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FarmacêuticoemFoco
                                                                                                           Número 12 | Maio 2011




                                                               Constante Atualização na Prática Diária


                                                               E
                                                                            m mais uma edição do      ações que estão sendo adotadas         cêutica/bioquímica Juliana Fon­
                                                                            jornal Farmacêutico       até o momento.                         seca Sad, na qual elas abordaram
                                                                            em Foco, publicamos                                              respectivamente os temas Qua-
                                                                            um artigo extrema­        Em seguida, publicamos uma             lidade e Segurança do Paciente em
                                                               mente interessante a respeito do       entrevista com o Professor Titular     Tempos de Acreditação e Farmácia
                                                               uso off-label dos medicamentos,        e Chefe da Disciplina de Cardio­       Hospitalar: a difícil tarefa de aliar cus-
                                                               escrito pela Mestre em Ciências        logia da Universidade Federal          tos com qualidade e responsabilidade.
                                                               Farmacêuticas, Especialista em         de São Paulo, Prof. Dr. Antonio
                                                               Violência Doméstica contra o           Carlos Carvalho, que entre outros      Por fim, publicamos uma matéria
                                                               Adolescente e a Criança, e Far­        assuntos comentou sobre a defi­        sobre a campanha Autoestima: a me-
                                                               macêutica Clínica da Unidade           nição da Síndrome Coronariana          lhor escolha contra o câncer de mama,
                                                               de Terapia Intensiva e Cuidados        Aguda (SCA) e sua taxa de morta­       iniciativa promovida pela Astra­
                                                               Intermediários do Hospital Uni­        lidade, os principais fatores para a   Zeneca que foi premiada em duas
                                                               versitário da USP, Sandra Cristina     alta prevalência de casos de SCA,      categorias do último Prêmio Caio.
                                                               Brassica.                              e como é realizado atualmente o
                                                                                                      tratamento da doença.                    Cristiane Piva Peres Codinhoto
Material destinado exclusivamente aos profissionais de saúde




                                                               No texto, a especialista tratou
                                                               a respeito da administração de         Nesta edição apresentamos tam­
                                                               formulações extemporâneas, os          bém um resumo das palestras mi­
                                                               aspectos legais e éticos, quais são    nistradas pela Profa. Dra. Sylvia
                                                               as populações de risco, além das       Lemos Hinrichsen e pela farma­


                                                                     Pág. 2             Pág. 6                Pág. 11                        Pág. 14                      Pág. 16

                                                               AtuAlizAção        ENtrEViStA             GEStão DA QuAliDADE          câNcEr DE mAmA                Em Foco
                                                               FArmAcêuticA                              E SEGurANçA Do               Campanha                      Canal de
                                                                                  Síndrome
                                                                                                         PAciENtE                     “Autoestima: a melhor         relacionamento
                                                               Uso off-label de   Coronariana
                                                               medicamentos       Aguda: impacto         Inicia-se mais um ciclo      escolha contra o câncer       tem novo layout
                                                                                  na mortalidade e       de palestras sobre Gestão    de mama” se destaca
                                                                                  terapêutica atual      da Qualidade e Segurança     em 2011
                                                                                                         do Paciente
FarmacêuticoemFoco




O que é Uso “Off-Label” de Medicamentos
Sandra Cristina Brassica*




O
               uso of f-label en­            medicamento por via diferente
               globa várias situa­           da preconizada; administração
               ções, incluindo a             em faixas etárias para as quais
               administração de              o medicamento não foi testado;
formulações extemporâneas ou                 administração para tratamento
de doses elaboradas a partir de              de doenças que não foram es­
especialidades farmacêuticas                 tudadas e indicação terapêutica
registradas, ou uso de medica­               diferente da aprovada para o
mentos importados e substân­                 medicamento.(1)
cias químicas sem grau farma­
cêutico; indicações e posologias                 As populações de risco
não usuais; administração do
                                             O processo de aprovação de no­
                                             vos fármacos visa garantir que os
* Mestre em Ciências Farmacêuticas pela
  Faculdade de Ciências Farmacêuticas        medicamentos disponíveis sejam
  da USP. Especialista em Violência          seguros e eficazes. Assim, sua
  Doméstica contra o Adolescente e a
  Criança pelo Instituto de Psicologia       utilização de modo “off-label”,
  da USP. Farmacêutica Clínica da            por não ter sido alvo de estudo
  Unidade de Terapia Intensiva e Cuidados
  Intermediários do Hospital Universitário   por meio de ensaios controlados,
  da USP. CRF-SP 24.922.                     pode expor os pacientes a riscos.

2
FarmacêuticoemFoco


Algumas populações, tais como                                             prática ilegal, e, para algumas
infantil, geriátrica, gestantes e            É importante                 situações, tal utilização pode
lactantes, geralmente são excluí­            salientar que a              significar opção terapêutica ade­
das dos ensaios clínicos devido                                           quada, apesar de oferecer risco
a questões éticas, logísticas e      utilização “off-label”               aos pacientes.(12­14)
financeiras; entretanto, na prá­     de medicamentos
tica clínica, com frequência,                                             O uso de medicamentos off-
estas populações são submetidas      não é capaz de gerar                 label, também, não constitui
a tratamentos que empregam           evidências e ainda expõe             um indicador de erro médico,
medicamentos que não foram                                                apenas reflete a carência de
testados quanto à sua segurança      pacientes a riscos que               informações sobre a utilização
e eficácia.(2)                       poderiam ser monitorados             segura e eficaz, por vezes, de
                                                                          medicamentos consagrados e
Há classes de medicamentos           em ensaios clínicos                  não apenas das novas entidades
que são mais utilizados como         controlados.(5)                      farmacológicas.(13,14)
“off-label”. Nestas, podem ser
citados, principalmente, os fár­                                                Ações adotadas até
macos que agem no sistema            bir biodisponibilidade variável,              o momento
nervoso e os antineoplásicos, ou     baixas qualidade e segurança.(9)
seja, medicamentos destinados a                                           Principalmente com relação à
tratar, geralmente, condições crí­   De modo geral faltam evidên­         população pediátrica foram ado­
ticas e de alto custo, que podem     cias científicas que suportem o      tadas algumas medidas para am­
desencadear eventos adversos         uso “off-label”, motivo pelo qual    pliar seu acesso a medicamentos
graves.(3­5)                         somente pode ser recomendado         seguros e eficazes.(15,16)
                                     quando: a) existe justificativa
É importante salientar que a         embasada por evidência de alta       Essas ações se iniciaram nos
utilização “off-label” de medi­      qualidade; b) o uso se faz dentro    EUA, na década de 90. Foram
camentos não é capaz de gerar        do contexto de uma pesquisa          caracterizadas inicialmente pela
evidências e ainda expõe pacien­     formal; c) em casos excepcio­        introdução de medidas volun­
tes a riscos que poderiam ser        nais, justificados por circunstân­   tárias para estimular a indús­
monitorados em ensaios clínicos      cias clínicas individuais (doença    tria farmacêutica a desenvolver
controlados.(5) Para a popula­       muito grave, falha de resposta       medicamentos para pacientes
ção pediátrica foi demonstrado       com a terapia convencional,          pediátricos. No final da década
aumento do risco de toxicidade       potenciais benefícios superam        de 90, com a experiência ameri­
quando se utilizam tais medica­      riscos e existência de alguma        cana, na Europa foi constituída
mentos.(6­8)                         evidência de benefício tera­         uma comissão, composta por
                                     pêutico). Para estes casos seria     membros do Royal College of
Além do risco de reações ad­         necessário o consentimento livre     Paediatrics and Child Health e
versas, o uso “off­label” de         e esclarecido do paciente ou de      Neonatal and Paediatric Pharma-
medicamentos pode resultar           seu responsável e aprovação do       cists, que discutiram o assunto e
em problemas de dosagem,             seu uso pelo comitê de medica­       concluíram sobre a necessidade
ocasionando, também, falta           mentos da instituição.(10,11)        de normas legislativas como
de eficácia terapêutica, indis­                                           forma de garantir medicamentos
ponibilidade de formulações             Aspectos legais e éticos          seguros e eficazes para a popu­
adequadas, gerando a neces­                                               lação pediátrica.(16)
sidade do uso de formulações         A utilização de medicamentos
extemporâneas que podem exi­         “off-label” não constitui uma        Embora essas iniciativas tenham

                                                                                                         3
FarmacêuticoemFoco


aumentado a realização de en­                 Nos EUA, em                como por exemplo o acesso à
saios clínicos nessa população,                                          base de dados de ensaios clínicos
                                              2002, foram
não foram suficientes. Áreas                                             pediátricos, o financiamento
de grande interesse terapêutico       propostas diretrizes               público para o estudo de medi­
continuaram negligenciadas,                                              camentos sem patente, escolha
                                      para a viabilização de
principalmente as que possuíam                                           e inserção de um símbolo de
como alternativas medicamento­        estudos que englobavam             “uso pediátrico aprovado” na
sas fármacos sem patente, com                                            embalagem do produto, e o
                                      os medicamentos sem
baixa venda ou para a população                                          encorajamento da produção de
neonatal.(15,16)                      patente e a população              especialidades licenciadas para
                                      neonatal. Em 2005                  essa população.(16)
Nos EUA, em 2002, foram pro­
postas diretrizes para a viabiliza­   iniciaram-se as discussões         No Brasil, a Agência Nacional
ção de estudos que englobavam         sobre as estratégias e             de Vigilância Sanitária informa
os medicamentos sem patente e                                            seu posicionamento em relação
a população neonatal. Em 2005         requisitos para a condução         ao uso de medicamentos sem
iniciaram­se as discussões sobre      de ensaios clínicos em             indicação por meio de um comu­
as estratégias e requisitos para a                                       nicado disponível no seu site: (13)
condução de ensaios clínicos em       neonatos.(15,17)
neonatos.(15,17)                                                         [...] o uso destes medicamentos
                                                                         é feito por conta e risco do mé­
Atualmente, a normalização            c) que possuam informação dis­     dico que o prescreveu, e pode
europeia para utilização de           ponível para sua utilização; d)    eventualmente vir a caracterizar
medicamentos em população             que não exponham crianças a        um erro médico, mas em grande
pediátrica está em fase de im­        ensaios clínicos desnecessários;   parte das vezes trata­se de uso
plantação e objetiva aumentar         e) que não atrasem a sua aprova­   essencialmente correto, apenas
a disponibilidade de produtos:        ção para a população adulta.(16)   ainda não aprovado [...].
a) efetivamente estudados nessa
população; b) apropriadamente         Essa regulação também englo­       Acrescenta, ainda, que:
licenciados para uso pediátrico;      ba vários aspectos inovadores,
                                                                         [...] podem ocorrer situações
                                                                         em que um médico queira tra­
                                                                         tar pacientes que tenham certas
                                                                         condições que, por analogia
                                                                         com outra semelhante, ou por
                                                                         base fisiopatológica, ele acredite
                                                                         possam vir a se beneficiar de um
                                                                         determinado medicamento não
                                                                         aprovado para ela [...].

                                                                         No entanto, ainda não foram
                                                                         estabelecidas estratégias de en­
                                                                         frentamento da questão.

                                                                         O uso “off-label” é uma prática,
                                                                         principalmente, para pacientes
                                                                         pediátricos, idosos e gestantes


4
FarmacêuticoemFoco


e, em algumas áreas, como, por
exemplo a oncológica. Esse uso
não constitui um preceito ilegal,
contudo pode expor os pacientes
a riscos.

Até o momento as distintas ações
efetuadas em vários países não
foram suficientes para diminuir
esse tipo de utilização.

