O documento discute a produção de vídeoaulas para ensino superior semi-presencial. Apresenta os principais elementos a serem considerados como a linguagem própria das vídeoaulas, a necessidade de um roteiro técnico e o processo de elaboração incluindo definição do tema, roteiro, gravação, edição e disponibilização. Também discute aspectos como cenário, iluminação, comportamento do professor diante da câmera e uso de recursos como animações.
2. Linguagem – vídeoaula
A linguagem da vídeoaula é própria e está
mediada pelas tecnologias da informação e
comunicação.
Estamos mais próximos da produção de um
programa televisivo.
Necessita a realização de um roteiro que
obedece a critérios técnicos.
3. Videoaula
Programa de vídeo educativo, em que o
professor apresentador emprega recursos
visuais e sonoros para substituir o quadro-degiz, (Carneiro, 2003, 98-99) além da linguagem
espontânea e coloquial, porém mantendo as
características intrínsecas à educação – como
precisão e correção. (Timm, 2003, 13).
Diferente da vídeo ou teleconferência, este recurso não
permite a interação dos estudantes em tempo real, não
se desvinculando da exposição formal da educação de
maneira geral.
4. Processo de elaboração de
vídeoaula
1. Definição do tema a ser abordado;
2. Confecção do roteiro, preparação do texto a
ser narrado e escolha das imagens que serão
utilizadas, incluindo-se aqui as já existentes em
vídeo, as filmadas, as geradas por computador
(animação gráfica) e as escaneadas(figuras e
fotos).
3. Gravação(captura) em arquivo, geralmente
com extensão .wav, da narração do filme;
4. Contagem do tempo de narração e previsão do
total de imagens necessárias, aqui estão
incluídas todos os tipos de imagens citadas
anteriormente.
5. Processo de elaboração de
vídeoaula
5. Utilizando do programa de edição.
6. Elaboração da abertura, que deve ter uma
atenção especial, pois ela desempenha um
papel fundamental, qual seja, aquele de
prender a atenção do espectador;
7. Geração do filme propriamente dito.
9. Disponibilização na plataforma Moodle.
6. Roteiro
É um guia que estabelece uma seqüência do
texto casado com as imagens.
É possível prever o tempo da aula.
Adicionar imagens, vídeos e textos.
O tempo de uma vídeoaula não deve
ultrapassar 15 minutos.
7. Modelo de roteiro
VÍDEO
ÁUDIO/
TEXTO
Abertura – vinheta eletrônica
5”
Música
Professor sentado ao lado de
um computador. (plano médio)
15”
Surge na tela o nome do
professor.
5”
Texto de abertura:
Olá, seja bem vindo ao mundo da
ciência e da tecnologia. Um
mundo em constante
transformações que solicita maior
atenção.
Nesta aula, trataremos do tema
da biodiversidade e a nossa
responsabilidade. Vamos assistir
trecho de um vídeo e já voltamos
para comentá-lo.
Entra cena do vídeo.
Volta para o professor no
estúdio.
Entra imagens de fotos.
Volta imagem do professor.
Imagens com texto. Power
Point
Volta professor no estúdio.
1’
3’
1’
3’
2’
1’
Então, observaram que.....
Voz em off do professor.
Verificaram que as competências
para tratar do assunto....
Voz em off... Texto
Texto de encerramento.
8. Cenário, iluminação, planos e
cortes
Quando se tomam imagens sem nenhum tipo de
planejamento dos elementos que vão compor o
conjunto da tela - que passaremos a chamar
c e ná rio .
Ao assistir ao vídeo, o aluno poderá focar sua
percepção no detalhe inesperado, dispersando a
atenção necessária ao conteúdo, sem falar em
problemas de foco ou de enquadramento
desequilibrado, que cortam fora partes do corpo
do professor, como os braços.
O uso do vídeo em pequenas telas, para serem
acessadas através do computador ou via Internet,
vai maximizar os pequenos defeitos
9. Cenário, iluminação, planos e
cortes
O cuidado com o cenário também pode servir
para apoiar a contenção dos gestos do
professor.
Portanto, mesa e cadeira no cenário são bons
ajudantes: compõem uma imagem serena e
estável para o professor, apoiando a postura
equilibrada. A altura da câmera que vai focar
o professor de frente deve estar à altura de
seus olhos e não mais acima ou mais abaixo,
para evitar deformações na imagem do rosto
do professor.
