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Telejornalismo, Agenda-Setting e Twitter: possibilidade metodológica para o teste
de efeitos comportamentais
Graça Penha Nascimento Rossetto1
Rafael Cardoso Sampaio2
Samuel Anderson Rocha Barros3
Marília Duarte de Ávila Ribeiro4
Resumo
Este estudo visa propor uma metodologia alternativa para se averiguar indícios do efeito
de Agendamento (Agenda-Setting) no público pelos telejornais noturnos. Em segundo
lugar, buscou-se verificar qual telejornal seria o mais citado pelos internautas. Para
tanto, foi selecionado um evento de grande cobertura midiática, o julgamento do ex-
ativista Cesare Battisti e foram verificados os comentários na rede social Twitter sobre o
caso. Buscou-se levantar os tweets (mensagens) que mencionavam tanto Battisti quanto
algum dos 4 principais telejornais noturnos (JN, Band, SBT e Record). O estudo
verificou 268 menções captadas em 4 dias, que relacionam Battisti a um dos 4 jornais e
evidencia que o JN é a principal fonte de tais indivíduos (72%) das menções. Ao fim,
discutem-se as limitações e vantagens da aplicação de tal metodologia.
Palavras-chave: Agendamento – Agenda-Setting - telejornais– efeitos da mídia
INTRODUÇÃO
1
Doutoranda em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Facom/UFBA) e membro do Centro de
Estudos Avançados em Democracia Digital e Governo Eletrônico (CEADD). Contato:
graca_rossetto@yahoo.br.
2
Doutorando em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Facom/UFBA) e membro do CEADD.
Contato: cardososampaio@yahoo.com.br.
3
Mestrando em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Facom/UFBA) e membro do CEADD.
Contato: samuel.barros77@gmail.com.
4
Graduanda em Comunicação Social com habilitação em Produção Cultural na Faculdade de
Comunicação/UFBA. Contato: mariliadeavila@gmail.com.
Este estudo examina os efeitos da hipótese do agenda-setting a partir de uma
perspectiva metodológica ainda pouco testada, utilizando o Twitter como ferramenta de
medição de seus efeitos. O pressuposto básico dessa abordagem é que os assuntos
colocados em pauta pelos meios de comunicação de massa agendam o público,
chegando a tornar-se tema de suas conversas cotidianas. Em segundo lugar, é assumido
que, no caso brasileiro, os telejornais nacionais são os principais veículos para tal
agendamento das conversações diárias.
A forma de testar o agendamento é tradicionalmente uma combinação de análise de
conteúdo e aplicação de questionários (surveys). Apesar de consagrada pelos anos e
pelos testes de comprovação, essa metodologia é freqüentemente questionada sobre qual
o tempo ideal de espera entre esses dois momentos; sem mencionar as questões
específicas de comprovação do efeito, que podem, mesmo sem intenção, direcionar a
atenção do entrevistado para o tópico a ser testado.
O Twitter é uma rede social relativamente recente, criada em 2006, na qual qualquer
pessoa pode criar um perfil e compartilhar informações através de mensagens de até 140
caracteres. Também visto como microblogging, esse espaço de partilha possui grande
visibilidade no meio online. Formula-se a hipótese, portanto, que o Twitter tem uma
vantagem para o teste da Agenda porque ele não mede a opinião, mas o comportamento
de quem fala espontaneamente sobre algo. O que poderia ser uma espécie de solução
para o problema apresentado por Bourdieu de que as pessoas não têm opinião sobre os
fatos ou acontecimentos até serem perguntadas por surveys (BORDIEU, 1973). Dessa
forma, tal metodologia seria capaz, inclusive, de tornar visível um componente
comportamental da hipótese, que é a mobilização das pessoas a respeito dos assuntos
veiculados nos media. Além disso, pretende-se também comprovar como hipótese
secundária que, dentre os quatro analisados, o Jornal Nacional é a principal esfera de
visibilidade política, gerando um maior efeito de agendamento nos participantes do
microblog.
Para o teste das hipóteses, foi feito um levantamento durante quatro dias (entre 8 e 11 de
junho) com o intuito de identificar qual o telejornal noturno causa maior repercussão na
rede. Utilizando uma ferramenta de monitoramento online e a própria busca do Twitter,
o “caso Battisti” foi pesquisado junto com os principais telejornais nacionais de cada
uma das quatro maiores emissoras abertas do país, a saber, Jornal Nacional, Jornal da
Record, SBT Brasil e Jornal da Band. A partir dessa busca, foram confirmadas as duas
hipóteses. Conclui-se, de tal modo, que a metodologia pode aprimorar os estudos de
agendamento, oferecendo inclusive perspectivas alternativas ao campo. Todavia
admitem-se dois fatores limitadores: o perfil de usuários do Twitter no Brasil e a
impossibilidade de se realizar surveys ou experimentos controlados para se comprovar o
efeito.
1. A agenda do mass media
O Agendamento teve seu início num insight sucinto e em seguida explorado
exaustivamente por pesquisas e investigadores da sua área de conhecimento. A partir de
uma hipótese simples sobre os efeitos dos meios de comunicação de massa na atenção
do público sobre determinados temas – em especial sociais e políticos – o pressuposto
expandiu-se e a alcançando o status de teoria incluiu proposições sobre condições dos
efeitos observados, influências que estabelecem a agenda dos media, o impacto dos
elementos específicos das mensagens e uma variedade de conseqüências do processo de
agendamento como um todo.
De acordo com o próprio McCombs, autor que iniciou as investigações sobre essa
teoria, suas origens imediatas datam de 1967, numa observação inicialmente
despretensiosa sobre o papel das notícias na primeira página do Los Angeles Times ao se
verem diante da questão se o impacto de um evento fica diminuído quando a história
recebe um posicionamento menos proeminente (McCOMBS, 2009).
No entanto, é Walter Lippman que é considerado o pai da Agenda-setting, já que foi
quem apresentou sua tese na década de 20 dizendo que “os news media, nossa janela
para o vasto mundo além da nossa experiência direta, determinam nossos mapas
cognitivos do mundo” (McCOMBS & REYNOLDS, 2002, p.2).
Diante de muitas questões e dúvidas, os estudos evoluíram e os pesquisadores
enxergaram a necessidade da mudança metodológica, acrescentando à observação dos
noticiários a aplicação de questionários. O trabalho seminal5
desta teoria foi então
5
“The agenda-setting function of mass media” de 1972.
realizado em Chapel Hill, em 1968, analisando a campanha presidencial dos Estados
Unidos e com a aplicação de um questionário em eleitores indecisos. O pressuposto
desta pesquisa era que no meio do público em geral, esse grupo que estava interessado
na eleição, mas indeciso sobre seu voto, estaria mais disponível à influência dos media.
Assim, teve início a teoria da agenda.
Hoje são centenas de trabalhos empíricos que confirmam a então hipótese dos anos 70 e
vão além. No entanto, o pressuposto básico mantém-se: a função do agendamento dos
veículos noticiosos é a habilidade de influenciar o destaque dos tópicos na agenda
pública. Ou seja, os assuntos mais destacados pelos meios de comunicação são aqueles
que serão temas das conversas cotidianas. Não obstante, os mais destacados pelos media
serão mais destacados também pela audiência.
Assim, a agenda-setting é a compreensão que as pessoas têm de grande parte da
realidade social lhes é fornecida, por empréstimo, pelos media, logo se expõe assim
suas opiniões. Nesse ponto é importante destacar que como bem disse Bernard Cohen e
destaca McCombs (2009, p. 19) “os veículos noticiosos podem não ser bem sucedidos
em dizer às audiências o que dizer, mas são surpreendentemente bem-sucedidos em
dizer às audiências sobre o que pensar”6
. Ou seja, são indícios sobre o que pensar, mas
não sobre como pensar determinadas questões.
Portanto, a definição da agenda pelos media é que a agenda dos meios de comunicação
de massa, através da sua cobertura padrão noticiosa, torna seus assuntos mais
destacados os mais importantes do público, formando sua pauta através de uma
transferência de saliência do tópico.
É claro que é preciso considerar a capacidade da agenda pública e a competição entre os
temas para ocupar um lugar nesta agenda, sem falar nos diferentes meios de
comunicação (entenda-se suporte) que disputam a atenção do público. Logo, os media
enquanto “agendadores” têm sua importância e especificidades que destacam mais ou
menos cada um na disputa pela atenção do público.
6
COHEN, B. The Press and Foreign Policy. Princeton, NJ: Princeton University Press, 1963, p.13.
Apesar de não haver consenso sobre quem agenda com maior freqüência ou maior
intensidade, no caso dos jornais versus televisão (McCOMBS, 2009), por exemplo,
podemos recorrer à outra abordagem das teorias da comunicação para defender o quão
importante é o meio enquanto sujeito capaz de agendar o público. Trata-se do modelo
comunicativo de Laswell, que apesar de limitado oferece um estudo interessante quando
explora quem, diz o quê, através de que canal e com que efeito. Neste caso, se nos
detivermos no canal, é fácil ratificar sua importância bem como a organização da
mensagem por ele.
