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Creatina, função energética,
metabolismo e suplementação no Esporte
Autores:
Emerson Gimenes Bernardo da Silva
emer-gimenes[arroba]bol.com.br
Professor Especialista , Pós-graduado pela Universidade Norte do Paraná , Técnico
Desportivo do Município de Maringá.
Professor Mestre pela Universidade Internacional em Lisboa
Ana Maria Kelmer Bracht
Professora Doutora do Departamento de Bioquímica, Universidade Estadual de Maringá
Trabalho realizado a partir de monografia de conclusão de curso intitulada Sistemas
energéticos musculares ciclo biológico da creatina, uso da creatina como suplemento
alimentar, defendida na Universidade Estadual de Maringá, no curso de Educação Física
em 1999.
RESUMO
O objetivo deste trabalho, foi realizar uma análise do fenômeno de consumo da creatina
pelos atletas e aperfeiçoados ao treinamento físico, da necessidade ou não do seu uso e,
se possível, das conseqüências desta prática. Para alcançar este objetivo foi necessário
estudar as relações entre os sistemas energéticos musculares bem como a sua regulação.
Foi preciso também estudar o ciclo da creatina, sua origem endógena, sua
metabolização e sua conversão em creatina fosfato. Usamos da metodologia
bibliográfica para coletar informações sobre o assunto em questão, utilizando livros e
artigos de revistas especializadas. Esta pesquisa nos levou ás seguintes conclusões: a
suplementação de creatina na dieta leva ao aumento dos níveis de fosfocreatina
muscular em humanos ,entretanto novos experimentos terão que ser realizados, uma vez
que a suplementação com creatina interfere com a regulação de vias metabólicas.
Palavras-chave: Creatina, metabolismo, suplementação.
Creatine, energetic function, metabolisme, supplementation on sports
Abstract The purpose of the present work was to analyze the ingestion of creatine by
athletes and otheraffectionates of physical exercise, to discuss its necessity and, if
possible, to predict some of its consequences.In order to accomplish this purpose it was
necessary to study the relationships between the energetic systems in the muscles as
well as their regulation. It proved also to be necessary to investigate the creatine cycle,
its endogenous origin, its metabolization and its conversion into creatine-phosphate. We
used a bibliographic methodology for collecting informations about the subject in books
and in articles of specialized journals.This research lead us to the following conclusions:
diet supplementation with creatine leads to increased levels of phosphocreatine in the
muscle of humans; however, new in vivo experiments are highly desirable, because it is
known that creatine interferes with the regulation of certain metabolic pathways.
Key Words: creatine, metabolisme, supplementation
Introdução
A creatina é um composto orgânico derivado de aminoácidos. Uma vez dentro das
células, é convertida em fosfocreatina e utilizada como reserva de energia,
principalmente nas células do músculo esquelético. Nos últimos anos contudo, este
composto tem sido usado na dieta, com o objetivo de melhorar a performance e
aumentar a massa muscular. A ingestão de grandes quantidades de creatina, sem a
conclusão de estudos que comprovem os benefício reais ou ainda, a ausência de riscos á
saúde, é no mínimo temerária. A prática de atividade física tornou-se uma constante em
nossos tempos, sendo observada nas mais diversas camadas da sociedade e nas mais
variadas faixas etárias. Esta posição de destaque, por sua vez, faz crescer ainda mais o
número de interessados na prática destas atividades. é claro que isto vem gerando, cada
vez mais, um culto ao físico. Principalmente entre os jovens, a valorização de um corpo
atlético gera, muitas vezes, a necessidade de lançar mão de todo e qualquer recurso
disponível para ter uma boa aparência e uma boa performance.
Acredita-se, que certas substâncias possam fazer com que o organismo responda com
uma maior velocidade, diminuindo o tempo e o esforço necessários para se chegar ao
resultado final ,a melhor forma física.Uma destas substâncias é a creatina. Segundo
Mujika & Padilla(1997) a creatina é "um suplemento muito popular entre praticantes de
vários esportes e principalmente frequentadores de academias de ginástica, onde os
maiores consumidores são os praticantes da musculação, que tomam esse suplemento
mas não sabem nem ao menos para que serve".
O que nos levou a propor estudar a creatina foi o fato de termos observado o quase total
desconhecimento que, pessoas do nosso círculo, na sua maioria jovens, usuários da
creatina têm sobre esta substância. Alguns a imaginam o "viagra do esportista" outros a
julgam totalmente inócua. Nós mesmos, ao sermos abordados sobre o assunto,
constatamos a nossa ignorância. A partir daí, começamos a colher informações e
nosdeparamos com as mais divergentes opiniões., resolvemos, fazer deste ,o tema da
nossa monografia a qual deu origem a esse artigo.
FONTES DE ENERGIA MUSCULAR
Os seres vivos, entre eles o homem, se caracterizam por essa complexa capacidade de
converter diferentes tipos de energia presentes no ambiente, mas somente a energia
química presente nas moléculas que compõem nossa dieta alimentar podem ser
utilizadas como uma fonte de energia corporal.
Dependendo da intensidade e da duração do exercício, assim como da aptidão do
participante, as relações dos sistemas corporais para a transferência de energia diferem
acentuadamente. Entre esses sistemas podemos destacar: o sistema fosfagênico, que
inclui o ATP e a fosfocreatina; sistema do glicogênio-ácido lático e sistema aeróbico.
A energia pode ser fornecida ás células á medida que se torna necessária. O mecanismo
orgânico que mantém o fornecimento de energia no corpo inicia-se a partir de um
carreador especial para energia livre, chamado adenosina trifosfato (ATP), que é
utilizada como a moeda energética da célula. O ATP é o transportador universal de
energia metabólica e une o catabolismo e o anabolismo; cuja principais finalidade é
atuar no desempenho de trabalho mecânico na contração muscular e em outros
movimento celulares, o transporte ativo de moléculas e iontes e a síntese de
macromoléculas e outras biomoléculas a partir de precursores simples(Guyton &
Hall,1997).