Regulamentações que incen­
tivem empresas farmacêuticas
a conduzir os estudos clínicos
necessários para a obtenção de
informações adequadas, sua dis­
ponibilização para profissionais
de saúde e farmacovigilância
efetiva são ações necessárias ao
enfrentamento da questão.
                                                                                                       Drug Handling. London. Pharmaceu­
                                                             O uso “off-label”                         tical Press,2007. p. 43­74.
              Referências                                                                        11.   Wannmacher L, Fuchs FD. Conduta
                                                             é uma prática,                            terapêutica embasada em evidências.
1. Conroy S. Unlicensed and off label                                                                  Rev Ass Med Brasil 2000;46:237­41.
   drug use: Issues and Recommendations.          principalmente, para                           12.   Wannmacher L. In: Organização Pan­
   Paediatr Drugs 2002;4:353­359.                                                                      Americana de Saúde/Organização
2. Wilson JT. An Update on the therapeu­          pacientes pediátricos,                               Mundial de Saúde ­ Brasil. A ética do
   tic Orphan. Pediatrics 1999;104:585­90.                                                             medicamento: Múltiplos cenários. Uso
3. Cuzzolin L, Atzei A, Fanos V. Off­             idosos e gestantes e, em                             Racional de Medicamentos: temas
   label and unlicensed prescribing for                                                                selecionados. Brasília, 2007, 4(8):5­15.
   newborns and children in different
                                                  algumas áreas, como, por                       13.   American Society of Hospital Pharma­
   settings: a review of the literature and a                                                          cists. ASHP Statement on the Use of
   consideration about drug safety. Expert
                                                  exemplo a oncológica.                                Medications for Unlabeled Uses. Am J
   Opin. Drug Saf 2006;5:703­18.                                                                       Hosp Pharm. 1992;49:2006­8.
                                                  Esse uso não constitui um
4. Bernardi A, Pegoraro R. The ethics                                                            14.   Agência Nacional de Vigilância Sanitá­
   of off­label use of drugs: oncology            preceito ilegal, contudo                             ria [homepage on the Internet]. Brasília,
   pharmacy in Italy. J Clin Pharm Ther                                                                DF: Ministério da Saúde. ANVISA;
   2008;33:95­99.                                 pode expor os pacientes                              [cited 2005 may 23]. Disponível em:
5. Levêque D. Off­label use of anticancer                                                              http://www.anvisa.gov.br/medicamen­
   drugs. Lancet Oncol 2008;9:1102­07.            a riscos.                                            tos/registro/registro_offlabel.htm.
6. Rakhmanina YN, Van Den Anker JN.                                                              15.   Conroy S, Mcintyre J. The use of un­
   Pharmacological research in pediatrics:                                                             licensed and off­label medicines in the
   from neonates to adolescents. Adv Drug           drug utilization in hospitalized chil­             neonate. Sem in Fetal & Neonatal Med
   Del Rev 2006;58:4­14.                            dren in Fortaleza Brasil. Eur J Clin               2005;10:115­22.
7. Horen B, Montastruc L, Lapeyre­Mes­              Pharmacology [in press] [cited 2008          16.   Conselho Federal de Farmácia (Brasil):
   tre M. Adverse drug reactions and off­           Set 28].. Disponível em: http://www.               Centro Brasileiro de Informação Sobre
   label drug use in paediatric outpatients.        springerlink.com.w10077.dotlib.com.                Medicamento. Crianças e medica­
   Br J Clin Pharmacol 2002;54:665­70.              br/content/100413/?Online+Date=In                  mentos: os riscos que podem sobrepor
8. Santos DB, Coelho HLL. Adverse drug              +the+last+six+months&Article+Cate                  os benefícios. Farmacoterapêutica
   reactions in hospitalized children in            gory=Pharmacoepidemiology+and+P                    2007;6:1­3.
   Fortaleza, Brazil. Pharmacoepidemio­             rescription&sortorder=asc&v=conden           17.   Giacoia PG, Birenbaum D, Sachs
   logy and Drug Safety 2006;15:635­40.             sed&Content+Status=Accepted.                       HC, Mattison DR. The newborn drug
9. Santos DB, Clavenna A, Bonati M,             10. Tuleu, C. Paediatric formulations in               development initiative. Pediatrics
   Coelho HLL. Off­label and unlicensed             practice. In: Costello I et al. Paediatric         2006;117:51­8.



                                                                                                                                              5
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                                                                 ENTREVISTA
                                        Síndrome Coronariana
                                              Aguda: impacto
                                             na mortalidade e
                                             terapêutica atual
                                          Prof. Dr. Antonio Carlos Carvalho*




A
                s doenças corona­                     por consequência, no tratamento
                rianas são a princi­                  da SCA, contribui para o aumento
                pal causa de óbito                    da taxa de morbimortalidade.
                em diversas regiões
brasileiras. Atualmente, cerca de                     Nesta primeira parte da entrevista
32­34% dos óbitos em adultos se                       que o Professor Titular de Cardio­
devem a um problema cardio­                           logia da Unifesp, Prof. Dr. Anto­
vascular em geral, enquanto os                        nio Carlos Carvalho, concedeu ao
quadros agudos estão em torno                         Jornal Farmacêutico em Foco,
de dois terços desse número total.                    ele aborda o grande impacto que
Apesar dos grandes avanços tera­                      a Síndrome Coronariana Aguda
pêuticos das últimas décadas em                       tem na taxa de mortalidade, os
relação à Síndrome Coronariana                        fatores de risco da doença, além
Aguda, grande parte dos pacien­                       do tratamento atual. Na próxima
tes não recebe atendimento ade­                       edição do jornal, publicaremos a
quado e o atraso no diagnóstico e,                    segunda e última parte da entre­
                                                      vista com o cardiologista.

* Professor Titular de Cardiologia da                 Jornal Farmacêutico em Foco
  Universidade Federal de São Paulo
  (Unifesp) e Chefe da Disciplina de                  ­ Qual a definição de Síndrome Co-
  Cardiologia.                                        ronariana Aguda?


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FarmacêuticoemFoco


Prof. Dr. Antonio Carlos Car-                    A SCA é uma soma             J. F. ­ As taxas nacionais de óbito são
valho ­ A Síndrome Coronariana                                                muito diferentes das de outros países?
Aguda (SCA) envolve uma insta­                   de vários fatores.
bilização de um quadro clínico de        Apesar do número ainda               Dr. Carvalho ­ Nos outros paí­
insuficiência coronária. É aquele                                             ses existe uma homogeneidade
                                         muito grande de casos,
indivíduo que está estável e de                                               maior, não há grandes diferenças
repente começa a ter dor no peito        têm havido progressos,               regionais no atendimento, inde­
em mínimo esforço ou em repouso.         como melhora no                      pendente de onde o paciente este­
Muitas vezes não é bem uma dor,                                               ja. No Brasil, calcula­se em torno
mas um aperto no peito, associado        tratamento da pressão                de 100 mil mortes por ano devido
com falta de ar, sudorese, sensação      arterial, controle da taxa           a problemas de coronária, um nú­
de desmaio, e isso normalmente                                                mero bastante elevado. A grande
tem uma evolução rápida, com             de colesterol e diminuição           diferença nossa é que existem
uma acentuação do quadro. De­            do tabagismo                         muitos lugares que nem possuem
pendendo da interrupção de fluxo                                              um cardiologista e quem está no
na coronária, isso pode ser deno­                                             atendimento de emergência não é
minado de angina instável ou pode       óbito ainda é o AVC, quase sem­       uma pessoa capacitada para fazer
se tratar de um quadro de infarto.      pre como consequência do não          o diagnóstico e, por consequência,
Utilizamos o tempo de dor, o ele­       tratamento da hipertensão arterial.   o indivíduo não faz o tratamento
trocardiograma e alguns marcado­        O Sul e o Sudeste seguem mais o       adequado. Neste sentido, é que te­
res no sangue para caracterizar se      padrão de países desenvolvidos,       mos uma grande heterogeneidade
houve prejuízo para o músculo do        em que a doença coronária é a         de resultados no país. O atendi­
coração. Se o eletro e o marcador       principal causa de morte.             mento rápido é fundamental, por
estão alterados, trata­se de um in­                                           que quando tratamos o paciente
farto, que é uma das principais cau­    Quando falamos de mortalidade         nas primeiras duas horas, a mor­
sas de admissão em pronto­socorro       em SCA, a angina instável, que        talidade é de 1­2%, ela aumenta
e de óbito em doença coronariana.       não tem elevação dos marcadores       exponencialmente com o atraso
O quadro em geral de Síndrome           cardíacos e possui menos altera­      no inicio do tratamento; contu­
Coronariana Aguda é perigoso se         ção no eletro, possui uma taxa de     do, sabemos que há um número
não for bem tratado.                    2% a 3%. O infarto, dependendo        muito pequeno no nosso meio que
                                        do tipo, tem uma mortalidade          procura atendimento precoce.
J. F. ­ Qual a taxa de mortalidade da   menor ou maior, mas em média
Síndrome Coronariana Aguda?             essa porcentagem é em torno de        J. F. ­ Quais são os fatores para a alta
                                        8% a 10%, sendo que nos locais        prevalência de casos de SCA?
Dr. Carvalho ­ O Brasil tem certa       mais estruturados o índice gira
carência de dados estatísticos sóli­    em torno de 5% a 6%. Na rea­          Dr. Carvalho ­ A SCA é uma
dos como os que existem na Euro­        lidade, essa taxa de mortalidade      soma de vários fatores. Apesar
pa e EUA, mas hoje podemos dizer        é a consequência de uma cadeia        do número ainda muito grande
com segurança que a principal           de eventos, porque o resultado        de casos, têm havido progressos,
causa de óbito em diversas cidades      será melhor quanto mais cedo o        como melhora no tratamento da
brasileiras é a doença coronariana.     paciente for tratado, o que nem       pressão arterial, controle da taxa
Atualmente, cerca de 32­34% dos         sempre é possível, dependendo         de colesterol e diminuição do
óbitos em adultos se devem a um         do local. Todo atraso no atendi­      tabagismo. Estes são dados ob­
problema cardiovascular em geral,       mento, diagnóstico e tratamento       jetivos nacionais de que estamos
enquanto os quadros agudos es­          vai se somando e faz com que          tendo gradativamente um núme­
tão em torno de dois terços desse       haja um aumento na taxa de óbi­       ro de indivíduos sendo melhor
número total. O Brasil tem uma          to para 12% a 15%. Quando se          tratados, embora ainda seja um
população em vários lugares, es­        atende rápido e adequadamente         número insuficiente. Estamos per­
pecialmente no Norte e Nordeste         o paciente, essa mortalidade cai      dendo em duas situações: o peso
do país, onde a principal causa de      para aproximadamente um terço.        da população está aumentando,