1.1 A centralidade e importância do Jornal Nacional na esfera de visibilidade
pública brasileira
“Uma das características mais marcantes do início deste novo milênio é a centralidade
da mídia na vida humana, seja como fonte de entretenimento, de informação ou como
instrumento de trabalho” (LIMA, 2001, p. 175). O campo midiático, em especial o
campo jornalístico, tem o papel central nas relações com os diversos campos sociais,
pois ele promove diálogos (e conseqüentemente relações) entre os demais campos. É
através deles que diferentes campos e atores sociais dão publicidade às suas questões
(AMARAL e BORELLI, 2005).
Segundo Rodrigues (2002 apud AMARAL e BORELLI, 2005), essa centralidade dos
media, como instância de socialização, ligaria os diferentes campos sociais e poderia
definir seus temas, facilitando o diálogo entre eles e tendo, dessa forma, um efeito na
construção de realidade. Logo, através dessa tematização, os meios de comunicação
mostrariam, conforme sua própria avaliação, os temas realmente importantes a serem
debatidos e questionados.
Em especial, as empresas de comunicação detêm o que Wilson Gomes denomina como
“esfera de visibilidade pública”, que nas democracias representativas se tornou a
mediação fundamental entre os cidadãos e o sistema político e nas relações dos cidadãos
entre si (GOMES, 2004). “Não surpreende, portanto, que a mídia tenha também se
transformado em palco e objeto privilegiado das disputas pelo poder político na
contemporaneidade e, conseqüentemente, em fonte primeira das incertezas com relação
ao futuro da democracia” (LIMA, 2001, p. 176).
Por sua vez, no centro da comunicação de massa (geralmente denominada
genericamente como “a mídia”) está a televisão (GOMES, 2009). Ela seria a grande
concentradora da atenção pública, “a grande vitrine da visibilidade pública nacional”
(Ibidem, p. 185). A televisão desfrutaria de uma posição dominante no que se refere à
audiência e à credibilidade entre os diversos mass media (LIMA, 2001, p. 193).
Segundo pesquisa realizada por Vizeu (2008 apud Camargo et al, 2011), o
telejornalismo responderia como principal fonte de informação para 56% dos
entrevistados. Camargo e equipe (Ibidem) ainda enfatizam que é o meio de acesso mais
barato e abrangente7
, não importando a classe social ou cultural de seu público.
Segundo Wilson Gomes, o único programa a respeito da atualidade (ou seja, que
contenha notícias e atualidades com tratamento jornalístico) no Top 5 da audiência no
Brasil seria o Jornal Nacional, que além de sua longevidade (está no ar desde 1969), se
encontra entre dois programas de grande audiência: as telenovelas (GOMES, 2009).
Há teorias de que o sucesso no Jornal Nacional está relacionado à sua criação e ao seu
desenvolvimento em parceria com a ditadura militar8
. Porém, Veras Júnior (2009)
também enfatiza outros aspectos importantes que foram vitais para sua consolidação,
como ter sido o primeiro telejornal a entrar ao vivo e a utilização das mais recentes
tecnologias do mercado (foi o primeiro a usar VT em relação aos filmes de 16 mm, por
exemplo).
Itânia Gomes e equipe também afirmam que “o Jornal Nacional representa o conjunto
mais bem-acabado de marcas que caracterizariam um telejornal: a temática, o formato, o
cenário, os apresentadores, tudo contribui para a identificação do programa com o
gênero” (GOMES et al, 2005, p. 6). Os pesquisadores realçam a ênfase que o JN deu à
cobertura ao vivo, à capacidade de “estar lá”. “A transmissão em tempo real do
7
Poderia se argumentar que tal título pertenceria ao rádio. De toda forma, Lima (2001) e Aldé (2004)
enfatizam os diversos motivos para a TV ter se tornado mais abrangente e importante no campo político,
como ter tornado as pessoas insensíveis ao texto escrito ou falado, já que a TV lhe permite o som e
imagem em conjunto. A TV também permitiria mais intimidade com as notícias, pois tornaria mais difícil
a distinção da ficção e realidade.
8
Para ver um resumo de tal teoria, ver Albuquerque, 2011.
acontecimento remete à capacidade tecnológica do programa e reforça o pacto de
atualidade estabelecido com a audiência” (Ibidem, p. 8).
De toda forma, importa para nosso estudo dizer que o JN está no grande centro da esfera
de visibilidade do Brasil (GOMES, 2009). Segundo pesquisa do Ibope (VERAS JR.,
2009), em média, 31% dos domicílios monitorados estão sintonizados no Jornal
Nacional no período das 20-21h. Mesmo que, no passado, o JN tenha obtido mais de
60% da audiência, ainda pode-se afirmar que este é o prime time do jornalismo
brasileiro, sendo assim também o intervalo televisivo mais caro da publicidade
brasileira (GOMES, 2009; VERAS JR., 2009).
Por tal questão, entre outros motivos, o JN já atraiu bastante atenção do campo
acadêmico. No que se refere à atenção dos pesquisadores de Comunicação e Política,
podemos apontar três áreas de concentração de estudos9
: a cobertura jornalística em
períodos de eleições (ALDE, 2003; MIGUEL, 2003; PORTO, 2007), a cobertura de
escândalos políticos (CHAIA, 2001; LIMA, 2006; VASCONCELOS, 2007), a
avaliação dos enquadramentos (ALBUQUERQUE, 2011; CUNHA, 2005; MAIA et al,
2009) e a possibilidade do JN atuar na agenda, tema que nos interessa mais diretamente
agora.
Grande parte dos estudos não faz a verificação completa do agendamento. Ou seja,
realizam apenas a verificação da possibilidade de agenda-setting nos meios midiáticos
(e, no caso, no JN). Para tanto, é recortado um período de tempo e verifica-se a
excessiva concentração de certo tema ou assunto. Em especial, tal verificação tende a
ser despertada por um evento chave, como a Copa do Mundo (AMARAL, BORELLI,
2006); tragédias (GARCI, 2010); escândalos (VASCONCELLOS, 2006), ou ainda pela
definição de períodos temporais, às vezes aleatórios (VERAS JR. 2009; CAMARGO et
al, 2011), às vezes escolhidos intencionalmente, como o mandato de um presidente
(CUNHA, 2005). Assim, são poucos os estudos que efetivamente realizam surveys com
o público para verificar sua agenda para depois comparar com a agenda dos produtos
jornalísticos10
. Mas a concentração de matérias sobre um determinado assunto, dizem
tais pesquisadores, já aponta o agendamento nos mass media, o que já pode trazer as
9
Há obviamente outras várias. A tipologia visa apenas facilitar o entendimento das diferentes abordagens
utilizadas. Também é importante dizer que a classificação não é auto excludente. Um artigo pode avaliar
enquadramentos e, por exemplo, entrar no tema dos escândalos políticos por exemplo.
conseqüências esperadas pela teoria do agenda-setting (determinar os problemas
públicos mais urgentes a serem discutidos).
De acordo com McCombs e Reynolds (2002) as melhores evidências que os meios de
comunicação são as causas desses tipos de efeitos vêm de experimentos controlados em
laboratórios, as pesquisas quasi-experimentais ao invés de pesquisas empíricas. Isso se
deve ao fato de que no caso daquelas torna-se possível isolar as variáveis e então gerar
uma relação de causa. Já numa pesquisa empírica a verificação fica limitada a uma
correlação.
No entanto, a maioria das pesquisas é empírica, um misto de análise de conteúdo e
aplicação de questionário. Daí a questão passa a ser qual o momento de aplicação do
questionário, se posterior, anterior ou concomitante à análise de conteúdo.
O questionário é aparentemente até então a única forma de testar o efeito
comportamental do agendamento. Neste trabalho, porém, a proposta é testar outra
perspectiva metodológica para medição do agendamento, mais especificamente deste
efeito comportamental que leva o indivíduo a (no caso espontaneamente) tornar pública
sua opinião a respeito de determinado tema também tratado pelos meios de
comunicação de massa.
2. O Twitter e as possibilidades metodológicas para o teste de agenda
A internet trouxe pelo menos duas novidades em relação ao cenário midiático
pressuposto quando da formulação e desenvolvimento da teoria da agenda. Primeiro,
aumentou vertiginosamente as pessoas capazes de emitir mensagens com potencial
massivo, o que André Lemos (2007) chama de liberação do pólo emissor. Segundo, e
em decorrência, as possibilidades comunicativas potencializadas pela internet
aumentaram significativamente a gama de discursos acessíveis sobre a realidade social.
De modos diferentes, esperava-se que estas duas novidades poderiam inviabilizar ou
enfraquecer o efeito de agenda dos mass media.
10
O estudo de Barros Filho e Fabro (1998) é uma dessas exceções, comprovando inclusive o efeito pela
comparação das agendas.
No entanto, pesquisas (ROBERTS et al., 2002; PREGOWSKY, 2005) têm demonstrado
que as mensagens com alta visibilidade continuam limitadas; por mais que praticamente
todos possam publicar conteúdo na internet. Na relação entre mass media e internet,
configurou-se um complexo ambiente, onde os conteúdos de diferentes mídias se
completam, propiciando diferentes modos de consumo, mas ainda assim agendando
temas e modos de dizer (MERAZ, 2011). Por exemplo, a TV não foi deixada de lado
por causa de qualquer prática comunicativa da internet, mas, antes, configurou-se um
ambiente midiático, onde as pessoas montam seus cardápios de consumo de conteúdos,
por vezes, concomitante.
