PESQUISA RESGATA O USO DE HORTALIÇAS NÃO CONVENCIONAIS NA CULINÁRIA MINEIRA.
Taioba, ora-pro-nóbis, azedinha, inhame, batata-doce e
várias outras hortaliças tradicionais que eram encontradas
nos quintais das casas, mas que perderam espaço
na culinária são destacadas em projetos da EPAMIG.
EPAMIG estimula produção de mudas de cana-de-açúcar para alimentação bovina
1. Projetos Página 3
EPAMIG estimula a multiplicação de mudas
de cana-de-açúcar para a alimentação
bovina. Em 2014, produtores da região
Centro-Oeste terão acesso a essas mudas de
qualidade.
Novo Presidente Página 6
Marcelo Lana Franco assumiu no mês de
março a presidência da EPAMIG. Solenidade
de posse, em abril, contou com presença de
funcionários, representantes do Governo e
convidados.
Publicações Página 2
Saiba mais sobre tecnologias de produção
sustentável da batata e sobre a ferramenta
de administração rural, ISA, que tem o
objetivo de auxiliar o produtor na gestão de
sua propriedade.
Minas Láctea Página 7
Maior evento de difusão de tecnologias
do setor laticinista agora é Minas Láctea.
Confira a programação do evento, que será
realizado de 16 a 18 de julho, no Expominas
em Juiz de Fora.
Eventos Página 7
Dias de campo no Sul de Minas abordam
cultura da oliveira, em Maria da Fé, e grãos
como arroz, feijão e soja, em Lambari. Em
Pitangui, no Centro-Oeste de Minas, o tema
foi a silagem do milho.
Informativo Trimestral da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais • Ano 13 • N° 161 • Abril de 2013
Projetos de pesquisas estimulam o resgate e o uso culinário de hortaliças tradicionais como inhame,
ora-pro-nóbis e taioba, que há alguns anos eram encontradas em quintais e hortas caseiras.
Em mercados e feiras de Belo Horizonte e algumas regiões de Minas Gerais é possível
encontrar algumas dessas plantas. Páginas 4 e 5
HORTALIÇAS NÃO CONVENCIONAIS
2. 2 EPAMIG NOTÍCIAS ABRIL 2013
EDITORIAL
EXPEDIENTE
PUBLICAÇÕES
No dia 4 de abril de 2013 Marcelo Lana tomou posse
do cargo de presidente da EPAMIG. Nesta edição do
EPAMIG Notícias destacamos o perfil do novo presidente
da EPAMIG (ao lado) e trecho do seu discurso de posse,
a seguir:
Senhoras e Senhores, profissionais da EPAMIG, sinto
grande alegria em assumir a presidência da Empresa
de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais. Admiro a
importância desta Empresa para a qualidade de vida
da sociedade mineira e para o desenvolvimento do
Brasil. Agradeço a confiança em mim depositada pelo
Governador Antonio Anastasia ao fazer o convite para
liderar a EPAMIG.
Ao aceitar o convite, reafirmo minha dedicação ao
Sistema da Agricultura sob a competente liderança
do Secretário Elmiro Nascimento, que tem inserido a
agropecuária mineira na agenda internacional. Com
as coirmãs Emater–MG, IMA e Ruralminas, buscamos
soluçõeseficazesparaosprodutoresruraiseagricultores
familiares do Estado.
Sei que é grande o desafio que tenho pela frente.
Minha carreira profissional, como gestor na Secretaria da
Agricultura, no Servas e na Emater–MG, contribuiu para
essa oportunidade se consumar. Sempre tive como ponto
de partida a convicção na força e no poder do trabalho
em parceria. Portanto, avançaremos junto com os
profissionais da Empresa, contando com a participação
destes na gestão.
Avançaremos no apoio às políticas públicas do
Governo de Minas e suas Secretarias, do Governo
Federal, dos Ministérios, das Universidades, da Embrapa,
do Consepa, da Fapemig, do CNPq e da Petrobras,
dentre outros grandes parceiros. Enfim, avançaremos
nas parcerias com as instituições públicas e privadas,
nacionais e de outros países, dedicadas à pesquisa,
desenvolvimento, inovação, transferência de tecnologia
e ensino.
Assumo o compromisso de buscar o contínuo
crescimento da Empresa. É momento de fortalecer o
espaçoinstitucionalepolíticodaEPAMIG,deincrementar
a sua representatividade. Nessa diretriz, fui eleito, no dia
dois de abril, vice-presidente do Conselho Nacional dos
Sistemas Estaduais de Pesquisa Agropecuária – Consepa.
E, na oportunidade, percebi que nossa EPAMIG dispõe
do reconhecimento e da admiração das suas similares. O
Consepa é fundamental na defesa dos nossos interesses
em nível nacional; é crucial para maior sinergia entre as
pesquisas desenvolvidas nos diversos estados, e para a
elaboração de um plano conjunto de prioridades, a fim
de nortear as iniciativas das Empresas de Pesquisa.
Nesse sentido, é importante nos mantermos
alinhados às diretrizes que emanam do Governo de
Minas, principalmente a articulação em rede para
maior proximidade entre todas as secretarias, os órgãos
do Estado e a sociedade civil organizada. Essa é uma
importante diretriz defendida pelo Governador Antonio
Anastasia, com resultados concretos para a melhoria da
qualidade de vida da sociedade mineira.
A prosperidade do presente e o nosso futuro
dependemdapesquisa,dodesenvolvimento,dainovação
e da transferência de tecnologia! E temos o orgulho desse
ser o trabalho da EPAMIG!