                                                                                                                    7
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bem como o número de diabéti­                    O problema é que                  mal­estar, sensação de falta de ar
cos, e estas duas situações estão                                                  ou de desmaio. Esse é o conjunto
associadas com mais problemas                    em alguns casos os                típico e em um indivíduo com esse
cardíacos. Dessa maneira, temos         sintomas completos nem                     quadro é mais simples de fazer o
de um lado um melhor controle                                                      diagnóstico. O problema é que em
da pressão arterial e do colesterol     sempre estão presentes,                    alguns casos os sintomas comple­
e, em contrapartida, aumento de         o paciente pode ter                        tos nem sempre estão presentes, o
peso e de casos de diabetes. O                                                     paciente pode ter somente dor no
estresse também é um fator de           somente dor no peito ou                    peito ou pode estar com falta de
risco a ser considerado e existe,                                                  ar e não ter dor. A maior confusão
                                        pode estar com falta de ar
ainda, uma parte que tem rela­                                                     diagnóstica ocorre em idosos,
ção genética, que também deve           e não ter dor                              mulheres e diabéticos. O diabético
ser bem explorada. Finalmente,                                                     pode ter uma dor mais camuflada,
fazer exercícios regularmente e                                                    menos intensa e, às vezes, não ter
manter peso adequado é muito            de do acompanhamento médico é              dor, mas ter os outros sintomas.
importante. O último fator, que         maior, promovendo um resultado             A mulher e o idoso podem ter um
é extremamente relevante, é não         bastante benéfico. Existem alguns          sintoma só, como por exemplo
haver demora e perda no início          estudos muito interessantes, mos­          falta de ar, e não ter dor no peito,
do tratamento ou perda de acom­         trando que o grande responsável            ou podem ter tido um desmaio
panhamento. Muitas vezes, a             pela diminuição da mortalidade             sem que houvesse um atendimen­
pressão alta não é diagnosticada,       é o controle do fator de risco e           to para investigar a causa.
o indivíduo não sabe que é hiper­       não tratar o indivíduo depois
tenso e não se trata; ou às vezes ele   que ele já teve o evento, ou seja,         Assim, essa apresentação que
é diagnosticado, começa a tomar         o enfoque na prevenção tem um              denominamos de atípica ocorre
o medicamento, se sente melhor,         impacto maior na redução da                numa determinada porcentagem
para o tratamento e não volta           taxa de óbito. Claro que tratar o          e fica bastante focada nos indiví­
mais para fazer o controle, ou          evento também contribui para a             duos mais velhos, nas mulheres e
seja, não mantém essa aderência         queda da mortalidade; entretanto,          nos diabéticos. Temos que saber
ao tratamento da hipertensão, um        quando se analisa a fração que             que essa é uma apresentação
controle que deve ser feito para o      isso representa no conjunto de             para esses grupos e precisamos
resto da vida. Com relação ao co­       melhora geral, essa porcentagem            valorizar o conjunto de risco que
lesterol ocorre a mesma situação,       é menor do que a de controle do            o paciente tem para diagnosticar­
uma vez que o indivíduo vê pelo         fator de risco.                            mos com maior intensidade ou
exame que melhorou, ele para                                                       não o infarto. Um indivíduo, por
com o medicamento.                      J. F. ­ O senhor falou um pouco no         exemplo, que tem um histórico de
                                        início da entrevista sobre o diagnóstico   hipertensão, diabetes, problemas
Sendo assim, o número de casos          da SCA; existem algumas situações          de colesterol e é tabagista, mes­
poderia diminuir muito se a po­         controversas que podem dificultar a        mo que ele não tenha dor ou não
pulação cuidasse melhor do que          realização do diagnóstico adequado         tenha todos os sintomas típicos,
chamamos de fatores de risco.           nos pacientes?                             deve ser investigado para SCA.
Com todos os problemas que                                                         Ele deve fazer o eletrocardiogra­
existem nos EUA em relação              Dr. Carvalho ­ O quadro clínico            ma e tem que colher os exames de
à obesidade e alimentação ina­          clássico, e que não deve passar            sangue para ter certeza de que não
dequada, o número de eventos            despercebido para o médico, é              se trata de um caso disfarçado.
cardíacos em torno de 15 anos           uma dor típica, como se fosse um           Estes casos são os que mais nor­
diminuiu 20% no país, quer dizer,       aperto no peito na região central,         malmente criam maior confusão
a mortalidade vem diminuindo            quase sempre atrás do osso do              ­ muitas vezes, principalmente se
nos EUA de uma forma contínua           esterno, ou seja, é uma dor bas­           não há especialistas no serviço de
por que o acesso ao atendimento         tante específica, quase sempre             atendimento, o indivíduo pode ser
e tratamento é maior, a regularida­     associada a sudorese, tontura,             dispensado sem ter o diagnóstico


8
FarmacêuticoemFoco


fechado e assim ele não faz o tra­
tamento adequado.

J. F. ­ Como é o tratamento atual
da SCA?

Dr. Carvalho ­ Existe uma grande
diferença no tratamento da SCA:
o tratamento da angina instável
ou infarto sem supradesnível
do segmento ST é praticamente
uniforme e consiste, de um modo
geral, em aliviar a dor do paciente,
com morfina ou algum equivalen­
te, e o uso de um vasodilatador
coronário, que é um nitrato, e
que ajuda também a tirar a dor. E
como essa instabilização se deve a
um coágulo incompleto, que está
obstruindo parcialmente a artéria,
é necessário restabelecer o fluxo
de sangue normal naquela região
com o uso de um antiadesivo
plaquetário e o uso de medica­
mentos tipo heparina. No grupo
do antiadesivo, o medicamento
mais conhecido é a aspirina, uma
droga que deve ser utilizada logo
de início; e para evitar a obstrução
completa da artéria, utiliza­se de              Já no grupo              Os dois procedimentos irão de­
um modo geral a heparina, ou                                             pender de onde o paciente está
a de baixo peso, que é feita sub­               de infarto com           localizado: se ele está em um
cutânea, ou a endovenosa (não           supradesnível do                 hospital que tem hemodinâmica
fracionada). Esse é o grupo de                                           disponível de imediato, a conduta
                                        segmento ST, o supra
medicamentos que normalmente                                             sempre será preferencialmente
faz parte do início da terapêutica      no eletrocardiograma             pela angioplastia primária; mas
da angina instável ou infarto sem       está indicando que a             se o indivíduo está em um local
supra, além de medicamentos tipo                                         que não tem hemodinâmica ­
betabloqueadores ou inibidores          artéria está completa            nem todos os hospitais disponi­
da ECA se a função do ventrículo        e totalmente ocluída             bilizam hemodinâmica 24 horas
estiver ruim.                                                            por dia ­, então ele é obrigado
                                        e, portanto, ela precisa         ou a ser transferido rapidamente
Já no grupo de infarto com su­          ser desobstruída                 ou a fazer uso de fibrinolítico,
pradesnível do segmento ST,                                              e quase sempre depois do fibri­
                                        rapidamente
o supra no eletrocardiograma                                             nolítico, ele receberá o catete­
está indicando que a artéria está                                        rismo para saber se precisa ou
completa e totalmente ocluída e,       (angioplastia primária) ou com    não da angioplastia. Portanto, o
portanto, ela precisa ser desobs­      um fibrinolítico que dissolve o   diferencial é que o infarto com
truída rapidamente, o que pode         coágulo daquela artéria, resta­   supra necessita de reperfusão
ser feito com hemodinâmica             belecendo o fluxo sanguíneo.      imediata, seja via angioplastia,


                                                                                                        9
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seja via trombolíticos. O infarto             O grande avanço             J. F. ­ E além do clopidogrel, quais
sem supra ou a angina instável                                            foram os avanços mais importantes
não necessitam de reperfusão                  dos últimos                 nos últimos anos em relação ao trata-
imediata, há outros esquemas          anos, na minha opinião,             mento da SCA?
de tratamento, geralmente antes
de se definir a necessidade do        foi a compreensão de                Dr. Carvalho ­ O grande avanço
cateterismo (casos de alto risco                                          dos últimos anos, na minha opi­
                                      que precisamos ser
vão para cateterismo imediato).                                           nião, foi a compreensão de que
                                      bastante agressivos com             precisamos ser bastante agressi­
No entanto, para melhorarmos                                              vos com a terapêutica e devemos
o efeito destes medicamentos,
                                      a terapêutica e devemos
                                                                          iniciar o tratamento o mais pre­
no sentido de facilitar o fluxo de    iniciar o tratamento o              cocemente possível. Nos casos de
sangue, observou­se que só com a                                          infarto com supra, estima­se que
aspirina e a heparina ainda havia     mais precocemente                   no Brasil apenas 30% dos pacientes
muitos casos em que a artéria não     possível                            conseguem efetivamente realizar
mantinha um fluxo adequado.                                               o tratamento adequado, ou seja, a
Passando aquelas primeiras horas,                                         desobstrução da artéria, com rapi­
o indivíduo voltava a piorar e aí    dogrel representou um avanço         dez; 70% deles ficam na evolução
foi visto que ao se fazer a asso­    importante nessa área e é ainda      da história natural da doença como
ciação com outro esquema anti­       uma droga importante, porém os       era há 15­30 anos. Na Europa e
plaquetário, cujo medicamento        seus resultados não são ainda o      EUA, essa proporção é inversa, há
mais conhecido é o clopidogrel,      ideal e é por isso que existe essa   70% a 80% dos indivíduos fazen­
o resultado melhorou em relação      busca sempre contínua por novos      do o tratamento adequado mais
ao que era somente com a aspiri­     produtos, que sejam mais eficazes    precocemente. Sabemos que a
na e a heparina. Porém, quando       sem serem prejudiciais de alguma     rápida reperfusão é absolutamente
começamos a somar vários medi­       maneira.                             essencial para o bom prognóstico
camentos que afinam o san­                                                        do paciente; isso nem é um
gue ­ aspirina, clopidogrel,                                                      dado novo, assim como a
heparina e inibidor IIbIIIa,                                                      associação de vários agen­
um outro antiplaquetário                                                          tes para se obter um efeito
importante – notamos que                                                          complementar que impeça
os indivíduos começaram                                                           a artéria de obstruir nova­
a ter um problema maior                                                           mente. O ticagrelor, um
de sangramento. Com isso,                                                         novo antiagregante plaque­
houve a constatação de                                                            tário que será lançado em
que se por um lado a taxa                                                         breve no mercado, também
de mortalidade das doen­                                                          representa um importante
ças coronarianas caiu, por                                                        avanço farmacológico. E o
outro essa taxa aumentou                                                          uso do stent em angioplas­
por problemas de sangra­                                                          tia também foi um grande
mento, diminuindo assim                                                           progresso, porque é muito
os resultados benéficos da                                                        mais fácil para o paciente
terapêutica. E novamente                                                          colocar o stent do que fa­
constatou­se que os gru­                                                          zer a cirurgia. A taxa de
pos dos idosos, mulheres e                                                        cirurgia pós­infarto já foi
diabéticos eram mais pro­                                                         de 25­30% e hoje está em
pensos a essa complicação;                                                        torno de 5% a 10%, uma
eles começaram a ter mais                                                         diminuição significativa
problemas de sangramento.                                                         devido ao espaço que a
Sem dúvida que o clopi­                                                           angioplastia ocupou.


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                                                                                              Participantes
                                                                                                do evento
                                                                                              em Fortaleza




Gestão da Qualidade e Segurança do
Paciente


N
               o mês de abril, a Ge­   ciente em Tempos de Acredi­         Hospitalar e Clínica pelo Instituto
               rência de Relações      tação” foi o tema apresentado       Racine, Juliana Fonseca Sad, foi
               Farmacêuticas da        pela Profa. Dra. Sylvia Lemos       “Farmácia Hospitalar: a difícil ta­
               AstraZeneca ini­        Hinrichsen, coor denadora do        refa de aliar custos com qualidade
ciou mais um ciclo de palestras        Núcleo de Ensino, Pesquisa e        e responsabilidade”.
sobre Gestão da Qualidade e Se­        Assistência em Infectologia do
gurança do Paciente, envolvendo        Hospital das Clínicas/UFPE/         A seguir, as duas palestrantes
várias capitais brasileiras.           Gerência de Risco Projeto Hospi­    comentam os dois temas:
                                       tais Sentinela­Anvisa e coordena­
Os eventos reuniram um número          dora da Disciplina Biossegurança       Qualidade e segurança do
expressivo de farmacêuticos in­        e Controle de Infecções – Risco      paciente: um diferencial a ser
teressados em se atualizar sobre       Sanitário Hospitalar/UFPE.                    perseguido
os temas.
                                       Outro tema abordado pela far­       “Qualidade pode ser definida
Na programação dos eventos duas        macêutica/bioquímica, gerente       como um conjunto de “círculos
convidadas especiais abordaram         de medicamentos do Hospital         concêntricos”, onde no “alvo”,
o tema com muita objetividade          Municipal Odilon Behrens, em        ou seja, no seu meio, estariam os
e ética.                               Belo Horizonte, especialista em     profissionais de saúde, que utili­
                                       Gestão Hospitalar pela Fundação     zam duas ferramentas: a técnica
“Qualidade e Segurança do Pa­          Oswaldo Cruz e em Farmácia          e a relação interpessoal.