Tal cenário é desafiador para a pesquisa de agenda-setting, mas também pode trazer
possibilidades de avanço. Nomeadamente, ao se considerar que, primeiro, o usuário
deixa “rastros” durante a navegação que indicam com segurança os conteúdos mais
consumidos. Deste modo, as pesquisas que buscam testar a correlação entre a agenda da
mídia e a agenda do público podem fazer afirmações mais seguras ao se considerar o
que, de fato, este público consumiu. Segundo, uma possibilidade mais animadora, que
este artigo buscou testar, são as manifestações espontâneas de pessoas sobre assuntos
com circulação massiva em redes de contato interpessoais.
Neste sentido, Roberts e equipe (2002) fez um teste pioneiro que procurou medir a
correlação entre o consumo de fontes tradicionais de notícias e a participação em
discussões situadas em Electronic Bulletin Boards (EBB). O artigo tem como objetivo
investigar uma dimensão comportamental, através da mensuração do uso que as pessoas
fazem das informações dos media nas discussões. A correlação foi provada para três dos
quatro temas testados, o que levou à conclusão de que a “cobertura midiática
aparentemente pode fornecer as informações aos indivíduos para serem usadas em
discussões na internet”11
(ROBERTS et. al., 2002, p.464).
Conforme podemos constar a partir do estudo de Roberts e equipe (2002), as falas
espontâneas de indivíduos, a partir de conteúdos noticiosos consumidos, dá ao
pesquisador de agenda-setting a possibilidade de aferir a influência dos media sem a
total necessidade da survey. E, mais, nesta situação pode-se aferir o que as teorias de
11
Media coverage apparently can provide individuals with information to use in their Internet
discussions.
media effects chamam de efeito comportamental, uma vez que os media afetaram, em
alguma medida, os temas das “conversas” que os indivíduos têm online.
Entre as ferramentas existentes atualmente, o Twitter parece ser a mais propícia para o
teste destas possibilidades, mas aparentemente a premissa pode ser válida para outros
sites de redes sociais e blogs. Essa rede social online nasceu em 2006 e permite aos
usuários enviar ou receber atualizações que contenham, no máximo, 140 caracteres. Por
essa delimitação de conteúdo, a rede passou a ser considerada um microblogging,
serviço com atualizações breves e públicas12
. Em 2010, o Twitter divulgou o número
total de usuários registrados, 175 milhões (no Brasil, estima-se que existam 16 milhões
de usuários). Segundo uma pesquisa realizada pela agência Bullet13
, esse público é
composto, em sua maioria, por homens (61%) na faixa de 21 a 30 anos (65%), solteiros
(82%) e cursando ensino superior (37%) ou já com ele completo (31%. A pesquisa
ainda afirma que, 60% do total de usuários são considerados formadores de opinião e
possuem um blog pessoal. Outros dados interessantes: 1) 91,4% dos entrevistados
afirmam se informar pelo Twitter na categoria internet, 2) 79% afirmam usá-lo para
compartilhar informação e links (97% afirmam clicar em links recebidos pelo
microblogging!), 90,07% para compartilhar opiniões e críticas e 49,24% para
conversação com diversas pessoas diferentes (dentro disso, 43% afirmaram que
respondem a todos reply recebidos e 41,27% que respondem a quase todos recebidos), o
que evidenciam que a ferramenta tem alto potencial de informação e também um
considerável viés para a conversação do ponto de vista de seus usuários. Segundo a
pesquisa, “cerca de 87% das pessoas confia nas opiniões dos outros membros e ainda
quase 80% já seguiu dicas recebidas pelo Twitter e aprovaram. Ainda, quase 85%
acredita que o Twitter aproxima as pessoas”.
O Twitter, então, parece-nos especialmente interessante por ter uma espécie de contrato
de uso fundado em relatos, considerações e interpretações da vida cotidiana das pessoas.
Há uma expectativa de que as pessoas falem o que estão fazendo, pensando, sonhando.
12
Outra característica interessante do Twitter é o trend topic (ou Tópicos da Tendência). Quando um
assunto (visto por palavras-chave ou marcadores/etiquetas) recebe muitas mensagens, ele aparece nos
trend topics dos usuários (em sua página inicial). É possível você clicar em tais links e seguir todos os
tweets com essas palavras-chave.
13
A pesquisa a seguir foi realizada pela agência Bullet com 3.268 brasileiros, usuários da rede de
microblogging Twitter, com o objetivo de traçar o cenário do Brasil no Twitter e mapear o perfil dos
membros da ferramenta. Disponível em: http://www.mestreseo.com.br/twitter-seo/estatisticas-
twitter-brasil. Acesso 30 Jul. 2011.
Com isso, diagnosticado que as pessoas têm um cardápio informativo diário e
diferenciado, abastecido por uma variedade de veículos de meios de comunicação,
podemos considerar possível apurar, através do Twitter, que tipo de conteúdo midiático
as pessoas estão consumindo ou, mesmo, o que pensam sobre eles.
Foram, então, formuladas as seguintes hipóteses de pesquisa:
H1: O Twitter é uma ferramenta que pode ser bem utilizada para testar a ocorrência da
agenda-setting, tornando visível o componente comportamental da hipótese.
H2: Dentre os quatro analisados, o Jornal Nacional é a principal esfera de visibilidade
política, gerando um maior efeito de agendamento nos participantes do microblogging.
2.1 Um teste da metodologia
Dada a rapidez com que os temas são discutidos no Twitter, para testar nossa
metodologia foi escolhido um assunto que estava em pauta na época de realização da
pesquisa, o caso do julgamento do ex-ativista Cesare Battisti, então preso no Brasil. Na
semana em que foi feito o monitoramento, o Supremo Tribunal Federal (STF) julgou a
constitucionalidade da negação da extradição decidida pelo ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva no seu último dia de governo. Nesta mesma semana, o “caso Battisti” teve
como desfecho o reconhecimento à legitimidade do ato do ex-presidente, a negação da
extradição, pedida pelo Governo da Itália, onde Battisti é condenado à prisão perpétua, e
a declaração da liberdade do ex-ativista.
O segundo passo na definição da pesquisa foi a busca pelo melhor entendimento do
modo de funcionamento do Twitter enquanto ferramenta e de quais possibilidades
técnicas teríamos ao nosso auxílio para medir o quanto aquele assunto havia repercutido
em um curto espaço de tempo. Depois de uma rápida pesquisa, decidimos pelo uso do
sistema de busca do próprio Twitter e do software online Scup.
O Scup é uma ferramenta de monitoramento em mídias sociais. Ele capta as menções de
termos escolhidos em redes como Twitter e Facebook e armazena de forma organizada.
Ele também aceita diversas formas de classificação e produz gráficos que podem ser
exportados para programas como o Excel. Por ter todas essas funcionalidades, o Scup
foi a ferramenta escolhida para realizar o monitoramento dos principais telejornais
brasileiros no Twitter.
Foi decidido que quatro dias seriam suficientes para mensurar o comportamento do
internauta a partir da cobertura do julgamento de Battisti pelos quatro principais
telejornais brasileiros. Esse tempo deve-se, sobretudo, a data de realização do
julgamento e aos noticiários que o antecederam e o precederam, gerando suítes. Aliado
a isso, a rapidez com que os assuntos passam pela rede social escolhida também foi
ponto importante para reduzir o período de “vida” da discussão.
Os jornais escolhidos foram: Jornal Nacional (Globo), Jornal da Band (Band), Jornal da
Record (Record) e SBT Brasil (SBT). Todos eles são telejornais noturnos e com alta
audiência em relação a outros programas de seus canais, sendo considerados os
principais telejornais de cada emissora. Então, iniciamos o monitoramento no dia oito
de junho de dois mil e onze e encerramos no dia onze de junho do mesmo ano.
Como a ferramenta Scup seleciona as menções de acordo com o termo procurado, foi
difícil decidir como seria a busca. Para procurar as menções do Jornal Nacional, por
exemplo, seria necessário pesquisar os termos “Battisti + Jornal Nacional”, “Battisti +
JN” e “Battisti + Globo”. Os outros três telejornais são mais simples nesse sentido por
terem as suas emissoras no próprio nome, a exemplo de “Jornal da Band”. Nesse último,
o único termo a ser procurado foi “Battisti + Band”. Outro problema é o fato de que, ao
utilizar o Twitter, as pessoas dizem que viram algo “na Band” e não no “Jornal da
Band”, mas se referindo à mesma fonte. Devido a essas dificuldades, foi decidido que
os termos pesquisados para cada telejornal, seriam os seguintes:
1 – Jornal Nacional  “Battisti + Jornal Nacional”; “Battisti + JN”; “Battisti + Globo”.
2 – Jornal da Band  “Battisti + Band”.
3 – Jornal da Record  “Battisti + Record”.
4 – SBT Brasil  “Battisti + SBT”.
