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1
UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO
RIO GRANDE DO SUL
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS, CONTÁBEIS,
ECONÔMICAS E DA COMUNICAÇÃO
CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS
LEONARDO RODRIGUES BELLINAZO
ANÁLISE COMPARATIVA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
BÁSICAS DA EMPRESA LOJAS AMERICANAS S.A.
IJUÍ (RS)
2015
2
LEONARDO RODRIGUES BELLINAZO
ANÁLISE COMPARATIVA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
BÁSICAS DA EMPRESA LOJAS AMERICANAS S.A.
Trabalho de conclusão de curso apresentado no curso de
Ciências Contábeis da Universidade Regional do
Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, como
requisito para a obtenção do título de Bacharel em
Ciências Contábeis.
Prof. Orientador: IRANI PAULO BASSO
Ijuí (RS), 2015
3
RESUMO
O presente estudo tem como foco principal a análise das demonstrações contábeis da
empresa Lojas Americanas S.A., empresa de capital aberto, grande rede de varejo situada nas
principais cidades brasileiras. Esse tema desenvolvido visa demonstrar a real situação
patrimonial, econômica e financeira da empresa objeto de estudo nos anos de 2010 a 2014,
destacando a importância desta ferramenta no processo decisório das organizações. Os
objetivos deste estudo consistem em analisar a posição, evolução e tendências patrimonial,
financeira e econômica da empresa objeto de estudo; para isso, foi necessário revisar a
literatura referente ao tema, levantar os demonstrativos contábeis básicos da empresa, aplicar
as principais técnicas de análise de demonstrações contábeis, apurando os indicadores
financeiros e econômicos, analisar e interpretar os indicadores, e ainda relatar conclusões de
ordem econômica, financeira e patrimonial na perspectiva de melhorar as condições dos
gestores nos processos de tomada de decisões. A pesquisa classifica-se, quanto a sua natureza,
como aplicada, já quanto aos objetivos, classifica-se como descritiva, sendo sua forma de
abordagem qualitativa e quanto aos procedimentos técnicos como pesquisa bibliográfica,
pesquisa documental e estudo de caso. No trabalho prático, após a atualização dos valores das
demonstrações contábeis básicas para o último ano da série em estudo, foram realizadas as
análises em valores absolutos e relativos, análise do balanço de fundos, análise de liquidez,
endividamento, lucratividade, rentabilidade, indicadores de atividade, e de solvência,
evidenciando a situação econômica, financeira e patrimonial da empresa, além de demonstrar
a importância que os indicadores fornecidos pela técnica contábil da análise de balanços
proporcionam para o investidor e para os gestores da empresa.
Palavras-chave: Análise. Indicadores. Demonstrações contábeis. Decisões. Gestores.
4
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Cálculo do fator de atualização pelos índices médios do IGPM..........................45
Quadro 2 - Balanço patrimonial em valores atualizados........................................................46
Quadro 3 - Comparativo do balanço patrimonial em valores atualizados..............................47
Quadro 4 - Demonstração do resultado do exercício em valores atualizados........................50
Quadro 5 - Comparativo da demonstração do resultado do exercício em valores atualizados
– reais mil.............................................................................................................51
Quadro 6 - Análise vertical do balanço patrimonial em valores relativos..............................53
Quadro 7 - Comparativo da análise vertical do balanço patrimonial em valores relativos....54
Quadro 8 - Análise vertical da demonstração do resultado do exercício em valores
relativos............................................................................................................... 56
Quadro 9 - Comparativo da análise vertical da demonstração do resultado do exercício em
valores relativos....................................................................................................57
Quadro 10 - Análise horizontal do balanço patrimonial em valores relativos.........................59
Quadro 11 - Comparativo da análise horizontal do balanço patrimonial em valores relativos
2010 – 2014..........................................................................................................60
Quadro 12 - Análise horizontal da demonstração do resultado do exercício em valores
relativos................................................................................................................63
Quadro 13 - Comparativo da análise horizontal da demonstração do resultado do exercício em
valores relativos....................................................................................................63
Quadro 14 - Apuração do capital circulante líquido da empresa Lojas Americanas S.A. em
reais mil................................................................................................................66
Quadro 15 - Apuração da variação do capital circulante líquido da empresa Lojas Americanas
S.A. em reais mil..................................................................................................66
Quadro 16 - Demonstração das variações dos grupos de contas do não circulante da empresa
Lojas Americanas S.A. em reais mil....................................................................67
Quadro 17 - Resumo do balanço de fundos da empresa Lojas Americanas S.A. do ano 2, em
reais mil................................................................................................................67
Quadro 18 - Resumo do balanço de fundos da empresa Lojas Americanas S.A. do ano 3, em
reais mil................................................................................................................69
Quadro 19 - Resumo do balanço de fundos da empresa Lojas Americanas S.A. do ano 4, em
reais mil................................................................................................................70
5
Quadro 20 - Resumo do balanço de fundos da empresa Lojas Americanas S.A. do ano 5, em
reais mil................................................................................................................71
Quadro 21 - Cálculo do capital circulante líquido em valores atualizados - reais mil.............73
Quadro 22 - Cálculo do coeficiente de liquidez circulante em valores atualizados – reais
mil.........................................................................................................................74
Quadro 23 - Cálculo do coeficiente de liquidez seca em valores atualizados – reais mil........75
Quadro 24 - Cálculo do coeficiente de liquidez geral em valores atualizados – reais mil.......77
Quadro 25 - Cálculo do coeficiente de liquidez imediata em valores atualizados – reais mil.78
Quadro 26 - Cálculo do coeficiente de dívidas circulantes em valores atualizados – reais
mil.........................................................................................................................79
Quadro 27 - Cálculo do coeficiente de dívidas totais em valores atualizados – reais mil........80
Quadro 28 - Cálculo do coeficiente de dívidas de longo prazo em valores atualizados – reais
mil.........................................................................................................................81
Quadro 29 - Cálculo do coeficiente de segurança máxima em valores atualizados – reais
mil........................................................................................................................82
Quadro 30 - Cálculo da margem de lucro operacional bruto...................................................83
Quadro 31 - Cálculo da margem de lucro operacional líquido................................................84
Quadro 32 - Cálculo da margem de lucro líquido do exercício...............................................85
Quadro 33 - Cálculo da rentabilidade do capital social............................................................87
Quadro 34 - Cálculo da rentabilidade do patrimônio líquido...................................................88
Quadro 35 - Cálculo da remuneração do ativo total.................................................................89
Quadro 36 - Cálculo da taxa de retorno do investimento operacional.....................................90
Quadro 37 - Cálculo do tempo médio para retorno do investimento operacional....................91
Quadro 38 - Cálculo do grau de imobilização do patrimônio líquido......................................92
Quadro 39 - Cálculo do exame de rotação dos estoques..........................................................93
Quadro 40 - Cálculo do exame do prazo médio de cobrança de duplicatas.............................94
Quadro 41 - Cálculo do exame do prazo médio de pagamento de duplicatas ........................96
Quadro 42 - Cálculo do exame do prazo relativo das duplicatas ............................................97
Quadro 43 - Cálculo do coeficiente de overtrading.................................................................98
Quadro 44 - Cálculo do índice de solvência/insolvência de Kanitz.........................................99
6
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 - Composição do ativo............................................................................................48
Gráfico 2 - Demonstração das fases do resultado...................................................................51
Gráfico 3 - Representação percentual dos grupos do ativo ...................................................55
Gráfico 4 - Representação percentual das fontes de recursos.................................................55
Gráfico 5 - Representação percentual das fases do resultado.................................................57
Gráfico 6 - Evolução dos ativos em números índices.............................................................61
Gráfico 7 - Evolução das fontes de recurso em números índices...........................................62
Gráfico 8 - Evolução das fases do resultado em números índices..........................................64
Gráfico 9 - Balanço de fundos – composição percentual das fontes ano 1/2.........................68
Gráfico 10 - Balanço de fundos – composição percentual das aplicações ano 1/2..................68
Gráfico 11- Balanço de fundos – composição percentual das fontes ano 2/3.........................69
Gráfico 12 - Balanço de fundos – composição percentual das aplicações ano 2/3..................69
Gráfico 13 - Balanço de fundos – composição percentual das fontes ano 3/4.........................70
Gráfico 14 - Balanço de fundos – composição percentual das aplicações ano 3/4..................71
Gráfico 15 - Balanço de fundos – composição percentual das fontes ano 4/5.........................72
Gráfico 16 - Balanço de fundos – composição percentual das aplicações ano 4/5..................72
Gráfico 17 - Evolução do capital circulante líquido.................................................................74
Gráfico 18 - Evolução dos coeficientes de liquidez circulante.................................................75
Gráfico 19 - Evolução dos coeficientes de liquidez circulante.................................................76
Gráfico 20 - Evolução dos coeficientes de liquidez geral........................................................77
Gráfico 21 - Evolução dos coeficientes de liquidez imediata...................................................78
Gráfico 22 - Evolução dos coeficientes de dívidas circulantes................................................79
Gráfico 23 - Evolução dos coeficientes de dívidas totais.........................................................80
Gráfico 24 - Evolução dos coeficientes de dívidas de longo prazo..........................................81
Gráfico 25 - Evolução dos coeficientes de segurança máxima................................................82
Gráfico 26 - Evolução da taxa de margem de lucro bruto........................................................84
Gráfico 27 - Evolução da taxa de margem de lucro operacional líquido.................................85
Gráfico 28 - Evolução da taxa de margem de lucro líquido do exercício................................86
Gráfico 29 - Evolução da taxa de rentabilidade do capital social.............................................87
Gráfico 30 - Evolução da taxa de remuneração do patrimônio líquido....................................88
Gráfico 31 - Evolução da taxa de remuneração do ativo total..................................................89
Gráfico 32 - Evolução da taxa de retorno do investimento operacional...................................90
7
Gráfico 33 - Tempo em anos para retorno do ativo operacional..............................................91
Gráfico 34 - Grau de imobilização do patrimônio líquido........................................................92
Gráfico 35 - Tempo em dias de giro dos estoques....................................................................94
Gráfico 36 - Tempo em dias para recebimento de clientes.......................................................95
Gráfico 37 - Tempo em dias para pagamento de duplicatas.....................................................96
Gráfico 38 - Prazo relativo de duplicatas..................................................................................97
Gráfico 39 - Coeficiente de overtrading...................................................................................98
Gráfico 40 - Índice de solvência/insolvência de kanitz............................................................99
8
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
CCL Capital circulante líquido
CDC Coeficiente de dívidas circulantes
CDLP Coeficiente de dívidas de longo prazo
CDT Coeficiente de dívidas totais
CFC Conselho Federal de Contabilidade
CLC Coeficiente de liquidez circulante
CLG Coeficiente de liquidez geral
CLI Coeficiente de liquidez imediata
CLS Coeficiente de liquidez seca
CMLB Coeficiente de margem de lucro operacional bruto
CMLLE Coeficiente de margem de lucro líquido do exercício
CMLOL Coeficiente de margem de lucro operacional líquido
COver Coeficiente de overtrading
CPCT Coeficiente de participação de capitais de terceiros
CPDCP Coeficiente de participação de dividas de curto prazo
CRAT Coeficiente de rentabilidade do ativo total
CRCS Coeficiente de rentabilidade do capital social
CRPL Coeficiente de rentabilidade do patrimônio líquido
CSM Coeficiente de segurança máxima
DC Demonstrações contábeis
DRE Demonstração do resultado do exercício
ERE Exame de rotação dos estoques
GIPL Grau de imobilização do patrimônio líquido
NBC Normas Brasileiras de Contabilidade
PL Patrimônio líquido
PMCD Prazo médio de cobrança de duplicatas
PMPD Prazo médio de pagamento de duplicatas
PRD Prazo relativo de duplicatas
TCC Trabalho de conclusão do curso
TRIO Taxa de retorno do investimento operacional
9
SUMÁRIO
LISTA DE QUADROS.................................................................................................4
LISTA DE GRÁFICOS................................................................................................6
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS .................................................................8
INTRODUÇÃO...........................................................................................................11
1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO..................................................................12
1.1 DEFINIÇÃO DO TEMA DE ESTUDO.......................................................................12
1.2 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO.............................................................12
1.3 PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA............................................................................12
1.4 OBJETIVOS.................................................................................................................13
1.4.1 Objetivo geral..............................................................................................................13
1.4.2 Objetivos específicos...................................................................................................13
1.5 JUSTIFICATIVA .........................................................................................................14
2 REFERENCIAL TEÓRICO .....................................................................................15
2.1 CONTABILIDADE......................................................................................................15
2.1.1 Conceituação, objeto e finalidades ............................................................................15
2.1.2 Técnicas contábeis básicas .........................................................................................16
2.1.3 Princípios de contabilidade........................................................................................17
2.1.4 Relatórios e demonstrações contábeis.......................................................................18
2.2 ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS.................................................20
2.2.1 Caracterização e finalidades da análise de demonstrações contábeis....................20
2.2.2 Obtenção e preparação das demonstrações contábeis para análise de balanços..21
2.2.3 Atualização de valores para fins de análise comparativa de balanços ..................22
2.2.4 Análise de balanço em valores absolutos..................................................................22
2.2.5 Análise de balanço em valores relativos ...................................................................23
2.2.6 Análise do balanço de fundos.....................................................................................24
2.2.7 Análise de balanços por índices econômicos e financeiros......................................25
3 METODOLOGIA DO ESTUDO ..............................................................................40
3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA ............................................................................40
3.1.1 Quanto à sua natureza................................................................................................40
3.1.2 Quanto à forma de abordagem do problema ...........................................................41
3.1.3 Quanto aos seus objetivos ..........................................................................................41
3.1.4 Quanto aos procedimentos técnicos ..........................................................................42
10
3.2 COLETA DE DADOS .................................................................................................42
3.2.1 Instrumentos de coleta de dados ...............................................................................43
3.3 ANALISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS ........................................................43
4. ANALISE DOS RESULTADOS ...............................................................................44
4.1 REESTRUTURAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES PARA ANÁLISE ......................44
4.2 ATUALIZAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES PARA ANÁLISE...............................44
4.3 ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES EM VALORE ABSOLUTOS
ATUALIZADOS ..........................................................................................................45
4.4 ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS EM VALORES RELATIVOS.51
4.4.1 Análise vertical............................................................................................................52
4.4.2 Análise horizontal .......................................................................................................57
4.5 ANÁLISE DO BALANÇO DE FUNDOS...................................................................64
4.6 ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES POR ÍNDICES ECONÔMICOS E
FINANCEIROS............................................................................................................72
4.6.1 Análise da liquidez......................................................................................................72
4.6.2 Análise de endividamento ..........................................................................................78
4.6.3 Análise da lucratividade.............................................................................................82
4.6.4 Análise da rentabilidade.............................................................................................85
4.6.5 Análise de indicadores de atividades.........................................................................90
4.6.6 Análise de solvência ....................................................................................................97
4.7 CONCLUSÕES DA ANÁLISE ...................................................................................99
4.7.1 Situação financeira .....................................................................................................99
4.7.2 Situação patrimonial ................................................................................................100
4.7.3 Situação econômica...................................................................................................101
CONCLUSÃO...........................................................................................................102
REFERÊNCIAS........................................................................................................104
11
INTRODUÇÃO
A Contabilidade, como ciência e como técnica, estuda e controla o patrimônio das
organizações. A técnica de análise de balanços é uma das áreas de atuação de um profissional
da Contabilidade, tendo por base as demonstrações contábeis elaboradas pelas entidades em
geral, o conhecimento contábil, a legislação e normas aplicáveis, com a finalidade de extrair
dados e informações para geração de indicadores que possibilitem dar aos usuários
embasamento de natureza econômica e financeira para a tomada de decisões internas e/ ou
externas.
No capítulo 1, apresenta-se a contextualização do estudo, abrangendo a definição do
tema bem como a caracterização da organização objeto do estudo, o problema a que o
trabalho procurou dar respostas, além dos objetivos a serem alcançados e a apresentação da
justificativa pela qual se deve a realização desta pesquisa.
Na sequencia, capítulo 2, é apresentada, de forma resumida, a fundamentação teórica,
que é o produto da pesquisa sobre a teoria relacionada com os temas contabilidade e análise
de demonstrações contábeis, visando proporcionar embasamento para a realização da parte do
estudo prático do trabalho de conclusão de curso.
No terceiro capítulo é apresentada a metodologia utilizada nas tarefas de elaboração do
projeto e das tarefas relativas à parte prática do TCC, para atender os propósitos deste estudo,
contendo a classificação da pesquisa, o plano de coleta de dados bem como seus instrumentos,
seguido do plano de análise e interpretação dos dados.
O último capítulo apresenta a análise dos resultados obtidos com o estudo aplicado,
onde são evidenciadas várias formas de análise das demonstrações contábeis, indicadores e a
interpretação dos mesmos, extraindo conclusões das análises, na sequência são apresentadas
as conclusões do trabalho e as referências bibliográficas.
12
1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO
Neste primeiro capítulo apresenta-se a contextualização do assunto que será abordado
no trabalho de conclusão de curso constituída da definição da área e do tema em estudo, uma
breve caracterização inicial da organização, seguida da problematização do tema abordado, do
estabelecimento dos objetivos a serem alcançados e da apresentação da justificativa em
realizar a tarefa de conclusão de curso na área escolhida.
1.1 DEFINIÇÃO DO TEMA DE ESTUDO
A Contabilidade, como ciência e como técnica, estuda o patrimônio das organizações,
consubstanciado em diversas áreas da atividade humana. Neste contexto, uma das áreas de
atuação de um profissional da Contabilidade é a área de análise de balanços, tendo por base as
demonstrações contábeis elaboradas pelas entidades em geral, o conhecimento contábil, a
legislação e normas aplicáveis. Sendo assim, o tema do estudo é a análise das demonstrações
contábeis básicas dos últimos cinco anos da “Lojas Americanas S.A.” com a finalidade de
extrair dados e informações para a interpretação da situação patrimonial, econômica e
financeira da entidade.
1.2 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO
A Lojas Americanas S.A. é uma das mais tradicionais redes de varejo do país. Com
mais de 80 anos de atividades, a empresa conta com 948 lojas nas principais cidades do país e
com 4 centros de distribuição: em São Paulo, Rio de Janeiro, Recife e Minas Gerais, atuando
também no comércio eletrônico, representado pela B2W – Companhia Digital. A rede
comercializa mais de 60 mil itens de 4 mil empresas diferentes, o que faz com que a Lojas
Americanas detenha uma grande participação do comércio brasileiro de brinquedos,
bombonière, lingerie, CD´s e DVD´s, entre outros.
1.3 PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA
A contabilidade tem como um dos seus objetivos gerar informações a partir da análise
das demonstrações contábeis da entidade, buscando gerar indicadores que possibilitem dar aos
usuários embasamento de natureza econômica e financeira para a tomada de decisões internas
13
e/ ou externas.
Para Assaf Neto (2002, p.48), “A análise de balanços visa relatar, com base nas
informações contábeis fornecidas pelas empresas, a posição econômico-financeira atual, as
causas que determinaram a evolução apresentada e as tendências futuras”.
A técnica contábil da análise de balanços é uma ferramenta fundamental para a
empresa objeto do estudo e também para terceiros interessados, agregando valor às
informações contábeis, possibilitando a visualização das limitações e oportunidades, oferece
maior segurança no momento do investidor realizar sua aplicação, bem como atender outras
necessidades de ordem financeira e econômica para outros usuários como fornecedores,
empregados entre outros.
Matarazzo (2010, p.3), relata que, “as demonstrações financeiras fornecem uma série
de dados sobre a empresa, de acordo com as regras contábeis. A Análise de Balanços
transforma esses dados em informações e será tanto mais eficiente quanto melhores
informações produzir”.
Neste contexto, questiona-se: Como se apresentou a real situação patrimonial,
econômica e financeira da empresa objeto de estudo nos últimos cinco anos?
1.4 OBJETIVOS
Os objetivos apontam o que se quer atingir com a realização do trabalho e se dividem
em geral e específicos.
1.4.1 Objetivo geral
Analisar a posição, evolução e tendências, patrimonial, financeira e econômica da
empresa objeto de estudo, através dos indicadores fornecidos pela técnica contábil da análise
de balanços, tendo por base os cinco últimos exercícios.
1.4.2 Objetivos específicos
Os objetivos específicos buscam delinear as etapas particulares que se deseja atingir
com a realização de cada aspecto básico do trabalho de conclusão de curso por parte do
proponente do projeto. Assim, seguem os seguintes indicativos de propósitos estabelecidos
para o presente projeto de trabalho de conclusão de curso.
14
 Revisar a literatura referente ao tema de estudo, como embasamento teórico-técnico do
proponente para a realização das tarefas prática do TCC.
 Levantar os demonstrativos contábeis básicos da empresa a ser estudada, adequando-
os para a aplicação da técnica contábil de análise de balanços.
 Aplicar as principais técnicas de análise de demonstrações contábeis, apurando os
indicadores financeiros e econômicos da empresa em estudo.
 Analisar e interpretar os indicadores da situação patrimonial, financeira e econômica
da empresa objeto de estudo.
1.5 JUSTIFICATIVA
A análise de balanços é a técnica contábil que visa extrair informações dos
demonstrativos contábeis para auxiliar os usuários internos e externos na compreensão da
situação patrimonial, financeira e econômica, assim como contribuir nas decisões de
investimentos.
Para a empresa, a análise das demonstrações contábeis proporcionará diversos
indicadores que podem ser divulgados para atrair novos investidores.
Com relação ao Curso de Ciências Contábeis da Unijuí, aumenta o acervo de trabalhos
na área de análise de demonstrações contábeis e se constituirá em mais um meio de estudo
disponível para interessados na área de conhecimento estudada, especialmente os alunos do
curso, profissionais e empresários em geral, contribuindo para o desenvolvimento intelectual e
profissional de cada um.
Na condição de acadêmico do Curso de Ciências Contábeis, com a realização do
presente trabalho, busca-se um aprofundamento dos conhecimentos construídos no decorrer
do curso, em especial na área econômica e financeira.
15
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Neste capítulo, são resumidos os principais fundamentos teóricos que sustentam a base
conceitual de sustentação técnica e/ ou científica, a área de conhecimentos em que serão as
atividades práticas e técnicas do trabalho de conclusão de curso sustentadas.