                                                                                                              11
FarmacêuticoemFoco


A técnica diz respeito ao máximo                                              de, 3. eficiência, 4. otimicidade,
que ele pode fazer pelo paciente                                              5. aceitabilidade, 6. legitimidade
dentro dos conhecimentos cien­                                                e 7. equidade.
tíficos mais atuais. E para imple­
mentar esses conhecimentos, ele                                               E cabe às lideranças, os verda­
precisa lançar mão de boas rela­                                              deiros responsáveis pelo cuidado
ções interpessoais para convencer                                             seguro dos pacientes: 1. criar um
e orientar o paciente.                                                        sistema na empresa/instituição
                                                                              que possa atribuir a todos os fun­
No próximo círculo, pode­se                                                   cionários metas que sejam críveis
colocar os elementos adicionais                                               e desafiadoras; 2. promover o
também importantíssimos para                                                  domínio do processo e do co­
o cuidado de um paciente, como                                                nhecimento técnico pela equipe;
o conforto, a privacidade, a tran­                                            3. garantir a melhoria contínua
quilidade e a conveniência. E, no                                             e a padronização de todos os
círculo seguinte, a contribuição                                              processos realizados segundo
do próprio paciente ou de seus                                                uma cultura sustentável de qua­
familiares no tipo ou nas formas      Profa. Dra. Sylvia Lemos Hinrichsen     lidade; 4. promover um sistema
de seu tratamento, elemento extre­                                            de treinamento especial para os
mamente importante por permitir       Também deve­se considerar que           talentos da empresa/instituição;
a divisão de responsabilidades        nem sempre “altos custos” são           5. promover uma avaliação de
com o profissional de saúde.          sinônimo de “qualidade” e que           desempenho transparente e cons­
                                      “qualidade não é cara”, pois seus       trutiva segundo oportunidades de
É importante salientar que se deve    valores e resultados são intangíveis.   melhorias; 6. alinhar os interesses
buscar incansavelmente o melhor                                               dos funcionários com os da orga­
para o paciente. E oferecer todas     Os serviços de saúde qualificados       nização, através de um sistema de
as possibilidades terapêuticas para   devem tratar os pacientes assim         incentivos e 7. promover uma cul­
que ele também faça parte do pro­     como também oferecer qualidade          tura de tomadas de decisões com
cesso de escolha do tratamento, de    assistencial em todos os processos      base em fatos, legislações e dados
acordo com as suas necessidades       do cuidado. A qualidade de um           concretos dentro de princípios
e com os objetivos que ele quer       sistema de saúde engloba sete           éticos para todos os processos do
alcançar.                             atributos: 1. eficácia, 2. efetivida­   cuidado do paciente segundo os
                                                                              valores e missão institucionais.”
                                                                              (quadro 1).

                                                                                  A difícil tarefa de aliar
                                                                                  custos com qualidade e
                                                                                     responsabilidade

                                                                              “Esse tema representa uma tarefa
                                                                              difícil para nós farmacêuticos, já
                                                                              que é preciso fazer as aquisições
                                                                              em hospitais públicos garantin­
                                                                              do a qualidade respeitando a
                                                                              tão temida lei de licitações e os
                                                                              princípios éticos da profissão
                                                                              farmacêutica.

                                                                              Acredito que essa apresentação é
                                                                              antes de mais nada uma troca de


12
FarmacêuticoemFoco


experiências entre colegas farma­                                          cinco anos? A corresponsabilida­
cêuticos e uma forma de auxiliar                                           de ou responsabilidade solidária
nessa tarefa do dia a dia da farmá­                                        é de todos os farmacêuticos e
cia hospitalar. Nossa experiência                                          empresas envolvidos na cadeia
é mostrada e passada aos colegas                                           de produção desses produtos, que
como informação para ser usada e                                           envolve desde a fabricação até a
para ajudá­los na constante busca                                          dispensação.
pela qualidade de medicamentos.
Qual a qualidade do tratamento                                             Enfim, esse ciclo de palestras
que estamos proporcionando a                                               tem sido um laboratório de
nossos pacientes? O que podemos                                            aprendizado não só para os
exigir de um Edital, o que fazer                                           convidados, mas com toda cer­
com as amostras solicitadas, como                                          teza para os palestrantes, pois as
e o que deve ser avaliado nesses                                           experiências trocadas e os ques­
medicamentos? O que diz a lei e o                                          tionamentos instigam a busca
que é a responsabilidade farmacêu­                                         por muito mais informações. A
tica? Esses principais tópicos dis­                                        cada nova edição do evento há a
cutidos durante as apresentações      Juliana Fonseca Sad                  necessidade de buscar mais no­
levam as pessoas a refletir sobre a                                        vidades, pesquisar mais e trocar
qualidade dos medicamentos que        ferência e que mostram presença      mais experiências.”
estão no mercado sobre suas tare­     de impurezas, diferenças nas con­
fas e responsabilidades. E mesmo      centrações de princípio ativo que      Bibliografia recomendada:
no setor privado, que não precisa     podem levar a diferença nas doses.
cumprir a lei de licitações, estes    Discuto muito a falta de estudos     • Donabedian A. The quality of care.
                                                                             How can it be assessed? 1988, Arch
tópicos podem ser discutidos com      clínicos para comprovação de
                                                                             Pathol Lab Med 1997;121(11):
os administradores hospitalares,      eficácia desses medicamentos, e        1145­50.
mostrando a responsabilidade          como não posso deixar de frisar      • Falconi V. O Verdadeiro Poder. Ed:
do farmacêutico nas aquisições e      as deficiências da fiscalização no     INDG Tecnologia e Serviços Ltda.
como ele é o profissional indica­     país. Quem está fiscalizando a         2009; 159 pp.
                                                                           • Pradhan M. Quality in healthcare:
do para garantir a qualidade dos      produção de medicamentos du­           process. Best Practice & Rese­
medicamentos.                         rante toda a validade do registro      arch Clinical Anaesthesiology.
                                      no Ministério da Saúde, que é de       2001;15(4):555­571.
Essa apresentação promove a
discussão e a reflexão dos profis­
sionais envolvidos. Além disso, a
troca de experiências que aconte­
ce durante o evento é muito enri­
quecedora, pois os farmacêuticos
colocam situações reais vividas
no seu ambiente de trabalho,
buscando opiniões e sugestões de
como agir para garantir o melhor
tratamento farmacológico para os
pacientes.

Para enriquecer ainda mais a
discussão são apresentados tra­
balhos publicados na literatura
que avaliam as comparações entre
medicamentos genéricos e de re­


                                                                                                           13
FarmacêuticoemFoco



Autoestima: a melhor escolha contra o
câncer de mama
                                                                        Os “Encontros com a Autoestima”
                                                                        reuniram mais de 400 pacientes, amigos e
                                                                        familiares.



                                                                        campanha foi direcionada para
                                                                        a fase mais difícil da doença, ou
                                                                        seja, o tratamento e seus reflexos
                                                                        na qualidade de vida.Foram rea­
                                                                        lizadas inúmeras ações vivenciais,
                                                                        como sessão de maquiagem, fotos
                                                                        e informações sobre o câncer de
                                                                        mama para toda a família. Além
                                                                        disso, as melhores imagens e de­
                                                                        poimentos das ações originaram
                                                                        dois calendários, um de mesa




A
                                                                        e outro de parede, e foram dis­
              Campanha Espe­                 Durante toda               tribuídos em clínicas, hospitais
              rança e Vida, pro­                                        participantes, e demais profissio­
              movida pela As­                a campanha é               nais da área em todo o país. As
              traZeneca, é uma        constantemente                    ações foram bastante premiadas
iniciativa social realizada em                                          na mídia, e os “Encontros com a
parceria com clínicas e hospitais     ressaltado que o                  Autoestima” foram destaque em
especializados em oncologia, na                                         diversos veículos nacionais, con­
                                      comportamento positivo
qual visa promover a valorização                                        correndo inclusive no 34º Lupa
das mulheres que estão passando       do paciente pode                  de Ouro, maior premiação da
por qualquer tratamento de com­                                         indústria farmacêutica em 2010,
bate ao câncer de mama, estimu­       influenciar diretamente           e sendo vencedor nas categorias
lando o resgate da autoestima         nos resultados do                 “Evento de Responsabilidade
dessas pacientes.                                                       Social” e “Comunicação Visual”
                                      tratamento                        do 11º Prêmio Caio, considerado
O projeto teve início no ano de                                         o “Oscar” na área de eventos, ma­
2009, juntamente com o “Encon­                                          rketing promocional e turismo de
tro com a Autoestima”, realizado     (Rio de Janeiro, RJ), Clinionco    negócio, realizado no último mês
em clínicas e hospitais oncológi­    (Porto Alegre, RS), Oncomed        de fevereiro.
cos de inúmeras cidades do país.     (Belo Horizonte, MG), ICESP –
                                     Instituto do Câncer do Estado de   Durante toda a campanha é cons­
Dentre as instituições participan­   São Paulo (São Paulo, SP), NOB     tantemente ressaltado que o com­
tes estavam o CRIO – Centro          – Núcleo de Oncologia da Bahia,    portamento positivo do paciente
Regional Integrado de Onco­          entre outras.                      pode influenciar diretamente nos
logia (Fortaleza, CE), Instituto                                        resultados do tratamento. Dessa
de Oncologia do Vale (São José       Os “Encontros com a Autoesti­      forma, a autoestima é considerada
dos Campos, SP), Instituto do        ma” reuniram mais de 400 pacien­   fundamental para que a mulher
Radium (Campinas, SP), INCA          tes em tratamento, juntamente      enfrente a doença, tenha uma
– Instituto Nacional do Câncer       com amigos e familiares. Toda a    melhor qualidade de vida e con­


14
FarmacêuticoemFoco


sequentemente obtenha sucesso
no tratamento.

Outro fator preponderante é que
através dos encontros tornou­se
possível a troca de experiência
entre pacientes que vivenciaram
situações semelhantes, além de
desfrutarem de momentos agra­
dáveis, ouvindo os mais diversos
relatos sobre a importância da
autoestima ao longo do processo
de cura da doença.

A iniciativa está focada em traba­
lhar a humanização, o resgate e
                                       Estúdio fotográfico criado no Encontro da Autoestima.
manutenção da autoestima dessas
mulheres que sofrem ou sofreram
pelo câncer de mama. Uma das                         Estudos                        as principais características da
melhores formas para atingir esse                                                   participante, no qual é avaliado o
                                                     apontam
objetivo é o apoio constante e                                                      trabalho desenvolvido, auxiliando
incondicional da AstraZeneca às            que quanto maior a                       na montagem de atividades no
instituições e profissionais da área                                                hospital ou na clínica, enquanto
da saúde que têm experiência no            autoestima, maior                        os parceiros e familiares recebem
tratamento desse tipo de tumor.            será sua segurança                       guias com conselhos de como
                                                                                    lidar com a paciente, além de um
Estudos apontam que quanto                 e tranquilidade,                         guia para crianças e adolescentes
maior a autoestima, maior será                                                      para ajudá­los a enfrentar essa
                                           tornando o tratamento
sua segurança e tranquilidade,                                                      situação.
tornando o tratamento mais efi­            mais eficaz
caz, e esse é um dos pontos que os                                                  Durante este ano, o projeto pre­
médicos, enfermeiros e psicólogos                                                   tende ainda realizar 18 ações, e a
buscam aprimorar.                      Ao final do “Encontro com a                  primeira já foi realizada no final
                                       Autoestima”, as participantes                do mês de fevereiro no Oncocen­
Também foram entregues para as         recebem um questionário, que                 tro do Hospital São Carlos, na
pacientes o Oncoguia com instru­       tem como objetivo conhecer quais             cidade de Fortaleza ­ CE.
ções sobre os direitos do portador
de câncer, e um formulário com a
pergunta “O que deixa sua autoes­                               Guia para a paciente
tima elevada?”, que tem o intuito
de fazer com que as pacientes re­         No Guia para a Paciente são apresentadas importantes dicas para
                                          que a paciente enfrente o câncer sem perder sua feminilidade.
flitam sobre quais os valores mais        Também é apresentada a importância da autoestima durante
importantes para a mulher que             todo o processo de cura, valorizar o apoio dos familiares e
passa por esse momento delicado.          amigos, e o quanto é fundamental manter os cuidados antes,
                                          durante e depois do tratamento.
Outra ação abordada na campa­
nha foi a distribuição de guias           O guia foi elaborado para que a paciente saiba que é necessário
explicativos, com dicas de como           estar bem fisicamente e mentalmente durante o tratamento, e
                                          que se informar sobre a doença e as terapêuticas existentes é o
manter a qualidade de vida, a au­         melhor caminho a ser escolhido no processo de cura da doença.
toestima e a sexualidade.


                                                                                                                    15
FarmacêuticoemFoco


EM FOCO

Canal de relacionamento tem novo layout
                                                                                                                    poderá solicitar no Acess Net re­
                                                                                                                    sumos e íntegras de estudos cien­
                                                                                                                    tíficos de forma gratuita e com
                                                                                                                    rapidez, através de uma equipe
                                                                                                                    especializada e de um banco de
                                                                                                                    dados com materiais nacionais e
                                                                                                                    internacionais.

                                                                                                                    No portal também é possível en­
                                                                                                                    contrar apresentações de cursos
                                                                                                                    e palestras realizadas no Brasil,
                                                                                                                    ministradas por renomados pro­
                                                                                                                    fissionais da área, juntamente
                                                                                                                    com uma agenda científica com
                                                                                                                    data, local e sites dos principais
                                                                                                                    eventos e congressos do campo
                                                                                                                    farmacêutico no Brasil e no
                                                                                                                    exterior.