Resultados
Os resultados encontrados já eram, de certa forma, esperados. Sendo a Rede Globo o
maior conglomerado de mídia do Brasil (MIGUEL, BIROLI, 2010), era esperado que
fosse utilizada como principal referência no Twitter, o que confirmado. De um total de
268 menções captadas nos quatro dias, 72% (193 menções) citaram o Jornal Nacional
(ou a Globo) como referência. O Jornal da Band teve 16% das menções (total de 44), o
Jornal da Record chegou a 8% (21 menções) e o SBT Brasil teve apenas 10 menções
(4%). Abaixo, um gráfico com os dados encontrados.
Percebeu-se também que o maior volume de menções aconteceu no dia dez de junho,
terceiro dia desde o início da divulgação do caso Battisti. No primeiro dia ocorreram 67
menções, no segundo, 75 menções, no terceiro houve um pico de 83 menções e a queda
começou no quarto dia, com 43 menções. Não é possível saber ao certo o motivo dessa
diferença entre os dias, já que o maior enfoque dado pelos telejornais ocorreu no início
do monitoramento. Supõe-se que o assunto pode ter demorado a ganhar força entre os
participantes da discussão. Novamente, vale a pena lembrar que algum assunto só
aparece no trend topic após certa repercussão e que sua aparição em tal local destacado
tende a retroalimentar a discussão (ex: alguém vê algo no trend topic, busca o motivo e
depois comenta a respeito).
Outro detalhe notado foi a quantidade de tweets com link de direcionamento para sites.
Das 268 menções, 199 possuíam direcionamento para outros sites, o que representa 74%
do total. Desses, a maioria indicava o G1 (um total de 107), portal de notícias da Globo.
Esse dado, em especial, tende a enfatizar a força que os as empresas jornalísticas
tradicionais ainda possuem sobre as conversações da esfera civil.
Conclusão
Esse trabalho buscou evidenciar outras possibilidades de estudos do agendamento pela
utilização dos sites de redes sociais, especificamente, o Twitter. Dessa maneira, foi
escolhido um tema polêmico e com grande repercussão nos jornais nacionais
televisivos, no caso, a não extradição de Battisti. Assim, a rede social Twitter foi
avaliada por 4 dias, buscando-se menções a Battisti e aos quatro principais jornais
nacionais da televisão brasileira.
Como hipótese principal estava a aposta destes pesquisadores no Twitter como uma
ferramenta eficiente para o teste da Agenda, sobretudo para detectar o componente
comportamental dos efeitos midiáticos. Ou, em outras palavras, as pessoas utilizam as
redes sociais para conversar depois da exibição de matérias em telejornais. Como nossa
pesquisa não inclui a survey com os entrevistados, há limitações no resultado. Alguns
internautas detectados podem, por exemplo, ter visto a notícia originalmente em outra
fonte, mas só a comentaram, retuítaram e afins após receber um link. Alguns poderiam
ter visto a notícia em um blog e apenas depois ter procurado a notícia em sites de
empresas jornalísticas. De toda forma, o fato da maior parte de nosso corpus conter
links e estes pertencerem a tais sites jornalísticos dá, no mínimo, forte evidência do
agendamento e, também, do efeito comportamental no sentido de incentivar as
conversações das pessoas acerca de determinado assunto. Apenas a survey pode
confirmar empiricamente o efeito de agendamento, mas nossa análise dá evidencias de
que ele acontece e de maneira bastante rápida.
Como hipótese secundária, esperava-se que o Jornal Nacional, da rede Globo, fosse o
mais citado pelos usuários. Apesar de ainda experimental e em desenvolvimento, tal
estudo evidenciou que há sim suporte para tal hipótese. No caso em tela, a maioria das
citações foi relacionada à Globo ou ao Jornal Nacional. Ademais, a pesquisa também
demonstrou que a maioria dos links encontrados na pesquisa também indicava o site G1,
que também é parte das Organizações Globo e que abriga o site do Jornal Nacional.
A pesquisa apresenta ainda algumas limitações. Primeiramente, o Scupe é incapaz de
fazer a detecção dos tweets por hora, ou seja, ficando impossível saber os horários de
pico das trocas de mensagens e verificar como acontece o agendamento dos telejornais
para as redes sociais. Em segundo lugar, são necessários outros estudos para se criar
uma efetiva pesquisa longitudinal, que possa garantir a confiabilidade dos dados,
conforme realizado por Roberts e equipe (2002). Esse é um estudo inicial e lidou apenas
com um caso, então seus resultados são limitados.
Há ainda a questão se as redes sociais online formam também a agenda pública ou
somente refletem a agenda dos meios de comunicação de massa. Aqui observamos esses
sites como mais uma fonte que interage com os media e, por que não, a comunicação
interpessoal para formação da agenda do público. É preciso reconhecer, e alguns
estudos de agendamento já fazem isso, que os meios de comunicação e a comunicação
interpessoal não competem entre si na formação da agenda, mas se complementam.
Logo, se olharmos nesse sentido, os sites de redes sociais são implementos a essa
lógica, e não algo necessariamente que potencializa uma situação já existente. A
diferença pode estar na atenção que esses sites podem despertar para e do campo
jornalístico.
Além disso, independente do veículo, é importante lembrar que “o agendamento dirige
nossa atenção às etapas formativas da opinião pública quando então os temas emergem
e logo conquistam a atenção do público” (McCOMBS, 2009, p.42), logo se trata
também de formação da opinião pública e não somente de pauta das conversas
cotidianas; por isso a busca pelo entendimento da formação da agenda, de quem são os
agendadores e do seu papel torna-se tão importante.
O estudo aqui proposto (análise de mensagens trocadas na internet) é uma etapa
relativamente nova nesse campo e, por isso, não tem o mesmo rigor de testes semi-
experimentais, como é geralmente realizado por pesquisas do agendamento. Por outro
lado, como dito anteriormente, há diversas críticas a tais estudos dos efeitos os media,
que submetem os indivíduos a um programa midiático e, logo, em seguida vão
averiguar suas opiniões. Este estudo enxerga como seu diferencial a vantagem de lidar
com opiniões reais, livres e expressas por vontade própria, abrindo caminho para uma
perspectiva alternativa de as pesquisas empíricas.
Referências
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______. As eleições presidenciais de 2002 nos jornais. Alceu - v.3 - n.6 - p. 93 a 121 - jan./jun.
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Presidenciáveis ao Jornal Nacional. Anais do XX Encontro da Compós, na Universidade
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singular da copa do mundo 2006. Disciplinarum Scientia, Série: Artes, Letras e Comunicação,
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Comunicação & Educação, Vol. 4, N. 11, 1998.
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Jornal Nacional. Anais do V Encontro dos Núcleos de Pesquisa da Intercom, 2005.
GARCI, Carla Costa. A midiatização e o agendamento da tragédia a cobertura do Jornal
Nacional nos acidentes com os aviões da TAM, em 2007, e da Air France, em 2009. Anais do
Cátedra Unesco de Comunicação para o Desenvolvimento Regional, 2010. Disponível em:
http://www2.metodista.br/unesco/1_Celacom%202010/arquivos/Trabalhos/18-A%20midiatiza
%C3%A7%C3%A3o%20e%20o%20agendamento_CarlaCosta.pdf
GOMES, Itania M. et al. Modo de Endereçamento no Telejornalismo do Horário Nobre
Brasileiro: o Jornal Nacional, da Rede Globo de Televisão. Anais do Congresso Brasileiro de
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construção de realidade na crise de 2005. Anais do 5º SBJor - Associação Brasileira de
Pesquisadores em Jornalismo- Universidade Federal de Sergipe – 15 a 17 de novembro de 2007.
VÉRAS JR.; Acácio Salvador. A cobertura cotidiana da política no Jornal Nacional e no
Jornal da Globo. 2009. Dissertação de Mestrado (Comunicação Social) – Programa de Pós-
Graduação em Comunicação Social da PUC-Minas. Belo Horizonte, 2009.
WOLF, Mauro. Teorias da Comunicação. Lisboa: Editorial Presença, 2001.

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Telejornalismo, Agenda-Setting e Twitter: possibilidade metodológica para o teste de efeitos comportamentais

  • 1. Telejornalismo, Agenda-Setting e Twitter: possibilidade metodológica para o teste de efeitos comportamentais Graça Penha Nascimento Rossetto1 Rafael Cardoso Sampaio2 Samuel Anderson Rocha Barros3 Marília Duarte de Ávila Ribeiro4 Resumo Este estudo visa propor uma metodologia alternativa para se averiguar indícios do efeito de Agendamento (Agenda-Setting) no público pelos telejornais noturnos. Em segundo lugar, buscou-se verificar qual telejornal seria o mais citado pelos internautas. Para tanto, foi selecionado um evento de grande cobertura midiática, o julgamento do ex- ativista Cesare Battisti e foram verificados os comentários na rede social Twitter sobre o caso. Buscou-se levantar os tweets (mensagens) que mencionavam tanto Battisti quanto algum dos 4 principais telejornais noturnos (JN, Band, SBT e Record). O estudo verificou 268 menções captadas em 4 dias, que relacionam Battisti a um dos 4 jornais e evidencia que o JN é a principal fonte de tais indivíduos (72%) das menções. Ao fim, discutem-se as limitações e vantagens da aplicação de tal metodologia. Palavras-chave: Agendamento – Agenda-Setting - telejornais– efeitos da mídia INTRODUÇÃO 1 Doutoranda em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Facom/UFBA) e membro do Centro de Estudos Avançados em Democracia Digital e Governo Eletrônico (CEADD). Contato: graca_rossetto@yahoo.br. 2 Doutorando em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Facom/UFBA) e membro do CEADD. Contato: cardososampaio@yahoo.com.br. 3 Mestrando em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Facom/UFBA) e membro do CEADD. Contato: samuel.barros77@gmail.com. 4 Graduanda em Comunicação Social com habilitação em Produção Cultural na Faculdade de Comunicação/UFBA. Contato: mariliadeavila@gmail.com.