2.1 CONTABILIDADE
Concebida para o registro, controle, estudo dos patrimônios individualizados de
pessoas físicas e em especial de pessoas jurídicas, tem se constituído em importante
instrumento no dia a dia das organizações em seu processo decisório. Nos tópicos que
seguem, serão apresentados os principais aspectos que fundamentam essa importante área do
conhecimento humano.
2.1.1 Conceituação, objeto e finalidades
A contabilidade é a ciência social que tem como objetivo o estudo e o controle do
patrimônio das entidades sob os aspectos qualitativos e quantitativos, fazendo isso por meio
do registro dos demonstrativos contábeis. Segundo Santos; Barros (2013, p.25), “A
Contabilidade ocupa-se do estudo e do controle do patrimônio das entidades (empresas). E faz
isso por meio dos registros contábeis dos fatos e das respectivas demonstrações dos resultados
produzidos como o Balanço Patrimonial”.
Para Bruni (2011, p.2), “a Contabilidade, de forma simples, pode ser conceituada
como a ciência que tem o objetivo de registrar todos os acontecimentos verificados no
patrimônio de uma entidade”.
Na mesma linha de pensamento, Basso (2011, p.26), complementa o conceito de
contabilidade como:
[...] conjunto ordenado de conhecimentos próprios, leis cientificas, princípios e
métodos de evidenciação próprios, é a ciência que estuda, controla e observa o
patrimônio das entidades nos seus aspectos quantitativo (monetário) e qualitativo
(físico), e que, como conjunto de normas, preceitos, regras e padrões gerais, se
constitui na técnica de coletar, catalogar e registrar informações de suas variações e
situação, especialmente de natureza econômica e financeira e, complementarmente,
controla, registra e informa situações impactantes de ordem socioambiental
decorrentes de ações praticadas pela entidade no ambiente em que está inserida.
16
No que diz respeito ao objeto de estudo da contabilidade, nos ensina Santos; Barros
(2013, p.25), “na Contabilidade, o objeto é sempre o patrimônio da entidade. O patrimônio é
definido como um conjunto de bens, direitos e obrigações para com terceiros, pertencente á
entidade”.
Basso (2011, p.27), diz que o objeto de estudo da contabilidade “[...] é o patrimônio,
geralmente constituído por um conjunto de bens, direitos e obrigações pertencente a uma
determinada entidade”.
Por sua vez, a contabilidade tem como finalidade, segundo Basso (2011, p.28), “[...]
gerar informações de ordem física, econômica e financeira sobre o patrimônio, com ênfase
para o controle e o planejamento – processo decisório”.
Então, a contabilidade é considerada uma ciência social, possuindo como objeto de
estudo o patrimônio sob os aspectos qualitativos e quantitativos com a finalidade de gerar
informações econômicas para auxiliar no processo decisório das organizações.
2.1.2 Técnicas contábeis básicas
A Contabilidade se utiliza de quatro grandes técnicas contábeis para tornar-se útil e
compreensível a seus mais diversos usuários, conforme Basso; Filipin; Enderli (2015), assim
fundamenta as técnicas contábeis básicas:
- Técnica da Escrituração: Registro cumulativo dos fatos contábeis nos livros de escrituração
contábil permanentes (Diário e Razão) e auxiliares (Inventário, Caixa, Entradas e Saídas de
Mercadorias e outros).
- Técnica das Demonstrações Contábeis: São relatos econômicos e financeiros, que tiveram
origem na escrituração contábil, conhecidos como Balancete de Verificação, Balanço
Patrimonial, Demonstração do Resultado do Exercício, Demonstração das Mutações do
Patrimônio Líquido e Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos, bem como de
outros demonstrativos que estão surgindo e já são usados por empresas de grande porte e
entidades sujeitas á obrigação legal específica, como é o caso do Balanço Social, da
Demonstração do Valor Adicionado e Demonstração dos Fluxos de Caixa.
- Técnica da Auditoria: É o exame dos procedimentos administrativos, operacionais e das
práticas contábeis, envolvendo a escrituração e as demonstrações contábeis, para certificar sua
lisura, legalidade, correção e fidedignidade.
- Técnica da Análise de Balanços: Extração de dados e informações para interpretação,
estudos e projeções da situação patrimonial, econômica e financeira da entidade.
17
2.1.3 Princípios de contabilidade
A Resolução CFC nº 750/93, alterada pela Resolução CFC nº 1.282/10, define os seis
princípios de contabilidade:
O Princípio da Entidade caracteriza o Patrimônio como, “[...] afirma a autonomia
patrimonial, a necessidade da diferenciação de um Patrimônio particular no universo dos
patrimônios existentes, independentemente de pertencer a uma pessoa, um conjunto de
pessoas [...]”. Sendo assim, “[...] o Patrimônio não se confunde com aqueles dos seus sócios
ou proprietários, no caso de sociedade ou instituição”. (Res. CFC nº 750/93).
A soma do patrimônio da pessoa física com o patrimônio da pessoa jurídica não
resultará em uma nova entidade, pois são patrimônios distintos.
O Princípio da Continuidade, “[...] pressupõe que a Entidade continuará em operação
no futuro e, portanto, a mensuração e a apresentação dos componentes do patrimônio levam
em conta esta circunstância”. (Res. CFC nº 1.282/10). Este princípio afirma que o
patrimônio, depende das condições em que provavelmente se desenvolverão as operações da
entidade, sendo assim, a entidade deve concretizar seus objetivos continuamente.
O Princípio da Oportunidade, “[...] refere-se ao processo de mensuração e
apresentação dos componentes patrimoniais para produzir informações íntegras e
tempestivas”. (Res. CFC nº 750/93). Este princípio exige completa apreensão, registro e
relato das variações ocorridas pelo patrimônio da entidade.
O Princípio do Registro pelo Valor Original, “[...] determina que os componentes do
patrimônio devam ser inicialmente registrados pelos valores originais das transações,
expressos em moeda nacional”. (Res. CFC nº 750/93).
O Princípio da Competência determina que, “[...] os efeitos das transações e outros
eventos sejam reconhecidos nos períodos a que se referem, independentemente do
recebimento ou pagamento”. (Res. CFC nº 750/93). Sendo assim, este princípio não está
relacionado com o recebimento ou pagamento, mas com o reconhecimento das receitas
geradas e despesas incorridas no período.
O Princípio da Prudência determina, “[...] a adoção do menor valor para os
componentes do ATIVO e do maior para os do PASSIVO, sempre que se apresentem
alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o
patrimônio líquido”. (Res. CFC nº 750/93).
Com os seis princípios definidos, existe base para a correta interpretação das Normas
Brasileiras de Contabilidade, que tiveram novas siglas estabelecidas pela Resolução CFC
18
1.328/11, sendo elas:
Normas Profissionais:
NBC PG – norma geral;
NBC PA – do Auditor Independente;
NBC PI – do Auditor Interno;
NBC PP – do Perito.
As normas profissionais estabelecem qual a conduta desejável para um profissional da
contabilidade.
2.1.4 Relatórios e demonstrações contábeis
As demonstrações contábeis compreendem o conjunto de informações que devem ser
elaboradas pelas organizações em determinada data. Segundo Basso (2011, p.293), “[...] o
legislador entendeu oportuno estabelecer como obrigatoriedade mínima, a elaboração de cinco
demonstrativos que evidenciem, de forma sintética, as informações econômicas e financeiras
das entidades em geral, especialmente das sociedades comerciais”. Desta forma, geralmente
ao fim de cada exercício social a entidade elabora as demonstrações contábeis, acompanhadas
das notas explicativas, que relatam a movimentação do patrimônio e das atividades da
empresa.
Estes cinco demonstrativos obrigatórios são divididos em básicos e complementares,
sendo classificados como básico o balanço patrimonial e a demonstração do resultado do
exercício, e são classificados como complementares a demonstração dos fluxos de caixa, a
demonstração das mutações do patrimônio líquido e a demonstração do valor adicionado.
O balanço patrimonial, “[...] pode ser entendido como uma representação quantitativa
e sintética dos elementos que compõem o patrimônio de uma entidade numa determinada
data, revelando a posição financeira e patrimonial estática, isto é, na data do seu
levantamento” (BASSO, 2011, p.294).
Complementando a ideia sobre balanço patrimonial, Basso; Filipin; Enderli (2015,
p.26), escrevem que:
Nele são expressas de forma resumida as contas sintéticas que sintetizam as
informações que evidenciam a posição financeira dos grandes grupos de contas que
expressam em valores, a situação dos bens, direito e obrigações do patrimônio, bem
como do capital próprio da entidade, numa determinada data.
19
Assim, o balanço patrimonial, em sua estrutura, é formado por duas colunas, onde do
lado esquerdo são mostrados os bens e direitos e no lado direito as obrigações e o grupo do
patrimônio líquido. Em ambos os lados, os itens são demonstrados por ordem de liquidez, e
devem ter o total igual nas duas colunas.
Em relação à demonstração do resultado do exercício, Basso; Filipin; Enderli (2015,
p.31), nos ensinam que:
A Demonstração do Resultado do Exercício tem a finalidade de evidenciar, de forma
resumida, a formação do resultado, destacando dedutivamente as diversas fases do
resultado pela exposição sintética das receitas, custos e despesas ocorridas no
período, segundo o princípio da competência.
Para Assaf Neto (2002, p.75), “A demonstração de resultados do exercício visa
fornecer, de maneira esquematizada, os resultados (lucro ou prejuízo) auferidos pela empresa
em determinado exercício social, os quais são transferidos para contas do patrimônio líquido”.
Desta forma, a demonstração do resultado do exercício demonstra as faze da geração
do lucro ou prejuízo da entidade, se constituindo de uma das principais demonstrações
elaboradas pela contabilidade, uma vez que evidência a formação do resultado da entidade.
A demonstração dos fluxos de caixa, “[...] evidencia as modificações ocorridas no
saldo de disponibilidades (caixa e equivalentes de caixa) da companhia em determinado
período, por meio de fluxos de recebimentos e pagamentos” (MARION, 2010, p.54).
Na visão de Basso; Filipin; Enderli (2015, p.34), a demonstração dos fluxos de caixa:
Demonstra, de forma resumida, as principais origens e aplicações dos recursos que
transitaram pelo Caixa e equivalentes de Caixa da entidade no período a que se
referem as correspondentes demonstrações contábeis básicas, divididas em: 1) das
Operações; 2) dos Financiamentos e 3) dos Investimentos.
Portanto, a demonstração dos fluxos de caixa consiste em um importante instrumento
gerencial, pois evidencia, entre outros aspectos, as origens e as aplicações de recursos que
passaram pelo caixa da empresa.
Já a demonstração das mutações do patrimônio líquido evidencia as movimentações
ocorridas no patrimônio líquido da entidade, onde constam os saldos de inicio e fim do
período.
Segundo Matarazzo (2010, p.31),
A Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido apresenta as variações de
todas as contas do Patrimônio Líquido ocorridas entre dois balanços,
20
independentemente da origem da variação, seja ela proveniente de aumento de
capital mediante novos aportes ou de incorporação de lucros gerados no exercício,
ou de simples transferência entre contas, dentro do próprio Patrimônio Líquido.
Por sua vez a demonstração do valor adicionado tem como finalidade evidenciar a
riqueza gerada pela entidade bem como a sua distribuição. Basso; Filipin; Enderli (2015,
p.34), conceituam a demonstração do valor adicionado da seguinte forma:
Demonstra, de forma resumida, a formação da riqueza gerada pela entidade, a sua
distribuição entre os elementos que contribuíram para sua geração, tais como
empregados, financiadores, acionistas, governo e outros agentes, bem como a
parcela da riqueza gerada e eventualmente ainda não distribuída.
Portanto, a demonstração do valor adicionado tem como intuito promover a
transparência das informações geradas pela entidade, contribuindo para a avaliação das
atividades empresariais por parte dos seus usuários, em geral pelos acionistas das companhias
de capital aberto.
Através destes cinco demonstrativos, já é possível extrair significativas informações
sobre a entidade, porém, com as técnicas de análise das demonstrações contábeis, o universo
de informações, inclusive gerenciais, se torna muito mais amplo.
2.2 ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
A análise das demonstrações contábeis é uma técnica utilizada para tornar as
informações contidas nos demonstrativos contábeis uteis e compreensíveis aos diversos
usuários da contabilidade.
2.2.1 Caracterização e finalidades da análise de demonstrações contábeis
A análise das demonstrações contábeis consiste em gerar informações da situação
patrimonial, financeira e econômica das entidades, através dos dados extraídos das
demonstrações.
De acordo com Sá (2006, p.16), “Análise de balanços é o estudo da situação de uma
parte, de um sistema de partes ou do todo patrimonial de uma empresa ou de uma instituição
sem fim lucrativo, mediante a decomposição de elementos e levantamentos de dados
contábeis”.
Nesse contexto, Matarazzo (2010, p.15), comenta que,
21
A Análise de Balanços permite uma visão da estratégia e dos planos da empresa
analisada; permite estimar o seu futuro, suas limitações e suas potencialidades. É de
primordial importância, portanto, para todos os que pretendam relacionar-se com
uma empresa, que como fornecedores, financiadores, acionistas e até como
empregados.
Para Assaf Neto (2002, p.48), “A análise de balanços visa relatar, com base nas
informações contábeis fornecidas pelas empresas, a posição econômico-financeira atual, as
causas que determinaram a evolução apresentada e as tendências futuras”.
Sendo assim, a finalidade principal da análise das demonstrações contábeis é
promover o entendimento da real situação econômico financeira da empresa em estudo aos
diversos usuários, constituindo-se em uma importante ferramenta de gestão.
2.2.2 Obtenção e preparação das demonstrações contábeis para análise de balanços
Existem várias maneiras de obter as demonstrações contábeis das empresas, as que
estão obrigadas por lei a publicá-las podem ser encontradas em sites ou jornais, porém as
empresas que estão desobrigadas pela lei, é necessário solicitar as demonstrações contábeis
aos responsáveis pela empresa.
O passo inicial para realizar uma boa análise é averiguar se estamos de posse de todas
as demonstrações contábeis necessárias para a realização da análise, inclusive notas
explicativas, em seguida devemos averiguar a credibilidade destas demonstrações contábeis,
as demonstrações contábeis são confiáveis quando elas estão assinadas por contador,
publicadas em locais confiáveis e que atendam aos requisitos legais, Lei das Sociedades por
Ações (MARION, 2010).
Apesar das demonstrações contábeis terem uma estrutura legal definida para sua
apresentação, o plano de contas não é único, assim como varia o ramo de atividades de uma
empresa para outra, cada empresa vai ter particularidades nas suas demonstrações, em
especial no balanço patrimonial, sendo necessário realizar uma padronização das
demonstrações. Neste sentido, vem o segundo passo, que consiste em “[...] preparar as DC de
forma conveniente para a análise. Essa etapa denominamos de Reclassificação de Itens nas
Demonstrações Contábeis” (MARION, 2010, p.9).
Para Silva (2008, p.174),
[...] a reclassificação ou padronização das demonstrações contábeis tem como
22
objetivo trazê-las a um padrão de procedimentos e de ordenamento na distribuição
das contas, visando diminuir as diferenças nos critérios utilizados pelas empresas na
apresentação de tais demonstrações contábeis. Outro objetivo é fazer com que as
demonstrações atendam ás necessidades de análise e sejam apresentadas de forma
homogênea, simples de visualizar e fáceis de entender, isto é, de correlacionar os
diversos itens, seguindo critérios próprios adotados internamente na empresa que
esteja procedendo à análise.
A reclassificação das demonstrações contábeis vai possibilitar a análise e facilitar a
visualização e entendimento dos dados.
2.2.3 Atualização de valores para fins de análise comparativa de balanços
Com o passar do tempo, a moeda perde seu poder aquisitivo, portanto, outra etapa
necessária antes de realizar a análise das demonstrações, é a atualização dos valores das
demonstrações de anos anteriores, fazendo com que seus saldos tenham mesmo valor
monetário da ultima demonstração da serie analisada, para que possam ser comparadas entre
si, compensando-se os efeitos da inflação. “[...] os demonstrativos objetos de análise devem
ser corrigidos tendo em vista as variações do poder aquisitivo da moeda [...]” (IUDÍCIBUS,
2010, p.77).
A atualização monetária é fundamental mesmo em períodos de baixa inflação, pois
“[...] uma taxa de inflação de 10% ao ano projeta a duplicação dos índices gerais de preços em
pouco mais de 8 anos, mascarando significativamente o estudo da rentabilidade da empresa”.
(ASSAF NETO, 2002, p.56).
Complementando, Basso; Filipin; Enderli (2015, p.53), dizem que:
As demonstrações contábeis ao serem elaboradas, geralmente em 31 de dezembro de
cada ano, permanecem com seus valores inalterados e ao longo do tempo vão
ficando defasados em razão da perda do poder aquisitivo da moeda, conhecida nos
meios econômicos por inflação.
Então, para ter uma base de dados confiáveis, considera-se prudente atualizar os
valores das demonstrações contábeis ao valor presente da última demonstração contábil da
série analisada, evitando que os dados fiquem distorcidos em função das variações do valor da
moeda ocorridas no período.
2.2.4 Análise de balanço em valores absolutos
Esta análise consiste em estabelecer comparações dos demonstrativos contábeis da
23
série analisada, após a atualização dos valores originais das demonstrações para o último ano
da série em que se está realizando a análise comparativa, a fim de evidenciar as alterações que
ocorreram na organização.
As comparações dos balanços de anos sucessivos podem ser consideradas como
fotografias extraídas em sequência, como um filme cinematográfico. Esse filme
poderia mostrar o andamento dos negócios e facilitaria fazer uma previsão
relativamente prudente para o futuro, o que se constitui, em verdade, no maior
interesse do analista. O escopo é conhecer as tendências na vida da empresa durante
os anos de funcionamento, porque com base no passado, conhecendo o presente,
poderemos prever o futuro. (VERTES; WÜRCH, 1990, p.53).
O objetivo de fazer estas comparações é para identificar tendências da empresa, a
partir da comparação das demonstrações de uma serie sequencial de demonstrativos, para
então, conhecendo o seu passado e presente, fazer análises e projeções futuras.
2.2.5 Análise de balanço em valores relativos
Este tipo de análise tem o objetivo de evitar a apressada percepção superficial, causada
á primeira vista, pelo censo comum de deduzir que quanto maiores os valores nas
demonstrações contábeis, melhor será a situação da empresa. Para isso, as demonstrações
contábeis têm seus valores reduzidos a uma grandeza uniforme de 100 ou 100% na análise
vertical e a números índices no caso de análise horizontal. (BASSO; FILIPIN; ENDERLI,
2015).
“É basicamente um processo de análise temporal, desenvolvido por meio de números e
índices”. (ASSAF NETO, 2002, p.100).
A análise de balanços em valores relativos subdivide-se em análise vertical e análise
horizontal.
2.2.5.1 Análise vertical
A análise vertical compara valores entre si, determinando sua representatividade
dentro do grupo ou do todo, ou também, a representatividade do grupo dentro do todo.
Para Santos; Barros (2013, p.214), “A análise vertical caracteriza-se em atribuir a um
valor de referência das demonstrações financeiras a grandeza máxima de análise. Essa
grandeza, normalmente, é expressa pelo percentual de 100%”.
Sob a mesma perspectiva Bruni (2011, p.105), define que:
24
A análise vertical estuda a estrutura de composição dos itens ao longo do tempo.
Para isso assume total dos ativos ou total dos passivos e PL igual a 100% no
Balanço Patrimonial ou Receitas Líquidas iguais a 100% na DRE e a partir desta
conta assumida como base (100%) analisa a evolução dos números.
Portanto a análise vertical evidência a importância de cada conta no conjunto dos
valores expressos nas demonstrações contábeis, fazendo uma análise da evolução dos
números ao longo da série analisada.
2.2.5.2 Análise horizontal
A análise horizontal compara os valores das mesmas contas, ou grupos, nos diferentes
anos das séries analisadas, tradicionalmente é comparado com o período mais antigo das
demonstrações analisadas.
Segundo Iudícibus (2010, p.83), “A finalidade principal da análise horizontal é apontar
o crescimento de itens dos Balanços e das Demonstrações de Resultado (bem como de outros
demonstrativos) através dos períodos, a fim de caracterizar tendências”.
Para Assaf Neto (2002, p.100), “[...] é a comparação que se faz entre os valores de
uma mesma conta ou grupo de contas, em diferentes exercícios sociais. É basicamente um
processo de análise temporal, desenvolvido por meio de números e índices”.
Matarazzo (2010, p.172), ensina que, “A análise horizontal baseia-se na evolução de
cada conta de uma série de demonstrações financeiras em relação á demonstração anterior
e/ou em relação a uma demonstração financeira básica, geralmente a mais antiga da série”.
Portanto, através da análise horizontal é possível verificar o desenvolvimento de
contas, ou mesmo de grupos de contas, em um determinado período de tempo.
2.2.6 Análise do balanço de fundos
A análise do balanço de fundos consiste em identificar quais contas tiveram seus
saldos utilizados como fonte ou aplicação de fundos.
O balanço de fundos, “[...] tem como objetivo demonstrar as alterações havidas nos
valores de dois inventários através das variações sofridas durante o exercício, especialmente
as alterações ocorridas nos valores correntes”. (VERTES; WÜRCH, 1990, p.71).
Para verificar quais contas foram fonte ou aplicação de fundos, basta comparar o saldo
inicial com o saldo final da conta em determinado período. Esta diferença entre o saldo inicial
25
e final, dependendo da natureza da conta, indica a fonte ou aplicação de fundos. (BASSO;
FILIPIN; ENDERLI, 2015).
Portanto, o balanço de fundos é constituído de todas as contas patrimoniais, tendo seus
saldos finais e iniciais comparados, para a empresa obter um bom resultado em seu balanço de
fundos é necessário estar em boas condições financeiras, tendo gerado lucros no período
comparado, ou ao menos sem ocorrer prejuízos.
2.2.7 Análise de balanços por índices econômicos e financeiros
A análise de balanços por índices econômicos e financeiros é a técnica mais utilizada,
pode ser obtida através da elaboração de índices, geralmente designados de quocientes,
coeficientes ou taxas, obtidos através de relações entre duas grandezas.
Para Matarazzo (2010, p.81), “Índice é a relação entre contas ou grupo de contas das
Demonstrações Financeiras, que visa evidenciar determinado aspecto da situação econômica
ou financeira de uma empresa”.
