1) Em 1820, uma revolução liberal no Porto levou à aprovação da primeira Constituição portuguesa, que estabeleceu a soberania nacional e a separação de poderes.
2) Quando D. João VI regressou a Portugal em 1821, deixando seu filho D. Pedro no Brasil, as Cortes decretaram que o Brasil voltasse a ser uma colônia, levando D. Pedro a declarar a independência do Brasil em 1822.
3) Após a morte de D. João VI em 1826, D. Miguel tomou o poder como reg
Sistema de Bibliotecas UCS - Cantos do fim do século
Resumo liberalismo guerrra vivil portugal
1. 1820 e o Triunfo dos Liberais
A REVOLUÇÃO LIBERAL DE 1820
D. João VI e D. Carlota Joaquina
O descontentamento da população
Em 1811, as invasões francesas terminaram, mas o país
ficou numa situação muito difícil:
- a família real continuava no Brasil;
- o Reino ficou mais pobre e desorganizado após as
invasões;
- os ingleses controlavam quase todo o comércio com o
Brasil.
Era pois necessário expulsar os ingleses e obrigar o rei
a regressar.
As ideias liberais, vindas de França, tinham cada vez
mais adeptos.
2. Em 1817, em Lisboa, regista-se a primeira conspiração
liberal, chefiada pelo General Gomes Freire de Andrade.
Descoberto, foi preso e enforcado.
Em 1818, forma-se no Porto uma organização secreta, o
Sinédrio, com o objectivo de preparar uma revolução
liberal.
O Sinédrio reunia burgueses do Porto (comerciantes,
juízes, proprietários), entre os quais se destacava Manuel
Fernandes Tomás. Também aderiram alguns militares.
No dia 24 de Agosto de 1820 deu-se a revolução.
A população do Porto aderiu com entusiasmo. Um mês
depois, aderia Lisboa. A revolução espalhou-se então a
todo o país. Os ingleses foram afastados e criou-se a
Junta Provisional do Governo do Reino.
Esta Junta passou a governar e preparou as primeiras
eleições para deputados às Cortes Constituintes, isto é, a
Assembleia que tinha como função elaborar uma
Constituição de acordo com as ideias liberais.
Em Setembro de 1822, as Cortes Constituintes
aprovaram a 1ª Constituição Portuguesa.
D. João VI regressa do Brasil, com a família e a corte,
assina a Constituição e jura respeitá-la.
3. Esta Constituição estabelecia:
- a soberania da nação: o poder do rei devia submeter-se
à vontade dos cidadãos, através do voto;
- a separação de poderes: legislativo, executivo, judicial;
- a igualdade e liberdade dos cidadãos face à lei.
4. Burguesia brasileira
A independência do Brasil
Durante os treze anos que D. João VI e a corte
permaneceram no Brasil, este território registou grandes
progressos:
- a cidade do Rio de Janeiro tornou-se sede do Governo;
- foram criadas repartições de finanças, justiça e da
polícia;
- foram construídos hospitais, escolas, teatros e
bibliotecas;
- foram criadas indústrias e abertas estradas;
- os portos brasileiros foram abertos aos comerciantes
estrangeiros, o que desenvolveu o comércio externo.
Assim, o Brasil deixou de ser uma colónia para se tornar
um reino.
5. Mas quando D. João VI regressou a Portugal, deixando o
príncipe D. Pedro, seu filho, a governar o Brasil, as Cortes
Constituintes decretaram:
- que o Brasil voltasse a ser uma colónia;
- que o seu comércio externo voltasse a passar por
Portugal;
- que D. Pedro regressasse a Portugal.
A estas imposições, D. Pedro reagiu decidindo
permanecer no Brasil. Para tal contou com o apoio da
burguesia brasileira.
As Cortes Constituintes reagiram, anulando todos os
poderes do príncipe.
Ao receber esta notícia, D. Pedro declarou a
independência do Brasil, a 7 de Setembro de 1822.
coroação de D. Pedro como imperador do Brasil
6. O Grito do IPIRANGA
Em Agosto de 1822, D. Pedro viajou do Rio de Janeiro
para São Paulo para resolver um problema político.
Quando as coisas estavam resolvidas e ele seguia para
Santos, chegaram ordens das Cortes (de Portugal): D.
Pedro deveria voltar para lá naquele instante (...)
Mandaram-lhe mensageiros com essas notícias.
Um deles encontrou-o nas margens do rio Ipiranga, em
São Paulo. Era a tarde de 7 de Setembro de 1822. D.
Pedro leu os decretos e decidiu logo proclamar a
independência do Brasil, senão ficava prisioneiro das
Cortes.
Trinta e oito pessoas assistiram: D. Pedro
desembainhou a espada, ergueu-a alto e gritou:
INDEPENDÊNCIA OU MORTE!
7. A luta entre Liberais e Absolutistas
Com a Revolução de 1820, a nobreza e o clero perderam
muitos privilégios.
Não se conformaram e começaram a organizar
conspirações contra o regime liberal, apoiados pelo
príncipe D. Miguel (filho segundo de D. João VI).
Quando D. João VI morre (1826), sucede-lhe o seu filho
mais velho, D. Pedro, imperador do Brasil. Este, não
querendo abandonar o Brasil, abdica do trono em favor de
sua filha D. Maria, menor de idade, ficando D. Miguel a
8. governar, como regente e de acordo com as ideias liberais.
Em 1828, D. Miguel, desrespeitando o compromisso, faz-se
aclamar rei absoluto.
Guerra Civil
D. Pedro decide então regressar a Portugal e junta-se aos
liberais, refugiados nos Açores.
Inicia-se então um período de guerra civil, entre liberais
e absolutistas, que vai durar cerca de dois anos.
D. Miguel e os absolutistas são derrotados.
D. Maria II passa a governar.
A monarquia constitucional vai manter-se em Portugal
até 1910 (data da implantação da República.