A expressão Smart Cities afirma-se cada vez mais no glossário específico do urbanismo. As cidades, como sabemos, são os polos por excelência do crescimento económico pelas múltiplas atividades que desempenham. Núcleos de atração populacional, o seu número continuará a aumentar e, obviamente, exigem soluções que combatam os problemas que afetam os seus residentes habituais e aqueles que, quotidianamente ou episodicamente, a elas recorrem.
3. § Segundo a ONU (2012), as
cidades podem tornar-se
menos atrativas se houver
construção excessiva,
desordenada e sem
planeamento espacial, o que
acarreta problemas sociais,
ambientais, de eficiência
energética, de transportes e
de localização dos serviços
públicos e privados.
§ Mais, ainda, apesar de, as
cidades representarem
2% da superfície terrestre
os seus habitantes,
consomem mais de ¾ dos
recursos naturais do mundo.
4. Evolução mundial da população urbana e rural, 1950-2050
World Urbanization Prospects 2014, UN
A partir de 2005 a população urbana
ultrapassou o peso da população rural
5. Em 2014, mais de metade da
população mundial já era urbana. As
projeções apontam para a continuação
do ritmo de urbanização:
§ 1950 – 30% da população mundial
era urbana
§ 2014 – 54% da população mundial
era urbana
§ 2050 – estão projetados 66%.
A população urbana vive em cidades de
tamanho populacional diferente, da
pequena cidade à megacidade (10
milhões ou mais de habitantes)
https://esa.un.org/unpd/wpp/
6. Percentagem de urbanos e localização das aglomerações urbanas com pelo menos 500 000
habitantes, 2014
https://esa.un.org/unpd/wup/publications/files/wup2014-highlights.Pdf
7. Evolução da taxa de crescimento urbano e da população urbana entre 2014 e 2030.
Como ressalta da análise do mapa, o ritmo
da urbanização é muito mais elevado nos
países de menor desenvolvimento
económico e humano.
Taxa de crescimento
urbano População urbana
8. ü Segundo a ONU, entre 1950 e 2011, a população a viver em cidades
quintuplicou em todo o mundo (5X mais)
ü Entre 2005 e 2007, o número de urbanos ultrapassou o número de rurais
ü O crescimento urbano é um processo em progressão, particularmente, nos
países em desenvolvimento:
2,5 milhares de milhões em 2010
5,3 milhares de milhões em 2050
ü Prevê-se que, por volta de 2050, habitarão em cidades:
91,4% de latino americanos
90,7% de europeus
66,2% de asiáticos
61,8% de africanos
Estes afluxos populacionais vão, necessariamente, ampliar alguns dos problemas
já identificados e agravá-los sendo indispensável procurar soluções capazes de
gerar resultados inequívocos na melhoria da qualidade de vida das populações.
Um dos paradigmas urbanos de que mais se fala, hoje em dia, é o das Smart Cities
9. O que entender por
cidades inteligentes
(Smart cities)?
As cidades onde são
implementadas políticas urbanas
que buscam responder aos
principais problemas que
atualmente enfrentam tais como:
q As alterações climáticas
q As desigualdades sociais
q A exclusão social.
As cidades onde são
implementadas políticas urbanas
que buscam responder aos
principais problemas que
atualmente enfrentam tais como:
q As alterações climáticas
q As desigualdades
q A exclusão social.
10. De que modo?
q Utilizando as tecnologias de
informação e comunicação
q Promovendo a competitividade
económica
q Procurando a sustentabilidade
ambiental
q Visando a qualidade de vida
dos cidadãos
Revista Business Portugal, 6/11/2014
http://revistabusinessportugal.pt/smart-cities-portugal-cidades-
inteligentes-competitivas-e-sustentaveis/
11. O que diferencia, então, as cidades inteligentes (Smart
Cities)?
■ Assentam na utilização de tecnologias de informação e comunicação para
promover a :
- competitividade económica
- sustentabilidade ambiental
- qualidade de vida dos cidadãos
■ Utilizam a análise e integração de dados e informação de fontes diversas
para a:
- resolução rápida e eficaz dos problemas que surgem
- minimização dos impactos negativos.
12. Uma cidade “Smart City” assenta numa boa execução de seis pilares:
- Economia inteligente
- Mobilidade inteligente
- Ambiente inteligente
- Pessoas inteligentes
- Modo de vida inteligente
- Governança inteligente”.
O século XIX foi um século de impérios, o século XX foi um século de nações e o século
XXI será um século de cidades – Wellington E. Webb, ex-prefeito de Denver
http://www.districtoffuture.eu
Em Portugal, mesmo sem cidades de grande dimensão, a busca pela melhoria da
qualidade e bem estar da população urbana tem justificado a adoção de
medidas, por parte de alguns municípios, que se integram no projeto das Smart
cities.