  • 2. Este estudo examina os efeitos da hipótese do agenda-setting a partir de uma perspectiva metodológica ainda pouco testada, utilizando o Twitter como ferramenta de medição de seus efeitos. O pressuposto básico dessa abordagem é que os assuntos colocados em pauta pelos meios de comunicação de massa agendam o público, chegando a tornar-se tema de suas conversas cotidianas. Em segundo lugar, é assumido que, no caso brasileiro, os telejornais nacionais são os principais veículos para tal agendamento das conversações diárias. A forma de testar o agendamento é tradicionalmente uma combinação de análise de conteúdo e aplicação de questionários (surveys). Apesar de consagrada pelos anos e pelos testes de comprovação, essa metodologia é freqüentemente questionada sobre qual o tempo ideal de espera entre esses dois momentos; sem mencionar as questões específicas de comprovação do efeito, que podem, mesmo sem intenção, direcionar a atenção do entrevistado para o tópico a ser testado. O Twitter é uma rede social relativamente recente, criada em 2006, na qual qualquer pessoa pode criar um perfil e compartilhar informações através de mensagens de até 140 caracteres. Também visto como microblogging, esse espaço de partilha possui grande visibilidade no meio online. Formula-se a hipótese, portanto, que o Twitter tem uma vantagem para o teste da Agenda porque ele não mede a opinião, mas o comportamento de quem fala espontaneamente sobre algo. O que poderia ser uma espécie de solução para o problema apresentado por Bourdieu de que as pessoas não têm opinião sobre os fatos ou acontecimentos até serem perguntadas por surveys (BORDIEU, 1973). Dessa forma, tal metodologia seria capaz, inclusive, de tornar visível um componente comportamental da hipótese, que é a mobilização das pessoas a respeito dos assuntos veiculados nos media. Além disso, pretende-se também comprovar como hipótese secundária que, dentre os quatro analisados, o Jornal Nacional é a principal esfera de visibilidade política, gerando um maior efeito de agendamento nos participantes do microblog. Para o teste das hipóteses, foi feito um levantamento durante quatro dias (entre 8 e 11 de junho) com o intuito de identificar qual o telejornal noturno causa maior repercussão na rede. Utilizando uma ferramenta de monitoramento online e a própria busca do Twitter, o “caso Battisti” foi pesquisado junto com os principais telejornais nacionais de cada
  • 3. uma das quatro maiores emissoras abertas do país, a saber, Jornal Nacional, Jornal da Record, SBT Brasil e Jornal da Band. A partir dessa busca, foram confirmadas as duas hipóteses. Conclui-se, de tal modo, que a metodologia pode aprimorar os estudos de agendamento, oferecendo inclusive perspectivas alternativas ao campo. Todavia admitem-se dois fatores limitadores: o perfil de usuários do Twitter no Brasil e a impossibilidade de se realizar surveys ou experimentos controlados para se comprovar o efeito. 1. A agenda do mass media O Agendamento teve seu início num insight sucinto e em seguida explorado exaustivamente por pesquisas e investigadores da sua área de conhecimento. A partir de uma hipótese simples sobre os efeitos dos meios de comunicação de massa na atenção do público sobre determinados temas – em especial sociais e políticos – o pressuposto expandiu-se e a alcançando o status de teoria incluiu proposições sobre condições dos efeitos observados, influências que estabelecem a agenda dos media, o impacto dos elementos específicos das mensagens e uma variedade de conseqüências do processo de agendamento como um todo. De acordo com o próprio McCombs, autor que iniciou as investigações sobre essa teoria, suas origens imediatas datam de 1967, numa observação inicialmente despretensiosa sobre o papel das notícias na primeira página do Los Angeles Times ao se verem diante da questão se o impacto de um evento fica diminuído quando a história recebe um posicionamento menos proeminente (McCOMBS, 2009). No entanto, é Walter Lippman que é considerado o pai da Agenda-setting, já que foi quem apresentou sua tese na década de 20 dizendo que “os news media, nossa janela para o vasto mundo além da nossa experiência direta, determinam nossos mapas cognitivos do mundo” (McCOMBS & REYNOLDS, 2002, p.2). Diante de muitas questões e dúvidas, os estudos evoluíram e os pesquisadores enxergaram a necessidade da mudança metodológica, acrescentando à observação dos noticiários a aplicação de questionários. O trabalho seminal5 desta teoria foi então 5 “The agenda-setting function of mass media” de 1972.
  • 4. realizado em Chapel Hill, em 1968, analisando a campanha presidencial dos Estados Unidos e com a aplicação de um questionário em eleitores indecisos. O pressuposto desta pesquisa era que no meio do público em geral, esse grupo que estava interessado na eleição, mas indeciso sobre seu voto, estaria mais disponível à influência dos media. Assim, teve início a teoria da agenda. Hoje são centenas de trabalhos empíricos que confirmam a então hipótese dos anos 70 e vão além. No entanto, o pressuposto básico mantém-se: a função do agendamento dos veículos noticiosos é a habilidade de influenciar o destaque dos tópicos na agenda pública. Ou seja, os assuntos mais destacados pelos meios de comunicação são aqueles que serão temas das conversas cotidianas. Não obstante, os mais destacados pelos media serão mais destacados também pela audiência. Assim, a agenda-setting é a compreensão que as pessoas têm de grande parte da realidade social lhes é fornecida, por empréstimo, pelos media, logo se expõe assim suas opiniões. Nesse ponto é importante destacar que como bem disse Bernard Cohen e destaca McCombs (2009, p. 19) “os veículos noticiosos podem não ser bem sucedidos em dizer às audiências o que dizer, mas são surpreendentemente bem-sucedidos em dizer às audiências sobre o que pensar”6 . Ou seja, são indícios sobre o que pensar, mas não sobre como pensar determinadas questões. Portanto, a definição da agenda pelos media é que a agenda dos meios de comunicação de massa, através da sua cobertura padrão noticiosa, torna seus assuntos mais destacados os mais importantes do público, formando sua pauta através de uma transferência de saliência do tópico. É claro que é preciso considerar a capacidade da agenda pública e a competição entre os temas para ocupar um lugar nesta agenda, sem falar nos diferentes meios de comunicação (entenda-se suporte) que disputam a atenção do público. Logo, os media enquanto “agendadores” têm sua importância e especificidades que destacam mais ou menos cada um na disputa pela atenção do público. 6 COHEN, B. The Press and Foreign Policy. Princeton, NJ: Princeton University Press, 1963, p.13.
  • 5. Apesar de não haver consenso sobre quem agenda com maior freqüência ou maior intensidade, no caso dos jornais versus televisão (McCOMBS, 2009), por exemplo, podemos recorrer à outra abordagem das teorias da comunicação para defender o quão importante é o meio enquanto sujeito capaz de agendar o público. Trata-se do modelo comunicativo de Laswell, que apesar de limitado oferece um estudo interessante quando explora quem, diz o quê, através de que canal e com que efeito. Neste caso, se nos detivermos no canal, é fácil ratificar sua importância bem como a organização da mensagem por ele. 1.1 A centralidade e importância do Jornal Nacional na esfera de visibilidade pública brasileira “Uma das características mais marcantes do início deste novo milênio é a centralidade da mídia na vida humana, seja como fonte de entretenimento, de informação ou como instrumento de trabalho” (LIMA, 2001, p. 175). O campo midiático, em especial o campo jornalístico, tem o papel central nas relações com os diversos campos sociais, pois ele promove diálogos (e conseqüentemente relações) entre os demais campos. É através deles que diferentes campos e atores sociais dão publicidade às suas questões (AMARAL e BORELLI, 2005). Segundo Rodrigues (2002 apud AMARAL e BORELLI, 2005), essa centralidade dos media, como instância de socialização, ligaria os diferentes campos sociais e poderia definir seus temas, facilitando o diálogo entre eles e tendo, dessa forma, um efeito na construção de realidade. Logo, através dessa tematização, os meios de comunicação mostrariam, conforme sua própria avaliação, os temas realmente importantes a serem debatidos e questionados. Em especial, as empresas de comunicação detêm o que Wilson Gomes denomina como “esfera de visibilidade pública”, que nas democracias representativas se tornou a mediação fundamental entre os cidadãos e o sistema político e nas relações dos cidadãos entre si (GOMES, 2004). “Não surpreende, portanto, que a mídia tenha também se transformado em palco e objeto privilegiado das disputas pelo poder político na contemporaneidade e, conseqüentemente, em fonte primeira das incertezas com relação ao futuro da democracia” (LIMA, 2001, p. 176).