11. Cenário, iluminação, planos e
cortes
Planejar os elementos do cenário também pode
incluir solicitar que o professor não use roupa
listrada, xadrez, com cores muito claras ou muito
escuras, por absorverem ou refletirem muita luz.
O plano de fundo do cenário também deve ser
neutro, sem paredes com listras ou detalhes
decorativos. Elementos de apoio visual (como um
notebook) contribuem tanto para ilustrar o tema
da aula quanto para apoiar a expressão do
professor, desde que não haja desproporções,
composições inadequadas, reflexão de luz ou
sombra.
12. Iluminação
A iluminação, que quando não é planejada,
pode gerar maus resultados, seja de sombras
no rosto do professor, seja de tentativas de
filmar lâminas projetadas na parede.
Uma forma de corrigir desequilíbrios de
iluminação do ambiente é o uso de
rebatedores, que são elementos criados
artificialmente para refletir a luz e direcioná-la
para o foco desejado.
13. Edição
Uma das características mais marcantes da
linguagem de vídeo é a utilização dos
chamados c o rte s , q ue e s ta be le c e a tra ns iç ã o
p e rm a ne nte d e um tip o d e e nq ua d ra m e nto a
outro, como por exemplo do geral para o
detalhe, de uma câmera para outra, de um
locutor ou personagem a outro, ou mesmo de
uma visão lateral do conjunto.
14. Edição
Um exemplo básico de corte possível em
gravação ou transmissão de aulas de aulas,
pode ser obtido pela simples alternância entre
a imagem do professor, em plano médio (com
todos os cuidados já referidos de
enquadramento e iluminação) e a imagem
gerada por algum elemento de apoio, que
pode ser de inserção de lâmina ou de
fotografia gerada pelas câmeras para
documentos.
15. Comportamento frente à
câmera
A primeira tecnologia educacional do professor é
o seu próprio corpo.
Quase todos também precisaram conter os
gestos largo se educar a voz para que não
soasse g rita d a no m ic ro fo ne . A re nd e r a fa la r
p
c o m o s a luno s a tra vé s d a c â m e ra é um
a p re nd iz a d o q ue p o d e p a s s a r p o r vá ria s s e s s õ e s
d e gravações, avaliações e novas tentativas, que
incluem desde conhecimentos técnicos.
Apoiar-se em características próprias que sejam
simpáticas.
16. Animações: apoio à visualização e à
compreensão de conceitos
Lâminas animadas: dinamismo e narratividade
As Apresentações Audiovisuais podem conter
animações, texto, vídeos ou outros recursos
de edição de imagem.
17. Moran (1991) apresenta algumas formas de
utilização da vídeo-aula:
· Vídeo como sensibilização: Utilização do
audiovisual para introduzir um novo assunto,
despertar a curiosidade e a motivação para novos
temas;
· Vídeo como ilustração: Por vezes a imagem
ilustra melhor que as palavras. Esta modalidade
permite trazer para sala de aula realidades
distantes dos alunos como por exemplo da África
ou Amazônia, permite a reconstituição de
períodos históricos e outros;
· Vídeo como simulação: É uma forma mais
sofisticada de ilustração. Permite simular
experiência químicas perigosas, ou mostrar
aceleradamente o desenvolvimento de uma
árvore e assim por diante;
18. Moran (1991) apresenta algumas formas de
utilização da vídeo-aula:
· Vídeo como conteúdo de ensino: Quando o vídeo de direta
ou indiretamente informa sobre um assunto específico
orientando a sua interpretação e permitindo abordagens
múltiplas;
· Vídeo como produção: Utilização das técnicas de produção
de vídeos para documentação, intervenção e expressão de
idéias de forma lúdica. Proporcionar aos alunos atividades de
criação de audiovisuais;
· Vídeo espelho: visualização da auto-imagem buscando o
autoconhecimento. Pode ser usado em grupo para análise
dos papéis e comportamentos de seus integrantes;
· Vídeo como integração/suporte: Suporte de mídias como a
televisão e o cinema através da exibição de filmes e
programas gravados. Integração com outras mídias como o
CD-ROM, vídeo-games e a Internet.