O     canal de relacionamento
      farmacêutico da AstraZene­
ca na internet está com um novo
                                                         relevância na prática diária dos
                                                         farmacêuticos.
                                                                                                                    Em Eventos AstraZeneca é dis­
                                                                                                                    ponibilizada uma programação
                                                                                                                    com cursos de Atualização
layout. Com um visual moderno                            Durante o ano serão ao todo                                Farmacêutica e encontros far­
e sofisticado, o site traz novidades                     quatro vídeos­aula, sendo que                              macêuticos promovidos pela
interessantes e continuará propor­                       a primeira será apresentada                                AstraZeneca.
cionando ao farmacêutico o acesso                        no próximo dia 21 de junho,
rápido à informação e atualização                        e as demais acontecerão nos                                O internauta que acessar o link
científica, através dos mais diver­                      dias 12 de julho, e no mês de                              Jornal Interno poderá visualizar
sos serviços disponíveis.                                agosto nos dias 2 e 23. Todas                              todas as edições do nosso Jornal
                                                         as aulas vão estar relacionadas                            Farmacêutico em Foco, além de
Um dos destaques da nova página                          à cardiologia.                                             ter a possibilidade de esclarecer
será a inclusão de webmeetings,                                                                                     dúvidas ou dar sugestões de ma­
uma série de aulas de extrema                            Além disso, o visitante também                             neira interativa.
                                                                                                                                                                            Produzido em maio/2011




O Jornal Famacêutico em Foco é uma publicação da Office Editora e Publicidade Ltda. patrocinada pela AstraZeneca do Brasil Ltda. - Diretor Responsável: Nelson dos
Santos Jr. - Diretor de Arte: Roberto E. A. Issa - Diretora Executiva: Waléria Barnabá - Publicidade: Adriana Pimentel Cruz, Rodolfo B. Faustino e Denise Gonçalves
- Jornalista Responsável: Cynthia de Oliveira Araujo (MTb 23.684) - Redação: Flávia Lo Bello, Luciana Rodriguez e Eduardo Ribeiro - Gerente de Produção Gráfica:
Roberto Barnabá - Departamento Jurídico: Martha Maria de Carvalho Lossurdo (OAB/SP 154.283) - Fotos: João Cláudio Cote. Office Editora e Publicidade Ltda. - Rua
General Eloy Alfaro, 239 - Chácara Inglesa - CEP 04139-020 - São Paulo - SP - Brasil - Tel.: (11) 5078-6815 - Fax: 2275-6813 - e-mail: redacao.office@uol.com.br.
Todos os artigos assinados têm seus direitos reservados pela editora. É proibida a reprodução total ou parcial dos artigos e de qualquer imagem dos mesmos sem
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06707 000 Cotia SP Brasil                                   www.farmaceuticoemfoco.com.br
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Uso off-label de medicamentos na prática diária