Marcelo Lana Franco
Presidente da EPAMIG
Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais - Av. José Cândido da Silveira, 1647 - Bairro União - 31170-495 - Belo Horizonte
- MG Presidente: Marcelo Lana Franco Vice-Presidente: Mendherson Souza Lima Diretor de Operações Técnicas: Plínio César Soares
Diretora de Administração e Finanças: Aline Silva Barbosa de Castro Jornalista Responsável: Rose de Oliveira - Reg. MTb: MG 05.728 JP
Redação: Rose de Oliveira, Mariana Penaforte de Assis, Samantha Mapa, Ana Cristina Ajub Colaboração: Vânia Lacerda
Fotografias: Divulgação EPAMIG Editoração: Eurimar Cunha, Fernanda Yamamoto (estagiária) Tiragem: 2.500 exemplares
Contatos: (31) 3489-5022 - comunicacao@epamig.br
flickr/fotos/epamigtwitter.com/epamigfacebook.com/epamig
w w w . e p a m i g . b r
Acompanhe a EPAMIG nas redes sociais
Mais informações: Divisão de Gestão e Comercialização - (31) 3489-5002 - www.informeagropecuario.com.br
MarceloLanaFrancofoinomeadopresidentedaEPAMIG
no último dia 22 de março e no dia 4 de abril tomou posse
emsolenidadeoficialrealizadanaSededaEmpresaemBelo
Horizonte (ver matéria na página 6). Em reunião realizada
em Brasília, no dia 2 de abril, foi eleito 1º vice-presidente
EPAMIG TEM NOVO PRESIDENTE
do Conselho Nacional dos Sistemas Estaduais de Pesquisa
Agropecuária (Consepa).
Graduado em Direito e Administração de Empresas,
Marcelo Lana, exerceu os cargos de presidente da Empresa
de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas
Gerais (Emater-MG) e diretor da Associação Brasileira de
EntidadesEstaduaisdeAssistênciaTécnicaeExtensãoRural
(Asbraer) para a Região Sudeste. Atuou como coordenador
do Programa VitaVida do Servas, como membro do Con-
sea/MG e do Comusan. Foi também diretor da Associação
Comercial da CeasaMinas; membro do Conselho Fiscal do
BDMG e do Conselho Administrativo da MGI Participações
S/A; juiz classista do TRT/MG; juiz arbitral da Caminas (Fe-
deraminas) e da Camarb (Fiemg); diretor de Política Agrí-
cola; diretor de Logística e Gestão na Secretaria de Estado
de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais.
Foi condecorado com a Medalha do TRT/MG, Grau Ofi-
cial; e com a Comenda Mário Behring da Grande Loja Maçô-
nica de Minas Gerais. Integrou a Missão Técnica da Asbraer
àItália(emfevereirode2013),comafinalidadedeconhecer
asboaspráticasagropecuáriasdaquelepaís,asexperiências
bem-sucedidas de identificação geográfica e registro da ori-
gem dos produtos, como concessão de selos e certificados
que agregam valor para comercialização.
A edição da revista Informe Agropecuário sobre Ade-
quação socioeconômica e ambiental de propriedades ru-
rais aborda o tema sob a perspectiva de uma ferramenta de
administração rural, denominada ISA, que tem o objetivo
de auxiliar o produtor na gestão de sua propriedade de for-
ma sustentável, priorizando aspectos econômicos, sociais e
ambientais.
A produtividade na agropecuária está cada vez mais
atrelada à utilização de tecnologias e ao conhecimento e
também à boa gestão da atividade. Nessa edição são apre-
sentados também temas relacionados à gestão territorial,
aos programas de pagamento por serviços ambientais, às
técnicas para conservação do solo e da água, restauração
Minas Gerais é o maior produtor nacional de batatas,
com área colhida de 41 mil hectares e produção de 1,2 mi-
lhão de toneladas. Grande parte da produção está concen-
trada nas regiões Sul de Minas, Triângulo e Alto Paranaíba.
Com o tema Batata: tecnologias e sustentabilidade da pro-
dução a revista Informe Agropecuário visa o crescimento
desta cultura em todo o estado.
No Brasil tem-se observado nas últimas décadas gran-
de transformação na bataticultura, passando do cultivo
tradicional, em regiões de altitude elevada para o cultivo
mecanizado, sobretudo no Cerrado. O uso de tecnologias
e maior organização da produção contribuem para este
crescimento.
Nessa edição do Informe Agropecuário são abordados
florestal, sistemas agroflorestais e exemplos concretos de
políticas e programas em execução.
assuntos como produção de batata-semente, adaptações
a alterações climáticas, cultivares, controle de pragas e
doenças, manejo pós-colheita e processamento da batata
no Brasil.
ADEQUAÇÃO DE PROPRIEDADES RURAIS
CULTIVO SUSTENTÁVEL DA BATATA
3. 00ABRIL 2013 EPAMIG NOTÍCIAS 3
Viabilizar aos produtores de leite da região Cen-
tro-Oeste mudas de cana-de-açúcar com qualidade
para alimentação bovina. Este é objetivo da parceria,
firmada entre a EPAMIG, Emater-MG, Cooperativa Re-
gional de Produtores Rurais de Sete Lagoas (Cooper-
sete), Sindicato Rural de Sete Lagoas e Sicoob Cre-
disete, que visa a formação de viveiro primário de
mudas de cana-de-açúcar para multiplicação.
De acordo com o pesquisador da EPAMIG Geraldo
Macedo, cinco variedades de cana estão sob testes na
Fazenda Experimental Santa Rita, em Prudente de
Morais. Elas foram indicadas pela Universidade Fede-
ral de Viçosa (UFV) e pelo Instituto Agronômico de
Campinas (IAC). “São variedades produzidas para o
setor sucroalcooleiro, sendo que algumas delas apre-
sentam baixo teor de fibras, característica interessan-
te para alimentação bovina”, explica.
