(1) O documento discute o atendimento inicial de pacientes politraumatizados, enfatizando a importância de uma avaliação rápida e completa para identificar e tratar lesões que coloquem a vida em risco. (2) A sequência de avaliação ABCDE é descrita, focando na via aérea, ventilação, circulação e hemorragia como principais preocupações iniciais. (3) Testes adicionais devem ser realizados após estabilização do paciente para identificar outras lesões.
2. - O paciente politraumatizado é considerado aquele que
apresenta lesões em dois ou mais sistemas de órgãos (tórax,
abdome, trauma cranioencefálico, fratura de ossos longos).
- Etiologia:
1º: Homicídios (sobretudo entre 5-19 anos)
2º: Acidentes com veículos de transporte
- Epidemiologia:
Principal causa de óbito entre 1-40 anos de idade
Maior causa de anos potenciais de vida perdidos
No Brasil: morte por acidentes está em 3º lugar (é
menos frequente do que as mortes atribuídas às DCV e
ao câncer).
3. Identificar as prioridades de atendimento;
Aplicar princípios de exame primário e secundário;
Fazer a reanimação e monitoração adequada;
Reconhecer o valor da história do doente e da
biomecânica do trauma;
Identificar e antecipar-se às ciladas.
OBJETIVOS
4. DISTRIBUIÇÃO TRIMODAL DAS MORTES / PICOS DE MORTE NO
TRAUMA
- As mortes determinadas pelo trauma ocorrem em três períodos distintos:
Dentro de
segundos a
minutos do evento
(50% dos óbitos)
- Causas: Laceração de aorta; TCE; TRM grave; lesão
cardíaca ou traumatismo cardíaco. OBS: Os dois
órgãos mais comumente envolvidos com o óbito
imediato em acidentes graves são: coração e fígado.
- O que fazer? Prevenção nesta fase, pode-se apenas
prevenir, buscando-se a diminuição da incidência do
trauma através de políticas de prevenção.
Minutos até 24h
(30% dos óbitos)
- Causas: lesões cardiovasculares e neurológicas
(TCE, lesões de tórax, baço, etc.).
- O que fazer? Abordagem precoce (“Golden hour”)
Nesta fase, deve-se tratar as vítimas, sendo a
prevenção inútil, preconizando um bom sistema de
saúde e um atendimento baseado nas
prerrogativas do ATLS.
Após 24h do
traumatismo (20%)
- Causas: sepse, falência orgânica múltipla, embolia
pulmonar (TEP).
6. (1) via aérea;
(2) ventilação;
(3) oxigenação;
(4) controle da hemorragia;
(5) perfusão;
(6) função neurológica.
Essa sequência
protege a
capacidade do
organismo de
ser oxigenado e
a habilidade das
hemácias em
distribuir
oxigênio para
os tecidos.
PRINCIPAIS PREOCUPAÇÕES
7. Atendimento Pré-Hospitalar:
1ª Avaliação da cena.
2ª Reconhecimento da existência de incidentes de
múltiplas vítimas e desastres.
3ª Uma vez que uma avaliação sucinta da cena seja
realizada, deve-se voltar à atenção para a avaliação
de cada doente.
ESTABELECIMENTO DE PRIORIDADES
8. Método rápido e simples de avaliar um doente e
estabelecer as prioridades de tratamento de acordo
com as lesões, sinais vitais e mecanismo de lesão.
A Via aérea com proteção da coluna cervical
B Ventilação e respiração
C Circulação com controle da hemorragia
D Disfunção neurológica, estado neurológico
E Exposição / controle do ambiente
9. Etapa A: Manutenção da via aérea com proteção
da coluna cervical
Avaliada em primeiro lugar
Identificar: sinais de obstrução da via aérea
Presença de corpos estranhos
Fraturas faciais, mandibulares ou tráqueo
brônquicas
Comprometimento:
Métodos manuais, mecânicos e cirúrgicos
Aspiração/Retirada de corpo estranho
Proteção de coluna cervical = colar cervical
ou manual
10. Etapa B: Ventilação e Respiração
A frequência ventilatória pode ser dividida em
cinco níveis:
