Com a queda do Império Romano, a Igreja Católica preservou a cultura clássica enquanto convertia os bárbaros. Mosteiros copiavam textos antigos e abrigavam bibliotecas, enquanto a Regra de São Bento tornou-se a mais importante na Europa Ocidental. A Igreja também ganhou poder político ao servir de conselheira das cortes medievais.

2. • Com a queda do Império Romano do Ocidente (476)
a Igreja Católica se tornou herdeira da cultura
clássica → os bárbaros eram em sua maioria
arianos (hereges), ou pagãos e tinham alguma
admiração pela cultura e pelas leis romanas.
• Na maioria das cortes dos novos reinos, os
homens da igreja eram os únicos letrados e seus
membros serviam como conselheiros e
secretários → esta aproximação protegeu a
igreja e ajudou na conversão dos germanos.
• Já nos mosteiros, homens e mulheres dedicavam-se
a copiar e preservar textos antigos → alguns deles
passaram a abrigar famosas bibliotecas e escolas.
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3. • Datando do século IV, tendo sido spa romano e
escola, e convertida em igreja e mosteiro no séc.
VII, Saint-Pierre-aux-Nonnains é uma das mais
antigas da Europa.
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4. • A Regra de São Bento (516) é a mais importante da
Europa e a maioria dos monges no ocidente eram
beneditinos. O ideal beneditino se resume na frase
“ora et labora” (Orar e trabalhar).
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5. • Relevo do século X
mostrando o papa
Gregório, o Grande
(590-604) e seus
escribas.
• Saber ler e escrever era
privilégio de muito
poucos no início da
Idade Média.
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• A Paz e Trégua de Deus (Pax et treuga Dei) foi um
movimento na França e consolidado no Concílio de
Charroux (989) que visava diminuir a violência da
sociedade sob pena de sanções da Igreja.
• A ideia ganha força com o colapso do poder
centralizado com o fim do Império Carolíngio.
• A Paz de Deus estendia a proteção da Igreja aos não
combatentes, como comerciantes e camponeses.
• A Trégua de Deus, que começa no século XI,
estabelece a proibição de fazer guerra em períodos
específicos, como domingos e dias santos.
• Ambos os mecanismos ajudaram a aumentar o poder
da igreja e civilizar a cavalaria, que deveria proteger
os mais fracos e, não, abusar deles.

7. • Com a queda do Império Romano, criou-se um
vazio de poder, mesmo que simbólico, e o bispo
de Roma tornou-se cada vez mais poderoso até
se tornar o único bispo a ser chamado de papa.
• O papa não tinha o poder absoluto, mas a
religião tinha grande importância na vida social
e podemos identificar três fases em relação a
sua atuação:
• Séc. V-X → seu poder era simbólico, poderia ser
consultado em questões de fé, mas não tinha
como impor sua autoridade. Dependia da
proteção de grandes senhores, como reis e
imperadores.
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8. • Filipe Augusto
(1165-1223), rei
da França, sendo
coroado. A
presença de
religiosos –
cardeais, bispos,
às vezes, o
próprio papa –
servia para
reforçar a
legitimidade do
monarca.
• Mesmo muito
poderoso, ele
teve que recuar,
quando o papa
se recusou a
anular seu
casamento.
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9. • Séc. XI-XIII → com a reforma da Igreja, a imposição
da disciplina monástica a todo o clero e centralização
do poder na figura do papa, o bispo de Roma entra em
conflito com o imperador e outros reis. Mesmo não
vencendo sempre, o poder do papa aumenta
enormemente e papas como Gregório VII, Inocêncio III
e Gregório IX conseguiram impor a sua vontade dentro
e fora da igreja.
• Séc. XIV-XV → com o fracasso das cruzadas e o
fortalecimento dos reis, o poder universal do papa
começou a ser questionado e o poder político da igreja
começou a declinar, algo que foi agravado pelo
Cativeiro de Avignon (1309-1377) e irá conduzir à
Reforma Protestante.
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10. • O Sacro Império Romano Germânico foi uma das mais
duradouras instituições medievais, sobrevivendo de 962 até
1806. Os imperadores, inspirados no Império Bizantino,
disputaram com os papas o título de pontífice máximo.
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• A partir do século X, começaram a aparecer projetos
de reforma da igreja, que implicaria em garantir a
moralidade do clero e a independência da
instituição diante dos poderes feudais.
• O projeto do imperador do Sacro-Império terminou
por buscar nos monges beneditinos de Cluny, a
ordem religiosa mais poderosa da época e fundada na
França em 909 → vários cluniacenes se tornaram
papas com o apoio do imperador.
• O problema é que o imperador queria ter
autoridade sobre a igreja e os cluniacenses
acreditavam que não deveriam responder a
poderes terrenos e que o papa, não o imperador,
era o pontífice máximo. → O conflito era questão de
tempo.