  • 1. FarmacêuticoemFoco Número 12 | Maio 2011 Constante Atualização na Prática Diária E m mais uma edição do ações que estão sendo adotadas cêutica/bioquímica Juliana Fon­ jornal Farmacêutico até o momento. seca Sad, na qual elas abordaram em Foco, publicamos respectivamente os temas Qua- um artigo extrema­ Em seguida, publicamos uma lidade e Segurança do Paciente em mente interessante a respeito do entrevista com o Professor Titular Tempos de Acreditação e Farmácia uso off-label dos medicamentos, e Chefe da Disciplina de Cardio­ Hospitalar: a difícil tarefa de aliar cus- escrito pela Mestre em Ciências logia da Universidade Federal tos com qualidade e responsabilidade. Farmacêuticas, Especialista em de São Paulo, Prof. Dr. Antonio Violência Doméstica contra o Carlos Carvalho, que entre outros Por fim, publicamos uma matéria Adolescente e a Criança, e Far­ assuntos comentou sobre a defi­ sobre a campanha Autoestima: a me- macêutica Clínica da Unidade nição da Síndrome Coronariana lhor escolha contra o câncer de mama, de Terapia Intensiva e Cuidados Aguda (SCA) e sua taxa de morta­ iniciativa promovida pela Astra­ Intermediários do Hospital Uni­ lidade, os principais fatores para a Zeneca que foi premiada em duas versitário da USP, Sandra Cristina alta prevalência de casos de SCA, categorias do último Prêmio Caio. Brassica. e como é realizado atualmente o tratamento da doença. Cristiane Piva Peres Codinhoto Material destinado exclusivamente aos profissionais de saúde No texto, a especialista tratou a respeito da administração de Nesta edição apresentamos tam­ formulações extemporâneas, os bém um resumo das palestras mi­ aspectos legais e éticos, quais são nistradas pela Profa. Dra. Sylvia as populações de risco, além das Lemos Hinrichsen e pela farma­ Pág. 2 Pág. 6 Pág. 11 Pág. 14 Pág. 16 AtuAlizAção ENtrEViStA GEStão DA QuAliDADE câNcEr DE mAmA Em Foco FArmAcêuticA E SEGurANçA Do Campanha Canal de Síndrome PAciENtE “Autoestima: a melhor relacionamento Uso off-label de Coronariana medicamentos Aguda: impacto Inicia-se mais um ciclo escolha contra o câncer tem novo layout na mortalidade e de palestras sobre Gestão de mama” se destaca terapêutica atual da Qualidade e Segurança em 2011 do Paciente
  • 2. FarmacêuticoemFoco O que é Uso “Off-Label” de Medicamentos Sandra Cristina Brassica* O uso of f-label en­ medicamento por via diferente globa várias situa­ da preconizada; administração ções, incluindo a em faixas etárias para as quais administração de o medicamento não foi testado; formulações extemporâneas ou administração para tratamento de doses elaboradas a partir de de doenças que não foram es­ especialidades farmacêuticas tudadas e indicação terapêutica registradas, ou uso de medica­ diferente da aprovada para o mentos importados e substân­ medicamento.(1) cias químicas sem grau farma­ cêutico; indicações e posologias As populações de risco não usuais; administração do O processo de aprovação de no­ vos fármacos visa garantir que os * Mestre em Ciências Farmacêuticas pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas medicamentos disponíveis sejam da USP. Especialista em Violência seguros e eficazes. Assim, sua Doméstica contra o Adolescente e a Criança pelo Instituto de Psicologia utilização de modo “off-label”, da USP. Farmacêutica Clínica da por não ter sido alvo de estudo Unidade de Terapia Intensiva e Cuidados Intermediários do Hospital Universitário por meio de ensaios controlados, da USP. CRF-SP 24.922. pode expor os pacientes a riscos. 2
  • 3. FarmacêuticoemFoco Algumas populações, tais como prática ilegal, e, para algumas infantil, geriátrica, gestantes e É importante situações, tal utilização pode lactantes, geralmente são excluí­ salientar que a significar opção terapêutica ade­ das dos ensaios clínicos devido quada, apesar de oferecer risco a questões éticas, logísticas e utilização “off-label” aos pacientes.(12­14) financeiras; entretanto, na prá­ de medicamentos tica clínica, com frequência, O uso de medicamentos off- estas populações são submetidas não é capaz de gerar label, também, não constitui a tratamentos que empregam evidências e ainda expõe um indicador de erro médico, medicamentos que não foram apenas reflete a carência de testados quanto à sua segurança pacientes a riscos que informações sobre a utilização e eficácia.(2) poderiam ser monitorados segura e eficaz, por vezes, de medicamentos consagrados e Há classes de medicamentos em ensaios clínicos não apenas das novas entidades que são mais utilizados como controlados.(5) farmacológicas.(13,14) “off-label”. Nestas, podem ser citados, principalmente, os fár­ Ações adotadas até macos que agem no sistema bir biodisponibilidade variável, o momento nervoso e os antineoplásicos, ou baixas qualidade e segurança.(9) seja, medicamentos destinados a Principalmente com relação à tratar, geralmente, condições crí­ De modo geral faltam evidên­ população pediátrica foram ado­ ticas e de alto custo, que podem cias científicas que suportem o tadas algumas medidas para am­ desencadear eventos adversos uso “off-label”, motivo pelo qual pliar seu acesso a medicamentos graves.(3­5) somente pode ser recomendado seguros e eficazes.(15,16) quando: a) existe justificativa É importante salientar que a embasada por evidência de alta Essas ações se iniciaram nos utilização “off-label” de medi­ qualidade; b) o uso se faz dentro EUA, na década de 90. Foram camentos não é capaz de gerar do contexto de uma pesquisa caracterizadas inicialmente pela evidências e ainda expõe pacien­ formal; c) em casos excepcio­ introdução de medidas volun­ tes a riscos que poderiam ser nais, justificados por circunstân­ tárias para estimular a indús­ monitorados em ensaios clínicos cias clínicas individuais (doença tria farmacêutica a desenvolver controlados.(5) Para a popula­ muito grave, falha de resposta medicamentos para pacientes ção pediátrica foi demonstrado com a terapia convencional, pediátricos. No final da década aumento do risco de toxicidade potenciais benefícios superam de 90, com a experiência ameri­ quando se utilizam tais medica­ riscos e existência de alguma cana, na Europa foi constituída mentos.(6­8) evidência de benefício tera­ uma comissão, composta por pêutico). Para estes casos seria membros do Royal College of Além do risco de reações ad­ necessário o consentimento livre Paediatrics and Child Health e versas, o uso “off­label” de e esclarecido do paciente ou de Neonatal and Paediatric Pharma- medicamentos pode resultar seu responsável e aprovação do cists, que discutiram o assunto e em problemas de dosagem, seu uso pelo comitê de medica­ concluíram sobre a necessidade ocasionando, também, falta mentos da instituição.(10,11) de normas legislativas como de eficácia terapêutica, indis­ forma de garantir medicamentos ponibilidade de formulações Aspectos legais e éticos seguros e eficazes para a popu­ adequadas, gerando a neces­ lação pediátrica.(16) sidade do uso de formulações A utilização de medicamentos extemporâneas que podem exi­ “off-label” não constitui uma Embora essas iniciativas tenham 3
  • 4. FarmacêuticoemFoco aumentado a realização de en­ Nos EUA, em como por exemplo o acesso à saios clínicos nessa população, base de dados de ensaios clínicos 2002, foram não foram suficientes. Áreas pediátricos, o financiamento de grande interesse terapêutico propostas diretrizes público para o estudo de medi­ continuaram negligenciadas, camentos sem patente, escolha para a viabilização de principalmente as que possuíam e inserção de um símbolo de como alternativas medicamento­ estudos que englobavam “uso pediátrico aprovado” na sas fármacos sem patente, com embalagem do produto, e o os medicamentos sem baixa venda ou para a população encorajamento da produção de neonatal.(15,16) patente e a população especialidades licenciadas para neonatal. Em 2005 essa população.(16) Nos EUA, em 2002, foram pro­ postas diretrizes para a viabiliza­ iniciaram-se as discussões No Brasil, a Agência Nacional ção de estudos que englobavam sobre as estratégias e de Vigilância Sanitária informa os medicamentos sem patente e seu posicionamento em relação a população neonatal. Em 2005 requisitos para a condução ao uso de medicamentos sem iniciaram­se as discussões sobre de ensaios clínicos em indicação por meio de um comu­ as estratégias e requisitos para a nicado disponível no seu site: (13) condução de ensaios clínicos em neonatos.(15,17) neonatos.(15,17) [...] o uso destes medicamentos é feito por conta e risco do mé­ Atualmente, a normalização c) que possuam informação dis­ dico que o prescreveu, e pode europeia para utilização de ponível para sua utilização; d) eventualmente vir a caracterizar medicamentos em população que não exponham crianças a um erro médico, mas em grande pediátrica está em fase de im­ ensaios clínicos desnecessários; parte das vezes trata­se de uso plantação e objetiva aumentar e) que não atrasem a sua aprova­ essencialmente correto, apenas a disponibilidade de produtos: ção para a população adulta.(16) ainda não aprovado [...]. a) efetivamente estudados nessa população; b) apropriadamente Essa regulação também englo­ Acrescenta, ainda, que: licenciados para uso pediátrico; ba vários aspectos inovadores, [...] podem ocorrer situações em que um médico queira tra­ tar pacientes que tenham certas condições que, por analogia com outra semelhante, ou por base fisiopatológica, ele acredite possam vir a se beneficiar de um determinado medicamento não aprovado para ela [...]. No entanto, ainda não foram estabelecidas estratégias de en­ frentamento da questão. O uso “off-label” é uma prática, principalmente, para pacientes pediátricos, idosos e gestantes 4
  • 5. FarmacêuticoemFoco e, em algumas áreas, como, por exemplo a oncológica. Esse uso não constitui um preceito ilegal, contudo pode expor os pacientes a riscos. Até o momento as distintas ações efetuadas em vários países não foram suficientes para diminuir esse tipo de utilização. Regulamentações que incen­ tivem empresas farmacêuticas a conduzir os estudos clínicos necessários para a obtenção de informações adequadas, sua dis­ ponibilização para profissionais de saúde e farmacovigilância efetiva são ações necessárias ao enfrentamento da questão. Drug Handling. London. Pharmaceu­ O uso “off-label” tical Press,2007. p. 43­74. Referências 11. Wannmacher L, Fuchs FD. Conduta é uma prática, terapêutica embasada em evidências. 1. Conroy S. Unlicensed and off label Rev Ass Med Brasil 2000;46:237­41. drug use: Issues and Recommendations. principalmente, para 12. Wannmacher L. In: Organização Pan­ Paediatr Drugs 2002;4:353­359. Americana de Saúde/Organização 2. Wilson JT. An Update on the therapeu­ pacientes pediátricos, Mundial de Saúde ­ Brasil. A ética do tic Orphan. Pediatrics 1999;104:585­90. medicamento: Múltiplos cenários. Uso 3. Cuzzolin L, Atzei A, Fanos V. Off­ idosos e gestantes e, em Racional de Medicamentos: temas label and unlicensed prescribing for selecionados. Brasília, 2007, 4(8):5­15. newborns and children in different algumas áreas, como, por 13. American Society of Hospital Pharma­ settings: a review of the literature and a cists. ASHP Statement on the Use of consideration about drug safety. Expert exemplo a oncológica. Medications for Unlabeled Uses. Am J Opin. Drug Saf 2006;5:703­18. Hosp Pharm. 1992;49:2006­8. Esse uso não constitui um 4. Bernardi A, Pegoraro R. The ethics 14. Agência Nacional de Vigilância Sanitá­ of off­label use of drugs: oncology preceito ilegal, contudo ria [homepage on the Internet]. Brasília, pharmacy in Italy. J Clin Pharm Ther DF: Ministério da Saúde. ANVISA; 2008;33:95­99. pode expor os pacientes [cited 2005 may 23]. Disponível em: 5. Levêque D. Off­label use of anticancer http://www.anvisa.gov.br/medicamen­ drugs. Lancet Oncol 2008;9:1102­07. a riscos. tos/registro/registro_offlabel.htm. 6. Rakhmanina YN, Van Den Anker JN. 15. Conroy S, Mcintyre J. The use of un­ Pharmacological research in pediatrics: licensed and off­label medicines in the from neonates to adolescents. Adv Drug drug utilization in hospitalized chil­ neonate. Sem in Fetal & Neonatal Med Del Rev 2006;58:4­14. dren in Fortaleza Brasil. Eur J Clin 2005;10:115­22. 7. Horen B, Montastruc L, Lapeyre­Mes­ Pharmacology [in press] [cited 2008 16. Conselho Federal de Farmácia (Brasil): tre M. Adverse drug reactions and off­ Set 28].. Disponível em: http://www. Centro Brasileiro de Informação Sobre label drug use in paediatric outpatients. springerlink.com.w10077.dotlib.com. Medicamento. Crianças e medica­ Br J Clin Pharmacol 2002;54:665­70. br/content/100413/?Online+Date=In mentos: os riscos que podem sobrepor 8. Santos DB, Coelho HLL. Adverse drug +the+last+six+months&Article+Cate os benefícios. Farmacoterapêutica reactions in hospitalized children in gory=Pharmacoepidemiology+and+P 2007;6:1­3. Fortaleza, Brazil. Pharmacoepidemio­ rescription&sortorder=asc&v=conden 17. Giacoia PG, Birenbaum D, Sachs logy and Drug Safety 2006;15:635­40. sed&Content+Status=Accepted. HC, Mattison DR. The newborn drug 9. Santos DB, Clavenna A, Bonati M, 10. Tuleu, C. Paediatric formulations in development initiative. Pediatrics Coelho HLL. Off­label and unlicensed practice. In: Costello I et al. Paediatric 2006;117:51­8. 5
  • 6. FarmacêuticoemFoco ENTREVISTA Síndrome Coronariana Aguda: impacto na mortalidade e terapêutica atual Prof. Dr. Antonio Carlos Carvalho* A s doenças corona­ por consequência, no tratamento rianas são a princi­ da SCA, contribui para o aumento pal causa de óbito da taxa de morbimortalidade. em diversas regiões brasileiras. Atualmente, cerca de Nesta primeira parte da entrevista 32­34% dos óbitos em adultos se que o Professor Titular de Cardio­ devem a um problema cardio­ logia da Unifesp, Prof. Dr. Anto­ vascular em geral, enquanto os nio Carlos Carvalho, concedeu ao quadros agudos estão em torno Jornal Farmacêutico em Foco, de dois terços desse número total. ele aborda o grande impacto que Apesar dos grandes avanços tera­ a Síndrome Coronariana Aguda pêuticos das últimas décadas em tem na taxa de mortalidade, os relação à Síndrome Coronariana fatores de risco da doença, além Aguda, grande parte dos pacien­ do tratamento atual. Na próxima tes não recebe atendimento ade­ edição do jornal, publicaremos a quado e o atraso no diagnóstico e, segunda e última parte da entre­ vista com o cardiologista. * Professor Titular de Cardiologia da Jornal Farmacêutico em Foco Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e Chefe da Disciplina de ­ Qual a definição de Síndrome Co- Cardiologia. ronariana Aguda? 6