Forma-se ATP a partir de ADP e Pi, quando as moléculas alimentares são oxidadas em
seres quimiotróficos. Esse ciclo ATP-ADP é o modo fundamental de troca de energia
em sistemas biológicos. No músculo a essa energia ativa liberada pela quebra do ATP
em ADP em locais específicos, sobre elementos contráteis, induzindo o encurtamento
da fibra muscular. Apenas uma pequena parte de ATP fica armazenada dentro da célula.
Essa situação gera um mecanismo sensível para manter e regular o metabolismo
energético na célula.
Por sua vez, essa mudança estimula imediatamente a decomposição dos nutrientes
armazenados para fornecer energia para a ressíntese de ATP. Dessa forma, o
metabolismo energético aumenta rapidamente nos estágios iniciais do exercício sendo
este atlético ou apenas um movimento cotidiano que fará parte de um esforço de maior
duração.
A fosfocreatina celular, juntamente com seu ATP é conhecida como sistema energético
do fosfagênio. Em conjunto, podem proporcionar uma potência muscular máxima por
um período de 8 a 10 segundos, quase o suficiente para uma corrida de 100 metros.
Assim, a energia proveniente do sistema do fosfagênio é utilizada para os curtos surtos
máximos de potência muscular(Guyton & Hall,1997).
O glicogênio armazenado no músculo pode ser desdobrado em glicose, que será então
utilizada para energia. O estágio inicial desse processo, denominado glicólise, ocorre
totalmente sem o uso de oxigênio e, por conseguinte, é considerado metabolismo
anaeróbico. Pela incapacidade da mitocôndria metabolizar todos os subprodutos do
glicogênio, grande parte do glicogênio muscular transforma-se em ácido láctico;
todavia, ao fazê-lo, são formadas quantidades consideráveis de ATP sem consumo de
oxigênio(Stryer,1995).
Dentre os três sistema energéticos apresentados temos que o sistema do fosfagênio e do
glicogênio-ácido lático, são ambos limitados, visto que apesar de terem velocidades de
geração de potência mais rápida que o aeróbico, possuem um estoque disponível por
tempo restrito a pouco segundos e de no máximo 2 minutos. No entanto o sistema
aeróbico dispõem de estoques muitas ordens de grandeza mais extenso que o dos outros
dois sistemas, existindo ainda a opção da degradação de componentes celulares para
fornecer elementos para este sistema.
Da mesma forma que a energia proveniente da fosfocreatina pode ser utilizada para
reconstituir o ATP, a energia do sistema do glicogênio-ácido láctico também pode ser
utilizada para reconstituir a fosfocreatina e o ATP. A seguir, a energia produzida no
metabolismo oxidativo do sistema aeróbico pode ser utilizada para recompor todos os
outros sistemas - ATP, a fosfocreatina e o sistema do glicogênio-ácido
láctico(Lehninger,1995).
Tabela 01. Velocidades máximas relativas de geração de potência e resistência
Sistema energético muscular mol de ATP/min Resistência
Sistema do fosfagênio (ATP + fosfocreatina) 4 8 - 10 s
Sistema do glicogênio-ácido láctico 2,5 1,3 - 1,6 min
Sistema aeróbico 1 ilimitada
(GUYTON, 1997)
Tabela 02. Sistemas energéticos utilizados em vários esportes
Sistema do fosfagênio, quase inteiramente
100 metros rasos
Salto
Levantamento de peso
Mergulho
Piques no futebol americano
Sistemas do fosfagênio e do glicogênio-ácido láctico
200 metros rasos
Basquete
Circuito de baseball
Piques no hockey no gelo
Sistema do glicogênio-ácido láctico, principalmente
400 metros rasos
Natação de 100 metros
Tênis
Futebol
Sistema do glicogênio-ácido láctico e aeróbico
800 metros rasos
Natação de 200 metros
Patinação de 1.500 metros
Boxe
Regata de 2.000 metros
Corrida de 1.500 metros
Corrida de uma milha
Natação de 400 metros
Sistema aeróbico
Patinação de 10.000 metros
Esqui cross-country
Maratona (42,2 km)
Jogging
(GUYTON, 1997)
METABOLISMO DA CREATINA
Uma das fontes da creatina é a endógena. Existe um aparato enzimático capaz de
sintetizar a creatina a partir de unidade de aminoácidos: glicina, L-arginina e metionina.
Outra fonte é a dieta, através da qual a creatina pode ser obtida pelo homem. Peixe,
carne e outros produtos animais são boas fontes de creatina, enquanto que somente
insignificante quantidade pode ser obtida em alguns vegetais (McArdle,1992).
A etapa limitante da biossíntese endógena é a reação catalisada pela enzima AGAT,
através de um sistema de retroalimentação realizado pelo produto final, desta creatina
possuir origem endógena ou exógena. O sistema de biossíntese é capaz de suprir 100%
das necessidades de creatina de um indivíduo saudável em condições
normais,(MacGuire et al 1994).
Não há síntese de creatina pela célula muscular, sendo que a concentração intracelular
de creatina depende de um balanço entre influxo e efluxo da creatina .
A absorção muscular da creatina ocorre graças a um processo saturável de transporte
sódio dependente de alta afinidade e baixo Km. Sendo este capaz de gerar uma
concentração intracelular de creatina in vivo de cerca de 300 vezes a concentração
extracelular(Wallimam et al 1992).