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• Em 1043, o Miguel Cerulário assumiu o patriascado e
ordenou o fechamento das igrejas de rito latino em
Constantinopla em retaliação à imposição do rito
latino às igrejas orientais no Sul da Itália.
• Em 1054, o papa enviou o Cardeal Humberto até
Constantinopla para solucionar a questão teológica
que as diferenciava. O Cardeal excomungou o
Patriarca do Oriente e toda a Igreja oriental reagiu
e excomungou o Papa Leão IX, do Ocidente.
• Esta ruptura ficou chamada como o Cisma do
Oriente, ou o Grande Cisma, trata-se de um marco,
mas as igrejas do oriente e do ocidente vinham se
afastando fazia muito tempo nas práticas, na língua
e na teologia tendo sido criado um abismo entre elas.

13. • Território das
igrejas oriental e
ocidental. Em
algumas regiões,
ambas se faziam
presentes, como
no centro da
Europa e no sul
da Itália.
Algumas igrejas
no Oriente Médio
permaneceram
ligadas à Roma.
No século XI,
algumas regiões
do norte da
Europa ainda não
eram cristãs.
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• O confronto entre o papa e o imperador atingiu um dos
seus pontos críticos durante o pontificado de
Gregório VII (1073-85).
• Monge cluniacense, ele estendeu o celibato, antes
imposto somente ao claro regular, a todo os
padres → 1º Concílio de Latrão (1123) e o 2º
Concílio de Latrão (1139) → Antes disso, os
casamentos dos laicos já tinham sido regulados.
• A imposição do celibato foi recebida com apoio e
resistência, alguns tentam reduzir a medida a uma
questão de ordem econômica, mas a discussão
sobre pureza e separação para o serviço divino era
muito antiga e os bispos já eram proibidos de se casar.
• E é bom esclarecer que celibato não é dogma, foi uma
decisão disciplinar do papa e é algo que pode ser
mudado.

15. • Era comum que os
reis e imperadores
investissem os
bispos. Carlos Magno
os considerava seus
funcionários e eles
eram responsáveis
pela administração
temporal e espiritual
do território que
receberam. A Ordem
de Cluny questionava
a prática, que era
vista como tráfico de
influência, e a partir
do século XI, os
papas decidiram
interferir na questão.
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• O embate entre Gregório VII e o Imperador Henrique
IV ( 1084–1105) estourou na Questão das
Investiduras (1075-1122) → o papa queria dar as
investiduras temporal (feudo/terra) e espiritual
(cuidado das almas) aos bispos do Império e o
imperador dizia que esse direito era seu.
• O imperador reuniu seus bispos e tentou derrubar o
papa que, por sua vez, reuniu seus bispos e
excomungou o imperador → temendo uma revolta de
seus nobres e vendo que vários bispos ficaram do
lado do papa, Henrique recuou e negociou a paz.
• A questão, no Império, só ficou resolvida com a
Concordata de Worms (1223), firmada pelo filho de
Henrique IV, que estabelecia que o imperador daria
a investidura temporal e o papa, a espiritual.