Seis produtores de leite cooperados da Cooper-
Com o objetivo de reafirmar acordo de cooperação
técnica voltado para o fortalecimento de projetos para
a cafeicultura familiar no Brasil, o diretor de Operações
Técnicas da EPAMIG, Plínio Soares, recebeu represen-
tantes da Fundação Hanns R. Neumann Stiftung no dia
19 de março, na sede da Empresa, em Belo Horizonte.
Instalada no Brasil desde 2009, a Associação Hanns R.
Neumann Stiftung do Brasil é uma filial da Fundação
Hanns R. Neumann com sede em Hamburgo, Alemanha,
que é o braço social do Neumann Kaffee Gruppe, líder
mundial em comercialização de café.
De acordo com Plínio, desde 2007 a EPAMIG atua em
parceria com a Fundação em projetos de cafeicultura
sustentável no Sul de Minas. “Diversos projetos foram
desenvolvidos em conjunto com a Fundação, como estu-
dos de apontamentos de mudanças climáticas no cafeei-
ro, estudos de qualidade do café, boas práticas agrícolas,
beneficiamento e comercialização”, explica.
O objetivo da reunião foi discutir parcerias futuras
nessa área. Para o gerente-geral da Fundação Hanns R.
Neumann Stiftung, Michael Opitz, é necessário estreitar
as relações com a EPAMIG e com as demais instituições
de ensino, pesquisa e extensão para ampliação de proje-
tos e serviços voltados ao fortalecimento da cafeicultura
familiar em Santo Antônio do Amparo e região.
Segundo o diretor-geral da Associação Hanns Neu-
mann do Brasil, Elio Cruz de Brito, a expectativa é reno-
var o convênio com a EPAMIG para ampliação de algu-
mas ações. “Atualmente, os projetos contemplam mais
de 1600 cafeicultores familiares em seis municípios do
entorno de Santo Antônio do Amparo. A meta é apoiar
quatro mil cafeicultores em 17 municípios no novo pro-
jeto em parceria com o Banco Interamericano de Desen-
volvimento (BID), parceiros privados e parceiros locais”.
A EPAMIG realizou nos dias 19 e 20 de fevereiro
encontros técnicos sobre piscicultura nos municípios
de Morada Nova de Minas e Felixlândia. Durante os en-
contros foram apresentados a piscicultores, pescadores,
técnicos e representantes de instituições de classe os re-
sultados do projeto “Ordenamento e monitoramento de
áreas aquícolas do Reservatório de Três Marias”.
Os pesquisadores da EPAMIG Elizabeth Lomelino
e Vicente Gontijo apresentaram estudos de análises de
águas em regiões com maior concentração de piscicul-
turas (unidades produtivas) e as questões ligadas à pro-
dução de tilápias em tanques-rede na região. Segundo
os pesquisadores, as análises apontaram três catego-
rias de áreas aquícolas no reservatório: áreas onde há
grande renovação da água, por efeito de correntes, com
qualidade da água adequada; áreas onde não há grande
renovação de água, mas a movimentação superficial, as-
sociada às condições geográficas do local, possibilita a
manutenção da qualidade da água; e áreas onde há bar-
ramentos ou estão em pontos pequenos e estreitos do
reservatório, que devem ser evitadas para implantação
de médios ou grandes projetos de piscicultura.
De acordo com a pesquisadora Elizabeth alguns pis-
cicultores instalaram unidades produtivas em áreas de
deprecionamento da represa. “Aconselhamos a mudan-
ça do local dessas unidades no período da seca. O mais
adequado seria evitar projetos de pisciculturas nessas
áreas”, disse. “De maneira geral a qualidade da água no
reservatório de Três Marias é boa”, aponta Vicente Gon-
tijo. Atualmente, são realizadas nas pisciculturas apenas
medição de temperatura. O pesquisador alerta aos pro-
dutores à importância do monitoramento: “A má quali-
dade da água pode afetar a imunidade do peixe, predis-
pondo-os a doenças e fungos. Portanto, os produtores
não devem deixar de monitorar suas unidades”, enfatiza.
Ordenamento e monitoramento da água em Minas
Esse estudo é parte do projeto de Ordenamento da
implantação e desenvolvimento da piscicultura inten-
siva nos Reservatórios de Três Marias, Furnas e Nova
Ponte, financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa
do Estado de Minas Gerais (Fapemig). A partir de 2011
os pesquisadores da EPAMIG realizaram levantamento
do número de unidades produtivas visitas técnicas às
pisciculturas e entrevistas com técnicos da Emater-MG
e com os piscicultores da região para coleta de dados
dos municípios do entorno dos três reservatórios. Fo-
ram contabilizadas 67 pisciculturas na região do reser-
vatório de Três Marias com produção anual estimada
em 4.572 toneladas.
PROJETOS
EPAMIG ESTIMULA
PISCICULTURA NA REGIÃO DO
RESERVATÓRIO DE TRÊS MARIAS
PARCERIA FORTALECE CAFEICULTURA FAMILIAR
PARCERIA INCENTIVA PRODUÇÃO DE MUDAS
DE QUALIDADE PARA ALIMENTAÇÃO BOVINA
De acordo com o Macedo, para obter se boa produtividade de um cana-
vial, recomenda-se que o produtor adote alguns procedimentos:
• Plante mudas de qualidade, com até 12 meses de idade;
• Procure orientação, durante implantação do canavial, quanto às va-
riedades mais apropriadas para a região em que será feito o plantio;
• Faça correção do solo, se necessário, adubação equilibrada e con-
trole as plantas invasoras, pois estas podem interferir em até 80% da
produção;
• Mantenha adubação de manutenção – reponha os nutrientes que o
canavial retira do solo.