Outros estudos demonstram que há um limite para a concentração total de creatina no
músculo esquelético humano de cerca de 150 a 160 mmol/kg de músculo seco. Há uma
regulação dos níveis de creatina intramuscular que fisiologicamente independe da
concentração plasmática da creatina(Guimbal et al 1993).
Uma fração constante diária de creatina (1,1%) e fosfocreatina (2,6%) é convertida por
um processo não enzimático em creatinina (representa 1,7% do pool total de creatina).
A creatinina é excretada pela via renal. Além da existência da conversão expontânea de
creatina em creatinina existe também a possibilidade da conversão enzimática. Cerca de
20 a 25% da conversão de fosfocreatina em creatinina pode ocorrer catalisada pela
enzima fosforilcreatinina(Horn et al 1998).
Uma vez dentro da célula a creatina é fosforilada a fosfocreatina durante o repouso pela
enzima creatina quinase. Esta enzima possui as seguintes funções: criar um reservatório
energético prontamente disponível; promove um sistema de transporte de energia, onde
a fosfocreatina seria um carreador de energia; previne um aumento do ADP livre
intracelular; criar um reservatório de prótons, permite sinalização para início da
glicogenólise no exercício e supre sítios subcelulares com taxas apropriadas de
ATP/ADP (Stryer, 1995)
SUPLEMENTAÇÃO DA CREATINA
A suplementação de creatina monohidratada por via oral definitivamente é capaz de
elevar os níveis plasmáticos de creatina. Valores basais são relatados numa faixa de 25-
75µM, podendo se elevar para cerca de 800µM com o uso de 5g, e de 1000µM com o
uso de 5g a cada 2 horas(Harris et al 1992).
Estudos em humanos, animais de laboratório e culturas de células resultam em dados
que indicam que há uma regulação dos níveis de creatina intramuscular que
fisiologicamente independe da concentração plasmática da creatina. Isso ocorre por um
sistema de down regulation desencadeado por alterações da concentração plasmática de
creatina, que resulta em diminuição da atividade e número desses transportadores. Isso
decorre de um processo indireto envolvendo a síntese de outras proteínas inibitórias
intermediárias.
Autores como , Wiss et al (1994), Odland et al (1994),Balson et al (1999) e Bergstrom
et al (1966), observaram grandes elevações abruptas nos níveis de creatina plasmática,
em geral estudos de 5 dias de duração, podem acarretar em aumento das concentrações
de creatina intramuscular dentro de uma faixa limite de até 150 - 160 mmol/kg de
músculo seco; no entanto cronicamente, como estudos de suplementação por 40 dias ou
de 48 horas em culturas de células, os processos de retroalimentação da biossíntese
endógena e de down regulation dos transportadores musculares conseguem normalizar
as concentrações de creatina para próximas as fisiológicas. Outros autores como Loike
et al (1988) contestam a possibilidade de elevação aguda da creatina intramuscular
ocorra, demonstrando não haver elevação da fosfocreatina intramuscular após
suplementação oral com creatina em curto espaço de tempo.
A ingestão de creatina num prazo de menor de 7 dias são acompanhadas por rápidos
aumentos da massa muscular. No entanto este aumento "mágico" de peso pode ser
explicado pela retenção hídrica intracelular. Estudos comprovam esta hipótese
demonstrando que se observa um declínio do volume urinário após início da
suplementação oral de creatina (Mujika & Padilla, 1997).
Segundo os experimentos de Green et al (1996), a ingestão de carboidratos aumenta a
concentração plasmática e muscular de creatina, como podemos observar no gráfico
abaixo.
(CP: creatina fosfato; C: creatina livre; CT: creatina total)
A crença de que o uso de creatina como suplemento alimentar objetivando aumento da
massa muscular em poucos dias pode ser falsa, pois o processo de hipertrofia depende
da produção de muitos outros componentes celulares, que só irão ser produzidos se os
fatores genéticos e hormonais estiverem relacionados. Uma possível retenção hídrica
causada pela suplementação dietética de creatina pode levar a falsa idéia de rápida
hipertrofia muscular (Odoom et al 1996).
Quanto a avaliação da performance estudos demonstram que a suplementação de
creatina 5g, quatro vezes ao dia por 5 dias não interfere em exercícios físicos de alta
intensidade e curta duração, demonstrando que os parâmetros que avaliam esse tipo de
exercício não se alteram, assim como não interfere na fadiga ou pico de força; em
indivíduos treinados e não treinados (Cooke et al (1995).
Entretanto outros autores com Harris et al (1992), relata aumento do trabalho muscular
total, assim como das concentrações intramusculares de creatina utilizando o mesmo
esquema de suplementação de creatina por 5 dias, entretanto mesmo estes autores não
conseguiram correlação significante entre o aumento da produção de trabalho e níveis
de fosfocreatina intramuscular.
Diferença entre as fibras musculares tipo I e tipo II também foram detectadas como a
possível causa dos resultados conflitantes entre os estudos publicados, ou diferenças
individuais entre indivíduos participantes de um mesmo estudo. Achados sugerem que a
suplementação com creatina poderia resultar em um aumento de concentração de
fosfocreatina nas fibras tipo II e este fenômeno poderia estar relacionado ao aumento da
performance no exercício, com o tempo de experimento mais prolongado(Engelhardadt
et al 1998).
Segundo Mujika & Padilla (1997)após revisar vários artigos, sugere que um aumento
da creatina plasmática poderia ser mantido com uma ingestão diária de 2g de creatina.