Na visão de Iudícibus (2010, p.92):
O uso de quocientes tem como finalidade principal permitir ao analista extrair
tendências e comparar os quocientes com padrões preestabelecidos. A finalidade da
análise é, mais do que retratar o que aconteceu no passado, fornecer algumas bases
para inferir o que poderá acontecer no futuro.
A análise por índices tem a função de mostrar de forma mais clara e ampla a situação
econômica ou financeira de uma empresa.
2.2.7.1 Análise da liquidez
Os indicadores de liquidez têm por objetivo demonstrar a capacidade da entidade de
liquidar suas obrigações em determinada data, ou seja, a capacidade da empresa de saldar seus
compromissos em dia. “Trata-se, pois, de encontrar os coeficientes que mostrem a situação
das dívidas da entidade em relação aos seus meios de pagamento”. (BASSO; FILIPIN;
ENDERLI, 2015, p.115).
Neste sentido, Assaf Neto (2002, p.171), afirma que, “Os indicadores de liquidez
evidenciam a situação financeira de uma empresa frente a seus diversos compromissos
financeiros”.
26
Sendo assim, o estudo da liquidez subdivide-se em quatro indicadores básicos, que no
conjunto formam o denominado quadrinômio da liquidez, sendo eles: capital circulante
líquido, coeficiente da liquidez circulante, coeficiente da liquidez seca, e o coeficiente da
liquidez geral. (BASSO; FILIPIN; ENDERLI, 2015).
Portanto a análise da liquidez tem por finalidade evidenciar a capacidade financeira da
empresa em liquidar todos os seus compromissos.
2.2.7.1.1 Capital circulante líquido
O capital circulante líquido demonstra o que sobra ou falta da diferença entre o ativo
circulante e o passivo circulante e “[...] expressa a quantidade em valor de: dinheiro,
devedores e créditos diversos a curto prazo e de estoques que sobram para a entidade após ter
liquidado suas dívidas de curto prazo [...]”. (BASSO; FILIPIN; ENDERLI, 2015, p.116). A
formula apresentada pelos autores identificados é a seguinte:
CCL = Ativo Circulante (-) Passivo Circulante
Segundo os referidos autores, quanto mais sobrar de ativo circulante após a liquidação
do passivo circulante para a empresa, melhor é sua situação, entretanto, este indicador deve
ser analisado dentro de um conjunto de indicadores.
2.2.7.1.2 Coeficiente de liquidez circulante
O coeficiente de liquidez circulante, segundo Bruni (2011, p.128), “[...] representa
quantos reais a realizar no curto prazo a empresa possui para cada real a pagar dentro de um
horizonte de 12 meses”.
Basso; Filipin; Enderli (2015, p.118), ensinam que este coeficiente “[...] procura
evidenciar a proporção que existe entre os valores do Ativo e do Passivo Circulantes de uma
entidade em um dado momento [...]”. Obtido através da aplicação da seguinte fórmula:
CLC = Ativo Circulante
Passivo Circulante
Alguns autores destacam que quanto maior o coeficiente de liquidez circulante melhor
27
é a capacidade da empresa em financiar seu capital de giro, entretanto, um CLC muito
elevado representa que a empresa esta deixando de realizar investimentos, no entanto, sob o
ponto de vista financeiro, para o coeficiente de liquidez circulante ser favorável, deverá
sempre ser superior a 2,0, isso significa dizer que para cada 1,0 de passivo circulante, a
empresa tem 2,0 de ativo circulante.
2.2.7.1.3 Coeficiente de liquidez seca
O coeficiente de liquidez seca tem por objetivo verificar a capacidade que a empresa
tem de liquidar suas obrigações de curto prazo apenas com disponível e duplicatas a receber,
caso sofresse uma total paralização de suas vendas, ou se seu estoque se tornasse obsoleto.
(MARION, 2010).
Na visão de Assaf Neto (2002, p.172), “Essencialmente, a liquidez seca determina a
capacidade de curto prazo de pagamento da empresa mediante a utilização das contas do
disponível e valores a receber”. O indicador é encontrado, segundo Basso; Filipin; Enderli
(2015, p.120), a partir do uso da seguinte fórmula:
CLS = Ativo Circulante (-) Estoques
Passivo Circulante
Como este coeficiente indica se a empresa terá condições de liquidar suas dívidas sem
vender seus estoques, seu resultado terá de apresentar o índice mínimo de 1,0, revelando
assim, uma condição boa para a organização enfrentar momentos de dificuldades em suas
vendas.
2.2.7.1.4 Coeficiente de liquidez geral
Constitui-se em demonstrar a liquidez total da organização. “Mostra a capacidade de
pagamento da empresa a longo prazo, considerando tudo o que ela converterá em dinheiro (a
curto e longo prazo), relacionando-se com tudo o que já assumiu como dívida (a curto e longo
prazo) [...]”. (MARION, 2010, p.79).
Segundo Basso; Filipin; Enderli (2015, p.122), encontra-se o coeficiente da liquidez
geral com a aplicação da seguinte fórmula:
28
CLG = Ativo Circulante (+) Ativo Realizável a Longo Prazo
Passivo Circulante (+) Passivo Realizável a Longo Prazo
Estes autores consideram uma situação de tranquilidade financeira da entidade quando
o coeficiente de liquidez geral não ser inferior a 1,5, pois assim teria uma boa garantia de que
conseguiria fazer frente aos compromissos totais sem enfrentar dificuldades de caixa no
futuro.
2.2.7.1.5 Coeficiente de liquidez imediata
É considerado complementar no estudo da liquidez e não encontra unanimidade entre
os autores sobre a indicação de parâmetro de comparação. “Para efeito de análise, é um índice
sem muito realce, pois relacionamos dinheiro disponível com valores, que vencerão em datas
as mais variadas possível, embora a curto prazo”. (MARION, 2010, p.81).
Afirma Assaf Neto (2002, p.172), que o coeficiente de liquidez imediata:
Revela a porcentagem de dívidas a curto prazo (circulante) em condições a serem
liquidadas imediatamente. Esse quociente é normalmente baixo pelo pouco interesse
das empresas em manter recursos monetários em caixa, ativo operacionalmente de
reduzida rentabilidade.
Deste modo, para se chegar a este indicador utiliza-se a seguinte formula, segundo
Basso; Filipin; Enderli (2015, p.124):
CLI = Disponibilidades
Passivo Circulante
Portanto, autores consideram um índice de liquidez imediata de 0,20 como situação
satisfatória, já que as empresas não visam interesse em manter elevados recursos monetários
em caixa.
2.2.7.2 Análise de endividamento
Assim como devem ser analisados a capacidade da organização de saldar suas
obrigações, também é de fundamental importância analisar as evoluções ou retrações na
estrutura de capital e do endividamento, saber qual é a garantia que a entidade oferece para a
cobertura dos compromissos assumidos. “Quanto maior for a proporção dos recursos próprios
29
sobre os recursos de terceiros melhor será a margem de garantia de dívidas que a entidade
oferece a seus credores”. (BASSO; FILIPIN; ENDERLI, 2015, p.126).
Para Iudícibus (2010, p.97):
Estes quocientes relacionam as fontes de fundos entre si, procurando retratar a
posição relativa do capital próprio com relação ao capital de terceiros. São
quocientes de muita importância, pois indicam a relação de dependência da empresa
com relação a capital de terceiros.
Quanto a qualidade da dívida, na pior das hipóteses, a proporção favorável seria de
maior participação de dividas de longo prazo, visto que estas proporcionam a empresa maior
tempo de planejamento para gerar recursos e saldar os compromissos. Situação mais difícil
quando a composição do endividamento apresentar significativa concentração no passivo
circulante, já que a empresa terá poucas alternativas, e acabará tendo de vender seus estoques
com valores reduzidos, assumir novas dívidas de curto prazo que irão aumentar as despesas
financeiras. (MARION, 2010).
Sendo assim, o estudo do endividamento compreende vários indicadores, como:
coeficientes de dívidas circulantes, coeficiente de dívidas totais, coeficiente de dívidas de
longo prazo, coeficiente de segurança máxima e coeficientes de dívidas complementares.
2.2.7.2.1 Coeficiente de dívidas circulantes
Esse coeficiente estabelece uma relação entre as dívidas de curto prazo que a empresa
possui, para cada um real de patrimônio líquido da entidade.
O limite máximo desse coeficiente é de 1,00, pois quanto menor, melhor é a garantia
que a empresa possui de arcar com suas obrigações. Caso a empresa possua esse coeficiente
em seu máximo, pode-se dizer que a mesma já esgotou sua capacidade de endividamento.
Calcula-se pela seguinte formula, segundo Basso; Filipin; Enderli (2015, p.127):
CDC = Passivo Circulante
Patrimônio Líquido
2.2.7.2.2 Coeficiente de dívidas totais
Esse coeficiente mostra a capacidade que a empresa possui de quitação das suas
dívidas de curto e longo prazo, ou seja, suas dívidas totais, o limite máximo aceitável é de
30
1,00, isto é, as dividas totais não podem ultrapassar o valor do patrimônio líquido. Encontra-
se esse coeficiente, segundo Basso; Filipin; Enderli (2015, p.129), pela seguinte fórmula:
CDT = Passivo Circulante + Passivo Não Circulante
Patrimônio Líquido
2.2.7.2.3 Coeficiente de dívidas de longo prazo
Esse coeficiente avalia o endividamento de longo prazo da empresa. Compara o
capital circulante líquido somente com as dívidas de longo prazo, ou seja, as dívidas que irão
vencer depois do exercício social seguinte.
Em determinado dia essas dívidas se tornarão de curto prazo e precisarão ser
liquidadas. Também não deve ultrapassar o coeficiente 1,00, caso contrário, a empresa mostra
que não possui condições de quitação das dívidas de longo prazo. Encontra-se o coeficiente de
dívidas de longo prazo pela seguinte fórmula, segundo Basso; Filipin; Enderli (2015, p.131):
CDLP = Passivo Exigível a Longo Prazo
Capital Circulante Líquido
2.2.7.2.4 Coeficiente de segurança máxima
É a segurança máxima que a empresa pode oferecer a seus credores, caso tenha que
vender todo o seu ativo para liquidar seu passivo. Este coeficiente não pode ultrapassar 0,50,
ou seja, o total de suas dívidas deve permanecer em no máximo 50% do valor do ativo da
entidade.
É encontrado, segundo Basso; Filipin; Enderli (2015, p.132), pela formula:
CSM = Passivo Total / Ativo Total
2.2.7.2.5 Coeficiente de dívidas complementares
Dois outros indicadores podem vir a ser utilizados, com a finalidade de facilitar na
hora da caracterização financeira da empresa. São eles:
a) Coeficiente de Participação de Capitais de Terceiros – confronta as fontes de terceiros com
o próprio Patrimônio Líquido.
31
b) Coeficiente de Participação das Dívidas de Curto Prazo sobre as Dívidas Totais- mostra a
composição do endividamento no curto prazo.
São calculadas pelas seguintes fórmulas, respectivamente, conforme Basso; Filipin;
Enderli (2015, p.134):
CPCT = Passivo Total
Passivo Total + Patrimônio Líquido
CPDCP = Passivo Circulante
Passivo Total
“Portanto, quando uma empresa financia todo o seu Ativo com seu capital próprio,
pode-se concluir que a situação financeira é a melhor possível, e na medida que vai
contraindo dívidas, sua situação financeira vai se debilitando”. (BASSO; FILIPIN;
ENDERLI, 2015, p.126).
Visto que as empresas buscam ofertas de capital de terceiros para ampliar suas
aplicações, é necessário ter certo cuidado, manter um equilíbrio entre valores de capital
próprio e de capitais de terceiros, para assim, conseguir uma tranquilidade financeira.
2.2.7.3 Análise da lucratividade
Através dos indicadores de lucratividade podem-se comparar as diversas fases do
resultado da entidade, e também é possível medir a capacidade econômica da empresa. Só
será possível analisar a lucratividade se a empresa apresentar lucro. Bruni (2011, p.165),
salienta que, “É preciso compreender o lucro, analisando de diferentes formas como o lucro
bruto, o lucro operacional próprio, ou o lucro líquido”. Portanto, serão analisados estes
indicadores de lucratividade.
2.2.7.3.1 Margem de lucro operacional bruto
A margem de lucro operacional bruto demonstra a relação entre as vendas e os custos,
portanto, quanto maior e mais estável for o coeficiente durante os períodos analisados, melhor
é o desempenho da empresa em relação a si mesma. (BASSO; FILIPIN; ENDERLI, 2015).
Conforme Bruni, (2011, p.167), “O índice de margem bruta (IMB) representa a
32
percentagem de cada unidade monetária de venda que sobrou, após a empresa ter pago o custo
dos seus produtos ou das suas mercadorias”.
Basso; Filipin; Enderli (2015, p.137), definem a formula como:
CMLB = Lucro Operacional Bruto
Receita Operacional Líquida
2.2.7.3.2 Margem de lucro operacional líquido
A relação entre o lucro operacional sobre as vendas líquidas consiste na margem de
lucro operacional líquido, este índice demonstra a margem de lucro após os custos e despesas
operacionais.
“Este indicador evidência a margem de lucro que a entidade opera após absorver os
custos (Margem de lucro Operacional Bruto) e as despesas operacionais (líquidas),
evidenciando, sobretudo, sua eficiência operacional”. (BASSO; FILIPIN; ENDERLI, 2015,
p.139). Estes autores definem a formula como:
CMLOL = Lucro Operacional Líquido
Receita Operacional Líquida
Sendo Assim, quanto mais alto for o coeficiente, melhor, pois as operações da empresa
serão mais lucrativas.
2.2.7.3.3 Margem de lucro líquido do exercício
A margem de lucro líquido do exercício evidencia a parcela de lucro líquido final do
exercício que restou para a entidade em proporção as suas vendas líquidas. De acordo com
Bruni (2011, p.169), “A margem líquida representa a porcentagem de cada unidade monetária
de venda que sobrou, após a empresa ter pago seus produtos, demais despesas e impostos”.
Assim, este coeficiente pode ser obtido através da fórmula ensinada por Basso; Filipin;
Enderli (2015, p.141):
CMLLE = Lucro Líquido do Exercício
Receita Operacional Líquida
33
Torna se importante o estudo deste indicador, uma vez que o lucro líquido remunera
os capitais investidos pelos sócios e evidencia o que sobra de lucro líquido em cada unidade
monetária de receita operacional líquida, permitindo constatar o desempenho final das
operações realizadas. Portanto, quanto maior for o coeficiente, melhor é a situação financeira
da empresa.
2.2.7.4 Análise da rentabilidade
A rentabilidade mostra os percentuais de remuneração de seus diversos tipos de
capitais e ou outros fatores de remuneração da empresa. “Os indicadores de rentabilidade
buscam analisar os lucros auferidos pela entidade de forma relativa, geralmente analisados em
relação aos investimentos feitos pelo conjunto de fornecedores de capital (sócios e terceiros)
ou apenas pelos sócios”. (BRUNI, 2011, p.209).
Complementando, Basso, Filipin, Enderli (2015, p.143), explicam que, “Quanto
maiores forem os indicadores e de preferência crescentes do primeiro para os demais anos da
série em estudo, melhor é o indicador de rentabilidade”.
Neste contexto, os indicadores de rentabilidade são: rentabilidade do capital social,
rentabilidade do patrimônio Líquido, remuneração do ativo total, e taxa de retorno do
investimento operacional.
2.2.7.4.1 Rentabilidade do capital social
O coeficiente de rentabilidade do capital social demonstra quanto a empresa está
remunerando o capital investido pelos seus sócios. Segundo Basso; Filipin; Enderli (2015,
p.143), a formula para encontrar o coeficiente é a seguinte:
CRCS = Lucro Líquido do Exercício / Capital Social
2.2.7.4.2 Rentabilidade do patrimônio líquido
Evidencia em quanto a entidade remunerou o seu capital próprio na serie analisada.
Para Iudícibus (2010, p.111), “A importância do quociente de retorno sobre o patrimônio
líquido (QRPL) reside em expressar os resultados globais auferidos pela gerência na gestão de
recursos próprios e de terceiros, em benefícios dos acionistas”.
34
Para obtenção do coeficiente de rentabilidade do patrimônio liquido, utiliza-se a
seguinte formula, segundo Basso; Filipin; Enderli (2015, p.145):
CRPL = Lucro Líquido do Exercício
Patrimônio Líquido
Como já mencionado, quanto maior for este coeficiente, melhor será a situação
financeira da entidade, uma vez que no longo prazo, este influencia nos preços das ações de
empresa da bolsa de valores.
2.2.7.4.3 Rentabilidade do ativo total
Esse indicador evidencia em quanto os ativos da empresa foram remunerados, visto
que os ativos representam as aplicações dos recursos da entidade e é por meio deles que são
realizadas as suas atividades.
Bruni (2011, p.213), destaca que, “[...] é, provavelmente, o mais importante indicador
de análise contábil financeira. Representa a relação entre os resultados da entidade e o volume
de recursos nela investidos por sócios e terceiros, valor representado pelo ativo total da
empresa”.
O coeficiente de remuneração do ativo total, segundo Basso; Filipin; Enderli (2015,
p.146),é a seguinte:
CRAT = Lucro Líquido do Exercício
Ativo Total
Da mesma forma, quanto mais alto for o coeficiente, melhor é a situação financeira da
entidade, pois terá um retorno mais rápido em relação aos investimentos realizados.
2.2.7.4.4 Taxa de retorno do investimento operacional
Verifica o tempo médio que os resultados operacionais levariam para que ocorresse o
retorno total dos investimentos operacionais aplicados na empresa. Basso; Filipin; Enderli
(2015, p.148), definem a formula como:
35
TRIO = Lucro Operacional Líquido
Ativo Operacional
2.2.7.5 Indicadores de atividade, giro ou ciclometria
A análise de ciclometria tem por finalidade evidenciar os prazos que a empresa está
tendo no giro dos seus estoques, quanto tempo está levando para receber dos seus clientes e
quanto tempo está levando para pagar os seus fornecedores.
“Para fins de análise, quanto maior for a velocidade de recebimento de vendas e de
renovação de estoque, melhor. Por outro lado, quanto mais lento for o pagamento das
compras, desde que não corresponda a atrasos, melhor”. (MARION, 2010, p.110).
Complementando, Iudícibus (2010, p.100), ensina que, “[...] quanto maior a
rotatividade, tanto melhor; e isto certamente é verdade, desde que a margem de lucro sobre as
vendas se mantenha constante ou, se diminuir, diminuir menos do que o aumento da rotação”.
Baseado nestes conceitos, inúmeros indicadores de atividade ou ciclometria podem ser
elaborados, sendo que entre os mais habituais destaca-se: grau de imobilização do patrimônio
líquido, exame de rotação dos estoques, exame do prazo médio de cobrança de duplicatas,
exame do prazo médio do pagamento de duplicatas, e o prazo relativo de duplicatas.
2.2.7.5.1 Grau de imobilização do patrimônio líquido
Busca identificar o montante de capital próprio investido no ativo permanente da
organização. Iudícibus (2010, p.118), explica que, “Este quociente pretende relatar qual a
porcentagem dos recursos próprios que esta imobilizada em plantas e instalações, bem como
outras imobilizações, ou que não está em giro”. Basso; Filipin; Enderli (2015, p.151), ensinam
que, “Via de regra, quanto maior o percentual, pior é para a situação financeira, pois deixa
cada vez menos recursos próprios livres para aplicação em ativos rentáveis”.
A fórmula mais comum é a seguinte, segundo Basso; Filipin; Enderli (2015, p.151):
GIPL = Ativo Permanente x 100
Patrimônio Líquido
Portanto, quanto maio for o percentual, pior é a situação financeira da entidade, ou
seja, menos é o montante de recursos próprios livres para aplicação em ativos destinados ao
36
empreendimento.
2.2.7.5.2 Exame de rotação dos estoques
O exame de rotação dos estoques verifica quantos dias, em média, o estoque demora a
ser vendido. Segundo Matarazzo (2010, p.267), “[...] representa, na empresa comercial, o
tempo médio de estocagem de mercadorias; na empresa industrial, o tempo de produção e
estocagem”.
Bruni (2011, p.182), destaca que, “O índice de giro dos estoques (IGE) procura
expressar quantas vezes em um ano o estoque se renovou por causa das vendas.
Normalmente, quanto maior a rotatividade, melhor a situação da empresa”.
Sendo assim, Basso; Filipin; Enderli (2015, p.153), apresentam a seguinte fórmula:
ERE = Vendas
Estoque
Com a aplicação desta fórmula, encontraremos quantas vezes o estoque girou na
empresa no período, para saber a média de dia que o estoque levou para girar, basta pegar 365
dias que correspondem a um ano, e dividir pelo número de vezes que o estoque girou na
empresa no período.(BASSO; FILIPIN; ENDERLI, 2015). Portanto, como já comentado,
quanto menos dias levar para girar, melhor é a qualidade do estoque.
2.2.7.5.3 Exame do prazo médio de cobrança de duplicatas
O prazo médio de cobrança de duplicatas tem o objetivo de demonstrar quanto tempo
e empresa leva para receber seus créditos. Para Bruni (2011, p.185), “[...] indica o período que
a empresa deverá esperar, em média, antes de receber suas vendas a prazo”.
Para Matarazzo (2010, p.261), “O volume de investimentos em duplicatas a receber é
determinado pelo prazo médio de recebimento de vendas”. Sendo assim, através da formula
apresentada por Basso; Filipi; Enderli (2015, p.156) encontra-se o prazo médio de cobrança
de duplicatas:
PMCD = Valor Duplicatas a Receber x 365
Valor Vendas a Prazo do Ano
37
Portanto, quanto maior for o prazo médio de cobrança de duplicatas pior é a situação
para a empresa, pois haverá uma demora maior no recebimento de seus créditos cedidos aos
clientes. É preciso fazer uma análise em conjunta com o prazo médio de pagamento de
duplicatas, quanto menor for o prazo de recebimento, e maior for o prazo de pagamento,
melhor é a situação da empresa.
2.2.7.5.4 Exame do prazo médio do pagamento de duplicatas
O prazo médio de pagamento por sua vez, tem o intuito de revelar o prazo que a
empresa leva para efetuar o pagamento de suas duplicatas. No entendimento de Bruni (2011,
p.188), “O prazo médio de pagamento (PMP) indica quantos dias, semanas, meses ou anos a
empresa poderá esperar, em média, antes de pagar suas dividas junto a seus fornecedores
pelas compras efetuadas a prazo”.