Para o pesquisador, é importante que o produtor conduza o canavial por
seis anos (cultura semiperene). “Nesse ciclo de vida o canavial permi-
tirá cinco cortes”, afirma. O custo de produção anual de um canavial,
seguindo as recomendações acima citadas, é estimado em R$ 2.500 por
hectare.
Canavial mais produtivo
sete, dos municípios de Cachoeira da Prata, Inhaúma,
Esmeraldas, Funilândia e Sete Lagoas, foram selecio-
nados como viveiristas multiplicadores. Em março
deste ano eles receberam as mudas melhoradas e ini-
ciaram a produção. De acordo com Macedo, 50% das
mudas multiplicadas serão vendidas em 2014 a preço
de custo aos produtores cooperados e o restante será
comercializado aos demais interessados. “A EPAMIG
disponibiliza a tecnologia e possibilita que os pró-
prios produtores se organizem, juntamente com as
instituições de classe”, explica o pesquisador.
A fazenda dos produtores de leite Maurílio, Mozart
e Mardânio, os irmãos Vaz de Melo, foi uma das se-
lecionadas para multiplicação das mudas, devido ao
potencial técnico da propriedade. “A intenção é intro-
duzir variedades com mais qualidade para alimenta-
ção do gado leiteiro em toda a região”, disse Maurílio
Vaz de Melo.
Terreiro de café em propriedade rural de Santo Antônio do Amparo
4. 4 EPAMIG NOTÍCIAS ABRIL 2013
Taioba, ora-pro-nóbis, azedinha, inhame, batata-doce e
váriasoutrashortaliçastradicionaisqueeramencontradas
nos quintais das casas, mas que perderam espaço
na culinária são destacadas em projetos da EPAMIG.
PESQUISA RESGATA O
USO DE HORTALIÇAS
NÃO CONVENCIONAIS
NA CULINÁRIA MINEIRA
PESQUISA RESGATA O
USO DE HORTALIÇAS
NÃO CONVENCIONAIS
NA CULINÁRIA MINEIRA
A
s hortaliças não convencionais são
aquelas presentes em determinadas
localidades ou regiões, que compõem
pratos regionais. Alguns pratos típi-
cos em Minas Gerais, preparados com
essas hortaliças, como frango com ora-pro-nóbis,
taioba refogada e doce de batata-doce são de pre-
paro simples e alto valor nutricional. Entretanto,
com uma mudança de comportamento alimentar,
essas plantas passaram a ter expressões econô-
micas e sociais reduzidas e perderam espaço para
outras hortaliças.
Com o objetivo de promover o resgate do cul-
tivo dessas hortaliças e o uso na culinária atual a
EPAMIG e a Emater-MG, estão conduzindo pes-
quisas e transferência de tecnologias nessa área.
Atualmente, é desenvolvido o projeto “Avaliação
de sistemas orgânicos no cultivo de hortaliças
não convencionais”, com recursos da Fundação
de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais
(Fapemig), na Fazenda Experimental Santa Rita,
em Prudente de Morais, região Centro-Oeste de
Minas Gerais. De acordo com a coordenadora do projeto,
que é pesquisadora da EPAMIG, Marinalva Woods Pedro-
sa, o objetivo é avaliar o sistema orgânico de cultivo das
hortaliças azedinha, taioba e ora-pro-nóbis, visando à
produção de tecnologias para essas espécies. “Essas es-
pécies já são cultivadas na região, são de fácil cultivo e
ricas em nutrientes”, explica.
Segundo a pesquisadora, a EPAMIG tem desenvol-
vido pesquisas com a proposta de incentivar a produ-
ção dessas hortaliças através de práticas produtivas
ecologicamente mais equilibradas e que contribuam
para promoção da sustentabilidade social, ambiental
e econômica. “A partir desse trabalho foram instalados
26 bancos de hortaliças não convencionais em diversas
comunidades do estado, sendo que dois desses bancos
estão em Fazendas Experimentais da EPAMIG, em São
João del-Rei e Prudente de Morais”, afirma. O Progra-
ma “Bancos Comunitários de Multiplicação e Conser-
vação de Hortaliças Não Convencionais” visa o resgate
de diversas dessas espécies e também a multiplicação
delas. Este trabalho é desenvolvido por EPAMIG, Minis-
tério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa),
Embrapa, Universidade Federal de Viçosa (UFV),
Emater-MG e prefeituras municipais.
Para a chef de cozinha do restaurante Gôndola,
de Sete Lagoas, Maria Alves, essas espécies há mui-
tos anos fazem parte do cardápio do restaurante.
“Diariamente, enfeitamos pratos típicos com flores
da capuchinha. As flores apresentam sabor picante
e dão um toque todo especial às receitas”. Maria,
que há mais de 10 anos coordena a cozinha do Gôn-
dola, conta que lá recebem clientes estrangeiros
que querem conhecer receitas da região. “Prepara-
mos pratos sofisticados com essas hortaliças, como
risotos com ora-pro-nóbis, suflê de taioba, pesto de
azedinha, dentre outras receitas”.
O produtor Argentino Faria é um dos mais de
30 produtores rurais da Associação de Produtores
Urbanos de Hortaliças de Sete Lagoas. Ele afirma
que essas hortaliças são fontes de diversificação
de renda. “Produzo azedinha, taioba e ora-pro-
-nóbis. Já vendi um pouco de tudo e também sou
consumidor dessas verduras”, conta. O produtor
mantém cultivo orgânico de suas hortaliças.