Porém o músculo esquelético humano tem um limite de concentração total de creatina
de cerca de 150 - 160 mmol/kg de músculo seco. Assim, indivíduos não treinados
poderiam ter algum benefício com elevação dos níveis de creatina intramuscular, visto
que suas fibras musculares possuem concentrações menores de creatina, e assim mais
distantes dos limites máximos apontados. No entanto atletas, com fibras musculares
hipertrofiadas, já possuem um aumento fisiológico da creatina presente nas fibras
musculares, neste caso a revisão de diversos estudos sugere que não existe nenhum
ganho com a suplementação de creatina oral pois o atleta já alcançou um limiar
intracelular. No entanto isso pode ser o indício de que a manutenção de altos níveis de
concentracão do produto podem levar ao melhor rendimento como podemos observar
no experimento de Volek et al (1999) como segue.
Efeitos da Suplementação de creatina nas fibras musculares:
N=19 homens treinados
Creatina ou placebo 25g/dia 1 sem. 5g/dia por 11 se;
Treinamento de resistência/força por 12 semanas;
Maior (CT) e ganho de força no grupo que ingeriu creatina.
Tabela 3
Creatina
(%)
Placebo
(%)
Massa corporal 6.3 3.6
Massa magra 6.3 3.1
Fibra Tipo I 35 11
Fibra Tipo IIa 36 15
Fibra Tipo IIb 29 8
Mesmo os indivíduos sedentários com uso agudo da suplementação de creatina teriam
um benefício limitado. Espera-se apenas auxílio na execução de exercícios de repetição
de alta intensidade e durante esportes de competição com necessidades de esforços de
arranque como futebol ,Atletismo, efeito este ainda restrito a um curto espaço de tempo,
pois trabalhos com um uso maior de 30 dias da suplementação demonstram que os
níveis de creatina e fosfocreatina retornam aos valores fisiológicos logo após o
descontinuamento da suplementação (Casey et al 1996).
Considerações Finais
Em todos os trabalhos analisados a suplementação de creatina não influenciou o
consumo e absorção de oxigênio, as trocas respiratórias, o sistema cardiovascular, a
quantia de ATP intracelular e a produção muscular de lactato. Entretanto são esses os
dados mais importantes para a manutenção de um exercício de duração acima de 2
minutos de duração. Assim a suplementação com creatina pode não alterar a
performance da resistência ao exercício, nem modifica a resposta metabólica, assim
como a utilização da via glicolítica, durante este tipo de exercício.
Uma análise dos processos de regulação fisiológica da creatina permite ainda concluir
que existem várias possibilidades de regulação do metabolismo da creatina. Sendo que
altas taxas de biossíntese de creatina são observadas em jovens saudáveis em período de
crescimento, em condições de balanço hormonal e anabolismo equilibradas mesmo com
uma alimentação sem suplementação de creatina, o organismo é capaz de suprir 100%
das necessidades fisiológicas desta com uma dieta saudável.
Pode-se observar após os estudos , que a creatina hipoteticamente pode causar aumento
de síntese protéica ,aumento de retenção hídrica, aumento de ressíntese de creatina
fosfato, podendo levar talvez a uma hipertrofia.
Em relação as diferenças de resultados nos experimentos , esses podem ser
respondidos, a partir da diferença de metodologia entre autores e principalmente entre
tempo de cada experimento e população averiguada.
Apesar dos estudos realizados com atletas e indivíduos saudáveis não apontarem
nenhum efeito colateral durante a suplementação oral com creatina, existe estudo que
demonstra que esta pode interferir nos processos fisiológicos de restauração tecidual. O
exemplo das hipervitaminoses deve ser aqui lembrado. O uso de suplementação oral
com creatina na ausência de estudos que demonstrem eficácia e segurança a longo prazo
, a utilização do produto deveria ser acompanhado por um profissional habilitado
(Mahan et al 1994).
Concluimos que a creatina como qualquer outro suplemento alimentar , se utilizada de
maneira correta pode levar a ganhos significativos, desde que prescrita de forma séria e
ética.
BIBLIOGRAFIA
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  • 1. Creatina, função energética, metabolismo e suplementação no Esporte Autores: Emerson Gimenes Bernardo da Silva emer-gimenes[arroba]bol.com.br Professor Especialista , Pós-graduado pela Universidade Norte do Paraná , Técnico Desportivo do Município de Maringá. Professor Mestre pela Universidade Internacional em Lisboa Ana Maria Kelmer Bracht Professora Doutora do Departamento de Bioquímica, Universidade Estadual de Maringá Trabalho realizado a partir de monografia de conclusão de curso intitulada Sistemas energéticos musculares ciclo biológico da creatina, uso da creatina como suplemento alimentar, defendida na Universidade Estadual de Maringá, no curso de Educação Física em 1999. RESUMO O objetivo deste trabalho, foi realizar uma análise do fenômeno de consumo da creatina pelos atletas e aperfeiçoados ao treinamento físico, da necessidade ou não do seu uso e, se possível, das conseqüências desta prática. Para alcançar este objetivo foi necessário estudar as relações entre os sistemas energéticos musculares bem como a sua regulação. Foi preciso também estudar o ciclo da creatina, sua origem endógena, sua metabolização e sua conversão em creatina fosfato. Usamos da metodologia bibliográfica para coletar informações sobre o assunto em questão, utilizando livros e artigos de revistas especializadas. Esta pesquisa nos levou ás seguintes conclusões: a suplementação de creatina na dieta leva ao aumento dos níveis de fosfocreatina muscular em humanos ,entretanto novos experimentos terão que ser realizados, uma vez que a suplementação com creatina interfere com a regulação de vias metabólicas. Palavras-chave: Creatina, metabolismo, suplementação. Creatine, energetic function, metabolisme, supplementation on sports Abstract The purpose of the present work was to analyze the ingestion of creatine by athletes and otheraffectionates of physical exercise, to discuss its necessity and, if possible, to predict some of its consequences.In order to accomplish this purpose it was necessary to study the relationships between the energetic systems in the muscles as well as their regulation. It proved also to be necessary to investigate the creatine cycle, its endogenous origin, its metabolization and its conversion into creatine-phosphate. We used a bibliographic methodology for collecting informations about the subject in books