Segundo Basso; Filipin; Enderli (2015, p.156), a fórmula é a seguinte:
PMPD = Valor Duplicatas a Pagar x 365
Valor Compras a Prazo (ou CMV)
Desta forma, quanto maior o prazo de pagamento em relação aos de recebimentos,
melhor é a situação das duplicatas a pagar.
2.2.7.5.5 Prazo relativo de duplicatas
Este indicador estabelece uma comparação entre o prazo médio de cobrança e o prazo
médio de pagamento. Bruni (2011, p.189), explica que, “O índice de posicionamento relativo
(PMP), busca analisar a relação entre prazos obtidos e concedidos e como esta relação pode
afetar o nível de liquidez da empresa”. Complementam Basso; Filipin; Enderli (2015, p.158),
dizendo que, “O indicador Revela quantas vezes antes ou depois se recebe as duplicatas de
clientes diante dos prazos de pagamento aos fornecedores; quanto maior de 1,00 melhor é a
posição relativa entre os recebimentos e os pagamentos de duplicatas”. Segundo esses autores,
a fórmula é a seguinte:
PRD = Prazo Médio de Pagamento de Duplicatas
Prazo Médio de Cobrança de Duplicatas
38
2.2.7.6 Análise de solvência ou insolvência
A análise de solvência ou insolvência tem a finalidade de demonstrar em que situação
a empresa se encontra, ou seja, busca verificar a saúde financeira do empreendimento, vai
evidenciar se a mesma esta em situação intermediária ou se está em situação de insolvência.
Assim, dos indicadores para este estudo, destacam-se dois: coeficiente de overtrading e índice
de insolvência de Kanitz.
2.2.7.6.1 Coeficiente de overtrading
O Coeficiente de overtrading serve para mostrar se a empresa está operando com
vendas acima da sua capacidade financeira, especialmente vendas a prazo, ou seja, entrando
em supertransação. “Isto significa a busca de um volume de negócios superior à capacidade
financeira da sua entidade ou a manutenção do mesmo volume de negócios apesar da redução
do seu capital próprio”. (VERTES; WÜRCH, 1990, p.223).
O coeficiente é encontrado com a aplicação da seguinte fórmula, segundo Basso;
Filipin; Enderli (2015, p.161):
COver = Vendas
Capital Circulante Líquido
“O indicador parte do suposto de que para vender, a empresa necessita de uma boa
estrutura de Capital Circulante Líquido, para que não venha a operar apenas com uma elevada
carga de recursos externos [...]” (BASSO; FILPIN; ENDERLI, 2015, p.159). Portanto,
baseado nos autores, quanto menor e mais estável for esse indicador no período em análise,
melhor é a situação financeira da entidade.
2.2.7.6.2 Índice de insolvência de Kanitz
O Índice de Insolvência de Kanitz é formado pela combinação de outros indicadores
econômicos e financeiros e tem por finalidade, verificar se a empresa está a caminho da
Insolvência.
Conforme Marion (2010, p. 181), “[...] nesse modelo, como em outros existentes, o
objetivo não é meramente analisar o risco de falência, mas também avaliar a empresa, dando-
39
se uma nota para a mesma, nota que varia de (-) 7,0 até 7,0”.
X1 = Rentabilidade do Patrimônio Líquido × 0,05
X2 = Liquidez Geral × 1,65
X3 = Liquidez Seca × 3,55
X4 = Liquidez Corrente × 1,06
X5 = Coeficiente de Endividamento Total × 0,33
Fator de Insolvência = (X1 + X2 + X3) – (X4 + X5).
Quando o índice ficar acima de zero, diz se que a empresa está no Intervalo de
Solvência; quando ficar entre zero e menos três (-3), esta no Intervalo de Penumbra,
revelando uma situação indefinida, e quando ficar abaixo de menos três (-3), está no
Intervalo de Insolvência, muito propensa à falência. (BASSO; FILIPIN; ENDERLI,
20115, p.163).
Depois de calculado o Fator de Insolvência, basta comparar a nota obtida com os
parâmetros estabelecidos para verificar a situação da empresa.
40
3 METODOLOGIA DO ESTUDO
A metodologia do estudo visa demonstrar os meios que foram utilizados para a
realização do presente estudo, para proporcionar o atingimento dos objetivos propostos,
explicitando quais os procedimentos de pesquisa, os procedimentos e instrumentos utilizados
na produção de elementos de estudo.
Segundo Minayo (2011, p.14), “[...] entendemos por metodologia o caminho do
pensamento e a prática exercida na abordagem da realidade”.
3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA
A pesquisa consiste na busca de informações com a finalidade de dar subsídios ao
estudo a fim de encontrar respostas do problema proposto.
Para Zamberlan et al (2014, p.24):
Pesquisa significa realizar empreendimentos para descobrir, para conhecer algo. A
pesquisa constitui um ato dinâmico de questionamento, indagação e
aprofundamento. Consiste na tentativa de desvelamento de determinados objetos. É
a busca de uma resposta significativa a uma dúvida ou problema.
Nesse sentido, a pesquisa pode ser classificada de várias formas, quanto a sua
natureza, quanto a sua abordagem, quanto aos seus objetivos e quanto aos procedimentos
técnicos, tornando-se importante classificá-la a fim de possibilitar uma melhor organização e
entendimento do estudo proposto.
3.1.1 Quanto à sua natureza
A pesquisa aplicada, “Objetiva gerar conhecimentos para aplicação prática e dirigidos
à solução de problemas específicos. Envolve verdades e interesses locais.” (SILVA;
MENEZES, 2005, p.20).
Na concepção de Vergara (2004, p.47):
A pesquisa aplicada é fundamentalmente motivada pela necessidade de resolver
problemas concretos, mais imediatos, ou não. Tem, portanto, finalidade prática, ao
contrário da pesquisa pura, motivada basicamente pela curiosidade intelectual do
pesquisador e situada sobretudo no nível da especulação.
41
Portanto, este estudo é aplicado, pois serão analisados os dados contábeis da empresa,
baseados na sua realidade, em um determinado período de tempo, buscando a solução para
um problema específico.
3.1.2 Quanto à forma de abordagem do problema
Em relação á abordagem do problema, o estudo se classifica como pesquisa
qualitativa, pois de acordo com Silva; Menezes (2005, p.20):
Pesquisa qualitativa considera que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o
sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do
sujeito não pode ser traduzido em números. A interpretação dos fenômenos e a
atribuição de significados são requisitos básicos no processo de pesquisa qualitativa.
Para Minayo (2011, p.21), “A pesquisa qualitativa responde a questões muito
particulares. Ela se ocupa, nas Ciências Sociais, com um nível de realidade que não pode ou
não deveria ser quantificado”.
Desta forma, fundamentado nestes conceitos, o presente estudo classifica-se como
pesquisa qualitativa, já que tem por finalidade a apuração de índices econômicos obtidos
através das demonstrações contábeis da empresa, seguido das devidas interpretações sem
utilizar-se de dados estatísticos.
3.1.3 Quanto aos seus objetivos
A pesquisa descritiva, “[...] visa a identificar, expor e descrever os fatos ou fenômenos
de determinada realidade em estudo, características de um grupo, comunidade, população ou
contexto social”. (ZAMBERLAN et al. 2014, p.96).
Complementando, Gil (1999, p.44), diz que, “As pesquisas deste tipo têm como
objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou
estabelecimento de relações entre variáveis”.
Assim, em relação ao ponto de vista de seus objetivos, o projeto de pesquisa em
estudo é classificado como descritivo, uma vez que se baseará no estudo de um caso
específico, onde os dados das demonstrações contábeis da empresa serão observados,
analisados e interpretados.
42
3.1.4 Quanto aos procedimentos técnicos
Os procedimentos técnicos podem ser definidos como as maneiras utilizadas para a
obtenção dos dados na realização do estudo, sendo inúmeras as estratégias de pesquisa que
podem ser empregadas. Para a realização do presente trabalho, se utilizou a pesquisa
bibliográfica, a pesquisa documental e o estudo de caso.
Para Vergara (2004, p.48),“Pesquisa bibliográfica é o estudo sistematizado
desenvolvido com base em material publicado em livros, revistas, jornais, redes eletrônicas,
isto é, material acessível ao público em geral”.
“Essa pesquisa explica e discute um tema ou problema com base em referências
teóricas já publicadas [...]” (SILVA, 2003, p.60).
No que diz respeito à pesquisa documental, Vergara (2004, p.48), conceitua como:
Investigação documental é a realizada em documentos conservados no interior de
órgãos públicos e privados de qualquer natureza, ou com pessoas: registros, anais,
regulamentos, circulares, ofícios, memorandos, balancetes, comunicações informais,
filmes, micro filmes, fotografias, videoteipe, informações em disquete, diários,
cartas pessoais e outros.
Conforme Gil (1999, p.72-73), “O estudo de caso é caracterizado pelo estudo
profundo e exaustivo de um ou de poucos objetos, de maneira a permitir o seu conhecimento
amplo e detalhado, tarefa praticamente impossível mediante os outros tipos de delineamentos
considerados”.
Para Vergara (2004, p.49), “Estudo de caso é o circunscrito a uma ou poucas unidades,
entendidas essas como pessoa, família, produto, empresa, órgão público, comunidade ou
mesmo país. Tem caráter de profundidade e detalhamento. Pode ou não ser realizado no
campo”.
Considerando o exposto, o estudo se utilizará de pesquisas em materiais já publicados
como livros, revistas, artigos e meios eletrônicos, além de documentos fornecidos pela
empresa, tais como as demonstrações contábeis e notas explicativas.
3.2 COLETA DE DADOS
Este item consiste em demonstrar de que forma os dados foram coletados para
responder o problema da pesquisa.
Segundo Silva; Menezes (2005, p.35), “Nesta etapa você fará a pesquisa de campo
43
propriamente dita. Para obter êxito neste processo, duas qualidades são fundamentais: a
paciência e a persistência”.
Para o presente estudo, os dados foram obtidos a partir das demonstrações contábeis e
notas explicativas disponibilizadas pela empresa na página da BM&FBovespa.
3.2.1 Instrumentos de coleta de dados
Diversos são os meios de coletas de dados que podem ser utilizados para subsidiar os
propósitos da pesquisa. Segundo Zamberlan et al (2014 p.116), “As técnicas de coleta de
dados predominantemente aplicadas na pesquisa qualitativa são: entrevistas, observação, uso
de diários e análise documental”.
Portanto, para a realização da pesquisa foi utilizada a técnica da análise documental,
sendo realizada uma análise comparativa dos demonstrativos contábeis básicos da empresa
em estudo.
3.3 ANALISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS
Após a coleta, os dados foram analisados e interpretados.
A análise tem como objetivo organizar e sumariar os dados de forma tal que
possibilitem o fornecimento de respostas ao problema proposto para investigação. Já
a interpretação tem como objetivo a procura do sentido mais amplo das respostas, o
que é feito mediante sua ligação a outros conhecimentos anteriormente obtidos.
(GIL, 1999, p.168).
Sendo assim, no primeiro momento foi realizada a sistematização do conteúdo através
da revisão teórica a qual foi a base para aplicação prática da pesquisa. Posteriormente tem-se
o levantamento dos dados por meio dos documentos e demonstrativos contábeis básicos da
empresa, e o processamento destes, via planilhas e sistemas, onde foram reestruturados e
atualizados para posteriormente serem transformados em dados para apuração dos
indicadores, prosseguindo com a interpretação e análise dos mesmos, além da demonstração
gráfica das evoluções ou retrações da situação patrimonial, econômica e financeira da
entidade objeto de estudo.
44
4. ANÁLISE DOS RESULTADOS
O resultado ou o produto das análises é encontrado através do estudo das
demonstrações contábeis básicas: balanço patrimonial e demonstração do resultado do
exercício da empresa em estudo, os quais foram obtidos através do site da Bovespa, cujo
período de análise compreende os anos de 2010 a 2014 mediante o uso das técnicas de análise
de balanço em valores absolutos; análise de balanço em valores relativos; análise do balanço
de fundos; análise de balanços por indicadores econômicos e financeiros.
4.1 REESTRUTURAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES PARA ANÁLISE
Conforme indicam as técnicas de análise de demonstrações contábeis, algumas contas
do balanço patrimonial foram reclassificadas, para facilitar a análise e possibilitar melhor
compreensão de dados, de forma que possam efetivamente representar as aplicações e as
origens de recursos. A conta “pagamentos antecipados”, por ser uma conta que reúne valores
gastos em despesas antecipadas e que não devem ser consideradas como elemento ativo, pois
não têm condições de serem transformadas em disponibilidades para futuro saneamento de
passivos, teve seu valor retirado do ativo, sendo compensado com valores do patrimônio
líquido, na conta “reservas de lucros” do ano correspondente.
4.2 ATUALIZAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES PARA ANÁLISE
As técnicas de análise das demonstrações contábeis também recomendam a
atualização dos valores dos anos anteriores para os valores da data do último ano da série em
análise, obtendo-se assim, uma análise atualizada e a valor mais próximo da realidade
presente. Para isso foi utilizada a variação do IGPM.
Quadro 1 - Cálculo do fator de atualização pelos índices médios do IGPM
Anos Número índice acumulado Fator de atualização
2010 1.083,6227 1,239629347
2011 1.138,8631 1,179501294
2012 1.227,8302 1,094036048
2013 1.295,6759 1,036748851
2014 1.343,2905 1,000000000
Fonte: elaborado pelo autor conforme informações obtidas no site do IGPM.
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4.3 ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES EM VALORES ABSOLUTOS
ATUALIZADOS
O quadro dois demonstra os balanços patrimoniais em valores atualizados da empresa
Lojas Americanas S.A. dos anos de 2010, 2011, 2012, 2013 e 2014, denominados de: ano 1,
ano 2, ano 3, ano 4 e, ano 5, respectivamente.
Quadro 2 - Balanço patrimonial em valores atualizados
BALANÇO PATRIMONIAL DA EMPRESA LOJAS AMERICANAS S.A. EM VALORES
ATUALIZADOS – REAIS MIL
GRUPOS E SUBGRUPOS DE CONTAS 2010 2011 2012 2013 2014
N° PERÍODOS - ANOS ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5
I - ATIVO CIRCULANTE 7.226.774 7.958.884 7.939.420 9.285.421 10.053.009
01. Disponibilidades 201.351 155.109 200.771 439.602 951.819
02. Clientes 2.306.022 2.573.747 1.774.698 1.840.894 1.979.527
03. Estoques 1.772.096 1.718.413 2.061.420 2.564.156 2.897.069
04. Outros Valores a Receber 2.947.306 3.511.615 3.902.531 4.440.770 4.224.594
II - ATIVO NÃO CIRCULANTE 2.658.950 3.167.827 4.160.946 5.335.921 6.765.003
05. ATIVO REALIZ. A LONGO PRAZO 584.720 554.633 949.203 1.219.299 1.690.822
5.1. Outros Valores a Receber 584.720 554.633 949.203 1.219.299 1.690.822
06. ATIVO PERMANENTE 2.074.231 2.613.193 3.211.743 4.116.623 5.074.181
6.2. Imobilizado 791.387 1.102.352 1.459.928 1.850.956 2.317.668
6.3. Intangível 1.282.844 1.510.841 1.751.815 2.265.666 2.756.513
III - TOTAL DO ATIVO 9.885.724 11.126.711 12.100.366 14.621.343 16.818.012
IV - PASSIVO CIRCULANTE 5.510.107 5.385.089 5.367.018 5.681.709 6.547.473
07. Obrigações de Funcionamento 3.819.862 3.694.324 3.879.035 4.906.584 5.581.120
7.1. Fornecedores (Dupl. a Pagar) 2.919.973 2.795.111 3.194.657 4.098.489 4.628.643
7.2. Outras Contas a Pagar 899.889 899.213 684.378 808.095 952.477
08. Obrigações de Financiamento 1.690.245 1.690.764 1.487.983 775.125 966.353
V - PASSIVO NÃO CIRCULANTE 3.720.100 4.404.299 5.477.398 7.433.028 7.262.278
9.1. Obrigações de Funcionamento 274.187 201.436 125.145 232.094 213.251
9.1.2. Outras Contas a Pagar 274.187 201.436 125.145 232.094 213.251
9.2. Obrigações de Financiamento 3.445.913 4.202.863 5.352.253 7.200.934 7.049.027
VI - TOTAL DO PASSIVO 9.230.207 9.789.388 10.844.416 13.114.737 13.809.751
VII - PATRIMÔNIO LÍQUIDO 655.517 1.337.323 1.255.950 1.506.606 3.008.261
10. Capital Social 474.852 918.232 969.696 893.911 2.238.345
11. Reservas de Capital 13.997 17.350 21.076 29.166 39.842
12. Reservas de Lucros 355.120 584.152 629.508 934.439 948.426
13. Ajustes de Avaliações Patrimoniais 2.976 3.419 1.906 1.649 1.460
14. (-) Ações em Tesouraria -191.429 -185.830 -366.235 -352.560 -219.812
VIII – TOTAL PASSIVO E P.L. 9.885.724 11.126.711 12.100.366 14.621.343 16.818.012
Fonte: elaborado pelo autor conforme reestruturação dos balanços patrimoniais originais.
No quadro três observa-se as diferenças dos balanços patrimoniais atualizados da
empresa Lojas Americanas S.A. do ano 1 para o ano 2; do ano 2 para o ano 3; do ano 3 para o
ano 4 e do ano 4 para o ano 5.
46
Quadro 3 – Comparativo do balanço patrimonial em valores atualizados
COMPARATIVO ENTRE OS ANOS DO BALANÇO PATRIMONIAL DA EMPRESA LOJAS
AMERICANAS S.A. EM VALORES ATUALIZADOS - REAIS MIL
GRUPOS E SUBGRUPOS DE CONTAS Diferença Diferença Diferença Diferença
N° PERÍODOS - ANOS 2 (-) 1 3 (-) 2 4 (-) 3 5 (-) 4
I - ATIVO CIRCULANTE 732.111 -19.465 1.346.002 767.588
01. Disponibilidades -46.241 45.662 238.831 512.217
02. Clientes (Dupl. a Receber) 267.726 -799.049 66.196 138.633
03. Estoques -53.683 343.007 502.736 332.913
04. Outros Valores a Receber 564.309 390.916 538.239 -216.176
II - ATIVO NÃO CIRCULANTE 508.876 993.119 1.174.975 1.429.082
05. ATIVO REALIZ. A LONGO PRAZO -30.086 394.570 270.095 471.523
5.1. Outros Valores a Receber -30.086 394.570 270.095 471.523
06. ATIVO PERMANENTE 538.962 598.550 904.880 957.558
6.2. Imobilizado 310.966 357.575 391.029 466.712
6.3. Intangível 227.997 240.974 513.851 490.847
III - TOTAL DO ATIVO 1.240.987 973.655 2.520.977 2.196.669
IV - PASSIVO CIRCULANTE -125.018 -18.071 314.691 865.764
07. Obrigações de Funcionamento -125.538 184.711 1.027.549 674.536
7.1. Fornecedores (Dupl. a Pagar) -124.862 399.546 903.832 530.154
7.2. Outras Contas a Pagar -676 -214.835 123.717 144.382
08. Obrigações de Financiamento 520 -202.781 -712.858 191.228
V - PASSIVO NÃO CIRCULANTE 684.199 1.073.098 1.955.630 -170.750
9.1. Obrigações de Funcionamento -72.751 -76.292 106.949 -18.843
9.1.2. Outras Contas a Pagar -72.751 -76.292 106.949 -18.843
9.2. Obrigações de Financiamento 756.950 1.149.390 1.848.681 -151.907
VI - TOTAL DO PASSIVO 559.181 1.055.028 2.270.321 695.014
VII - PATRIMÔNIO LÍQUIDO 681.806 -81.373 250.655 1.501.655
10. Capital Social 443.380 51.463 -75.785 1.344.434
11. Reservas de Capital 3.354 3.725 8.090 10.676
12. Reservas de Lucros 229.031 45.357 304.931 13.987
13. Ajustes de Avaliações Patrimoniais 443 -1.514 -256 -189
14. (-) Ações em Tesouraria 5.598 -180.405 13.675 132.748
VIII - TOTAL PASSIVO E PATR. LÍQUIDO 1.240.987 973.655 2.520.977 2.196.669
Fonte: elaborado pelo autor com base no quadro 2.
Do ano 1 para o ano 2 constata-se que o ativo circulante aumentou em 732.111 mil
reais, enquanto que o passivo circulante reduziu em 125.018 mil reais; o ativo realizável a
longo prazo diminuiu em 30.086 mil reais, enquanto que o passivo não circulante aumentou
em 684.199 mil reais; o ativo permanente aumentou em 538.962 mil reais, enquanto que o
patrimônio líquido aumentou em 681.806 mil reais. No ativo circulante, a conta que mais
cresceu foi outros valores a receber, seguido da conta clientes, e a que mais diminuiu foi a
conta estoques. No passivo circulante a única conta que cresceu foi obrigações de
financiamento, sendo que as obrigações de funcionamento diminuíram no período. No
passivo não circulante, a conta que apresentou crescimento foi obrigações de financiamento,
já a conta obrigações de funcionamento apresentou diminuição no período. No patrimônio
47
líquido, com exceção da conta prejuízos acumulados, todas as contas apresentaram
crescimento, sendo que em maior representatividade a conta capital social, seguida da conta
reservas de lucro. As aplicações e as fontes tiveram um crescimento real de 1.240.987 mil
reais no período.
Tanto do lado das aplicações quanto do lado das fontes de recursos, do ano 1 para o
ano 2, os resultados foram favoráveis à situação financeira da empresa.
Gráfico 1 - Composição do ativo
Fonte: elaborado pelo autor.
