O documento discute como as organizações podem ser vistas como fluxos e transformações constantes ao invés de estruturas rígidas. Ele cita Heráclito para mostrar que tudo está em constante mudança e discute a teoria da autopoiese, que sugere que sistemas vivos, como organizações, se autorregulam e se autoproduzem constantemente. Também apresenta quatro lógicas da mudança que mostram como organizações e ambientes estão em interação dinâmica.
1. Organizações Vistas como Fluxo e Transformação
Autor: Rubilar Toniazzo
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2. O que acontece quando examinamos abaixo
da superfície aparente das organizações e as
consideramos como expressões de processos
mais profundos de transformação e mudança?
Questionamento do Autor
3. Heráclito, filósofo grego, que por volta de 500
a.C. observou:
• Não se pode pisar 2 vezes no mesmo rio, já
que as águas continuam constantemente
rolando;
• Concebeu a idéia de que o universo se
encontra em constante transformação,
incorporando características tanto de
permanência como de mudança;
Organizações Vistas como Fluxo e
Transformação
4. “Em outras palavras: as pessoas intuem uma forma de inteligência que, no
passado, organizou o universo, e a personalizam chamando-a Deus”.
“Poderíamos imaginar o místico como alguém em contato com as espantosas
profundezas da matéria ou da mente sutil, não importa o nome que lhes
atribuamos”.
Frases de David Bohm
5. • 1 - Baseia-se na teoria de autopoiese, uma perspectiva nova e interessante que vê
a relação entre sistemas e seus ambientes sob uma nova luz;
• 2 - Baseia-se em algumas das últimas descobertas da teoria do caos e da
complexidade;
• 3 - Baseia-se em idéias relacionadas a cibernética, sugerindo que a mudança
resulta dos atritos e tensões encontrados em relações circulares;
• 4 - Baseia-se que a mudança é o produto de tensões dialéticas entre opostos.
As Quatro Lógicas da Mudança
6. • As quatro lógicas da mudança mostram as estreitas
relações entre organização e o ambiente;
• Morgan compara a organização como fluxo e
transformação porque são constituídas por
processos, mudanças e fluxos.
As Quatro Lógicas da Mudança
7. Autopoiese ou autopoiesis (do grego auto "próprio", poiesis "criação") é um termo
cunhado na década de 70 pelos biólogos e filósofos chilenos Francisco Varela e
Humberto Maturana para designar a capacidade dos seres vivos de produzirem a si
próprios. Segundo esta teoria, um ser vivo é um sistema autopoiético, caracterizado
como uma rede fechada de produções moleculares (processos), onde as moléculas
produzidas geram com suas interações a mesma rede de moléculas que as produziu.
A conservação da autopoiese e da adaptação de um ser vivo ao seu meio são
condições sistêmicas para a vida.
Autopoiese
8. Por tanto um sistema vivo, como sistema autônomo está constantemente se
autoproduzindo, autorregulando, e sempre mantendo interações com o meio, onde
este apenas desencadeia no ser vivo mudanças determinadas em sua própria
estrutura, e não por um agente externo.
De origem biológica, o termo passou a ser usado em outras áreas por Steven Rose na
neurobiologia, por Niklas Luhmann na sociologia, e por Gilles Deleuze e Antonio
Negri na filosofia.
Autopoiese
9. Autopoiese: A lógica da auto referência
O que Maturana e Varela comprovaram foi que os seres vivos não são agregados de
partes, são padrões de interrelacionamentos entre essas partes, padrões
dinamicamente renováveis. E que a realidade não “entra” em nós, de fora para
dentro, pela visão e demais sentidos; ela pode no máximo estimular uma
reorganização desse padrão de interrelacionamentos – um processo interno,
autônomo.
Para todo e qualquer ser vivo, não existe o mundo em si, cada um cria o seu
próprio “mundo”. E esse mundo é criado e renovado a partir daquilo que o ser... é –
até aquele instante.
10. Uma reunião dos Alcoólicos Anônimos, Estados Unidos. O monitor faz um breve
discurso: “palavras são só palavras, cada um interpreta de um jeito. Mas hoje,
nada de palavras. Vocês vão travar contato direto com a realidade, nua e crua”. Ele
pega então dois frascos de vidro, enche um com água e outro com álcool. Pega um
pequenino verme e deixa-o cair no frasco com água. O verme afunda, alguns
segundos depois começa a movimentar-se, chega à superfície e nada até a borda.
O monitor apanha novamente o verme, deixando-o cair desta vez no frasco com
álcool. Ele novamente afunda, só que dessa vez permanecendo inerte. Instantes
depois ele começa a se desintegrar. Depois de algum tempo, dele só resta um
borrão acinzentado turvando a cristalinidade do líquido.
O monitor pergunta: “todos viram?”. Sim, todos. “E a que conclusão podemos
chegar?”. Uma mão se levanta: “Entendo que, se bebermos álcool, não teremos
vermes”.
11. “A vida não tem sentido fora de si mesma. O
sentido da vida de uma mosca é viver como mosca,
mosquear, ser mosca. O sentido da vida de um
cachorro é viver como cachorro, ou seja, ser
cachorro ao cachorrear. O sentido da vida de um
ser humano é o viver humanamente ao ser humano
no humanizar.”
O sentido da vida
13. “Na percepção do anfíbio, não há nenhum acesso a
um real exterior, pré-definido, mas “somente uma
correlação interna entre o lugar da retina que recebe
uma perturbação e uma contração muscular que move
a sua língua, pescoço, e, de fato, todo o corpo do
sapo.”
Biologia do conhecer
experiência da visão do sapo
14. “Cada vez que um ser humano morre, um mundo
humano desaparece, muitas vezes de maneira
irrecuperável. Isto não é uma banalidade sentimental, é
uma realidade biológica. O mundo é o que vivemos,
nosso fazer em qualquer dimensão, desde o caminhar
até a palavra, é a concretização de nossa estrutura
biológica.”
Biologia do conhecer
multiplicidade de mundos
21. Insights
A metáfora: “Revelando a Lógica da Mudança: A Organização como
Fluxo e Transformação” oferece uma nova compreensão da natureza e fonte
de mudança.
A autopoiese sugere que a maneira como vemos e gerenciamos a mudança é,
em última análise, um produto de como vemos a nós mesmos e,
consequentemente, como nos relacionamos com o ambiente.
A teoria sugere que devido a sua capacidade de autorreflexão, as organizações
e os indivíduos tem a oportunidade de adotar novas identidades que abre
novos limites entre organização e ambiente.