  • 2. and in articles of specialized journals.This research lead us to the following conclusions: diet supplementation with creatine leads to increased levels of phosphocreatine in the muscle of humans; however, new in vivo experiments are highly desirable, because it is known that creatine interferes with the regulation of certain metabolic pathways. Key Words: creatine, metabolisme, supplementation Introdução A creatina é um composto orgânico derivado de aminoácidos. Uma vez dentro das células, é convertida em fosfocreatina e utilizada como reserva de energia, principalmente nas células do músculo esquelético. Nos últimos anos contudo, este composto tem sido usado na dieta, com o objetivo de melhorar a performance e aumentar a massa muscular. A ingestão de grandes quantidades de creatina, sem a conclusão de estudos que comprovem os benefício reais ou ainda, a ausência de riscos á saúde, é no mínimo temerária. A prática de atividade física tornou-se uma constante em nossos tempos, sendo observada nas mais diversas camadas da sociedade e nas mais variadas faixas etárias. Esta posição de destaque, por sua vez, faz crescer ainda mais o número de interessados na prática destas atividades. é claro que isto vem gerando, cada vez mais, um culto ao físico. Principalmente entre os jovens, a valorização de um corpo atlético gera, muitas vezes, a necessidade de lançar mão de todo e qualquer recurso disponível para ter uma boa aparência e uma boa performance. Acredita-se, que certas substâncias possam fazer com que o organismo responda com uma maior velocidade, diminuindo o tempo e o esforço necessários para se chegar ao resultado final ,a melhor forma física.Uma destas substâncias é a creatina. Segundo Mujika & Padilla(1997) a creatina é "um suplemento muito popular entre praticantes de vários esportes e principalmente frequentadores de academias de ginástica, onde os maiores consumidores são os praticantes da musculação, que tomam esse suplemento mas não sabem nem ao menos para que serve". O que nos levou a propor estudar a creatina foi o fato de termos observado o quase total desconhecimento que, pessoas do nosso círculo, na sua maioria jovens, usuários da creatina têm sobre esta substância. Alguns a imaginam o "viagra do esportista" outros a julgam totalmente inócua. Nós mesmos, ao sermos abordados sobre o assunto, constatamos a nossa ignorância. A partir daí, começamos a colher informações e nosdeparamos com as mais divergentes opiniões., resolvemos, fazer deste ,o tema da nossa monografia a qual deu origem a esse artigo. FONTES DE ENERGIA MUSCULAR Os seres vivos, entre eles o homem, se caracterizam por essa complexa capacidade de converter diferentes tipos de energia presentes no ambiente, mas somente a energia química presente nas moléculas que compõem nossa dieta alimentar podem ser utilizadas como uma fonte de energia corporal. Dependendo da intensidade e da duração do exercício, assim como da aptidão do participante, as relações dos sistemas corporais para a transferência de energia diferem acentuadamente. Entre esses sistemas podemos destacar: o sistema fosfagênico, que inclui o ATP e a fosfocreatina; sistema do glicogênio-ácido lático e sistema aeróbico.
  • 3. A energia pode ser fornecida ás células á medida que se torna necessária. O mecanismo orgânico que mantém o fornecimento de energia no corpo inicia-se a partir de um carreador especial para energia livre, chamado adenosina trifosfato (ATP), que é utilizada como a moeda energética da célula. O ATP é o transportador universal de energia metabólica e une o catabolismo e o anabolismo; cuja principais finalidade é atuar no desempenho de trabalho mecânico na contração muscular e em outros movimento celulares, o transporte ativo de moléculas e iontes e a síntese de macromoléculas e outras biomoléculas a partir de precursores simples(Guyton & Hall,1997). Forma-se ATP a partir de ADP e Pi, quando as moléculas alimentares são oxidadas em seres quimiotróficos. Esse ciclo ATP-ADP é o modo fundamental de troca de energia em sistemas biológicos. No músculo a essa energia ativa liberada pela quebra do ATP em ADP em locais específicos, sobre elementos contráteis, induzindo o encurtamento da fibra muscular. Apenas uma pequena parte de ATP fica armazenada dentro da célula. Essa situação gera um mecanismo sensível para manter e regular o metabolismo energético na célula. Por sua vez, essa mudança estimula imediatamente a decomposição dos nutrientes armazenados para fornecer energia para a ressíntese de ATP. Dessa forma, o metabolismo energético aumenta rapidamente nos estágios iniciais do exercício sendo este atlético ou apenas um movimento cotidiano que fará parte de um esforço de maior duração. A fosfocreatina celular, juntamente com seu ATP é conhecida como sistema energético do fosfagênio. Em conjunto, podem proporcionar uma potência muscular máxima por um período de 8 a 10 segundos, quase o suficiente para uma corrida de 100 metros. Assim, a energia proveniente do sistema do fosfagênio é utilizada para os curtos surtos máximos de