Do ano 2 para o ano 3, constata-se que o ativo circulante teve uma redução no
montante de 19.465 mil reais, ocasionado por uma redução que ocorreu na conta clientes de
799.049 mil reais, as demais contas do grupo apresentaram crescimento no período; o passivo
circulante também apresentou uma redução, porém em menor proporção que o ativo
circulante, ou seja, reduziu em 18.071 mil reais, decorrente da redução de obrigações de
financiamento em 202.781 mil reais; as obrigações de funcionamento apresentaram
crescimento de 184.711 mil reais; o ativo realizável a longo prazo apresentou um crescimento
de 394.570 mil reais, ao passo que o passivo não circulante apresentou o significativo
aumento de 1.073.098 mil reais provocado pelo crescimento de obrigações de financiamentos
em 1.149.390 mil reais e redução de 76.292 mil reais em obrigações de funcionamento; o
ativo permanente teve um aumento de 598.550 mil reais, sendo que o imobilizado cresceu em
357.575 mil reais e o intangível cresceu em 240.974 mil reais, enquanto que o patrimônio
líquido teve uma redução de 81.373 mil reais, decorrentes do significativo aumento da conta
redutora ações em tesouraria de 180.405 mil reais, de uma redução de 1.514 mil reais na conta
de ajustes de avaliações patrimoniais, crescimento de apenas 38.188 mil reais em reservas de
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  • 1. 1 UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS, CONTÁBEIS, ECONÔMICAS E DA COMUNICAÇÃO CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS LEONARDO RODRIGUES BELLINAZO ANÁLISE COMPARATIVA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS BÁSICAS DA EMPRESA LOJAS AMERICANAS S.A. IJUÍ (RS) 2015
  • 2. 2 LEONARDO RODRIGUES BELLINAZO ANÁLISE COMPARATIVA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS BÁSICAS DA EMPRESA LOJAS AMERICANAS S.A. Trabalho de conclusão de curso apresentado no curso de Ciências Contábeis da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, como requisito para a obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis. Prof. Orientador: IRANI PAULO BASSO Ijuí (RS), 2015
  • 3. 3 RESUMO O presente estudo tem como foco principal a análise das demonstrações contábeis da empresa Lojas Americanas S.A., empresa de capital aberto, grande rede de varejo situada nas principais cidades brasileiras. Esse tema desenvolvido visa demonstrar a real situação patrimonial, econômica e financeira da empresa objeto de estudo nos anos de 2010 a 2014, destacando a importância desta ferramenta no processo decisório das organizações. Os objetivos deste estudo consistem em analisar a posição, evolução e tendências patrimonial, financeira e econômica da empresa objeto de estudo; para isso, foi necessário revisar a literatura referente ao tema, levantar os demonstrativos contábeis básicos da empresa, aplicar as principais técnicas de análise de demonstrações contábeis, apurando os indicadores financeiros e econômicos, analisar e interpretar os indicadores, e ainda relatar conclusões de ordem econômica, financeira e patrimonial na perspectiva de melhorar as condições dos gestores nos processos de tomada de decisões. A pesquisa classifica-se, quanto a sua natureza, como aplicada, já quanto aos objetivos, classifica-se como descritiva, sendo sua forma de abordagem qualitativa e quanto aos procedimentos técnicos como pesquisa bibliográfica, pesquisa documental e estudo de caso. No trabalho prático, após a atualização dos valores das demonstrações contábeis básicas para o último ano da série em estudo, foram realizadas as análises em valores absolutos e relativos, análise do balanço de fundos, análise de liquidez, endividamento, lucratividade, rentabilidade, indicadores de atividade, e de solvência, evidenciando a situação econômica, financeira e patrimonial da empresa, além de demonstrar a importância que os indicadores fornecidos pela técnica contábil da análise de balanços proporcionam para o investidor e para os gestores da empresa. Palavras-chave: Análise. Indicadores. Demonstrações contábeis. Decisões. Gestores.
  • 4. 4 LISTA DE QUADROS Quadro 1 - Cálculo do fator de atualização pelos índices médios do IGPM..........................45 Quadro 2 - Balanço patrimonial em valores atualizados........................................................46 Quadro 3 - Comparativo do balanço patrimonial em valores atualizados..............................47 Quadro 4 - Demonstração do resultado do exercício em valores atualizados........................50 Quadro 5 - Comparativo da demonstração do resultado do exercício em valores atualizados – reais mil.............................................................................................................51 Quadro 6 - Análise vertical do balanço patrimonial em valores relativos..............................53 Quadro 7 - Comparativo da análise vertical do balanço patrimonial em valores relativos....54 Quadro 8 - Análise vertical da demonstração do resultado do exercício em valores relativos............................................................................................................... 56 Quadro 9 - Comparativo da análise vertical da demonstração do resultado do exercício em valores relativos....................................................................................................57 Quadro 10 - Análise horizontal do balanço patrimonial em valores relativos.........................59 Quadro 11 - Comparativo da análise horizontal do balanço patrimonial em valores relativos 2010 – 2014..........................................................................................................60 Quadro 12 - Análise horizontal da demonstração do resultado do exercício em valores relativos................................................................................................................63 Quadro 13 - Comparativo da análise horizontal da demonstração do resultado do exercício em valores relativos....................................................................................................63 Quadro 14 - Apuração do capital circulante líquido da empresa Lojas Americanas S.A. em reais mil................................................................................................................66 Quadro 15 - Apuração da variação do capital circulante líquido da empresa Lojas Americanas S.A. em reais mil..................................................................................................66 Quadro 16 - Demonstração das variações dos grupos de contas do não circulante da empresa Lojas Americanas S.A. em reais mil....................................................................67 Quadro 17 - Resumo do balanço de fundos da empresa Lojas Americanas S.A. do ano 2, em reais mil................................................................................................................67 Quadro 18 - Resumo do balanço de fundos da empresa Lojas Americanas S.A. do ano 3, em reais mil................................................................................................................69 Quadro 19 - Resumo do balanço de fundos da empresa Lojas Americanas S.A. do ano 4, em reais mil................................................................................................................70
  • 5. 5 Quadro 20 - Resumo do balanço de fundos da empresa Lojas Americanas S.A. do ano 5, em reais mil................................................................................................................71 Quadro 21 - Cálculo do capital circulante líquido em valores atualizados - reais mil.............73 Quadro 22 - Cálculo do coeficiente de liquidez circulante em valores atualizados – reais mil.........................................................................................................................74 Quadro 23 - Cálculo do coeficiente de liquidez seca em valores atualizados – reais mil........75 Quadro 24 - Cálculo do coeficiente de liquidez geral em valores atualizados – reais mil.......77 Quadro 25 - Cálculo do coeficiente de liquidez imediata em valores atualizados – reais mil.78 Quadro 26 - Cálculo do coeficiente de dívidas circulantes em valores atualizados – reais mil.........................................................................................................................79 Quadro 27 - Cálculo do coeficiente de dívidas totais em valores atualizados – reais mil........80 Quadro 28 - Cálculo do coeficiente de dívidas de longo prazo em valores atualizados – reais mil.........................................................................................................................81 Quadro 29 - Cálculo do coeficiente de segurança máxima em valores atualizados – reais mil........................................................................................................................82 Quadro 30 - Cálculo da margem de lucro operacional bruto...................................................83 Quadro 31 - Cálculo da margem de lucro operacional líquido................................................84 Quadro 32 - Cálculo da margem de lucro líquido do exercício...............................................85 Quadro 33 - Cálculo da rentabilidade do capital social............................................................87 Quadro 34 - Cálculo da rentabilidade do patrimônio líquido...................................................88 Quadro 35 - Cálculo da remuneração do ativo total.................................................................89 Quadro 36 - Cálculo da taxa de retorno do investimento operacional.....................................90 Quadro 37 - Cálculo do tempo médio para retorno do investimento operacional....................91 Quadro 38 - Cálculo do grau de imobilização do patrimônio líquido......................................92 Quadro 39 - Cálculo do exame de rotação dos estoques..........................................................93 Quadro 40 - Cálculo do exame do prazo médio de cobrança de duplicatas.............................94 Quadro 41 - Cálculo do exame do prazo médio de pagamento de duplicatas ........................96 Quadro 42 - Cálculo do exame do prazo relativo das duplicatas ............................................97 Quadro 43 - Cálculo do coeficiente de overtrading.................................................................98 Quadro 44 - Cálculo do índice de solvência/insolvência de Kanitz.........................................99
  • 6. 6 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 - Composição do ativo............................................................................................48 Gráfico 2 - Demonstração das fases do resultado...................................................................51 Gráfico 3 - Representação percentual dos grupos do ativo ...................................................55 Gráfico 4 - Representação percentual das fontes de recursos.................................................55 Gráfico 5 - Representação percentual das fases do resultado.................................................57 Gráfico 6 - Evolução dos ativos em números índices.............................................................61 Gráfico 7 - Evolução das fontes de recurso em números índices...........................................62 Gráfico 8 - Evolução das fases do resultado em números índices..........................................64 Gráfico 9 - Balanço de fundos – composição percentual das fontes ano 1/2.........................68 Gráfico 10 - Balanço de fundos – composição percentual das aplicações ano 1/2..................68 Gráfico 11- Balanço de fundos – composição percentual das fontes ano 2/3.........................69 Gráfico 12 - Balanço de fundos – composição percentual das aplicações ano 2/3..................69 Gráfico 13 - Balanço de fundos – composição percentual das fontes ano 3/4.........................70 Gráfico 14 - Balanço de fundos – composição percentual das aplicações ano 3/4..................71 Gráfico 15 - Balanço de fundos – composição percentual das fontes ano 4/5.........................72 Gráfico 16 - Balanço de fundos – composição percentual das aplicações ano 4/5..................72 Gráfico 17 - Evolução do capital circulante líquido.................................................................74 Gráfico 18 - Evolução dos coeficientes de liquidez circulante.................................................75 Gráfico 19 - Evolução dos coeficientes de liquidez circulante.................................................76 Gráfico 20 - Evolução dos coeficientes de liquidez geral........................................................77 Gráfico 21 - Evolução dos coeficientes de liquidez imediata...................................................78 Gráfico 22 - Evolução dos coeficientes de dívidas circulantes................................................79 Gráfico 23 - Evolução dos coeficientes de dívidas totais.........................................................80 Gráfico 24 - Evolução dos coeficientes de dívidas de longo prazo..........................................81 Gráfico 25 - Evolução dos coeficientes de segurança máxima................................................82 Gráfico 26 - Evolução da taxa de margem de lucro bruto........................................................84 Gráfico 27 - Evolução da taxa de margem de lucro operacional líquido.................................85 Gráfico 28 - Evolução da taxa de margem de lucro líquido do exercício................................86 Gráfico 29 - Evolução da taxa de rentabilidade do capital social.............................................87 Gráfico 30 - Evolução da taxa de remuneração do patrimônio líquido....................................88 Gráfico 31 - Evolução da taxa de remuneração do ativo total..................................................89 Gráfico 32 - Evolução da taxa de retorno do investimento operacional...................................90
  • 7. 7 Gráfico 33 - Tempo em anos para retorno do ativo operacional..............................................91 Gráfico 34 - Grau de imobilização do patrimônio líquido........................................................92 Gráfico 35 - Tempo em dias de giro dos estoques....................................................................94 Gráfico 36 - Tempo em dias para recebimento de clientes.......................................................95 Gráfico 37 - Tempo em dias para pagamento de duplicatas.....................................................96 Gráfico 38 - Prazo relativo de duplicatas..................................................................................97 Gráfico 39 - Coeficiente de overtrading...................................................................................98 Gráfico 40 - Índice de solvência/insolvência de kanitz............................................................99
  • 8. 8 LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS CCL Capital circulante líquido CDC Coeficiente de dívidas circulantes CDLP Coeficiente de dívidas de longo prazo CDT Coeficiente de dívidas totais CFC Conselho Federal de Contabilidade CLC Coeficiente de liquidez circulante CLG Coeficiente de liquidez geral CLI Coeficiente de liquidez imediata CLS Coeficiente de liquidez seca CMLB Coeficiente de margem de lucro operacional bruto CMLLE Coeficiente de margem de lucro líquido do exercício CMLOL Coeficiente de margem de lucro operacional líquido COver Coeficiente de overtrading CPCT Coeficiente de participação de capitais de terceiros CPDCP Coeficiente de participação de dividas de curto prazo CRAT Coeficiente de rentabilidade do ativo total CRCS Coeficiente de rentabilidade do capital social CRPL Coeficiente de rentabilidade do patrimônio líquido CSM Coeficiente de segurança máxima DC Demonstrações contábeis DRE Demonstração do resultado do exercício ERE Exame de rotação dos estoques GIPL Grau de imobilização do patrimônio líquido NBC Normas Brasileiras de Contabilidade PL Patrimônio líquido PMCD Prazo médio de cobrança de duplicatas PMPD Prazo médio de pagamento de duplicatas PRD Prazo relativo de duplicatas TCC Trabalho de conclusão do curso TRIO Taxa de retorno do investimento operacional
  • 9. 9 SUMÁRIO LISTA DE QUADROS.................................................................................................4 LISTA DE GRÁFICOS................................................................................................6 LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS .................................................................8 INTRODUÇÃO...........................................................................................................11 1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO..................................................................12 1.1 DEFINIÇÃO DO TEMA DE ESTUDO.......................................................................12 1.2 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO.............................................................12 1.3 PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA............................................................................12 1.4 OBJETIVOS.................................................................................................................13 1.4.1 Objetivo geral..............................................................................................................13 1.4.2 Objetivos específicos...................................................................................................13 1.5 JUSTIFICATIVA .........................................................................................................14 2 REFERENCIAL TEÓRICO .....................................................................................15 2.1 CONTABILIDADE......................................................................................................15 2.1.1 Conceituação, objeto e finalidades ............................................................................15 2.1.2 Técnicas contábeis básicas .........................................................................................16 2.1.3 Princípios de contabilidade........................................................................................17 2.1.4 Relatórios e demonstrações contábeis.......................................................................18 2.2 ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS.................................................20 2.2.1 Caracterização e finalidades da análise de demonstrações contábeis....................20 2.2.2 Obtenção e preparação das demonstrações contábeis para análise de balanços..21 2.2.3 Atualização de valores para fins de análise comparativa de balanços ..................22 2.2.4 Análise de balanço em valores absolutos..................................................................22 2.2.5 Análise de balanço em valores relativos ...................................................................23 2.2.6 Análise do balanço de fundos.....................................................................................24 2.2.7 Análise de balanços por índices econômicos e financeiros......................................25 3 METODOLOGIA DO ESTUDO ..............................................................................40 3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA ............................................................................40 3.1.1 Quanto à sua natureza................................................................................................40 3.1.2 Quanto à forma de abordagem do problema ...........................................................41 3.1.3 Quanto aos seus objetivos ..........................................................................................41 3.1.4 Quanto aos procedimentos técnicos ..........................................................................42
  • 10. 10 3.2 COLETA DE DADOS .................................................................................................42 3.2.1 Instrumentos de coleta de dados ...............................................................................43 3.3 ANALISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS ........................................................43 4. ANALISE DOS RESULTADOS ...............................................................................44 4.1 REESTRUTURAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES PARA ANÁLISE ......................44 4.2 ATUALIZAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES PARA ANÁLISE...............................44 4.3 ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES EM VALORE ABSOLUTOS ATUALIZADOS ..........................................................................................................45 4.4 ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS EM VALORES RELATIVOS.51 4.4.1 Análise vertical............................................................................................................52 4.4.2 Análise horizontal .......................................................................................................57 4.5 ANÁLISE DO BALANÇO DE FUNDOS...................................................................64 4.6 ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES POR ÍNDICES ECONÔMICOS E FINANCEIROS............................................................................................................72 4.6.1 Análise da liquidez......................................................................................................72 4.6.2 Análise de endividamento ..........................................................................................78 4.6.3 Análise da lucratividade.............................................................................................82 4.6.4 Análise da rentabilidade.............................................................................................85 4.6.5 Análise de indicadores de atividades.........................................................................90 4.6.6 Análise de solvência ....................................................................................................97 4.7 CONCLUSÕES DA ANÁLISE ...................................................................................99 4.7.1 Situação financeira .....................................................................................................99 4.7.2 Situação patrimonial ................................................................................................100 4.7.3 Situação econômica...................................................................................................101 CONCLUSÃO...........................................................................................................102 REFERÊNCIAS........................................................................................................104
  • 11. 11 INTRODUÇÃO A Contabilidade, como ciência e como técnica, estuda e controla o patrimônio das organizações. A técnica de análise de balanços é uma das áreas de atuação de um profissional da Contabilidade, tendo por base as demonstrações contábeis elaboradas pelas entidades em geral, o conhecimento contábil, a legislação e normas aplicáveis, com a finalidade de extrair dados e informações para geração de indicadores que possibilitem dar aos usuários embasamento de natureza econômica e financeira para a tomada de decisões internas e/ ou externas. No capítulo 1, apresenta-se a contextualização do estudo, abrangendo a definição do tema bem como a caracterização da organização objeto do estudo, o problema a que o trabalho procurou dar respostas, além dos objetivos a serem alcançados e a apresentação da justificativa pela qual se deve a realização desta pesquisa. Na sequencia, capítulo 2, é apresentada, de forma resumida, a fundamentação teórica, que é o produto da pesquisa sobre a teoria relacionada com os temas contabilidade e análise de demonstrações contábeis, visando proporcionar embasamento para a realização da parte do estudo prático do trabalho de conclusão de curso. No terceiro capítulo é apresentada a metodologia utilizada nas tarefas de elaboração do projeto e das tarefas relativas à parte prática do TCC, para atender os propósitos deste estudo, contendo a classificação da pesquisa, o plano de coleta de dados bem como seus instrumentos, seguido do plano de análise e interpretação dos dados. O último capítulo apresenta a análise dos resultados obtidos com o estudo aplicado, onde são evidenciadas várias formas de análise das demonstrações contábeis, indicadores e a interpretação dos mesmos, extraindo conclusões das análises, na sequência são apresentadas as conclusões do trabalho e as referências bibliográficas.
  • 12. 12 1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO Neste primeiro capítulo apresenta-se a contextualização do assunto que será abordado no trabalho de conclusão de curso constituída da definição da área e do tema em estudo, uma breve caracterização inicial da organização, seguida da problematização do tema abordado, do estabelecimento dos objetivos a serem alcançados e da apresentação da justificativa em realizar a tarefa de conclusão de curso na área escolhida. 1.1 DEFINIÇÃO DO TEMA DE ESTUDO A Contabilidade, como ciência e como técnica, estuda o patrimônio das organizações, consubstanciado em diversas áreas da atividade humana. Neste contexto, uma das áreas de atuação de um profissional da Contabilidade é a área de análise de balanços, tendo por base as demonstrações contábeis elaboradas pelas entidades em geral, o conhecimento contábil, a legislação e normas aplicáveis. Sendo assim, o tema do estudo é a análise das demonstrações contábeis básicas dos últimos cinco anos da “Lojas Americanas S.A.” com a finalidade de extrair dados e informações para a interpretação da situação patrimonial, econômica e financeira da entidade. 1.2 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO A Lojas Americanas S.A. é uma das mais tradicionais redes de varejo do país. Com mais de 80 anos de atividades, a empresa conta com 948 lojas nas principais cidades do país e com 4 centros de distribuição: em São Paulo, Rio de Janeiro, Recife e Minas Gerais, atuando também no comércio eletrônico, representado pela B2W – Companhia Digital. A rede comercializa mais de 60 mil itens de 4 mil empresas diferentes, o que faz com que a Lojas Americanas detenha uma grande participação do comércio brasileiro de brinquedos, bombonière, lingerie, CD´s e DVD´s, entre outros. 1.3 PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA A contabilidade tem como um dos seus objetivos gerar informações a partir da análise das demonstrações contábeis da entidade, buscando gerar indicadores que possibilitem dar aos usuários embasamento de natureza econômica e financeira para a tomada de decisões internas
  • 13. 13 e/ ou externas. Para Assaf Neto (2002, p.48), “A análise de balanços visa relatar, com base nas informações contábeis fornecidas pelas empresas, a posição econômico-financeira atual, as causas que determinaram a evolução apresentada e as tendências futuras”. A técnica contábil da análise de balanços é uma ferramenta fundamental para a empresa objeto do estudo e também para terceiros interessados, agregando valor às informações contábeis, possibilitando a visualização das limitações e oportunidades, oferece maior segurança no momento do investidor realizar sua aplicação, bem como atender outras necessidades de ordem financeira e econômica para outros usuários como fornecedores, empregados entre outros. Matarazzo (2010, p.3), relata que, “as demonstrações financeiras fornecem uma série de dados sobre a empresa, de acordo com as regras contábeis. A Análise de Balanços transforma esses dados em informações e será tanto mais eficiente quanto melhores informações produzir”. Neste contexto, questiona-se: Como se apresentou a real situação patrimonial, econômica e financeira da empresa objeto de estudo nos últimos cinco anos? 1.4 OBJETIVOS Os objetivos apontam o que se quer atingir com a realização do trabalho e se dividem em geral e específicos. 1.4.1 Objetivo geral Analisar a posição, evolução e tendências, patrimonial, financeira e econômica da empresa objeto de estudo, através dos indicadores fornecidos pela técnica contábil da análise de balanços, tendo por base os cinco últimos exercícios. 1.4.2 Objetivos específicos Os objetivos específicos buscam delinear as etapas particulares que se deseja atingir com a realização de cada aspecto básico do trabalho de conclusão de curso por parte do proponente do projeto. Assim, seguem os seguintes indicativos de propósitos estabelecidos para o presente projeto de trabalho de conclusão de curso.
  • 14. 14  Revisar a literatura referente ao tema de estudo, como embasamento teórico-técnico do proponente para a realização das tarefas prática do TCC.  Levantar os demonstrativos contábeis básicos da empresa a ser estudada, adequando- os para a aplicação da técnica contábil de análise de balanços.  Aplicar as principais técnicas de análise de demonstrações contábeis, apurando os indicadores financeiros e econômicos da empresa em estudo.  Analisar e interpretar os indicadores da situação patrimonial, financeira e econômica da empresa objeto de estudo. 1.5 JUSTIFICATIVA A análise de balanços é a técnica contábil que visa extrair informações dos demonstrativos contábeis para auxiliar os usuários internos e externos na compreensão da situação patrimonial, financeira e econômica, assim como contribuir nas decisões de investimentos. Para a empresa, a análise das demonstrações contábeis proporcionará diversos indicadores que podem ser divulgados para atrair novos investidores. Com relação ao Curso de Ciências Contábeis da Unijuí, aumenta o acervo de trabalhos na área de análise de demonstrações contábeis e se constituirá em mais um meio de estudo disponível para interessados na área de conhecimento estudada, especialmente os alunos do curso, profissionais e empresários em geral, contribuindo para o desenvolvimento intelectual e profissional de cada um. Na condição de acadêmico do Curso de Ciências Contábeis, com a realização do presente trabalho, busca-se um aprofundamento dos conhecimentos construídos no decorrer do curso, em especial na área econômica e financeira.