  • 7. FarmacêuticoemFoco Prof. Dr. Antonio Carlos Car- A SCA é uma soma J. F. ­ As taxas nacionais de óbito são valho ­ A Síndrome Coronariana muito diferentes das de outros países? Aguda (SCA) envolve uma insta­ de vários fatores. bilização de um quadro clínico de Apesar do número ainda Dr. Carvalho ­ Nos outros paí­ insuficiência coronária. É aquele ses existe uma homogeneidade muito grande de casos, indivíduo que está estável e de maior, não há grandes diferenças repente começa a ter dor no peito têm havido progressos, regionais no atendimento, inde­ em mínimo esforço ou em repouso. como melhora no pendente de onde o paciente este­ Muitas vezes não é bem uma dor, ja. No Brasil, calcula­se em torno mas um aperto no peito, associado tratamento da pressão de 100 mil mortes por ano devido com falta de ar, sudorese, sensação arterial, controle da taxa a problemas de coronária, um nú­ de desmaio, e isso normalmente mero bastante elevado. A grande tem uma evolução rápida, com de colesterol e diminuição diferença nossa é que existem uma acentuação do quadro. De­ do tabagismo muitos lugares que nem possuem pendendo da interrupção de fluxo um cardiologista e quem está no na coronária, isso pode ser deno­ atendimento de emergência não é minado de angina instável ou pode óbito ainda é o AVC, quase sem­ uma pessoa capacitada para fazer se tratar de um quadro de infarto. pre como consequência do não o diagnóstico e, por consequência, Utilizamos o tempo de dor, o ele­ tratamento da hipertensão arterial. o indivíduo não faz o tratamento trocardiograma e alguns marcado­ O Sul e o Sudeste seguem mais o adequado. Neste sentido, é que te­ res no sangue para caracterizar se padrão de países desenvolvidos, mos uma grande heterogeneidade houve prejuízo para o músculo do em que a doença coronária é a de resultados no país. O atendi­ coração. Se o eletro e o marcador principal causa de morte. mento rápido é fundamental, por estão alterados, trata­se de um in­ que quando tratamos o paciente farto, que é uma das principais cau­ Quando falamos de mortalidade nas primeiras duas horas, a mor­ sas de admissão em pronto­socorro em SCA, a angina instável, que talidade é de 1­2%, ela aumenta e de óbito em doença coronariana. não tem elevação dos marcadores exponencialmente com o atraso O quadro em geral de Síndrome cardíacos e possui menos altera­ no inicio do tratamento; contu­ Coronariana Aguda é perigoso se ção no eletro, possui uma taxa de do, sabemos que há um número não for bem tratado. 2% a 3%. O infarto, dependendo muito pequeno no nosso meio que do tipo, tem uma mortalidade procura atendimento precoce. J. F. ­ Qual a taxa de mortalidade da menor ou maior, mas em média Síndrome Coronariana Aguda? essa porcentagem é em torno de J. F. ­ Quais são os fatores para a alta 8% a 10%, sendo que nos locais prevalência de casos de SCA? Dr. Carvalho ­ O Brasil tem certa mais estruturados o índice gira carência de dados estatísticos sóli­ em torno de 5% a 6%. Na rea­ Dr. Carvalho ­ A SCA é uma dos como os que existem na Euro­ lidade, essa taxa de mortalidade soma de vários fatores. Apesar pa e EUA, mas hoje podemos dizer é a consequência de uma cadeia do número ainda muito grande com segurança que a principal de eventos, porque o resultado de casos, têm havido progressos, causa de óbito em diversas cidades será melhor quanto mais cedo o como melhora no tratamento da brasileiras é a doença coronariana. paciente for tratado, o que nem pressão arterial, controle da taxa Atualmente, cerca de 32­34% dos sempre é possível, dependendo de colesterol e diminuição do óbitos em adultos se devem a um do local. Todo atraso no atendi­ tabagismo. Estes são dados ob­ problema cardiovascular em geral, mento, diagnóstico e tratamento jetivos nacionais de que estamos enquanto os quadros agudos es­ vai se somando e faz com que tendo gradativamente um núme­ tão em torno de dois terços desse haja um aumento na taxa de óbi­ ro de indivíduos sendo melhor número total. O Brasil tem uma to para 12% a 15%. Quando se tratados, embora ainda seja um população em vários lugares, es­ atende rápido e adequadamente número insuficiente. Estamos per­ pecialmente no Norte e Nordeste o paciente, essa mortalidade cai dendo em duas situações: o peso do país, onde a principal causa de para aproximadamente um terço. da população está aumentando, 7
  • 8. FarmacêuticoemFoco bem como o número de diabéti­ O problema é que mal­estar, sensação de falta de ar cos, e estas duas situações estão ou de desmaio. Esse é o conjunto associadas com mais problemas em alguns casos os típico e em um indivíduo com esse cardíacos. Dessa maneira, temos sintomas completos nem quadro é mais simples de fazer o de um lado um melhor controle diagnóstico. O problema é que em da pressão arterial e do colesterol sempre estão presentes, alguns casos os sintomas comple­ e, em contrapartida, aumento de o paciente pode ter tos nem sempre estão presentes, o peso e de casos de diabetes. O paciente pode ter somente dor no estresse também é um fator de somente dor no peito ou peito ou pode estar com falta de risco a ser considerado e existe, ar e não ter dor. A maior confusão pode estar com falta de ar ainda, uma parte que tem rela­ diagnóstica ocorre em idosos, ção genética, que também deve e não ter dor mulheres e diabéticos. O diabético ser bem explorada. Finalmente, pode ter uma dor mais camuflada, fazer exercícios regularmente e menos intensa e, às vezes, não ter manter peso adequado é muito de do acompanhamento médico é dor, mas ter os outros sintomas. importante. O último fator, que maior, promovendo um resultado A mulher e o idoso podem ter um é extremamente relevante, é não bastante benéfico. Existem alguns sintoma só, como por exemplo haver demora e perda no início estudos muito interessantes, mos­ falta de ar, e não ter dor no peito, do tratamento ou perda de acom­ trando que o grande responsável ou podem ter tido um desmaio panhamento. Muitas vezes, a pela diminuição da mortalidade sem que houvesse um atendimen­ pressão alta não é diagnosticada, é o controle do fator de risco e to para investigar a causa. o indivíduo não sabe que é hiper­ não tratar o indivíduo depois tenso e não se trata; ou às vezes ele que ele já teve o evento, ou seja, Assim, essa apresentação que é diagnosticado, começa a tomar o enfoque na prevenção tem um denominamos de atípica ocorre o medicamento, se sente melhor, impacto maior na redução da numa determinada porcentagem para o tratamento e não volta taxa de óbito. Claro que tratar o e fica bastante focada nos indiví­ mais para fazer o controle, ou evento também contribui para a duos mais velhos, nas mulheres e seja, não mantém essa aderência queda da mortalidade; entretanto, nos diabéticos. Temos que saber ao tratamento da hipertensão, um quando se analisa a fração que que essa é uma apresentação controle que deve ser feito para o isso representa no conjunto de para esses grupos e precisamos resto da vida. Com relação ao co­ melhora geral, essa porcentagem valorizar o conjunto de risco que lesterol ocorre a mesma situação, é menor do que a de controle do o paciente tem para diagnosticar­ uma vez que o indivíduo vê pelo fator de risco. mos com maior intensidade ou exame que melhorou, ele para não o infarto. Um indivíduo, por com o medicamento. J. F. ­ O senhor falou um pouco no exemplo, que tem um histórico de início da entrevista sobre o diagnóstico hipertensão, diabetes, problemas Sendo assim, o número de casos da SCA; existem algumas situações de colesterol e é tabagista, mes­ poderia diminuir muito se a po­ controversas que podem dificultar a mo que ele não tenha dor ou não pulação cuidasse melhor do que realização do diagnóstico adequado tenha todos os sintomas típicos, chamamos de fatores de risco. nos pacientes? deve ser investigado para SCA. Com todos os problemas que Ele deve fazer o eletrocardiogra­ existem nos EUA em relação Dr. Carvalho ­ O quadro clínico ma e tem que colher os exames de à obesidade e alimentação ina­ clássico, e que não deve passar sangue para ter certeza de que não dequada, o número de eventos despercebido para o médico, é se trata de um caso disfarçado. cardíacos em torno de 15 anos uma dor típica, como se fosse um Estes casos são os que mais nor­ diminuiu 20% no país, quer dizer, aperto no peito na região central, malmente criam maior confusão a mortalidade vem diminuindo quase sempre atrás do osso do ­ muitas vezes, principalmente se nos EUA de uma forma contínua esterno, ou seja, é uma dor bas­ não há especialistas no serviço de por que o acesso ao atendimento tante específica, quase sempre atendimento, o indivíduo pode ser e tratamento é maior, a regularida­ associada a sudorese, tontura, dispensado sem ter o diagnóstico 8
  • 9. FarmacêuticoemFoco fechado e assim ele não faz o tra­ tamento adequado. J. F. ­ Como é o tratamento atual da SCA? Dr. Carvalho ­ Existe uma grande diferença no tratamento da SCA: o tratamento da angina instável ou infarto sem supradesnível do segmento ST é praticamente uniforme e consiste, de um modo geral, em aliviar a dor do paciente, com morfina ou algum equivalen­ te, e o uso de um vasodilatador coronário, que é um nitrato, e que ajuda também a tirar a dor. E como essa instabilização se deve a um coágulo incompleto, que está obstruindo parcialmente a artéria, é necessário restabelecer o fluxo de sangue normal naquela região com o uso de um antiadesivo plaquetário e o uso de medica­ mentos tipo heparina. No grupo do antiadesivo, o medicamento mais conhecido é a aspirina, uma droga que deve ser utilizada logo de início; e para evitar a obstrução completa da artéria, utiliza­se de Já no grupo Os dois procedimentos irão de­ um modo geral a heparina, ou pender de onde o paciente está a de baixo peso, que é feita sub­ de infarto com localizado: se ele está em um cutânea, ou a endovenosa (não supradesnível do hospital que tem hemodinâmica fracionada). Esse é o grupo de disponível de imediato, a conduta segmento ST, o supra medicamentos que normalmente sempre será preferencialmente faz parte do início da terapêutica no eletrocardiograma pela angioplastia primária; mas da angina instável ou infarto sem está indicando que a se o indivíduo está em um local supra, além de medicamentos tipo que não tem hemodinâmica ­ betabloqueadores ou inibidores artéria está completa nem todos os hospitais disponi­ da ECA se a função do ventrículo e totalmente ocluída bilizam hemodinâmica 24 horas estiver ruim. por dia ­, então ele é obrigado e, portanto, ela precisa ou a ser transferido rapidamente Já no grupo de infarto com su­ ser desobstruída ou a fazer uso de fibrinolítico, pradesnível do segmento ST, e quase sempre depois do fibri­ rapidamente o supra no eletrocardiograma nolítico, ele receberá o catete­ está indicando que a artéria está rismo para saber se precisa ou completa e totalmente ocluída e, (angioplastia primária) ou com não da angioplastia. Portanto, o portanto, ela precisa ser desobs­ um fibrinolítico que dissolve o diferencial é que o infarto com truída rapidamente, o que pode coágulo daquela artéria, resta­ supra necessita de reperfusão ser feito com hemodinâmica belecendo o fluxo sanguíneo. imediata, seja via angioplastia, 9
  • 10. FarmacêuticoemFoco seja via trombolíticos. O infarto O grande avanço J. F. ­ E além do clopidogrel, quais sem supra ou a angina instável foram os avanços mais importantes não necessitam de reperfusão dos últimos nos últimos anos em relação ao trata- imediata, há outros esquemas anos, na minha opinião, mento da SCA? de tratamento, geralmente antes de se definir a necessidade do foi a compreensão de Dr. Carvalho ­ O grande avanço cateterismo (casos de alto risco dos últimos anos, na minha opi­ que precisamos ser vão para cateterismo imediato). nião, foi a compreensão de que bastante agressivos com precisamos ser bastante agressi­ No entanto, para melhorarmos vos com a terapêutica e devemos o efeito destes medicamentos, a terapêutica e devemos iniciar o tratamento o mais pre­ no sentido de facilitar o fluxo de iniciar o tratamento o cocemente possível. Nos casos de sangue, observou­se que só com a infarto com supra, estima­se que aspirina e a heparina ainda havia mais precocemente no Brasil apenas 30% dos pacientes muitos casos em que a artéria não possível conseguem efetivamente realizar mantinha um fluxo adequado. o tratamento adequado, ou seja, a Passando aquelas primeiras horas, desobstrução da artéria, com rapi­ o indivíduo voltava a piorar e aí dogrel representou um avanço dez; 70% deles ficam na evolução foi visto que ao se fazer a asso­ importante nessa área e é ainda da história natural da doença como ciação com outro esquema anti­ uma droga importante, porém os era há 15­30 anos. Na Europa e plaquetário, cujo medicamento seus resultados não são ainda o EUA, essa proporção é inversa, há mais conhecido é o clopidogrel, ideal e é por isso que existe essa 70% a 80% dos indivíduos fazen­ o resultado melhorou em relação busca sempre contínua por novos do o tratamento adequado mais ao que era somente com a aspiri­ produtos, que sejam mais eficazes precocemente. Sabemos que a na e a heparina. Porém, quando sem serem prejudiciais de alguma rápida reperfusão é absolutamente começamos a somar vários medi­ maneira. essencial para o bom prognóstico camentos que afinam o san­ do paciente; isso nem é um gue ­ aspirina, clopidogrel, dado novo, assim como a heparina e inibidor IIbIIIa, associação de vários agen­ um outro antiplaquetário tes para se obter um efeito importante – notamos que complementar que impeça os indivíduos começaram a artéria de obstruir nova­ a ter um problema maior mente. O ticagrelor, um de sangramento. Com isso, novo antiagregante plaque­ houve a constatação de tário que será lançado em que se por um lado a taxa breve no mercado, também de mortalidade das doen­ representa um importante ças coronarianas caiu, por avanço farmacológico. E o outro essa taxa aumentou uso do stent em angioplas­ por problemas de sangra­ tia também foi um grande mento, diminuindo assim progresso, porque é muito os resultados benéficos da mais fácil para o paciente terapêutica. E novamente colocar o stent do que fa­ constatou­se que os gru­ zer a cirurgia. A taxa de pos dos idosos, mulheres e cirurgia pós­infarto já foi diabéticos eram mais pro­ de 25­30% e hoje está em pensos a essa complicação; torno de 5% a 10%, uma eles começaram a ter mais diminuição significativa problemas de sangramento. devido ao espaço que a Sem dúvida que o clopi­ angioplastia ocupou. 10
  • 11. FarmacêuticoemFoco Participantes do evento em Fortaleza Gestão da Qualidade e Segurança do Paciente N o mês de abril, a Ge­ ciente em Tempos de Acredi­ Hospitalar e Clínica pelo Instituto rência de Relações tação” foi o tema apresentado Racine, Juliana Fonseca Sad, foi Farmacêuticas da pela Profa. Dra. Sylvia Lemos “Farmácia Hospitalar: a difícil ta­ AstraZeneca ini­ Hinrichsen, coor denadora do refa de aliar custos com qualidade ciou mais um ciclo de palestras Núcleo de Ensino, Pesquisa e e responsabilidade”. sobre Gestão da Qualidade e Se­ Assistência em Infectologia do gurança do Paciente, envolvendo Hospital das Clínicas/UFPE/ A seguir, as duas palestrantes várias capitais brasileiras. Gerência de Risco Projeto Hospi­ comentam os dois temas: tais Sentinela­Anvisa e coordena­ Os eventos reuniram um número dora da Disciplina Biossegurança Qualidade e segurança do expressivo de farmacêuticos in­ e Controle de Infecções – Risco paciente: um diferencial a ser teressados em se atualizar sobre Sanitário Hospitalar/UFPE. perseguido os temas. Outro tema abordado pela far­ “Qualidade pode ser definida Na programação dos eventos duas macêutica/bioquímica, gerente como um conjunto de “círculos convidadas especiais abordaram de medicamentos do Hospital concêntricos”, onde no “alvo”, o tema com muita objetividade Municipal Odilon Behrens, em ou seja, no seu meio, estariam os e ética. Belo Horizonte, especialista em profissionais de saúde, que utili­ Gestão Hospitalar pela Fundação zam duas ferramentas: a técnica “Qualidade e Segurança do Pa­ Oswaldo Cruz e em Farmácia e a relação interpessoal. 11