13. Pilares /caraterísticas das Smart cities
Pilares /caraterísticas das
Smart cities
Áreas específicas
Economia inteligente
Competitividade da economia das cidades através, por exemplo, da
inovação e do empreendedorismo.
Mobilidade inteligente
Acessibilidade local e internacional das cidades.
Rede de tecnologias de informação e comunicação.
Ambiente inteligente
Atratividade das condições naturais.
Proteção ambiental e gestão de recursos.
Pessoas inteligentes
Grau de qualificação dos recursos humanos.
Abertura e nível de interações sociais.
Modo de vida inteligente
Cultura. Saúde. Segurança.
Turismo. Habitação.
Governança inteligente
Participação pública.
Serviços aos cidadãos e funcionamento da administração pública.
14. Especificando ...
■ Sistemas de controlo de tráfego em tempo real, gestão inteligente do estacionamento,
infraestrutura de carregamento para veículos elétricos e promoç̧ão do transporte público e de
modos alternativos de transporte.
■ Utilização de equipamentos para monitorização do consumo de energia por via remota,
iluminação pública inteligente, contentores de resíduos com sensores de limitação de carga e
sistemas de telegestão para redes de distribuição de água a nível urbano
■ Aplicação de revestimentos geradores de energia em edifícios, sistemas de videovigilância por
controlo remoto, dsponibilização de informação turística e cultural via smartphones e sistemas
de telemedicina ...
§ Áreas onde incidem iniciativas de cidades inteligentes: governação, energia,
mobilidade, edifícios, gestão da água e resíduos, segurança, saúde, cultura, etc.
Exemplos ...
15. A Smart City é mais do que uma
cidade digital. Uma cidade
inteligente é aquela que é capaz
de:
q ligar o capital físico com o
social e desenvolver melhores
serviços e infraestruturas
q reunir tecnologia, informação e
visão política, num programa
coerente de melhoria urbana e
serviços. http://www.districtoffuture.eu/index.php/mod.pags/mem.detalle/id.
10/relcategoria.1077/relmenu.5#.WEyWvXeMTox
Modelo de smart city
16. Existe, na smart city, uma necessidade de articulação entre a infraestrutura física (como edifícios,
estradas, redes de energia) e a infraestrutura digital (fibra óptica, cloud computing, sensores,
smartphones, etc.)
18. Viana do Castelo
Braga
Guimarães
Porto
Vila Nova de Gaia
Aveiro
Vila Real
Viseu
Guarda
Bragança
Castelo Branco
Coimbra
Leiria
Torres Vedras
Santarém
Lisboa
Loures
Cascais
Sintra
Almada
Setúbal
Portalegre
Évora
Beja
Faro
Rede portuguesa de Smart Cities –
RENER - 25 cidades, em 2009,
A RENER, Renewable Energy Living Lab:
- existe com vista a agilizar processos de inovação de
tecnologias e soluções relevantes para a sustentabilidade
energética e ambiental.
- É um “laboratório vivo” (um espaço para o
desenvolvimento, teste, experimentação e validação de
tecnologias, comportamentos e soluções)
- Permite aos municípios aderentes ganharem:
- Fatores de atratividade económica
- Competências para integrarem redes
internacionais de mobilidade
- A aposta na sustentabilidade das cidades
- Colocar os respetivos territórios no ranking das
cidades inteligentes
- Faz parte da Rede Europeia de Living Labs (European
Network of Living Labs – ENoLL)
- Conta com o apoio da Comissão Europeia.
Fonte: INTELI
19. Índice de Cidades Inteligentes
■ A INTELI - Inteligência em Inovação - Centro de Inovação - concebeu e
desenvolveu uma metodologia que constitui uma ferramenta de intelligence
denominada Índice de Cidades Inteligentes com o objetivo de posicionar
estrategicamente as cidades em matéria de inteligência urbana, resultando
numa base de informação e conhecimento municipal de suporte à tomada de
decisão das políticas públicas e dos atores económicos e sociais. Pretende,
ainda, contribuir para melhorar o desempenho dos territórios, através da
geração de oportunidades de cooperação urbana orientadas para a criação de
produtos, serviços e soluções criativas e inovadoras.
■ O Índice destaca-se por partir de um modelo integrado de 'cidade inteligente',
que se traduz ... pela aliança entre a inovação, a qualidade do ambiente e a
inclusão social e cultural, num contexto de governação aberta e de
conectividade com a economia global, visando a melhoria da qualidade de vida
dos cidadãos.
http://www.inteli.pt/pt/go/indice-cidades-inteligentes-2020
20. O Índice de Cidades
Inteligentes integra cinco
dimensões de análise -
Inovação, Sustentabilidade,
Inclusão, Governação e
Conectividade,
quantificadas através de
uma bateria superior a 100
indicadores.