  • 15. 15 2 REFERENCIAL TEÓRICO Neste capítulo, são resumidos os principais fundamentos teóricos que sustentam a base conceitual de sustentação técnica e/ ou científica, a área de conhecimentos em que serão as atividades práticas e técnicas do trabalho de conclusão de curso sustentadas. 2.1 CONTABILIDADE Concebida para o registro, controle, estudo dos patrimônios individualizados de pessoas físicas e em especial de pessoas jurídicas, tem se constituído em importante instrumento no dia a dia das organizações em seu processo decisório. Nos tópicos que seguem, serão apresentados os principais aspectos que fundamentam essa importante área do conhecimento humano. 2.1.1 Conceituação, objeto e finalidades A contabilidade é a ciência social que tem como objetivo o estudo e o controle do patrimônio das entidades sob os aspectos qualitativos e quantitativos, fazendo isso por meio do registro dos demonstrativos contábeis. Segundo Santos; Barros (2013, p.25), “A Contabilidade ocupa-se do estudo e do controle do patrimônio das entidades (empresas). E faz isso por meio dos registros contábeis dos fatos e das respectivas demonstrações dos resultados produzidos como o Balanço Patrimonial”. Para Bruni (2011, p.2), “a Contabilidade, de forma simples, pode ser conceituada como a ciência que tem o objetivo de registrar todos os acontecimentos verificados no patrimônio de uma entidade”. Na mesma linha de pensamento, Basso (2011, p.26), complementa o conceito de contabilidade como: [...] conjunto ordenado de conhecimentos próprios, leis cientificas, princípios e métodos de evidenciação próprios, é a ciência que estuda, controla e observa o patrimônio das entidades nos seus aspectos quantitativo (monetário) e qualitativo (físico), e que, como conjunto de normas, preceitos, regras e padrões gerais, se constitui na técnica de coletar, catalogar e registrar informações de suas variações e situação, especialmente de natureza econômica e financeira e, complementarmente, controla, registra e informa situações impactantes de ordem socioambiental decorrentes de ações praticadas pela entidade no ambiente em que está inserida.
  • 16. 16 No que diz respeito ao objeto de estudo da contabilidade, nos ensina Santos; Barros (2013, p.25), “na Contabilidade, o objeto é sempre o patrimônio da entidade. O patrimônio é definido como um conjunto de bens, direitos e obrigações para com terceiros, pertencente á entidade”. Basso (2011, p.27), diz que o objeto de estudo da contabilidade “[...] é o patrimônio, geralmente constituído por um conjunto de bens, direitos e obrigações pertencente a uma determinada entidade”. Por sua vez, a contabilidade tem como finalidade, segundo Basso (2011, p.28), “[...] gerar informações de ordem física, econômica e financeira sobre o patrimônio, com ênfase para o controle e o planejamento – processo decisório”. Então, a contabilidade é considerada uma ciência social, possuindo como objeto de estudo o patrimônio sob os aspectos qualitativos e quantitativos com a finalidade de gerar informações econômicas para auxiliar no processo decisório das organizações. 2.1.2 Técnicas contábeis básicas A Contabilidade se utiliza de quatro grandes técnicas contábeis para tornar-se útil e compreensível a seus mais diversos usuários, conforme Basso; Filipin; Enderli (2015), assim fundamenta as técnicas contábeis básicas: - Técnica da Escrituração: Registro cumulativo dos fatos contábeis nos livros de escrituração contábil permanentes (Diário e Razão) e auxiliares (Inventário, Caixa, Entradas e Saídas de Mercadorias e outros). - Técnica das Demonstrações Contábeis: São relatos econômicos e financeiros, que tiveram origem na escrituração contábil, conhecidos como Balancete de Verificação, Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado do Exercício, Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido e Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos, bem como de outros demonstrativos que estão surgindo e já são usados por empresas de grande porte e entidades sujeitas á obrigação legal específica, como é o caso do Balanço Social, da Demonstração do Valor Adicionado e Demonstração dos Fluxos de Caixa. - Técnica da Auditoria: É o exame dos procedimentos administrativos, operacionais e das práticas contábeis, envolvendo a escrituração e as demonstrações contábeis, para certificar sua lisura, legalidade, correção e fidedignidade. - Técnica da Análise de Balanços: Extração de dados e informações para interpretação, estudos e projeções da situação patrimonial, econômica e financeira da entidade.
  • 17. 17 2.1.3 Princípios de contabilidade A Resolução CFC nº 750/93, alterada pela Resolução CFC nº 1.282/10, define os seis princípios de contabilidade: O Princípio da Entidade caracteriza o Patrimônio como, “[...] afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de um Patrimônio particular no universo dos patrimônios existentes, independentemente de pertencer a uma pessoa, um conjunto de pessoas [...]”. Sendo assim, “[...] o Patrimônio não se confunde com aqueles dos seus sócios ou proprietários, no caso de sociedade ou instituição”. (Res. CFC nº 750/93). A soma do patrimônio da pessoa física com o patrimônio da pessoa jurídica não resultará em uma nova entidade, pois são patrimônios distintos. O Princípio da Continuidade, “[...] pressupõe que a Entidade continuará em operação no futuro e, portanto, a mensuração e a apresentação dos componentes do patrimônio levam em conta esta circunstância”. (Res. CFC nº 1.282/10). Este princípio afirma que o patrimônio, depende das condições em que provavelmente se desenvolverão as operações da entidade, sendo assim, a entidade deve concretizar seus objetivos continuamente. O Princípio da Oportunidade, “[...] refere-se ao processo de mensuração e apresentação dos componentes patrimoniais para produzir informações íntegras e tempestivas”. (Res. CFC nº 750/93). Este princípio exige completa apreensão, registro e relato das variações ocorridas pelo patrimônio da entidade. O Princípio do Registro pelo Valor Original, “[...] determina que os componentes do patrimônio devam ser inicialmente registrados pelos valores originais das transações, expressos em moeda nacional”. (Res. CFC nº 750/93). O Princípio da Competência determina que, “[...] os efeitos das transações e outros eventos sejam reconhecidos nos períodos a que se referem, independentemente do recebimento ou pagamento”. (Res. CFC nº 750/93). Sendo assim, este princípio não está relacionado com o recebimento ou pagamento, mas com o reconhecimento das receitas geradas e despesas incorridas no período. O Princípio da Prudência determina, “[...] a adoção do menor valor para os componentes do ATIVO e do maior para os do PASSIVO, sempre que se apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o patrimônio líquido”. (Res. CFC nº 750/93). Com os seis princípios definidos, existe base para a correta interpretação das Normas Brasileiras de Contabilidade, que tiveram novas siglas estabelecidas pela Resolução CFC
  • 18. 18 1.328/11, sendo elas: Normas Profissionais: NBC PG – norma geral; NBC PA – do Auditor Independente; NBC PI – do Auditor Interno; NBC PP – do Perito. As normas profissionais estabelecem qual a conduta desejável para um profissional da contabilidade. 2.1.4 Relatórios e demonstrações contábeis As demonstrações contábeis compreendem o conjunto de informações que devem ser elaboradas pelas organizações em determinada data. Segundo Basso (2011, p.293), “[...] o legislador entendeu oportuno estabelecer como obrigatoriedade mínima, a elaboração de cinco demonstrativos que evidenciem, de forma sintética, as informações econômicas e financeiras das entidades em geral, especialmente das sociedades comerciais”. Desta forma, geralmente ao fim de cada exercício social a entidade elabora as demonstrações contábeis, acompanhadas das notas explicativas, que relatam a movimentação do patrimônio e das atividades da empresa. Estes cinco demonstrativos obrigatórios são divididos em básicos e complementares, sendo classificados como básico o balanço patrimonial e a demonstração do resultado do exercício, e são classificados como complementares a demonstração dos fluxos de caixa, a demonstração das mutações do patrimônio líquido e a demonstração do valor adicionado. O balanço patrimonial, “[...] pode ser entendido como uma representação quantitativa e sintética dos elementos que compõem o patrimônio de uma entidade numa determinada data, revelando a posição financeira e patrimonial estática, isto é, na data do seu levantamento” (BASSO, 2011, p.294). Complementando a ideia sobre balanço patrimonial, Basso; Filipin; Enderli (2015, p.26), escrevem que: Nele são expressas de forma resumida as contas sintéticas que sintetizam as informações que evidenciam a posição financeira dos grandes grupos de contas que expressam em valores, a situação dos bens, direito e obrigações do patrimônio, bem como do capital próprio da entidade, numa determinada data.
  • 19. 19 Assim, o balanço patrimonial, em sua estrutura, é formado por duas colunas, onde do lado esquerdo são mostrados os bens e direitos e no lado direito as obrigações e o grupo do patrimônio líquido. Em ambos os lados, os itens são demonstrados por ordem de liquidez, e devem ter o total igual nas duas colunas. Em relação à demonstração do resultado do exercício, Basso; Filipin; Enderli (2015, p.31), nos ensinam que: A Demonstração do Resultado do Exercício tem a finalidade de evidenciar, de forma resumida, a formação do resultado, destacando dedutivamente as diversas fases do resultado pela exposição sintética das receitas, custos e despesas ocorridas no período, segundo o princípio da competência. Para Assaf Neto (2002, p.75), “A demonstração de resultados do exercício visa fornecer, de maneira esquematizada, os resultados (lucro ou prejuízo) auferidos pela empresa em determinado exercício social, os quais são transferidos para contas do patrimônio líquido”. Desta forma, a demonstração do resultado do exercício demonstra as faze da geração do lucro ou prejuízo da entidade, se constituindo de uma das principais demonstrações elaboradas pela contabilidade, uma vez que evidência a formação do resultado da entidade. A demonstração dos fluxos de caixa, “[...] evidencia as modificações ocorridas no saldo de disponibilidades (caixa e equivalentes de caixa) da companhia em determinado período, por meio de fluxos de recebimentos e pagamentos” (MARION, 2010, p.54). Na visão de Basso; Filipin; Enderli (2015, p.34), a demonstração dos fluxos de caixa: Demonstra, de forma resumida, as principais origens e aplicações dos recursos que transitaram pelo Caixa e equivalentes de Caixa da entidade no período a que se referem as correspondentes demonstrações contábeis básicas, divididas em: 1) das Operações; 2) dos Financiamentos e 3) dos Investimentos. Portanto, a demonstração dos fluxos de caixa consiste em um importante instrumento gerencial, pois evidencia, entre outros aspectos, as origens e as aplicações de recursos que passaram pelo caixa da empresa. Já a demonstração das mutações do patrimônio líquido evidencia as movimentações ocorridas no patrimônio líquido da entidade, onde constam os saldos de inicio e fim do período. Segundo Matarazzo (2010, p.31), A Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido apresenta as variações de todas as contas do Patrimônio Líquido ocorridas entre dois balanços,
  • 20. 20 independentemente da origem da variação, seja ela proveniente de aumento de capital mediante novos aportes ou de incorporação de lucros gerados no exercício, ou de simples transferência entre contas, dentro do próprio Patrimônio Líquido. Por sua vez a demonstração do valor adicionado tem como finalidade evidenciar a riqueza gerada pela entidade bem como a sua distribuição. Basso; Filipin; Enderli (2015, p.34), conceituam a demonstração do valor adicionado da seguinte forma: Demonstra, de forma resumida, a formação da riqueza gerada pela entidade, a sua distribuição entre os elementos que contribuíram para sua geração, tais como empregados, financiadores, acionistas, governo e outros agentes, bem como a parcela da riqueza gerada e eventualmente ainda não distribuída. Portanto, a demonstração do valor adicionado tem como intuito promover a transparência das informações geradas pela entidade, contribuindo para a avaliação das atividades empresariais por parte dos seus usuários, em geral pelos acionistas das companhias de capital aberto. Através destes cinco demonstrativos, já é possível extrair significativas informações sobre a entidade, porém, com as técnicas de análise das demonstrações contábeis, o universo de informações, inclusive gerenciais, se torna muito mais amplo. 2.2 ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS A análise das demonstrações contábeis é uma técnica utilizada para tornar as informações contidas nos demonstrativos contábeis uteis e compreensíveis aos diversos usuários da contabilidade. 2.2.1 Caracterização e finalidades da análise de demonstrações contábeis A análise das demonstrações contábeis consiste em gerar informações da situação patrimonial, financeira e econômica das entidades, através dos dados extraídos das demonstrações. De acordo com Sá (2006, p.16), “Análise de balanços é o estudo da situação de uma parte, de um sistema de partes ou do todo patrimonial de uma empresa ou de uma instituição sem fim lucrativo, mediante a decomposição de elementos e levantamentos de dados contábeis”. Nesse contexto, Matarazzo (2010, p.15), comenta que,
  • 21. 21 A Análise de Balanços permite uma visão da estratégia e dos planos da empresa analisada; permite estimar o seu futuro, suas limitações e suas potencialidades. É de primordial importância, portanto, para todos os que pretendam relacionar-se com uma empresa, que como fornecedores, financiadores, acionistas e até como empregados. Para Assaf Neto (2002, p.48), “A análise de balanços visa relatar, com base nas informações contábeis fornecidas pelas empresas, a posição econômico-financeira atual, as causas que determinaram a evolução apresentada e as tendências futuras”. Sendo assim, a finalidade principal da análise das demonstrações contábeis é promover o entendimento da real situação econômico financeira da empresa em estudo aos diversos usuários, constituindo-se em uma importante ferramenta de gestão. 2.2.2 Obtenção e preparação das demonstrações contábeis para análise de balanços Existem várias maneiras de obter as demonstrações contábeis das empresas, as que estão obrigadas por lei a publicá-las podem ser encontradas em sites ou jornais, porém as empresas que estão desobrigadas pela lei, é necessário solicitar as demonstrações contábeis aos responsáveis pela empresa. O passo inicial para realizar uma boa análise é averiguar se estamos de posse de todas as demonstrações contábeis necessárias para a realização da análise, inclusive notas explicativas, em seguida devemos averiguar a credibilidade destas demonstrações contábeis, as demonstrações contábeis são confiáveis quando elas estão assinadas por contador, publicadas em locais confiáveis e que atendam aos requisitos legais, Lei das Sociedades por Ações (MARION, 2010). Apesar das demonstrações contábeis terem uma estrutura legal definida para sua apresentação, o plano de contas não é único, assim como varia o ramo de atividades de uma empresa para outra, cada empresa vai ter particularidades nas suas demonstrações, em especial no balanço patrimonial, sendo necessário realizar uma padronização das demonstrações. Neste sentido, vem o segundo passo, que consiste em “[...] preparar as DC de forma conveniente para a análise. Essa etapa denominamos de Reclassificação de Itens nas Demonstrações Contábeis” (MARION, 2010, p.9). Para Silva (2008, p.174), [...] a reclassificação ou padronização das demonstrações contábeis tem como
  • 22. 22 objetivo trazê-las a um padrão de procedimentos e de ordenamento na distribuição das contas, visando diminuir as diferenças nos critérios utilizados pelas empresas na apresentação de tais demonstrações contábeis. Outro objetivo é fazer com que as demonstrações atendam ás necessidades de análise e sejam apresentadas de forma homogênea, simples de visualizar e fáceis de entender, isto é, de correlacionar os diversos itens, seguindo critérios próprios adotados internamente na empresa que esteja procedendo à análise. A reclassificação das demonstrações contábeis vai possibilitar a análise e facilitar a visualização e entendimento dos dados. 2.2.3 Atualização de valores para fins de análise comparativa de balanços Com o passar do tempo, a moeda perde seu poder aquisitivo, portanto, outra etapa necessária antes de realizar a análise das demonstrações, é a atualização dos valores das demonstrações de anos anteriores, fazendo com que seus saldos tenham mesmo valor monetário da ultima demonstração da serie analisada, para que possam ser comparadas entre si, compensando-se os efeitos da inflação. “[...] os demonstrativos objetos de análise devem ser corrigidos tendo em vista as variações do poder aquisitivo da moeda [...]” (IUDÍCIBUS, 2010, p.77). A atualização monetária é fundamental mesmo em períodos de baixa inflação, pois “[...] uma taxa de inflação de 10% ao ano projeta a duplicação dos índices gerais de preços em pouco mais de 8 anos, mascarando significativamente o estudo da rentabilidade da empresa”. (ASSAF NETO, 2002, p.56). Complementando, Basso; Filipin; Enderli (2015, p.53), dizem que: As demonstrações contábeis ao serem elaboradas, geralmente em 31 de dezembro de cada ano, permanecem com seus valores inalterados e ao longo do tempo vão ficando defasados em razão da perda do poder aquisitivo da moeda, conhecida nos meios econômicos por inflação. Então, para ter uma base de dados confiáveis, considera-se prudente atualizar os valores das demonstrações contábeis ao valor presente da última demonstração contábil da série analisada, evitando que os dados fiquem distorcidos em função das variações do valor da moeda ocorridas no período. 2.2.4 Análise de balanço em valores absolutos Esta análise consiste em estabelecer comparações dos demonstrativos contábeis da
  • 23. 23 série analisada, após a atualização dos valores originais das demonstrações para o último ano da série em que se está realizando a análise comparativa, a fim de evidenciar as alterações que ocorreram na organização. As comparações dos balanços de anos sucessivos podem ser consideradas como fotografias extraídas em sequência, como um filme cinematográfico. Esse filme poderia mostrar o andamento dos negócios e facilitaria fazer uma previsão relativamente prudente para o futuro, o que se constitui, em verdade, no maior interesse do analista. O escopo é conhecer as tendências na vida da empresa durante os anos de funcionamento, porque com base no passado, conhecendo o presente, poderemos prever o futuro. (VERTES; WÜRCH, 1990, p.53). O objetivo de fazer estas comparações é para identificar tendências da empresa, a partir da comparação das demonstrações de uma serie sequencial de demonstrativos, para então, conhecendo o seu passado e presente, fazer análises e projeções futuras. 2.2.5 Análise de balanço em valores relativos Este tipo de análise tem o objetivo de evitar a apressada percepção superficial, causada á primeira vista, pelo censo comum de deduzir que quanto maiores os valores nas demonstrações contábeis, melhor será a situação da empresa. Para isso, as demonstrações contábeis têm seus valores reduzidos a uma grandeza uniforme de 100 ou 100% na análise vertical e a números índices no caso de análise horizontal. (BASSO; FILIPIN; ENDERLI, 2015). “É basicamente um processo de análise temporal, desenvolvido por meio de números e índices”. (ASSAF NETO, 2002, p.100). A análise de balanços em valores relativos subdivide-se em análise vertical e análise horizontal. 2.2.5.1 Análise vertical A análise vertical compara valores entre si, determinando sua representatividade dentro do grupo ou do todo, ou também, a representatividade do grupo dentro do todo. Para Santos; Barros (2013, p.214), “A análise vertical caracteriza-se em atribuir a um valor de referência das demonstrações financeiras a grandeza máxima de análise. Essa grandeza, normalmente, é expressa pelo percentual de 100%”. Sob a mesma perspectiva Bruni (2011, p.105), define que:
  • 24. 24 A análise vertical estuda a estrutura de composição dos itens ao longo do tempo. Para isso assume total dos ativos ou total dos passivos e PL igual a 100% no Balanço Patrimonial ou Receitas Líquidas iguais a 100% na DRE e a partir desta conta assumida como base (100%) analisa a evolução dos números. Portanto a análise vertical evidência a importância de cada conta no conjunto dos valores expressos nas demonstrações contábeis, fazendo uma análise da evolução dos números ao longo da série analisada. 2.2.5.2 Análise horizontal A análise horizontal compara os valores das mesmas contas, ou grupos, nos diferentes anos das séries analisadas, tradicionalmente é comparado com o período mais antigo das demonstrações analisadas. Segundo Iudícibus (2010, p.83), “A finalidade principal da análise horizontal é apontar o crescimento de itens dos Balanços e das Demonstrações de Resultado (bem como de outros demonstrativos) através dos períodos, a fim de caracterizar tendências”. Para Assaf Neto (2002, p.100), “[...] é a comparação que se faz entre os valores de uma mesma conta ou grupo de contas, em diferentes exercícios sociais. É basicamente um processo de análise temporal, desenvolvido por meio de números e índices”. Matarazzo (2010, p.172), ensina que, “A análise horizontal baseia-se na evolução de cada conta de uma série de demonstrações financeiras em relação á demonstração anterior e/ou em relação a uma demonstração financeira básica, geralmente a mais antiga da série”. Portanto, através da análise horizontal é possível verificar o desenvolvimento de contas, ou mesmo de grupos de contas, em um determinado período de tempo. 2.2.6 Análise do balanço de fundos A análise do balanço de fundos consiste em identificar quais contas tiveram seus saldos utilizados como fonte ou aplicação de fundos. O balanço de fundos, “[...] tem como objetivo demonstrar as alterações havidas nos valores de dois inventários através das variações sofridas durante o exercício, especialmente as alterações ocorridas nos valores correntes”. (VERTES; WÜRCH, 1990, p.71). Para verificar quais contas foram fonte ou aplicação de fundos, basta comparar o saldo inicial com o saldo final da conta em determinado período. Esta diferença entre o saldo inicial
  • 25. 25 e final, dependendo da natureza da conta, indica a fonte ou aplicação de fundos. (BASSO; FILIPIN; ENDERLI, 2015). Portanto, o balanço de fundos é constituído de todas as contas patrimoniais, tendo seus saldos finais e iniciais comparados, para a empresa obter um bom resultado em seu balanço de fundos é necessário estar em boas condições financeiras, tendo gerado lucros no período comparado, ou ao menos sem ocorrer prejuízos. 2.2.7 Análise de balanços por índices econômicos e financeiros A análise de balanços por índices econômicos e financeiros é a técnica mais utilizada, pode ser obtida através da elaboração de índices, geralmente designados de quocientes, coeficientes ou taxas, obtidos através de relações entre duas grandezas. Para Matarazzo (2010, p.81), “Índice é a relação entre contas ou grupo de contas das Demonstrações Financeiras, que visa evidenciar determinado aspecto da situação econômica ou financeira de uma empresa”. Na visão de Iudícibus (2010, p.92): O uso de quocientes tem como finalidade principal permitir ao analista extrair tendências e comparar os quocientes com padrões preestabelecidos. A finalidade da análise é, mais do que retratar o que aconteceu no passado, fornecer algumas bases para inferir o que poderá acontecer no futuro. A análise por índices tem a função de mostrar de forma mais clara e ampla a situação econômica ou financeira de uma empresa. 2.2.7.1 Análise da liquidez Os indicadores de liquidez têm por objetivo demonstrar a capacidade da entidade de liquidar suas obrigações em determinada data, ou seja, a capacidade da empresa de saldar seus compromissos em dia. “Trata-se, pois, de encontrar os coeficientes que mostrem a situação das dívidas da entidade em relação aos seus meios de pagamento”. (BASSO; FILIPIN; ENDERLI, 2015, p.115). Neste sentido, Assaf Neto (2002, p.171), afirma que, “Os indicadores de liquidez evidenciam a situação financeira de uma empresa frente a seus diversos compromissos financeiros”.
