos. Tomografia de crânio demonstrou
traço de fratura e hematoma extradural mista em todos os pacientes e ressonância magnética em um
caso. Cirurgia foi realizada em 12 e tratamento conservador em dois. Dois pacientes foram a óbito.
Conclusão: Na presença de fratura no osso occipital, deve-se suspeitar de HEDFP de forma mista.
Exames de imagens são importantes no diagnóstico e conduta.
PALAVRAS-CHAVE
Traumatismos craniocerebrais/terapia, hematoma epidural craniano, hematoma subdural, fossa craniana
posterior.
ABSTRACT
Supra and infratentorial extradural hematoma
Objective: The authors present a case series of HEDFP with supratentorial expansion. Methods:
This study is retrospective and descriptive. We analyzed 14 patients with HEDFP presentation mixed.
Results: Of 14 patients, 12 males and two females. Mean age was 26.2 years. Traffic accidents were
the leading cause, followed by accidental fall and assault. Score on the Glasgow coma scale ranged
between 8 and 14. Headache and vomiting were the main clinical findings. Examination showed RX
plain skull fracture line in 80% (8/10) of cases. Cranial CT scan showed the fracture line and epidural
hematoma mixed in all patients and magnetic resonance one case. Surgery was performed in 12 and
conservative in two. Two patients died. Conclusion: In the presence of occipital bone fracture should
be suspected HEDFP mixed basis. Imaging techniques are important for diagnosis and management.
KEYWORDS
Craniocerebral trauma/therapy, hematoma epidural cranial, subdural hematoma, cranial fossa posterior.
1 Professor doutor do Departamento de Medicina da Universidade Federal de Sergipe (UFS), neurocirurgião do Hospital de Urgência de Sergipe
(HUSE), Aracaju, SE, Brasil.
2 Neurocirurgião do HUSE, Aracaju, SE, Brasil.
3 Médico radiologista do HUSE, Aracaju, SE, Brasil.
30. Arq Bras Neurocir 32(3): 149-55, 2013
Introdução
Resultados
O hematoma extradural localizado na fossa posterior tem incidência de 4% a 7% dos casos de hematoma
extradural.1 A principal causa é o traumatismo craniano. Encontra-se associado a traço de fratura linear no
osso occipital e ocorre por lesão do seio transverso ou
sigmóideo.2-6
O hematoma extradural da fossa posterior (HEDFP)
classifica-se em puro e misto. HEDFP misto são aqueles
em que há expansão para a região supratentorial.5,7-9 Sua
incidência não é conhecida. Tomografia computadorizada (TC) tem sido o exame de eleição, e seu tratamento
inicial é cirúrgico e com resultado excelente.
Os autores apresentam sua experiência em 14 casos de HEDFP de apresentação mista e são discutidos
causas, achados clínicos e neuroimagens, tratamento e
prognóstico.
Foram estudados 14 pacientes, sendo 12 do gênero
masculino e dois do feminino. A média das idades foi de
26,2 anos, variando entre 19 e 44 anos. Acidente de trânsito foi a principal causa (com nove casos), queda acidental
(três casos), agressão física (um caso) e desconhecido (um
caso). O escore na escala de coma de Glasgow variou entre
8 e 14. Cefaleia e vômitos foram os principais achados
clínicos. Exame de RX simples de crânio demonstrou
traço de fratura em 80% (8/10) dos casos. Tomografia de
crânio foi realizada em todos os pacientes (Figuras 1 a 5)
e ressonância magnética (RM) em um caso (Figura 6).
Cirurgia foi realizada em 12 e tratamento conservador
em dois. Dois pacientes foram a óbito.
Discussão
O HEDFP é menos frequente que na região supratentorial. Alguns autores classificam o HEDFP em puro
e misto. Puros são aqueles confinados apenas na fossa
posterior e mistos quando o hematoma apresenta extensão para região supratentorial.5,7-9 O HEDFP misto é
raro.4,6,10 Mori et al.11 relataram que o HEDFP em adulto
pode se estender para a região supratentorial e que na
infância tem tendência a ser confinado apenas na fossa
posterior. Asanin12 relatou que, quando o HEDFP é maior
do que 30 ml, ele dissemina para o espaço supratentorial.
Em nosso trabalho, não foi possível estabelecer sua incidência, tendo em vista que foram selecionados apenas
casos isolados de HEDFP misto coletados pelos autores.
Pacientes e métodos
O presente trabalho foi retrospectivo, descritivo e
observacional. Foram estudados 14 casos de hematoma
extradural da fossa posterior de apresentação mista, no
serviço de neurocirurgia do HUSE (Aracaju, Sergipe),
durante o período entre janeiro de 2008 e dezembro de
2012. Foram analisados quanto a gênero, idade, causas,
apresentação clínica, aspectos tomográficos, tratamento
e prognóstico.
A
B
Figura 1 – Tomografia computadorizada do crânio, reformatações nos planos coronal (A) e sagital (B). Coleção laminar biconvexa extraaxial posterior à esquerda, com extensões supra e infratentorial, hiperatenuante e homogênea, compatível com hematoma
extradural agudo, de localização mista.
150
Hematoma extradural supra e infratentorial
Pereira CU et al.
31. Arq Bras Neurocir 32(3): 149-55, 2013
A
B
D
F
C
E
G
Figura 2 – TC do crânio em cortes no plano transversal (A, B e C), com reformatações nos planos sagital (D) e coronal (E). Coleção biconvexa
extra-axial posterior à esquerda, com extensões supra e infratentorial, hiperatenuante e heterogênea, compatível com hematoma extradural
subagudo, de localização mista. Em A e B, observa-se colapso do IV ventrículo e das cisternas na fossa posterior.
TC do crânio pós-operatória em cortes transversal (F) e sagital (G).
Status pós-craniectomia occipital, com hematoma residual na região infratentorial.
Hematoma extradural supra e infratentorial
Pereira CU et al.
151
32. Arq Bras Neurocir 32(3): 149-55, 2013
A
B
C
D
Figura 3 – TC do crânio em cortes no plano transversal (A e B), com reformatações nos planos sagital (C) e coronal (E). Coleção biconvexa
extra-axial posterior à esquerda, com extensões supra e infratentorial, hiperatenuante e heterogênea, compatível com hematoma extradural
subagudo, de localização mista. Em A e B, observa-se colapso do IV ventrículo e das cisternas na fossa posterior, herniação transtentorial
ascendente, além de leve hidrocefalia supratentorial. Em B, nota-se pequeno foco de contusão hemorrágica no lobo frontal esquerdo.
A
B
C
D
Figura 4 – TC do crânio no plano transversal (A-D). Coleção biconvexa extra-axial posterior à esquerda, com extensões supra e
infratentorial, hiperatenuante e heterogênea, compatível com hematoma extradural subagudo, de localização mista. Na figura C, observa-se
também hematoma intraparenquimatoso no lobo frontal direito. Na figura D, nota-se coleção laminar subdural bifrontal.
152
Hematoma extradural supra e infratentorial
Pereira CU et al.