Com vista à quantificação e
qualificação das dimensões
e subdimensões de análise
foi considerada a seguinte
tipologia de indicadores:
indicadores de
caracterização, indicadores
de estratégia e indicadores
de economia digital
21. GovernaçãoParticipação pública, serviços públicos,
transparência e políticas urbanas são
as principais sub-dimensões
analisadas na área da Governação.
Em termos agregados, destacam-se as
cidades de Lisboa, Aveiro, Bragança,
Viana do Castelo e Almada, logo
seguidas de Cascais. A dispersão dos
valores situa-se entre 8,72 e 3,94.
Apesar de Lisboa se encontrar no topo
do ranking, não se verifica de forma
explícita a influência da variável
número de habitantes, nem tão pouco
do fosso entre litoral e interior.
http://www.inteli.pt/uploads/documentos/documento_1357554966_2590.pdf
22. InovaçãoEmpreendedorismo, I&D e tecnologia,
economia verde, economia criativa e
economia social são as sub-dimensões
consideradas ao nível da avaliação da
inovação municipal.
Os municípios que se destacam são
Lisboa, Almada, Vila Nova de Gaia,
Coimbra e Cascais, com uma dispersão
global de valores entre 8,15 e 0,44.
Nesta área, a influência da dimensão
dos concelhos na respectiva
performance inovadora é significativa,
sendo que a presença de universidades
e instituições de I&D e tecnologia
também marca a diferença.
23. SustentabilidadeNa dimensão Sustentabilidade são
analisados diversos factores críticos:
biodiversidade e ecologia, ar e emissões,
água e resíduos, edifícios, mobilidade e
energia ... as cidades que se destacam são
Almada, Vila Nova de Gaia, Cascais, Lisboa
e Loures. Verifica-se alguma dispersão
relativa ... com o valor superior a atingir os
6,58 e o valor inferior 2,50. No entanto,
este posicionamento varia de acordo com
as subdimensões em análise, o que
demonstra que algumas cidades
apresentam melhor pontuação numas
áreas e outras cidades noutros domínios,
provavelmente em virtude das
caraterísticas dos territórios e das
prioridades das políticas públicas locais.
De relevar que não existe uma forte
correlação entre o posicionamento das
cidades em matéria de sustentabilidade e
o número de habitantes, não sendo
também notório o efeito da interioridade.
24. InclusãoNa área da Inclusão são analisados os
seguintes fatores críticos: coesão
social, diversidade social e cultural,
empreendedorismo e inovação social e
inclusão digital. Neste âmbito não se
consideram apenas as preocupações
com a exclusão social, mas também
com o livre acesso aos bens e serviços
culturais e criativos. Para além das
dimensões económica, social e
ambiental, a cultura é assumida como
o quarto pilar do desenvolvimento
sustentável.
As cidades de Almada, Lisboa,
Coimbra, Cascais e Aveiro demons-
tram o melhor desempenho ao nível da
inclusão social e cultural. A dispersão
de valores situa-se entre 6,62 e 2,28.
25. ConectividadeNa dimensão Conectividade são
analisados indicadores relativos às
redes territoriais e às tecnologias de
informação e comunicação ou redes
digitais.
Destacam-se os concelhos de Leiria,
Almada, Faro, Santarém e Aveiro com
uma dispersão de valores situada entre
5,52 e 1,31.
De relevar que estes resultados se
encontram influenciados pelos fundos
disponíveis em cada região para apoio à
cooperação territorial, mas também
pela proatividade dos municípios em
estabelecer laços com outras
autarquias, empresas e universidades.
26. Inteligência urbana
Lisboa, Almada, Cascais, Aveiro e Vila
Nova de Gaia são as cidades que se
destacam em matéria de inteligência
urbana, com uma dispersão global de
valores entre 6,46 e 3,66.
No entanto, este posicionamento varia
de acordo com as dimensões de
análise, o que demonstra que algumas
cidades apresentam melhor pontuação
numas áreas e outras cidades noutras,
face às características dos territórios e
à pro-atividade das políticas públicas
locais.
http://www.inteli.pt/uploads/documentos/documento_135755496
6_2590.pdf
27. Selo - A Smart Project for
Smart Cities
O selo A SMART PROJECT FOR SMART
CITIES, promovido pela INTELI -
Inteligência em Inovação, Centro de
Inovação, é uma insígnia que identifica,
reconhece e distingue projetos associados
ao conceito ‘Smart City'. Tratam-se de
projetos que contribuem para a
reinvenção das cidades, promovendo a
inovação, criatividade, sustentabilidade,
inclusão, participação e qualidade de
vida.
http://www.inteli.pt/pt/go/a-smart-project-for-smart-cities
28. NASCEU O CLUSTER SMART
CITIES PORTUGAL
Em 2009 eram 25 Smart Cities
Em 2013 a Rede RENER integrava 46
municípios
Em 2016 já eram 124 municípios.