  • 26. 26 Sendo assim, o estudo da liquidez subdivide-se em quatro indicadores básicos, que no conjunto formam o denominado quadrinômio da liquidez, sendo eles: capital circulante líquido, coeficiente da liquidez circulante, coeficiente da liquidez seca, e o coeficiente da liquidez geral. (BASSO; FILIPIN; ENDERLI, 2015). Portanto a análise da liquidez tem por finalidade evidenciar a capacidade financeira da empresa em liquidar todos os seus compromissos. 2.2.7.1.1 Capital circulante líquido O capital circulante líquido demonstra o que sobra ou falta da diferença entre o ativo circulante e o passivo circulante e “[...] expressa a quantidade em valor de: dinheiro, devedores e créditos diversos a curto prazo e de estoques que sobram para a entidade após ter liquidado suas dívidas de curto prazo [...]”. (BASSO; FILIPIN; ENDERLI, 2015, p.116). A formula apresentada pelos autores identificados é a seguinte: CCL = Ativo Circulante (-) Passivo Circulante Segundo os referidos autores, quanto mais sobrar de ativo circulante após a liquidação do passivo circulante para a empresa, melhor é sua situação, entretanto, este indicador deve ser analisado dentro de um conjunto de indicadores. 2.2.7.1.2 Coeficiente de liquidez circulante O coeficiente de liquidez circulante, segundo Bruni (2011, p.128), “[...] representa quantos reais a realizar no curto prazo a empresa possui para cada real a pagar dentro de um horizonte de 12 meses”. Basso; Filipin; Enderli (2015, p.118), ensinam que este coeficiente “[...] procura evidenciar a proporção que existe entre os valores do Ativo e do Passivo Circulantes de uma entidade em um dado momento [...]”. Obtido através da aplicação da seguinte fórmula: CLC = Ativo Circulante Passivo Circulante Alguns autores destacam que quanto maior o coeficiente de liquidez circulante melhor
  • 27. 27 é a capacidade da empresa em financiar seu capital de giro, entretanto, um CLC muito elevado representa que a empresa esta deixando de realizar investimentos, no entanto, sob o ponto de vista financeiro, para o coeficiente de liquidez circulante ser favorável, deverá sempre ser superior a 2,0, isso significa dizer que para cada 1,0 de passivo circulante, a empresa tem 2,0 de ativo circulante. 2.2.7.1.3 Coeficiente de liquidez seca O coeficiente de liquidez seca tem por objetivo verificar a capacidade que a empresa tem de liquidar suas obrigações de curto prazo apenas com disponível e duplicatas a receber, caso sofresse uma total paralização de suas vendas, ou se seu estoque se tornasse obsoleto. (MARION, 2010). Na visão de Assaf Neto (2002, p.172), “Essencialmente, a liquidez seca determina a capacidade de curto prazo de pagamento da empresa mediante a utilização das contas do disponível e valores a receber”. O indicador é encontrado, segundo Basso; Filipin; Enderli (2015, p.120), a partir do uso da seguinte fórmula: CLS = Ativo Circulante (-) Estoques Passivo Circulante Como este coeficiente indica se a empresa terá condições de liquidar suas dívidas sem vender seus estoques, seu resultado terá de apresentar o índice mínimo de 1,0, revelando assim, uma condição boa para a organização enfrentar momentos de dificuldades em suas vendas. 2.2.7.1.4 Coeficiente de liquidez geral Constitui-se em demonstrar a liquidez total da organização. “Mostra a capacidade de pagamento da empresa a longo prazo, considerando tudo o que ela converterá em dinheiro (a curto e longo prazo), relacionando-se com tudo o que já assumiu como dívida (a curto e longo prazo) [...]”. (MARION, 2010, p.79). Segundo Basso; Filipin; Enderli (2015, p.122), encontra-se o coeficiente da liquidez geral com a aplicação da seguinte fórmula:
  • 28. 28 CLG = Ativo Circulante (+) Ativo Realizável a Longo Prazo Passivo Circulante (+) Passivo Realizável a Longo Prazo Estes autores consideram uma situação de tranquilidade financeira da entidade quando o coeficiente de liquidez geral não ser inferior a 1,5, pois assim teria uma boa garantia de que conseguiria fazer frente aos compromissos totais sem enfrentar dificuldades de caixa no futuro. 2.2.7.1.5 Coeficiente de liquidez imediata É considerado complementar no estudo da liquidez e não encontra unanimidade entre os autores sobre a indicação de parâmetro de comparação. “Para efeito de análise, é um índice sem muito realce, pois relacionamos dinheiro disponível com valores, que vencerão em datas as mais variadas possível, embora a curto prazo”. (MARION, 2010, p.81). Afirma Assaf Neto (2002, p.172), que o coeficiente de liquidez imediata: Revela a porcentagem de dívidas a curto prazo (circulante) em condições a serem liquidadas imediatamente. Esse quociente é normalmente baixo pelo pouco interesse das empresas em manter recursos monetários em caixa, ativo operacionalmente de reduzida rentabilidade. Deste modo, para se chegar a este indicador utiliza-se a seguinte formula, segundo Basso; Filipin; Enderli (2015, p.124): CLI = Disponibilidades Passivo Circulante Portanto, autores consideram um índice de liquidez imediata de 0,20 como situação satisfatória, já que as empresas não visam interesse em manter elevados recursos monetários em caixa. 2.2.7.2 Análise de endividamento Assim como devem ser analisados a capacidade da organização de saldar suas obrigações, também é de fundamental importância analisar as evoluções ou retrações na estrutura de capital e do endividamento, saber qual é a garantia que a entidade oferece para a cobertura dos compromissos assumidos. “Quanto maior for a proporção dos recursos próprios
  • 29. 29 sobre os recursos de terceiros melhor será a margem de garantia de dívidas que a entidade oferece a seus credores”. (BASSO; FILIPIN; ENDERLI, 2015, p.126). Para Iudícibus (2010, p.97): Estes quocientes relacionam as fontes de fundos entre si, procurando retratar a posição relativa do capital próprio com relação ao capital de terceiros. São quocientes de muita importância, pois indicam a relação de dependência da empresa com relação a capital de terceiros. Quanto a qualidade da dívida, na pior das hipóteses, a proporção favorável seria de maior participação de dividas de longo prazo, visto que estas proporcionam a empresa maior tempo de planejamento para gerar recursos e saldar os compromissos. Situação mais difícil quando a composição do endividamento apresentar significativa concentração no passivo circulante, já que a empresa terá poucas alternativas, e acabará tendo de vender seus estoques com valores reduzidos, assumir novas dívidas de curto prazo que irão aumentar as despesas financeiras. (MARION, 2010). Sendo assim, o estudo do endividamento compreende vários indicadores, como: coeficientes de dívidas circulantes, coeficiente de dívidas totais, coeficiente de dívidas de longo prazo, coeficiente de segurança máxima e coeficientes de dívidas complementares. 2.2.7.2.1 Coeficiente de dívidas circulantes Esse coeficiente estabelece uma relação entre as dívidas de curto prazo que a empresa possui, para cada um real de patrimônio líquido da entidade. O limite máximo desse coeficiente é de 1,00, pois quanto menor, melhor é a garantia que a empresa possui de arcar com suas obrigações. Caso a empresa possua esse coeficiente em seu máximo, pode-se dizer que a mesma já esgotou sua capacidade de endividamento. Calcula-se pela seguinte formula, segundo Basso; Filipin; Enderli (2015, p.127): CDC = Passivo Circulante Patrimônio Líquido 2.2.7.2.2 Coeficiente de dívidas totais Esse coeficiente mostra a capacidade que a empresa possui de quitação das suas dívidas de curto e longo prazo, ou seja, suas dívidas totais, o limite máximo aceitável é de
  • 30. 30 1,00, isto é, as dividas totais não podem ultrapassar o valor do patrimônio líquido. Encontra- se esse coeficiente, segundo Basso; Filipin; Enderli (2015, p.129), pela seguinte fórmula: CDT = Passivo Circulante + Passivo Não Circulante Patrimônio Líquido 2.2.7.2.3 Coeficiente de dívidas de longo prazo Esse coeficiente avalia o endividamento de longo prazo da empresa. Compara o capital circulante líquido somente com as dívidas de longo prazo, ou seja, as dívidas que irão vencer depois do exercício social seguinte. Em determinado dia essas dívidas se tornarão de curto prazo e precisarão ser liquidadas. Também não deve ultrapassar o coeficiente 1,00, caso contrário, a empresa mostra que não possui condições de quitação das dívidas de longo prazo. Encontra-se o coeficiente de dívidas de longo prazo pela seguinte fórmula, segundo Basso; Filipin; Enderli (2015, p.131): CDLP = Passivo Exigível a Longo Prazo Capital Circulante Líquido 2.2.7.2.4 Coeficiente de segurança máxima É a segurança máxima que a empresa pode oferecer a seus credores, caso tenha que vender todo o seu ativo para liquidar seu passivo. Este coeficiente não pode ultrapassar 0,50, ou seja, o total de suas dívidas deve permanecer em no máximo 50% do valor do ativo da entidade. É encontrado, segundo Basso; Filipin; Enderli (2015, p.132), pela formula: CSM = Passivo Total / Ativo Total 2.2.7.2.5 Coeficiente de dívidas complementares Dois outros indicadores podem vir a ser utilizados, com a finalidade de facilitar na hora da caracterização financeira da empresa. São eles: a) Coeficiente de Participação de Capitais de Terceiros – confronta as fontes de terceiros com o próprio Patrimônio Líquido.
  • 31. 31 b) Coeficiente de Participação das Dívidas de Curto Prazo sobre as Dívidas Totais- mostra a composição do endividamento no curto prazo. São calculadas pelas seguintes fórmulas, respectivamente, conforme Basso; Filipin; Enderli (2015, p.134): CPCT = Passivo Total Passivo Total + Patrimônio Líquido CPDCP = Passivo Circulante Passivo Total “Portanto, quando uma empresa financia todo o seu Ativo com seu capital próprio, pode-se concluir que a situação financeira é a melhor possível, e na medida que vai contraindo dívidas, sua situação financeira vai se debilitando”. (BASSO; FILIPIN; ENDERLI, 2015, p.126). Visto que as empresas buscam ofertas de capital de terceiros para ampliar suas aplicações, é necessário ter certo cuidado, manter um equilíbrio entre valores de capital próprio e de capitais de terceiros, para assim, conseguir uma tranquilidade financeira. 2.2.7.3 Análise da lucratividade Através dos indicadores de lucratividade podem-se comparar as diversas fases do resultado da entidade, e também é possível medir a capacidade econômica da empresa. Só será possível analisar a lucratividade se a empresa apresentar lucro. Bruni (2011, p.165), salienta que, “É preciso compreender o lucro, analisando de diferentes formas como o lucro bruto, o lucro operacional próprio, ou o lucro líquido”. Portanto, serão analisados estes indicadores de lucratividade. 2.2.7.3.1 Margem de lucro operacional bruto A margem de lucro operacional bruto demonstra a relação entre as vendas e os custos, portanto, quanto maior e mais estável for o coeficiente durante os períodos analisados, melhor é o desempenho da empresa em relação a si mesma. (BASSO; FILIPIN; ENDERLI, 2015). Conforme Bruni, (2011, p.167), “O índice de margem bruta (IMB) representa a
  • 32. 32 percentagem de cada unidade monetária de venda que sobrou, após a empresa ter pago o custo dos seus produtos ou das suas mercadorias”. Basso; Filipin; Enderli (2015, p.137), definem a formula como: CMLB = Lucro Operacional Bruto Receita Operacional Líquida 2.2.7.3.2 Margem de lucro operacional líquido A relação entre o lucro operacional sobre as vendas líquidas consiste na margem de lucro operacional líquido, este índice demonstra a margem de lucro após os custos e despesas operacionais. “Este indicador evidência a margem de lucro que a entidade opera após absorver os custos (Margem de lucro Operacional Bruto) e as despesas operacionais (líquidas), evidenciando, sobretudo, sua eficiência operacional”. (BASSO; FILIPIN; ENDERLI, 2015, p.139). Estes autores definem a formula como: CMLOL = Lucro Operacional Líquido Receita Operacional Líquida Sendo Assim, quanto mais alto for o coeficiente, melhor, pois as operações da empresa serão mais lucrativas. 2.2.7.3.3 Margem de lucro líquido do exercício A margem de lucro líquido do exercício evidencia a parcela de lucro líquido final do exercício que restou para a entidade em proporção as suas vendas líquidas. De acordo com Bruni (2011, p.169), “A margem líquida representa a porcentagem de cada unidade monetária de venda que sobrou, após a empresa ter pago seus produtos, demais despesas e impostos”. Assim, este coeficiente pode ser obtido através da fórmula ensinada por Basso; Filipin; Enderli (2015, p.141): CMLLE = Lucro Líquido do Exercício Receita Operacional Líquida
  • 33. 33 Torna se importante o estudo deste indicador, uma vez que o lucro líquido remunera os capitais investidos pelos sócios e evidencia o que sobra de lucro líquido em cada unidade monetária de receita operacional líquida, permitindo constatar o desempenho final das operações realizadas. Portanto, quanto maior for o coeficiente, melhor é a situação financeira da empresa. 2.2.7.4 Análise da rentabilidade A rentabilidade mostra os percentuais de remuneração de seus diversos tipos de capitais e ou outros fatores de remuneração da empresa. “Os indicadores de rentabilidade buscam analisar os lucros auferidos pela entidade de forma relativa, geralmente analisados em relação aos investimentos feitos pelo conjunto de fornecedores de capital (sócios e terceiros) ou apenas pelos sócios”. (BRUNI, 2011, p.209). Complementando, Basso, Filipin, Enderli (2015, p.143), explicam que, “Quanto maiores forem os indicadores e de preferência crescentes do primeiro para os demais anos da série em estudo, melhor é o indicador de rentabilidade”. Neste contexto, os indicadores de rentabilidade são: rentabilidade do capital social, rentabilidade do patrimônio Líquido, remuneração do ativo total, e taxa de retorno do investimento operacional. 2.2.7.4.1 Rentabilidade do capital social O coeficiente de rentabilidade do capital social demonstra quanto a empresa está remunerando o capital investido pelos seus sócios. Segundo Basso; Filipin; Enderli (2015, p.143), a formula para encontrar o coeficiente é a seguinte: CRCS = Lucro Líquido do Exercício / Capital Social 2.2.7.4.2 Rentabilidade do patrimônio líquido Evidencia em quanto a entidade remunerou o seu capital próprio na serie analisada. Para Iudícibus (2010, p.111), “A importância do quociente de retorno sobre o patrimônio líquido (QRPL) reside em expressar os resultados globais auferidos pela gerência na gestão de recursos próprios e de terceiros, em benefícios dos acionistas”.
  • 34. 34 Para obtenção do coeficiente de rentabilidade do patrimônio liquido, utiliza-se a seguinte formula, segundo Basso; Filipin; Enderli (2015, p.145): CRPL = Lucro Líquido do Exercício Patrimônio Líquido Como já mencionado, quanto maior for este coeficiente, melhor será a situação financeira da entidade, uma vez que no longo prazo, este influencia nos preços das ações de empresa da bolsa de valores. 2.2.7.4.3 Rentabilidade do ativo total Esse indicador evidencia em quanto os ativos da empresa foram remunerados, visto que os ativos representam as aplicações dos recursos da entidade e é por meio deles que são realizadas as suas atividades. Bruni (2011, p.213), destaca que, “[...] é, provavelmente, o mais importante indicador de análise contábil financeira. Representa a relação entre os resultados da entidade e o volume de recursos nela investidos por sócios e terceiros, valor representado pelo ativo total da empresa”. O coeficiente de remuneração do ativo total, segundo Basso; Filipin; Enderli (2015, p.146),é a seguinte: CRAT = Lucro Líquido do Exercício Ativo Total Da mesma forma, quanto mais alto for o coeficiente, melhor é a situação financeira da entidade, pois terá um retorno mais rápido em relação aos investimentos realizados. 2.2.7.4.4 Taxa de retorno do investimento operacional Verifica o tempo médio que os resultados operacionais levariam para que ocorresse o retorno total dos investimentos operacionais aplicados na empresa. Basso; Filipin; Enderli (2015, p.148), definem a formula como:
  • 35. 35 TRIO = Lucro Operacional Líquido Ativo Operacional 2.2.7.5 Indicadores de atividade, giro ou ciclometria A análise de ciclometria tem por finalidade evidenciar os prazos que a empresa está tendo no giro dos seus estoques, quanto tempo está levando para receber dos seus clientes e quanto tempo está levando para pagar os seus fornecedores. “Para fins de análise, quanto maior for a velocidade de recebimento de vendas e de renovação de estoque, melhor. Por outro lado, quanto mais lento for o pagamento das compras, desde que não corresponda a atrasos, melhor”. (MARION, 2010, p.110). Complementando, Iudícibus (2010, p.100), ensina que, “[...] quanto maior a rotatividade, tanto melhor; e isto certamente é verdade, desde que a margem de lucro sobre as vendas se mantenha constante ou, se diminuir, diminuir menos do que o aumento da rotação”. Baseado nestes conceitos, inúmeros indicadores de atividade ou ciclometria podem ser elaborados, sendo que entre os mais habituais destaca-se: grau de imobilização do patrimônio líquido, exame de rotação dos estoques, exame do prazo médio de cobrança de duplicatas, exame do prazo médio do pagamento de duplicatas, e o prazo relativo de duplicatas. 2.2.7.5.1 Grau de imobilização do patrimônio líquido Busca identificar o montante de capital próprio investido no ativo permanente da organização. Iudícibus (2010, p.118), explica que, “Este quociente pretende relatar qual a porcentagem dos recursos próprios que esta imobilizada em plantas e instalações, bem como outras imobilizações, ou que não está em giro”. Basso; Filipin; Enderli (2015, p.151), ensinam que, “Via de regra, quanto maior o percentual, pior é para a situação financeira, pois deixa cada vez menos recursos próprios livres para aplicação em ativos rentáveis”. A fórmula mais comum é a seguinte, segundo Basso; Filipin; Enderli (2015, p.151): GIPL = Ativo Permanente x 100 Patrimônio Líquido Portanto, quanto maio for o percentual, pior é a situação financeira da entidade, ou seja, menos é o montante de recursos próprios livres para aplicação em ativos destinados ao
  • 36. 36 empreendimento. 2.2.7.5.2 Exame de rotação dos estoques O exame de rotação dos estoques verifica quantos dias, em média, o estoque demora a ser vendido. Segundo Matarazzo (2010, p.267), “[...] representa, na empresa comercial, o tempo médio de estocagem de mercadorias; na empresa industrial, o tempo de produção e estocagem”. Bruni (2011, p.182), destaca que, “O índice de giro dos estoques (IGE) procura expressar quantas vezes em um ano o estoque se renovou por causa das vendas. Normalmente, quanto maior a rotatividade, melhor a situação da empresa”. Sendo assim, Basso; Filipin; Enderli (2015, p.153), apresentam a seguinte fórmula: ERE = Vendas Estoque Com a aplicação desta fórmula, encontraremos quantas vezes o estoque girou na empresa no período, para saber a média de dia que o estoque levou para girar, basta pegar 365 dias que correspondem a um ano, e dividir pelo número de vezes que o estoque girou na empresa no período.(BASSO; FILIPIN; ENDERLI, 2015). Portanto, como já comentado, quanto menos dias levar para girar, melhor é a qualidade do estoque. 2.2.7.5.3 Exame do prazo médio de cobrança de duplicatas O prazo médio de cobrança de duplicatas tem o objetivo de demonstrar quanto tempo e empresa leva para receber seus créditos. Para Bruni (2011, p.185), “[...] indica o período que a empresa deverá esperar, em média, antes de receber suas vendas a prazo”. Para Matarazzo (2010, p.261), “O volume de investimentos em duplicatas a receber é determinado pelo prazo médio de recebimento de vendas”. Sendo assim, através da formula apresentada por Basso; Filipi; Enderli (2015, p.156) encontra-se o prazo médio de cobrança de duplicatas: PMCD = Valor Duplicatas a Receber x 365 Valor Vendas a Prazo do Ano
  • 37. 37 Portanto, quanto maior for o prazo médio de cobrança de duplicatas pior é a situação para a empresa, pois haverá uma demora maior no recebimento de seus créditos cedidos aos clientes. É preciso fazer uma análise em conjunta com o prazo médio de pagamento de duplicatas, quanto menor for o prazo de recebimento, e maior for o prazo de pagamento, melhor é a situação da empresa. 2.2.7.5.4 Exame do prazo médio do pagamento de duplicatas O prazo médio de pagamento por sua vez, tem o intuito de revelar o prazo que a empresa leva para efetuar o pagamento de suas duplicatas. No entendimento de Bruni (2011, p.188), “O prazo médio de pagamento (PMP) indica quantos dias, semanas, meses ou anos a empresa poderá esperar, em média, antes de pagar suas dividas junto a seus fornecedores pelas compras efetuadas a prazo”. Segundo Basso; Filipin; Enderli (2015, p.156), a fórmula é a seguinte: PMPD = Valor Duplicatas a Pagar x 365 Valor Compras a Prazo (ou CMV) Desta forma, quanto maior o prazo de pagamento em relação aos de recebimentos, melhor é a situação das duplicatas a pagar. 2.2.7.5.5 Prazo relativo de duplicatas Este indicador estabelece uma comparação entre o prazo médio de cobrança e o prazo médio de pagamento. Bruni (2011, p.189), explica que, “O índice de posicionamento relativo (PMP), busca analisar a relação entre prazos obtidos e concedidos e como esta relação pode afetar o nível de liquidez da empresa”. Complementam Basso; Filipin; Enderli (2015, p.158), dizendo que, “O indicador Revela quantas vezes antes ou depois se recebe as duplicatas de clientes diante dos prazos de pagamento aos fornecedores; quanto maior de 1,00 melhor é a posição relativa entre os recebimentos e os pagamentos de duplicatas”. Segundo esses autores, a fórmula é a seguinte: PRD = Prazo Médio de Pagamento de Duplicatas Prazo Médio de Cobrança de Duplicatas
  • 38. 38 2.2.7.6 Análise de solvência ou insolvência A análise de solvência ou insolvência tem a finalidade de demonstrar em que situação a empresa se encontra, ou seja, busca verificar a saúde financeira do empreendimento, vai evidenciar se a mesma esta em situação intermediária ou se está em situação de insolvência. Assim, dos indicadores para este estudo, destacam-se dois: coeficiente de overtrading e índice de insolvência de Kanitz. 2.2.7.6.1 Coeficiente de overtrading O Coeficiente de overtrading serve para mostrar se a empresa está operando com vendas acima da sua capacidade financeira, especialmente vendas a prazo, ou seja, entrando em supertransação. “Isto significa a busca de um volume de negócios superior à capacidade financeira da sua entidade ou a manutenção do mesmo volume de negócios apesar da redução do seu capital próprio”. (VERTES; WÜRCH, 1990, p.223). O coeficiente é encontrado com a aplicação da seguinte fórmula, segundo Basso; Filipin; Enderli (2015, p.161): COver = Vendas Capital Circulante Líquido “O indicador parte do suposto de que para vender, a empresa necessita de uma boa estrutura de Capital Circulante Líquido, para que não venha a operar apenas com uma elevada carga de recursos externos [...]” (BASSO; FILPIN; ENDERLI, 2015, p.159). Portanto, baseado nos autores, quanto menor e mais estável for esse indicador no período em análise, melhor é a situação financeira da entidade. 2.2.7.6.2 Índice de insolvência de Kanitz O Índice de Insolvência de Kanitz é formado pela combinação de outros indicadores econômicos e financeiros e tem por finalidade, verificar se a empresa está a caminho da Insolvência. Conforme Marion (2010, p. 181), “[...] nesse modelo, como em outros existentes, o objetivo não é meramente analisar o risco de falência, mas também avaliar a empresa, dando-
  • 39. 39 se uma nota para a mesma, nota que varia de (-) 7,0 até 7,0”. X1 = Rentabilidade do Patrimônio Líquido × 0,05 X2 = Liquidez Geral × 1,65 X3 = Liquidez Seca × 3,55 X4 = Liquidez Corrente × 1,06 X5 = Coeficiente de Endividamento Total × 0,33 Fator de Insolvência = (X1 + X2 + X3) – (X4 + X5). Quando o índice ficar acima de zero, diz se que a empresa está no Intervalo de Solvência; quando ficar entre zero e menos três (-3), esta no Intervalo de Penumbra, revelando uma situação indefinida, e quando ficar abaixo de menos três (-3), está no Intervalo de Insolvência, muito propensa à falência. (BASSO; FILIPIN; ENDERLI, 20115, p.163). Depois de calculado o Fator de Insolvência, basta comparar a nota obtida com os parâmetros estabelecidos para verificar a situação da empresa.