5. 00ABRIL 2013 EPAMIG NOTÍCIAS 5
Mercado das hortaliças
Em Belo Horizonte, essas hortaliças tradicionais po-
dem ser encontradas em mercados e feiras em diversas
regiões da cidade. Na região Centro-Sul, o Mercado Cen-
tral e o Mercado Novo oferecem em varejo e atacado
essas folhosas. Já a Feira dos Produtores atende os con-
sumidores da região Nordeste da Capital. Rita Silva Los-
quiano (foto), frequentadora assídua da Feira, conta que
essas hortaliças compõem as refeições em sua residência.
“Na minha casa consumimos taioba refogada e salada de
várias outras hortaliças tradicionais. Na minha infância
tínhamos essas plantas no quintal de casa. Hoje moro em
apartamento e não cultivo essas folhosas, mas as adquiro
no mercado”, disse. Sebastião Parreiras da Silva, feirante
desde 1981, disse atender donas de casas e também res-
taurantes em sua banca na Feira dos Produtores.
Pesquisas em hortaliças
Na Fazenda Experimental Santa Rita da EPAMIG,
em Prudente de Morais, há um banco de germoplas-
ma de hortaliças não convencionais. São produzidas
mudas e sementes de hortaliças de diferentes espé-
cies, como: araruta, azedinha, almeirão-de-árvore,
cará-do-ar, cansanção, feijão mangalô, jacatupé,
mangarito, ora-pro-nóbis, peixinho, vinagreira, den-
tre outras.
Conheça algumas receitas com essas plantas
na cartilha “Hortaliças não convencionais: sa-
beres e sabores”. Download gratuito no site
www.epamig.br, no menu Publicações/
Publicações Disponíveis/Cartilhas.
Como cultivar sua própria horta
Consumir hortaliças frescas, colhidas em casa, pode parecer algo viável apenas para quem tem muito espaço,
mas confira como é possível montar um canteiro na varanda ou no jardim de sua residência. Quem não tem um pe-
queno canteiro no jardim pode optar por vasos, jardineiras ou hortas verticais. A pesquisadora Marinalva Pedrosa
explica como cultivar a hortaliça azedinha e ter uma alimentação mais saudável.
Essa planta é também conhecida, pelo sabor característico, como azedeira ou azedinha-da-horta. Suas folhas
são consumidas in natura na forma de saladas, mas podem ser utilizadas na composição de ensopados e recheios.
Azedinha Confira as orientações: 1) A planta deve ficar exposta ao sol pelo me-
nos uma parte do dia; 3) O plantio em canteiros é feito por meio de mudas provenientes
da divisão de touceiras. Elas atingem cerca de 20 cm de altura; 4) Plantar em espaçamen-
to de 25 cm entre plantas; 5) Para o plantio, incorporar ao solo esterco de gado; 6) Mo-
lhar dia sim, dia não. Nos períodos mais quentes molhar todos os dias sem encharcar o solo;
Colheita: 50 a 60 dias após o plantio quando as folhas atingem de 10 a 20 cm de comprimento.
Rita Losquiano relembra
a infância: “Tínhamos essas
hortaliças tradicionais no fundo
do quintal das nossas casas”.
6. 6 EPAMIG NOTÍCIAS ABRIL 2013
FORTALECIMENTO DA PESQUISA AGROPECUÁRIA POR
MEIO DO AVANÇO NAS PARCERIAS INSTITUCIONAIS
Em solenidade realizada no dia 4 de abril, na sede
da EPAMIG em Belo Horizonte, Marcelo Lana Franco
tomou posse como presidente da Empresa. O evento
contou com presença dos dirigentes e funcionários da
Empresa, de representantes dos governos federal, esta-
dual e de diversos municípios mineiros e de entidades
do sistema da agropecuária. Marcelo Lana afirmou es-
tar ciente da importância da EPAMIG para o fortaleci-
mento da agropecuária nacional.
Segundo o novo presidente, será importante o apoio
do corpo funcional da Empresa para atingir o objetivo
de crescer dentro das diretrizes propostas pelo gover-
no de Minas: “Avançaremos junto com os profissionais
da Empresa, contando com a participação de todos nes-
ta gestão; também avançaremos no apoio às políticas
públicas do governo de Minas e suas secretarias, do
governo federal, dos ministérios, das universidades, da
Embrapa, do Conselho Nacional dos Sistemas Estaduais
de Pesquisa Agropecuária (Consepa), da Fundação de
Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fape-
mig), do CNPq e da Petrobras, dentre outros grandes
parceiros. Enfim, avançaremos nas parcerias com as
instituições públicas e privadas, nacionais e de outros
países”, afirmou.
O secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e
Abastecimento de Minas Gerais, Elmiro Nascimento,
enalteceu a escolha de Marcelo Lana. “Esta Empresa é
modelo não só em Minas, mas em todo o Brasil e preci-
sa de representantes que tenham como características
dinamismo, garra, eficiência e dedicação, como Marce-
lo Lana, para conduzi-la a seu lugar de direito”. Elmiro
Nascimento falou sobre a importância do trabalho inte-
grado do sistema operacional da agricultura em Minas,
reunindo EPAMIG, Emater-MG, Ruralminas e IMA.
Representante do Ministério do Desenvolvimento
Agrário (MDA), o secretário substituto de Agricultura
Familiar, Argileu Martins da Silva, salientou que há uma
expectativa positiva sobre a chegada de Marcelo Lana
à EPAMIG: “Conte com o Ministério e com a Secretaria
para que a EPAMIG não apenas produza o conhecimen-
to, mas o transforme em tecnologias para o campo”,
afirmou Argileu.
O secretário de Agricultura, Pecuária
e Abastecimento de Minas Gerais, Elmi-
ro Nascimento, e o diretor-executivo da
Organização Internacional do Café (OIC),
Robério Silva (foto), participaram do 17º
Simpósio de Cafeicultura de Montanha,
em Manhuaçu, e destacaram a presença
de Minas Gerais como maior produtora do
Brasil, com estimativa de colheita de 25
milhões de sacas este ano - 51,4% da safra
nacional.