potência muscular(Guyton & Hall,1997). O glicogênio armazenado no músculo pode ser desdobrado em glicose, que será então utilizada para energia. O estágio inicial desse processo, denominado glicólise, ocorre totalmente sem o uso de oxigênio e, por conseguinte, é considerado metabolismo anaeróbico. Pela incapacidade da mitocôndria metabolizar todos os subprodutos do glicogênio, grande parte do glicogênio muscular transforma-se em ácido láctico; todavia, ao fazê-lo, são formadas quantidades consideráveis de ATP sem consumo de oxigênio(Stryer,1995). Dentre os três sistema energéticos apresentados temos que o sistema do fosfagênio e do glicogênio-ácido lático, são ambos limitados, visto que apesar de terem velocidades de geração de potência mais rápida que o aeróbico, possuem um estoque disponível por tempo restrito a pouco segundos e de no máximo 2 minutos. No entanto o sistema aeróbico dispõem de estoques muitas ordens de grandeza mais extenso que o dos outros dois sistemas, existindo ainda a opção da degradação de componentes celulares para fornecer elementos para este sistema. Da mesma forma que a energia proveniente da fosfocreatina pode ser utilizada para reconstituir o ATP, a energia do sistema do glicogênio-ácido láctico também pode ser utilizada para reconstituir a fosfocreatina e o ATP. A seguir, a energia produzida no metabolismo oxidativo do sistema aeróbico pode ser utilizada para recompor todos os
  • 4. outros sistemas - ATP, a fosfocreatina e o sistema do glicogênio-ácido láctico(Lehninger,1995). Tabela 01. Velocidades máximas relativas de geração de potência e resistência Sistema energético muscular mol de ATP/min Resistência Sistema do fosfagênio (ATP + fosfocreatina) 4 8 - 10 s Sistema do glicogênio-ácido láctico 2,5 1,3 - 1,6 min Sistema aeróbico 1 ilimitada (GUYTON, 1997) Tabela 02. Sistemas energéticos utilizados em vários esportes Sistema do fosfagênio, quase inteiramente 100 metros rasos Salto Levantamento de peso Mergulho Piques no futebol americano Sistemas do fosfagênio e do glicogênio-ácido láctico 200 metros rasos Basquete Circuito de baseball Piques no hockey no gelo Sistema do glicogênio-ácido láctico, principalmente 400 metros rasos Natação de 100 metros Tênis Futebol Sistema do glicogênio-ácido láctico e aeróbico 800 metros rasos Natação de 200 metros Patinação de 1.500 metros Boxe Regata de 2.000 metros Corrida de 1.500 metros Corrida de uma milha Natação de 400 metros Sistema aeróbico
  • 5. Patinação de 10.000 metros Esqui cross-country Maratona (42,2 km) Jogging (GUYTON, 1997) METABOLISMO DA CREATINA Uma das fontes da creatina é a endógena. Existe um aparato enzimático capaz de sintetizar a creatina a partir de unidade de aminoácidos: glicina, L-arginina e metionina. Outra fonte é a dieta, através da qual a creatina pode ser obtida pelo homem. Peixe, carne e outros produtos animais são boas fontes de creatina, enquanto que somente insignificante quantidade pode ser obtida em alguns vegetais (McArdle,1992). A etapa limitante da biossíntese endógena é a reação catalisada pela enzima AGAT, através de um sistema de retroalimentação realizado pelo produto final, desta creatina possuir origem endógena ou exógena. O sistema de biossíntese é capaz de suprir 100% das necessidades de creatina de um indivíduo saudável em condições normais,(MacGuire et al 1994). Não há síntese de creatina pela célula muscular, sendo que a concentração intracelular de creatina depende de um balanço entre influxo e efluxo da creatina . A absorção muscular da creatina ocorre graças a um processo saturável de transporte sódio dependente de alta afinidade e baixo Km. Sendo este capaz de gerar uma concentração intracelular de creatina in vivo de cerca de 300 vezes a concentração extracelular(Wallimam et al 1992). Outros estudos demonstram que há um limite para a concentração total de creatina no músculo esquelético humano de cerca de 150 a 160 mmol/kg de músculo seco. Há uma regulação dos níveis de creatina intramuscular que fisiologicamente independe da concentração plasmática da creatina(Guimbal et al 1993). Uma fração constante diária de creatina (1,1%) e fosfocreatina (2,6%) é convertida por um processo não enzimático em creatinina (representa 1,7% do pool total de creatina). A creatinina é excretada pela via renal. Além da existência da conversão expontânea de creatina em creatinina existe também a possibilidade da conversão enzimática. Cerca de 20 a 25% da conversão de fosfocreatina em creatinina pode ocorrer catalisada pela enzima fosforilcreatinina(Horn et al 1998). Uma vez dentro da célula a creatina é fosforilada a fosfocreatina durante o repouso pela enzima creatina quinase. Esta enzima possui as seguintes funções: criar um reservatório energético prontamente disponível; promove um sistema de transporte de energia, onde a fosfocreatina seria um carreador de energia; previne um aumento do ADP livre intracelular; criar um reservatório de prótons, permite sinalização para início da glicogenólise no exercício e supre sítios subcelulares com taxas apropriadas de ATP/ADP (Stryer, 1995)