  • 6. Por sua vez, no centro da comunicação de massa (geralmente denominada genericamente como “a mídia”) está a televisão (GOMES, 2009). Ela seria a grande concentradora da atenção pública, “a grande vitrine da visibilidade pública nacional” (Ibidem, p. 185). A televisão desfrutaria de uma posição dominante no que se refere à audiência e à credibilidade entre os diversos mass media (LIMA, 2001, p. 193). Segundo pesquisa realizada por Vizeu (2008 apud Camargo et al, 2011), o telejornalismo responderia como principal fonte de informação para 56% dos entrevistados. Camargo e equipe (Ibidem) ainda enfatizam que é o meio de acesso mais barato e abrangente7 , não importando a classe social ou cultural de seu público. Segundo Wilson Gomes, o único programa a respeito da atualidade (ou seja, que contenha notícias e atualidades com tratamento jornalístico) no Top 5 da audiência no Brasil seria o Jornal Nacional, que além de sua longevidade (está no ar desde 1969), se encontra entre dois programas de grande audiência: as telenovelas (GOMES, 2009). Há teorias de que o sucesso no Jornal Nacional está relacionado à sua criação e ao seu desenvolvimento em parceria com a ditadura militar8 . Porém, Veras Júnior (2009) também enfatiza outros aspectos importantes que foram vitais para sua consolidação, como ter sido o primeiro telejornal a entrar ao vivo e a utilização das mais recentes tecnologias do mercado (foi o primeiro a usar VT em relação aos filmes de 16 mm, por exemplo). Itânia Gomes e equipe também afirmam que “o Jornal Nacional representa o conjunto mais bem-acabado de marcas que caracterizariam um telejornal: a temática, o formato, o cenário, os apresentadores, tudo contribui para a identificação do programa com o gênero” (GOMES et al, 2005, p. 6). Os pesquisadores realçam a ênfase que o JN deu à cobertura ao vivo, à capacidade de “estar lá”. “A transmissão em tempo real do 7 Poderia se argumentar que tal título pertenceria ao rádio. De toda forma, Lima (2001) e Aldé (2004) enfatizam os diversos motivos para a TV ter se tornado mais abrangente e importante no campo político, como ter tornado as pessoas insensíveis ao texto escrito ou falado, já que a TV lhe permite o som e imagem em conjunto. A TV também permitiria mais intimidade com as notícias, pois tornaria mais difícil a distinção da ficção e realidade. 8 Para ver um resumo de tal teoria, ver Albuquerque, 2011.
  • 7. acontecimento remete à capacidade tecnológica do programa e reforça o pacto de atualidade estabelecido com a audiência” (Ibidem, p. 8). De toda forma, importa para nosso estudo dizer que o JN está no grande centro da esfera de visibilidade do Brasil (GOMES, 2009). Segundo pesquisa do Ibope (VERAS JR., 2009), em média, 31% dos domicílios monitorados estão sintonizados no Jornal Nacional no período das 20-21h. Mesmo que, no passado, o JN tenha obtido mais de 60% da audiência, ainda pode-se afirmar que este é o prime time do jornalismo brasileiro, sendo assim também o intervalo televisivo mais caro da publicidade brasileira (GOMES, 2009; VERAS JR., 2009). Por tal questão, entre outros motivos, o JN já atraiu bastante atenção do campo acadêmico. No que se refere à atenção dos pesquisadores de Comunicação e Política, podemos apontar três áreas de concentração de estudos9 : a cobertura jornalística em períodos de eleições (ALDE, 2003; MIGUEL, 2003; PORTO, 2007), a cobertura de escândalos políticos (CHAIA, 2001; LIMA, 2006; VASCONCELOS, 2007), a avaliação dos enquadramentos (ALBUQUERQUE, 2011; CUNHA, 2005; MAIA et al, 2009) e a possibilidade do JN atuar na agenda, tema que nos interessa mais diretamente agora. Grande parte dos estudos não faz a verificação completa do agendamento. Ou seja, realizam apenas a verificação da possibilidade de agenda-setting nos meios midiáticos (e, no caso, no JN). Para tanto, é recortado um período de tempo e verifica-se a excessiva concentração de certo tema ou assunto. Em especial, tal verificação tende a ser despertada por um evento chave, como a Copa do Mundo (AMARAL, BORELLI, 2006); tragédias (GARCI, 2010); escândalos (VASCONCELLOS, 2006), ou ainda pela definição de períodos temporais, às vezes aleatórios (VERAS JR. 2009; CAMARGO et al, 2011), às vezes escolhidos intencionalmente, como o mandato de um presidente (CUNHA, 2005). Assim, são poucos os estudos que efetivamente realizam surveys com o público para verificar sua agenda para depois comparar com a agenda dos produtos jornalísticos10 . Mas a concentração de matérias sobre um determinado assunto, dizem tais pesquisadores, já aponta o agendamento nos mass media, o que já pode trazer as 9 Há obviamente outras várias. A tipologia visa apenas facilitar o entendimento das diferentes abordagens utilizadas. Também é importante dizer que a classificação não é auto excludente. Um artigo pode avaliar enquadramentos e, por exemplo, entrar no tema dos escândalos políticos por exemplo.
  • 8. conseqüências esperadas pela teoria do agenda-setting (determinar os problemas públicos mais urgentes a serem discutidos). De acordo com McCombs e Reynolds (2002) as melhores evidências que os meios de comunicação são as causas desses tipos de efeitos vêm de experimentos controlados em laboratórios, as pesquisas quasi-experimentais ao invés de pesquisas empíricas. Isso se deve ao fato de que no caso daquelas torna-se possível isolar as variáveis e então gerar uma relação de causa. Já numa pesquisa empírica a verificação fica limitada a uma correlação. No entanto, a maioria das pesquisas é empírica, um misto de análise de conteúdo e aplicação de questionário. Daí a questão passa a ser qual o momento de aplicação do questionário, se posterior, anterior ou concomitante à análise de conteúdo. O questionário é aparentemente até então a única forma de testar o efeito comportamental do agendamento. Neste trabalho, porém, a proposta é testar outra perspectiva metodológica para medição do agendamento, mais especificamente deste efeito comportamental que leva o indivíduo a (no caso espontaneamente) tornar pública sua opinião a respeito de determinado tema também tratado pelos meios de comunicação de massa. 2. O Twitter e as possibilidades metodológicas para o teste de agenda A internet trouxe pelo menos duas novidades em relação ao cenário midiático pressuposto quando da formulação e desenvolvimento da teoria da agenda. Primeiro, aumentou vertiginosamente as pessoas capazes de emitir mensagens com potencial massivo, o que André Lemos (2007) chama de liberação do pólo emissor. Segundo, e em decorrência, as possibilidades comunicativas potencializadas pela internet aumentaram significativamente a gama de discursos acessíveis sobre a realidade social. De modos diferentes, esperava-se que estas duas novidades poderiam inviabilizar ou enfraquecer o efeito de agenda dos mass media. 10 O estudo de Barros Filho e Fabro (1998) é uma dessas exceções, comprovando inclusive o efeito pela comparação das agendas.
  • 9. No entanto, pesquisas (ROBERTS et al., 2002; PREGOWSKY, 2005) têm demonstrado que as mensagens com alta visibilidade continuam limitadas; por mais que praticamente todos possam publicar conteúdo na internet. Na relação entre mass media e internet, configurou-se um complexo ambiente, onde os conteúdos de diferentes mídias se completam, propiciando diferentes modos de consumo, mas ainda assim agendando temas e modos de dizer (MERAZ, 2011). Por exemplo, a TV não foi deixada de lado por causa de qualquer prática comunicativa da internet, mas, antes, configurou-se um ambiente midiático, onde as pessoas montam seus cardápios de consumo de conteúdos, por vezes, concomitante. Tal cenário é desafiador para a pesquisa de agenda-setting, mas também pode trazer possibilidades de avanço. Nomeadamente, ao se considerar que, primeiro, o usuário deixa “rastros” durante a navegação que indicam com segurança os conteúdos mais consumidos. Deste modo, as pesquisas que buscam testar a correlação entre a agenda da mídia e a agenda do público podem fazer afirmações mais seguras ao se considerar o que, de fato, este público consumiu. Segundo, uma possibilidade mais animadora, que este artigo buscou testar, são as manifestações espontâneas de pessoas sobre assuntos com circulação massiva em redes de contato interpessoais. Neste sentido, Roberts e equipe (2002) fez um teste pioneiro que procurou medir a correlação entre o consumo de fontes tradicionais de notícias e a participação em discussões situadas em Electronic Bulletin Boards (EBB). O artigo tem como objetivo investigar uma dimensão comportamental, através da mensuração do uso que as pessoas fazem das informações dos media nas discussões. A correlação foi provada para três dos quatro temas testados, o que levou à conclusão de que a “cobertura midiática aparentemente pode fornecer as informações aos indivíduos para serem usadas em discussões na internet”11 (ROBERTS et. al., 2002, p.464). Conforme podemos constar a partir do estudo de Roberts e equipe (2002), as falas espontâneas de indivíduos, a partir de conteúdos noticiosos consumidos, dá ao pesquisador de agenda-setting a possibilidade de aferir a influência dos media sem a total necessidade da survey. E, mais, nesta situação pode-se aferir o que as teorias de 11 Media coverage apparently can provide individuals with information to use in their Internet discussions.