O simpósio, realizado entre os dias 20
e 22 de março, reuniu cerca de 1,2 mil ca-
feicultores da região das matas de Minas
para discutir a valorização do grão como
estímulo para a exportação. O secretário
Elmiro Nascimento ressaltou a realização
da Semana Internacional do Café, de 9 a
13 de setembro, em Belo Horizonte, que
irá sediar a reunião de 50 anos da OIC e a
8ª. edição do Espaço Café Brasil, a maior
feira da América Latina ligada ao segmen-
to. A OIC representa 97% do café comercializado no
mundo e 85% do grão importado, segundo o dire-
tor-executivo, Robério Silva, realizar a reunião dos
50 anos da organização em Minas Gerais indica qual
a posição do Brasil no mercado e as perspectivas de
futuro.
Tecnologias para a cafeicultura
Durante o Simpósio, pesquisadores da EPAMIG
Zona da Mata apresentaram quatro minicursos e
atenderam o público para difundir os resultados dos
projetos de pesquisa sobre cafeicultura, além das
publicações mais recentes sobre o tema.
O pesquisador Williams Ferreira falou sobre “Cli-
ma e cafeicultura”; Sérgio Donzeles abordou o “Uso
e tipos de secadores mecânicos para obtenção de
café de qualidade”; Marcelo de Freitas Ribeiro apre-
sentou o tema “Boas práticas agrícolas para café de
montanha”; e Sammy Fernandes Soares apresentou
o sistema de reutilização e aproveitamento da água
residuária do café. Cada palestra contou com a parti-
cipação de cerca de 60 pessoas.
SEAPA PRETENDE DIVULGAR QUALIDADE DO CAFÉ DE MINAS PARA O MUNDO
Durante solenidade de posse, o Secretário-adjunto da Seapa Paulo Romano, Marcelo Lana, Secretário de Governo Danilo de Castro e Secretário Elmiro Nascimento
7. 00ABRIL 2013 EPAMIG NOTÍCIAS 7
EVENTOS
Tecnologias para produção de milho, soja, arroz
e feijão foram apresentadas durante dia de campo
“Grandes Culturas”, realizado dia 8 de abril, na Fazenda
Experimental da EPAMIG em Lambari (Sul de Minas).
Segundo o pesquisador da EPAMIG Fábio Aurélio Dias
Martins, o objetivo foi incentivar o plantio de semen-
tes mais adaptadas à região, além de mostrar novas
alternativas para a cultura da soja. “Nas últimas safras
houve um aumento do cultivo de grãos no Sul de Minas.
Estamos desenvolvendo estudos de rotação de cultu-
ras, como arroz de ciclo precoce em sucessão à cultura
da soja, dentre outras”, explicou.
O diretor de Operações Técnicas e pesquisador
da EPAMIG, Plínio Soares, apresentou as cultivares
BRSMG Rubelita (várzea) e BRSMG Caçula (terras altas)
como opção de plantio de arroz. Essas cultivares são
resultantes de vários anos de pesquisas do Programa
de Melhoramento Genético do Arroz, conduzido pela
EPAMIG, Universidade Federal de Lavras (UFLA) e
Embrapa Arroz e Feijão.
A pesquisadora da EPAMIG Ana Cristina Juházs
apresentou pesquisas da “Soja de Minas”, realizadas
através do Programa de Melhoramento Genético da
Soja para Alimentação Humana, desenvolvido pela
EPAMIG juntamente com Embrapa e Fundação Tri-
ângulo. As cultivares BRSMG 790A (Fit soy - amare-
la) e BRSMG 800A (Nutri Soy - marrom) são sojas
especiais para alimentação humana, com sabor mais
suave, semente de maior tamanho e elevado teor de
proteína.
A EPAMIG definiu, no mês de março, importantes
mudanças no principal evento de difusão de tecnologias
no setor laticinista da América Latina, realizado
anualmente em Juiz de Fora. O MINAS LÁCTEA vai
reunir os tradicionais eventos: EXPOMAQ - Exposição de
Máquinas, Equipamentos, Embalagens e Insumos para a
Indústria Laticinista; EXPOLAC - Exposição de Produtos
Lácteos; e Concurso Nacional de Produtos Lácteos.
O MINAS LÁCTEA 2013 será realizado de 16 a 18
de julho, no Expominas, em Juiz de Fora. A expectativa
é que cerca de 130 empresas nacionais e estrangeiras
participem da 41ª EXPOMAQ apresentando novidades
em maquinários, embalagens e insumos para a indústria
de laticínios. Na EXPOLAC, o público poderá conferir a
tecnologia empregada pela indústria durante o processo
produtivo. Nesse espaço, destinado à degustação
tecnológica, serão apresentados produtos lácteos já
conhecidos do consumidor. O 40º Concurso Nacional de
ProdutosLácteoscontarácomparticipaçãodeindústrias
de diversos estados do Brasil, apresentando produtos
A EPAMIG realizou em 6 de março, na Fazenda
Experimental de Pitangui (FEPI), dia de campo sobre
produçãodesilagemdemilho.Osparticipantesobtiveram
informações sobre silagens de boa qualidade e alta
produtividade. Pesquisadores da EPAMIG apresentaram
tecnologias para implantação da cultura do milho como a
escolha da cultivar adequada, plantio e práticas culturais,
manejo da fertilidade do solo e nutrição do milho para
alto desempenho, ponto ideal de colheita, mecanização,
vedação e manejo do silo.
para concorrerem nas categorias: Queijo Prato, Gouda,
Provolone, Parmesão, Reino, Minas padrão, Requeijão
Cremoso, Doce de Leite Pastoso, Gorgonzola, Manteiga
de primeira qualidade e Destaque Especial (qualquer
produto lácteo - queijo, doce, que tenha pelo menos uma
característica inovadora ou funcionalidade).