  • 6. SUPLEMENTAÇÃO DA CREATINA A suplementação de creatina monohidratada por via oral definitivamente é capaz de elevar os níveis plasmáticos de creatina. Valores basais são relatados numa faixa de 25- 75µM, podendo se elevar para cerca de 800µM com o uso de 5g, e de 1000µM com o uso de 5g a cada 2 horas(Harris et al 1992). Estudos em humanos, animais de laboratório e culturas de células resultam em dados que indicam que há uma regulação dos níveis de creatina intramuscular que fisiologicamente independe da concentração plasmática da creatina. Isso ocorre por um sistema de down regulation desencadeado por alterações da concentração plasmática de creatina, que resulta em diminuição da atividade e número desses transportadores. Isso decorre de um processo indireto envolvendo a síntese de outras proteínas inibitórias intermediárias. Autores como , Wiss et al (1994), Odland et al (1994),Balson et al (1999) e Bergstrom et al (1966), observaram grandes elevações abruptas nos níveis de creatina plasmática, em geral estudos de 5 dias de duração, podem acarretar em aumento das concentrações de creatina intramuscular dentro de uma faixa limite de até 150 - 160 mmol/kg de músculo seco; no entanto cronicamente, como estudos de suplementação por 40 dias ou de 48 horas em culturas de células, os processos de retroalimentação da biossíntese endógena e de down regulation dos transportadores musculares conseguem normalizar as concentrações de creatina para próximas as fisiológicas. Outros autores como Loike et al (1988) contestam a possibilidade de elevação aguda da creatina intramuscular ocorra, demonstrando não haver elevação da fosfocreatina intramuscular após suplementação oral com creatina em curto espaço de tempo. A ingestão de creatina num prazo de menor de 7 dias são acompanhadas por rápidos aumentos da massa muscular. No entanto este aumento "mágico" de peso pode ser explicado pela retenção hídrica intracelular. Estudos comprovam esta hipótese demonstrando que se observa um declínio do volume urinário após início da suplementação oral de creatina (Mujika & Padilla, 1997). Segundo os experimentos de Green et al (1996), a ingestão de carboidratos aumenta a concentração plasmática e muscular de creatina, como podemos observar no gráfico abaixo. (CP: creatina fosfato; C: creatina livre; CT: creatina total)
  • 7. A crença de que o uso de creatina como suplemento alimentar objetivando aumento da massa muscular em poucos dias pode ser falsa, pois o processo de hipertrofia depende da produção de muitos outros componentes celulares, que só irão ser produzidos se os fatores genéticos e hormonais estiverem relacionados. Uma possível retenção hídrica causada pela suplementação dietética de creatina pode levar a falsa idéia de rápida hipertrofia muscular (Odoom et al 1996). Quanto a avaliação da performance estudos demonstram que a suplementação de creatina 5g, quatro vezes ao dia por 5 dias não interfere em exercícios físicos de alta intensidade e curta duração, demonstrando que os parâmetros que avaliam esse tipo de exercício não se alteram, assim como não interfere na fadiga ou pico de força; em indivíduos treinados e não treinados (Cooke et al (1995). Entretanto outros autores com Harris et al (1992), relata aumento do trabalho muscular total, assim como das concentrações intramusculares de creatina utilizando o mesmo esquema de suplementação de creatina por 5 dias, entretanto mesmo estes autores não conseguiram correlação significante entre o aumento da produção de trabalho e níveis de fosfocreatina intramuscular. Diferença entre as fibras musculares tipo I e tipo II também foram detectadas como a possível causa dos resultados conflitantes entre os estudos publicados, ou diferenças individuais entre indivíduos participantes de um mesmo estudo. Achados sugerem que a suplementação com creatina poderia resultar em um aumento de concentração de fosfocreatina nas fibras tipo II e este fenômeno poderia estar relacionado ao aumento da performance no exercício, com o tempo de experimento mais prolongado(Engelhardadt et al 1998). Segundo Mujika & Padilla (1997)após revisar vários artigos, sugere que um aumento da creatina plasmática poderia ser mantido com uma ingestão diária de 2g de creatina. Porém o músculo esquelético humano tem um limite de concentração total de creatina de cerca de 150 - 160 mmol/kg de músculo seco. Assim, indivíduos não treinados poderiam ter algum benefício com elevação dos níveis de creatina intramuscular, visto que suas fibras musculares possuem concentrações menores de creatina, e assim mais distantes dos limites máximos apontados. No entanto atletas, com fibras musculares hipertrofiadas, já possuem um aumento fisiológico da creatina presente nas fibras musculares, neste caso a revisão de diversos estudos sugere que não existe nenhum ganho com a suplementação de creatina oral pois o atleta já alcançou um limiar intracelular. No entanto isso pode ser o indício de que a manutenção de altos níveis de concentracão do produto podem levar ao melhor rendimento como podemos observar no experimento de Volek et al (1999) como segue. Efeitos da Suplementação de creatina nas fibras musculares: N=19 homens treinados Creatina ou placebo 25g/dia 1 sem. 5g/dia por 11 se; Treinamento de resistência/força por 12 semanas; Maior (CT) e ganho de força no grupo que ingeriu creatina.
  • 8. Tabela 3 Creatina (%) Placebo (%) Massa corporal 6.3 3.6 Massa magra 6.3 3.1 Fibra Tipo I 35 11 Fibra Tipo IIa 36 15 Fibra Tipo IIb 29 8 Mesmo os indivíduos sedentários com uso agudo da suplementação de creatina teriam um benefício limitado. Espera-se apenas auxílio na execução de exercícios de repetição de alta intensidade e durante esportes de competição com necessidades de esforços de arranque como futebol ,Atletismo, efeito este ainda restrito a um curto espaço de tempo, pois trabalhos com um uso maior de 30 dias da suplementação demonstram que os níveis de creatina e fosfocreatina retornam aos valores fisiológicos logo após o descontinuamento da suplementação (Casey et al 1996). Considerações Finais Em todos os trabalhos analisados a suplementação de creatina não influenciou o consumo e absorção de oxigênio, as trocas respiratórias, o sistema cardiovascular, a quantia de ATP intracelular e a produção muscular de lactato. Entretanto são esses os dados mais importantes para a manutenção de um exercício de duração acima de 