1. Apneia. O doente não está ventilando.
2. Lenta. FR <12mpm.
3. Normal. FR entre 12 e 20mpm.
4. Rápida. FR entre 20 e 30mpm.
5. Muito rápida. FR >30mpm.
11. Etapa C: Circulação (Hemorragia e Perfusão)
Principal causa de mortes pós-traumáticas
evitáveis
Informações em poucos segundos:
Nível de consciência
Cor da pele
Pulso ou
3 P’s: Pulso, Perfusão e Pele
Locais de hemorragia oculta grave: tórax,
abdome, retroperitônio, bacia e ossos longos
12. Etapa C: Circulação (Hemorragia e Perfusão)
Armadilhas:
Idosos – capacidade limitada de aumentar a FC em resposta
a perda sanguínea e o uso de anticoagulantes orais para
problemas como fibrilação atrial, doença coronariana e
acidentes isquêmicos transitórios, podem piorar a perda de
sangue
Crianças – demonstram poucos sinais de perda sanguínea
devido a reserva fisiológica exuberante, quando ocorre
deterioração hemodinâmica é rápida e catastrófica
Atleta – possui mecanismos de compensação que se
assemelham aos que as crianças tem
Gestantes
Medicações
13. Etapa D: Disfunção Neurológica
Armadilha:
Mesmo com tratamento apropriado o doente com
TCE pode sofrer deterioração neurológica rápida
Um exemplo é o intervalo lúcido, comumente
associado ao hematoma epidural agudo é um
exemplo de situação de doente “fala e morre“
Reavaliação neurológica frequente
Se necessário voltar a avaliação primária
13
14. 14A Escala de Coma de Glasgow (GCS) é um dos principais
preditores de prognóstico a longo prazo, sobretudo em
casos de traumatismo craniano.
Trata-se de uma classificação bastante objetiva,
principalmente no momento da admissão do
paciente: se este recebeu um determinado
escore e, com cerca de 30 minutos depois, seu
escore mudou, significa, de certeza, que alguma
coisa mudou para melhor ou para pior. Desta
forma, temos:
15.
16. Segue a sequência do ABC e representa a adoção de medidas
agressivas de reanimação e o tratamento de todas as lesões
potencialmente fatais, à medida que são identificadas, são essenciais
para maximizar a sobrevivência do doente.
A reanimação descreve as etapas de tratamento para corrigir
problemas com risco a vida identificados na avaliação primária.
No PHTLS a avaliação é baseada em uma filosofia de "trate à medida
que encontra", na qual o tratamento é iniciado assim que cada ameaça
à vida é identificada, ou, então, o mais cedo possível.
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17. Monitoração Eletrocardiográfica
De todos os traumatizados
Arritmias (taquicardias inexplicáveis, fibrilação atrial, extra-
sístoles ventriculares e alterações no segmento ST) =
trauma cardíaco contuso?
Atividade elétrica sem pulso (AESP) – tamponamento
cardíaco? pneumotórax hipertensivo? hipovolemia
profunda?
Bradicardia, condução aberrante ou extra-sístoles =
hipóxia? Hipoperfusão?
Arritmias = hipotermia
18. Exame do traumatizado da cabeça aos pés
História:
A – Alergias
M – Medicamentos de uso habitual
P – Passado médico/Prenhez
L – Líquidos e alimentos ingeridos
recentemente
A – Ambiente e eventos relacionados ao
trauma
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19. Testes diagnósticos especializados para identificar lesões
específicas que são realizados após o estado
hemodinâmico do doente ter sido normalizado e o doente
examinado cuidadosamente
Radiografias adicionais da coluna e das extremidades
Tomografia computadorizada da cabeça, tórax, abdome e
coluna, urografia excretora e arteriografia
Ultrassonografia transesofágica
Broncoscopia
Esofagoscopia
Outros procedimentos diagnósticos
20. Os critérios de triagem Intra-Hospitalar:
estado fisiológico do doente
presença de lesões evidentes
mecanismos de trauma
doenças associadas
Outros fatores que podem alterar o
prognóstico do doente.
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21. 21
O paciente acidentado deve ser avaliado de forma rápida e completa. O
médico deve estabelecer prioridades para o manejo integral do paciente
para não omitir nenhum passo no processo. Desta forma, devemos
considerar o seguinte:
Uma história adequada inclui o relato completo do incidente traumático: o
mecanismo do trauma determinará o tipo e a extensão das lesões.
Na avaliação primária, se identificam e tratam parâmetros fisiológicos
(ABCDE).
Na avaliação secundária, se identificam e tratam parâmetros anatômicos
(que, no máximo, deixam sequelas)
Sejamos rápidos: ao identificar distúrbios com potencial risco a vida,
devemos tratá-los.
Nunca causar mais dano ao paciente.
Devemos nos certificar das possibilidades de tratamento cabíveis (recursos)
ao centro hospitalar.
CONSIDERAÇÕES FINAIS