Novidades
O circuito de palestras Lac’Idea será uma das
novidades do MINAS LÁCTEA 2013. O novo canal para
a difusão de tecnologias sobre insumos, equipamentos
e técnicas para a produção de lácteos será realizado de
forma bienal e alternada com as palestras científicas
(Congresso Nacional de Laticínios), promovidas pelo
Instituto de Laticínios Cândido Tostes (ILCT), que foram
realizadas em 2012 e retornarão à programação em
2014.
Outra novidade do MINAS LÁCTEA 2013 será
a presença da miniusina de laticínios da EPAMIG,
a Via Láctea, que integrará pela primeira vez a
programação do evento. Na miniusina o público tem
acesso à tecnologia de fabricação de produtos lácteos
desenvolvida pela EPAMIG. A Via Láctea reproduz para
o público o funcionamento de uma indústria de lácteos,
desde a análise da matéria-prima até a distribuição do
produto.
Implantado em 2012, o projeto “Fino Paladar”, estará
presente nesta edição do MINAS LÁCTEA. Neste espaço
o público pode experimentar produtos que utilizam
tecnologias em implementos, embalagens e insumos
desenvolvidas pelas empresas expositoras e esclarecer
dúvidas sobre as características dos produtos expostos.
Cursos de Formação Básica Profissional
O Instituto de Laticínios Cândido Tostes realizará, no
mesmo período do MINAS LÁCTEA, cursos de formação
em Leite e Derivados. Os nove cursos serão realizados,
na sede do ILCT. A programação completa e mais
informações sobre os cursos podem ser obtidas no site
www.candidotostes.com.br/cursos.
O MAIOR EVENTO LATICINISTA DA AMÉRICA LATINA AGORA É
No dia 21 de fevereiro a EPAMIG realizou mais um dia
de campo relacionado à olivicultura e, desta vez, o foco
foi o processamento de azeite extravirgem. O evento, re-
alizado na Fazenda Experimental de Maria da Fé, Sul de
Minas, reuniu pesquisadores, produtores e autoridades.
O secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e
Abastecimento, Elmiro Nascimento, destacou o papel
da EPAMIG nesse novo capítulo da economia de Minas
Gerais. “Nós temos um potencial muito grande nessa re-
gião. Aqui está o melhor azeite do Brasil e um dos me-
lhores do mundo. O Brasil importa praticamente todo o
azeite que consome, portanto, o potencial de mercado é
imenso. Temos que concentrar esforços - o Governo de
Minas e os governos municipais - para incrementarmos
o desenvolvimento econômico desta região”, afirmou o
secretário, que depois visitou os olivais e acompanhou
extração de azeite.
Durante as dinâmicas de campo profissionais da
EPAMIG e de instituições convidadas abordaram temas,
como extração de azeite, banco de germoplasma, conser-
vas de azeitona, análise sensorial, cosméticos à base de
azeite. O chefe da Divisão de Propriedade Intelectual da
EPAMIG, Marcelo Alves, palestrou sobre a importância
da aprovação da indicação geográfica e da denominação
do azeite dos Contrafortes da Mantiqueira (que engloba
MG, SP e RJ). Segundo ele, a indicação geográfica é uma
forma importante para se agregar valor ao produto. De
acordo com Marcelo Alves, caso obtido, este será o pri-
meiro registro de origem de azeite de oliva no Brasil e na
América Latina.
PROCESSAMENTO DE AZEITE EXTRAVIRGEM
PRODUÇÃO DE GRÃOS NO SUL DE MINASSILAGEM DE MILHO
8. 8 EPAMIG NOTÍCIAS ABRIL 2013
ARTIGOS
ANÁLISE DE SOLO Por João Chrisóstomo Pedroso Neto
João Chrisóstomo Pedroso Neto é pesquisador da EPAMIG Sul de Minas.
Agrônomo pela Escola Superior de Agricultura de Lavras, Mestre em Solos
e Nutrição de Plantas pela Universidade Federal de Lavras e Doutor em
Fitotecnia pela mesma Universidade - e-mail: chrisostomo@epamig.br
A análise de solo é uma ferramenta básica na prática
de recomendações de calagem e adubação para as cul-
turas agrícolas. Para o profissional da área o sucesso da
atividade, depende de conhecer e seguir criteriosamen-
te três etapas importantes.
A primeira refere-se à coleta da amostra de solo, que,
se não realizada corretamente, vai comprometer os pas-
sos seguintes. Amostragem feita de forma errada gera
resultados não representativos da área a ser cultivada,
A EPAMIG atua para fortalecer a agricultura e a pe-
cuária em Minas Gerais desenvolvendo projetos de pes-
quisa que valorizam as especificidades regionais e que
propõem inovações e alternativas às práticas agrícolas
tradicionais. Para que essas tecnologias cheguem às
propriedades rurais a EPAMIG necessita transferir as
mesmas para a extensão rural, representada pela Ema-
ter-MG, que é a responsável pela assistência técnica aos
agricultores, de acordo com as aptidões agrícolas, con-
dições sociais, econômicas e ambientais de cada região.
Aspectos diagnosticados pelo pesquisador da
EPAMIG, Djalma Pelegrini, demonstram que para essas
tecnologias chegarem ao agricultor familiar, de forma
que eles realmente tenham condições de adotar as
mesmas, é necessário um trabalho integrado entre
as instituições vinculadas à Secretaria de Estado de
Agricultura Pecuária e Abastecimento (Seapa-MG) –
EPAMIG, Emater-MG, Instituto Mineiro de Agropecuária
(IMA) e Ruralminas.