Em 16 de janeiro de 2017, foi
apresentado o Cluster Smart Cities
Portugal – “ incentivo ao
empreendedorismo urbano, a procura
de um ambiente propício ao
desenvolvimento de projetos urbanos
inteligentes, em coerência com as
especificidades territoriais, e de
produtos e sistemas de elevado valor
acrescentado para cidades inteligentes
a nível global” é a finalidade do Cluster.
Smart Cities Tour 2017:
- um ciclo de cinco workshops temáticos
- vai ter lugar em vários municípios do país, até Maio
- com o objetivo de conhecer os principais desafios e os
projetos que estão a acontecer nas diferentes
dimensões
- Em Portimão será debatido o tema da “Governação”
- Em Évora um workshop dedicado à “Energia”
- Em Cascais o tema “Sociedade e Qualidade de Vida”
- Em Viseu abordar-se-á a “Mobilidade”
- Em Vila Nova de Gaia, o debate incidirá sobre a
“Economia e Inovação”.http://www.smart-cities.pt/pt/noticia/cluster-smartcities-2001nasceu/
29. A revista...
Uma publicação trimestral dedicada ao tema
das cidades inteligentes sustentáveis,
abordando projetos, soluções e tendências
de tecnologias de informação, ambiente,
energia, água, resíduos, inovação social,
saúde, educação, urbanismo e mobilidade.
As Smart Cities são cidades sustentáveis a
pensar nas pessoas, onde o progresso social
e o bem-estar são metas a atingir.
Um desafio que obriga a reinventar as
cidades, tornando-as mais competitivas e
com serviços de excelência em que a
participação ativa dos cidadãos é um factor
decisivo.
http://smart-cities.pt/pt/a-revista/
30. A comunicação entre os vários grupos profissionais
definem um novo mapa das províncias e regiões em
Portugal (...).
Através de representação gráfica, é revelado o
“rasto” das múltiplas comunicações entre os
diferentes pontos do território continental de
Portugal, originando novas fronteiras baseadas na
interação social e económica como por exemplo a
origem e destino de telefonemas e envio de dados.
O Laboratório Senseable City do MIT revelou esta
imagem: “à esquerda, surgem representados os
diferentes fluxos das comunicações ...; no mapa do
meio aparece uma mescla dos fluxos das
comunicações sobrepostos às fronteiras provinciais
historicamente definidas No mapa à direita são
apresentadas as divisões provinciais criadas pelos
fluxos das telecomunicações”.
(...) as Beiras e Extremadura, aparecem juntas,
assim como o Alentejo e o Algarve. Lisboa surge
sem a Margem Sul enquanto a área metropolitana
do Porto chega a Braga. As regiões do Minho e Trás-
os-Montes e Alto Douro surgem isoladas e bem
definidas com pequenas alterações de pormenor.
Comunicações em Portugal definem fronteiras regionais
surpreendentes
Vitor Pereira on Janeiro 8, 2014
O Laboratório Senseable City, está convencido “de que a análise
de padrões de telecomunicações poderá revelar-se útil para
delinear novas comunidades e círculos eleitorais mais
adequados aos padrões de vida das populações”.
31. A Gaiurb ... foi distinguida com o selo «Smart
Project for Smart Cities», ... depois de ter
candidatado o projeto «Nopaper» ao concurso
promovido por aquela entidade (INTELI)
especializada em sistemas para cidades
inteligentes.
(...) Esta candidatura (foi apresentada) "com o
objetivo de ser reconhecida como uma empresa
inovadora associada ao conceito de cidade
inteligente, gerida segundo o conceito de
governação aberta e orientada para a melhoria
da qualidade de vida dos cidadãos"
O «NoPaper» é dirigido aos munícipes de Vila
Nova de Gaia, técnicos urbanísticos, autarquias
e colaboradores, entidades externas,
empreiteiros, utilizadores finais e toda a
população em geral e foi concebido para
processos de licenciamento e fiscalização
urbanística relativos a este concelho, podendo
ser utilizado a partir de qualquer ponto
geográfico do território nacional ou
internacional.
http://www.gaiurb.pt/noticias/2015/ng_NoPaper_Premio.htm
Um exemplo de iniciativa em V.N. de Gaia