17. • Enfrentando uma revolta,
Henrique se dirigiu até o
castelo de Canossa para
tentar um acordo com o
papa. Agiu como
peregrino, ficou horas
descalço na neve e com a
cabeça descoberta,
mostrando publicamente
sua submissão, enquanto
diplomatas de ambos os
lados negociavam um
acordo. O papa cedeu, a
rebelião na Saxônia não
se encerrou e Henrique
mandou um exército e o
conflito escalou para uma
guerra dentro da Itália.
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Henrique pede a Matilda e o
Abade Hugo de Cluny para
intervir na disputa, Vita
Mathildis (c. 1115)

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• As Cruzadas foram expedições militares
convocadas pela Igreja com o intuito de retomar a
“Terra Santa”, que estava nas mãos dos muçulmanos.
• A primeira Cruzada foi convocada pelo papa Urbano
II, em 1095, durante o Concílio de Clermont.
• Foram oito cruzadas oficiais estendendo-se do
século XI até o XIII, começando com a primeira, entre
1096-99. Junto com a Primeira Cruzada partiu a
Cruzada dos Pobres, ou de Pedro, o Eremita. Outra
cruzada não oficial famosa foi a Cruzada das
Crianças, em 1212.
• Em um momento de crescimento demográfico
acelerado, as Cruzadas ajudaram a desviar a
violência da nobreza para fora da Europa e contra
um inimigo comum.

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• Com as Cruzadas
foram criadas as
Ordens de
Cavalaria, seus
membro eram
monges soldados.
• As mais
importantes foram
a do Santo
Sepulcro, a dos
Templários, a dos
Hospitalários, a
de São Tiago da
Espada e a dos
Cavaleiros
Teutônicos.

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• Catedral românica de São Pedro de Angoulême. O
Bispo morava na cidade, lá ficava a catedral.
• O românico dominou a
arte medieval entre os
séculos V e XI.
• As paredes eram
grossas → castelos,
catedrais e mosteiros,
passavam a ideia de
segurança e proteção
→ lembrando que a
sociedade vivia um
momento de invasões.

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• Codex com os
Evangelhos de 870 com
capa de ouro e
pedrarias.
• Muitos livros medievais
eram verdadeiros
tesouros, não somente
pelo seu conteúdo e o
trabalho investido neles,
mas pelos materiais
investidos em sua
produção. Antes da
imprensa, os livros eram
muito, muito caros.
• A imagem do livro acorrentado tem muito mais a ver
com a necessidade proteger um tesouro do que de
restringir o acesso ao conhecimento.

22. • Heresia → do grego escolha, é o nome dado a um
desvio da doutrina ortodoxa → Os germânicos, em
sua maioria, eram cristãos hereges (arianos), porque
não acreditavam na Trindade.
• Ortodoxia → é o padrão seguido pela maioria dos
que aderem a uma fé.
• Clero Secular → padres, bispos, papas, vivem no
seculum, no mundo, em contato direto com a
comunidade.
• Clero Regular → monges, monjas, freiras, frades,
vivem segundo uma regra (regula), um regulamento.
• Laico → que ou aquele que não pertence ao clero
nem a uma ordem religiosa; leigo.
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23. • Ordem Religiosa → forma mais comum da vida
consagrada na Igreja Católica. Vivem em
comunidades fechadas (mas muitas vezes não
isoladas), afastadas do mundo, e seguem uma regra
religiosa.
• Celibato → Opção ou imposição do não casamento.
Os padres foram proibidos de se casar na Igreja
Católica Romana no século XI.
• Temporal → não religioso, não espiritual; profano,
mundano.
• Excomunhão → expulsar (um ou mais membros) da
Igreja católica, que poderia vir acompanhado, no
caso de um rei de um interdito, proibindo qualquer
cerimônia ou sacramento nos territórios do monarca.
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