Buscando essa interface pesquisa e extensão, em
outubro de 2012, juntamente com a Subsecretaria
de Agricultura Familiar (SAF/Seapa), obtivemos da
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas
Gerais (Fapemig) o apoio financeiro e técnico, com a
participação do assessor adjunto de planejamento e
gestão da Fapemig, professor Cláudio Furtado, como
palestrante no evento intitulado “Fórum Interface
Pesquisa e Extensão”, realizado em abril. O evento
teve a parceria da Emater-MG e da Federação dos
Trabalhadores na Agricultura (Fetaemg).
O Fórum promoveu o diálogo entre os pesquisado-
res, extensionistas e produtores rurais sobre os garga-
los e as oportunidades na transferência de tecnologia e
outras interfaces do setor. As demandas levantadas no
debate e nas apresentações dos palestrantes estão sen-
do compiladas em um relatório elaborado por repre-
sentantes das instituições presentes. Como proposta ao
final do evento, o Subsecretário de Agricultura Familiar
Edmar Gadelha sistematizou o seguinte:
1. Criar o Fórum Permanente Interface Pesquisa e
Extensão, em diálogo com o Conselho Estadual de De-
senvolvimento Rural Sustentável de Minas Gerais;
2. Responsabilizar pela animação do “Fórum
Permanente Interface Pesquisa e Extensão” a SAF/
Seapa, EPAMIG, Emater, IMA e Fetaemg;
3. Repassar as apresentações e o relatório do fórum
para os participantes;
4. Aproveitar o espaço das “Conferências Regionais
e Estadual de Desenvolvimento Rural Sustentável”, em
preparação a “Conferência Nacional de Desenvolvimen-
to Rural Sustentável” para promover o debate sobre in-
terface pesquisa e extensão;
5. O “Fórum Permanente Interface Pesquisa e Exten-
são” terá como uma de suas ações a construção do “Mar-
co Referencial da Pesquisa e Extensão para a Agricultura
Familiar”.
o que compromete toda a atividade resultando em pre-
juízo ao produtor rural. Detalhes sobre a forma correta
de amostragem podem ser obtidos no documento “Re-
comendação para o uso de corretivos e fertilizantes em
Minas Gerais” (5ª aproximação) além de outras publi-
cações.
O segundo passo diz respeito à escolha do laborató-
rio ao qual será confiada a análise. Também aqui, é fun-
damental que o procedimento seja bem-sucedido, uma
vez que resultados não confiáveis podem levar a erros
na interpretação. A escolha de um laboratório que parti-
cipe do Programa de Controle da Qualidade de Análises
de Solos (Profert-MG) e que possua o selo de certifica-
ção de qualidade é condição básica para o sucesso da
atividade.
O terceiro e último passo é uma atribuição do en-
genheiro agrônomo e/ou do técnico em agropecuária.
Nele são analisados os resultados e, junto à outra ferra-
menta básica, a 5ª aproximação, é realizada a recomen-
dação de acordo com as condições do solo e também as
exigências nutricionais da cultura.
Existem vários tipos de análises de solo disponí-
veis, a escolha dependerá do objetivo a ser alcançado.
As análises conhecidas como “rotina” dão subsídios aos
profissionais para definir as doses de calcário e adubos
a ser aplicadas no solo para determinado cultivo. Uma
análise de rotina completa contempla fertilidade, inclu-
sive micronutrientes, matéria orgânica e granulometria
ou textura.
As determinações que compõe a análise de retina
são: pH (potencial hidrogeniônico), que representa a
concentração de hidrogênio na solução do solo, tam-
bém conhecida como acidez ativa; fósforo e potássio
solúveis, cálcio magnésio e alumínio trocáveis, acidez
potencial (H+Al que encontram se adsorvidos a CTC das
argilas); fósforo remanescente (que quantifica a capa-
cidade do solo em adsorver fósforo), enxofre, micro-
nutrientes (usualmente cobre, ferro, manganês, zinco
e boro); carbono orgânico (usado na determinação da
matéria orgânica) e granulometria ou textura, que de-
fine a proporção entre as partículas unitárias – argila,
silte e areia – do solo
Utilizando as determinações citadas definem se al-
guns atributos calculados são eles: soma de bases, CTC
efetiva, CTC a pH 7, porcentagens de saturação por ba-
ses e por alumínio, relações entre as bases e relação das
bases com a capacidade de troca de cátions (CTC).
Mais detalhes podem ser obtidos através da
leitura da cartilha “Análise de solos – Determinações,
cálculos e interpretação” disponível no site
www.epamig.br ou solicitar material impresso pelo
e-mail chrisostomo@epamig.br.
INTERFACE PESQUISA E EXTENSÃO COM ÊNFASE
EM TRANSFERÊNCIA TECNOLÓGICA
Por Juliana Carvalho Simões
Juliana Carvalho Simões é pesquisadora e chefe da Divisão de Transfe-
rência e Tecnologia da EPAMIG. Agrônoma. Mestrado em Fitossanidade
pela Universidade Federal de Lavras - e-mail: jcsimoes@epamig.br
Os agricultores familiares enfrentam sérios proble-
mas que dificultam o desenvolvimento social, econô-
mico e ambiental sustentável. Dentre esses problemas
estão a baixa renda gerada na atividade e a baixa com-
petitividade no mercado ocasionada pelo pouco acesso
às inovações tecnológicas, ao crédito, e ainda a falta de
mão de obra e os altos custos de produção.
Com poucos recursos e sem as novas tecnologias, os
agricultores familiares dificilmente serão competitivos
para produzirem de forma sustentável. O acesso ao co-
nhecimento e utilização das inovações tecnológicas é fun-
damental para o fortalecimento da agricultura familiar.