  • 12. FarmacêuticoemFoco A técnica diz respeito ao máximo de, 3. eficiência, 4. otimicidade, que ele pode fazer pelo paciente 5. aceitabilidade, 6. legitimidade dentro dos conhecimentos cien­ e 7. equidade. tíficos mais atuais. E para imple­ mentar esses conhecimentos, ele E cabe às lideranças, os verda­ precisa lançar mão de boas rela­ deiros responsáveis pelo cuidado ções interpessoais para convencer seguro dos pacientes: 1. criar um e orientar o paciente. sistema na empresa/instituição que possa atribuir a todos os fun­ No próximo círculo, pode­se cionários metas que sejam críveis colocar os elementos adicionais e desafiadoras; 2. promover o também importantíssimos para domínio do processo e do co­ o cuidado de um paciente, como nhecimento técnico pela equipe; o conforto, a privacidade, a tran­ 3. garantir a melhoria contínua quilidade e a conveniência. E, no e a padronização de todos os círculo seguinte, a contribuição processos realizados segundo do próprio paciente ou de seus uma cultura sustentável de qua­ familiares no tipo ou nas formas Profa. Dra. Sylvia Lemos Hinrichsen lidade; 4. promover um sistema de seu tratamento, elemento extre­ de treinamento especial para os mamente importante por permitir Também deve­se considerar que talentos da empresa/instituição; a divisão de responsabilidades nem sempre “altos custos” são 5. promover uma avaliação de com o profissional de saúde. sinônimo de “qualidade” e que desempenho transparente e cons­ “qualidade não é cara”, pois seus trutiva segundo oportunidades de É importante salientar que se deve valores e resultados são intangíveis. melhorias; 6. alinhar os interesses buscar incansavelmente o melhor dos funcionários com os da orga­ para o paciente. E oferecer todas Os serviços de saúde qualificados nização, através de um sistema de as possibilidades terapêuticas para devem tratar os pacientes assim incentivos e 7. promover uma cul­ que ele também faça parte do pro­ como também oferecer qualidade tura de tomadas de decisões com cesso de escolha do tratamento, de assistencial em todos os processos base em fatos, legislações e dados acordo com as suas necessidades do cuidado. A qualidade de um concretos dentro de princípios e com os objetivos que ele quer sistema de saúde engloba sete éticos para todos os processos do alcançar. atributos: 1. eficácia, 2. efetivida­ cuidado do paciente segundo os valores e missão institucionais.” (quadro 1). A difícil tarefa de aliar custos com qualidade e responsabilidade “Esse tema representa uma tarefa difícil para nós farmacêuticos, já que é preciso fazer as aquisições em hospitais públicos garantin­ do a qualidade respeitando a tão temida lei de licitações e os princípios éticos da profissão farmacêutica. Acredito que essa apresentação é antes de mais nada uma troca de 12
  • 13. FarmacêuticoemFoco experiências entre colegas farma­ cinco anos? A corresponsabilida­ cêuticos e uma forma de auxiliar de ou responsabilidade solidária nessa tarefa do dia a dia da farmá­ é de todos os farmacêuticos e cia hospitalar. Nossa experiência empresas envolvidos na cadeia é mostrada e passada aos colegas de produção desses produtos, que como informação para ser usada e envolve desde a fabricação até a para ajudá­los na constante busca dispensação. pela qualidade de medicamentos. Qual a qualidade do tratamento Enfim, esse ciclo de palestras que estamos proporcionando a tem sido um laboratório de nossos pacientes? O que podemos aprendizado não só para os exigir de um Edital, o que fazer convidados, mas com toda cer­ com as amostras solicitadas, como teza para os palestrantes, pois as e o que deve ser avaliado nesses experiências trocadas e os ques­ medicamentos? O que diz a lei e o tionamentos instigam a busca que é a responsabilidade farmacêu­ por muito mais informações. A tica? Esses principais tópicos dis­ cada nova edição do evento há a cutidos durante as apresentações Juliana Fonseca Sad necessidade de buscar mais no­ levam as pessoas a refletir sobre a vidades, pesquisar mais e trocar qualidade dos medicamentos que ferência e que mostram presença mais experiências.” estão no mercado sobre suas tare­ de impurezas, diferenças nas con­ fas e responsabilidades. E mesmo centrações de princípio ativo que Bibliografia recomendada: no setor privado, que não precisa podem levar a diferença nas doses. cumprir a lei de licitações, estes Discuto muito a falta de estudos • Donabedian A. The quality of care. How can it be assessed? 1988, Arch tópicos podem ser discutidos com clínicos para comprovação de Pathol Lab Med 1997;121(11): os administradores hospitalares, eficácia desses medicamentos, e 1145­50. mostrando a responsabilidade como não posso deixar de frisar • Falconi V. O Verdadeiro Poder. Ed: do farmacêutico nas aquisições e as deficiências da fiscalização no INDG Tecnologia e Serviços Ltda. como ele é o profissional indica­ país. Quem está fiscalizando a 2009; 159 pp. • Pradhan M. Quality in healthcare: do para garantir a qualidade dos produção de medicamentos du­ process. Best Practice & Rese­ medicamentos. rante toda a validade do registro arch Clinical Anaesthesiology. no Ministério da Saúde, que é de 2001;15(4):555­571. Essa apresentação promove a discussão e a reflexão dos profis­ sionais envolvidos. Além disso, a troca de experiências que aconte­ ce durante o evento é muito enri­ quecedora, pois os farmacêuticos colocam situações reais vividas no seu ambiente de trabalho, buscando opiniões e sugestões de como agir para garantir o melhor tratamento farmacológico para os pacientes. Para enriquecer ainda mais a discussão são apresentados tra­ balhos publicados na literatura que avaliam as comparações entre medicamentos genéricos e de re­ 13
  • 14. FarmacêuticoemFoco Autoestima: a melhor escolha contra o câncer de mama Os “Encontros com a Autoestima” reuniram mais de 400 pacientes, amigos e familiares. campanha foi direcionada para a fase mais difícil da doença, ou seja, o tratamento e seus reflexos na qualidade de vida.Foram rea­ lizadas inúmeras ações vivenciais, como sessão de maquiagem, fotos e informações sobre o câncer de mama para toda a família. Além disso, as melhores imagens e de­ poimentos das ações originaram dois calendários, um de mesa A e outro de parede, e foram dis­ Campanha Espe­ Durante toda tribuídos em clínicas, hospitais rança e Vida, pro­ participantes, e demais profissio­ movida pela As­ a campanha é nais da área em todo o país. As traZeneca, é uma constantemente ações foram bastante premiadas iniciativa social realizada em na mídia, e os “Encontros com a parceria com clínicas e hospitais ressaltado que o Autoestima” foram destaque em especializados em oncologia, na diversos veículos nacionais, con­ comportamento positivo qual visa promover a valorização correndo inclusive no 34º Lupa das mulheres que estão passando do paciente pode de Ouro, maior premiação da por qualquer tratamento de com­ indústria farmacêutica em 2010, bate ao câncer de mama, estimu­ influenciar diretamente e sendo vencedor nas categorias lando o resgate da autoestima nos resultados do “Evento de Responsabilidade dessas pacientes. Social” e “Comunicação Visual” tratamento do 11º Prêmio Caio, considerado O projeto teve início no ano de o “Oscar” na área de eventos, ma­ 2009, juntamente com o “Encon­ rketing promocional e turismo de tro com a Autoestima”, realizado (Rio de Janeiro, RJ), Clinionco negócio, realizado no último mês em clínicas e hospitais oncológi­ (Porto Alegre, RS), Oncomed de fevereiro. cos de inúmeras cidades do país. (Belo Horizonte, MG), ICESP – Instituto do Câncer do Estado de Durante toda a campanha é cons­ Dentre as instituições participan­ São Paulo (São Paulo, SP), NOB tantemente ressaltado que o com­ tes estavam o CRIO – Centro – Núcleo de Oncologia da Bahia, portamento positivo do paciente Regional Integrado de Onco­ entre outras. pode influenciar diretamente nos logia (Fortaleza, CE), Instituto resultados do tratamento. Dessa de Oncologia do Vale (São José Os “Encontros com a Autoesti­ forma, a autoestima é considerada dos Campos, SP), Instituto do ma” reuniram mais de 400 pacien­ fundamental para que a mulher Radium (Campinas, SP), INCA tes em tratamento, juntamente enfrente a doença, tenha uma – Instituto Nacional do Câncer com amigos e familiares. Toda a melhor qualidade de vida e con­ 14
  • 15. FarmacêuticoemFoco sequentemente obtenha sucesso no tratamento. Outro fator preponderante é que através dos encontros tornou­se possível a troca de experiência entre pacientes que vivenciaram situações semelhantes, além de desfrutarem de momentos agra­ dáveis, ouvindo os mais diversos relatos sobre a importância da autoestima ao longo do processo de cura da doença. A iniciativa está focada em traba­ lhar a humanização, o resgate e Estúdio fotográfico criado no Encontro da Autoestima. manutenção da autoestima dessas mulheres que sofrem ou sofreram pelo câncer de mama. Uma das Estudos as principais características da melhores formas para atingir esse participante, no qual é avaliado o apontam objetivo é o apoio constante e trabalho desenvolvido, auxiliando incondicional da AstraZeneca às que quanto maior a na montagem de atividades no instituições e profissionais da área hospital ou na clínica, enquanto da saúde que têm experiência no autoestima, maior os parceiros e familiares recebem tratamento desse tipo de tumor. será sua segurança guias com conselhos de como lidar com a paciente, além de um Estudos apontam que quanto e tranquilidade, guia para crianças e adolescentes maior a autoestima, maior será para ajudá­los a enfrentar essa tornando o tratamento sua segurança e tranquilidade, situação. tornando o tratamento mais efi­ mais eficaz caz, e esse é um dos pontos que os Durante este ano, o projeto pre­ médicos, enfermeiros e psicólogos tende ainda realizar 18 ações, e a buscam aprimorar. Ao final do “Encontro com a primeira já foi realizada no final Autoestima”, as participantes do mês de fevereiro no Oncocen­ Também foram entregues para as recebem um questionário, que tro do Hospital São Carlos, na pacientes o Oncoguia com instru­ tem como objetivo conhecer quais cidade de Fortaleza ­ CE. ções sobre os direitos do portador de câncer, e um formulário com a pergunta “O que deixa sua autoes­ Guia para a paciente tima elevada?”, que tem o intuito de fazer com que as pacientes re­ No Guia para a Paciente são apresentadas importantes dicas para que a paciente enfrente o câncer sem perder sua feminilidade. flitam sobre quais os valores mais Também é apresentada a importância da autoestima durante importantes para a mulher que todo o processo de cura, valorizar o apoio dos familiares e passa por esse momento delicado. amigos, e o quanto é fundamental manter os cuidados antes, durante e depois do tratamento. Outra ação abordada na campa­ nha foi a distribuição de guias O guia foi elaborado para que a paciente saiba que é necessário explicativos, com dicas de como estar bem fisicamente e mentalmente durante o tratamento, e que se informar sobre a doença e as terapêuticas existentes é o manter a qualidade de vida, a au­ melhor caminho a ser escolhido no processo de cura da doença. toestima e a sexualidade. 15
  • 16. FarmacêuticoemFoco EM FOCO Canal de relacionamento tem novo layout poderá solicitar no Acess Net re­ sumos e íntegras de estudos cien­ tíficos de forma gratuita e com rapidez, através de uma equipe especializada e de um banco de dados com materiais nacionais e internacionais. No portal também é possível en­ contrar apresentações de cursos e palestras realizadas no Brasil, ministradas por renomados pro­ fissionais da área, juntamente com uma agenda científica com data, local e sites dos principais eventos e congressos do campo farmacêutico no Brasil e no exterior. O canal de relacionamento farmacêutico da AstraZene­ ca na internet está com um novo relevância na prática diária dos farmacêuticos. Em Eventos AstraZeneca é dis­ ponibilizada uma programação com cursos de Atualização layout. Com um visual moderno Durante o ano serão ao todo Farmacêutica e encontros far­ e sofisticado, o site traz novidades quatro vídeos­aula, sendo que macêuticos promovidos pela interessantes e continuará propor­ a primeira será apresentada AstraZeneca. cionando ao farmacêutico o acesso no próximo dia 21 de junho, rápido à informação e atualização e as demais acontecerão nos O internauta que acessar o link científica, através dos mais diver­ dias 12 de julho, e no mês de Jornal Interno poderá visualizar sos serviços disponíveis. agosto nos dias 2 e 23. Todas todas as edições do nosso Jornal as aulas vão estar relacionadas Farmacêutico em Foco, além de Um dos destaques da nova página à cardiologia. ter a possibilidade de esclarecer será a inclusão de webmeetings, dúvidas ou dar sugestões de ma­ uma série de aulas de extrema Além disso, o visitante também neira interativa. Produzido em maio/2011 O Jornal Famacêutico em Foco é uma publicação da Office Editora e Publicidade Ltda. patrocinada pela AstraZeneca do Brasil Ltda. - Diretor Responsável: Nelson dos Santos Jr. - Diretor de Arte: Roberto E. A. Issa - Diretora Executiva: Waléria Barnabá - Publicidade: Adriana Pimentel Cruz, Rodolfo B. Faustino e Denise Gonçalves - Jornalista Responsável: Cynthia de Oliveira Araujo (MTb 23.684) - Redação: Flávia Lo Bello, Luciana Rodriguez e Eduardo Ribeiro - Gerente de Produção Gráfica: Roberto Barnabá - Departamento Jurídico: Martha Maria de Carvalho Lossurdo (OAB/SP 154.283) - Fotos: João Cláudio Cote. Office Editora e Publicidade Ltda. - Rua General Eloy Alfaro, 239 - Chácara Inglesa - CEP 04139-020 - São Paulo - SP - Brasil - Tel.: (11) 5078-6815 - Fax: 2275-6813 - e-mail: redacao.office@uol.com.br. Todos os artigos assinados têm seus direitos reservados pela editora. É proibida a reprodução total ou parcial dos artigos e de qualquer imagem dos mesmos sem autorização dos autores e da editora. Os artigos publicados são de responsabilidade de seus autores, não refletindo obrigatoriamente a posição desta publicação. (04611R) AstraZeneca do Brasil Ltda Rod Raposo Tavares km 26,9 06707 000 Cotia SP Brasil www.farmaceuticoemfoco.com.br ­ SAC / ACCESS net 0800 014 55 78 www.astrazeneca.com.br 16