  • 40. 40 3 METODOLOGIA DO ESTUDO A metodologia do estudo visa demonstrar os meios que foram utilizados para a realização do presente estudo, para proporcionar o atingimento dos objetivos propostos, explicitando quais os procedimentos de pesquisa, os procedimentos e instrumentos utilizados na produção de elementos de estudo. Segundo Minayo (2011, p.14), “[...] entendemos por metodologia o caminho do pensamento e a prática exercida na abordagem da realidade”. 3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA A pesquisa consiste na busca de informações com a finalidade de dar subsídios ao estudo a fim de encontrar respostas do problema proposto. Para Zamberlan et al (2014, p.24): Pesquisa significa realizar empreendimentos para descobrir, para conhecer algo. A pesquisa constitui um ato dinâmico de questionamento, indagação e aprofundamento. Consiste na tentativa de desvelamento de determinados objetos. É a busca de uma resposta significativa a uma dúvida ou problema. Nesse sentido, a pesquisa pode ser classificada de várias formas, quanto a sua natureza, quanto a sua abordagem, quanto aos seus objetivos e quanto aos procedimentos técnicos, tornando-se importante classificá-la a fim de possibilitar uma melhor organização e entendimento do estudo proposto. 3.1.1 Quanto à sua natureza A pesquisa aplicada, “Objetiva gerar conhecimentos para aplicação prática e dirigidos à solução de problemas específicos. Envolve verdades e interesses locais.” (SILVA; MENEZES, 2005, p.20). Na concepção de Vergara (2004, p.47): A pesquisa aplicada é fundamentalmente motivada pela necessidade de resolver problemas concretos, mais imediatos, ou não. Tem, portanto, finalidade prática, ao contrário da pesquisa pura, motivada basicamente pela curiosidade intelectual do pesquisador e situada sobretudo no nível da especulação.
  • 41. 41 Portanto, este estudo é aplicado, pois serão analisados os dados contábeis da empresa, baseados na sua realidade, em um determinado período de tempo, buscando a solução para um problema específico. 3.1.2 Quanto à forma de abordagem do problema Em relação á abordagem do problema, o estudo se classifica como pesquisa qualitativa, pois de acordo com Silva; Menezes (2005, p.20): Pesquisa qualitativa considera que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito não pode ser traduzido em números. A interpretação dos fenômenos e a atribuição de significados são requisitos básicos no processo de pesquisa qualitativa. Para Minayo (2011, p.21), “A pesquisa qualitativa responde a questões muito particulares. Ela se ocupa, nas Ciências Sociais, com um nível de realidade que não pode ou não deveria ser quantificado”. Desta forma, fundamentado nestes conceitos, o presente estudo classifica-se como pesquisa qualitativa, já que tem por finalidade a apuração de índices econômicos obtidos através das demonstrações contábeis da empresa, seguido das devidas interpretações sem utilizar-se de dados estatísticos. 3.1.3 Quanto aos seus objetivos A pesquisa descritiva, “[...] visa a identificar, expor e descrever os fatos ou fenômenos de determinada realidade em estudo, características de um grupo, comunidade, população ou contexto social”. (ZAMBERLAN et al. 2014, p.96). Complementando, Gil (1999, p.44), diz que, “As pesquisas deste tipo têm como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou estabelecimento de relações entre variáveis”. Assim, em relação ao ponto de vista de seus objetivos, o projeto de pesquisa em estudo é classificado como descritivo, uma vez que se baseará no estudo de um caso específico, onde os dados das demonstrações contábeis da empresa serão observados, analisados e interpretados.
  • 42. 42 3.1.4 Quanto aos procedimentos técnicos Os procedimentos técnicos podem ser definidos como as maneiras utilizadas para a obtenção dos dados na realização do estudo, sendo inúmeras as estratégias de pesquisa que podem ser empregadas. Para a realização do presente trabalho, se utilizou a pesquisa bibliográfica, a pesquisa documental e o estudo de caso. Para Vergara (2004, p.48),“Pesquisa bibliográfica é o estudo sistematizado desenvolvido com base em material publicado em livros, revistas, jornais, redes eletrônicas, isto é, material acessível ao público em geral”. “Essa pesquisa explica e discute um tema ou problema com base em referências teóricas já publicadas [...]” (SILVA, 2003, p.60). No que diz respeito à pesquisa documental, Vergara (2004, p.48), conceitua como: Investigação documental é a realizada em documentos conservados no interior de órgãos públicos e privados de qualquer natureza, ou com pessoas: registros, anais, regulamentos, circulares, ofícios, memorandos, balancetes, comunicações informais, filmes, micro filmes, fotografias, videoteipe, informações em disquete, diários, cartas pessoais e outros. Conforme Gil (1999, p.72-73), “O estudo de caso é caracterizado pelo estudo profundo e exaustivo de um ou de poucos objetos, de maneira a permitir o seu conhecimento amplo e detalhado, tarefa praticamente impossível mediante os outros tipos de delineamentos considerados”. Para Vergara (2004, p.49), “Estudo de caso é o circunscrito a uma ou poucas unidades, entendidas essas como pessoa, família, produto, empresa, órgão público, comunidade ou mesmo país. Tem caráter de profundidade e detalhamento. Pode ou não ser realizado no campo”. Considerando o exposto, o estudo se utilizará de pesquisas em materiais já publicados como livros, revistas, artigos e meios eletrônicos, além de documentos fornecidos pela empresa, tais como as demonstrações contábeis e notas explicativas. 3.2 COLETA DE DADOS Este item consiste em demonstrar de que forma os dados foram coletados para responder o problema da pesquisa. Segundo Silva; Menezes (2005, p.35), “Nesta etapa você fará a pesquisa de campo
  • 43. 43 propriamente dita. Para obter êxito neste processo, duas qualidades são fundamentais: a paciência e a persistência”. Para o presente estudo, os dados foram obtidos a partir das demonstrações contábeis e notas explicativas disponibilizadas pela empresa na página da BM&FBovespa. 3.2.1 Instrumentos de coleta de dados Diversos são os meios de coletas de dados que podem ser utilizados para subsidiar os propósitos da pesquisa. Segundo Zamberlan et al (2014 p.116), “As técnicas de coleta de dados predominantemente aplicadas na pesquisa qualitativa são: entrevistas, observação, uso de diários e análise documental”. Portanto, para a realização da pesquisa foi utilizada a técnica da análise documental, sendo realizada uma análise comparativa dos demonstrativos contábeis básicos da empresa em estudo. 3.3 ANALISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS Após a coleta, os dados foram analisados e interpretados. A análise tem como objetivo organizar e sumariar os dados de forma tal que possibilitem o fornecimento de respostas ao problema proposto para investigação. Já a interpretação tem como objetivo a procura do sentido mais amplo das respostas, o que é feito mediante sua ligação a outros conhecimentos anteriormente obtidos. (GIL, 1999, p.168). Sendo assim, no primeiro momento foi realizada a sistematização do conteúdo através da revisão teórica a qual foi a base para aplicação prática da pesquisa. Posteriormente tem-se o levantamento dos dados por meio dos documentos e demonstrativos contábeis básicos da empresa, e o processamento destes, via planilhas e sistemas, onde foram reestruturados e atualizados para posteriormente serem transformados em dados para apuração dos indicadores, prosseguindo com a interpretação e análise dos mesmos, além da demonstração gráfica das evoluções ou retrações da situação patrimonial, econômica e financeira da entidade objeto de estudo.
  • 44. 44 4. ANÁLISE DOS RESULTADOS O resultado ou o produto das análises é encontrado através do estudo das demonstrações contábeis básicas: balanço patrimonial e demonstração do resultado do exercício da empresa em estudo, os quais foram obtidos através do site da Bovespa, cujo período de análise compreende os anos de 2010 a 2014 mediante o uso das técnicas de análise de balanço em valores absolutos; análise de balanço em valores relativos; análise do balanço de fundos; análise de balanços por indicadores econômicos e financeiros. 4.1 REESTRUTURAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES PARA ANÁLISE Conforme indicam as técnicas de análise de demonstrações contábeis, algumas contas do balanço patrimonial foram reclassificadas, para facilitar a análise e possibilitar melhor compreensão de dados, de forma que possam efetivamente representar as aplicações e as origens de recursos. A conta “pagamentos antecipados”, por ser uma conta que reúne valores gastos em despesas antecipadas e que não devem ser consideradas como elemento ativo, pois não têm condições de serem transformadas em disponibilidades para futuro saneamento de passivos, teve seu valor retirado do ativo, sendo compensado com valores do patrimônio líquido, na conta “reservas de lucros” do ano correspondente. 4.2 ATUALIZAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES PARA ANÁLISE As técnicas de análise das demonstrações contábeis também recomendam a atualização dos valores dos anos anteriores para os valores da data do último ano da série em análise, obtendo-se assim, uma análise atualizada e a valor mais próximo da realidade presente. Para isso foi utilizada a variação do IGPM. Quadro 1 - Cálculo do fator de atualização pelos índices médios do IGPM Anos Número índice acumulado Fator de atualização 2010 1.083,6227 1,239629347 2011 1.138,8631 1,179501294 2012 1.227,8302 1,094036048 2013 1.295,6759 1,036748851 2014 1.343,2905 1,000000000 Fonte: elaborado pelo autor conforme informações obtidas no site do IGPM.
  • 45. 45 4.3 ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES EM VALORES ABSOLUTOS ATUALIZADOS O quadro dois demonstra os balanços patrimoniais em valores atualizados da empresa Lojas Americanas S.A. dos anos de 2010, 2011, 2012, 2013 e 2014, denominados de: ano 1, ano 2, ano 3, ano 4 e, ano 5, respectivamente. Quadro 2 - Balanço patrimonial em valores atualizados BALANÇO PATRIMONIAL DA EMPRESA LOJAS AMERICANAS S.A. EM VALORES ATUALIZADOS – REAIS MIL GRUPOS E SUBGRUPOS DE CONTAS 2010 2011 2012 2013 2014 N° PERÍODOS - ANOS ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5 I - ATIVO CIRCULANTE 7.226.774 7.958.884 7.939.420 9.285.421 10.053.009 01. Disponibilidades 201.351 155.109 200.771 439.602 951.819 02. Clientes 2.306.022 2.573.747 1.774.698 1.840.894 1.979.527 03. Estoques 1.772.096 1.718.413 2.061.420 2.564.156 2.897.069 04. Outros Valores a Receber 2.947.306 3.511.615 3.902.531 4.440.770 4.224.594 II - ATIVO NÃO CIRCULANTE 2.658.950 3.167.827 4.160.946 5.335.921 6.765.003 05. ATIVO REALIZ. A LONGO PRAZO 584.720 554.633 949.203 1.219.299 1.690.822 5.1. Outros Valores a Receber 584.720 554.633 949.203 1.219.299 1.690.822 06. ATIVO PERMANENTE 2.074.231 2.613.193 3.211.743 4.116.623 5.074.181 6.2. Imobilizado 791.387 1.102.352 1.459.928 1.850.956 2.317.668 6.3. Intangível 1.282.844 1.510.841 1.751.815 2.265.666 2.756.513 III - TOTAL DO ATIVO 9.885.724 11.126.711 12.100.366 14.621.343 16.818.012 IV - PASSIVO CIRCULANTE 5.510.107 5.385.089 5.367.018 5.681.709 6.547.473 07. Obrigações de Funcionamento 3.819.862 3.694.324 3.879.035 4.906.584 5.581.120 7.1. Fornecedores (Dupl. a Pagar) 2.919.973 2.795.111 3.194.657 4.098.489 4.628.643 7.2. Outras Contas a Pagar 899.889 899.213 684.378 808.095 952.477 08. Obrigações de Financiamento 1.690.245 1.690.764 1.487.983 775.125 966.353 V - PASSIVO NÃO CIRCULANTE 3.720.100 4.404.299 5.477.398 7.433.028 7.262.278 9.1. Obrigações de Funcionamento 274.187 201.436 125.145 232.094 213.251 9.1.2. Outras Contas a Pagar 274.187 201.436 125.145 232.094 213.251 9.2. Obrigações de Financiamento 3.445.913 4.202.863 5.352.253 7.200.934 7.049.027 VI - TOTAL DO PASSIVO 9.230.207 9.789.388 10.844.416 13.114.737 13.809.751 VII - PATRIMÔNIO LÍQUIDO 655.517 1.337.323 1.255.950 1.506.606 3.008.261 10. Capital Social 474.852 918.232 969.696 893.911 2.238.345 11. Reservas de Capital 13.997 17.350 21.076 29.166 39.842 12. Reservas de Lucros 355.120 584.152 629.508 934.439 948.426 13. Ajustes de Avaliações Patrimoniais 2.976 3.419 1.906 1.649 1.460 14. (-) Ações em Tesouraria -191.429 -185.830 -366.235 -352.560 -219.812 VIII – TOTAL PASSIVO E P.L. 9.885.724 11.126.711 12.100.366 14.621.343 16.818.012 Fonte: elaborado pelo autor conforme reestruturação dos balanços patrimoniais originais. No quadro três observa-se as diferenças dos balanços patrimoniais atualizados da empresa Lojas Americanas S.A. do ano 1 para o ano 2; do ano 2 para o ano 3; do ano 3 para o ano 4 e do ano 4 para o ano 5.
  • 46. 46 Quadro 3 – Comparativo do balanço patrimonial em valores atualizados COMPARATIVO ENTRE OS ANOS DO BALANÇO PATRIMONIAL DA EMPRESA LOJAS AMERICANAS S.A. EM VALORES ATUALIZADOS - REAIS MIL GRUPOS E SUBGRUPOS DE CONTAS Diferença Diferença Diferença Diferença N° PERÍODOS - ANOS 2 (-) 1 3 (-) 2 4 (-) 3 5 (-) 4 I - ATIVO CIRCULANTE 732.111 -19.465 1.346.002 767.588 01. Disponibilidades -46.241 45.662 238.831 512.217 02. Clientes (Dupl. a Receber) 267.726 -799.049 66.196 138.633 03. Estoques -53.683 343.007 502.736 332.913 04. Outros Valores a Receber 564.309 390.916 538.239 -216.176 II - ATIVO NÃO CIRCULANTE 508.876 993.119 1.174.975 1.429.082 05. ATIVO REALIZ. A LONGO PRAZO -30.086 394.570 270.095 471.523 5.1. Outros Valores a Receber -30.086 394.570 270.095 471.523 06. ATIVO PERMANENTE 538.962 598.550 904.880 957.558 6.2. Imobilizado 310.966 357.575 391.029 466.712 6.3. Intangível 227.997 240.974 513.851 490.847 III - TOTAL DO ATIVO 1.240.987 973.655 2.520.977 2.196.669 IV - PASSIVO CIRCULANTE -125.018 -18.071 314.691 865.764 07. Obrigações de Funcionamento -125.538 184.711 1.027.549 674.536 7.1. Fornecedores (Dupl. a Pagar) -124.862 399.546 903.832 530.154 7.2. Outras Contas a Pagar -676 -214.835 123.717 144.382 08. Obrigações de Financiamento 520 -202.781 -712.858 191.228 V - PASSIVO NÃO CIRCULANTE 684.199 1.073.098 1.955.630 -170.750 9.1. Obrigações de Funcionamento -72.751 -76.292 106.949 -18.843 9.1.2. Outras Contas a Pagar -72.751 -76.292 106.949 -18.843 9.2. Obrigações de Financiamento 756.950 1.149.390 1.848.681 -151.907 VI - TOTAL DO PASSIVO 559.181 1.055.028 2.270.321 695.014 VII - PATRIMÔNIO LÍQUIDO 681.806 -81.373 250.655 1.501.655 10. Capital Social 443.380 51.463 -75.785 1.344.434 11. Reservas de Capital 3.354 3.725 8.090 10.676 12. Reservas de Lucros 229.031 45.357 304.931 13.987 13. Ajustes de Avaliações Patrimoniais 443 -1.514 -256 -189 14. (-) Ações em Tesouraria 5.598 -180.405 13.675 132.748 VIII - TOTAL PASSIVO E PATR. LÍQUIDO 1.240.987 973.655 2.520.977 2.196.669 Fonte: elaborado pelo autor com base no quadro 2. Do ano 1 para o ano 2 constata-se que o ativo circulante aumentou em 732.111 mil reais, enquanto que o passivo circulante reduziu em 125.018 mil reais; o ativo realizável a longo prazo diminuiu em 30.086 mil reais, enquanto que o passivo não circulante aumentou em 684.199 mil reais; o ativo permanente aumentou em 538.962 mil reais, enquanto que o patrimônio líquido aumentou em 681.806 mil reais. No ativo circulante, a conta que mais cresceu foi outros valores a receber, seguido da conta clientes, e a que mais diminuiu foi a conta estoques. No passivo circulante a única conta que cresceu foi obrigações de financiamento, sendo que as obrigações de funcionamento diminuíram no período. No passivo não circulante, a conta que apresentou crescimento foi obrigações de financiamento, já a conta obrigações de funcionamento apresentou diminuição no período. No patrimônio
  • 47. 47 líquido, com exceção da conta prejuízos acumulados, todas as contas apresentaram crescimento, sendo que em maior representatividade a conta capital social, seguida da conta reservas de lucro. As aplicações e as fontes tiveram um crescimento real de 1.240.987 mil reais no período. Tanto do lado das aplicações quanto do lado das fontes de recursos, do ano 1 para o ano 2, os resultados foram favoráveis à situação financeira da empresa. Gráfico 1 - Composição do ativo Fonte: elaborado pelo autor. Do ano 2 para o ano 3, constata-se que o ativo circulante teve uma redução no montante de 19.465 mil reais, ocasionado por uma redução que ocorreu na conta clientes de 799.049 mil reais, as demais contas do grupo apresentaram crescimento no período; o passivo circulante também apresentou uma redução, porém em menor proporção que o ativo circulante, ou seja, reduziu em 18.071 mil reais, decorrente da redução de obrigações de financiamento em 202.781 mil reais; as obrigações de funcionamento apresentaram crescimento de 184.711 mil reais; o ativo realizável a longo prazo apresentou um crescimento de 394.570 mil reais, ao passo que o passivo não circulante apresentou o significativo aumento de 1.073.098 mil reais provocado pelo crescimento de obrigações de financiamentos em 1.149.390 mil reais e redução de 76.292 mil reais em obrigações de funcionamento; o ativo permanente teve um aumento de 598.550 mil reais, sendo que o imobilizado cresceu em 357.575 mil reais e o intangível cresceu em 240.974 mil reais, enquanto que o patrimônio líquido teve uma redução de 81.373 mil reais, decorrentes do significativo aumento da conta redutora ações em tesouraria de 180.405 mil reais, de uma redução de 1.514 mil reais na conta de ajustes de avaliações patrimoniais, crescimento de apenas 38.188 mil reais em reservas de