  • 10. media effects chamam de efeito comportamental, uma vez que os media afetaram, em alguma medida, os temas das “conversas” que os indivíduos têm online. Entre as ferramentas existentes atualmente, o Twitter parece ser a mais propícia para o teste destas possibilidades, mas aparentemente a premissa pode ser válida para outros sites de redes sociais e blogs. Essa rede social online nasceu em 2006 e permite aos usuários enviar ou receber atualizações que contenham, no máximo, 140 caracteres. Por essa delimitação de conteúdo, a rede passou a ser considerada um microblogging, serviço com atualizações breves e públicas12 . Em 2010, o Twitter divulgou o número total de usuários registrados, 175 milhões (no Brasil, estima-se que existam 16 milhões de usuários). Segundo uma pesquisa realizada pela agência Bullet13 , esse público é composto, em sua maioria, por homens (61%) na faixa de 21 a 30 anos (65%), solteiros (82%) e cursando ensino superior (37%) ou já com ele completo (31%. A pesquisa ainda afirma que, 60% do total de usuários são considerados formadores de opinião e possuem um blog pessoal. Outros dados interessantes: 1) 91,4% dos entrevistados afirmam se informar pelo Twitter na categoria internet, 2) 79% afirmam usá-lo para compartilhar informação e links (97% afirmam clicar em links recebidos pelo microblogging!), 90,07% para compartilhar opiniões e críticas e 49,24% para conversação com diversas pessoas diferentes (dentro disso, 43% afirmaram que respondem a todos reply recebidos e 41,27% que respondem a quase todos recebidos), o que evidenciam que a ferramenta tem alto potencial de informação e também um considerável viés para a conversação do ponto de vista de seus usuários. Segundo a pesquisa, “cerca de 87% das pessoas confia nas opiniões dos outros membros e ainda quase 80% já seguiu dicas recebidas pelo Twitter e aprovaram. Ainda, quase 85% acredita que o Twitter aproxima as pessoas”. O Twitter, então, parece-nos especialmente interessante por ter uma espécie de contrato de uso fundado em relatos, considerações e interpretações da vida cotidiana das pessoas. Há uma expectativa de que as pessoas falem o que estão fazendo, pensando, sonhando. 12 Outra característica interessante do Twitter é o trend topic (ou Tópicos da Tendência). Quando um assunto (visto por palavras-chave ou marcadores/etiquetas) recebe muitas mensagens, ele aparece nos trend topics dos usuários (em sua página inicial). É possível você clicar em tais links e seguir todos os tweets com essas palavras-chave. 13 A pesquisa a seguir foi realizada pela agência Bullet com 3.268 brasileiros, usuários da rede de microblogging Twitter, com o objetivo de traçar o cenário do Brasil no Twitter e mapear o perfil dos membros da ferramenta. Disponível em: http://www.mestreseo.com.br/twitter-seo/estatisticas- twitter-brasil. Acesso 30 Jul. 2011.
  • 11. Com isso, diagnosticado que as pessoas têm um cardápio informativo diário e diferenciado, abastecido por uma variedade de veículos de meios de comunicação, podemos considerar possível apurar, através do Twitter, que tipo de conteúdo midiático as pessoas estão consumindo ou, mesmo, o que pensam sobre eles. Foram, então, formuladas as seguintes hipóteses de pesquisa: H1: O Twitter é uma ferramenta que pode ser bem utilizada para testar a ocorrência da agenda-setting, tornando visível o componente comportamental da hipótese. H2: Dentre os quatro analisados, o Jornal Nacional é a principal esfera de visibilidade política, gerando um maior efeito de agendamento nos participantes do microblogging. 2.1 Um teste da metodologia Dada a rapidez com que os temas são discutidos no Twitter, para testar nossa metodologia foi escolhido um assunto que estava em pauta na época de realização da pesquisa, o caso do julgamento do ex-ativista Cesare Battisti, então preso no Brasil. Na semana em que foi feito o monitoramento, o Supremo Tribunal Federal (STF) julgou a constitucionalidade da negação da extradição decidida pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no seu último dia de governo. Nesta mesma semana, o “caso Battisti” teve como desfecho o reconhecimento à legitimidade do ato do ex-presidente, a negação da extradição, pedida pelo Governo da Itália, onde Battisti é condenado à prisão perpétua, e a declaração da liberdade do ex-ativista. O segundo passo na definição da pesquisa foi a busca pelo melhor entendimento do modo de funcionamento do Twitter enquanto ferramenta e de quais possibilidades técnicas teríamos ao nosso auxílio para medir o quanto aquele assunto havia repercutido em um curto espaço de tempo. Depois de uma rápida pesquisa, decidimos pelo uso do sistema de busca do próprio Twitter e do software online Scup. O Scup é uma ferramenta de monitoramento em mídias sociais. Ele capta as menções de termos escolhidos em redes como Twitter e Facebook e armazena de forma organizada. Ele também aceita diversas formas de classificação e produz gráficos que podem ser
  • 12. exportados para programas como o Excel. Por ter todas essas funcionalidades, o Scup foi a ferramenta escolhida para realizar o monitoramento dos principais telejornais brasileiros no Twitter. Foi decidido que quatro dias seriam suficientes para mensurar o comportamento do internauta a partir da cobertura do julgamento de Battisti pelos quatro principais telejornais brasileiros. Esse tempo deve-se, sobretudo, a data de realização do julgamento e aos noticiários que o antecederam e o precederam, gerando suítes. Aliado a isso, a rapidez com que os assuntos passam pela rede social escolhida também foi ponto importante para reduzir o período de “vida” da discussão. Os jornais escolhidos foram: Jornal Nacional (Globo), Jornal da Band (Band), Jornal da Record (Record) e SBT Brasil (SBT). Todos eles são telejornais noturnos e com alta audiência em relação a outros programas de seus canais, sendo considerados os principais telejornais de cada emissora. Então, iniciamos o monitoramento no dia oito de junho de dois mil e onze e encerramos no dia onze de junho do mesmo ano. Como a ferramenta Scup seleciona as menções de acordo com o termo procurado, foi difícil decidir como seria a busca. Para procurar as menções do Jornal Nacional, por exemplo, seria necessário pesquisar os termos “Battisti + Jornal Nacional”, “Battisti + JN” e “Battisti + Globo”. Os outros três telejornais são mais simples nesse sentido por terem as suas emissoras no próprio nome, a exemplo de “Jornal da Band”. Nesse último, o único termo a ser procurado foi “Battisti + Band”. Outro problema é o fato de que, ao utilizar o Twitter, as pessoas dizem que viram algo “na Band” e não no “Jornal da Band”, mas se referindo à mesma fonte. Devido a essas dificuldades, foi decidido que os termos pesquisados para cada telejornal, seriam os seguintes: 1 – Jornal Nacional  “Battisti + Jornal Nacional”; “Battisti + JN”; “Battisti + Globo”. 2 – Jornal da Band  “Battisti + Band”. 3 – Jornal da Record  “Battisti + Record”. 4 – SBT Brasil  “Battisti + SBT”.
  • 13. Resultados Os resultados encontrados já eram, de certa forma, esperados. Sendo a Rede Globo o maior conglomerado de mídia do Brasil (MIGUEL, BIROLI, 2010), era esperado que fosse utilizada como principal referência no Twitter, o que confirmado. De um total de 268 menções captadas nos quatro dias, 72% (193 menções) citaram o Jornal Nacional (ou a Globo) como referência. O Jornal da Band teve 16% das menções (total de 44), o Jornal da Record chegou a 8% (21 menções) e o SBT Brasil teve apenas 10 menções (4%). Abaixo, um gráfico com os dados encontrados. Percebeu-se também que o maior volume de menções aconteceu no dia dez de junho, terceiro dia desde o início da divulgação do caso Battisti. No primeiro dia ocorreram 67 menções, no segundo, 75 menções, no terceiro houve um pico de 83 menções e a queda começou no quarto dia, com 43 menções. Não é possível saber ao certo o motivo dessa diferença entre os dias, já que o maior enfoque dado pelos telejornais ocorreu no início do monitoramento. Supõe-se que o assunto pode ter demorado a ganhar força entre os participantes da discussão. Novamente, vale a pena lembrar que algum assunto só aparece no trend topic após certa repercussão e que sua aparição em tal local destacado tende a retroalimentar a discussão (ex: alguém vê algo no trend topic, busca o motivo e depois comenta a respeito).