2 minutos de duração. Assim a suplementação com creatina pode não alterar a performance da resistência ao exercício, nem modifica a resposta metabólica, assim como a utilização da via glicolítica, durante este tipo de exercício. Uma análise dos processos de regulação fisiológica da creatina permite ainda concluir que existem várias possibilidades de regulação do metabolismo da creatina. Sendo que altas taxas de biossíntese de creatina são observadas em jovens saudáveis em período de crescimento, em condições de balanço hormonal e anabolismo equilibradas mesmo com uma alimentação sem suplementação de creatina, o organismo é capaz de suprir 100% das necessidades fisiológicas desta com uma dieta saudável. Pode-se observar após os estudos , que a creatina hipoteticamente pode causar aumento de síntese protéica ,aumento de retenção hídrica, aumento de ressíntese de creatina fosfato, podendo levar talvez a uma hipertrofia. Em relação as diferenças de resultados nos experimentos , esses podem ser respondidos, a partir da diferença de metodologia entre autores e principalmente entre tempo de cada experimento e população averiguada. Apesar dos estudos realizados com atletas e indivíduos saudáveis não apontarem nenhum efeito colateral durante a suplementação oral com creatina, existe estudo que demonstra que esta pode interferir nos processos fisiológicos de restauração tecidual. O exemplo das hipervitaminoses deve ser aqui lembrado. O uso de suplementação oral
  • 9. com creatina na ausência de estudos que demonstrem eficácia e segurança a longo prazo , a utilização do produto deveria ser acompanhado por um profissional habilitado (Mahan et al 1994). Concluimos que a creatina como qualquer outro suplemento alimentar , se utilizada de maneira correta pode levar a ganhos significativos, desde que prescrita de forma séria e ética. BIBLIOGRAFIA BALSOM, P.D.; Ekblom, B.; Soderlund, K.; Sjodin, B.; Hultman, E.: Creatine supplementation and dynamic high-intensity intermittent exercise. Scand. J. Med. Sci. Sports 3: 143-149,Indianápolis-IN,USA, 1993. BERGSTROM, J.; HULTMAN, E. : Muscle glicogen synthesis after exercise : an enhancing factor localized to the muscle cells in man. Nature Lond. 210: 309-310, 1966. CASEY, A.; Constantin-Teodosiu, D.; Howell, S.; Hultman, E., Greenhaff, P.L.: Creatine ingestion favorably affects performance and muscle metabolism during maximal exercise in humans. Am. J. Physiol. 271: E31-E37, 1996. COOKE, W. H.; Grandjean, P. W.; Barnes, W. S.: Effect of oral creatine supplementation on power output and fatigue during cicycle ergometry. J. Appl. Physiol. 78: 670-673, 1995. ENGELHARDT, M.; Neumann, G.; Berbalk, A.; Reuter, I.: Creatine supplementation in endurance sports. Med. Sci. Sports Exerc. 30: 1123-1129, 1998. GreeN et al , effect of oral Cr supplementation,in muscle concentration. J. Appl. Physiol.271(34):e821-826,1997. GUIMBAL, C.; Kilimann, M. W.: A Na+-dependent creatine transporter in rabbit brain, muscle, heart and kidney. The Jounal of Biological Chemistry 268:8418-8421, 1993. GUYTON, A. C.; Hall, J.: Tratado de Fisiologia Médica. 9a.ed, São Paulo - SP : Guanabara Koogan,1997. HARRIS, R. C.; Söderlund K.; Hultman, E.: Elevation of creatine in resting and exercised muscle of normal subjects by creatine supplementation. Clinical Science 83: 367-374,1992. HORN, M.; Frantz, S.; Remkes, H.; Lase, A.; Urban, B.; Mettenleiter, A.; Schnackerz, K.; Neubauer, S.: Effects os chronic dietary creatine feeding on cardiac energy metabolism and on creatine content in heart, skeletal muscle, brain, liver and kidney. Journal of Molecular and Cellular Cardiology 30: 277-284, 1998. LEHNINGER, A. L.;NELSON, D. L.; COX, M. M. : Princípios de Bioquímica. 2a. ed, São Paulo-SP: Savier Editora de Livros Médicos LTDA, 1995.
  • 10. LOIKE, J. D.; Zalutsky, D.L.; Kaback, E.; Miranda, A. F.; Silverstein, S. C.: Extracelular creatine regulates creatine transport in rat and human muscle cells. Proc. Natl. Acad. Sci ,New York -NY,USA 85: 807-811, 1988. MAHAN, L. K.; Arlin, M. T. K.: Alimentos, nutrição e dietoterapia. 7a edição; São Paulo -SP: Roca, 1994. McARDLE, W. D .; KATCH, F. I.; KATCH, V. L.: Fisiologia do Exercício: energia, nutrição e desempenho humano. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1992. McGuire D.M, Gross m. d., Pildum j. k,. Towle h. c.: Repression of rat kidney L- arginine: glicine amidinotransferase synthesis by creatina at a pretranslational level. J Biol Chem 259: 1984. MUJIKA, I.; Padilla, S.: Creatine supplementation as an ergogenic aid for sports performance in highly trained athletes: a critical review. Int. J. Sports Med. 18: 491- 496, 1997. ODLAND, L. M.; MacDougall, J. D.; Tarnopolsky, M. E. A.; Borgmann, A.; Atkinson, S.: The effect of oral Cr supplementation of muscle (PCr) and power output during a short-term maximal cycling task. Med. Sci. Sports Exercise 26. Suppl. 5: S23, 1994. ODOOM, J. E.; Kemp, G. J.; Kadda, G. K.: The regulation of total creatine content in a myoblast cell line. Molecular and cellular biochemistry 158: 179-188, 1996. STRYER, L. : Bioquímica. 4a. edição; São Paulo - SP : Guanabara Koogan, 1995. WALLIMANN, T.; Wyss, M.; Brdiczka, D.; Nicolay, K.; Eppenberger, H. M.: Intracellular compartmentation, structure and function of creatine kinase isoenzymes in tissues with high and fluctuating energy demands: the "phosphocreatine circuit" for cellular energy homeostasis. Biochem. J. 281: 21-40, London-Great Britain, 1992. WYSS, M.; Wallimann, T.: I-4 creatine metabolims and the consequences of creatine depletion in muscle. Molecular and Cellular Biochemistry 133/134: 51-66, 1994. Volek et al , The effect of oral creatine supplementation of muscle Med. Sci. Sports Exercise31(8)1147-56,1999.