  • 14. Outro detalhe notado foi a quantidade de tweets com link de direcionamento para sites. Das 268 menções, 199 possuíam direcionamento para outros sites, o que representa 74% do total. Desses, a maioria indicava o G1 (um total de 107), portal de notícias da Globo. Esse dado, em especial, tende a enfatizar a força que os as empresas jornalísticas tradicionais ainda possuem sobre as conversações da esfera civil. Conclusão Esse trabalho buscou evidenciar outras possibilidades de estudos do agendamento pela utilização dos sites de redes sociais, especificamente, o Twitter. Dessa maneira, foi escolhido um tema polêmico e com grande repercussão nos jornais nacionais televisivos, no caso, a não extradição de Battisti. Assim, a rede social Twitter foi avaliada por 4 dias, buscando-se menções a Battisti e aos quatro principais jornais nacionais da televisão brasileira. Como hipótese principal estava a aposta destes pesquisadores no Twitter como uma ferramenta eficiente para o teste da Agenda, sobretudo para detectar o componente comportamental dos efeitos midiáticos. Ou, em outras palavras, as pessoas utilizam as redes sociais para conversar depois da exibição de matérias em telejornais. Como nossa pesquisa não inclui a survey com os entrevistados, há limitações no resultado. Alguns internautas detectados podem, por exemplo, ter visto a notícia originalmente em outra fonte, mas só a comentaram, retuítaram e afins após receber um link. Alguns poderiam ter visto a notícia em um blog e apenas depois ter procurado a notícia em sites de empresas jornalísticas. De toda forma, o fato da maior parte de nosso corpus conter links e estes pertencerem a tais sites jornalísticos dá, no mínimo, forte evidência do agendamento e, também, do efeito comportamental no sentido de incentivar as conversações das pessoas acerca de determinado assunto. Apenas a survey pode confirmar empiricamente o efeito de agendamento, mas nossa análise dá evidencias de que ele acontece e de maneira bastante rápida. Como hipótese secundária, esperava-se que o Jornal Nacional, da rede Globo, fosse o mais citado pelos usuários. Apesar de ainda experimental e em desenvolvimento, tal estudo evidenciou que há sim suporte para tal hipótese. No caso em tela, a maioria das citações foi relacionada à Globo ou ao Jornal Nacional. Ademais, a pesquisa também
  • 15. demonstrou que a maioria dos links encontrados na pesquisa também indicava o site G1, que também é parte das Organizações Globo e que abriga o site do Jornal Nacional. A pesquisa apresenta ainda algumas limitações. Primeiramente, o Scupe é incapaz de fazer a detecção dos tweets por hora, ou seja, ficando impossível saber os horários de pico das trocas de mensagens e verificar como acontece o agendamento dos telejornais para as redes sociais. Em segundo lugar, são necessários outros estudos para se criar uma efetiva pesquisa longitudinal, que possa garantir a confiabilidade dos dados, conforme realizado por Roberts e equipe (2002). Esse é um estudo inicial e lidou apenas com um caso, então seus resultados são limitados. Há ainda a questão se as redes sociais online formam também a agenda pública ou somente refletem a agenda dos meios de comunicação de massa. Aqui observamos esses sites como mais uma fonte que interage com os media e, por que não, a comunicação interpessoal para formação da agenda do público. É preciso reconhecer, e alguns estudos de agendamento já fazem isso, que os meios de comunicação e a comunicação interpessoal não competem entre si na formação da agenda, mas se complementam. Logo, se olharmos nesse sentido, os sites de redes sociais são implementos a essa lógica, e não algo necessariamente que potencializa uma situação já existente. A diferença pode estar na atenção que esses sites podem despertar para e do campo jornalístico. Além disso, independente do veículo, é importante lembrar que “o agendamento dirige nossa atenção às etapas formativas da opinião pública quando então os temas emergem e logo conquistam a atenção do público” (McCOMBS, 2009, p.42), logo se trata também de formação da opinião pública e não somente de pauta das conversas cotidianas; por isso a busca pelo entendimento da formação da agenda, de quem são os agendadores e do seu papel torna-se tão importante. O estudo aqui proposto (análise de mensagens trocadas na internet) é uma etapa relativamente nova nesse campo e, por isso, não tem o mesmo rigor de testes semi- experimentais, como é geralmente realizado por pesquisas do agendamento. Por outro lado, como dito anteriormente, há diversas críticas a tais estudos dos efeitos os media, que submetem os indivíduos a um programa midiático e, logo, em seguida vão
  • 16. averiguar suas opiniões. Este estudo enxerga como seu diferencial a vantagem de lidar com opiniões reais, livres e expressas por vontade própria, abrindo caminho para uma perspectiva alternativa de as pesquisas empíricas. Referências ALDÉ, Alessandra. A construção da política. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2004. ______. As eleições presidenciais de 2002 nos jornais. Alceu - v.3 - n.6 - p. 93 a 121 - jan./jun. 2003. ALBUQUERQUE, Afonso de. Em Nome do Público: Jornalismo e Política nas Entrevistas dos Presidenciáveis ao Jornal Nacional. Anais do XX Encontro da Compós, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, de 14 a 17 de junho de 2011. AMARAL, Michele Castilhos Gomes; BORELLI, Viviane. Jornal Nacional: um protagonista singular da copa do mundo 2006. Disciplinarum Scientia, Série: Artes, Letras e Comunicação, Santa Maria, v. 6, n. 1, p. 49-60, 2006. BARROS FILHO, Clóvis de, DAL FABRO, Antônio. Jornalismo didático e agenda do leitor. Comunicação & Educação, Vol. 4, N. 11, 1998. BORDIEU, P. A Opinião Pública não Existe. Les Temps Modernes, 318, 1973. CHAIA, Vera; TEIXEIRA, Marco Antonio. Democracia e escândalos políticos. São Paulo em Perspectiva, v. 15, n.4, p. 62-75, 2001. CUNHA, Karenine Miracelly Rocha da. Agora é Lula: Enquadramentos do Governo do PT Pelo Jornal Nacional. Anais do V Encontro dos Núcleos de Pesquisa da Intercom, 2005. GARCI, Carla Costa. A midiatização e o agendamento da tragédia a cobertura do Jornal Nacional nos acidentes com os aviões da TAM, em 2007, e da Air France, em 2009. Anais do Cátedra Unesco de Comunicação para o Desenvolvimento Regional, 2010. Disponível em: http://www2.metodista.br/unesco/1_Celacom%202010/arquivos/Trabalhos/18-A%20midiatiza %C3%A7%C3%A3o%20e%20o%20agendamento_CarlaCosta.pdf GOMES, Itania M. et al. Modo de Endereçamento no Telejornalismo do Horário Nobre Brasileiro: o Jornal Nacional, da Rede Globo de Televisão. Anais do Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação. Rio de Janeiro : UERJ, 2005. v. 1. p. 54-72. GOMES, Wilson. Transformações da política na era da comunicação de massa. São Paulo: Paulus, 2004. ______. Audioesfera política e visibilidade pública: os atores políticos no Jornal Nacional. In: GOMES, I. (Org.). Televisão e realidade. Salvador: Edufba, p. 175-222, 2009. LEMOS, A. Cibercultura, tecnologia e vida social na cultura contemporânea. Porto Alegre: Sulina, 2007. LIMA, Venício A.. Mídia: Teoria e Política. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2001.
  • 17. ______. Mídia: crise política e poder no Brasil. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2006. MAIA, Rousiley Celi Moreira. Mediated Deliberation: The 2005 Referendum for Banning Firearm Sales in Brazil. The International Journal of Press/Politics, v. 14, p. 313-334, 2009. McCOMBS, Maxwell. A teoria da Agenda: a mídia e a opinião pública. Petrópolis, RJ: Vozes, 2009. McCOMBS, M; REYNOLDS, A. News Influence on our pictures of the world. In: BRYANT, J.; ZILMANN, D. (org) Media effects: advances in theory and research. New Jersey: Lawrence Erlbaum, 2002: p.1-18. McCOMBS, M. & SHAW, D. “The agenda-setting function of mass media”. Public Opinion Quaterly, 36, 1972, p-176-187. MERAZ, Sharon. The fight for ‘how to think’: Traditional media, social networks, and issue interpretation. Journalism, v. 12, n. 1, p. 107–127, 2011. MIGUEL, Luis Felipe. A eleição visível: a Rede Globo descobre a política em 2002. Dados: Revista de Ciências Sociais, v. 46, n.2, p. 289-310, 2003. ______; BIROLI, Flávia. Visibilidade na Mídia e Campo Político no Brasil. Dados: Revista de Ciências Sociais, v. 53, n. 3, p. 695-735, 2010. PORTO, Mauro P. Framing Controversies: Television and the 2002 Presidential Election in Brazil. Political Communication, v. 24, n. 1, p.19-36, 2007. PREGOWSKY, Michal Piotr. Web Portal Feels Like Home. Applying Agenda Setting Theory To Internet–based Media And Their Influence On Cybersociety. Proceedings ELPUB 2005 Conference on Electronic Publishing – Kath. Univ. Leuven – June 2005. ROBERTS, Marilyn; WANTA, Wayne; DZWO, Tzong-Horng. Agenda Setting and Issue Salience Online. Communication Research, v. 29, N. 4, p. 452-465, 2002. VASCONCELLO, Fábio. O agendamento midiático do “escândalo do mensalão”: notícia e construção de realidade na crise de 2005. Anais do 5º SBJor - Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo- Universidade Federal de Sergipe – 15 a 17 de novembro de 2007. VÉRAS JR.; Acácio Salvador. A cobertura cotidiana da política no Jornal Nacional e no Jornal da Globo. 2009. Dissertação de Mestrado (Comunicação Social) – Programa de Pós- Graduação em Comunicação Social da PUC-Minas. Belo Horizonte, 2009. WOLF, Mauro. Teorias da Comunicação. Lisboa: Editorial Presença, 2001.